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CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO DA URINA

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1 
TUTORIAL 08 – CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO 
MÓDULO IV 
KAMILA MARAGNO PERUCH -192 
CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO DA URINA 
 Funcionamento normal das células depende concentrações constantes de eletrólitos e outros solutos no líquido extracelular; 
 Osmolaridade e concentração de sódio são dependentes da concentração de água no LEC; 
 Ingestão de água; Excreção renal; 
 Rim varia as proporções de solutos e água na urina em resposta as stuações 
 Excesso de água no corpo e queda de osmolaridade: excreção de até 50 mOsm/L de concentração; 
 Déficit de água e alta osmolaridade: excreção de 1200 a 1400 mOsm/L de concentração; 
 
ADH (vasopressina): determinante na concentração da urina → osmolaridade aumenta e osmorreceptores hipotalamicos detectam 
→ é liberado em forma de granulos pela glândula hipófise posterior → atua nos túbulos distais e ductos coletores → aumenta a 
permeabilidade pela água, aumenta a atividade do Na-K-2Cl no RAE, e aumenta a permeabilidade a ureia nos DC → reabsorção de 
grande quantidade de água e aumento do gradiente osmotico → reduz o volume urinario mas não altera a excreção de soluto; 
❖ Excesso de água: osmolaridade diminuida → menos secreção de ADH → reduz permeabilidade → urina + diluída; 
❖ Falta de água: aumenta a secreção de ADH → urina concentrada; 
 ADH se liga ao receptor de membrana, que ativa o sistema de segundo mensageiro do AMPc → a celula insere poros de 
agua (AQP2) na membrana apical → reabsorção 
 
EXCREÇÃO DE URINA DILUÍDA 
 
O RIM → manutenção da reabsorção de solutos nos túbulos ao mesmo tempo que deixa de 
reabsorver bastante agua → principalmente os distais finais e coletores (normalmente quase im-
permeáveis à água). Após ingesta de 1L de agua volume urinario aumenta 6x apos 45min, mas a 
quantidade de soluto excretada permanece quase constante 
 Túbulo proximal: equivalente reabsorção entre água e solutos → osmolaridade é pratica-
mente a mesma do plasma (300 mOsm/L) 
 Alça de Henle: maior reabsorção de água progressivamente no ramo descendente → 
hipertônico ao plasma e em equilibrio osmotico com o LI medular → 2 a 4x a osmolaridade do 
filtrado glomerular inicial; 
 Ramo ascendente principalmente segmento espesso → 
muita reabsorção de Na, K e Cl → impermeável a água (indepen-
dente do ADH) → hiposmótico ao plasma → redução da osmola-
ridade até chegar ao túbulo distal → atinge cerca de 100 mOsm/L → um terço da osmola-
ridade do plasma; 
• Túbulos distais e coletores: grande reabsorção de cloreto de sódio → na ausência de ADH é 
impermeável a água → grande diluição da urina nos túbulos → chega a concentração de cerca de 
50 mOsm/L (por ex quando ingere alcool, que inibe o ADH 
 
