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Relacionamento Profissional Interdisciplinar em Saúde-aula 4

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DESCRIÇÃO
O processo de desenvolvimento das habilidades sociais e sua relevância na construção de
relações competentes socialmente.
PROPÓSITO
Compreender o conceito das habilidades sociais e a sua aplicabilidade na construção de
relações interpessoais, que possam promover a construção de estratégias que conduzam à
excelência nos relacionamentos com gestores, pares e clientes.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever conceitos gerais das habilidades sociais
MÓDULO 2
Identificar os paradigmas do trabalho em equipe
MÓDULO 3
Reconhecer o impacto das diferenças entre multidisciplinaridade e interdisciplinaridade na área
de saúde
INTRODUÇÃO
Discutiremos um tema bastante complexo que envolve as questões humanas, os
relacionamentos, mais especificamente, o relacionamento profissional. Vamos abordar o
desenvolvimento das habilidades sociais, dando ênfase às relações profissionais, e entender
que, quanto mais competentes socialmente formos, mais produtivos seremos. Posteriormente,
vamos apresentar de que maneira trabalhamos em equipe, e que pessoas, pensando de forma
diferente, ou não, podem ser produtivas. Vamos também falar dos desafios da
multidisciplinaridade e transdisciplinaridade. Afinal, qual a diferença e por que, às vezes, é tão
complexa essa interface de saberes? Com foco na construção do nosso conhecimento, o
conteúdo foi dividido de forma a organizar a trajetória que nos levará progressivamente ao
ponto central dos relacionamentos interprofissionais em saúde.
MÓDULO 1
 Descrever conceitos gerais das habilidades sociais
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
HUMANO
O processo do desenvolvimento humano acontece a partir de três dimensões:
FÍSICA
Refere-se ao nosso corpo.
COGNITIVA
Associada à nossa capacidade de aprendizagem.
PSICOSSOCIAL
Relacionada ao nosso comportamento, estado emocional e relacional.
Quando nascemos, cada um de nós começa a viver em um contexto de vida diferente e isso
influencia o nosso desenvolvimento. O início se dá na infância, momento de grande
importância no ciclo de vida. Nossas primeiras experiências possuem uma força que impacta
as próximas fases do nosso ciclo vital, ou seja, adolescência, fase adulta e velhice.
 EXEMPLO
Para compreender essa ideia, pense em uma criança que viveu sua infância em um contexto
de guerra, ela terá uma visão de mundo diferente de uma que nunca esteve em uma situação
como essa. Nesse caso, estamos falando de uma influência histórica, de um tempo, e isso nos
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ajuda a entender as diferentes formas de percepção de cada um. Para reforçar essa ideia,
apresenta-se outra situação: existem crianças que vivem em lares acolhedores, outras não têm
essa oportunidade. Portanto, suas percepções com relação à estrutura familiar serão
diferentes.
Essas informações são importantes, porque nos ajudam na compreensão de como
construímos nossa realidade psíquica e as habilidades sociais. Primeiramente, vamos
compreender por que pensamos diferente dos outros. Nossa visão de mundo se organiza a
partir dos estímulos captados através de nossos sentidos: olfato, paladar, tato, visão e audição.
Eles conectam nosso mundo interior com o exterior, até este momento do processo senso-
perceptivo, estamos falando de algo semelhante para todos nós.
Quando as informações captadas são processadas pelas funções cognitivas, cada um cria sua
realidade interna, tendo uma percepção de si mesmo, do outro e do mundo. Expressamos
nossos pensamentos e nossas emoções de forma única, selecionamos fatos diferentes de uma
mesma experiência para memorizar de acordo com aquilo que damos mais atenção; formas de
aprendizagem vão se diferenciando, mesmo quando estamos falando de gêmeos idênticos.
 ATENÇÃO
Vale ressaltar que esse processamento acontece mais rápido que um piscar de olhos.
Nosso desenvolvimento biopsicossocial ocorre a partir do nosso temperamento (biológico), ou
seja, características inatas, que são potencializadas, ou não, pelo meio (ambiente) em que
estamos inseridos. Fazem parte desse meio: a família, a escola, a cultura, as regras e valores
de uma sociedade.
HABILIDADES SOCIAIS E A COMPETÊNCIA
SOCIAL
As informações adquiridas do meio externo têm uma relevância na construção de quem somos.
O desenvolvimento ou potencialização de nossas habilidades sociais está diretamente ligado a
esses estímulos. A partir de agora, vamos considerar a importância dessa influência nas
relações profissionais e no alcance da competência social.
Almir Dell Prette e Zilda Del Prette são pesquisadores e referências no estudo das habilidades
sociais (HS), por isso, vamos utilizar seu conceito de HS como norteador para a compreensão
de sua importância nas relações humanas, principalmente, no meio profissional.
AS HABILIDADES SOCIAIS CONSTITUEM CLASSES
ESPECÍFICAS DE COMPORTAMENTO PRESENTES NO
REPERTÓRIO DE UM INDIVÍDUO QUE LHE PERMITEM
LIDAR DE FORMA COMPETENTE COM AS DEMANDAS
DE SITUAÇÕES INTERPESSOAIS, FAVORECENDO UM
RELACIONAMENTO SAUDÁVEL E PRODUTIVO COM
OUTRAS PESSOAS.
(DELL PRETTE, 2005)
Durante as interações sociais, temos a oportunidade de desenvolver nossas habilidades
sociais. De que maneira?
