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1) Marcelo, sócio administrador de uma empresa de cosmético, negligentemente, em razão do acúmulo de serviço, deixa de repassar no prazo correto, à previdência social, contribuições previdenciárias recolhidas dos empregados da empresa. Porém, ao tomar conhecimento do fato, um dos empregados informa o caso a autoridade policial. Considerando as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de Marcelo configura crime? Justifique e fundamente sua resposta na lei penal;
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de
 I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços
 III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social;
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal
 § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
III – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia
Parágrafo único- Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente
Neste caso, Marcelo não praticou crime algum, o fato é atípico, pois não houve dolo na sua conduta, elemento subjetivo exigido para a prática do crime art. 18, §único. O agente acabou sendo negligente pelo excesso de serviço, se esquecendo de repassar os valores à Previdência Social, o que não caracteriza o delito de apropriação indébita previdenciária, previsto no art. 168-A do CP, já que não houve dolo e sim culpa.
2) Ricardo e Carlos, mediante emprego de simulacro de arma de fogo, abordaram o casal Denis e Ana Claudia que namoravam na praça. Após anunciarem o assalto, Ricardo e Carlos subtraíram o relógio de Denis e a bolsa de Ana Claudia, empreendendo logo em seguida fuga do local. Ocorrido o fato, 20 minutos depois, policiais prenderam Ricardo e Carlos que foram identificados pelas vítimas. Diante dos fatos narrados, responda:
a) Considerando o que determina a atual jurisprudência dos Tribunais Superiores, Ricardo e Carlos devem ser denunciados pelo crime tentado ou consumado? Justifique e fundamente sua resposta.
Ricardo e Carlos devem ser denunciados pelo crime de roubo consumado, pois embora por curto espaço de tempo, ocorreu a inversão da posse sobre o bem, mediante emprego de violência ou grave ameaça. O STF e o STJ adotam a teoria (teoria da amotio) segundo a qual o crime se consuma quando o agente passa a ter o poder sobre a coisa, após ter praticado a violência ou grave ameaça (Súmula 582 do STJ). Se o agente pratica a violência ou grave ameaça, mas não subtrai a coisa, o crime é TENTADO.
Súmula 582 do STJ - Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
b) Ricardo e Carlos responderão por um único crime ou em concurso de crimes? Justifique e fundamente sua resposta;
Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Neste caso, tivemos dois crimes de roubo consumados, eis que foram subtraídos bens de patrimônios distintos, tanto de Denis quanto de Ana Claudia de forma que os agentes responderão por dois crimes de roubo, ambos com causa de aumento de pena pelo concurso de agentes Art. 157, § 2º, II, c/c Art. 70 do CPB. Nesse sentido foi o entendimento do STJ (Min. Relator, Reynaldo Soares da Fonseca), que considerou que, “não há falar em crime único quando, num mesmo contexto fático, são subtraídos bens pertencentes a pessoas diferentes, ainda que da mesma família, incidindo, na espécie, a regra prevista no art. 70, primeira parte, do Código Penal”.
c) Em que crime o Ministério Público deverá denunciar Ricardo e Carlos?
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
§ 2º  A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade.
I – (revogado);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
O Ministério Público deverá denunciar Ricardo e Carlos pelo crime de roubo majorados pelo concurso de agentes, na forma do art. 157, §2º, II, c/c art. 70 do CPB. Não há aplicação da majorante do emprego de arma de fogo, por se tratar de arma de brinquedo (simulacro de arma de fogo), o fundamento é que não se pode permitir o aumento da pena quando a arma utilizada pelo agente não tinha, no momento da sua ação, qualquer potencialidade ofensiva. 
É necessário que haja perícia para apurar a potencialidade lesiva da arma, porém se isso não for possível, as demais provas podem ser utilizadas para comprovar o fato (Posição do STJ).
3) José, servidor público federal, ao final do expediente de trabalho, ao retornar para casa em um ônibus da linha Pedreira Condor, observa que ao seu lado, uma jovem está distraída, olhando pela janela do ônibus. Se aproveitando da situação José subtrai o celular que estava em sua bolsa, deixando o coletivo logo em seguida. O passageiro que estava próximo viu a ação, comunicou o fato à polícia, e uma semana após, José foi identificado. Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que José responderá por qual crime? Fundamente sua resposta.