RESUMO: em rins normais, o líquido que deixa a laça de Henle e o túbulo contorcido distal inicial é sempre diluído, independente do 
ADH presente ou não. Na ausência de ADH, ocorre diluição maior nos túbulos distais finais e nos ductos coletores, além da excreção 
de bastante urina diluída; 
EXCREÇÃO DE URINA CONCENTRADA → a capacidade renal de conservar agua excretando uma urina mais concentrada é essencial 
para a sobrevivencia 
 Perda de água se da através dos pulmões; sistema digestório; pele; rins; 
❖ Rins regulam a concentração da urina para não necessitar de uma ingestão de água 
diária muito elevada → importante para ocasiões de seca prolongada; 
❖ Quando há déficit hídrico → os rins geram urina concentrada por continuar a excretar 
solutos e aumentar a reabsorção de água, diminuindo o volume de urina formado → osmolaridade máxima de 1200 a 1400 mOsm/L; 
• Volume urinário obrigatório: volume necessário para a eliminação de produtos de metabolismo e íons ingeridos; 
OBS: Ocorre desidratação ao beber água do mar quando em falta de grande acesso de água pois na água do mar a concentração de 
cloreto de sódio é em média 1200 mOsm/L, sendo necessário a eliminação de 1 litro de urina para a eliminação desse soluto, se 
ingesto 1L. Mas, além dessa quantidade de urina para a eliminação da água salgada, deve somar a eliminação dos solutos resultantes 
do metabolismo corporal (só de ureia é cerca de 600 mOsm/L), adicionando mais meio litro de liquido que deve ser eliminado. 
Totalizando 1,5 L ao dia → eliminação de 1,5 L para cada 1 L de água do mar ingerida. 
Ex→ pessoa de 70kg, deve excretar 
600mOsm por dia, sendo a capacidade ma-
xima de concentração unirária 1200mOsm 
por L 
 
 
2 
TUTORIAL 08 – CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO 
MÓDULO IV 
KAMILA MARAGNO PERUCH -192 
GRAVIDADE ESPECIFICA DA URINA: utilizada na clinica para medir rapidamente a concentração de solutos na urina do paciente → 
↑concentração da urina ↑ gravidade específica; 
❖ Gravidade especifica urinaria aumenta linearmente com a osmolaridade urinaria; 
 medida a partir do peso dos solutos em dado volume de urina; 
❖ Osmolaridade: número de moléculas de solutos em dado volume de urina; 
❖ Humanos em condições normais: entre 1,002 e 1,028 g/ml; 
❖ Aumento de 0,001 g/ml representa aumento de 35 a 40 mOsm/L; 
❖ Relação entre gravidade especifica e osmolaridade só se altera caso encontre grandes moléculas na urina (como glicose, 
alguns antibióticos) → se ocorrer a relação poderá sugerir urina falsamente concentrada; 
 Medida da gravidade especifica da urina: 
 Utiliza: tiras de papel ou bastões (dispsticks); Maioria dos laboratórios de mede por refratômetro; 
 
Medidas que geram alta concentração urinaria: 
 Níveis altos de ADH → para intensa reabsorção de água; 
 Alta osmolaridade do líquido intersticial medular renal → produz gradiente osmótico em presença de ↑ADH; 
❖ Interstício medular renal: normalmente hiperosmótico → níveis de ADH alto faz a água passar para o interstício e posterior-
mente voltar a circulação sanguínea pelos vasa recta → o processo pelo que o LI na medula fica hiperosmotico é a contracorrente 
 
MECANISMO DE CONTRACORRENTE 
❖ Processo de aumento de um gradiente osmotico do líquido intersticial medular, onde o RD da AH transporta liquido tubular 
do cortex para a medula, e o RA transporta-o na direção oposta 
❖ Depende da disposição anatômica peculiar das alças de Henle (néfrons justaglomerulares) e dos vasa recta, que penetram 
profundamente na medula antes de retornarem ao cortex 
 Osmolaridade do LE em quase todo corpo: 300 mOsm/L (semelhante ao plasma); 
 Osmolaridade do LI medular renal: 1200 a 1400 mOsm/L → alta concentração mantida pelo balanço de entrada e 
saída de água e solutos na medula; 
❖ Fatores que aumentam a concentração de solutos na medula renal: 
 Transporte ativo de Na e cotransporte de K, Cl e outros íons, do ramo ascendente espesso da alça de Henle para o 
interstício medular; 
 Transporte ativo dos íons dos ductos coletores para o interstício medular; 
 Difusão facilitada de grande quantidade de ureia, dos ductos coletores internos para o interstício medular; 
 Difusão de pequena quantidade de água dos túbulos medulares para o interstício medular, em proporção inferior à 
reabsorção de solutos; 
 
