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GESTÃO, PLANEJAMENTO EM SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL 2 Sumário NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................................3 A INSERÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE ......................4 PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DE PLANEJAMENTO, GESTÃO EM SAÚDE NO BRASIL..........................................................................................................................7 SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE: ESPAÇO DE ATUAÇÃO A PARTIR DO SUS ............................................................................................................................................. 11 SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE DESAFIOS OPERATIVOS ................................ 16 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 21 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 A INSERÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE O assistente social no Brasil atua principalmente no setor público, em diferentes políticas sociais, com destaque à política de saúde, assistência social, educação, habitação, entre outras. No âmbito municipal, a área da saúde ocupa o terceiro lugar em quantidade de profissionais, sendo aos todos dezessete assistentes sociais inseridos nos mais diversos espaços de trabalho e, exatamente, por ser uma das áreas que mais absorve esse profissional é que se faz necessário divulgar e refletir sobre esses campos de atuação. Contudo, o trabalho é construído a partir das experiencias cotidianas dos assistentes sociais na rede de saúde, apresenta brevemente o histórico da inserção desse profissional no campo da saúde, os principais espaços de atuação na rede de saúde descrevendo as principais ações desenvolvidas, bem como alguns desafios encontrados em seu cotidiano. “A saúde foi a área que mais absorveu o profissional de Serviço Social no Brasil a partir da década de 40. Nessa área, a atuação dos Assistentes Sociais se localizou principalmente nos hospitais, sendo o Hospital das Clínicas de São Paulo, com o chamado 5 Serviço Social Médico, o pioneiro na contratação destes profissionais (BRAVO, 1991 apud CORREIA, 2005).” Na década de 60, em plena ditadura militar, o Serviço Social passou por um período de renovação profissional que, de acordo Netto (1998), se deu em três direções: a modernizadora, a reatualização do conservadorismo e a intenção de ruptura. A direção modernizadora tornou-se hegemônica face às exigências do mercado de trabalho e do modelo autocrático da época, sendo que na área da saúde, a perspectiva modernizadora sedimenta a prática profissional na dimensão curativa, dando ênfase às técnicas de intervenção, burocratização das atividades e concessão de benefícios. Na década de 70, mesmo com emergências de novas direções apesar da emergência teórico metodológicas na profissão e do surgimento do Movimento Sanitário. A partir desta data, a renovação do Serviço Social passou a ser direcionada pela vertente da intenção de ruptura, que buscava romper com o tradicionalismo e suas implicações teórico-metodológicas e prático-profissionais (NETTO, 1998). De acordo a Constituição de 1988 e a implantação do SUS, a saúde passa a ser considerada direito de todos e dever do Estado e os princípios da descentralização, da universalização, da integralidade, da participação da comunidade passam a ser diretrizes do novo sistema. Regulamentando o SUS, em 1990, pelas Leis Orgânicas 8.080/90 e 8.142/90 trazendo mais inovações para a área da saúde, com ampliação do conceito de saúde, que passou a considerar fatores como “a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais” (BRASIL,1990) como condicionantes e determinantes da saúde. Que promoveram mudanças na atuação do Serviço Social junto a esta área. “Mudanças internas na profissão influenciaram o exercício profissional do assistente 6 social principalmente através do movimento de reconceituação profissional, consolidando seu projeto profissional baseado nas lutas sociais das classes trabalhadoras na construção de uma nova ordem societária (ABREU, 2004).” Considerada mais tarde pelo Código de Ética profissional de 1993, na Lei que regulamenta a profissão de 1996 e na própria reforma curricular, amparando