Neste caso teremos o crime de furto, pois o agente subtraiu, para si, coisa alheia móvel, na forma do art. 155 do CPB.
4) Com a intenção de comprar bebidas, Fernando subtrai da carteira do seu pai (idade 70 anos) a importância de R$1.000,00 (mil reais) referente ao salário recebido naquela tarde. No dia seguinte pela manhã, ao tentar subtrair dólares do quarto da mãe, Fernando foi flagrado por sua irmã. Decide, então, ameaçá-la de morte e levar todas as joias encontradas no porta joias. Diante dessa situação, é correto afirmar que Fernando cometeu quais crimes? Justifique fundamentando sua resposta.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime écometido:
(...)
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Neste caso, com relação ao pai, Fernando deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo abuso de confiança Art. 155, § 4º, II do CP. Com relação à mãe, trata-se de crime de roubo art. 157 do CPB.
5) Bento e Antônio decidem roubar o veículo de Marta, vizinha de Antônio. Com o fim de conseguir local para esconder o veículo antes do seu desmonte para a venda das peças. Bento e Antônio procuraram Pedro, primo de Bento que é mecânico, e pediram para ele guardar o carro durante um mês. Mesmo sabendo que o carro era produto de crime, Pedro concordou, logo após, o crime foi praticado. Chegando em casa, Antônio relata o fato para sua esposa, que o convence a devolver o veículo a vizinha. Desta forma no dia seguinte, Antônio vai a casa de Marta e conta o ocorrido, e esta, por sua vez, vai a delegacia e faz a ocorrência. Considerando o contexto fático, Bento, Antônio e Pedro responderão por qual crime? Fundamente sua resposta.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
§ 2º  A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade.
I – (revogado);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
Neste caso, Pedro foi partícipe do crime praticado por Bento e Antônio, já que, em ajuste PRÉVIO, comprometeu-se a contribuir para a empreitada criminosa, motivo pelo qual responderá pelo crime praticado por Bento e Antônio, ou seja, todos responderão pelo roubo majorado pelo concurso de agentes, na forma do art. 157, §2º, II do CP.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Nesse caso não há que se falar em arrependimento posterior, pois o crime cometido, foi o de roubo, que exige o emprego de violência ou grave ameaça.
6) Ta bom amore Marcelo exímio batedor de carteira valendo-se de sua destreza, consegue retirar a carteira do bolso traseiro da calça de Renato, o que foi percebido por Marcia que passava ao lado, e de pronto alertou a vítima, que imediatamente sai ao encalço do delinquente. Ocorre que, durante a perseguição, Renato acaba sendo atropelado, vindo a óbito em decorrência dos ferimentos. Com base nas informações do caso hipotético, e na jurisprudência predominante dos tribunais superiores, responda, se Marcelo cometeu latrocínio?
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Marcelo não praticou latrocínio, pois a morte da vítima se deu por atropelamento, em razão da sua intenção em recuperar o bem furtado, ou seja, uma conduta que não pode ser imputada a Marcelo. Também não se trata de delito qualificado pela destreza, eis que não houve destreza alguma, já que alguém percebeu a ação.
No caso concreto, Marcelo praticou o crime de furto simples consumado Art. 155 caput do CP, eis que obteve a posse do bem furtado, ainda que por um curto espaço de tempo, nesse sentido é a jurisprudência do STJ (consumasse o furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada).