PAPEL DA ALÇA DE HENLE que mantem solutos em alta osmolaridade na medula: 
 Permeabilidade de solutos (sódio, cloreto, potássio) por bomba de sódio e potássio ATPase e cotransporte → transporte de 
NaCl gera grandiente osmotico de 200mOsm-L entre o lúmen tubular e o intersticio pela impermeabilidade do ramo espesso 
ascendente, a agua n é reabsorvida e o insterticio fica concentrado 
 Ascendente delgado: impermeabilidade a água, tbm concentra 
 Ramo descendente: permeável à água → entrada de água junto com o soluto pq o intersticio ta concentrado → equilíbrio da 
osmolaridade entre o túbulo e o interstício → osmolaridade do liquido tubular gradativamente se eleva conforme reabs; 
 
Etapas da Geração do Intersticio Hiperosmótico 
1. Inicio da AH → liquido inicial chega isosmótico do TCP → bomba de íons acionada no RAE → redução da concentração 
tubular e eleva do interstício → gradiente de 200 mOsm/L entreambos (limite de gradiente → quando atinge esse valor, há 
difusão paracelular de íons de volta ao túbulo e contrabalança o transporte de íons para fora do lúmen ) 
2. Rápido equilíbrio osmótico atingido no RDE → pela osmose de água para fora → em paralelo, a concentração intersticial 
mantêm 400 mOsm/L pela continua passagem de íons e transporte ativo de NaCl do RAE junto à água 
3. Fluxo adicional de liquido do túbulo proximal para a AH → túbulo proximal tem grande reabsorção de água → ajuda a 
empurrar o líquido hiperosmótico recém formado no ramo descendente para o ascendente; 
4. No ramo ascendente → íons adicionais são bombeados para o interstício → em paralelo com retenção de água no líquido 
tubular → ate o gradiente se manter em 200, mas a osmolaridade intersticial passar para 500 mOsm/L 
5. Novamente o líquido do ramo descendente atinge equilíbrio com o líquido intersticial medular hiperosmótico → pelo transito 
de agua ao intersticio → paralelo com bombeamento de ions do RAE para o interstício 
 
 
3 
TUTORIAL 08 – CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO 
MÓDULO IV 
KAMILA MARAGNO PERUCH -192 
OBS: essas etapas ocorrem repetidas vezes, apresentando efeito real de adição crescente de solutos à medula muito mais do que 
água → com o tempo, gradatvamente retém mais solutos e multiplica o gradiente de concentração estabelecido bela bomba de ions 
pra fora do RAE da AH → elevando por fim a osmolaridade do líquido intersticial para 1200 a 1400 mOsm/L (paralelamente a TODAS 
as etapas ta ocorrendo reabsorção de NaCl, sempre somando com o que chega do TCP) 
 
PAPEL DO TUBULO DISTAL E DUCTOS COLETORES (CORTEX) 
 Liquido deixa a AH e flui para o túbulo contorcido distal inicial no cortex → ja estava 
diluido → passa por diluição maior → osmolaridade de 100mOsm → reabsorção de 
cloreto de sódio → quase impermeável a água 
 No tubulo coletor → o tanto de agua reabsorvida depende do ADH → na ausência torna-
se quase impermeável à água (continua a reabsorção de solutos → diluição ainda maior 
da urina) e na presença há grande reabsorção → vai para o intersticio e é removida 
rapidamente pelos capilares peritubulares 
OBS: o fato dessa grande quantidade de água ser reabsorvida no córtex, e não na medula renal, 
auxilia na conservação da alta osmolaridade do líquido intersticial medular; 
 À medida que o líquido segue pelos ductos coletores ocorre reabsorção hidrica adicinional em pequena quantidade, sendo 
conduzida ao sangue venoso pelos vasos retos 
 Liquido final (urina) fica com osmolaridade próxima a medular (1200 mOsm/L) → mesma quantidade de excreção de solutos 
com maior reabsorção de água para o corpo → compensar deficits hídricas (ADH) 
 
