Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FISIOLOGIA PROFª. ROBERTA / MEDICINA –UNCISAL TURMA 52 Quando se pensa em medula espinhal, vem logo à mente a ideia de reflexo, que consiste em uma resposta a um estímulo de maneira padronizada. FUNÇÕES DA MEDULA ESPINHAL Controle do movimento do corpo. Regulação das funções viscerais. Processamento de informações sensoriais. Condução do fluxo de informações aferentes e eferentes ao encéfalo. Obs: Sem os circuitos neuronais especiais da medula, mesmo os sistemas de controle motor mais complexos no encéfalo não podem gerar qualquer movimento motor intencional. Por exemplo, não existe nenhum circuito neuronal, em qualquer parte do encéfalo, que gere o movimento alternado das pernas, necessário para andar. (Guyton, 12ª edição) Na aula, Roberta citou isso, dizendo que o ato de caminhar é um reflexo. ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES MOTORAS DA MEDULA ESPINHAL A substância cinzenta da medula espinhal é a área de integração para os reflexos espinhais. Essa substância cinzenta da medula é dividida em áreas, essa divisão é baseada na população neuronal, pois eles executam funções diferentes. A parte anterior da substância cinzenta é chamada de corno ventral, este é o ponto de eferência, os neurônios localizados no corno ventral têm axônios saindo da medula para obrigar o órgão efetor a trabalhar. Enquanto a parte posterior da substância cinzenta é o corno dorsal, que é a porta de entrada (aferência) das informações à medula. Ou seja, as informações sensoriais chegam no corno dorsal, enquanto a informação motora sai pelo corno ventral. No corno ventral, podem existir dois tipos de neurônios: o motoneurônio α, que é responsável pela contração do músculo estriado esquelético (fibras extrafusais), e o motoneurônio γ (gama), que transmitem impulsos por fibras nervosas menos calibrosas, chamadas de fibras intrafusais, que constituem o centro do fuso muscular e auxiliam no controle do tônus muscular básico. Após entrar na medula, cada sinal sensorial trafega por duas vias separadas: (1) um ramo sensorial termina, quase imediatamente, na substância cinzenta da medula e provoca os reflexos sensoriais segmentares locais e outros reflexos locais. (2) Outro ramo transmite sinais para níveis superiores, na própria medula e para o tronco cerebral, ou, mesmo para o córtex cerebral. (Guyton, 12ª edição) Na aula, Roberta disse que a fibra aferente (neurônio pseudo-unipolar) pode emitir um ramo colateral que faz sinapse com tratos ascendentes. Estão presentes também em todas as áreas da substância cinzenta medular os interneurônios, também chamados de neurônios de associação, que têm função de ligar um neurônio a outro e processar os diferentes tipos de circuitos neuronais. TIPOS DE CIRCUITOS: 1. Divergente Quando há sinapse de um neurônio para muitos. Ex: Células piramidais (córtex motor) 2. Convergente Sinapse de muitos neurônios para um. Ex: Tálamo 3. Reverberante Também chamado de descarga repetitiva, acontece quando uma sinapse causa um estímulo, que se repete como um feedback positivo. Ex: Contração. FISIOLOGIA PROFª. ROBERTA / MEDICINA –UNCISAL TURMA 52 Células de RenshawSão células inibitórias que transmitem sinais inibitórios para os neurônios motores circunjacentes. Assim, a estimulação de cada neurônio motor tende a inibir os neurônios motores adjacentes, o que é importante para focalizar ou ressaltar o estímulo. O nome desse efeito é inibição lateral. (Guyton, 12ª edição) Na aula, Robeta disse que se chamava Princípio da Inibição Recorrente. RECEPTORES SONSORIAIS MUSCULARES Os músculos e seus tendões são supridos com dois tipos especiais de receptores sensoriais: os fusos musculares, distribuídos no ventre do músculo, enviando informações para o sistema nervoso sobre o comprimento do músculo ou a velocidade de variação do seu comprimento, e os órgãos tendinosos de Golgi, localizados nos tendões nos músculos e que transmitem informação sobre a tensão do tendão ou a velocidade de alteração da tensão do músculo. REFLEXO DE ESTIRAMENTO MUSCULAR (MIOTÁTICO): A função do fuso muscular é prevenir lesões na fibra muscular por estiramento excessivo, logo, a informação de que a fibra interfusal está sendo estirada estimula a contração, ou seja, sempre que um músculo é rapidamente estendido, a excitação dos fusos causa a contração reflexa das fibras musculares extrafusais. O reflexo de estiramento pode ser dividido em dinâmico e estático. O dinâmico se opõe às alterações rápidas do comprimento do músculo, enquanto o estático consiste em manter o grau de contração muscular razoavelmente constante. Reflexo patelar É o método clínico para determinar a sensibilidade dos reflexos de estiramento. O reflexo patelar pode ser induzido para percussão do tendão patelar com um martelo de reflexo, o que estirao quadríceps, ativando o fuso muscular, que manda a informação para a medula. Em seguida, o motoneurônio α é ativado e há a contração do quadríceps como resposta. Na aula, Roberta disse que a informação também passa pelo interneurônio