o projeto. As leis orgânicas de 1990 provocaram mudanças no exercício profissional na área da saúde, porém, o assistente social passa a ter subsídios para realizar seu trabalho na perspectiva da universalidade de acesso e da integralidade da assistência. Logo após a criação do SUS e dos avanços trazidos pelo mesmo, os campos de atuação do assistente social têm ampliado gradativamente e cada vez mais esse profissional é chamado para atuar nas políticas públicas realizando intervenções que sejam alternadas e orientadas pela noção de direito social. Com o passar dos tempos, a crise da gestão da saúde não constitui nenhuma novidade. Nesses 20 anos do Sistema Único de Saúde (SUS), e nos anteriores, mesmo quando saúde era apenas um serviço no âmbito da previdência social, ela sempre esteve presente. Tendo parecer que saúde, gestão pública, sempre andam de mãos dadas, e nas páginas dos jornais. Portanto a crise nunca deixou de existir, por outro lado é inegável dizer que de crise em crise a saúde avançou de maneira notável com a Constituição reconhecendo-a como um direito público subjetivo, e os 5.564 municípios brasileiros e 27 estados organizando, em rede, os serviços de saúde. 7 PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DE PLANEJAMENTO, GESTÃO EM SAÚDE NO BRASIL O planejamento e gestão no Brasil, considerando as diversas conjunturas políticas e acadêmicas, concluem que esta produção é marcada pelos desafios que exigem não só conhecimento técnicocientífico, mas também militância sociopolítica. Nas diferentes fases em que os temas são apresentados segundo novos desafios na trajetória política, fortemente marcada pela Reforma Sanitária e suas diferentes fases de implementação. Outros autores assinalam a existência de quatro correntes de planejamento/gestão em saúde, que não deixam de estar marcadas pelos desafios prático-teóricos e diversidade de influências teóricometodológicas: Segundo a gestão estratégica do Laboratório de Planejamento (LAPA) da Faculdade de Medicina de Campinas defende um modelo de gestão colegiada e democrática, com as seguintes premissas: • forte autonomia, • colegiados de gestão, 8 • comunicação lateral e ênfase na avaliação para aumentara responsabilidade. Propõe a utilização de uma "caixa de ferramentas", que inclui o pensamento estratégico de Testa, o planejamento estratégico-situacional (PES) de Matus, elementos da qualidade total, da análise institucional, e outros. O modelo critica a proposta piramidal de hierarquização de serviços em prol do modelo do círculo, que ressalta a coordenação horizontal entre todos os níveis da rede e a centralidade da rede básica de atendimento. Mais recentemente, incorpora, a partir da Saúde Mental, os conceitos de acolhimento e vínculo, ligados à política de humanização. Que vem crescendo e preocupada com os microprocessos de trabalho assistencial, a escola introduziu novos instrumentos de análise, como os fluxogramas analisadores. (2) De acordo o planejamento estratégico comunicativo, representado por núcleos da ENSP/Fiocruz, com base na teoria do agir comunicativo (TAC) de Habermas, resgata aspectos comunicativos do planejamento estratégico-situacional, mas não se limita a ele. Incorpora um enfoque de planejamento/gestão estratégica de hospitais e desenvolve uma reflexão sobre componentes de uma gestão: • pela escuta, • como a liderança, • práticas de argumentação, • negociação, 9 • dimensão cultural, redes de conversação, com alguma influência da escola da organização que aprende e da filosofia da linguagem aplicada à gestão organizacional. Representa uma crítica ao paradigma estratégico. Também é necessário destacar que a contribuição da ENSP/Fiocruz não se limita ao grupo do "planejamento estratégico comunicativo" referido por Mehry. Destaca se pela importância que tem sido feito por pesquisadores que buscam aplicar o referencial da psicossociologia à gestão organizacional e ao desenvolvimento das capacidades de liderança. (3) Nesta corrente da Vigilância à Saúde, representada por um grupo heterogêneo do ponto de vista geográfico e institucional, postula um modelo de vigilância à saúde que propõe pensar numa inversão do modelo assistencial. Tendo em vista que o modelo combate a velha atomização dos programas verticais da Saúde Pública e defende a necessidade de integração horizontal dos seus vários