PAPEL DA UREIA 
❖ Importante regulador na concentração urinaria → 40 a 50% da osmolaridade do intersticio medular → 500 a 600mOsm 
❖ É reabsorvida passivamente pelo tubulo, principalmente na presença de ADH 
 Quando o líquido tubular sobe pelo ramo ascendente espesso para os tubulos distais 
→ pouca ureia é reabsorvida por ali ser impermeável a ela → na presençade ADH → 
agua é reabsorvida pelo tubulo coletor cortical → concentração de ureia aumenta 
 Ao fluir pelos ductos coletores medulares → há mais reabsorção de agua → concen-
trando ainda mais → tanto que causa difusão do metabolito para o interstício → via 
proteínas transportadoras de ureia (UT-A3 e UT-A1); 
 Ativadas pelo ADH 
 O movimento simultâneo de água e ureia para fora dos ductos mantém a alta concen-
tração de ureia no liquido tubular e na urina (mesmo com a reabsorção) 
 Dieta rica em proteínas → grande quantidade de produção de ureia → maior 
capacidade de concentração de urina (de forma mais satisfatória); 
 Desnutrição: associada à baixa concentração da ureia no interstício medular → 
diminuição da capacidade de concentração da urina; 
 
 A ureia, à medida que circula dos túbulos finais pro RDD, aumenta sua concentração pela maior 
reabsorção de água → também por ser um pouco secretada passivamente nesse segmento pelo transportador de ureia (UT-A2); 
 O ramo espesso da AH, o tubulo distal e coletor cortical são impermeaveis a ureia → pouca reabsorção 
 Quando há alto nivel de ADH → Aa reabsorção de agua também aumenta a concentração. 
 
Recirculação da Ureia Auxilia 
 Ao fluir para o ducto coletor medular → alta concentração de ureia e dos transportadores → difusão de 
ureia pro intersticio → uma fração dessa ureia se difunde para as porçoes delgadas da AH → e esta 
retorna ao ramo ascendente espesso → retoma o seu circuito entre os túbulos → recirculação → pode 
fazer esse caminho diversas vezes antes da excreção → cada volta aumenta a concentração (mecanismo 
adicional para manter a hiperosmolaridade da medula renal); 
 
❖ Em excesso de água → debito urinário aumenta e a concentração de ureia nos tubulos diminui → 
menor difusão dela no intersticio. 
 menor secreção de ADH → menor reabsorção de água e ureia nos túbulos coletores da medula 
interna → maior excreção de ureia na urina junto com maior excreção de água → aumento do débito urinário; 
 
 
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TUTORIAL 08 – CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO 
MÓDULO IV 
KAMILA MARAGNO PERUCH -192 
PAPEL DOS VASOS RETOS - TROCA EM CONTRACORRENTE 
 Processo pelo qual a água e solutos são passivamente trocados entre o sangue das arteríolas retas e o líquido intersti-
cial da medula renal, por contracorrente 
 Mantém a hiperosmolaridade na medula renal pois 
❖ Fluxo sanguíneo medular é baixo → demanda menos de 5% → fluxo lento o suficiente para suprir as necessidades metabó-
litas e minimizar a perda de solutos do interstício medular 
 fluxo plasmático nos vasa recta descendente e ascendente 10x mais intenso que do fluido tubular no começo do 
ducto coletor medular externo → entra 10x mais plasma que fluido tubular numa mesma região da medula; 
❖ Alta permeabilidade a água → permite que seja possível a remoção de água e solutos do interstício medular também através 
de um mecanismo de troca sem alterar a formação do gradiente de concentração medular e auxiliando a multiplicação que ocorre 
na luz tubular; 
 
