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8/23/2021 1 Microbiologia Clínica Aula 1- INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA Contextualização A Microbiologia Clínica é uma disciplina que abrange o estudo teórico- prático das análises microbiológicas a partir de amostras clínicas. As análises e identificação dos microrganismos para o conhecimento das doenças infecciosas e auxílio clínico é de suma importância para o biomédico, profissional capacitado para atender essa demanda dentro dos laboratórios clínicos. Além disso, essa disciplina enfatiza conteúdos sobre os mecanismos de ação dos antimicrobianos, infecções hospitalares e as formas de resistência aos antibióticos, levando a compreender o surgimento de microrganismos multirresistentes, tão temidos nas unidades de assistência à saúde. 1 2 8/23/2021 2 Contextualização Os discentes devem compreender todo o processo que envolve as análises microbiológicas, desde a forma correta da coleta até a aplicabilidade das diferentes técnicas de identificação microbiana. O docente deverá colaborar com a formação de um profissional com propriedade de conteúdo, coerência, ética e espírito crítico; sensibilizando- o quanto à necessidade de aprendizagem contínua, aplicável diariamente, tornando-o instrumento ativo da transformação harmoniosa das relações entre a ciência e a sociedade e evidenciando sua competência no exercício da atividade profissional futura. A disciplina Microbiologia Clínica é híbrida, abrangendo tanto aulas presenciais quanto o conteúdo on-line e o autoestudo no sistema virtual, compreendendo a carga horária das aulas presenciais com a carga horária do ambiente virtual. Ementa Introdução à Microbiologia Clínica. Laboratório de microbiologia clínica. Cocos gram-positivos (CGPs). Bacilos gram-negativos (BGNs) não fermentadores. Bacilos gram-negativos(BGNs) fermentadores. Enterobactérias. Bactérias de parede celular atípica. Infecções microbianas de pele e mucosas. Infecções de trato urinário. Infecções de trato genital. Urinocultura. Infecções de sistema nervoso central. Infecção Sistêmica. Teste de sensibilidade aos antimicrobianos 3 4 8/23/2021 3 Objetivos Gerais Desenvolver a capacidade de realizar diagnóstico microbiano para as diferentes amostras clínicas submetidas ao laboratório clínico; Identificar as técnicas de isolamento, replicação, identificação e testes de susceptibilidades aos antimicrobianos dos principais microrganismos de interesse clínico. Objetivos Específicos Compreender o funcionamento do Laboratório de Microbiologia Clínica; Reconhecer os principais agentes microbianos correlacionando-os com aspectos patológicos; Relacionar os principais agentes bacterianos com os aspectos patológicos; Diferenciar os principais agentes antimicrobianos e seus mecanismos de ação; Realizar de testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e detecção laboratorial dos principais mecanismos de resistência bacteriana aos antimicrobianos. 5 6 8/23/2021 4 Conteúdos Unidade 1 - Introdução à Microbiologia Clínica 1.1 Importância da Microbiologia Clínica para os profissionais da saúde. 1.2 O papel do laboratório de microbiologia no diagnóstico laboratorial. 1.3 Normas de biossegurança no laboratório de microbiologia. 1.4 Preparação de meios de cultura. 1.5 Elaboração de um fluxo de amostras em um laboratório de microbiologia. 1.6 Controle de microrganismos por agentes físicos e químicos (esterilização, desinfecção, sanitização, antissepsia, assepsia). Unidade 2 - Infecções do Trato Respiratório (Cocos Gram-positivos) 2.1 Bases teóricas das infecções do trato respiratório. 2.2 Coleta e cultivo de flora bacteriana do trato respiratório superior (Swab- narina). 2.3 Microbiota normal: Identificação de cocos Gram-positivos (Staphylococcus e microrganismos relacionados). 2.4 Identificação de Staphylococcus (coloração de Gram, fermentação do manitol, catalase e coagulase-Staphytest). 2.5 Coleta e cultivo de flora bacteriana do trato respiratório superior (Swab - garganta). 2.6 Streptococcus sp e Enterococcus sp. 2.7 Identificação de Streptococcus (padrão de hemólise no Agar sangue, catalase, PYR, teste da bile solubilidade, bile esculina, crescimento com NaCl 6,5%). 7 8 8/23/2021 5 Unidade 3 - Infecções do Trato Intestinal (Enterobactérias) 3.1 Bases teóricas das infecções do trato intestinal. 3.2 Cultivo de enterobactérias em meios de cultura e série bioquímica. 3.3 Diagnóstico microbiológico das infecções do trato gastrointestinal (Coprocultura). 3.4 Leitura da série bioquímica de enterobactérias e oxidase. Unidade 4 - Infecções do Trato Urinário 4.1 Bases teóricas de doenças bacterianas do Sistema Urinário - uretrites inespecíficas. 4.2 Protocolos para coleta de urina. 4.3 Cultivo de bactérias causadoras de infecções urinárias ? Urocultura. 4.4 Técnicas de Identificação de bactérias através de testes bioquímicos. 4.5 Contagem e leitura de urocultura. Unidade 5 - Infecções do Trato Genital (TGU) 5.1 Bases teóricas de doenças infecciosas que atingem o trato genital. 5.2 Coleta e cultura de secreções purulentas e genitais. 5.3 Neisseria gonorrheae: Identificação laboratorial: aspectos teórico- práticos. Unidade 6 - Infecções do Sistema Nervoso 6.1 Bases teóricas das meningites microbianas: classificação, diagnóstico, clínica e tratamento. 6.2 Diagnóstico microbiológico das meningites bacterianas: cultura de líquor. 6.3 Neisseria meningitidis: Identificação laboratorial, aspectos teórico- práticos. 9 10 8/23/2021 6 Unidade 7 - Infecções de pele 7.1 Bases teóricas das principais infecções microbianas que acometem a pele. 7.2 Técnicas de coleta. 7.3 Cultura em meios de cultura específicos. 7.4 Interpretação de resultados. Unidade 8 - Infecções Sistêmicas 8.1 Bases teóricas das infecções sistêmicas. 8.2 Hemocultura: coleta, cultura e interpretação. 8.3 Diagnóstico microbiológico de Bacilos Gram-negativos não fermentadores. 8.4 Identificação de Bacilos Gram-negativos não fermentadores (Oxidase, catalase, inoculação no TSI ou KIA, inoculação Hugh-Leifson de oxidação- fermentação (OF), inoculação no meio MacConkey). Unidade 9 - Infecções por Mycobacterium 9.1 Bases teóricas da tuberculose e hanseníase: Aspectos clínicos e laboratoriais, diagnóstico e tratamento. 