Confira a ementa do REsp 1524450/RJ:
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. RITO PREVISTO NO ART. 543-C DO CPC. DIREITO PENAL. FURTO. MOMENTO DA CONSUMAÇÃO. LEADING CASE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 102.490/SP. ADOÇÃO DA TEORIA DA APPREHENSIO (OU AMOTIO). PRESCINDIBILIDADE DA POSSE MANSA E PACÍFICA. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Recurso especial processado sob o rito do art. 543-C, § 2º, do CPC e da Resolução n. 8/2008 do STJ. 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, superando a controvérsia em torno do tema, consolidou a adoção da teoria da apprehensio (ou amotio), segundo a qual se considera consumado o delito de furto quando, cessada a clandestinidade, o agente detenha a posse de fato sobre o bem, ainda que seja possível à vitima retomá-lo, por ato seu ou de terceiro, em virtude de perseguição imediata. Desde então, o tema encontra-se pacificado na jurisprudência dos Tribunais Superiores. 3. Delimitada a tese jurídica para os fins do art. 543-C do CPC, nos seguintes termos: Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. 4. Recurso especial provido para restabelecer a sentença que condenou o recorrido pela prática do delito de furto consumado. (STJ, Terceira Seção, REsp 1524450/RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/10/2015)
7) Em uma loja de departamento Carlos colocou duas camisas dentro de sua jaqueta. Ocorre que ao sair da loja o alarme soou e Carlos acabou flagrado e sendo preso no local. O advogado de Carlos aduziu em sua defesa tentativa de furto, haja vista que o mesmo sequer chegou a sair da loja com o objeto do furto. O Ministério Público ofereceu a denúncia, requerendo a condenação de Carlos por crime duplamente consumado. Considerando o caso hipotético, bem como a jurisprudência dominante dos tribunais superiores, você concorda com as teses da defesa e da acusação? Justifique e fundamente sua resposta.
Incorreta a tese de defesa de Carlos, pois segundo STJ e STF o crime de furto se consuma com a mera inversão da posse (teoria amotio). A tese da acusação também não está correta, pois o crime foi único, o fato da coisa furtada, constituir-se de duas camisas, não caracteriza crime duplo. Neste caso, tratando-se de crime de furto simples Art. 155 Caput.
8) Por volta das 22 horas de um sábado, Juca réu primário e de bons antecedentes, tentou mediante escalada de um muro, subtrair vários pedaços de fios de cobre da rede elétrica. Na época do fato o objeto do furto foi avaliado em, aproximadamente, R$ 150,00 (cento e cinquenta reais). Diante do caso narrado, e considerando o entendimento sumulado do STJ, Juca cometeu crime? Justifique e fundamente sua resposta.
Juca cometeu o crime de furto privilegiado-qualificado, pois segundo o entendimento sumulado do STJ ( Súmula 511), é possível o reconhecimento do privilégio previsto no Art. 155, § 2º, do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente e o pequeno valor da coisa, e se a qualificadora for de ordem objetiva como no caso em questão. 
Súmula 511 - É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
No caso concreto não cabe aplicação do princípio da insignificância haja vista o elevado grau de reprovabilidade do furto praticado com escalada. Nesse sentido é o entendimento do STF, que concluiu que o princípio da insignificância ou bagatela "não pode ser aplicado apenas e tão-somente com base no valor da coisa subtraída. Isso porque devem ser também satisfeitos, cumulativamente, outros requisitos, como a mínima ofensividade da conduta do agente; a ausência de periculosidade social da ação; o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do réu e a inexpressividade da lesão ao bem juridicamente tutelado (Habeas Corpus (HC) 97012).
9) Juscelino, primário e de bons antecedentes, mediante grave ameaça, subtraiu o celular de Maria, avaliadoem R$ 350,00(trezentos e cinquenta reais). Imediatamente Juscelino foi capturado pela polícia que passava no local, sendo o objeto subtraído recuperado, não sofrendo a vítima qualquer prejuízo de ordem patrimonial. Considerando o caso hipotético, na condição de advogado de Juscelino você, poderá apelar, buscando o reconhecimento da atipicidade por força da insignificância, ou na pior das hipóteses, pleitear a tentativa de roubo em razão da imediata recuperação da coisa roubada? Justifique e fundamente sua resposta.
No caso em tela, não há que se falar em forma tentada do roubo, pois o agente teve a posse da coisa, ainda que por breve período, o que consuma o delito (Súmula 582 do STJ). Também não há que se falar em insignificância, pois dada a existência de violência ou grave ameaça, não haverá os requisitos para a aplicação do princípio da insignificância, que segundo o STF são:
- mínima ofensividade da conduta do agente; 
- ausência de periculosidade social da ação- reduzido;
- grau de reprovabilidade do comportamento do réu; e
- inexpressividade da lesão ao bem juridicamente tutelado.