 O sangue entra e sai da medula pelos vasos retos, no limite entre o cortex e a medula → são muito permeaveis a solutos, 
exceto proteinas 
 A medida que o sangue desce em direção as papilas, fica mais concentrado → pelo ganho de solutos do instersticio e pela 
perda de agua para o intersticio → ficando com 1200mOsm 
 Ao retornar ao cortex fica progressivamente menos concentrado → solutos se difundem de volta ao intersticio, e a agua aos 
vasos retos 
❖ Os vasa recta não geram a hiperosmolaridade medular, mas evitam sua dissipação; 
❖ Formato em U → minimiza a perda de soluto do intersticio, mas não impede a ultrafiltração pela pressão hidrostática e 
coloidosmótica usuais que favorecem a reabsorção; 
❖ O vasa recta retiram do interstício apenas a quantidade de soluto e água absorvida dos túbulos medulares → alta concentra-
ção de solutos estabelecida pelo mecanismo de contracorrente é preservada 
❖ Existência de receptores V1 e V2 de vasopressina no vasa recta → hormônio também pode regular o fluxo medular → 
estimulação de V1 diminui o fluxo medular e estimulação do V2 aumenta o fluxo; 
 
 
 
 
 
 
 
5 
TUTORIAL 08 – CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO 
MÓDULO IV 
KAMILA MARAGNO PERUCH -192 
MICÇÃO 
Anatomia Fisiológica da Bexiga: 
❖ Câmara de músculo liso, composta de duas partes: corpo e colo; 
❖ O músculo liso vesical é chamado detrusor, e suas fibras estendem-se em 
todas direções, podendo aumentar a pressão até 40 a 60 mmHg, sendo o respon-
sável pelo esvaziamento da bexiga atraves de contração. 
 Celulas musculares com baixa resistência elétrica, para que o poten-
cial de ação seja transmitido por todo músculo; 
❖ Posteriormente há o trígono → onde inferiormente o colo se abre na uretra 
(ápice) e nos ureteres (pontas superiores); 
❖ O trígono possui mucosa lisa, enquanto o resto docorpo, pregueada; 
❖ No colo da bexiga o músculo detrusor possui tecido elástico, sendo chamado aqui de “esfíncter interno” e seu tonus evita a 
saída de urina antes do limiar para gerar a micção. A musculatura desse esfíncter é esquelética voluntária. 
❖ No diafragma urogenital há o esfíncter externo, esquelético, com controle voluntário do SN, inibindo a micção, mesmo 
quando controles involuntários tentam esvaziar a bexiga; 
❖ Tres camadas → tunica mucosa com epitelio de transição e lamina propria (estiramento) → tunica muscular (detrusor e 
esfincteres) → t adventicia → t serosa 
 
❖ Inervação por nervos pélvicos, conectados a medula pelo plexo sacro por S2 
e S3, com fibras sensoriais e motoras. 
 As sensoriais detectam o grau de distensão da bexiga; 
 As motoras são parassimpáticas, terminando em células ganglionares na parede 
da bexiga, com pequenos nervos pós-galglionares inervando o músculo detrusor; 
❖ Há ainda as fibras motoras esqueléticas do nervo pudendo, que são somaticas 
e inervam o esfíncter externo; 
❖ A inervação simpática vem de L2, das cadeias dos nervos hipogástricos, esti-
mulando vasos sanguíneos 
 Na inervação simpática também pode haver nervos sensoriais, que dão sensa-
ção de pelitude e dor; 
Ureteres: 
 A urina que sai dos ductos coletores tem a mesma composição da que chega na bexiga. 
 A urina dos ductos coletores vão para os cálices renais, os distende e aumenta sua atividade de marca-passo, gerando 
peristalse e encaminhando a urina para a pelve renal, ureteres, até chegar à bexiga. 
 Em adultos possui cerca de 25 a 35 cm. 
 Possui músculo liso invervado por fibras simpáticas e parassimpáticas, e plexos intramurais de neurônios e fibras nervosas. 
 A contração perilstática é estimulada pelo SNA-P e inibidas pelo SNA-S. 
 Três camadas de tecido → a túnica mucosa, tem epitélio de transição e uma lâmina própria. O epitélio de transi-
ção podese distender – vantagem para órgão que precisa acomodar um volume variável de líquido. O muco secre-
tado pelas células impede que as células entrem em contato com a urina, cuja concentração de soluto e pH podem di-
ferir drasticamente. 
 Túnica muscular→ camada intermediaria, constituída por camadas longitudinais internas e circulares exter-
nas de fibras musculares lisas. 
 Túnica adventícia → camada de tecido conjuntivo comvasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Ela mescla se 
a tecido conjuntivo e mantém os ureteres em posição. 
 Cada uruter, após adentrar pelo músculo detrusor, cursa 1 a 2 cm obliquamente por baixo da mucosa, antes de seu óstio. O 
refluxo de urina é impedido pelo tonus normal do músculo detrusor. 
 O fluxo para dentro da urina é realizado pelas ondas peristálticas, que “abrem” o canal obturado pelo detrusor. 
 Pode haver casos da distância percorrida pelo ureter dentro do músculo detrusor mais curta, podendo causar refluxo 
vesicoureteral, que pode gerar aumento do calibre dos ureteres ou ainda aumentar a pressão nos cálices renais e 
estruturas da medula renal, causando danos. 
 Há suprimento de fibras nervosas para a dor, gerando dor intensa quando se obstrui. Isso também causa reflexo simpático 
nos rins, causando constrição de arteríolas, reduzindo quantidade de urina produzida, causando redução de líquido na pelve 
renal. Esse reflexo é chamado ureterorenal. 
 