9.2 Micobactérias de interesse médico (Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae). 9.3 Cultura de escarro. 9.4 Coloração de Ziehl-Neelsen. Unidade 10 - Teste De Sensibilidade De Antibióticos 10.1 Antibióticos, Quimioterápicos: tipos e mecanismos de ação, resistência microbiana. 10.2 Agentes antimicrobianos/antibiograma. 10.3 Testes de sensibilidade aos antimicrobianos: Método de Kirby & Bauer ou difusão de discos, E-TEST, determinação da Concentração Inibitória Mínima (aspectos teórico-práticos). 11 12 8/23/2021 7 Procedimentos de Avaliação Os procedimentos de avaliação nas disciplinas híbridas contemplam tanto os conteúdos, competências e habilidades desenvolvidos durante a sala de aula presencial quanto aqueles trabalhados de forma on-line a partir dos roteiros de estudos. As avaliações serão presenciais e compreenderão três etapas: Avaliação 1 (AV1), Avaliação 2 (AV2) e Avaliação 3 (AV3). As avaliações poderão ser realizadas por meio de provas teóricas, provas práticas e/ou realização de projetos ou outros trabalhos, representando atividades acadêmicas de ensino. Procedimentos de Avaliação A soma de todas as atividades que possam vir a compor o grau final de cada avaliação não poderá ultrapassar o grau máximo de 10, sendo permitido atribuir valor decimal às avaliações. Caso a disciplina, atendendo ao projeto pedagógico de cada curso, além de provas teóricas e/ou práticas contemple outras atividades acadêmicas de ensino, estas não poderão ultrapassar 20% da composição do grau final. 13 14 8/23/2021 8 A AV1 contemplará o conteúdo da disciplina até a sua realização. As AV2 e AV3 abrangerão todo o conteúdo da disciplina. Todas as avaliações incluirão os conteúdos das atividades híbridas. Para aprovação na disciplina o aluno deverá: 1. Atingir resultado igual ou superior a 6,0,calculado a partir da média aritmética entre os graus das avaliações, sendo consideradas apenas as duas maiores notas obtidas dentre as três etapas de avaliação (AV1, AV2 e AV3). A média aritmética obtida será o grau final do aluno na disciplina. 2. Obter grau igual ou superior a 4,0 em, pelo menos, duas das três avaliações. 3. Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas. Bibliografia Básica Madigan, M. T.; Mantinko. M. J.; Parker, J. Microbiologia de Brock. 10. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/468 Sehnem, N. T. Microbiologia e Imunologia. 1. São Paulo: Editora Pearson, 2015. 1. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/26521 Trabulsi, L. R.; Alterthum, F. Microbiologia. 6.ed. São Paulo: Atheneu, 2019. 1. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/168178 15 16 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/468 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/26521 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/168178 8/23/2021 9 Bibliografia Complementar Brooks, Geo. F. Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26. Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553352/cfi/!/4/4@ 0.00:0.00 Barbosa, M. R. Microbiologia Básica - Bacteriologia. 2ª. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019. 1. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/168934 McPherson, R. A., Pincus, M. R. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais de Henry. 21ª. Rio de Janeiro: Manole, 2016. 1. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/35200 Bibliografia Complementar Kumar, S. Textbook of Microbiology. 1ª. São Paulo: Jaypee, 2013. 1. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/19048 Tortora, Gerard J.; Funke, Berdell R.; Case, Christine L. Microbiologia. 12. Porto Alegre: Artmed, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713549/recente 17 18 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553352/cfi/!/4/4@0.00:0.00 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/168934 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/35200 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/19048 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713549/recente 8/23/2021 10 Recomendações aos alunos • Acessar o ambiente virtual da disciplina no SAVA (no SIA, entrar em Sala de Aulas Virtuais e Minhas disciplinas presenciais) e tomar o primeiro contato com os recursos didáticos disponíveis, como o material didático (livro da disciplina), conteúdo interativo (videoaulas e conteúdo on-line) e calendário, entre outros. • Para apreensão e compreensão do primeiro tema da disciplina faça as demais leituras sugeridas. • Esteja atento às explicações e apresentação do conteúdo. Converse com seu professor e tire as dúvidas provenientes de suas leituras ou mesmo das atividades recomendadas. Aula 1 Introdução à Microbiologia Clínica Tema A importância da microbiologia clínica para profissionais da saúde 19 20 8/23/2021 11 Objetivos Contextualizar a microbiologia clínica às necessidades no atendimento à saúde; Compreender e contextualizar a atuação e relevância da microbiologia clínica na promoção de saúde e bem-estar dos seres humanos; Reconhecer a diversidade dos microrganismos e sua relevância no contexto de saúde-doença; Identificar os principais meios de cultivo de microrganismos e suas aplicações no diagnóstico microbiano; Identificar as normas de biossegurança obrigatórias em laboratório clínico de microbiologia; Reconhecer o fluxograma e metodologias empregadas para o diagnóstico microbiano em amostras biológicas; Compreender os métodos físico-químico de controle microbiano e destino ofertado as amostras biológicas após diagnóstico laboratorial. Unidade 1 - Introdução à Microbiologia Clínica 1.1 Importância da Microbiologia Clínica para os profissionais da saúde. 1.2 O papel do laboratório de microbiologia no diagnóstico laboratorial. 1.3 Normas de biossegurança no laboratório de microbiologia. Indicação de Leitura Específica Acesse o ambiente virtual do aluno (SAVA) e busque pela referencia: Madigan, M. T.; Mantinko. M. J.; Parker, J. Microbiologia de Brock. 10. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013. Capítulo 01. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/468 21 22 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/468 8/23/2021 12 • O laboratório de Análises Clínicas (Patologia Clínica/Laboratório Clínico) é responsável por auxiliar o médico na detecção de patologias e condições fisiológicas através de exames em materiais biológicos (sangue, urina, fezes, escarro, fluídos orgânicos). • Auxilia no diagnóstico • E o que é Diagnóstico? • Diagnóstico é o processo analítico de que se vale o especialista ao exame de uma doença ou de um quadro clínico, para chegar a uma conclusão. • É também o nome e dado à conclusão em si mesma. • Diagnóstico é a parte do atendimento médico, voltada à identificação de uma eventual doença. • Um conjunto de dados, formado a partir de sinais e sintomas, do histórico clínico, do exame físico e dos exames complementares (laboratoriais, etc), é analisado pelo profissional de saúde e sintetizado em uma ou mais doenças. A partir dessa síntese, é feito o planejamento para a eventual intervenção (o tratamento) e/ou uma previsão da evolução (prognóstico), baseados no quadro apresentado. 23 24 https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_cl%C3%ADnica https://pt.wikipedia.org/wiki/Exame_f%C3%ADsico https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADntese https://pt.wikipedia.org/wiki/Progn%C3%B3stico_(Medicina) 8/23/2021 13 • A Formação do Diagnóstico • Um conjunto de dados, formado a partir de sinais e sintomas, do histórico clínico, do exame físico e dos exames complementares, é analisado pelo profissional de saúde e sintetizado em uma ou mais doenças. • A rotina do laboratório clínico abrange diversas áreas. • Entre elas: – Bioquímica – Hematologia – Imunologia – Microbiologia – Parasitologia – Urinálise – Coleta de sangue – Diversas outras. 25 26 8/23/2021 14 Bioquímica • É responsável pela análise dos componentes do sangue, fezes, urina e fluídos orgânicos. Hematologia • É responsável pela análise dos componentes celulares do sangue. 27 28 8/23/2021 15 Microbiologia • É responsável pela detecção de bactérias e fungos no sangue, fezes e fluídos orgânicos. Parasitologia • É responsável pela detecção de parasitas nas fezes e no sangue. 29 30 8/23/2021 16 Urinálise • Responsável pelos exames de urina e eventualmente alguns fluídos orgânicos. Conceitos Básicos Aerossóis Solução coloidal em forma de gotas que se dispersam no ar; Amostras biológicas São materiais de origem humana ou animal (como excrementos, secreções, sangue e derivados, tecidos e líquidos orgânicos) com fins experimentais ou diagnóstico; Antisséptico Agente químico ou físico utilizado para desinfecção de tecido vivo, capaz de destruir ou inibir o crescimento de microrganismos na área aplicada; 31 32 8/23/2021 17 Descontaminação Destruição ou remoção (total ou parcial) de microrganismos dos artigos e superfícies; Desinfecção Destruição ou inibição do crescimento de microrganismos patógenos não esporulados ou em estado vegetativo, de superfícies; EPI Equipamento de Proteção Individual: luvas, máscaras, jalecos, óculos de proteção, aventais, botas ou outro tipo calçados apropriados, tocas, etc.; EPC Equipamentos de Proteção Coletiva: extintores, sinalização adequada (mapas de risco), chuveiros e lava-olhos, chuveiros contra-incêndio, capelas, manta ou cobertor, vaso de areia, etc.; Esterilização Processo de destruição de todos os microrganismos, incluindo os esporos. Limpeza Processo de remoção de sujidade. Material Biológico Todo material que contenha informação genética e seja capaz de autorreproduçãoou de ser reproduzido em um sistema biológico. Inclui os organismos cultiváveis e agentes (entre eles bactérias, fungos filamentosos, leveduras e protozoários); as células humanas, animais e vegetais, as partes replicáveis destes organismos e células (bibliotecas genômicas, plasmídeos, vírus e fragmentos de DNA clonado), príons e os organismos ainda não cultivados. 33 34 8/23/2021 18 Patogenicidade Capacidade de um agente biológico causar doença em um hospedeiro suscetível Resíduos hospitalares Restos de material biológico que deve ser descartado em recipientes e locais apropriados para receber o lixo hospitalar Sanitização Processo destinado à redução da maioria das bactérias patogênicas presentes Substâncias infectantes São apresentações que contêm microrganismos viáveis (tais como bactérias, vírus, riquetsias, parasitas, fungos ou microrganismos recombinantes, híbrido ou mutante) sabidamente capazes de provocar doença ao homem ou animais. Biossegurança em Laboratório Clinico • Lei Nacional de Biossegurança - 11.105 de 24 de março de 2005 • Cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS • Reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio • Dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB • Normatiza e regulamenta os processos e procedimentos que possam vir a por em risco a saúde de pessoas ou causar danos ao meio ambiente. 35 36 8/23/2021 19 Conceito de Biossegurança – segundo a RDC – Resolução da Diretoria Colegiada – 302 da ANVISA • Condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente. Riscos no ambiente de trabalho: 1. Risco de Acidentes Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, pisos escorregadios, etc. 37 38 8/23/2021 20 Riscos no ambiente de trabalho 2. Risco Ergonômico: Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, etc. Riscos no ambiente de trabalho: 3. Risco Físico Diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontiagudos, etc. 39 40 8/23/2021 21 Riscos no ambiente de trabalho: 4. Risco Químico Substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. Riscos no ambiente de trabalho: 5. Risco Biológico Bactérias, fungos, parasitos, vírus, entre outros patógenos. Esses agentes são capazes de provocar dano à saúde humana, podendo causar infecções, efeitos tóxicos, efeitos alergênicos, doenças autoimunes e a formação de neoplasias e malformações. 