componentes. A maior parte possibilidade de coordenação se apoia na aplicação do PES no processamento de problemas transversais. A Vigilância à Saúde se caracterizaria por este tipo de integração, mas também pela busca de uma atuação intersetorial, na linha da promoção à saúde, que seria o paradigma básico da vigilância, alternativo ao paradigma flexneriano da clínica. Contemplaria como um dos seus alicerces assistenciais a rede básica de atendimento e primordialmente o modelo de médico de família. Uma das principais contribuições da escola é a proposta de sistemas de microregionalização solidária, como célula de um sistema regionalizado que avance na possibilidade de constituir sistemas integrados de saúde por oposição aos sistemas fragmentados. A este respeito, é importante destacar a contribuição de Mendes no planejamento e montagem de redes de atenção à saúde. 10 (4) Segunda a escola da ação programática da Faculdade de Medicina da USP destaca-se pela ênfase a formas multidisciplinares de trabalho em equipe. Sustentando a necessidade de uma abertura programática por grupos humanos amplos, para além de um recorte por patologias. Enseja assim condições para uma abordagem mais integrada e coordenada do atendimento. Acrescenta como tal na escola da vigilância, uma importância crucial ao uso inteligente da epidemiologia clínica e social, como disciplina útil na possibilidade de programação das práticas de serviços, incluindo os clínicos. Visto que alguns autores, da mesma forma que a corrente da ENSP, mostram uma preocupação importante pelo ramo da filosofia da linguagem dentro da vertente comunicativa de Habermas. Onde a busca da integração entre serviços básicos e hospitalares depende basicamente do estabelecimento de processos comunicativos. Esta escola tem se diferenciado, ainda, pelas reflexões sobre o processo de trabalho em saúde. Segundo a análise de Schraiber sobre as características do trabalho médico, enquanto um duplo técnico e humano: um saber e uma forma de intervenção tecnológica e uma forma de interação ou de agir comunicativo. Um destaque importante, é a contribuição específica do Instituto de Medicina Social da UERJ, referente ao desenvolvimento de um laboratório de integralidade, que inseriu um grande volume de trabalhos sobre o tema na área de gestão de redes em Saúde . 11 SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE: ESPAÇO DE ATUAÇÃO A PARTIR DO SUS As inovações influenciaram na superação do modelo centrado na doença e nas ações curativas e na construção de um novo modelo de assistência à saúde, voltado para sua promoção. O novo modelo requisitou um trabalho multiprofissional e com isso, o assistente social passou a ter maior importância na área da saúde (CORREIA, 2005), exigindo um profissional capacitado para atuar nas múltiplas expressões da questão social originadas nas relações sociais que afetam a saúde. É a partir dessa compreensão que o profissional de Serviço Social passa a ser contratado como um dos promotores na consolidação do SUS e de seus princípios e como articulador da saúde com as demais políticas públicas. O NASF foi criado em janeiro de 2008 com o objetivo de ampliar a abrangência e a finalidade das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade. Considerando sua inserção em apoiar Estratégia de Saúde da Família (ESF) na 12 rede de serviços e no processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica. Integrante da Política Nacional de Atenção Básica (Portaria GM nº 2.488/2011) o NASF deve ser constituído por profissionais de diferentes áreas de conhecimento que atuam diretamente no apoio às equipes de saúde da família e nas unidades nas quais o NASF está cadastrado (BRASIL, 2011b). No ano de 2012, com a Portaria GM nº 3124/2012, o NASF passou a ser referência para no mínimo cinco equipes de saúde da família e no máximo nove, ampliando o número de NASF existentes nos municípios Destacando o NASF, não é porta de entrada do Sistema Único de Saúde, atuando de forma integrada com as equipes nas demandas identificadas por elas. Sendo assim, utiliza-se de instrumentos como o matriciamento ou apoio matricial, que se caracteriza por ser “um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógicoterapêutica” (CHIAVERINI, 2011, p.13). De acordo a proposta integradora visa transformar a lógica tradicional – verticalizada – dos sistemas de saúde: encaminhamentos, referência e contra referencias, protocolos, etc., por uma lógica verticalizada, rápida e eficaz de ampliar o campo de atuação das equipes de saúde da família e qualificar suas ações. O Assistente Social deve desenvolver suas ações de acordo com as demandas, destacando-se: • o matriciamento com as equipes de saúde da família mensalmente; • atendimentos individuais; • familiares e comunitários (em consultório ou através de visitas domiciliares) realizado pelo profissional ou em conjunto com as equipes de saúde da família; • apoio a grupos do Centro de Saúde ou programas e projetos da SMS; • realização de grupos específicos ou multiprofissionais; 13 • realização de ações de articulação intersetorial e elaboração e atualização da rede de apoio municipal ou local; elaboração de estudos e pareceres sociais. Conforme o Ministério da Saúde o CAPS é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais cuja severidade e/ou persistênciajustifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. ‘’Como o objetivo dos CAPS em oferecer atendimento à população, por meio do acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários (BRASIL, 2004)” Segundo o Ministério da Saúde o CAPS é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. É um trabalho intersetorial e de articulação em que os CAPS estão inseridos, buscam fortalecer os vínculos sociais dos usuários em seu território, acolhendo e prestando os devidos cuidados assistenciais às pessoas com transtornos mentais severos e seus respectivos familiares. Estes Centros de Atenção Psicossocial diferenciam-se entre si, pela área de abrangência e particularidades do público alvo. Nesse sentido, subdividem-se em CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi, CAPSad e CAPS Ad III. 14 Destacando as principais ações desenvolvidas pelo profissional de Serviço Social nos CAPS’s são: • acolhimento, avaliação inicial, assembleias de profissionais, usuários e familiares; • visitas domiciliares e institucionais; • realização de estudos de casos com a equipe técnica e com a rede intersetorial; • estudos socioeconômicos; • encaminhamentos para diversos setores públicos, privados e não governamentais; • elaboração de relatórios e pareceres; • participação em reuniões internas e externas; • atendimento individual e familiar; participação em oficinas e grupos terapêuticos; • contatos e articulações com a rede de assistência social, previdência, saúde, educação, justiça, habitação dentre outras. Foram criadas Unidades de Pronto Atendimento integrantes da rede de atenção de média complexidade pelo Ministério da Saúde com o objetivo de melhorar o atendimento de urgência e emergência à população. Como o atendimento oferecidos nas Unidades Básicas de Saúde não têm suporte para atender, ao mesmo tempo em que desafogam as portas de urgência hospitalares, atendendo situações de média complexidade. Ou seja, de acordo a Portaria nº 342, de 04 de março de 2013, a UPA 24h é um estabelecimento de saúde de complexidade intermediária situado entre a Atenção Básica de Saúde e a Atenção Hospitalar (BRASIL, 2013). A demanda dos usuários no serviço é espontânea, sendo atendida toda e qualquer pessoa que necessite de atendimento urgente e emergencial 24 horas por 15 dia. A prioridade de atendimento é realizada por acolhimento de acordo com o Protocolo de Classificação de Risco do Ministério da Saúde e conforme a gravidade da situação. As principais ações desenvolvidas são: • atendimento individual e familiar, realização de estudos de caso com a equipe técnica, articulação com a rede de assistência à saúde • (Atenção Básica, Média e Alta Complexidade), Previdência Social (INSS), com a rede de apoio socioassistencial • (Organizações Governamentais e Não Governamentais), educação, participação em reuniões, cursos, eventos, entre outros. Para assistente social que atua nas Upas são encontrados alguns obstáculos em seu processo de trabalho, como por exemplo, as condições éticas e técnicas de trabalho (sigilo, infraestrutura), a ausência de transporte social e alimentação para os usuários do serviço, o entendimento por parte da equipe do papel do assistente social nos serviços de Urgência e Emergência e relacionados à Alta Social. Intervir na conduta de inserção do assistente social no campo da saúde e dar visibilidade