 EXEMPLO
Nossos pais, às vezes, diziam: “não pegue o brinquedo do seu amigo sem pedir”, ou “espere
sua vez, ele está falando”, ou ainda “você é capaz, tente, estou aqui!”. Essas orientações são
formas de ajudar na construção do repertório mencionado por Almir e Zilda Dell Prette. Falas
como essas causam impacto na construção da autoestima, da segurança, da tolerância,
empatia e de tantas outras habilidades necessárias para que nossas relações possam ser
saudáveis e produtivas.
A qualidade de nossas primeiras relações com o ambiente que nós desenvolvemos afetará
essa construção. Porém, essa não é uma posição determinista, afinal, temos nosso
temperamento, que é inato, sendo possível a mudança de percurso apesar de um começo
difícil.
 EXEMPLO
Duas crianças de uma mesma família são criadas em situações adversas, uma delas consegue
ressignificar sua história e construir relações saudáveis e produtivas, enquanto a outra não.
Na prática, isso funciona a partir do processo educacional e da qualidade das relações que
estabelecemos desde que nascemos. Se somos nutridos psicológica e emocionalmente,
conseguimos construir relações produtivas que trazem qualidade de vida e desenvolvimento
pessoal. Quantos de nós não ouviu alguém dizer “minha infância foi difícil, mas meus pais
souberam nos educar. Faltava comida, mas amor não”. Não são as faltas materiais que
causam mais danos, mas, sim, as afetivas.
 ATENÇÃO
Vale ressaltar que “amor” também se refere a limites para que a capacidade de tolerância
possa ser exercitada, pois ela será muito útil no futuro.
Já sabemos como construímos as HS no nosso repertório, agora, vamos descobrir como as
utilizamos. No dia a dia, vivemos a todo instante demandas/situações que exigem de nós
escolhas e posicionamentos, porém, a qualidade dessas repostas e seus resultados é o que
define nossa competência social. Para responder a uma determinada demanda, o primeiro
passo é a compreensão do que está sendo solicitado. Então, antes de tudo, é preciso estar
atento e disponível a se auto-observar e observar o que está ao nosso redor. Uma leitura
equivocada da demanda pode transformar o indivíduo em um incompetente social. Sendo
assim, os pontos que podem atrapalhar uma boa interpretação do ambiente são: a ansiedade e
as crenças errôneas, ou seja, aquilo que pensamos de nós mesmos, do outro e do mundo que
são desajustadas da realidade, o contexto e o emocional.
Com essa clareza e com um bom repertório de habilidades sociais, você terá muito mais
possibilidades de responder adequadamente à demanda solicitada, atingindo seus objetivos e
estabelecendo relações interpessoais saudáveis e produtivas. Isso o levará, em relação às
exigências do mercado, a um patamar diferenciado, uma vez que, atualmente, são cada vez
mais requeridasas capacidades de trabalho em grupo, sob pressão, liderança, assertividade e
outras tantas habilidades.
 SAIBA MAIS
A boa notícia é que, mesmo se você ao longo do seu desenvolvimento não tenha tido a
oportunidade dessa construção, por diversos motivos, isso ainda é possível a qualquer
momento. Somos seres dinâmicos e em constante desenvolvimento. Porém, é necessário
conhecer suas fragilidades e trabalhar para superá-las. Outro ponto importante é estabelecer
contato com suas potencialidades para fazer bom uso delas!
Partindo para o universo organizacional, vamos utilizar o conceito proposto por Idalberto
Chiavenato, reconhecido por suas contribuições na área da administração e recursos
humanos.
Organização é como um sistema de atividades conscientemente coordenadas de dois ou mais
indivíduos. A cooperação entre eles é essencial para a existência da organização
(CHIAVENATO, 1998).
Em uma organização, lidaremos com diversas realidades psíquicas, ou seja, várias pessoas
que cresceram construindo suas percepções de acordo com seu temperamento somadas ao
meio em que viveram. Todos os funcionários de uma instituição chegaram ao mundo adulto e
do trabalho com fragilidades e potencialidades, com óbvias diferenças. Isso exige de nós, seres
sociais, um conjunto de comportamentos que nos permitem atingir a competência social, que é
responder de maneira adequada à demanda que nos foi solicitada.
Vamos exemplificar uma situação para fechamento dos conceitos analisando como a
dificuldade na leitura do ambiente pode prejudicar a utilização de boas estratégias, nos
tornando incompetentes socialmente.
O funcionário chega atrasado para reunião. Entra fazendo barulho, interrompe as pessoas para
participar, utiliza palavrões na sua comunicação. Quando um colega lhe dá um feedback, ele se
espanta e diz: “Que isso! Não vejo nada demais no meu comportamento”.
Análise da situação:
Chegar atrasado, a princípio, não seria um problema, mas se for recorrente não é um
bom sinal.
Ao entrar em uma reunião atrasado, a melhor estratégia é, metaforicamente falando, a
invisibilidade e a discrição.
Utilizar palavrão, nesse momento, demonstra não ter capacidade de decodificar
contexto: no jogo de futebol, tudo certo; em uma reunião, não cabe.
Interromper a fala de alguém, sem ser um caso extremo, demonstra ansiedade, falta de
tempo de escuta.