41 42 8/23/2021 22 Comissão de Biossegurança em Saúde - CBS do Ministério da Saúde • Publicou as Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, em 2004. • O risco biológico dos agentes classificados em 5 Classes: • Classe de Risco I: escasso risco individual e comunitário – quando o microrganismo tem pouca probabilidade de provocar enfermidades humanas ou veterinárias. Ex.: Lactobacillus. • Classe de Risco II: risco individual moderado; risco comunitário limitado – a exposição pode provocar infecções, porém, se dispõe de medidas profiláticas e terapêuticas eficazes, sendo o risco de propagação limitada. Ex.: Schistosoma mansoni (causador da esquistossomose). • O risco biológico dos agentes classificados em 5 Classes: • Classe de Risco III: risco individual elevado; risco comunitário limitado – pode causar infecções graves em humanos e animais; se propagar de uma pessoa para outra, mas existe profilaxia/tratamento eficazes. Ex.: Bacillus anthracis (causador de carbúnculo ou antrax). • Classe de Risco IV: elevado risco individual e comunitário – agentes biológicos de fácil propagação e altamente patogênicos para o homem, animais e meio ambiente, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas eficientes. Ex.: Vírus Ebola (causa febre hemorrágica). 43 44 8/23/2021 23 • O risco biológico dos agentes classificados em 5 Classes: • Classe de Risco V: elevado risco de contaminação em animais e do meio ambiente – agentes patogênicos não existentes no país, podendo ou não oferecer risco direto ao homem, mas causando graves perdas econômicas e na produção de alimentos. Ex.: Achatina fulica (caramujo-gigante-africano trazido para o Brasil para produção e comercialização de escargot). • Níveis de Biossegurança (NB) • Ainda seguindo o Ministério da Saúde, foram determinados 4 níveis de biossegurança conforme os cuidados necessários para contenção do tipo de agente patológico: • Nível de Biossegurança 1 - NB-1: necessário ao trabalho com os agentes biológicos da Classe de Risco I • Recomenda-se utilização de equipamentos de proteção adequados e observação das Boas Práticas de Laboratório (BPLs). • Ex.: Bacillus subtilis. 45 46 8/23/2021 24 • Níveis de Biossegurança (NB) • Nível de Biossegurança 2 - NB-2: exigido para o desenvolvimento de trabalhos com agentes da Classe de Risco II • São aplicados a laboratórios clínicos e hospitalares de níveis primário de diagnósticos, onde, além da adoção das BPLs, se faz necessária a contenção através de barreiras físicas primárias (EPIs e cabines de segurança biológica) e secundárias (projeção adequada do laboratório de acordo com a legislação vigente). • Ex.: Vírus da Febre Amarela e Schistosoma mansoni. 47 48 8/23/2021 25 • Níveis de Biossegurança (NB) • Nível de Biossegurança 3 - NB-3: destinado ao trabalho com microrganismos da Classe de Risco III e grandes volumes e altas concentrações de agentes da Classe de Risco II • São exigidas medidas de contenção física primária e secundária, devendo o laboratório ser projetado e construído de forma especial para contenção de agentes de alto risco • Intensificação dos programas de boas práticas laboratoriais e de segurança, além da existência obrigatória de dispositivos de segurança e do uso, igualmente obrigatório, de cabine de segurança biológica. • Ex.: Vírus da Encefalite Equina Venezuelana e Mycobacterium tuberculosis. 49 50 8/23/2021 26 Níveis de Biossegurança (NB) Nível de Biossegurança 4 - NB-4: nível de segurança máxima para desenvolvimento de trabalhos com agentes da Classe de Risco IV Essas unidades devem ser projetadas em áreas isoladas e funcionalmente independentes de outras áreas O trabalho deve ser executado exclusivamente dentro de cabines de segurança biológica Classe III Ex.: Vírus Marburg e Vírus Ebola. 51 52 8/23/2021 27 53 54 8/23/2021 28 Biossegurança • usar equipamentos de proteção individual (EPI) e coletivo (EPC); • classificar dos riscos de cada setor; • promover e realizar as normas assépticas; • seguir os procedimentos operacionais padrão (POP) de cada técnica e equipamento; • conhecer os símbolos dos riscos. A Biossegurança é “o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados". (Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar, 1996) Seguir as normasde Biossegurança requer: BIOSSEGURANÇA Classificação de riscos Os riscos são classificados em cinco grupos, de acordo com o tipo de exposição. Cada grupo é representado por uma cor: • Grupo I (verde) → riscos físicos; • Grupo II (vermelho) → riscos químicos; • Grupo III (marrom) → riscos biológicos; • Grupo IV (amarelo) → risco ergonômicos; • Grupo V (azul) → riscos de acidentes. RISCOS Vírus, bactérias, fungos, parasitas, protozoários Ruídos, vibrações, radiações, calor, umidade, frio Arranjo inadequado, eletricidade, ferramentas, máquinas e equipamentos Esforço físico, jornada prolongada, postura, levantamento de peso Poeiras, fumos, névoas, gases, vapores, produtos químicos 55 56 8/23/2021 29 Mapa de risco Um mapa de risco é a representação de um setor, ala ou de um andar, quanto ao tamanho e tipo de riscos que se está exposto. A proporção do risco é representada por círculos de tamanho diferentes. Avanço das técnicas assépticas Ignaz Phillip Semmelweis, em 1846, associou a contaminação das mãos a infecções hospitalares. Florence Nightingale, em 1854, durante a Guerra na Crimeia, implantou medidas sanitárias, com o intuito de diminuir os casos de mortes por infecções. Entre as determinações, estavam a higiene pessoal e o uso de instrumentos individualizados. Joseph Lister, no final do século XIX, estabeleceu combinação do uso de fenol e ácido carbólico, originando as técnicas assépticas. Após a metade do século XX, manuais sobre higienização das mãos começaram a ser produzidos e a importância do procedimento mais valorizado. Atualmente, comitês e associações mundiais de combate a infecções, assim como a ANVISA, estabelecem protocolos gerais e especiais de assepsias. 