 
 
6 
TUTORIAL 08 – CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO 
MÓDULO IV 
KAMILA MARAGNO PERUCH -192 
MICCÃO 
 Processo de esvaziamento da bexiga quando fica cheia; 
 Inicialmente, se enche até o limiar pela tensão na parede, que gera reflexo da micção que esvazia a bexiga ou causa desejo 
consciente de urinar → reflexo autônomo da medula espinhal, que pode ser facilitado ou inibido por centros no córtex ou 
tronco cerebral; 
Enchimento da Bexiga – Cistometrograma 
 Sem urina na bexiga a pressão interna é de 0 mmHg. 
 Com 30 a 50 mL de urina a pressão é de 5 a 10 cmH2O. 
 Aumento mais acentuado só ocorrerá quando tiver cerca de 300 a 400 mL de líquido na bexiga. 
 Em um cistometrograna gera-se as “ondas de micção”, que são picos periódicos de poucos segundos a 1 minuto, podendo 
aumentar a pressão (em cmH2O) entre poucos centimetros a até mais de 100 cm. Isso é o provocado pelo reflexo da miccão 
 
REFLEXO DA MICÇÃO 
❖ À medida que a bexiga se enche, mais e mais ondas de micção são geradas, além da 
pressão basal. 
❖ Elas são resultado do reflexo dos receptores sensoriais de estiramento na parede vesical 
do colo. 
❖ Esses reflexos são transmitidos pelos nervos pélvicos para os segmentos sacrais, voltando 
à bexiga pelos nn parassimpáticos. 
❖ Com a bexiga parcialmente cheia, essas contrações desaparecem em menos de 1 minuto, 
por causa do relaxamento do detrusor. Conforme enche, os reflexos ficam mais frequenes e causam 
mais contrações. 
 Após iniciado o reflexo de micção, ele é “autorregulativo”. As contrações iniciais ativam a 
geração de mais contrações, até alcançar alto grau de contração. 
 Após 1 minuto, o reflexo começa a se fadigar, o reflexo de micção se interrompe e a bexiga relaxa. 
 Ciclo: aumento rápido da pressão, periodo de pressão sustentada, retorno a pressão basal. 
• Mesmo que não se esvazie a bexiga completamente, os reflexos para outra micção ficam inibidos por cerca de 
alguns minutos a mais de 1 hora. 
❖ O reflexo da micção, quando grande o suficiente, causa outro reflexo para haver relaxamento do esfíncter externo, através 
dos nervos pudendos. 
❖ Se esse reflexo for mais potente que a inibiçao voluntária, há micção. Caso contrário não ocorrerá até que a bexiga se encha 
o suficiente para gerar reflexo maior que o voluntário. 
 