Momento feedback , ele não consegue reconhecer suas ações, porque, dentro das suas
crenças, tudo isso é muito normal. Denominamos de crenças errôneas.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Vamos agora conhecer algumas classes específicas dos comportamentos que compõem o
repertório de habilidades sociais de um indivíduo.
AS HABILIDADES SOCIAIS NA
COMUNICAÇÃO PROFISSIONAL
CLASSES ESPECÍFICAS DE HABILIDADES
SOCIAIS
Como já sabemos, ao longo de nossas experiências iniciadas na infância, construímos nosso
repertório de habilidades sociais, que se organizam em classes específicas de
comportamentos, à medida que surgem as demandas ou situações que precisem de uma
resposta. Quando essas habilidades são acionadas, o ideal é que tenhamos um repertório rico
em possibilidades. Dessa forma, temos à nossa disposição uma quantidade muito maior de
estratégias a serem utilizadas para a solução do problema.
 ATENÇÃO
Caso o repertório seja empobrecido, é possível que esse indivíduo apresente grandes
dificuldades em resolver da forma esperada o problema, sendo avaliado como incompetente
social. A falta de possibilidades será um fator de risco, podendo comprometer a visão ampla
diante da situação/problema.
Para o campo das relações profissionais, vale a pena a reflexão de que, atualmente, o
mercado tem demandado profissionais que, além da capacidade técnica, agreguem com suas
habilidades humanas. Assim, é estabelecida uma relação de proximidade, confiança e vínculo
com o cliente, com seu gestor, fornecedores e pares. O motivo dessa valorização
provavelmente deve-se à quebra na barreira da comunicação em um mundo globalizado, no
qual o nível de competitividade aumentou, assim como a possibilidade da preparação técnica.
Em outras palavras, diante desse cenário, todos nos perguntamos: como fazer a diferença? A
resposta estaria relacionada à busca de potencialidades humanas. Vamos mencionar algumas
delas.
COMUNICAÇÃO VERBAL
Começamos com a habilidade social da comunicação verbal que se refere à capacidade de
expressar seus pensamentos e emoções de forma clara e objetiva, mas também envolve uma
escuta disponibilizada a ouvir o que o outro tem a dizer. A nossa comunicação também pode
ser não verbal, ou seja, nossos pensamentos e sentimentos são manifestados pela expressão
do nosso corpo, principalmente, nossas expressões faciais, o que requer de nós um cuidado na
hora de nos comunicarmos. Imagine você diante do cliente vendendo um produto ou realizando
atendimento, controlando sua fala, porém, suas expressões faciais dizem tudo que está
pensando dele, e isso não é lá coisa boa! A chance dessa relação interpessoal ter êxito
começa a ficar comprometida.
ASSERTIVIDADE
Outra HS importante refere-se à assertividade. Muitas vezes, temos dificuldade de colocar
nossas opiniões e expressar nosso conhecimento no trabalho e assumimos uma atitude
passiva. Assim, nos omitimos e perdemos uma oportunidade de venda ou mesmo de uma boa
troca de saberes com os nossos pares. Em outros casos, a postura intempestiva e agressiva
também não favorece as relações. O ideal é o posicionamento claro, expressando exatamente
o que se pretende com foco, de forma calma, objetiva e assertiva.
EMPATIA
No contexto capitalista, a tendência é o individualismo, portanto, quando encontramos alguém
com uma HS empática, isso normalmente produz um diferencial. Empatia significa ter a
disponibilidade para estar com o outro na sua experiência através da escuta.
RESILIÊNCIA
A resiliência também é bem-vinda, pois o profissional que tem a capacidade de compreender e
se adaptar a situações que saem do controle não desanima frente aos obstáculos.
RECEBER CRÍTICAS
Parece fácil, mas, para algumas pessoas que crescem com crenças errôneas, receber uma
crítica é muito difícil. Quando falamos em críticas, pensamos em algo que desqualifica, porém,
a crítica é importante para o nosso crescimento. Na maioria dos casos, o problema não é o
conteúdo, mas a maneira como é passado.
RECEBER ELOGIO
Para outros, o problema está em receber elogio, já que, muitas das vezes, a pessoa considera
que isso é desnecessário, afinal, não fez mais que a obrigação. No entanto, dar e receber
críticas e elogios não nos fazem melhores, tampouco piores do que ninguém, porque somos
únicos, não se esqueça disso!
COMPARAÇÃO
A comparação não é saudável, pense em você e nas suas potencialidades, e as use a seu
favor. Em relação às habilidades que julgar frágeis e que podem comprometer seus
relacionamentos, busque uma maneira de fazer com que elas não atrapalhem sua caminhada
profissional.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Identificar os paradigmas do trabalho em equipe
TRABALHO EM EQUIPE: SURGIMENTO,
CONCEITO E ESTRUTURA
O trabalho em equipe surge no final da década de 70, em consequência ao irreversível avanço
da globalização e do mercado tecnológico, que impõe uma nova forma de gestão. Com isso, as
organizações precisam ganhar mais efetividade, tendo mais agilidade e autonomia em seus
processos.
Para clarificar nossa discussão, a partir de agora, vamos realizar uma breve distinção com
relação a grupos e equipes de trabalho, que, em um primeiro momento, parecem a mesma
coisa, mas não são.
Grupo de trabalho
Os grupos referem-se a pessoas que trabalham juntas, mas com dinâmicas de interações
diferentes, que compartilham informações e tomam decisões de forma colaborativa. No
entanto, não é preciso engajamento com o todo, apenas com a parte de sua responsabilidade.