57 58 8/23/2021 30 Higienização das mãos: quando, porque e como O termo lavagem das mãos foi substituído por higienização das mãos, por se tratar de um procedimento mais complexo, que visa reduzir a quantidade de micro-organismos sobre as mãos e não somente a remoção de sujidade. Antes e após contato direto ou indireto com pacientes; serviços de saúde; coleta e manipulação de materiais contaminados, alimentos e medicamentos; presença visível de sujidade, secreções e excreções. QUANDO HIGIENIZAR? POR QUE HIGIENIZAR? COMO HIGIENIZAR? Pode ser realizada utilizando somente água e sabão, substância anti- séptica degermante ou solução alcoólica, seguindo sequência correta que contempla todos os locais das mãos. Por meio das mãos, muitos micro- organismos da microbiota residente e transitória podem ser transmitidos, de forma direta e indireta. Higienização das mãos Sequencia de higienização das mãos. http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+por tal/anvisa/sala+de+imprensa/menu+- +noticias+anos/2011+noticias/saude+comemora+dia +mundial+de+higiene+das+maos http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/tecnicas.htm Link ANVISA – Higienização das mãos: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higi enizacao_maos/apresentacao.htm 59 60 http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/apresentacao.htm 8/23/2021 31 Assista o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ySCOHBw6eaM Equipamentos de proteção individual (EPI) e coletivo (EPC) Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são instrumentos usados por profissionais, quando expostos a riscos. Cada profissão apresenta uma necessidade específica, por meio de normas regulamentadoras, frente à demanda de trabalho e exposições. Todas as normas regulamentadoras (NR) são estabelecidas e fiscalizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A NR 32 é a principal norma regulamentadora de normas de segurança aos profissionais de saúde. Alguns instrumentos são Equipamentos Proteção Coletiva (EPC), como lavadores orbitais, chuveiros de emergência, câmaras de fluxo laminar, extintores de incêndio, placas sinalizadoras etc. 61 62 https://www.youtube.com/watch?v=ySCOHBw6eaM 8/23/2021 32 EPI – Luvas As luvas protegem as mãos de exposição a riscos. Podem ser de materiais diversos, ambidestras, como as de procedimento, ou manidestras, como as estéreis. Principais tipos de luvas: • Luvas de látex (procedimento e estéril) • Luvas de nitrila (nitrílica) • Luvas de silicone http://www.suprimax.com/media/catalog/product/f/i/fil e_5_23_1_4.jpg http://www.medjet.com.br/fotos/norm/luva-nitrlica- sem-p-tamg-c-100-un-descarpack-21775.jpg http://www.santoamarolimpeza.com.br/product_ima ges/s/747/laranja__57174_zoom.jpg Luvas de látex Luvas de borrachaLuvas de siliconeLuvas de nitrila http://www.pontodoepi.com.br/imagens/produ tos/grande/Luva_procedimento_vinil.jpg • Luvas de borracha • Luvas térmicas EPI – Máscaras • As máscaras são EPIs que promovem proteção respiratória. Costumam ser usadas por profissionais em exposição à riscos e por clientes quando em tratamento médico específico. • Existem máscaras com diferentes porosidades, quantidade de camadas e filtração do ar. • As Peças Faciais Filtrantes (PFF) são máscaras (respiradores) que agem como filtros. O tipo de PFF dependerá do tipo de exposição. • As máscaras PFF2/N95 são muito usadas em casos de exposição à riscos biológicos com pequena proporção microscópica, como gripe H1N1 e ebola. N95 e PFF2 promovem proteção equivalente. N95 → segue as normas americanas. PFF2 → segue as normas brasileiras e européias. 63 64 8/23/2021 33 Tipos de máscaras Principais máscaras http://www.ceaditabira.com.br/product_im ages/b/760/114__06844_zoom.png http://www.lojasksi.com.br/produtos/Mascara_ Respiratoria_PFF2_com_valvula_det.jpg CIRÚRGICA CARVÃO ATIVADON95/PFF2 http://images.onccc.com/i003/2014/04/27/89/b ig_cdfb4990cd4860c1bba27abc782237b1.jpg EPI – Jalecos e capotes Os jalecos são EPIs de proteção ao corpo inteiro e, portanto, só devem ser usados em caso de exposição à riscos de contato. São fontes de contaminação cruzada entre profissionais e pacientes, portanto, JAMAIS utilizá-los em ruas, cantinas, elevadores, salas de aulas teóricas e veículos. Tipos de jalecos e capotes: • Jalecos compridos e de mangas compridas;* • Jalecos de mangas ¾ curto; • Capotes/ aventais cirúrgicos; • Pijama cirúrgico. http://4.bp.blogspot.com/-Zjvhvk0_erU/TfoqNaq- y2I/AAAAAAAAAYw/eUnVELqaFII/s1600/jaleco%2Bcienciabol.jpg * jalecos de uso médico-hospitalar e laboratorial. 65 66 http://4.bp.blogspot.com/-Zjvhvk0_erU/TfoqNaq-y2I/AAAAAAAAAYw/eUnVELqaFII/s1600/jaleco%2Bcienciabol.jpg 8/23/2021 34 EPI – Óculos de proteção e protetores faciais Os óculos de proteção e os protetores faciais são EPIs usados em casos de exposição a riscos de gotículas e aerossóis, além de proteção contra fagulhas e pequenas peças projetadas. São de uso obrigatório em casos de punções e riscos de exposição à respingos, jatos e derrames http://www.microbac.com.br/portal/portfolio_ibu siness/protecao-facial/ http://www.segmat.com.br/wp- content/uploads/2014/08/DSCN1146.jpg http://www.medline.com/media/catalog/CA14/CA14_0 7/CA14_07_09/PF07357/PF07357_PRI01.JPG ÓCULOS DE PROTEÇÃO MÁSCARA COM PROTETOR FACIAL (Fluidshield) PROTETOR FACIAL Os sapatos hospitalares precisam ser de tecido impermeável, cobrir todo o peito do pé e não possuir orifícios de ventilação nas partes superior e lateral. Em casos especiais, como em cirurgias, é usado um protetor sobre os calçados, chamado pró-pé. Os gorros e toucas costumam ser usados em cirurgias e procedimentos que requerem condições estéreis. EPI – sapatos e gorros http://www.nsp-comercial.com.br/image/cache/catalog/prope- tnt-500x500.jpg http://cdn.mundodastribos.com/249343-sapatos- hospitalares-modelos-pre%C3%A7os-2.jpg http://www.prolab.com.br/produtos_i mg/gde_6e1ddb8c5cabe16a873e6ea7 6fe6bdd2_touca-descartavel2.jpg SAPATOS HOSPITALARES PRÓ-PÉ TOUCA/GORRO http://img.elo7.com.br/product/main/2 8FF3F/touca-cirurgica-estampada.jpg 67 68 8/23/2021 35 Resíduos de serviços de saúde (RSS) Os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) são descartados de acordo com normas regulamentadoras daANVISA1, CONAMA2, ABNT3 e outros órgãos reguladores. Os RSS são classificados, de acordo com o tipo de material e risco oferecido. Para cada grupo de RSS, um tipo de descarte. ▪ Grupo A – resíduos potencialmente infectantes; ▪ Grupo B – resíduos químicos; ▪ Grupo C – resíduos radioativos; ▪ Grupo D – resíduos comuns; ▪ Grupo E – resíduos Perfurocortantes. 