à sua atuação, articulando a ação profissional com os preceitos da Reforma Sanitária e com as diretrizes do SUS, torna-se fundamental diferenciar a profissão nessa área de atuação. Isto subsidia a ação do profissional com as equipes interdisciplinares e favorece o atendimento de qualidade à população usuária do SUS. 16 SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE DESAFIOS OPERATIVOS Retratando a intersetorialidade especificamente no plano da assistência à saúde, considera-se que ela permite a ressignificação das práticas em saúde e a construção de processos coletivos de trabalho. Portanto, há a necessidade de integrar práticas e saberes, de modo a contemplar a complexa realidade e fazer frente a um Estado setorializado, permeado por poderes disciplinares e poderes de composições adversários, ou seja, políticos partidários, a verticalização e hierarquização, bem como os corporativismos. Sendo assim, os conceitos operacionais/mediações, baseiam as ações viabilizando o direito social à saúde, de acordo com as demandas. Ou seja, como condutor o fazer profissional incorporando esses conceitos mediadores a partir da lógica da determinação social do processo saúde-doença em sua prática. Como operar a Política Nacional de Saúde entendida não como um dispositivo nela mesma, mas no interior de um marco mais amplo que se fundamenta na determinação social, ampliando, qualificando as ações dos profissionais no processo saúde-doença, dos assistentes sociais. 17 Ao serem inseridos tanto no campo da saúde, como em outras áreas os assistentes sociais têm se tornado multiprofissionais. Tal inserção, segundo as observações de Nogueira (2003, 2003a) e Mioto (2007), tem sido marcada tanto pelos processos societários em curso, como pela própria condição da profissão. “Quando pautada, predominantemente, no nível teórico-discursivo e sem uma vinculação explícita do trânsito entre teoria/prática no debate corrente na área da saúde, a tendência é o ostracismo do profissional. Em ambos os casos o reconhecimento da profissão é sensivelmente diminuido, ao mesmo tempo em que se restringe o impacto que o projeto profissional poderia ter na articulação e na condução do trabalho da equipe (Mioto, 2006; 2007).” 18 Entretanto os elementos, também são estruturantes da ação profissional, a saber: os objetivos -- definidos a partir das demandas/necessidades dos usuários/sujeitos e do espaço sócio ocupacional -- e as abordagens para a aproximação com a realidade e com os sujeitos destinatários da ação. Ou seja, um assistente social, através das demandas postas pelos sujeitos, sejam elas de caráter coletivo ou singular, assumindo como horizonte para suas ações e localizando seu espaço sócio ocupacional, define tanto o objetivo como o caráter da ação a ser empreendida. Compreendem se, as ações profissionais que expressam toda a formulação teórica, ética e técnica da profissão, reafirmando que não podem ser vistas de forma isolada. Portanto, as ações profissionais se articulam em diferentes processos à medida que se aproximam ou se diferenciam, entre si, direcionam à composição de diferentes níveis de respostas para as demandas colocadas aos assistentes sociais. “Nessa perspectiva, as ações profissionais estão atreladas à construção da integralidade e da participação social em saúde, através da integração dos três processos. Eles possibilitam o trânsito tanto entre os diferentes níveis de atenção em saúde quanto entre as necessidades individuais e coletivas, à medida que as ações profissionais estão, direta ou indiretamente, presentes em todos os níveis de atenção e de gestão. (Mioto; Nogueira, 2006; Mioto; Lima,” 2009). Sobre os processos político-organizativos, são configurados pela articulação de ações profissionais que tem a função de dinamizar e instrumentalizar os processos participativos, visando a construção de novos padrões de sociabilidade. Seguido pela premissa da democratizaçãodos espaços coletivos e pela criação de condições para a prazo. Entre as ações que compõem esse processo, destaca-se a mobilização e a assessoria. Estas têm o potencial de, efetivamente, viabilizar a concepção de promoção da saúde, à medida que podem contribuir na organização da população, enquanto sujeito político capaz de inscrever 19 suas demandas na agenda pública. Ou seja, os sujeitos privilegiados dessas ações os