Equipes de trabalho
No trabalho em equipe, a visão é outra. Há uma sinergia ondeo olhar é para o coletivo, cada
integrante leva sua expertise para a equipe, mas não se limita a essa entrega, seu
engajamento é para atingir o objetivo individual e coletivo.
Nos grupos, não há uma preocupação prévia na seleção dos participantes com o objetivo de
reunir pessoas com habilidades complementares.
Já nas equipes de trabalho, esse tema será relevante. A estrutura de uma equipe,
normalmente, é composta de 5 a 9 participantes, sendo muito importante o cuidado com a
quantidade de pessoas, pois, se ficar reduzida, pode gerar uma sobrecarga, e o contrário leva
à dificuldade no gerenciamento. O número adequado dependerá do objetivo a ser alcançado,
mas é importante não fugir dos parâmetros recomendados, por isso, o planejamento é
essencial! Os integrantes de uma equipe precisam estar engajados, e para isso é fundamental
estar motivado a assumir riscos e responsabilidades individuais e coletivas.
 ATENÇÃO
Lembrando que o trabalho em equipe tem por objetivo agilidade e autonomia frente a um
universo organizacional altamente competitivo. Por fim, a pessoa que representa a liderança
precisa assumir seu papel dentro da equipe com uma responsabilidade de maestro, se
mostrando atento às potencialidades de cada um, fazendo com que produzam
harmonicamente e agregando tanto no individual como no coletivo.
OS DESAFIOS DO TRABALHO EM EQUIPE
ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DE EQUIPES
As pessoas se reúnem para fazer parte de uma equipe e começam a se estruturar a partir de
um processo de cinco estágios. O primeiro diz respeito à formação propriamente dita, o
momento seguinte, de conflito, está relacionado à tormenta. O terceiro é o momento de
normatização, depois de desempenho e, por último, de interrupção. Vamos agora detalhar cada
um dos estágios:
FORMAÇÃO
Está relacionado ao momento de integração, no qual membros estão se conhecendo. Ainda há
insegurança, distanciamento e pouco domínio do projeto. Neste momento, os integrantes estão
se reconhecendo dentro do novo espaço, visualizando desafios e analisando as relações
interpessoais. A liderança pode ajudar criando atividades de aproximação e apresentando, de
forma mais detalhada, o próprio projeto. Outra maneira de contribuir seria criando oportunidade
para que cada um possa trazer sua contribuição e ser valorizado por isso. Essa etapa estará
concluída quando os indivíduos se reconhecerem como parte da equipe.
TORMENTA
É um momento de conflito. As pessoas já se conhecem, mas ainda há resistência com relação
aos limites individuais impostos. A liderança tem um papel extremamente importante à medida
que define funções e o que se espera delas, buscando manter as pessoas com foco no projeto.
NORMATIZAÇÃO
É o estágio 3, no qual os papéis já estão definidos e a insegurança dá lugar à autoconfiança
que é esperada e desejada. Nessa fase, os membros estão próximos e já possuem uma
identidade coletiva. A partir de agora, é a consolidação dessa conquista.
Importante que a liderança se mantenha atenta à manutenção das relações profissionais, pois
somos humanos, e vários sentimentos podem surgir e precisam ser muito bem administrados.
Por isso, é importante abrir espaço para conversas individuais, ou em grupo, sobre o projeto e
a necessidade de não se perder o foco, o desempenho, tampouco a saúde mental dos seus
membros.
DESEMPENHO
Também chamado de estágio 4 e está relacionado à alta produtividade. É um momento
relevante do desenvolvimento da equipe frente ao projeto, porque a estrutura está aceita e
seus membros empenhados, compartilhando suas potencialidades para a conquista coletiva.
INTERRUPÇÃO
O estágio 5, que significa fim do projeto, será vivenciado somente por algumas equipes, como
por exemplo, uma força tarefa. Para alguns membros, será motivo de comemoração, para
outros, pode não ser tão fácil se afastar da rotina, das pessoas e do próprio projeto.
Novamente, o gestor deverá estar atento para evitar intercorrências antes da total finalização
do projeto.
 ATENÇÃO
A apresentação da teoria dos cinco estágios tem sido a mais utilizada pelas instituições para a
compreensão de como se organiza a equipe. É importante ressaltar que os estágios podem
não ocorrer nessa ordem de acordo com o contexto organizacional, e os resultados podem
variar. Outro fator que chama a atenção é o papel da liderança, não basta a área de recursos
humanos captar no mercado profissionais talentosos, com uma capacidade técnica e humana
incontestável. Se esses talentos reunidos não conseguem pensar coletivamente, não há
chance de se obter um bom resultado.
Vamos falar um pouco sobre a capacidade de liderança, que é uma habilidade social
importante na função de um gestor de equipes. Afinal, liderar é conduzir um grupo de pessoas
para atingir um propósito (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2011, p. 359). Sendo assim, vamos
conhecer alguns estilos de lideranças:
LIDERANÇA AUTORITÁRIA
Utiliza a posição de poder como forma de persuasão, gerando resultados pelo medo, e não
pelo comprometimento.
LIDERANÇA DEMOCRÁTICA
Há espaço para o diálogo e troca de saberes. Os papéis estão devidamente definidos, trazendo
bons resultados. A laissez-faire apresenta uma liderança passiva que evita a tomada de
decisões, transmitindo insegurança para seus colaboradores.
