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Sinais Senoidais - Tensão e Corrente Alternadas 6 Ed

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Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA 
Campus Florianópolis 
Departamento Acadêmico de Eletrônica 
 
 
 
 
Prof. Fernando Luiz Rosa Mussoi 
 
 
Sexta Edição 
 
Florianópolis – Junho, 2013. 
 
SSSIIINNNAAAIIISSS SSSEEENNNOOOIIIDDDAAAIIISSS: 
TTeennssããoo ee CCoorrrreennttee AAlltteerrnnaaddaass 
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando L. R. Mussoi IFSC – Departamento Acadêmico de Eletrônica 
2 
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando Luiz Rosa Mussoi 
Versão 6.1 – Última atualização: 13 de maio de 2016. 
 
NOTA DO AUTOR 
Este trabalho é um material de apoio didático utilizado pelo autor nas suas aulas das 
disciplinas ministradas no Departamento Acadêmico de Eletrônica do Instituto Federal de 
Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – Campus Florianópolis (IFSC). 
O autor não tem a pretensão de esgotar, tampouco inovar o tratamento do assunto por 
ele abordado. Tem por objetivo facilitar a dinâmica de aula, com expressivos ganhos de tempo, 
além de dar uma primeira orientação e compreensão aos alunos sobre o assunto abordado. O 
trabalho foi construído com base nas referências bibliográficas, citadas ao longo do texto, nas 
notas de aula e na experiência do autor na abordagem do assunto com os seus alunos. 
Em se tratando de um material didático elaborado por um professor de uma Instituição 
Pública de Ensino, são permitidos o uso e a reprodução do texto, desde que a fonte seja 
devidamente citada. 
O aluno deve desenvolver o hábito de consultar, estudar e, se possível, adquirir a 
Bibliografia Referenciada original, para melhores resultados no processo de 
aprendizagem. 
Quaisquer contribuições, correções e críticas construtivas a este trabalho serão bem-
vindas pelo autor. 
Agradeço àqueles que fizerem bom uso deste material e, especialmente, aos meus 
alunos, razão do meu trabalho. 
 
 
Prof. Fernando Luiz Rosa Mussoi 
mussoi@ifsc.edu.br 
 
Referência Bibliográfica: 
MUSSOI, Fernando L. R. (2013). Sinais senoidais: tensão e corrente alternadas. 6. Ed. Florianópolis: 
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), 260 p. 
 
 Sexta Edição: Junho de 2013; 
 Quinta Edição: Outubro de 2010; 
 Quarta Edição: Setembro de 2008; 
 Terceira Edição: Março de 2006; 
 Segunda Edição: Julho de 2004; 
 Primeira Edição: Setembro de 1999. 
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando L. R. Mussoi IFSC – Departamento Acadêmico de Eletrônica 
3 
ÍNDICE 
NOTA DO AUTOR .....................................................................................................................................2 
ÍNDICE ........................................................................................................................................................3 
1. TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS SENOIDAIS ................................................................6 
2. GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA ..................................................................................8 
2.1. INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA ......................................................................................................8 
2.2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO GERADOR DE CORRENTE ALTERNADA. .............................10 
2.3. TENSÃO E FREQUÊNCIA DO GERADOR ........................................................................................14 
2.4. GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA ....................................................................................16 
3. PARÂMETROS DA FORMA DE ONDA DA TENSÃO E DA CORRENTE ALTERNADA 
SENOIDAL ................................................................................................................................................23 
3.1. VALOR DE PICO: ..........................................................................................................................23 
3.2. PERÍODO (T): ...............................................................................................................................23 
3.3. FREQUÊNCIA (F): .........................................................................................................................24 
3.4. FREQUÊNCIA ANGULAR OU VELOCIDADE ANGULAR (): ............................................................25 
3.5. FUNÇÃO MATEMÁTICA DA TENSÃO E DA CORRENTE ALTERNADA SENOIDAL. .........................27 
3.5.1. Tensão Instantânea: ............................................................................................................28 
3.5.2. Corrente Instantânea: .........................................................................................................29 
3.6. VALOR MÉDIO .............................................................................................................................30 
3.7. VALOR EFICAZ ............................................................................................................................32 
3.8. FATOR DE FORMA ........................................................................................................................35 
3.9. FASE INICIAL E DEFASAGEM ANGULAR. .....................................................................................36 
3.10. OSCILOSCÓPIO .........................................................................................................................39 
3.11. EXERCÍCIOS: ............................................................................................................................40 
4. NÚMEROS COMPLEXOS ..............................................................................................................43 
4.1. PLANO CARTESIANO COMPLEXO ................................................................................................43 
4.2. FORMA RETANGULAR OU CARTESIANA ......................................................................................45 
4.3. FORMA POLAR .............................................................................................................................46 
4.4. CONVERSÃO ENTRE FORMAS .......................................................................................................48 
4.4.1. Conversão de Retangular para Polar .................................................................................48 
4.4.2. Conversão de Polar para Retangular .................................................................................49 
4.5. OPERAÇÕES MATEMÁTICAS COM NÚMEROS COMPLEXOS ...........................................................50 
4.5.1. Conjugado Complexo ..........................................................................................................50 
4.5.2. Recíproco ou Inverso de um número complexo ...................................................................51 
4.5.3. Adição e Subtração de números complexos ........................................................................51 
4.5.4. Multiplicação de números complexos .................................................................................51 
4.5.5. Divisão de números complexos ...........................................................................................53 
4.5.6. Potenciação de números complexos ....................................................................................53 
4.6. EXERCÍCIOS .................................................................................................................................53 
5. REPRESENTAÇÃO FASORIAL DE SINAIS SENOIDAIS ........................................................56 
5.1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................56 
5.2. FASOR ..........................................................................................................................................58 
5.3. REPRESENTAÇÃO FASORIAL COM NÚMEROS COMPLEXOS .........................................................63 
5.4. OPERAÇÕES MATEMÁTICASCOM FASORES E DIAGRAMAS FASORIAIS ......................................65 
5.5. TABELA RESUMO .........................................................................................................................68 
5.6. EXERCÍCIOS: ................................................................................................................................69 
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando L. R. Mussoi IFSC – Departamento Acadêmico de Eletrônica 
4 
6. RELAÇÕES ENTRE TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS NOS ELEMENTOS 
PASSIVOS DE CIRCUITOS .................................................................................................................. 72 
6.1. RESISTOR EM CORRENTE ALTERNADA ....................................................................................... 72 
6.1.1. Exercícios: .......................................................................................................................... 76 
6.2. CAPACITOR EM CORRENTE ALTERNADA .................................................................................... 77 
6.2.1. Reatância Capacitiva Xc: .................................................................................................... 81 
6.2.2. Lei de Ohm para o Capacitor em Corrente Alternada ....................................................... 83 
6.2.3. Resposta em frequência para o Capacitor ......................................................................... 86 
6.2.4. Modelo do Capacitor Real ................................................................................................. 86 
6.2.5. Exercícios: .......................................................................................................................... 87 
6.3. INDUTOR EM CORRENTE ALTERNADA ........................................................................................ 87 
6.3.1. Reatância Indutiva XL: ....................................................................................................... 92 
6.3.2. Lei de Ohm para o Indutor em corrente alternada ............................................................ 93 
6.3.3. Resposta em frequência para o Indutor .............................................................................. 96 
6.3.4. Modelo do Indutor Real ...................................................................................................... 97 
6.3.5. Exercícios: .......................................................................................................................... 97 
6.4. IMPEDÂNCIA ............................................................................................................................... 98 
6.4.1. Diagrama de Impedâncias e Triângulo de Impedâncias .................................................. 102 
6.4.2. Associação de Impedâncias: ............................................................................................ 105 
6.4.3. Tabelas-resumo ................................................................................................................ 107 
6.4.4. Exercícios ......................................................................................................................... 109 
6.5. ADMITÂNCIA............................................................................................................................. 109 
6.5.1. Associações de Admitâncias ............................................................................................. 110 
6.5.2. Diagrama de Admitâncias ................................................................................................ 111 
6.6. ANÁLISE DE CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA ............................................................... 112 
6.6.1. Análise de Circuitos RC ................................................................................................... 112 
6.6.2. Análise de Circuitos RL .................................................................................................... 115 
6.6.3. Análise de Circuitos RLC ................................................................................................. 117 
6.6.4. Exercícios: ........................................................................................................................ 122 
7. POTÊNCIA E ENERGIA EM CORRENTE ALTERNADA .................................................... 124 
7.1. POTÊNCIA INSTANTÂNEA ......................................................................................................... 124 
7.2. POTÊNCIA MÉDIA OU POTÊNCIA ATIVA ................................................................................... 127 
7.3. ESTUDO DA POTÊNCIA NO RESISTOR, NO INDUTOR E NO CAPACITOR. .................................... 129 
7.3.1. Potência no Resistor ......................................................................................................... 129 
7.3.2. Potência no Indutor Ideal ................................................................................................. 131 
7.3.3. Potência no Capacitor Ideal ............................................................................................. 134 
7.3.4. Potência na Impedância de um circuito misto ................................................................. 138 
7.4. POTÊNCIA APARENTE E TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS ................................................................ 140 
7.4.1. Triângulo de Potências ..................................................................................................... 141 
7.5. FATOR DE POTÊNCIA E ENERGIA .............................................................................................. 143 
7.5.1. Energia Elétrica ............................................................................................................... 144 
7.6. POTÊNCIA COMPLEXA .............................................................................................................. 144 
7.7. RELAÇÕES ENTRE P E Q E OS ELEMENTOS PASSIVOS R, L E C. ................................................. 145 
7.8. CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA: ....................................................................................... 150 
7.9. EXERCÍCIOS .............................................................................................................................. 153 
8. SISTEMAS TRIFÁSICOS............................................................................................................. 155 
8.1. GERADOR TRIFÁSICO ................................................................................................................ 155 
8.2. GERADOR TRIFÁSICO CONECTADO EM ESTRELA (Y) ............................................................... 158 
8.2.1. Carga conectada em estrela: sistema Y-Y ........................................................................ 160 
8.2.2. Carga conectada em triângulo: sistema Y- .................................................................... 163 
8.3. GERADOR TRIFÁSICO CONECTADO EM TRIÂNGULO () .......................................................... 165 
8.3.1. Carga conectada em triângulo: sistema - .................................................................... 166 
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando L. R. Mussoi IFSC – Departamento Acadêmico de Eletrônica 
5 
8.3.2. Carga conectada em estrela: sistema -Y .........................................................................168 
8.4. POTÊNCIA TRIFÁSICA ................................................................................................................170 
8.4.1. Potência no sistema trifásico equilibrado .........................................................................171 
8.5. SISTEMA TRIFÁSICO DESEQUILIBRADO ......................................................................................173 
8.5.1. Sistema trifásico desequilibrado com condutor neutro .....................................................1738.5.2. Sistema trifásico desequilibrado sem condutor neutro .....................................................174 
8.6. EXERCÍCIOS PROPOSTOS............................................................................................................177 
9. TRANSFORMADORES .................................................................................................................179 
9.1. TRANSFORMADOR IDEAL ..........................................................................................................180 
9.2. ANÁLISE DO CIRCUITO MAGNÉTICO DO TRANSFORMADOR .......................................................184 
9.3. PERDAS DE ENERGIA NO TRANSFORMADOR ..............................................................................188 
9.3.1. Perdas magnéticas no núcleo ............................................................................................188 
9.3.2. Perdas elétricas nos condutores ........................................................................................189 
9.4. CIRCUITO EQUIVALENTE DO TRANSFORMADOR ........................................................................189 
9.5. EFEITO DA FREQUÊNCIA ............................................................................................................193 
9.6. OBTENÇÃO DOS PARÂMETROS ELÉTRICOS DO TRANSFORMADOR .............................................194 
9.6.1. Ensaio de continuidade .....................................................................................................194 
9.6.2. Ensaio a vazio (circuito aberto) ........................................................................................195 
9.6.3. Ensaio de curto-circuito ....................................................................................................197 
9.6.4. Ensaio com impedância de carga ......................................................................................197 
9.6.5. Ensaio em carga plena ......................................................................................................200 
9.6.6. Determinação da polaridade magnética ...........................................................................203 
9.7. CONSTRUÇÃO DO TRANSFORMADOR ........................................................................................204 
9.8. TRANSFORMADOR PARA CASAMENTO DE IMPEDÂNCIAS ..........................................................206 
9.9. TRANSFORMADORES COM MÚLTIPLAS BOBINAS .......................................................................207 
9.10. AUTOTRANSFORMADOR ........................................................................................................211 
9.10.1. Autotransformador ajustável (Variac) ..............................................................................212 
9.11. TRANSFORMADOR ISOLADOR DE POTENCIAL (TP) ................................................................213 
9.12. TRANSFORMADOR DE CORRENTE ..........................................................................................215 
9.13. TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS ..........................................................................................217 
9.14. TRANSFORMADOR COM NUCLEO DE AR (LEITURA COMPLEMENTAR) ...................................221 
9.15. OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES.................................................................................223 
9.16. EXERCÍCIOS PROPOSTOS: .......................................................................................................226 
10. PROBLEMAS PROPOSTOS.....................................................................................................227 
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................247 
12. ANEXOS ......................................................................................................................................248 
12.1. RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ...................................................................................248 
12.2. COMPONENTES LINEARES E NÃO LINEARES .........................................................................249 
12.3. DERIVADA .............................................................................................................................251 
12.4. MEDIÇÃO DA DEFASAGEM USANDO OSCILOSCÓPIO .............................................................253 
12.5. ESPECTRO DE FREQUÊNCIAS .................................................................................................254 
12.6. SÉRIES DE FOURIER ...............................................................................................................255 
12.7. FATOR DE DESLOCAMENTO E TAXA DE DISTORÇÃO HARMÔNICA .......................................259 
12.8. INFORMAÇÕES RELEVANTES .................................................................................................260 
 
