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ECOSSISTEMAS Produção primária e secundária Fluxo de energia e matéria. Ricklefs. 3a ed. A Economia da Natureza. Cap. 6 Odum E.P. e Barret G.W. 5ª ed. Fundamentos de Ecologia. Cap. 2. ECOSSISTEMAS • Os ecossistemas resultam da interação do conjunto de seres vivos (biocenose) e do conjunto de recursos fornecidos pela natureza (biótopo). Com capacidade de auto regulação e resistência, dentro de certos limites (homeostase). •São sistemas abertos que matem intercâmbios de energia e matéria com o meio; •Seguem as leis da termodinâmica – podem evoluir para um estado de organização cada vez mais complexo e acumular entropia negativa •Apresenta alguma homogeneidade topográfica, climática, pedológica, botânica e zoológica; Definições • Habitat - local ocupado por cada espécie, contemplando todas as características abióticas; • Nicho - função que cada espécie desempenha no ecossistema e suas relações com as demais espécies e com o meio ambiente. • Equivalentes Ecológicos - Refere-se às espécies que ocupam nichos semelhantes, porém em regiões distintas; Fontes de energia na Biosfera • Sol: 99,98% da energia do planeta vem do Sol. • Outros: - Elementos radioativos de rochas (muito pouco). - Energia geotérmica da Terra. - Forças gravitacionais do sistema Terra-Sol-Lua (marés). • RADIAÇÃO SOLAR: 173 x 1017 J/s. • ENERGIA GEOTÉRMICA: 32 x 1012 J/s • ENERGIA DAS MARÉS: 3 x 1012 J/s Radiação solar • A luz é a fonte primária de energia para o ecossistema. • Praticamente 50% de toda radiação solar, situa-se na região do espectro entre o UV e o IV que corresponde a luz visível (380nm e 770nm). Constante solar • A energia solar atinge o topo da atmosfera terrestre de maneira contínua, ao longo do ano, a uma taxa de 2 cal/cm2/min, que é a constante solar. (cal= 4,186 joules. 1 watts=1 joule/s) • Essa radiação solar sofre uma redução exponencial à medida que se aproxima da superfície terrestre. • Reflexão – pare da energia é refletida pelas nuvens e outras partículas suspensas no ar, voltando para o espaço, 34% (albedo). • Absorção – radiações UV absorvidas pela camada de ozônio (O3) • As radiações visíveis e IV são absorvidas nas camadas intermediárias da atmosfera, pela poeira, vapor de agua e gases como CO2. Radiação solar • Radiação remanescente chega a superfície terrestre na forma de luz direta ou difusa, apresentando num dia claro aproximadamente 10% UV, 45% visível e 45% IV • A radiação visível é pouco atenuada quando transpõe camadas de nuvens o que possibilita a realização de fotossíntese mesmo em dias nublados. • De toda a radiação que chega a superfície terrestre apenas 0,023% é absorvida pela fotossíntese Intensidade da luz • Os ecólogos medem a intensidade da luz como conteúdo energético dentro da região fotossinteticamente ativa do espectro (PAR), de 400nm a 700nm. • A intensidade pode ser expressa em watt. Ex. Constante solar = 2 cal/cm2/min ou 1395 W/m2. • Um habitat temperado num dia claro de verão poderia receber 350W/m2 de PAR. Intensidade da luz • A resposta da fotossíntese a intensidade da luz tem dois pontos de referencia: - ponto de compensação, intensidade luminosa na qual a assimilação fotossintética de energia equilibra a respiração. - ponto de saturação, acima da qual a taxa da fotossíntese não responde mais ao aumento da intensidade da luz. • Ex. em plantas que normalmente crescem em plena luz do sol (500W/m2) o ponto de compensação ocorre entre 1 e 2 W/m2. Intensidade da luz na água • A água absorve ou espalha a luz limitando a espessura da camada iluminada do mar. • Na água do mar a intensidade da luz visível diminui 50% do seu valor da superfície a 10 m de profundidade e cai para menos de 7% a 100 m de profundidade. • Os pigmentos fotossintéticos das plantas aquáticas próximas da superfície se assemelham aos das plantas terrestres e melhor absorvem as luzes azul e vermelha. • A alga vermelha das águas profundas (Porphyra) tem pigmentos que possibilitam aproveitar a luz verde. Classificação dos seres vivos quanto a nutrição Dependendo da forma pela qual os organismos vivos obtém seu alimento eles podem ser classificados em: • AUTÓTROFOS - são capazes de sintetizar o seu próprio alimento (autossuficientes); - Fotossintetizantes - sintetizam o alimento a partir