conselhos de direitos e os movimentos sociais. Contam com os processos de gestão e planejamento correspondem ao conjunto de ações profissionais desenvolvidas no nível de gestão do SUS, no âmbito das instituições e serviços de saúde, no planejamento de serviços sociais e para a sistematização das ações profissionais. Destacando no âmbito da gestão e do planejamento as ações, sendo destinadas à construção da intersetorialidade. Elas atuam na criação de protocolos entre serviços, programas e instituições no conjunto das políticas sociais, e constituem a base para o trabalho do assistente social, e também da equipe de saúde educativas, “consistem em um movimento de reflexão entre profissionais e usuários que, através da informação e do diálogo, buscam alternativas e resolutividade para as demandas e necessidades dos usuários” (Mioto; Nogueira, 2006). De acordo com os processos sócio-assistenciais que incluem ações de diferentes naturezas, por estarem em constante interação, nem sempre são identificadas nas suas especificidades. Em seu diferencial consideram algumas particularidades, entre elas são: • as ações periciais; • as ações sócio emergenciais; • as ações sócio terapêuticas; • as ações socioeducativas; “As ações periciais, têm por objetivo elaborar pareceres técnicos com a finalidade de subsidiar a decisão de determinados órgãos ou profissionais para concessão de equipamentos, benefícios, prestação de serviços, dentre outros; as ações sócio emergenciais visam atender as demandas que estão relacionadas às necessidades básicas e de urgência dos usuários e de suas famílias (cesta básica, serviço funerário, dentre outros) e de violação de direitos; 20 as ações sócio terapêuticas implicam em apoio diante de situações de sofrimento individual e/ou grupal vividas pelos usuários e/ou familiares, particularmente em momentos críticos (mortes, recebimento de diagnósticos, acidentes), bem como a realização ou participação em ações terapêuticas, especialmente vinculadas à área da saúde mental; as ações socioeducativas “consistem em um movimento de reflexão entre profissionais e usuários que, através da informação e do diálogo, buscam alternativas e resolutividade para as demandas e necessidades dos usuários” (Mioto; Nogueira, 2006). Desta forma abre possibilidade em três dimensões. Primeiro, ampliar o conhecimento sobre as práticas do assistente social no campo da saúde nos parâmetros profissionais, considerando a favor a qualificação e inserção no debate da saúde. Favorecer igualmente os resultados esperados da ação em si, conferindolhe maior coerência e respondendo às demandas que lhes são postas nesse campo. Considerando em contribuir para a materialização dos ideais da Reforma Sanitária e do Projeto Ético-Político do Serviço Social, em transformar as ações profissionais cotidianas em desafios teóricos e operativos. projetos outros não com disputa sanitários que contemplem os valores postos pelos princípios éticos da profissão. dos sujeitos envolvidos nesse potencial em Tendo vista o respeito ao político as processo, de acordo neces sidades médio de aquelas e longo imediatas e 21 REFERÊNCIAS NOGUEIRA, V. M. R. O Serviço Social na área da saúde. Palestra proferida na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre. Porto Alegre. 2003. _______;NOGUEIRA, V. M. R. Sistematização, planejamento e avaliação das ações dos assistentes sociais no campo da saúde. MOTA, A.E. et al (Org) Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. São Paulo: OPAS, OMS, MS, Cortez Editora, 2006, pp. 273-303 ______. Processo de construção do espaço profissional do assistente social em contexto multiprofissional: um estudo sobre o Serviço Social na estratégia Saúde da Família. Relatório Final CNPq. Florianópolis: UFSC, 2007. MIOTO, R. C. T. Processo de construção do espaço profissional do assistente social em contexto multiprofissional: um estudo sobre o Serviço Social na Estratégia Saúde da Família. Projeto de Pesquisa: UFSC/CNPq. Florianópolis. 2004. ______. O Assistente Social no espaço da Estratégia Saúde da Família. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM SERVIÇO SOCIAL, XI, 2004a, Porto Alegre. 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Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf Acesso em: 08 de junho de 2013
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