1 Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2 Conselho Nacional do Meio Ambiente , 3 Associação Brasileira de Normas Técnicas http://www.farmaceuticoinfoco.net/2015/03/o- que-e-o-plano-de-gerenciamento-de.html Classificação dos resíduos de serviços de saúde Classificação do lixo, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC/ANVISA 306/04 e Resolução CONAMA 358/05. 69 70 8/23/2021 36 Descarte de resíduos de saúde GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D GRUPO E Exemplos: restos de órgãos, bolsas de sangue, vacinas etc. Descarte: saco plástico branco leitoso, resistente e impermeável Destino: Incineração Exemplos: reagentes de laboratório, medicamentos etc. Descarte: manter na embalagem original Destino: devolvido ao fabricante ou coleta especial Exemplos: agulhas, lâminas de microscopia, lancetas, lâminas de bisturi Descarte: recipientes coletores rígidos Destino: Incineração Exemplos: papel, luvas, máscaras descartáveis, alimentos, madeira etc. Descarte: saco plástico resistente e impermeável. Alguns podem ser reciclados Destino: Incineração Exemplos: resíduos de quimioterapia, radioterapia, raio x etc. Descarte: recipiente protegido com chumbo Destino: Coleta especial / CNEN Descarte do grupo 1: http://www.fiocruz.br/biosseguran ca/Bis/lab_virtual/descarte- residuos-grupo-a.htm Mas quem são esses microrganismo, os chamados “micróbios”? 71 72 8/23/2021 37 Os Cinco Reinos dos Seres Vivos Podemos dividir os seres vivos em cinco grandes reinos: Monera, Prototista, Fungi, Plantae e Animal. Definição de Microbiologia Logos = estudo/ciência Microbiologia é a ciência que estuda os seres microscópicos e suas atividades. Os micro-organismos são: bactérias, fungos, protozoários, algas unicelulares e vírus. MICRO BIO LOGIA Mikros = pequeno Bios = vida 73 74 8/23/2021 38 Os principais microbiologistas Alguns pesquisadores tiveram grande influência na história da Microbiologia, em épocas em que apenas o poder da observação era disponível para descobertas e invenções. 1665 • Robert Hooke – Denominou de “células” aos compartimentos visualizados num pedaço de cortiça. 1673 • Antonie Van Leeuwenhoek – Identificou “seres invisíveis”, aos quais chamou de “animáculos”. 1798 • Edward Jenner – Produziu a primeira vacina, contra a varíola, coletando pústulas. 1857 • Louis Pasteur – Identificou a fermentação, deu fim à Teoria da geração espontânea e postulou teorias. 1860 • Robert Koch – Postulou a Teoria microbiana das doenças e identificou o bacilo da tuberculose. Teoria da geração espontânea – Abiogênese A teoria da geração espontânea é também chamada de Abiogênese. Na abiogênese, uma vida poderia surgir a partir de seres em decomposição ou espontaneamente, a partir de matéria bruta. Acreditava-se existir uma “força vital” que gerasse vidas. Foi proposta por filósofos e cientistas, como Aristóteles, René Descartes e Isaac Newton. origem/iníciovidanão/sem https://paradigmadoverme.files.wordpress.com/2012/ 03/paradigma-do-verme-51-a.jpg ABIOGÊNESE 75 76 8/23/2021 39 Teoria da geração espontânea - Abiogênese Assista ao vídeo sobre Abiogênese x Biogênese https://www.youtube.com/watch?v=EjyH5MkGdPY Experimentos de Redi e a Biogênese Em 1668, Francesco Redi, iniciou a observação de carnes em decomposição e percebeu que: • Larvas apareciam somente em potes destampados; • Moscas eram atraídas pelas carnes em decomposição. Com este experimento, Redi concluiu que as larvas não surgiam, espontaneamente, na carne em decomposição, mas, sim, a partir de moscas. Sua teoria foi muito contestada e ainda perdurou por mais de um século. 77 78 https://www.youtube.com/watch?v=EjyH5MkGdPY 8/23/2021 40 Experimentos de Pasteur e a Biogênese Após a teoria de Redi, John Needham e Lazzaro Spallanzani também fizeram experimentos tentando comprovar o fim da Abiogênese. Em 1860, Louis Pasteur fez o seguinte experimento: • Usou frascos com gargalos longos e finos; • Após fervura, observou que o líquido no frasco longo e fino permanecia estéril; • Quando quebrou o gargalo, percebeu crescimento microbiano. Pasteur considerou que os micro-organismos estavam no ar e, em contato com o caldo, proliferavam. ▪ os micro-organismos estão presentes em doentes e não em indivíduos sadios; ▪ os micro-organismos podem ser cultivados; ▪ a inoculação da cultura adoece outro animal; ▪ o micro-organismo isolado apresenta características iguais ao que causa a doença e pode ser re-isolado. ▪ os micro-organismos eram responsáveis por muitas doenças; ▪ cada micro-organismo seria responsável por uma doença em particular. ▪ foi a base da Epidemiologia atual. Teoria do germe x Postulados de Koch Os princípios de Epidemiologia e Microbiologia atuais são fundamentados nos princípios abaixo: Postulados de Koch (Robert Koch) Teoria do germe (Louis Pasteur) 79 80 8/23/2021 41 A idade de ouro da microbiologia Idade de Ouro da Microbiologia → período de 1857 e 1910. As descobertas e postulados científicos dessa época servem de base para a Microbiologia Moderna. • Invenção e aperfeiçoamento de microscópio; • Visualização de seres microscópicos; • Queda das teorias abiogênicas; • Importância da pasteurização e da fermentação; • Identificação e isolamento de micro-organismos de indivíduos doentes; • Descoberta, criação e aperfeiçoamento de vacinas e quimioterápicos; • Relação entre contaminação das mãos e infecções em cirurgias; • Uso de métodos de coloração em lâminas microscópicas. https://upload.wikimedia.org /wikipedia/commons/6/61/5 _Mark_DDR_1968_- _125._Geburtstag_von_Robe rt_Koch_-.JPG Domínio público - modificada Descoberta da vacinação A primeira vacina, contra a varíola, foi feita por Edward Jenner, em 1789. • Jenner percebeu que ordenhadores de vacas