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando L. R. Mussoi IFSC – Departamento Acadêmico de Eletrônica 
6 
1. TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS SENOIDAIS 
 Um sinal é qualquer quantidade física que transporta alguma informação (audível, visual 
ou indicação de qualquer outra informação). Na área de eletrônica, um sinal refere-se à 
informação transportada por ondas elétricas, tanto em um condutor como em um campo 
eletromagnético (FLOYD; BUCHLA, 1999). 
 Os sinais podem ser contínuos ou discretos. Um sinal contínuo é um sinal ininterrupto, 
cujo valor pode variar de forma suave ao longo do tempo. Um sinal discreto é um sinal não 
contínuo que pode assumir apenas determinados valores (amplitude) ao longo do tempo. Os 
sinais analógicos são aqueles cuja amplitude pode assumir uma faixa contínua de valores entre 
determinados limites ao longo do tempo. Os sinais digitais são sinais discretos no tempo e em 
amplitude, ou seja, podem assumir um conjunto finito de valores definidos para determinados 
instantes de tempo. 
 A conversão de um sinal analógico em digital (digitalização) é obtida em três processos: 
a) Amostragem: discretização do sinal analógico ao longo do tempo; 
b) Quantização: discretização da amplitude do sinal amostrado; 
c) Codificação: codificação (geralmente binária) das amplitudes do sinal quantizado. 
 Nesse processo ocorre uma certa degradação do sinal, pois a codificação digital não 
permite uma representação fiel da informação analógica original, como ilustra a Figura 1-1. 
Entretanto, o sinal digital é robusto e pode ser corrigido quando houver interferências, além de 
permitir a compactação da informação para melhorar o processamento e o armanezamento. 
 
Figura 1-1. Digitalização de um sinal analógico (Fonte: wikipedia). 
 
 Uma forma de onda de um sinal de tensão ou corrente alternada é aquela onde a 
intensidade e a polaridade altera-se ao longo do tempo. Em geral são sinais periódicos como 
as formas de onda apresentadas na Figura 1-2. 
 
Figura 1-2. Formas de onda alternadas e periódicas 
 Uma Corrente Alternada (ICA) é aquela que inverte, periodicamente, o sentido no qual 
está circulando. Ela também varia a intensidade continuamente no tempo. Uma Tensão 
Alternada (VCA) é aquela que inverte, periodicamente, a polaridade da tensão. Já Tensão ou 
Corrente Alternada Senoidal é aquela cuja forma de onda é representada por uma senóide. 
 
+ 
- 
+ 
- 
+ 
- 
t t t 
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando L. R. Mussoi IFSC – Departamento Acadêmico de Eletrônica 
7 
 A forma de onda periódica mais importante e de maior interesse é a alternada senoidal 
de tensão e de corrente, porque a energia gerada nas usinas das concessionárias e a maioria 
dos equipamentos usam tensão e corrente alternadas senoidais. 
 A maior parte da energia elétrica consumida é gerada e distribuída na forma de tensão 
e corrente alternadas para os consumidores que são as residências, o comércio e, 
principalmente, as indústrias. 
 A principal razão pela qual a energia elétricagerada e distribuída em grande escala ser 
em tensão e corrente alternadas é que ela apresenta uma facilidade tanto na geração como na 
transformação dos níveis de tensão (elevação ou redução). Para transportar a energia a longas 
distâncias é necessário elevar a tensão a níveis que chegam a 750 kV, para reduzir as perdas 
no transporte (principalmente por Efeito Joule). Nos centros de consumo a tensão é novamente 
reduzida e distribuída aos consumidores. 
 Os motores de corrente alternada são construtivamente menos complexos que os 
motores de corrente contínua. Isto é uma grande vantagem pois, reduz custos e cuidados com a 
manutenção. Por isso são os mais baratos e os mais usados nos equipamentos. 
 Outra importante razão é a característica típica de comportamento dos circuitos elétricos 
e seus elementos passivos (R, L e C) quando submetidos a sinais senoidais. O tratamento 
matemático permite que os mesmos teoremas de análise de circuitos de corrente contínua (CC) 
possam ser aplicados à análise de circuitos com sinais alternados senoidais. 
 Além disso, os sinais senoidais de tensão e de corrente são muito estudados porque 
são, em muitos casos, a base para vários outros sinais. Isto quer dizer que muitos sinais podem 
ser analisados pela combinação de mais de um sinal senoidal. 
 O objetivo desta apostila é apresentar o processo de geração da corrente alternada 
senoidal e especificar as suas características, parâmetros e terminologias, bem como processos 
matemáticos para análise do comportamento dos elementos passivos (resistor, capacitor e 
indutor) em circuitos de corrente alternada senoidal. 
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando L. R. Mussoi IFSC – Departamento Acadêmico de Eletrônica 
8 
2. GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA 
 No estudo do Eletromagnetismo já foram vistos os princípios da Indução 
Eletromagnética. Para entender a produção de uma onda (sinal) senoidal devemos conhecer 
bem os princípios das tensões e correntes induzidas: 
2.1. INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA 
 Quando a região onde um circuito elétrico se encontra apresenta uma variação de fluxo 
magnético, surge nesse circuito, uma corrente elétrica. Este fenômeno é chamado de indução 
eletromagnética. 
 Esta corrente induzida circula no circuito devido à uma diferença de potencial (tensão), 
chamada de força eletromotriz induzida (FEM), ou simplesmente, tensão induzida. 
 A indução eletromagnética é regida por duas leis: Lei de Lenz e Lei de Faraday, já 
estudadas. 
 A Lei de Faraday estabelece que o valor da Fem (tensão) induzida média em um circuito 
é igual ao resultado da divisão da variação do fluxo magnético numa bobina com N espiras, pelo 
intervalo de tempo em que essa variação ocorre, com sinal trocado. Ou seja, quanto mais o fluxo 
variar num intervalo de tempo, tanto maior será a tensão induzida. 
 