10) Josué subtrai o carro de Marcelo mediante o emprego de grave ameaça exercida pela utilização de arma de fogo. Em razão do susto sofrido. Marcelo, rapaz jovem, aparentando boa saúde, vem a falecer em virtude de ataque cardíaco. Com base no cenário acima, Josué deve responde por latrocínio? Responda justificando e fundamentando sua resposta.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
(...)
§ 3º Se da violência resulta:
(...)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
Josué não responderá por latrocínio, pois Marcelo era jovem e aparentemente saldável e sem qualquer histórico de doença cardiovascular. Assim, a eventual morte da vítima sequer poderia ter sido previsível (previsibilidade objetiva, indispensável para o reconhecimento da culpa). Além disso, jamais poderíamos falar em latrocínio aqui, pois não houve emprego de violência (constrangimento físico da vítima, emprego de força sobre o corpo da vítima), apenas grave ameaça[footnoteRef:1], exigência contida no tipo penal art 157, § 3º do CPB. [1: a grave ameaça é a violência moral, a promessa de fazer mal à vítima, intimidando-a, atemorizando-a, viciando sua vontade de modo a evitar um eventual reação (Luiz Régis Prado in ‘Curso de Direito Penal Brasileiro - Vol. 2’, Ed. RT, 5ª edição, 2006, pág. 418). É necessário que a ameaça seja bastante para criar no espírito da vítima o fundado receio de iminente e grave mal, físico ou moral (Nelson Hungria in ‘Comentários ao Código Penal - Vol. VII’, Ed. Forense, 4ª edição, 1980, pág. 54). Não se exige, contudo, o propósito, por parte do agente, de cumprir verdadeiramente a ameaça, nem que ela possa ser cumprida, basta que, no caso concreto, ela seja idônea para constranger e intimidar o ofendido (Heleno Cláudio Fragoso in ‘Lições de Direito Penal - Parte Especial - Vol. 1’, Ed. Forense, 11ª edição, 1995, pág. 20).] 
Dada a total ausência de previsibilidade da ocorrência do resultado, a morte não pode ser imputada a Josué, nem mesmo a título culposo, É de se frisar que a questão deixa bastante claro que se tratava de pessoa jovem e de boa saúde, exatamente para não dar margem a diferentes interpretações.
11) Max, com intuito de roubar Mario, o agride, causando-lhe lesões corporais de natureza leve. Antes, contudo, de subtrair os pertences de Mario, Max decide não mais praticar o crime, pede desculpas à vítima e foge do local. Nessas circunstâncias Max responderá por tentativa de roubo? Responda justificando e fundamentando sua resposta.
No caso em tela Max iniciou a execução de um delito de roubo, mas desistiu de prosseguir na execução, o que caracteriza desistência voluntária, nos termos do art. 15 do CP. Isso faz com que Max responda, apenas, pelos atos já praticados que, no caso em tela, configuram apenas lesões corporais leves.
12) Endividado, Claudio com a ajuda de Francisco sequestra o próprio irmão de 12 anos de idade, e pede como resgate, a quantia de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Após 15 horas do sequestro, Claudio se arrepende e decide se entregar à Polícia, que invade o cárcere, e liberta a vítima. A respeito da situação hipotética responda qual crime cometeu Claudio e Francisco? Justifique e fundamente sua resposta.
Extorsão mediante seqüestro
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate
(...)
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
Claudio e Francisco praticaram extorsão mediante sequestro qualificada pela idade da vítima (art. 159, §1º do CP). O crime de extorsão exige o emprego de violência ou grave ameaça, o que afasta a aplicação do arrependimento posterior, por ausência dos requisito do art. 16 do CP 
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
O crime de extorsão mediante sequestro é delito formal, em que se pune a mera atividade de sequestrar a pessoa, com a finalidade de obter o resgate. Ou seja, embora o agente não consiga a vantagem almejada, o delito já se consuma com a restrição da liberdade da vítima. Assim, o pagamento do resgate ou a obtenção da vantagem ilícita são meros exaurimentos do crime, porquanto o delito já se consumou anteriormente.