LIDERANÇA ORIENTADA PARA A TAREFA
Além das já citadas, temos a liderança orientada para a tarefa, na qual o líder define papéis e
tarefas dele e de seus subordinados, estipula prazos, metas e delega.
LIDERANÇA ORIENTADA PARA AS PESSOAS
Existe ainda a liderança orientada para as pessoas, que enfatiza relações interpessoais e
aceitação das diferenças. A tendência atual para a base das relações entre líderes e
subordinados é a confiança, que vem tirando o lugar dos antigos modelos pautados no respeito
a uma hierarquia. Hoje, uma liderança vista de forma carismática e autêntica tende a trazer
melhores resultados organizacionais.
EQUIPES DE TRABALHO E SUAS
CARACTERÍSTICAS
As equipes de trabalho são classificadas em seis categorias, são elas: multifuncionais,
melhoria de processos, solução de problemas, autogerenciada, força tarefa e virtual. Sua
estruturação será de acordo com a demanda ou problema a ser resolvido.
EQUIPES MULTIFUNCIONAIS
São caracterizadas por profissionais de diversas áreas no mesmo nível hierárquico, que se
reúnem para atingir um objetivo específico. Uma organização é dinâmica, viva e, como tudo
que se movimenta, precisa rever sua forma de funcionar.
EQUIPE DE MELHORIA DE PROCESSOS
Tem como desafio essa reavaliação de sistemas e modo de funcionar. Para isso acontecer, são
reunidos os melhores funcionários de diversas áreas com o objetivo de focar no que atrapalha
o crescimento ou perdas da organização.
EQUIPE SOLUÇÕES DE PROBLEMAS
Nesta, seus integrantes estarão reunidos com o objetivo de resolver uma situação específica,
normalmente, relacionada a algum processo da instituição. A equipe investiga o problema e
busca soluções. A partir da apresentação das melhores formas de resolver a demanda
solicitada, a função da equipe termina, pois a sua meta foi alcançada. A implementação da
intervenção não é de sua responsabilidade.
EQUIPE AUTOGERENCIADA
Ao contrário da equipe de solução de problemas que não realiza a implementação da solução,
a autogerenciada não só busca a solução, como também realiza a execução da ideia através
de planejamento e cronograma de trabalho. Nesse caso, elimina a necessidade de um superior
imediato à equipe, o que pode gerar um nível elevado de conflitos entre seus membros. É
observado neste tipo de equipe um alta rotatividade e absenteísmo. Por outro lado, há quem se
identifique com esse modelo.
EQUIPE DE FORÇA TAREFA
Metaforicamente, poderia ser chamada de uma equipe “bombeiro”, que se reúne para resolver
um problema de forma imediata. Com a questão sendo resolvida, a equipe é dissolvida, porque
o objetivo de sua integração era resolver aquele problema específico.
EQUIPES VIRTUAIS
Utilizam as plataformas com o espaçode interação da equipe. As empresas, nos últimos anos,
têm investido nesse tipo de tecnologia, oferecendo qualidade com o objetivo de controlar
variáveis externas, de maneira que as interações e trocas acontecem naturalmente.
O QUE SÃO EQUIPES EFICAZES?
São equipes que alcançam resultados, que possuem alta produtividade e desempenho, um
grupo de pessoas com capacidade de administrar recursos. São chamadas de equipes
eficazes. Possuem algumas características em comum, desde recursos apropriados, como os
materiais e humanos, até uma liderança capaz de administrar as diferenças e usá-las a favor
do crescimento da equipe. O trabalho se desenvolve em um espaço onde há confiança entre
membros e a gestão. Importante que exista um modelo de avaliação que permita um sistema
de recompensa, para que as pessoas possam se sentir valorizadas pela sua produção.
Com relação ao perfil estrutural, esse tipo de equipe não pode ser grande, tendo no máximo
até 10 pessoas. Normalmente, seus integrantes têm profundo conhecimento, são especialistas
em suas áreas com habilidades sociais para solução de problemas, tomada de decisões e
facilidade nos relacionamentos interpessoais. Por fim, todos estão comprometidos com um
único propósito.
Empresas nacionais de grande porte têm investido em treinamento, buscando capacitar cada
vez mais seus funcionários para o trabalho em equipe com resultados eficazes. No entanto, a
ideia é realizar treinamentos dentro de um novo formato, utilizando espaços ao ar livre para
caminhadas e atividades criativas, com objetivo de estimular a integração, o espírito criativo, o
planejamento e a convivência através de uma nova forma.
Outro modelo de treinamento está relacionado ao engajamento dos funcionários em trabalhos
voluntários, ou seja, a construção de equipes com a finalidade de ajuda ao próximo. Nesses
casos, o resultado costuma ir além do esperado. Ações como essa tendem a trazer ganhos
psicológicos e emocionais para os envolvidos, inclusive, estabelecendo uma relação de
respeito entre funcionário e empresa. O olhar colaborativo torna-se presente no dia a dia das
relações.
Trabalho em equipe: é a melhor opção?
Existem situações em que o trabalho em equipe pode não ser a melhor opção. Então, como
analisar e escolher entre o coletivo e o individual? Para entender e nortear a reflexão, vamos
falar um pouco sobre o trabalho com equipes.