Onde: 
e – força eletromotriz induzida (tensão induzida) [V] 
/t – taxa de variação do fluxo magnético no tempo [Wb/s] 
N – número de espiras. 
 A Lei de Lenz diz que o sentido da corrente induzida é tal que origina um fluxo 
magnético induzido, que se opõe à variação do fluxo magnético indutor. 
 
Figura 2.1.1 – Indução Eletromagnética 
 Por exemplo, na figura 2.1.1 a aproximação do imã provoca um aumento do fluxo 
magnético perto da bobina. Consequentemente começa a circular, na bobina, uma corrente que 
cria um campo magnético com polaridade inversa ao do imã. O campo criado tenta impedir a 
aproximação do imã, tenta parar o imã, para manter o fluxo magnético constante (variação de 
fluxo nula). Quando o ímã se afasta, o efeito é contrário e a corrente induzida tem o seu sentido 
alternado. 
t
N
e



c) Ímã se afastando
N S
Corrente I
N S
b) Ímã se aproximando
N S
Corrente I
NSN S
a) Ímã parado não induz corrente
Corrente Nula
 ( I = 0 )
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando L. R. Mussoi IFSC – Departamento Acadêmico de Eletrônica 
9 
 Um condutor se movimentando num campo magnético também produz variação de fluxo 
magnético e sofre, consequentemente, indução magnética de corrente. 
 Há três condições fundamentais que devem existir antes que uma tensão possa ser 
produzida por magnetismo. 
 Deve haver um CONDUTOR no qual a tensão será induzida. 
 Deve haver um CAMPO MAGNÉTICO na vizinhança do condutor. 
 Deve haver MOVIMENTO RELATIVO entre o campo e o condutor. 
 De acordo com estas condições, quando o condutor (ou condutores) MOVE-SE dentro 
de um campo magnético, cortando as linhas desse campo magnético, elétrons no condutor são 
estimulados a moverem-se em uma direção ou outra. Assim, uma força eletromotriz, ou tensão 
elétrica, é induzida (criada). 
 Sabemos que: 
 
Onde: 
 - fluxo magnético [Wb] 
B – intensidade do campo magnético [T] 
A – área do condutor [m2] 
 - ângulo de incidência das linhas de campo no condutor [o ou rad] 
 Ou seja, o fluxo magnético depende da intensidade do campo magnético, da área do 
condutor atingida pelas linhas do campo magnético e do ângulo em que estas linhas atingem o 
condutor. 
 O sentido da corrente induzida num condutor em movimento dentro de um campo 
magnético pode ser dado pela Regra da Mão Direita (Regra de Fleming), como indica a figura 
2.1.2. 
 
Figura 2.1.2 – Determinação do sentido da corrente induzida com o uso da Regra da Mão Direita [2]. 
As figuras 2.1.3 e 2.1.4 indicam algumas situações de indução de corrente num condutor e o seu 
sentido, em função da polaridade magnética e do sentido do movimento do condutor. 
 
 senAB
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
Prof. Fernando L. R. Mussoi IFSC – Departamento Acadêmico de Eletrônica 
10 
 
Figura 2.1.3 – Movimento de um condutor dentro de um campo magnético. A amplitude da corrente induzida 
depende do ângulo no qual o condutor corta as linhas de fluxo [2]. 
 
Figura 2.1.4 – Mudar a direção do movimento ou a polaridade do campo muda o sentido da corrente induzida [2]. 
2.2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO GERADOR DE CORRENTE ALTERNADA. 
 Um gerador de corrente alternada funciona com base na indução de força eletromotriz 
num condutor em movimento dentro de um campo magnético. Para entender o seu 
funcionamento considere-se o esquema da figura 2.2.1, onde uma espira gira dentro de um 
campo magnético, gerando uma tensão (FEM) induzida. Se houver circuito elétrico fechado, 
circula uma corrente induzida. A figura 2.2.2(a) ilustra, passo a passo, a indução de uma 
corrente na espira do gerador de corrente alternada elementar da figura 2.2.1. 
 
Figura 2.2.1 – Gerador de Corrente Alternada Elementar: espira girando num campo magnético 
 
 
N 
S 
N 
S 
 
 
N 
S 
 
Corrente 
Induzida Nula 
(a) 
Corrente Induzida 
Máxima 
(b) 
Corrente 
Induzida 
(c) 
 
 
N 
S 
 
 
N 
S 
 
 
S 
N 
(a) (b) (c) 
 
N S 
Eixo 
Espira 
Terminais da Espira 
B 
a 
b 
Sentido de rotação 
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11 
(a)
(b) 
Figura 2.2.2 – Geração de Corrente: (a) primeira meia volta da espira [1]; (b) forma de onda do sinal gerado. 
 Em t1 os condutores a e b estão se movimentando paralelamente ao fluxo magnético 
(com sentidos opostos). Como nenhuma linha de fluxo é cortada =0O=180O, nenhuma tensão 
ou corrente é induzida. No instante t2, o movimento dos condutores já corta as linhas de fluxo 
magnético em um determinado ângulo  e uma tensão é induzida e esta proporciona uma 
corrente induzida com o sentido indicado, dado pela regra da mão direita. No instante t3 o 
movimento dos condutores corta as linhas de fluxo perpendicularmente (ângulo de 90o) e a 
variação do fluxo é máxima. A tensão induzida é máxima e, portanto, há o pico de corrente 
induzida. Em t4, o movimento dos condutores corta as linhas de fluxo magnético em um 
determinado ângulo e uma tensão menor é induzida. Como o ângulo é complementar a 2 a 
tensão induzida é igual ado instante t2. Em t5 os condutores a e b estão novamente se 
movimentando paralelamente ao fluxo magnético (com sentidos opostos) e nenhuma tensão ou 
corrente é induzida. Neste ponto, a primeira meia volta da espira produziu a forma de onda de 
corrente induzida apresentada na figura 2.2.2(b). O eixo vertical indica a intensidade da corrente 
(ou da tensão) induzida em cada instante. O eixo horizontal indica os instantes de tempo ou o 
ângulo do movimento da espira no campo magnético. Como: 
 
 
N S 
  = 0
o
 
  = 0 
 e = 0 
 
Instante 
t1 
N S 
   0
o
 
   0 
 e  0 
Instante 
t2 
N S 
  = 90
o
 
  = máx 
 e máx 
Instante 
t3 
N S 
   0
o
 
   0 
 e  0 
Instante 
t4 
N S 
  = 0
o
 
  = 0 
 e = 0 
Instante 
t5 
a 
b 
b 
b 
b 
b 
a 
a 
a 
a 
N 
N 
N 
S 
S 
S 
 
 t1 t2 t3 t4 t5
0
o
 90
o
 180
o
 v(V)
 i (A)
 t (s)
 senAB
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12 
 Pela variação do ângulo devido ao movimento de giro da espira no campo magnético, o 
fluxo  tem uma variação senoidal e, portanto, como a tensão induzida depende da variação do 
fluxo, ela assumirá um comportamento também senoidal. Como a tensão e a corrente induzida 
dependem da variação do fluxo e este varia de acordo com o seno do ângulo de incidência das 
linhas no condutor da espira ( = B.A.sen) devido ao movimento giratório da espira, a forma de 
onda resultante é periódica a cada volta e tem a forma senoidal. A figura 2.2.3 representa a 
segunda meia volta da espira. Nota-se que, do instante t5 para t6 a direção na qual o condutor 
corta o fluxo é invertida. Portanto, a polaridade da tensão induzida é invertida e, 
consequentemente, o sentido da corrente é alternado, formando, a partir daí, o semiciclo negativo 
da forma de onda, pelo mesmo processo anterior. 
(a) 
(b) 
Figura 2.2.3 – Geração de Corrente: (a) segunda meia volta da espira [1]; (b) forma de onda do sinal gerado. 
 A figura 2.2.4 indica a forma de onda senoidal produzida pelo giro de 360o (2. rad) de 
um condutor de uma espira em um campo magnético. O eixo vertical indica a amplitude da tensão 
(FEM) induzida. O eixo horizontal pode representar o tempo que a forma de onda leva para 
completar um ciclo inteiro (período). Cada instante de tempo está relacionado com a posição 
angular do condutor no campo magnético. Quando o eixo horizontal indicar diretamente a 
S
N S
  = 0
o
  = 0
 e = 0
Instante
t5
N S
   0
o
   0
 e  0
Instante
t6
N S
  = 90
o
  = máx
 e = máx
Instante
t7
N S
   0
o
   0
 e  0
Instante
t8
N S
  = 0
o
  = 0
 e = 0
Instante
t9
a
b
a
a
a
a
b
b
b
b
N
N
N
S
S
180o 270o 360o
 t5 t6 t7 t8 t9
 v(V)
 i (A)
 t (s)
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13 
posição angular em graus, chamamos de ângulo elétrico. A vantagem de se indicar o eixo 
horizontal em graus em vez de unidades de tempo é que os graus elétricos independem da 
velocidade com que a espira gira no campo magnético (e consequentemente da frequência e do 
período). 
 