não tinham varíola; • Levantou a hipótese de a varíola das vacas proteger os humanos; • Inoculou secreções das pústulas da vaca em um menino; • Posteriormente, inoculou pus de secreções humanas no menino, que não adoeceu; • Descobriu a imunização contra varíola. https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/Louis_L%C3%A9opold_Boilly_-_L%27innoculation.jpg - Domínio público 81 82 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/61/5_Mark_DDR_1968_-_125._Geburtstag_von_Robert_Koch_-.JPG https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/Louis_L%C3%A9opold_Boilly_-_L%27innoculation.jpg 8/23/2021 42 Descoberta da vacinação Assista ao vídeo sobre ação das vacinas https://www.youtube.com/watch?v=ra_ebPTgzzw Descoberta da quimioterapia Quimioterapia é o uso de compostos químicos (sintéticos) para o tratamento de doenças. • O primeiro quimioterápico foi descoberto por Paul Ehrlich, em 1909, quando produziu uma droga contra a sífilis, a partir de arsênio. Chamou-a de Salvarsan; • Os quimioterápicos antineoplásicos são usados no tratamentos do câncer; • Alguns quimioterápicos são usados em infecções bacterianas, como os antibióticos naturais. 83 84 https://www.youtube.com/watch?v=ra_ebPTgzzw 8/23/2021 43 Assista ao vídeo explicativo para quimioterapia oncológica https://www.youtube.com/watch?v=jTAd0tfBWpY Descoberta da quimioterapia Assista ao vídeo sobre ação dos quimioterápicos https://www.youtube.com/watch?v=Lj530V8beXY Descoberta da quimioterapia 85 86 https://www.youtube.com/watch?v=jTAd0tfBWpY https://www.youtube.com/watch?v=Lj530V8beXY 8/23/2021 44 Recente avanços da Medicina O advento da tecnologia trouxe avanços importantes para a Microbiologia, como: • Microscopia eletrônica, possibilitando a visualização de vírus e organelas celulares;• Exames diagnósticos com maior sensibilidade, especificidade e acessibilidade; • Uso de micro-organismos na produção de vacinas, alimentos, combustíveis e produtos biotecnológicos. Yersinia sp. Por Microscopia eletrônica Bunyavírus por microscopia eletrônica Ainda existem desafios a serem vencidos, como a cura de infecções crônicas, como a causada pelo vírus HIV, e de doenças infecciosas letais, como o ebola, dengue etc. Os micro-organismos e o bem-estar humano • Entre todos os micro-organismos, poucos são patogênicos para o ser humano. • Presença de micro-organismos que constituem a flora bacteriana ou microbiota anfibiôntica no organismo humano. Algumas doenças acontecem por desequilíbrio da microbiota anfibiôntica e o corpo. • Auxílio na digestão humana, síntese de • Produção de antibióticos, medicamentos e biocombustível. • Uso de fermentos biológico e produção de iogurtes, queijos e bebidas fermentadas. 87 88 8/23/2021 45 Classificação dos micro-organismos A principal classificação dos seres vivos foi descrita por Whittaker, em 1969. Em 1990 surgiu a teoria dos 3 domínios, proposta por Carl Woese. • Atualmente, os seres vivos são classificados em domínios, de acordo com o tipo celular; • Todos os seres vivos com célula eucariota fazem parte do domínio Eukarya (eucarioto); • As bactérias possuem célula do tipo procariota e, por isso, fazem parte de dois domínios: Eubacteria ou Archaebacteria (Archea); • O domínio Archea é composto por bactérias que vivem em condições extremas de vida, enquanto o domínio Eubactéria, englobas as bactérias mais comuns na natureza. Os reinos e seus domínios A partir dos DOMÍNIOS (Woese, 1990) , os seres vivos são classificados em REINOS. DOMÍNIO Bactéria DOMÍNIO Archea DOMÍNIO Eucarionte REINO Eubactéria REINO Protista REINO Fungi REINO Animal REINO Vegetal SERES VIVOS ... ............ ... 89 90 8/23/2021 46 Taxonomia e nomenclatura binomial Seguidamente aos REINOS, os seres vivos são classificados, em FILOS, CLASSES, ORDENS, FAMÍLIAS, GÊNEROS e ESPÉCIES. Cada espécie de ser vivo possui um nome científico, que obedece à nomenclatura binominal (Linnaeus, 1735). Exemplos: Staphylococcus aureus GÊNERO ESPÉCIE GÊNERO ESPÉCIE Quando digitado, o nome científico deve estar em itálico e quando manuscrito, deve estar sublinhado. O gênero é escrito com letra maiúscula, enquanto a espécie com letra minúscula. REINO FILO CLASSE ORDEM FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIEESPÉCIE DOMÍNIO Os vírus são seres vivos? Antes de avaliar se um vírus é ou não ser vivo, é necessário identificar as características que todo ser vivo possui. Todo ser vivo: • É constituído por célula(s); • Respira; • Consome nutrientes; • Reproduz-se; • Possui ciclo vital: nasce e.... morre. 91 92 8/23/2021 47 Os vírus Os vírus: • São acelulares; • Não respiram; • Não consomem nutrientes; • Não se reproduzem (replicam); • Não possuem ciclo vital. Por não possuírem características dos seres vivos, fazem parte de uma classificação à parte. Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Morfologicamente, são compostos por: ácido nucleico (ADN ou ARN) e um capsídeo. Alguns vírus possuem envelope. Assista a um sobre replicação viral https://www.youtube.com/watch?v=ai-GtpXGP9Y Os vírus 93 94 https://www.youtube.com/watch?v=ai-GtpXGP9Y 8/23/2021 48 Monera Seres unicelulares (formados por uma única célula), procariontes (células sem núcleo organizado, o tipo mais simples de célula existente). São as bactérias e as algas azuis, antes consideradas vegetais primitivos. Protista Seres unicelulares eucariontes (que possuem núcleo individualizado) Apresentam características de vegetal e animal. Representados por protozoários, como a ameba, o tripanossomo (causador do mal de Chagas) o plasmódio (agente da malária), etc. 95 96 8/23/2021 49 Fungi Seres eucariontes uni e pluricelulares. Já foram classificados como vegetais, mas sua membrana possui quitina, molécula típica dos insetos e que não se encontra entre as plantas. São heterótrofos (não produzem seu próprio alimento), por não possuírem clorofila. Têm como representantes as leveduras, o mofo e os cogumelos. Plantae ou Metafita São os vegetais, desde as algas verdes até as plantas superiores. Caracterizam-se por ter as células revestidas por uma membrana de celulose e por serem autótrofas (sintetizam seu próprio alimento pela fotossíntese). Existem cerca de 400 mil espécies de vegetais classificados. 