da energia do sol e a armazenam na forma de compostos químicos altamente energéticos (energia potencial); Ex. plantas e algas - Quimiossintetizantes - obtém sua energia a partir da oxidação de compostos inorgânicos. Ex. Bactérias. Classificação dos seres vivos quanto a nutrição • HETERÓTROFOS – não são capazes de sintetizar o alimento de que precisam. - Herbívoros - se alimentam dos vegetais e absorvem a energia acumulada por meio da respiração; - Carnívoros - se alimentam dos herbívoros que aproveitam a energia acumulada, também, pelo processo de respiração; - Decompositores - utilizam a energia acumulada pelos vegetais, herbívoros e carnívoros, após a morte destes, por processos enzimáticos). Cadeias Alimentares • A cadeia alimentar é definida como o caminho seguido pela energia no ecossistema; • De acordo com os Fundamentos de Lindeman (1942): - Cada elo na cadeia é um nível trófico (ou nível alimentar). -Ineficiências nas transferências energéticas conduzem a uma pirâmide de energia nos ecossistemas. Conceito termodinâmico do Ecossistema • Alfred J. Lotka (químico) introduziu o conceito termodinâmico do ecossistema considerando-o como uma Máquina transformadora de energia: descrita por um conjunto de equações representando intercâmbios de matéria e energia entre os seus componentes, e obedecendo princípios termodinâmicos que governam as transformações energéticas. • 1ª Lei da Termodinâmica: nada se cria, nada se perde, tudo se transforma • 2ª Lei da Termodinâmica: os sistemas físicos tendem a aumentar a entropia. Transferência de Energia na Cadeia Alimentar • Pelas Leis da Termodinâmica, a medida que a energia vai sendo utilizada, vai sendo degradada em qualidade, ou seja, em formas menos aproveitáveis; • Na cadeia alimentar, parte da energia é armazenada e parte é utilizada para os processos metabólicos; • À medida que se avança na cadeia alimentar, a quantidade de energia disponível é menor, até que se torne completamente indisponível, na forma de calor. Níveis tróficos • Primeiro nível trófico - produtores de um ecossistema (autótrofos) • Segundo nível trófico – consumidores primários (animais herbívoros). • Terceiro nível trófico – consumidores secundários (animais carnívoros que se alimentam dos herbívoros). • Quarto nível trófico – consumidores terciários (animais carnívoros). Fluxo de energia - unidirecional Pirâmides de Energia e de Biomassa • As pirâmides de biomassa permitem comparar a quantidade de material presente nos organismos vivos em diferentes níveis tróficos. • https://www.coladaweb.com/biologia/ecologi a/piramides-ecologicas Pirâmides de Energia e de Biomassa • As pirâmides de Energia comparam padrões de fluxo de Energia através dos níveis tróficos em diferentes ecossistemas; • Pirâmide de energia de uma comunidade aquática. Em ocre, a produção líquida de cada nível; em azul, respiração. A soma à esquerda é a energia assimilada TEIA ALIMENTAR é uma complexa rede de transferência de matéria e energia formada pelas cadeias alimentares que se relacionam. https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia5.php Produção primária • É o processo pelo qual as plantas, algas e algumas bactérias (produtores primários) capturam a energia luminosa e a transformam em energia química nas ligações dos carboidratos: • Fotossíntese: 6CO2 + 6H2O C6H12O6 + 6O2 - Para cada g de C assimilado, 39 kJ de energia são armazenados. Produtividade Primária •A partir da energia solar os produtores são capazes de sintetizar compostos orgânicos; • Define-se como produtividade bruta (PPB), a quantidadetotal de matéria sintetizada em um determinado período de tempo; • Da quantidade total produzida, uma parcela é utilizada para a auto manutenção dos produtores (R); • A diferença entre a produtividade bruta e o quantidade de matéria consumida pelos produtores é conhecida como Produtividade Primária Líquida (PPL). • PPB – RESP = PPL Produtividade Primária Produtividade Primaria Líquida https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia9.php Quantificação da energia líquida produzida • Colheita: determina a matéria orgânica (seca) • acumulada (produção líquida); • Trocas gasosas: determinam a incorporação • líquida de CO2 à luz (produção líquida), produção de CO2 às escuras (respiração) e • produção bruta como