Figura 2.2.4 – Geração da onda senoidal pela rotação de um condutor dentro de um campo magnético. 
 A corrente alternada resultante do processo de indução magnética, no gerador 
estudado, tem a forma senoidal, isto é, a corrente varia no tempo periodicamente tanto em 
intensidade como em sentido, a cada 360o, como indica a figura 2.2.5. O mesmo ocorre para a 
FEM induzida: uma tensão que varia periodicamente, em intensidade e polaridade. A amplitude 
da tensão e da corrente induzida nas bobinas depende: 
 Do número de espiras das bobinas rotativas; 
 Da velocidade na qual as bobinas se movimentam; 
 Da densidade do fluxo do campo magnético. 
 
Figura 2.2.5 - Gráfico da corrente produzida pelo gerador. 
 
 
x 
x 
x 
x x 
N 
S 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 
11 
12 
1 
2 
4 
6 
7 
8 
10 
12 
1 
Tensão Induzida 
+ 
- 
B 
Tempo 
 i (A)
 t (s)
 0
o
 90
o
 180
o
 270
o
 360
o
tempo para uma
rotação (360
o
)
Período
Máximo
(pico +)
Mínimo
(pico -)
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14 
2.3. TENSÃO E FREQUÊNCIA DO GERADOR 
 Observando as figuras 2.2.2 e 2.2.3 podemos concluir que o fluxo magnético na espira 
varia de um máximo positivo (+𝜙𝑚𝑎𝑥) em t3, a um máximo negativo (−𝜙𝑚𝑎𝑥) em t7, passando por 
zero durante meia volta da espira no campo magnético. Assim, a amplitude total de variação do 
fluxo magnético na espira em meia volta é dada por: 
∆𝜙 = +𝜙𝑚𝑎𝑥 − (−𝜙𝑚𝑎𝑥) = 2𝜙𝑚𝑎𝑥 
 Essa variação em meia volta ocorre durante um intervalo de tempo t. Considerando a 
quantidade de rotações por minuto (rpm), temos a relação: 
Δ𝑡 ↔ 1 2 ⁄ rotação 
1 min (60 s) ↔ 𝑛 rotações
 
Assim: 
Δ𝑡 =
30
𝑛
 
 No gerador das figuras 2.2.2 e 2.2.3 temos apenas dois polos magnéticos produzindo a 
variação do fluxo (∆𝜙) em meia volta. Genericamente, para um número p de polos: 
∆𝜙 = 𝑝 ∙ 𝜙𝑚𝑎𝑥 
 A força eletromotriz induzida é proporcional ao número de espiras (Lei de Faraday): 
𝑒 = −𝑁
∆𝜙
Δ𝑡
 
Substituindo, 
𝑒 = −𝑁
𝑝 ∙ 𝜙𝑚𝑎𝑥
30
𝑛
 
Assim: 
𝑒 = −𝑁
𝑝 ∙ 𝑛 ∙ 𝜙𝑚𝑎𝑥
30
 
Onde: 
e – força eletromotriz (tensão) média induzida [V]; 
 - fluxo magnético por polo [Wb]; 
p – número de polos; 
n – velocidade [rpm]; 
N – número de espiras 
 O gerador de dois polos da figura 2.2.2 e 2.2.3 completa um ciclo elétrico a cada rotação. 
Em cada segundo teremos n/60 rotações. Assim: 
2 polos  n/60 ciclos por segundo 
p polos  f ciclos por segundo 
Equacionando, temos: 
𝑓 =
𝑛 ∙ 𝑝
120
 
Onde: 
f – frequência da tensão induzida em ciclos por segundo, Hertz [Hz]; 
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15 
p – número de polos magnéticos do gerador; 
n – rotação do gerador em rpm. 
 O número de ciclos por segundo é chamado de frequência (𝑓), cuja unidade é o Hertz 
(Hz). 
Substituindo esta equação na anterior, temos para a tensão induzida: 
𝑒 = −4 ∙ 𝑁 ∙ 𝑓 ∙ 𝜙𝑚𝑎𝑥 
 A figura 2.3.1 mostra dois geradores com o campo magnético girante no rotor e a 
armadura fixa no estator. O primeiro apresenta 8 polos e o segundo 2 polos. Como ambos giram 
a mesma velocidade, o gerador de mais polos produz um sinal de maior frequência do que o 
outro. Assim, para uma dada frequência desejada (como 60Hz, por exemplo), um gerador de 
mais polos pode girar a uma velocidade menor. 
 
Figura 2.3.1 – Geradores de 2 e 8 polos girando na mesma velocidade: número de polos influencia a frequência da 
tensão gerada. 
 Nas usinas elétricas, a frequência e a tensão dos geradores devem ser mantidas 
constantes. Para manter a frequência constante, a rotação dos geradores deve ser mantida 
constante, o que deve ser proporcionado pelo controle das turbinas. Para manter a tensão 
constante, o fluxo magnético no gerador deve ser controlado. 
 Nos circuitos elétricos, fonte de tensão alternada senoidal e fonte de corrente alternada 
senoidal são representadas como mostra a figura 2.4.2. Na convenção adotada, a polaridade 
da tensão e o sentido da corrente indicado se referem ao semiciclo positivo. 
 
Figura 2.4.2 – símbolo e convenção para polaridade de fontes de tensão e de corrente alternadas senoidais. 
 
~ v(t) ~ i(t) 
+ 
- 
+ 
- 
+ 
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16 
2.4. GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA 
 A figura 2.4.1 apresenta as partes essenciais de um gerador de corrente alternada 
elementar.É chamado de elementar porque possui apenas uma espira. 
 
Figura 2.4.1 – Gerador CA. A espira em movimento é conectada à carga através de anéis coletores e escovas [2]. 
 Um gerador real consiste de muitas espiras em série e em paralelo formando conjuntos 
de bobinas. O conjunto das bobinas num gerador é chamado enrolamento, que é montado em 
torno de um núcleo de aço silício (material ferromagnético) e que constitui a chamada armadura, 
onde é induzida a força eletromotriz (tensão). 
 O campo magnético produzido no gerador da figura 2.4.1 é criado por um ímã 
permanente. Nos geradores comerciais, o campo magnético é criado por um eletroímã 
alimentado por uma fonte de corrente contínua. 
 O rotor é a parte que gira. O estator é a parte que permanece estacionária. Nos 
geradores de corrente alternada a armadura pode estar no rotor ou no estator 
 Nos geradores de corrente alternada de grande potência, encontrados nas usinas, a 
armadura é fixa no estator e o campo magnético é que gira em torno delas, como mostra a figura 
2.4.2 e também a figura 2.3.1. Como há um movimento relativo entre elas, há a indução 
eletromagnética. 
 No gerador CA de armadura giratória o sinal CA gerado é levado à carga através de 
anéis coletores e escovas deslizantes, como mostra a figura 2.4.1. A armadura giratória é 
encontrada somente em alternadores de baixa potência devido à limitação de corrente nos anéis 
coletores e escovas. 
 O gerador CA de campo giratório tem o enrolamento de armadura estacionário e o 
enrolamento de campo girante no rotor (o campo magnético é criado por bobinas – eletroímãs). 
A vantagem da armadura estacionária é que a tensão gerada pode ser conectada à carga 
diretamente, sem necessidade de anéis coletores e escovas. Isso possibilita geração de grandes 
níveis de tensão e de corrente (alta potência), pois os anéis e escovas só permitem operação 
em baixas tensões e correntes. 
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17 
 
Figura 2.4.2 – Gerador de Corrente Alternada de Polos Girantes e Armadura Estacionária. 
 O estator consiste de um núcleo de ferro laminado com os enrolamentos da armadura 
embutidos neste núcleo, como mostrado na Figura 2.4.3. O núcleo é a armadura do estator. 
 
Figura 2.4.3 – Armadura do Estator de um gerador de corrente alternada. 
 Todos os geradores, grandes ou pequenos, de corrente alternada ou de corrente 
contínua, requerem uma fonte de potência mecânica para girar seus rotores. Esta fonte de 
energia mecânica é chamada de fonte primária. 
 Fontes primárias são divididas em duas classes: para gerador de alta velocidade e baixa 
velocidade. Turbinas a Vapor e a Gás são fontes primárias de alta velocidade, enquanto 
máquinas de combustão interna (como motores a explosão), turbinas hidráulicas em quedas de 
água e turbinas eólicas (hélices) são consideradas fontes primárias de baixa velocidade. 
 O tipo de fonte primária tem um papel importante no projeto de alternadores, já que a 
velocidade na qual o rotor deve girar determina certas características de construção do alternador 
e operação. 
 
Núcleo 
Laminado 
Armadura do Estator 
Enrolamentos 
da armadura 
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18 
 Em usinas hidrelétricas a energia elétrica é gerada pela passagem da água através de 
uma turbina, solidamente acoplada ao eixo do gerador. As figuras 2.4.4 e 2.4.5 mostram uma 
turbina hidráulica acionando um gerador. 
 A quantidade de energia produzida é proporcional ao fluxo de água e à altura da queda 
d´água, isto é, do nível da água e da altura do reservatório (barragem). No projeto de 
hidrelétricas, deve-se levar em conta o histórico hidrológico, ou seja, a quantidade de chuvas em 
cada estação do ano, para que a usina garanta operação adequada o ano inteiro. As turbinas 
dos geradores das usinas hidrelétricas giram em velocidades relativamente baixas, na ordem de 
100 a 300 rpm. 
 Como exemplo, a Usina Hidrelétrica de Itaipu, no rio Paraná, na fronteira do Brasil com 
o Paraguai, possui 20 turbinas com geradores cuja potência é 700 MW cada. Metade deles gera 
na frequência brasileira de 60 Hz, girando a 92,3 rpm e a outra metade gera na frequência 
paraguaia de 50 Hz, girando a 90,9 rpm. 
 Um segundo exemplo é a Usina Hidrelétrica de Itá, no rio Uruguai, na divisa entre Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul, composta por 5 turbinas com geradores de 290 MW, gerando em 
60 Hz e girando a 128,57 rpm. 
 