Facilitação ou Inibição da Micção pelo Cérebro: 
 O reflexo da micção é reflexo espinal totalmente autonomo, mas pode ser inibido ou facilitado através do tronco cerebral, em 
centros da ponte; e centros do córtex cerebral (principalmente inibitórios). 
 Os centros superiores normalmente exercem controle final sobre a micção: 
▪ O reflexo de micção fica parcialmente inibido, até que se tenha vontade de urinar. 
▪ Podem evitar a micção voluntariamente através do esfíncter externo, mesmo com o reflexo da micção. 
 Os centros corticais podem auxiliar os sacrais a iniciar o reflexo da micção e inibir o esfíncter externo. 
 A micção voluntária é em geral inicada pela contração dos músculos abdominais, que causa aumento da pressão intravesical 
e leva urina extra até a bexiga e distende as paredes. 
 Isso causa estímulo dos receptores de estiramento, desencadeando o reflexo da micção e inibindo esfíncter externo. 
 O resíduo miccional raramente é maior que 5 a 10 mL. 
ANORMALIDADES 
1. Bexiga Atômica e Incontinência: causado pela destruição de fibras nervosas sensoriais que saem da bexiga, perdendo o 
controle vesical. A bexiga atônica é por lesão na região sacral da medula espinhal, ou por doenças como a sífilis. 
a. Incontinencia por estresse → comum em mulheres → fraqueza dos musculos do assoalho pelvico 
i. Bexiga hiperativa esta relacionada a ansiedade e depressao (estudo) 
ii. O sistema límbico → responsável pelo esvaziamento indesejável da bexiga → em situações de ansiedade 
e estresse os sinais inibitórios do lobo frontal são inibidos e substituidos pelo limbico. 
b. Incontinencia de urgencia → comum em idosos → desejo subito e intenso de urinar, com perda de urina → causado 
por irritação por diversos fatores 
 
 
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TUTORIAL 08 – CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO 
MÓDULO IV 
KAMILA MARAGNO PERUCH -192 
c. Incontinencia por transbordamento → perda de pquenos volumes por algum bloqueio ou contrações da bexiga 
d. Incontinencia funcional → perda por incapacidade de chegar ao banheiro a tempo 
2. Bexiga Automática: causada por lesão espinhal acima da região sacral; os reflexos de micção pode ocorrer, mas sem controle 
do encéfalo. Causa, após algum tempo depois da lesão, esvaziamento vesical periódico não anunciado. Pode haver controle 
da micção porestimulação na pele na região genital. 
3. Bexiga Neurogênica não Inibida: lesão parcial da medula espinhal ou tronco cerebral, que interrompe sinais inibitórios. 
Assim, os sinais excitatórios continuam a existir e estimular a micção com pouco líquido na bexiga, causando necessidade 
de micção frequente. 
 
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL 
 
EXAME DE URINA (EAS, urinálise) 
 A análise do volume e características físicas, químicas e microscópicas da urina (exame dos elementos anormais e do se-
dimento da urina) revela muito sobre o estado do corpo. 
 O volume de urina eliminada por dia em adulto normal é de 1 a 2 ℓ → influenciado por ingesta, PA, osmolaridade, dieta, tempe-
ratura... 
 A água representa 95% do volume total da urina. Os 5% são eletrólitos, solutos derivados do metabolismo e substâncias exóge-
nas → não contendo proteína → solutos típicos encontrados → eletrólitos filtrados e secretados não reabsorvidos, a ureia, cre-
atinina, ácido úrico, o urobilinogênio e pouco de ácidos graxos, pigmentos, enzimas e hormônios. 
 