É delito permanente[footnoteRef:2], protraindo-se no tempo o seu momento consumativo, e hediondo (Lei nº. 8072/90). [2: Crime permanente é aquele em que a execução se protrai no tempo por determinação do sujeito ativo. Ou seja, é a modalidade de crime em que a ofensa ao bem jurídico se dá de maneira constante e cessa de acordo com a vontade do agente. Por exemplo, a extorsão mediante sequestro. A relevância prática de se constatar a permanência é estabelecer o início da contagem do prazo prescricional, que só ocorre após a cessação da ofensa ao bem jurídico (artigo 111, inciso III, do Código Penal), além da possibilidade, em qualquer momento, da prisão em flagrante.] 
13) Aproveitando-se da porta que estava apenas encostada, Pedro ingressou sozinho e durante o dia na residência de José, sabendo que no local não havia ninguém, percebendo que foi visto pelo vizinho, resolveu abandonar o local, sem levar nenhum dos objetos separados para o furto – TV, fax, DVD e uma bolsa de mulher, subtraindo dali apenas dois relógios de pulso que depois se apurou estarem quebrados. Diante do caso narrado, responda se é possível aplicar o princípio da insignificância? Justifique e fundamente sua resposta
Neste caso, Pedro praticou o crime de furto simples dos relógios, ainda que quebrados, e caso Pedro seja primário, e os relógios, ainda que quebrados, sejam de pequeno valor, poderá ser condenado por furto privilegiado, na forma do art. 155, § 2°, CP. 
No que refere ao princípio da insignificância, os tribunais superiores não vêm admitindo sua aplicabilidade nos casos que envolvem invasão de domicílio, em razão do grau de reprovabilidade da conduta do agente. 
14) O filho de João tem grave problema de saúde e precisa realizar custoso procedimento cirúrgico, que a família não tem condição de pagar. Imagine que Pedro empresta R$ 50.000,00 a João, mas como garantia de tal dívida exige que João, de próprio punho e em documento escrito, confesse ter traído a própria esposa, bem como ter fraudado a empresa em que ambostrabalham, desviando recursos em proveito próprio. João cede à exigência a fim de obter o empréstimo. A conduta de Pedro se configura como qual crime? Justifique e fundamente sua resposta.
Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Neste caso, Pedro praticou o crime de extorsão indireta, que é crime formal ou de consumação antecipada, não se exigindo que haja superveniência de qualquer dano. Consuma-se o crime quando a exigência, seja oral ou escrita, é formulada ou quando o devedor efetua a entrega de documento ao credor, neste último caso trata-se de delito material ,onde a tentativa é admissível.
15) Benedito, cliente de uma vídeolocadora, aluga 4 filmes e os leva para casa. Passado o período de locação, Benedito decide devolver somente 3 filmes e retém um deles com a intenção de ficar definitivamente com o filme de propriedade da locadora. Essa conduta de Benedito configura em qual crime? Justifique e fundamente sua resposta.
Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa
O agente, neste caso, praticou o crime de apropriação indébita, pois apropriou-se de coisa alheia móvel, de que tinha a posse, na forma do art. 168 do CP. Observem que no momento da obtenção da posse, Benedito não tinha a intenção de se apropriar da coisa, sentimento que surgiu posteriormente, quando já tinha a posse.
16) Josefa teve acesso a arquivos comprovando infidelidade conjugal por parte de Mário, que vendeu um dos seus computadores sem apagar seus arquivos pessoais. Ciente disso, e sabendo que Mário era casado, Josefa entrou em contato com ele, por telefone, marcando encontro, no qual ele deveria repassar a ela o valor de R$ 10.000,00 para que não mostrasse aqueles arquivos para a mulher dele. No dia do encontro, Mário compareceu com o dinheiro, e a polícia, que foi avisada por ele, tão logo Josefa guardou o dinheiro na bolsa, deu a ela voz de prisão em flagrante. A respeito deste episódio, Josefa cometeu qual crime? Justifique e fundamente sua resposta.
Josefa cometeu o crime de extorsão, previsto no artigo 158 do CP:
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Súmula 96
O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.

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