Figura 2.4.4 – Turbina hidráulica acionando mecanicamente o gerador. 
 Alternadores são avaliados de acordo com a tensão para a qual eles são projetados e 
pela máxima corrente que são capazes de fornecer. O produto da tensão alternada pela corrente 
alternada de projeto do gerador fornece a capacidade de potência gerada, cuja unidade é o Volt-
Ampère. 
 A corrente máxima que pode ser fornecida por um alternador depende da máxima perda 
de calor que ele pode suportar na armadura. Esta perda de calor (que é uma potência elétrica 
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19 
perdida, principalmente por Efeito Joule) age aquecendo os condutores e, se excessiva, destrói 
o seu isolamento, podendo causar má operação ou curto-circuito. Sistemas de refrigeração são 
incorporados em grandes geradores para limitar o aquecimento. 
 
Figura 2.4.5 – Turbina hidráulica acionando mecanicamente o gerador. 
 Quando um alternador sai da fábrica, este já é destinado para um trabalho muito 
específico. A velocidade para a qual é projetado para girar, a tensão a ser gerada, os seus limites 
de corrente e outras características de operação são conhecidas. Essas informações são 
normalmente estampadas em uma placa de especificações para que o usuário conheça suas 
características. 
 A figura 2.4.6 mostra dois tipos de rotores para geradores de polos girantes e armadura 
estacionária. O primeiro é adequado para turbinas de alta velocidade como aquelas acionadas 
por vapor ou gás. A segunda é para turbinas de baixa velocidade como aquelas acionadas por 
turbinas hidráulicas e motores de explosão. 
 As turbinas das usinas termoelétricas são acionadas pela queima de combustíveis 
fósseis (carvão mineral, gás ou óleo combustível) ou biomassa (lenha, bagaço de cana, etc.) na 
fornalha, que aquece a água que vira vapor pressurizado a cerca de 550 oC na caldeira e é 
conduzido às turbinas. Esse vapor superaquecido e em alta pressão atravessa a turbina, 
fazendo-o girar e acionando o gerador. As turbinas a vapor funcionam em velocidades mais altas, 
na ordem de 1800 a 3600 rpm para frequências de 60 Hz. Como exemplo, a Usina Termoelétrica 
Jorge Lacerda, em Santa Catarina, tem uma capacidade total de 832 MW em sete conjuntos 
turbogeradores gerando em 60 Hz e girando a 3600 rpm. Essa usina utiliza carvão mineral 
extraído na região de Criciúma. A figura 2.4.7 apresenta um esquema de uma usina 
termoelétrica. 
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20 
 
Figura 2.4.6 – Dois tipos de rotores: (a) para turbinas de alta velocidade e (b) para turbinas de baixa velocidade. 
 
Figura 2.4.7 – Esquema de uma usina termoelétrica (www.alterima.com.br). 
 Nas Usinas Termonucleares, o calor necessário para converter a água em vapor 
pressurizado é fornecido pela energia liberada da fissão nuclear, e não pela queima de 
combustíveis. A figura 2.4.8 mostra o esquema de uma usina termoelétrica nuclear. O Brasil 
possui em funcionamento duas usinas nucleares (2008). Angra I é capaz de gerar 657 MW, 60 
Hz com turbinas girando a 1800 rpm. Angra II (em operação) e Angra III (em construção) são 
capazes de gerar 1300 MW cada uma. 
 
Anéis 
Coletores 
Rotor de alta 
velocidade 
(>1200rpm) 
Seção Transversal: 
Rotor de PólosSalientes para 
baixa velocidade 
(<1200rpm) 
Linhas do Campo 
Magnético 
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21 
 
Figura 2.4.8 – Esquema de uma usina termoelétrica nuclear (Fonte: Eletronuclear). 
 No campo das fontes alternativas renováveis, o Brasil utiliza a força dos ventos para 
girar os geradores e produzir energia elétrica nas Usinas Eólicas em regiões ventosas, como o 
litoral do Rio Grande do Sul, onde há o maior parque gerador eólico da América do Sul. Ainda 
há usinas em Santa Catarina, em Minas Gerais e no Ceará (2008). A figura 2.4.9 mostra o 
sistema de um gerador eólico e a figura 2.4.10 mostra a ordem de grandeza desses geradores. 
 
Figura 2.4.9 – Esquema das hélices, engrenagens e gerador de uma usina eólica. 
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22 
 
Figura 2.4.10 – Tamanho das hélices de um gerador eólico comparado com os operários. 
 Ainda, há usinas solares (ainda experimentais), que utilizam a luz solar para gerar 
corrente elétrica, chamadas de usinas fotovoltaicas (no deserto do Mojave, EUA) as usinas 
termo-solares (em implantação na Espanha), que utilizam o calor do sol para aquecer um fluido 
(um sal e não água) e produzir vapor pressurizado. As usinas geotérmicas usam o calor da água 
vulcânica (geisers) para acionar as turbinas (em uso na Finlândia) e ainda usinas que usam a 
energia das marés, chamadas maré-motrizes, como mostra a figura 2.4.11. Nelas, quando a 
maré é alta a água flui em um sentido, enchendo o reservatório e acionando o gerador. Quando 
a maré baixa, a água flui em outro sentido, acionando o gerador. 
 
Figura 2.4.11 – Esquema de uma usina maré-motriz. 
 
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23 
3. PARÂMETROS DA FORMA DE ONDA DA TENSÃO E DA 
CORRENTE ALTERNADA SENOIDAL 
 Para conhecermos corretamente um sinal de tensão e de corrente alternadas e 
senoidais, precisamos estudar os parâmetros da forma de onda senoidal. Alguns destes 
parâmetros têm significado geral (para a matemática e a física, por exemplo), mas quando 
estudados em eletricidade têm sentido específico. 
 A Forma de Onda é a curva descrita por uma quantidade (como tensão ou corrente) 
em função de alguma variável como tempo, posição, ângulo, etc. Essa quantidade assume um 
valor (amplitude) da forma de onda num determinado instante, chamado Valor Instantâneo, 
geralmente representado por uma letra minúscula (v ou i, por exemplo). O Valor de Pico 
(Amplitude Máxima) é o máximo valor da forma de onda medido a partir de seu valor zero (eixo 
y) e geralmente é representado em letra maiúscula (VP ou IP, por exemplo). Esses e outros 
parâmetros importantes das formas de onda senoidais serão estudados neste capítulo. 
 As tensões e correntes elétricas alternadas ou são puramente senoidais, ou podem ser 
decompostas em uma série de componentes puramente senoidais que compõem o chamado 
espectro de frequências do sinal, conhecido como harmônicos. Esta série de sinais é conhecida 
como Série de Fourier e será estudada posteriormente. 
 Portanto, conhecermos o valor médio, o valor eficaz, o valor de pico, a frequência e 
a fase de uma senóide é muito importante para o estudo do comportamento energético das 
tensões e correntes elétricas. 
3.1. VALOR DE PICO: 
 No caso do gerador elementar de tensão alternada (estudado no capítulo anterior), 
chamamos de CICLO o conjunto de valores positivos e negativos de uma sinusóide1 
correspondentes a uma volta completa da espira no campo magnético. 
 O Valor de Pico é a amplitude da forma de onda que corresponde ao máximo valor no 
eixo vertical. O máximo valor da corrente é a Corrente de Pico (Ip) e o máximo valor da tensão é 
a Tensão de Pico (Vp), como indica a figura 3.1.1. 
 O Valor de Pico a Pico de tensão e corrente (Vpp e Ipp) é o valor correspondente entre 
o pico superior (amplitude máxima positiva) e o pico inferior (amplitude máxima negativa ou vale) 
e é exatamente o dobro do valor de pico numa forma de onda senoidal, pois esta é simétrica. 
 
3.2. PERÍODO (T): 
 É o tempo necessário para a ocorrência de um ciclo completo de uma função periódica, 
como mostra a figura 3.1.1. Com relação ao gerador elementar estudado no capítulo anterior, 
Período (T) é o tempo necessário para a espira dar uma volta completa, ou seja, percorrer 360o 
(2 rad). A unidade do Período é o segundo (s). 
 