a sua soma ;Garrafas claras e escuras para determinação de O2 • Carbono radioativo (C14) incorporado Padrões na produtividade primária • PL = Tm/ano – (Tonelada métrica = 1000kg de biomassa ao ano) • Terras: 110 -120 x 109 --> 1/3 da sup. • Oceanos: 50 - 90 x 109 --> 2/3 da sup. • Total produzido: 160-230 x 109 Tm / ano • 60% da produção é nas Terras • Os seres humanos consomem, junto com seus animais domésticos, 6% da produção primária líquida da biosfera. Produtividade secundária https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia9.php Odum, incorporou ao seu modelo o fluxo de nutrientes • A energia entra nos ecossistemas como luz e sai como calor (fluxo unidirecional). • Os nutrientes circulam continuamente entre os compartimentos orgânicos e inorgânicos dos Ecossistemas (fluxo cíclico). • Estudos sobre ciclos de nutrientes são indicadores de fluxo de energia. • Biomassa: massa de material vivo. • Necromassa: biomassa não viva. • Unidades: Energéticas (joules) ou Massa (peso seco em g, Kg, T, etc.) / área ou volume Representação de uma cadeia alimentar pelos modelos do fluxo de Energia de Odum (1950): - A produção líquida de um nível trófico torna-se a Energia ingerida do nível trófico seguinte. Padrões de fluxo de energia na cadeia alimentar A energia que chega a um nível trófico depende de: - Produção primária líquida (a base da cadeia alimentar). - Eficiência de transferência entre níveis tróficos. - As plantas usam 15% a 70% da energia luminosa assimilada para processos de manutenção. - Herbívoros e carnívoros usam mais energia na manutenção 80% a 95%. Padrões de fluxo de energia na cadeia alimentar • A proporção da PP que circula ao longo de cada percurso energético depende da eficiência de transferência. • Os padrões de fluxo de E podem ser previstos através da: • Eficiência de consumo (EC); • Eficiência de assimilação (EA); • Eficiência de produção (EP). Eficiência de Consumo (EC) http://professor.ufop.br/sites/default/files/roberthfagundes/files/ecologiatema18_fluxomateriaenergia.pdf Eficiência de Assimilação (EA) http://professor.ufop.br/sites/default/files/roberthfagundes/files/ecologiatema18_fluxomateriaenergia.pdf Eficiência de Produção (EP) http://professor.ufop.br/sites/default/files/roberthfagundes/files/ecologiatema18_fluxomateriaenergia.pdf Eficiência de transferência trófica • Percentagem de Energia transferida de um nível trófico para o seguinte é 5% - 20%. • EC X EA X EP → 10% (media) Amplificação Biológica • Caso um poluente persistente entre na cadeia alimentar, principalmente no nível dos produtores, a sua concentração irá aumentar à medida que se avança na cadeia; • Isso se deve à assimilação desse poluente pelos organismos, na síntese dos seus tecidos ou gordura (bioacumulação); Fatores para a Ocorrência da Amplificação Biológica 1. Pela lei da termodinâmica, um nível trófico necessita de um grande número de indivíduos do nível trófico anterior para se alimentar; 2. O poluente deve ser persistente no ambiente; 3. O poluente deve ser lipossolúvel; Ex.: Organoclorados (DDT, BHC, ETC.) metais pesados (Hg, Pb, Cd, Cr, etc). Fatores limitantes da Produtividade Primaria (PP) • Luz • Água • Temperatura • Duração da estação de crescimento • Nutrientes • CO2 Luz As plantas não são geralmente limitadas pela luz quando expostas diretamente ao Sol. • A sombra (por folhas de outras plantas) pode reduzir as taxas fotossintéticas abaixo do máximo. • A eficiência fotossintética de um ecossistema é tipicamente 1-2%: a energia restante é refletida ou perdida na forma de calor Água • A fotossíntese nos ecossistemas terrestres é limitada pela água: em condições de stress de água, os estomas fecham e o intercâmbio de gás cessa, parando a fotossíntese • Transpiração ou Eficiência no uso de água: • 2g de matéria orgânica produzidos por kg de água transpirada (4g para plantas resistentes à seca) • A eficiência ao nível do ecossistema é menor: 0,2 g/kg https://www.ecoevol.ufg.br/adrimelo/ecossistemas/aula4.pdf Temperatura • A temperatura ótima para a fotossíntese varia de acordo com os sistemas: • cerca de 16oC para a maioria das espécies das zonas temperadas até 38oC para algumas espécies das zonas tropicais • As taxas fotossintéticas aumentam com a temperatura, até um ponto. • As taxas respiratórias também