O perfil do trabalho em equipe demanda mais tempo da gestão, consumindo mais recursos,
sejam humanos sejam materiais.
Também exigirá uma comunicação clara e objetiva para que os ruídos não prejudiquem o
cumprimento do cronograma e interfira no planejamento do projeto. Assim, nos deparamos
com a necessidade de espaço com mais gente, mais conflitos para administrar, e reuniões a
realizar.
 ATENÇÃO
A construção de um trabalho em equipe se justifica pela necessidade de reunir pessoas com
diferentes especialidades para projetos que envolvam suas áreas, produzindo uma
interdependência no diálogo. Portanto, antes de definir entre o coletivo e o individual, é
fundamental avaliar o custo-benefício dessa estruturação. É preciso verificar se, de fato, o
projeto demanda a formação de uma equipe e se as tarefas envolvem complexidade para esse
investimento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Reconhecer o impacto das diferenças entre multidisciplinaridade e
interdisciplinaridade na área de saúde
ESTRUTURA DA ÁREA DA SAÚDE
A área da saúde se estrutura a partir do Sistema Único de Saúde – SUS, que tem a
integralidade, equidade e universalidade como princípios fundamentais. A integralidade busca
a compreensão do sujeito em todas as suas dimensões: física, cognitiva e psicossocial. A
equidade quer dizer que perante o SUS todo cidadão é igual, e a Universalidade garante que
todos os cidadãos têm direito a todos os serviços públicos de saúde.
Dentro desse contexto, a rede de saúde se estrutura em três níveis:
PRIMÁRIO
Compreende o atendimento de baixa complexidade. É considerado a porta de entrada da
população ao serviço de saúde, por exemplo, as Clínicas da Família. Nesse nível, os
profissionais estão preparados para realizar procedimentos ambulatoriais.
SECUNDÁRIO
Compreende o atendimento de média complexidade. São as clínicas especializadas, locais
onde os pacientes são encaminhados para a realização de exames e de consultas mais
específicos.
TERCIÁRIO
Compreende o atendimento de alta complexidade. Neste contexto, enquadram-se os hospitais.
Para produzir um diálogo entre os níveis primário, secundário e terciário, a estratégia de saúde
da família implantou o prontuário eletrônico, cujo objetivo era criar uma comunicação entre os
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níveis. Assim, a história clínica e a rede de apoio do paciente estaria sendo compartilhada,
ampliando a visão do atendimento, mas, infelizmente, o projeto ficou parado no nível primário,
prejudicando a interlocução entre os profissionais e suas especialidades.
 ATENÇÃO
Essas informações a respeito da estruturação do Sistema Único de Saúde e seus níveis serão
relevantes para a compreensão dos conceitos e impactos da multidisciplinaridade e
interdisciplinaridade na área da saúde.
A COMPLEXIDADE NO ADOECER
Carregamos resíduos de uma herança histórica em que, durante a nossa trajetória pela busca
do conhecimento, fragmentamos o homem na intenção de compreendê-lo. Com isso, durante
muito tempo, mente e corpo foram desconectados. Assim, quando sentimos algo diferente
acontecendo em nós, o que vem logo à nossa mente é o adoecimento do corpo, o que
exatamente ele tem, e aí vamos em busca de um diagnóstico. Quantas vezes já ouvimos
alguém dizer que, se o médico não pedir exames ou der uma receita, não é bom! Ao longo da
história, foi se construindo uma hierarquia no campo da saúde, onde o médico é o soberano.
Só que o adoecer pode ser mais complexo do que parece, pois ele é multifatorial, e cada vez
mais os estudos apontam nessa direção.
Diante desse cenário, o cuidado da saúde tem sido reavaliado, pois, para que o diagnóstico e
tratamento possam de fato atender àquela demanda, precisa-se levar em conta que a pessoa é
mais que um corpo físico. Dessa maneira, o interesse amplia-se para as diversas áreas da vida
do paciente, no qual o diálogo com diversos saberes e setores serão necessários para o êxito
no cuidado.
 ATENÇÃO
Atualmente, o modelo que norteia as ações é biopsicossocial, que entende o homem nas
dimensões física (corpo), psicológica (mente) e social (relações/vínculos/rede). No diagnóstico,
esse olhar irá ajudar a compreender a pessoa de cuidado, o que sente, como vive, ou seja,
questões que vão muito além de um exame físico e a prescrição de um remédio.
CONCEITUANDO A
MULTIDISCIPLINARIDADE
A multidisciplinaridade é a reunião de saberes em benefício de um objetivo em comum. A
questão, neste caso, é que não há comunicação entre eles, todos sabem da importância do
trabalho de cada um, porém desenvolvem suas atividades de maneira isolada. O avanço neste
caso é o entendimento de que uma única especialidade não daria conta do cuidado. Os
encaminhamentos são realizados com mais naturalidade e sem receios de perda de espaço de
atuação.
Vamos retornar à estruturação do SUS, que organiza o sistema de saúde em três níveis de
cuidado: primário (clínica da família); secundário (clínica especializada) e terciário (hospital).