1 Sinusóide: vem da palavra sinus (forma de sino) e refere-se às formas de onda senoidal ou cossenoidal. 
ppp V2V 
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24 
(a)
(b) 
Fig.3.1.1 – Formas de onda: (a) da corrente e (b) da tensão em função do tempo e os seus parâmetros. 
3.3. FREQUÊNCIA (F): 
 A velocidade na qual os ciclos são produzidos é chamada frequência. É o número de 
ciclos por unidade de tempo (a cada segundo). Relacionando, obtemos: 
 
 
Portanto: 
T x f = 1 x 1 
 
 i (A) 
 t (s) 
 Ip 
 T 
 T/2 
 Ipp 
 0
o 
 180
o 
 360
o 
  (
o
, rad) 
 v (V) 
 t (s) 
 Vp 
 T 
 T/2 
 Vpp 
 360
o 
 180
o 0
o 
(
o
. rad) 
1 ciclo1 Período (T)
1 segundo X ciclos/segundo = FREQÜÊNCIA, f
T
1
f 
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25 
 No Sistema Internacional (SI) a unidade da Frequência, ciclos por segundo, é chamada 
Hertz2 (Hz). Assim, um Hertz significa um ciclo completado em um segundo. 
 A frequência da rede elétrica comercial brasileira é 60 Hz, assim como nos Estados 
Unidos, enquanto que nos países vizinhos da América Latina e na Europa a frequência é 50 Hz. 
Sinais com frequências entre 3 kHz e 300 GHz estão na faixa da chamada Radiofrequência e 
podem se propagar no espaço. As frequências audíveis para o ser humano estão na faixa de 15 
Hz (sons graves) a 20 kHz (sons agudos). O chamado Espectro de Frequências está 
apresentado no anexo A.4. 
3.4. FREQUÊNCIA ANGULAR OU VELOCIDADE ANGULAR (): 
 Do estudo da matemática, sabemos que o valor de Pi () é uma constante dada pela 
razão do perímetro da circunferência pelo seu diâmetro: 
 
 Assim, o perímetro (comprimento) da circunferência pode ser dado por: 
 
 O Radiano é uma unidade de medida de ângulo definida por um quadrante de círculo 
onde a distância percorrida na circunferência (arco) é igual ao raio do círculo, como mostra a 
figura 3.4.1. Essa relação fornece: 
1rad = 57,296o 
2 rad = 6,28 rad = 360o 
 
Figura 3.4.1 – radiano como medida de ângulo. 
 Para fazermos a conversão de graus para radianos usamos a relação: 
 
 Para fazermos a conversão de radianos para graus usamos a relação: 
 
 Sabemos que uma forma de onda senoidal pode ser obtida a partir do comprimento da 
projeção vertical de um vetor girando num movimento circular uniforme (MCU) sobre um ponto 
 
2 Heinrich Rudolph Hertz: físico e professor (Alemanha, 1857-1894), pesquisou tensões e 
correntes alternadas e seus efeitos nos elementos passivos, ondas eletromagnéticas e 
propagação. 
141592654,3
D
C

R2C 
 
R 
R 
1 radiano 
57,296o 
graus
180
Radianos 




 

radianos
180
Graus 







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26 
fixo. Após uma volta completa temos o período completo da senóide. A figura 3.4.2 ilustra essa 
situação. A frequência angular ou velocidade angular (também chamada pulsação),  nos dá a 
noção do ângulo percorrido a cada unidade de tempo. Podemos dizer que é a velocidade com 
que percorremos ângulos num movimento circular (movimento harmônico). 
 Como podemos medirângulo em radianos, a frequência angular ou velocidade angular 
 corresponde ao número de radianos percorridos por unidade de tempo. 
 
 Para um ângulo  qualquer percorrido em um dado tempo t: 
 
 O ângulo  é chamado de posição angular: 
 
 Ao final do ciclo, o ângulo  percorrido terá sido 2 rad (360o), em um tempo total 
chamado de período. Assim: 
 
 
Figura 3.4.2 – a projeção de um vetor girando descreve uma senóide. 
 Frequência e velocidade angular são parâmetros que fornecem a mesma informação. 
Os dois indicam com que "velocidade" a função se repete. A frequência nos fornece essa 
informação em Hz (ciclos/segundo), enquanto que a velocidade angular nos fornece em rad/s 
(radianos por segundo). 
 Podemos relacionar "" com "T" e "f" a partir do funcionamento do gerador elementar 
de corrente alternada. Uma vez que a corrente produzida pelo gerador, completa um período 
quando a espira realiza um ciclo completo, ou seja, percorre 2  radianos, temos: 
 
 
 stempo
rad,distância o

t


t
f2
T
2



 
(o, rad) 
360o 
2 
180o 
1 
+Amax 
-Amax 
0o 
0 
 
 
 
 
1 
1 
90o 
90o 

 
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27 
 
 
 Assim, 
T x  = 1 x 2  
 
 Como , temos: 
 
 Unidade: rad/s 
3.5. FUNÇÃO MATEMÁTICA DA TENSÃO E DA CORRENTE ALTERNADA SENOIDAL. 
 A figura 3.5.1 mostra a forma de onda geral para uma função senoidal. Da matemática 
sabemos que: 
f() = Amax.sen() 
f(t) = Amax.sen(.t) 
 
Figura 3.5.1 – forma de onda para uma função senoidal 
 Podemos notar a relativa simplicidade da equação matemática que representa uma 
forma de onda senoidal. Qualquer forma de onda alternada não senoidal não poderá ser 
representada por um único termo, mas pode requerer dois, quatro, seis ou um número infinito de 
termos senoidais para ser representada fielmente. Esse processo é determinado pelas Séries 
de Fourier, como apresentado no Anexo A.5. 
 Os gráficos de uma forma de onda senoidal de tensão e corrente, como os da figura 
3.1.1, podem ser expressos matematicamente no chamado domínio do tempo, onde o valor da 
tensão e corrente são função do instante de tempo (t), e no chamado domínio angular, onde o 
 
1 Período (T) 2. radianos 
1 segundo  radianos/segundo = FREQÜÊNCIA ANGULAR 
T
2 

T
1
f 
f2 
 
(o, rad) 
360o 
2 
180o 
1 
+Amax 
-Amax 
0o 
0 
f() 
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28 
valor da tensão e corrente são função da posição angular da espira no campo magnético no caso 
do nosso gerador elementar de corrente alternada (figuras 2.2.2, 2.2.3 e 2.2.4). 
 Em um período ou ciclo completo (360o), =2rad. Podemos relacionar: 
2  1T 
  t 
Desenvolvendo: 
 
então, a posição angular  pode ser dada por: 
 
 A posição angular (.t) é dada pelo produto da frequência angular () pelo instante de 
tempo (t), e nos fornece o ângulo no qual a espira se encontra: 
 Podemos verificar que o produto da frequência angular  (rad/s) pelo instante de 
tempo(s) é mesmo um ângulo pela relação das unidades: 
 
 Como a tensão é senoidal e é função do tempo, podemos expressar a tensão a cada 
instante através da função matemática de tensão instantânea. 
3.5.1. Tensão Instantânea: 
 Para uma senóide o valor da tensão é expresso em função do ângulo , dado pela 
posição angular da espira no campo magnético: 
 
 O valor instantâneo de uma grandeza senoidal é o valor que essa grandeza assume 
num dado instante de tempo considerado. Assim, o valor da tensão v num dado instante de 
tempo t pode ser dado pela função senoidal: 
 
onde: 
v(t) – tensão instantânea (V) 
Vp - tensão de pico (V); 
 - frequência angular (rad/s); 
t – instante de tempo (s). 
 
Exemplo 3.5.1: Esboce o gráfico tensão x tempo para a tensão instantânea v(t)= 10.sen(10.t). 
Solução: da função obtemos: 
Vp = 10V 
 = 10rad/s 
Como: 
ttf2
T
t2



t
rads
s
rad

)sen(V)(v p 
 tsenV)t(v p 
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29 
 
Então, 
 
f = 1,59Hz 
Assim: 
 
T = 628ms 
 Fazendo a variável independente t assumir valores desde 0 até T = 628 ms, podemos 
calcular a posição angular  e a tensão instantânea correspondente e traçar a forma de onda. 
Para tanto é necessário determinarmos os instantes mais significativos: dividindo 628 ms por 8 
intervalos (poderíamos utilizar mais intervalos, para maior precisão), obtemos o valor 78,5 ms 
para cada intervalo. Assim: 
 Para t=0 s: v(0)=10sen(10.0)=0 
 Para t=78,5 ms: v(0,0785)=10sen(10.0,0785)=7,09 
 Fazendo o mesmo procedimento para outros intervalos de tempo obtemos a tabela 3.5.1 
que dará origem à forma de onda da figura 3.5.2. 
Tempo 
t (s) 
Posição angular 
.t (rad) 
Tensão 
instantânea 
v(t ) (V) 
0,00 0,00 0,00 
0,0785 0,785 (/4) 7,09 
0,157 1,57 (/2) 10,0 
0,235 2,35 (3/4) 7,09 
0,314 3,14 ( ) 0,00 
0,392 3,92 (5/4) -7,09 
0,471 4,71 (3/2) -10,0 
0,549 5,49 (7/4) -7,09 
0,628 6,28 (2 ) 0,00 
Tabela 3.5.1 – exemplo 3.5.1 
 
Figura 3.5.2 – forma de onda para o exemplo 3.5.1 
 
 
 
3.5.2. Corrente Instantânea: 
 Considerando que a corrente senoidal também é função do tempo, podemos 
representar, matematicamente, a corrente instantânea da seguinte forma: 
 
onde: 
Ip - corrente de pico (A); 
f2 
59,1
2
10
2
f 





628,0
59,1
1
f
1
T 
 
0 0,16 0,31 0,47 0,63 
 v (V) 
 t (s) 
10 
 5 
-10 
-5 
 tsenI)t(i p 
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30 
 - frequência angular (rad/s); 
t – instante de tempo (s). 
 
Exemplo 3.5.2: Considere a forma de onda da figura 3.5.3 para obter a função matemática que 
a descreve. 
Solução: analisando a forma de onda da figura 3.5.3 obtemos: 
T = 50 s 
f = 1/T = 20 kHz 
 = 2f = 125663,7 rad/s 
Ip = 20 mA 
Então a função matemática que descreve a corrente instantânea é: 
i(t) = 20.sen(125663,7.t) mA 
 
Figura 3.5.3 – forma de onda para o exemplo 3.5.2. 
 