α, que inibe os antagonistas (bíceps femroal).ação para a medula. REFLEXO TENDINOSO DE GOLGI (MIOTÁTICO INVERSO): A função do órgão Tendinoso de Golgi é prevenir a rotura do tendão ao captar tensões excessivas devido ao excesso de carga. O reflexo tendinoso de Golgi é inteiramente inibitório, ou seja, é um mecanismo de feedback negativo que impede o desenvolvimento de tensão excessiva do músculo. Roberta disse na aula que esse reflexo inibe o motoneurônio alfa e ativa o antagonista do movimento. REFLEXO DE RETIRADA: Ocorre quando estímulos sensoriais cutâneos causam a contração dos músculos flexores e o afastamento do membro do objeto estimulador. Desse modo, o reflexo flexor, em sua forma clássica, é provocado pela estimulação das terminações para dor (norcirreceptores), tais como alfinetada, calor, ferimento etc. *Obs: Na aula, Roberta não citou esse reflexo, mas vai que cai. REFLEXO EXTENSOR CRUZADO: Aproximadamente 0,2 a 0,5 segundo após o estímulo provocar reflexo flexor no membro, o membro oposto começa a se estender (Guyton, 12 edição) Definição da professora: é o reflexo que ajuda o indivíduo a manter a postura quando a resposta a um estímulo muito forte o faz sair do “campo gravitacional”. REFLEXO DE COÇAR: É um reflexo espinhal que envolve duas funções: a sensação de posição, que permite que a mão encontre o local exato da irritação na superfície do corpo, e o movimento de vai e vem de coçar. REFLEXOS QUE PROVOCAM ESPASMO MUSCULAR: São observados com frequência nos seres humanos e, na maioria dos casos, a causa é a dor localizada. Espasmo resultante de um osso quebrado: Resulta de impulsos dolorosos, iniciados nas bordas do osso quebrado, o que faz com que os músculos que revestem a área se contraiam tonicamente. Em geral, dois procedimentos anestésicos podem ser usados para superar esse espasmo: injeção de anestésico local nas bordas do osso ou anestesia geral profunda. Espasmo do músculo abdominal na peritonite: É um espasmo local resultante da irritação do peritônio parietal pela peritonite. Esse tipo de espasmo ocorre, FISIOLOGIA PROFª. ROBERTA / MEDICINA –UNCISAL TURMA 52 em geral, em operações cirúrgicas abdominais, por isso anestesia profunda é, geralmente necessária para cirurgias intra-abdominais. Cãibra: Acredita-se que a contração estimule, adicionalmente, os mesmos receptores sensoriais, o que faz com que a medula espinhal aumente a intensidade da contração. Assim, é desenvolvido um feedback positivo, no qual uma pequena irritação inicial induz mais e mais contração, até que resulte em cãibra muscular plena. REFLEXOS AUTÔNOMOS DA MEDULA ESPINHAL: Alguns dos reflexosautônomos segmentares são: (1) alteração do tônus vascular, resultante de alterações do aquecimento local da pele, (2) transpiração que resulta do aquecimento localizado na superfície do corpo, (3) reflexos intestino-intestinais, (4) reflexos peritônio-intestinais que inibem a motilidade gastrointestinal em resposta à irritação peritoneal, (5) reflexos de evacuação do cólon ou da bexiga urinária, entre outros. TRANSECÇÃO DA MEDULA ESPINHAL E CHOQUE ESPINHAL: Quando a medula espinhal é transeccionada nos níveis cervicais altos, de início, praticamente todas as funções da medula espinhal, incluindo os reflexos espinhai, ficam imediatamente diminuídos, até o ponto de quase total silêncio, reação chamada de choque espinhal. Algumas das funções afetadas durante ou após o choque espinhal são: 1. No início, a pressão arterial cai instantânea e drasticamente demonstrando assim que a atividade do sistema nervoso simpático fica quase completamente bloqueada. 2. Todos os reflexos musculares esqueléticos de integração espinhal são bloqueados, durante os estágios iniciais. 3. Os reflexos sacrais, para o controle da evacuação do cólon e esvaziamento da bexiga, são suprimidos, nos seres humanos, nas primeiras semanas após a transecção da medula, mas, na maioria dos casos, eles acabam retornando. Há lesões neurológicas por comprometimento exclusivo do corno ventral, que destroem seletivamente o motoneurônio alfa, como é o caso do vírus da poliomielite. Nesse caso, a sensibilidade é mantida, só comprometendo a contração muscular. Se a lesão for completa, se tem paralisia, se for incompleta, tem-se fraqueza muscular. Por outro lado, há também doenças que atingem exclusivamente os neurônios do corno dorsal. Na infecção sifilítica, por exemplo, a bactéria provoca inicialmente, uma lesão (úlcera) chamada cancro duro. Esse ferimento é indolor e desaparece com 15 dias, porém o treponema continua no corpo agredindo alguns órgãos, como o SNC. Nesse sistema pode provocar demência, porém o mais frequente de ocorrer é o tabes dorsalis. Nessa forma neurológica de sífilis terciária, o neurônio sensorial, localizado no gânglio espinhal, é lesado; toda entrada sensorial está ocorrendo por essa via, logo, se aquele neurônio está morrendo, perde-se informações importantes da periferia. A informação de propriocepção desaparece rapidamente, isto é importante pois provoca alterações do equilíbrio e da coordenação.
Compartilhar