 EXEMPLO
Um senhor de 80 anos chega à clínica da família com queixa de dificuldade na visão. A
enfermeira realiza a triagem e percebe que tudo está bem; o médico o atende e clinicamente
também não encontra nada que justifique suas queixas. Mas, ao escutar um pouco de seu dia
a dia, percebe que ele não recebe visitas, tem poucos amigos. O médico, que é generalista,
resolve encaminhá-lo para uma clínica especializada, onde, de fato, poderá realizar uma
avaliação mais precisa. Além disso, o profissional o encaminha para um psicólogo e assistente
social com o objetivode verificar as condições psicológicas e sociais daquele senhor. Esse
médico possui uma visão multidisciplinar e entende que somos constituídos de diversas
dimensões. Ele também sabe que nosso adoecimento é multifatorial, e nada deve ser
desconsiderado, caso contrário, o tratamento pode não ter a eficácia esperada.
Esse movimento há alguns anos era muito difícil de ser observado, a soberania no cuidado da
saúde estava com o médico, não havia entendimento da importância da união dessas forças.
Hoje, já podemos verificar no nível terciário, ou seja, nos hospitais, um movimento automático
de multidisciplinaridade. Quando se inicia a internação, diversos profissionais de saúde nos
visitam para colher informações. Dependendo do caso, pode ser uma enfermeira, um
psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista ou assistente social.
 DICA
Esse movimento tem como objetivo coletar informações para traçar estratégias de cuidado de
acordo com a nossa demanda, cada um dentro da sua especialidade, cuidando dos diversos
fatores que nos levaram ao adoecimento.
Quais os desafios para a construção de um olhar multidisciplinar? Um ponto relevante seria o
momento da graduação. De um modo geral, os cursos não contemplam essa discussão, com
isso, a visão de trocas entre os saberes fica empobrecida. Outra questão seria com relação à
avaliação, por exemplo, na psicologia clínica, podemos viver situações em que o paciente
relata uma tristeza, uma falta de motivação. Isso pode ser questões de saúde mental? Sim,
pode, mas também pode ser uma anemia, uma alimentação inadequada. É preciso ampliar o
olhar e contextualizar a questão que está sendo trazida pela pessoa.
 ATENÇÃO
Uma questão importante diz respeito aos encaminhamentos. Ao avaliar a necessidade de
outros profissionais de se envolverem nos cuidados, converse com a pessoa, explique seu
ponto de vista e realize o encaminhamento. Por último, e não menos importante, precisamos
de um novo olhar para o poder que se outorga ao médico, já que, para algumas instituições,
ainda exerce um lugar de soberania.
INTERDISCIPLINARIDADE, O QUE MUDA?
O conceito de interdisciplinaridade mantém a ideia do olhar multidisciplinar, ou seja, buscando
o entendimento do processo de adoecimento a partir do modelo biopsicossocial, que entende o
homem em suas diversas dimensões. Essas dimensões humanas são: física, psíquica e social.
Além disso, consideraram as influências advindas de seu habitat.
O que muda é o diálogo entre os saberes. Se antes não havia comunicação direta, agora há
essa possibilidade. O ganho, inicialmente, parece ser somente do paciente, mas, na verdade, é
de todos, à medida que se reúnem para a avaliação de um determinado caso. Nesse momento,
cada um coloca seu entendimento acerca daquela história, os profissionais envolvidos trazem
seu olhar a partir do seu saber. Nesse momento, o paciente é cuidado de modo integral, um
dos pressupostos do modelo de saúde do SUS.
Teoricamente, esse modelo é possível e lógico, mas sua aplicabilidade requer disponibilidade
entre os profissionais, logística e compromisso institucional, para que o modelo possa de fato
funcionar. Essa interdisciplinaridade fica mais complexa quando não intermediada por uma
instituição, quando o paciente recebe alta e retorna à atenção primária.
 EXEMPLO
Vamos imaginar um atleta que praticava como esporte o Triathlon de forma amadora e sofreu
uma lesão. Ele foi diagnosticado, passou por cirurgia e, a partir de agora, não poderá mais
correr. Durante sua permanência no hospital, foi atendido de forma interdisciplinar, ou seja, os
profissionais envolvidos discutiram em conjunto aquele caso. Ao receber alta, o paciente foi
orientado a como deveria dar continuidade ao seu tratamento. A partir daquele momento,
deveria começar atendimentos com fisioterapeuta, para recuperar a mobilidade; com
nutricionista, para rever sua alimentação em função do gasto calórico; e com um psicólogo
para lidar com esse momento, já que ele não estava lidando bem com a perda da atividade que
tanto se dedicava.
Inicialmente, já identificamos a importância da abordagem interdisciplinar, mas o êxito nesse
caso irá depender do preparo dos profissionais no entendimento de que as fronteiras de cada
saber será respeitado, mas o que ocorrerá é a troca de informações no cuidado com a paciente
para que possa se realizar um planejamento integrado que possa beneficiar a paciente. Com
isso, chegamos a alguns desafios do preparo da equipe, um deles é o próprio estado
psicológico e emocional dos envolvidos.
Sentimentos como insegurança, medo, ansiedade, necessidade de poder, falta de humildade
podem atrapalhar o processo de integração, à medida que o profissional em questão fica
inseguro e com medo de, ao ser questionado, não ter conhecimento suficiente para se
posicionar. Muitas das vezes, a forma que encontra de se proteger é manifestando resistência
à abordagem interdisciplinar. Também há aqueles que não farão parte porque acreditam que
seu saber dará conta do cuidado, mas sempre é bom lembrar que o protagonista de todo esse
processo de cuidado é o paciente!