3.6. VALOR MÉDIO 
 O valor médio de uma função representa o resultado líquido da variação de uma 
grandeza física como deslocamento, temperatura, tensão, corrente, etc. 
 O valor médio não representa o resultado líquido energético, ou trabalho realizado, mas 
apenas a resultante líquida entre excursões positivas e negativas para o valor de uma função, 
chamada média aritmética. 
 A média aritmética de um dado número finito de valores de eventos discretos (não 
contínuos) é a soma dos valores desses eventos dividida pelo número de eventos. Por exemplo, 
a média aritmética das notas é a soma dos valores das notas (eventos) dividida pelo número de 
notas. Assim, o valor médio de uma função matemática é a sua média aritmética dada pela 
relação entre a somatória algébrica dos valores da função e o número de valores, ou seja: 
 
 No caso de uma função qualquer o valor médio é dado pela soma das áreas positivas e 
negativas que são descritas periodicamente ao longo do tempo. Assim, para uma forma de onda, 
 
t(s) 
50 25 
 
+20 
-20 
0 
 
i(mA) 
n
v
V
n
1i
i
med


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31 
como mostra a figura 3.6.1, o valor médio pode ser determinado pela área total sob a curva, 
dividido pelo período da forma de onda: 
 
Onde: 
 - soma algébrica das áreas sob as curvas; 
T – período da curva; 
Vn – variação da amplitude no trecho n da forma de onda; 
tn – intervalo de tempo correspondente ao trecho n da forma de onda; 
n – número de trechos compreendidos no intervalo T. 
 
Figura 3.6.1 – valor médio deuma forma de onda 
Exemplo 3.6.1: Determinar o valor médio para a forma de onda da figura 3.6.2. 
 
 
Figura 3.6.2 – forma de onda para o exemplo 3.6.1. 
Exemplo 2.6.2: Determinar o valor médio para a forma de onda da figura 3.6.3. 
 
 
Figura 3.6.3 – forma de onda para o exemplo 3.6.2. 
 Para uma função periódica contínua, o valor médio pode ser dado por: 
T
)tV(
T
A
V n
nn
med



A
 
A1 
A2 
An t1 
t2 tn 
T 
V1 
V2 
Vn 
t 
V 
Vmédio 
       
5,1
8
12
8
2648
8
21232224
Vmédio 




 
4 
-2 
3 
1 
Vmédio=1,5 
2 0 4 6 8 
t 
   
0
2
0
2
22
2
1212
Vmédio 




 
2 
-2 
Vmédio=0 
1 0 2 
t 
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32 
 
 Para uma função periódica senoidal, como a apresentada na figura 3.6.4, onde ti=0 e 
tf=T, o valor médio é: 
 
 
 Como a senóide é simétrica ao eixo das abscissas, para todos os valores do semiciclo 
positivo, temos correspondentes valores no semiciclo negativo, o que faz com que o seu valor 
médio seja nulo, ou seja, as áreas positivas são iguais às negativas. 
 Pelo procedimento de cálculo podemos determinar o valor médio de apenas um 
semiciclo (meio período): 
 
 Assim o valor médio para meio ciclo é; 
 
 
Figura 3.6.4 – função senoidal. 
3.7. VALOR EFICAZ 
 O valor eficaz de uma função representa a capacidade de produção de trabalho 
efetivo de uma grandeza variável no tempo entre as excursões positivas e negativas de uma 
função. 

f
i
t
t
med dt).t(v
T
1
V










2
0
2
0
p
p
t
t
t
t
med td)t(sen
2
V
td)t.(senV
2
1
td).t(v
T
1
dt).t(v
T
1
V
f
i
f
i
      011
2
V
)0cos()2cos(
2
V
)tcos(
2
V pp2
0
p








0Vmed 
 









 
p
0
0
p
p
T
0
,med
V2
)tcos(
V
td)t.sen(V
1
dt).t(v
T
1
V
p
p
,med V637,0
V2
V 



 
(o, rad) 
360o 
2 
180o 
1 
+Vp 
-Vp 
0o 
0 
Vmédio 
Área + 
Área - 
Vméd, 63,7%Vp 
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33 
 Matematicamente, o valor eficaz de uma função discreta é sua média quadrática, 
dada pela raiz quadrada do somatório dos quadrados dos valores dos eventos dividido pelo 
número de eventos: 
 
 Para uma função periódica, o valor eficaz pode ser dado pelo cálculo da média 
quadrática através do uso da integral: 
 
 Para a função periódica senoidal da figura 3.7.1, o valor eficaz é: 
 
 
 
 
 O valor eficaz corresponde à altura de um retângulo de base igual a um semiciclo e área 
equivalente a esse semiciclo, como mostra a figura 3.7.1. Portanto, o valor eficaz corresponde a 
um valor contínuo de 70,7% do valor de pico de uma senóide; 
 
Figura 3.7.1 – valor eficaz de uma senóide. 
 Para entendermos o significado físico do valor eficaz, analisaremos a potência elétrica 
fornecida a um resistor, tanto em corrente alternada como em corrente contínua, como mostram 
os circuitos da figura 3.7.2. 
 
n
v
V
n
1i
2
i
ef



f
i
t
t
2
ef dt.)t(v
T
1
V






 


2
0
2
2
p
2
0
22
p
t
t
2
t
t
2
ef td)t(sen
2
V
td)t.(senV
2
1
td.)t(v
T
1
dt.)t(v
T
1
V
f
i
f
i
















 





4
0cos
2
0
4
4cos
2
2
2
V
4
t2cos
2
t
2
V
2
p
2
0
2
p
2
V
2
V
2
2
2
V p
2
p
2
p





 


p
p
ef V707,0
2
V
V 
 
(o, rad) 
360o 
2 
180o 
1 
+Vp 
-Vp 
0o 
0 
Valor Eficaz 
0,707Vp 
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34 
 
Figura 3.7.2 - Fontes de Tensão Contínua e Alternada alimentando o mesmo resistor e fornecendo a mesma 
potência média 
 Qual seria a tensão e a corrente alternada que fariam com que o resistor R dissipasse 
a mesma potência em CA que a dissipada em CC? Se fizermos isso na prática verificaremos que 
o valor de tensão contínua a ser aplicado corresponde ao valor eficaz de tensão alternada. Como 
vimos, esse valor é matematicamente dado pela média quadrática da função. Para um sinal 
senoidal pode ser calculado a partir do seu valor de pico através da relação: 
 
 O mesmo conceito também é válido para o valor eficaz de corrente: 
 
 Como mostra a figura 3.7.3, o valor da tensão eficaz ou da corrente eficaz de uma forma 
de onda é o valor matemático que corresponde a uma tensão ou corrente contínua constante 
que produz o mesmo efeito de dissipação de potência numa dada resistência. 
O valor da tensão eficaz ou da corrente eficaz é o valor que produz numa resistência o 
mesmo efeito que uma tensão/corrente contínua constante desse mesmo valor. 
 Para a rede elétrica comercial sabemos que o valor da tensão eficaz é 220V/60Hz, o 
que corresponde a um valor de pico de: 
 
 Na prática, o que se tem na rede elétrica CA é um sinal senoidal de 60 ciclos por 
segundo (60 Hz), cuja tensão varia a todo instante desde +311,1 V a –311,1 V, passando por 
zero a cada meio ciclo. A tensão eficaz de 220 V é o valor correspondente a uma tensão contínua 
constante que produziria o mesmo efeito da rede CA numa dada resistência, como um chuveiro 
elétrico, por exemplo. 
Um sinal senoidal de tensão/corrente alternada está sempre variando e, portanto, o valor 
eficaz é apenas uma referência matemática. 
V
CC
I
CC
RPCC ~
v(t)
i(t)
RPCA
p
p
ef V707,0
2
V
V 
p
p
ef I707,0
2
I
I 
VVV efp 1,311220414,12 
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35 
 
Figura 3.7.3 - A tensão eficaz é equivalente a uma tensão contínua que produz o mesmo efeito numa resistência. 
Observações: 
 O valor eficaz também é conhecido como Valor RMS, do inglês root mean square (valor 
quadrático médio); 
 Os instrumentos comuns de medição em corrente alternada (voltímetros, amperímetros e 
multímetros) fornecem valores eficazes somente para sinais senoidais; 
 Para medir o valor eficaz de uma forma de onda de tensão (ou de corrente) não perfeitamente 
senoidal deverá ser usado um voltímetro (ou amperímetro) mais sofisticado, conhecido como 
True RMS (Eficaz Verdadeiro) que é capaz de fazer a integração da forma de onda e fornecer 
o valor eficaz exato para qualquer forma de onda. 
 Para uma forma de onda contínua constante (de tensão ou corrente, por exemplo) o valor 
eficaz é igual ao valor médio. 
3.8. FATOR DE FORMA 
 O fator de forma de uma onda é definido pela relação entre o seu valor eficaz e seu 
valor médio de meio ciclo: 
 
 Para uma onda senoidal, o fator de forma é dado por: 
 
 
Observação: note que para o cálculo do fator de forma de um sinal senoidal foi usado o valor 
médio de um semiciclo, já que o valor médio do ciclo completo é zero. 
 
t 
t 2 
 
1 
 
+Vp 
-Vp 
0 
 
Tensão Contínua que fornece a 
mesma potência ao resistor 
70,7%Vp 
v(t) TENSÃO EFICAZ 