aumentam com a temperatura, consequentemente, a assimilação diminui com a temperatura. https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bi oquimica/bioquimica17.php https://www.ecoevol.ufg.br/adrimelo/ecossistemas/aula4.pdf Duração da estação de crescimento Produtividade depende da duração da estação de crescimento: • Folha caduca x Folha persistente • Menos produtiva Mais produtiva https://brasilescola.uol.com.br/geografia/ estacoes-ano.htm Nutrientes • A produção nos sistemas terrestres pode ser limitada por nutrientes: os fertilizantes estimulam a produção dos cultivos. Nitrogênio(N) é o elemento limitante mais comum. • De um modo geral, os sistemas aquáticos são fortemente limitados por nutrientes: especialmente nos oceanos. • Lixiviação de nutrientes nos solos pode estimular a produção em ambientes aquáticos de forma indesejável (Eutrofização) Gás Carbônico - CO2 https://blogdoenem.com.br/fotossintese-temperatura-co2/ Relações bióticas • Embora a quantidade de nutrientes tenha a potencialidade para determinar a produção em lagos. • Peixes piscívoros e planctívoros tem a capacidade para afetar significativamente a PP (Carpenter, Kitchell & Hodgson, 1985) http://fobos.inf.um.es/jfcalvo/?p=2625 PPL varia com os ecossistemas https://www.ecoevol.ufg.br/adrimelo/ecossistemas/aula4.pdf Produção em sistemas aquáticos e semiaquáticos • As zonas húmidas são frequentemente muito produtivas: especialmente devido à sua interface terra-água • A produção nos sistemas aquáticos é muito variável: - os oceanos são pouco produtivos (limitação por nutrientes) - as zonas de upwelling (ressurgência) e as plataformas continentais são mais produtivas - os estuários, bancos de coral e florestas de algas podem ser muito produtivos. Ciclos Biogeoquímicos • São os ciclos através dos quais a matéria é reciclada nos ecossistemas; • Os elementos essenciais à vida (aproximadamente 40) passam por esses ciclos de reciclagem; • Esses elementos recebem a designação de nutrientes: – Macronutrientes participam em quantidades superiores a 0,2 % nos ciclos biológicos (C, O, H, N, P, S, Cl, K, Ca, Na); – Micronutrientes participam em quantidades inferiores a 0,2 % em peso (Al, B, Cr, Zn, Cu, Mo, V, Co). • Além desses elementos, a água é o principal e mais abundante componente dos seres vivos. https://pt.khanacademy.org/science/biology/ecology/biogeochemical-cycles/a/introduction-to- biogeochemical-cycles Ciclos Biogeoquímicos • Ciclos de Maior Interesse - Hidrológico; - Carbono; - Nitrogênio; - Fósforo; - Enxofre. Ciclo Hidrológico • Se refere à movimentação da água pelos reservatórios oceânico, atmosférico e terrestre; • E o processo no qual ocorre o fenômeno de autodepuração da água; • Este ciclo ocorre devido a energia proveniente dosol. Ciclo do Carbono • O carbono é um dos principais elementos que constituem a matéria orgânica; • incorporado na fotossíntese juntamente com a água, pelos produtores, é devolvido ao ambiente nos processos de respiração, fermentação combustão, etc. Ciclo do Nitrogênio • O nitrogênio é um elemento importante pois é necessário para a formação de proteínas (DNA inclusive); • É o principal constituinte do ar atmosférico (79 %); • Contudo, este nutriente não pode ser absorvido diretamente da atmosfera pelos organismos vivos; • Para a sua utilização o mesmo deve estar na forma de compostos orgânicos, amônia ou nitrato; Ciclo do Fósforo • Ao contrário do carbono e do nitrogênio, o fósforo não se apresenta na fase gasosa; • É um elemento limitante para o crescimento de plantas e algas; • A sua entrada no ciclo através das plantas, algas e algumas bactérias; • Devido ao fato do fósforo formar compostos com baixa solubilidade na água, a sua disponibilidade é bastante limitada; • Inevitavelmente, o fósforo tende a se acumular nos oceanos; • O retorno do fósforo dos oceanos para o solo é bastante lento. Ciclo do Enxofre • O seu ciclo é, basicamente, sedimentar, embora possua uma fase gasosa; • A forma gasosa do enxofre, embora acelere o seu ciclo, pode ser prejudicial; • Os organismos vivos assimilam o enxofre na forma de sulfatos inorgânicos; • Após a sua assimilação pelos organismos vivos o mesmo é mineralizado no processo de decomposição e retorna para o ambiente.
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