 SAIBA MAIS
Atualmente, o grande desafio é a formação e consolidação da abordagem interdisciplinar entre
os profissionais, com o objetivo de que essa prática possa se tornar natural e que seja
entendida como parte da nossa formação.
MULTIDISCIPLINARIDADE,
INTERDISCIPLINARIDADE E
TRANSDISCIPLINARIDADE
MULTIDISCIPLINARIDADE OU
INTERDISCIPLINARIDADE
O importante é a preparação para atuar na profissão com um olhar que vai além do próprio
saber, compreendendo que, com o compartilhamento, o ganho é muito maior. Claro que, para
isso, é preciso uma preparação, pois estamos lidando com pessoas, tanto com pacientes
quanto com profissionais de saúde.
Nossa estrutura de vida apresenta também medos, traumas, dificuldades que emergem nas
relações, o que também acontece no nosso trabalho. É necessário o entendimento de que
sermos questionados, contrariados em nossas colocações, não implica uma crítica pessoal,
tampouco uma desqualificação, ou pelos menos não deveria. O objetivo dessas abordagens é
o atendimento integral do paciente e o ganho profissional de quem cuida.
 SAIBA MAIS
Atualmente, já vem sendo considerada também a transdisciplinaridade, que, assim como a
multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade, reúne diversas áreas do saber para o cuidado. A
diferença, neste caso, é que, a partir do encontro entre saberes, as barreiras são rompidas.
Esse olhar ainda está incipiente, há muito a ser estudado e discutido, mas vamos exemplificar
a ideia.
A abordagem transdisciplinar tem uma visão holística, quebra barreiras entre as disciplinas
e se torna um todo, construindo um novo saber a partir do que é compartilhado e
aprendido entre eles. Imaginem um paciente com transtorno de ansiedade social, que está
sendo atendido pelo psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional e educador físico. Todos
esses profissionais sabem sobre o diagnóstico do outro, discutem sobre o caso e constroem
um saber que não é de nenhuma área específica. Essa descoberta é considerada uma nova
disciplina, ou seja, transcende as disciplinas específicas se tornando algo novo.
Com isso, finalizamos abordando conceitos bastante importantes para o campo da saúde. Vale
a pena dar atenção durante sua formação a essas abordagens que podem fazer a diferença na
sua atuação profissional à medida que os pacientes e suas famílias se sentem apoiados com
esse tipo de prática.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresentamos temáticas que embasam a discussão a respeito da importância da construção
de relacionamentos saudáveis e produtivos no campo da saúde. Iniciamos abordando assuntos
relativos ao desenvolvimento humano como caminho para o entendimento da formação de
nossas habilidades sociais, as quais são relevantes para a criação de vínculos e
comportamentos socialmente competentes. Além da proteção à nossa saúdemental.
Posteriormente, o assunto abordado foi a conceituação, os tipos e as formas do trabalho em
equipes. Também falamos do quanto o trabalho em equipe é desafiador para todos os
envolvidos e que nem sempre será a melhor opção: em muitos projetos, o trabalho de forma
individual pode ser mais produtivo. Por isso, é preciso planejamento para chegar à melhor
escolha!
Por último, falamos dos conceitos e desafios da multidisciplinaridade e interdisciplinaridade que
irão demandar dos profissionais uma disponibilidade para compartilhar saberes, entendendo
que seus pacientes terão ganhos significativos com esta escolha. No entanto, para isso
acontecer, de fato, algumas questões precisam ser trabalhadas desde a formação profissional,
passando pelas instituições de trabalho e chegando às questões pessoais de cada profissional.
Grandes desafios estarão à sua frente!
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração: abordagens descritivas e explicativas. 5. ed.
São Paulo: Makron Books, 1998.
DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A. Habilidades sociais e análise do comportamento:
Proximidade histórica e atualidades. In : Perspectivas, São Paulo, 2010.
DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A. Psicologia das habilidades sociais na infância:
teoria e prática. Petrópolis: Vozes, 2005.
DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A. Um sistema de categorias de habilidades sociais
educativas. In : Paideia, Ribeirão Preto, 2008.
MANOLIO, C. L.; FERREIRA, B. C. O campo das Habilidades Sociais no Brasil: Entrevista
com Almir e Zilda Del Prette. In : Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, 2011.
SOARES, A. B.; PRETTE, Z. A. P Del. Habilidades sociais e adaptação à universidade:
Convergências e divergências dos construtos. In : Aná. Psicológica, Lisboa, 2015.
EXPLORE+
Para estudar um pouco mais os assuntos vistos neste tema, recomendamos o artigo Trabalho
em equipe : um desafio para a consolidação da estratégia de saúde da família, dos
pesquisadores Marize Barros de Souza Araújo e Paulo de Medeiros Rocha. Eles abordam
temas como trabalho em equipe, multidisciplinaridade e interdisciplinaridade, que são
apresentados dentro de um contexto prático.
Assista também ao vídeo Meu segredo para manter o foco sob pressão , do palestrante
Russell Wilson, que ilustra uma história sobre a importância das habilidades sociais para o
atingimento de nossos objetivos. Você pode encontrar esse vídeo no site da TED (Tecnologia,
Entretenimento e Design), uma ONG americana que, desde 1984, tem o objetivo de
compartilhar informações, histórias e ideias que merecem ser divulgadas.
CONTEUDISTA
Adriana Bonneterre Pimentel de Oliveira
 CURRÍCULO LATTES
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