CARACTERISTICA DESCRIÇÃO 
Volume 1 a 2L em 24H 
Cor Amarelo ou ambar, cor decorrente do urocromo e da urobilina. A urina concentrada é mais escura. A 
coloração é afetada peladieta, medicamentos e certas doenças. Cálculos podem provocar hematúria 
Turvação Transparente quando recém urinada, tornando-se turva em repouso 
Odor Ligeiramente aromática, semelhante a amonia em repouso. A dos diabeticos tem odor frutado decor-
rente dos corpos cetonicos 
pH Varia entre 4,6 e 8 - média 6, variando com a dieta. Hiperproteicas aumentam acidez e vegeta 
rianas a alcalinidade 
Densidade específica Relação entre peso do volume da substancia e o peso de um volume igual de agua destilada. Na urina, 
vai de 1,001 a 1,035. Quanto mais concentrada maior é a densidade 
 
CONSTITUINTE ANORMAL DESCRIÇÃO 
Albumina O excesso na urina – a albuminúria – indica aumento na permeabilidade das membranas de fil-
tração decorrente de uma lesão ou doença, aumento da PA ou irritação das células renais por 
substâncias como toxinas bacterianas, éter ou metais pesados. 
Glicose A glicosúria – normalmente indica diabetes melito. Ocasionalmente é causada pelo estresse, 
que pode provocar a secreção excessiva de epinefrina, que estimula a clivagem do glicogênio 
e a liberação de glicose pelo fígado. 
Hemáceas Hematúria geralmente indica patologia. Uma causa é a inflamação aguda de órgãos urinários 
por uma doença ou irritação por cálculos. Outras causas: tumores, traumatismo, doença renal.. 
Corpos cetonicos Sugestivo de diabetes melito, anorexia, inanição ou muito pouco carboidrato na dieta. 
Bilirrubina Pode indicar algum problema uma vez que quando os eritrócitos são destruídos por macrófa-
gos, o grupo heme é convertido em biliverdina, que é convertida em bilirrubina, o que dá à bile 
a sua principal pigmentação 
Urobilinogenio Produto da degradação da hemoglobina. Pode ser decorrente da anemia hemolítica ou pernici-
osa, hepatite infecciosa, obstrução biliar, icterícia, cirrose, insuciência cardíaca congestiva ou 
mononucleose infecciosa. 
Cilindros São pequenas massas de material que endureceram e assumem a forma do lúmen do túbulo 
em que se formaram, de onde são liberados quando o filtrado se acumula atrás deles. São no-
meados de acordo com o que os compõem ou com sua aparência (p. ex., cilindros leucocitá-
rios, cilindros hemáticos e cilindros epiteliais, que contêm células das paredes dos túbulos) 
Microrganismos O número e tipo de bactérias variam de acordo com a infecção urinária especíca. Uma das 
mais comuns é E. coli. A maioria dos fungos consiste em Candida albicans, causa de vaginite. 
O protozoário mais frequente é Trichomonas vaginalis. 
 
 
 
 
 
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TUTORIAL 08 – CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO 
MÓDULO IV 
KAMILA MARAGNO PERUCH -192 
EXAME DE SANGUE 
 Um deles é a determinação dos níveis sanguíneos de ureia, resultante do catabolismo e desaminação de aminoácidos → 
quando a TFG diminui muito, como pode em caso de doença renal ou obstrução do sistema urinário, os níveis sanguí-
neos de ureia se elevam abruptamente. 
 Outro exame é a determinação da creatinina plasmática, que resulta do catabolismo do fosfato de creatina no músculo 
→ a taxa normal de secreção na urina é igual a sua produção pelo músculo → um nível de creatinina acima de 
1,5 mg/dℓ (135 mmol/ℓ) é uma indicação de má função renal. 
 
DEPURAÇÃO PLASMATICA RENAL 
 É o volume de sangue que é “limpo” de uma substância por unidade de tempo → avaliação de quão efetiva é a remoção pe-
los rins de uma determinada substância do plasma sanguíneo 
 A depuração alta indica excreção eficiente de uma substância pela urina; a depuração baixa indica excreção ineficiente.

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