97 98 8/23/2021 50 Animali ou Metazoa São organismos multicelulares e heterótrofos (não produzem seu próprio alimento), pois são aclorofilados, Englobam desde as esponjas marinhas até o ser humano. Podem ser classificados como vertebrados e invertebrados. Seres vivos ganham nova classificação após 285 anos Acesse o sítio, leia o texto, e ouça o áudio em: https://jornal.usp.br/ciencias/seres-vivos-ganham-nova-classificacao- apos-285-anos/ 99 100 https://jornal.usp.br/ciencias/seres-vivos-ganham-nova-classificacao-apos-285-anos/ 8/23/2021 51 Tipos de células Classificação em dois grupos distintos de seres vivos; • Procariontes – pro – = antes; – karyon – = núcleo • organismos predominantemente unicelulares dos domínios Bactéria e Archaea • Eucariontes = eu – = verdadeiro • Organismos com células com núcleo verdadeiro - células animais, células vegetais, fungos e protistas Procariontes Ausência de núcleos DNA não é envolvido por envelope membranoso, e não se associa a proteínas para formar cromossomos. 101 102 8/23/2021 52 Componentes de Células Procarióticas Todas as células compartilham quatro componentes comuns: • uma membrana plasmática, um revestimento externo que separa o interior da célula de seu ambiente circundante; • citoplasma, consistindo de uma região gelatinosa dentro da célula na qual outros componentes celulares são encontrados; • DNA, o material genético da célula; e • ribossomos, partículas que sintetizam proteínas. Componentes de Células Procarióticas No entanto, os procariontes diferem das células eucarióticas de várias maneiras. Uma célula procariótica é um organismo unicelular, simples, unicelular, sem um núcleo ou qualquer outra organela ligada à membrana. Isso é significativamente diferente em eucariotos. DNA procariótico é encontrado na parte central da célula: uma região escura chamada nucleóide. 103 104 8/23/2021 53 Ao contrário de Archaea e eucariotos, as bactérias têm uma parede celular feita de peptideoglicano, composta de açúcares e aminoácidos, e muitos têm uma cápsula polissacarídica ( Figura ). Parede celular é uma camada extra de proteção, ajuda a manter a forma da célula e previne a desidratação. A cápsula permite que a célula se conecte a superfícies em seu ambiente. Alguns procariontes possuem flagelos, pili ou fímbrias. Os flagelos são usados para locomoção, enquanto a maioria dos pili é usada para trocar material genético durante um tipo de reprodução chamada conjugação Células eucarióticas Na natureza, a relação entre forma e função é aparente em todos os níveis, incluindo o nível da célula, e isso ficará claro quando explorarmos as células eucarióticas. O princípio “forma segue a função” é bem diversificado. Pássaros e peixes - corpos aerodinâmicos que lhes permitem mover-se rapidamente pelo meio em que vivem, seja ar ou água. Uma célula eucariótica é uma célula que possui um núcleo ligado à membrana e outros compartimentos ou sacos ligados à membrana, chamados organelas , que possuem funções especializadas. 105 106 8/23/2021 54 Tamanho da célula Com um diâmetro de 0,1 a 5,0 µm, as células procarióticas são significativamente menores do que as células eucarióticas, que têm diâmetros que variam de 10 a 100 µm. O pequeno tamanho dos procariotos permite que íons e moléculas orgânicas que os inserem se espalhem rapidamente para outras partes da célula. Da mesma forma, quaisquer resíduos produzidos dentro de uma célula procariótica podem se mover rapidamente. Mas célulaseucarióticas maiores evoluíram adaptações estruturais diferentes para melhorar o transporte celular. 107 108 8/23/2021 55 Eucariontes O DNA é encontrado nos cromossomos associados a proteínas, que estão em um núcleo delimitado por duas membranas denominado denominadas envelope nuclear. As célula eucarióticas são divididas em diferentes compartimentos que realizam diversas funções. A compartimentalização é efetuada por intermédio de membranas. 109 110 8/23/2021 56 Considerando o conteúdo anterior, vamos responder à seguinte questão: Quais estruturas celulares são comuns aos diferentes grupos de microrganismos? Sítio: https://www.menti.com/icutm1h39f, ou leia o CODE abaixo. 111 112 8/23/2021 57 Disseminação de agentes infecciosos • Os micro-organismos podem ser disseminados de diferentes formas: MICROBIOLOGIA CONTATO DIRETO Abraço, aperto de mão etc. CONTATO INDIRETO Através de fômites ATRAVÉS DE VETOR Através de insetos VEÍCULO COMUM Alimentos, água, soro contaminados etc. PERFURO- CORTANTES Seringas, agulhas, bisturis etc. TRANSPLA- CENTÁRIA / AMAMEN- TAÇÃO HORIZONTAL http://4.bp.blogspot.com/-SeHwoVTCuvA/UBqG6qFGHnI/AAAAAAAAH1Q/w9IzNbALliA/s1600/cnt_sp_germs_001hl.jpg?width=400 http://2.bp.blogspot.com/-F9aETP_Y52A/T4Vz5M8x2aI/AAAAAAAABAw/7D9WGymFB4Q/s1600/Adult_Baby%2520hands%2520-%2520edited%2520photo%2520for%2520NICU%2520book.jpeg http://jorgeschneider.com.br/wp-content/uploads/2014/04/dngue.png http://enfermedadclinica.com/wp-content/uploads/2013/12/Food-poisoning.jpg http://www.usp.br/agen/bols/2000/Image245.gif VERTICAL http://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/gravidez9.jpg FÔMITES Fômites são objetos potencialmente contaminados, que promovem contaminação cruzada e indireta entre pessoas. Em geral, são contaminados pelas mãos dos portadores e por secreções expelidas, como tosse e espirro. ▪ Um espirro é um movimento de propulsão. Para tal, é necessária grande captação de ar e o mesmo é expelido numa velocidade média de 150km/h; ▪ São formados dois tipos de secreções de saliva: gotículas, em geral atingem até 1 metro de distância, e aerossóis, que podem atingir até 4 metros de distância. Em um ambiente hospitalar, termômetros, esfigmomanômetros, tesouras, telefones, canetas etc. são fômites de comum contato entre profissionais. http://blog.h1n1.influenza.bvsalud.org/pt/files/2009/09/espirro.JPG 113 114 8/23/2021 58 Por enquanto é só, pessoal! 115
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