,med
ef
V
V
K
22V22
V
V2
2
V
V
V
K
p
p
p
p
,med
ef
sen










11,1Ksen 
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36 
3.9. FASE INICIAL E DEFASAGEM ANGULAR. 
 Consideremos três corredores com a mesma velocidade dando voltas numa pista 
circular, como indica a figura 3.9.1: 
 
Figura 3.9.1 – Descrição do deslocamento de três corredores numa pista circular 
 Sabemos que, todo movimento circular (harmônico) pode ser descrito (projetado) 
através de uma senóide. O gráfico da figura 3.9.1 descreve o deslocamento vertical dos 
corredores "A", "B" e “C” em função do tempo "t" (ou do ângulo percorrido) no mesmo eixo. 
 Como um movimento circular pode ser descrito por uma senóide, a função que descreve 
o deslocamento do corredor"A" no tempo pode ser dada por: 
CA(t)= Dmax . sen (t) 
 Porém, o deslocamento do corredor "B" não pode ser descrito por CB(t)= Dmax sen (t), 
pois teríamos CB(t)= 0 para t=0 o que não é verdade. Em t=0 o corredor ”B” está na amplitude 
máxima. O mesmo ocorre para o corredor “C”. 
 Observando com atenção o gráfico acima se percebe que a curva CB(t) é idêntica a 
CA(t), porém deslocada de 90o (/2),este deslocamento pode ser descrito pela adição de um 
ângulo no argumento da função seno: 
CB(t)= Dmax . sen (t + 90o) 
 Este ângulo de deslocamento é chamado Fase Inicial . Como a fase inicial do corredor 
A é zero, dizemos que a função CB(t) está defasada de 90o da função CA(t) ou que a função CB(t) 
está adiantada em 90o em relação a CA(t). 
 A equação que descreve o deslocamento do corredor “C” pode ser dada por: 
CC(t)= Dmax . sen (t - 90o) 
 Dizemos que a função CC(t) está defasada de -90o da função CA(t) ou que a função 
Cc(t) está atrasada em 90o em relação a CA(t). 
 A Defasagem Angular  é, portanto, a medida em radianos ou graus, que indica quanto 
uma função senoidal está deslocada no tempo (defasada) uma em relação a outra tomada como 
referência, e é dada pela diferença entre os ângulos de fase inicial  de cada função: 
 
 A equação acima demonstra a defasagem de uma forma de onda X com relação a uma 
outra forma de onda, tomada como referência. 
 Se  for positivo: x está adiantada da referência 
 Se  for negativo: x está atrasada da referência 
 
deslocamento (m) 
Posição Angular 
(o) 
Instante t(s) 
t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 
0 90o 180o 270o 360o 
A 
B 
w 
C 
Dmáx 
w 
w 
B C A 
A C B 
B 
C 
refxref,x 
SINAIS SENOIDAIS: TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS 
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 Em análise de circuitos de corrente alternada, também teremos defasagens entre as 
tensões e correntes. Por exemplo, consideremos que as espiras dos dois geradores de corrente 
alternada da figura 3.9.2(a) comecem a girar ao mesmo tempo com a mesma frequência, porém 
com ângulos de fase iniciais diferentes. A tensão produzida por cada gerador ficaria com a forma 
da figura 3.9.2(b). As funções matemáticas que representam estas formas de onda são: 
vA(t)= Vp sen (t + 0o) 
vB(t)= Vp sen (t + 45o) 
 
Figura 3.9.2 – (a) Dois geradores iguais com mesma velocidade angular, defasados de 45o; (b) Gráfico da tensão 
gerada 
 As expressões matemáticas genéricas para a tensão e para a corrente instantânea, com 
um ângulo de fase inicial , são dadas por: 
v(t) = Vp . sen (t + V) 
 
i(t) = Ip . sen (t + ) 
Observação: Esta representação é chamada forma trigonométrica. 
 
Podemos dizer que o ângulo de fase inicial  é o ângulo  da posição angular no qual inicia um 
semiciclo positivo da forma de onda senoidal, com sinal trocado. 
 = -  
 As figuras 3.9.3, 3.9.4 e 3.9.5 ilustram essa conclusão. 
 
Figura 3.9.3 - Semiciclo positivo começa em +=-: v(t) = Vp.sen(.t-) – atrasada. 
 
45o 
gerador “A” 
gerador “B” 
 v (V) 
 t (rad) 
  
 
 -45
o
 0
o
 90
o
 180
o
 270
o
 360
o
 
+Vp 
-Vp 
(13-a) (13-b) 
 2 1 
 
 
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Figura 3.9.4 - Semiciclo positivo começa em -=: v(t) = Vp.sen(.t+) – adiantada 
 
Figura 3.9.5 - Semiciclo positivo começa em =-90o: v(t) = Vp.sen(.t+90o) = VP.cos(.t). 
 As formas de onda podem estar: 
 Em fase: quando as formas de onda cortam o eixo x no mesmo ponto; 
 Defasadas: quando as formas de onda cortam o eixo x em pontos diferentes. 
 E ainda: 
 Adiantada: semiciclo positivo começa à esquerda da origem; 
 Atrasada: semiciclo positivo começa à direita da origem; 
 Defasagem: diferença entre os ângulos de fase de duas senóides. 
 
Observação: os termos “adiantada” e “atrasada” só podem ser aplicados para comparar fases 
de formas de onda de mesma frequência. 
 Por convenção, o ângulo correspondente à defasagem angular é dado em graus, 
como indica a figura 3.9.3, apesar de a posição angular t ser dada em rad/s. Portanto, deve-se 
ter o cuidado de se converter as unidades quando alguma operação matemática dessa 
expressão for necessária. 
 
Figura 3.9.3 – convenção para representação do ângulo de fase na expressão trigonométrica. 
Exemplo 3.9.1: Determine a defasagem entre os sinais: 
v
1
(t)= 100.sen(t)  tensão tomada como referência (sem fase inicial) 
 
 
Posição Angular:
ângulo em radianos
Defasagem Angular:
ângulo em graus
v
1
(t) = 200.sen (t + 45o)
i
2
(t) = 15,0.sen (t - 90o)
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v2(t)= 40.sen (t – 60o)  tensão v2 atrasada 60o em relação a tensão v1: 
 = 2- 1 = -60 – 0 = -60o 
i
3
(t) = 2.sen (t + 45o)  corrente i3 adiantada 45o em relação a v1: 
 = 3- 1 = 45 – 0 = +45o 
Questão: A corrente i
3
(t) está atrasada ou adiantada em relação à tensão v
2
(t)? 
3.10. OSCILOSCÓPIO 
O osciloscópio é um instrumento que mostra formas de onda de tensão. Na figura 3.10.1 vê-se 
uma foto de um osciloscópio e na figura 3.10.2 uma tela padrão de osciloscópio, onde aparecem 
as escalas vertical e horizontal. As telas dos osciloscópios são divididas em linhas verticais e 
horizontais separadas por 1cm, chamadas de divisão. 
A escala vertical define a tensão associada com cada divisão da tela. A escala horizontal 
define o período de tempo associado com cada divisão horizontal da tela. 
Por exemplo, se a escala horizontal for 50s/divisão e a vertical for, 5V/divisão podemos 
determinar os parâmetros da forma de onda indicada. Lendo a escala horizontal podemos 
verificar que o período corresponde a 4 divisões: 
Período: 4 divisões x 50s/divisão  T = 200s 
Frequência: 
Verificando a escala vertical podemos ler um valor de pico de 2 divisões: 
Valor de Pico: 2 divisões x 5V/divisão  Vp = 10V 
Valor Eficaz: 
 
Figura 3.10.1 – Osciloscópio digital (fonte: Tektronix). 
kHz55000
10200
1
T
1
f
6




V07,7
2
10
2
V
V
p
ef 
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Figura 3.10.2 – Tela padrão de um osciloscópio (fonte: Boylestad, 2003). 
 Na tela do osciloscópio, como mostra a figura 3.10.2, também pode-se notar uma escala 
nos eixos principais, chamada de subdivisão, para auxiliar na leitura mais precisa dos valores. 
3.11. EXERCÍCIOS: 
3.11.1) Determine o tempo de duração de um ciclo para um sinal senoidal cuja frequência é 60 
Hz, 1000 Hz e 93,5 MHz. 
3.11.2) Determine o tempo necessário para uma senóide de tensão, da rede elétrica comercial, 
percorrer o trecho compreendido entre 0 rad e /3 rad. 
3.11.3) Qual a frequência obtida em um gerador tetrapolar que gira a 2400 rpm? 
3.11.4) Quanto tempo um sinal de tensão senoidal de 60 Hz leva para atingir 25 % do seu valor 
máximo? Quanto tempo leva para atingir o seu valor eficaz? (Resp.: 0,67ms; 2,08ms). 
3.11.5) Para uma tensão alternada senoidal cujo valor eficaz é 220 V / 60 Hz, determine: 
a) Período, velocidade angular, valor de pico, pico a pico, médio e eficaz; 
b) Valor instantâneo quando =60o; (Resp.: 269,4V). 
c) Valor instantâneo quando t=10ms. (Resp.: 27,6V) 
3.11.6) Uma tensão alternada possui valor médio de meio ciclo igual a 25 V e valor eficaz 32 V. 
Qual o seu fator de forma? 
3.11.7) Qual o fator de forma de uma onda de tensão alternada triangular com amplitude 10V 
e frequência de 1 kHz? 
3.11.8) Uma corrente alternada de valor eficaz 10 A / 60 Hz inicia seu semiciclo no instante t=0s. 
Determine os instantes de tempo que

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