Buscar

Bases do ECG

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DISCUSSAO 10 
Bases do ECG 
1- Quais os exames complementares podem auxiliar o diagnóstico de um paciente com problemas 
cardíacos? 
Cintilografia miocárdica - O exame possibilita a formação de imagens no aparelho, avaliando como o sangue está 
chegando aos vasos capilares sanguíneos. Ele pode ser feito em repouso, com o paciente sentado ou deitado, com o 
teste de estresse físico numa esteira ou bicicleta ergométrica, sempre mantendo jejum. 
Angiografia (ou arteriografia) coronariana - é a visualização, por meio de radiografia, da anatomia do coração e vasos 
sanguíneos após a introdução intravascular de meio de contraste radiopaco. Este exame é utilizado para detectar 
doenças como o infarto do miocárdio, placas ateroscleróticas calcificadas, acidente vascular cerebral (AVC), estenose 
da artéria renal, causas de hipertensão, embolia pulmonar, doenças congênitas e adquiridas dos vasos sanguíneos. 
Ecocardiograma - A ecocardiografia ou ecocardiograma com Doppler abrange os métodos de diagnóstico da 
estrutura e do funcionamento do coração baseados no uso de ultrassom. Este exame é frequentemente empregado 
na avaliação dos pacientes com sopro cardíaco, sintomas de palpitação, síncope, falta de ar, dor torácica ou portadores 
de diversas doenças cardíacas como doenças do músculo cardíaco (infarto do miocárdio, miocardiopatias), 
insuficiência cardíaca, doenças das valvas, anomalias congênitas, entre outras. A ecocardiografia apresenta imagens 
estáticas e em movimento do músculo e das valvas cardíacas, além disso, através do mapeamento de fluxos em cores 
pela técnica Doppler, podemos identificar a direção e velocidade do fluxo sanguíneo no interior das cavidades 
cardíacas. 
Raio X de tórax 
M.A.P.A - permite investigar a variação da pressão ao longo do dia, quando há dúvidas se o paciente tem pressão alta, 
ou em caso de suspeita de Síndrome do Jaleco Branco, em que a pressão aumenta durante a consulta médica, mas 
não em outras situações. Além disso, o M.A.P.A pode ser realizado com o objetivo de verificar se os remédios para 
controlar a pressão estão funcionando bem ao longo do dia. 
2- Para que serve o eletrocardiograma e quais são as bases eletrofisiológicas que explicam o eletro? 
 A ECG permite ao médico inferir o curso do impulso cardíaco por meio do registro das variações do potencial elétrico 
em vários loci na superfície do corpo. Pela análise dos detalhes dessas flutuações do potencial elétrico o médico obtém 
uma percepção valiosa da (1) orientação anatômica do coração; (2) dos tamanhos relativos de suas câmaras; (3) dos 
vários distúrbios de ritmo de condução; (4) da extensão, da localização e do progresso de danos isquêmicos ao 
miocárdio; (5) dos efeitos de concentrações alteradas de eletrólitos, e (6) da influência de certos fármacos 
(principalmente digitálicos, agentes antiarrítmicos e antagonistas do canal de Ca++). 
 O eletrocardiograma (ECG) é a medida de pequenas diferenças de potencial, na superfície do corpo, que refletem 
a atividade elétrica do coração. Resumidamente, essas diferenças de potencial, ou voltagens, são mensuráveis na 
superfície do corpo, devido ao tempo e à sequência da despolarização e repolarização do coração. Lembre-se de que 
todo o miocárdio não é despolarizado de uma só vez: os átrios despolarizam antes dos ventrículos; os ventrículos 
despolarizam em sequência específica; os átrios repolarizam enquanto os ventrículos estão despolarizando; e os 
ventrículos repolarizam em sequência específica. Como resultado da sequência e o tempo de propagação da 
despolarização e repolarização, no miocárdio, diferenças de potencial são estabelecidas entre porções diferentes do 
coração, o que pode ser detectado por eletrodos colocados na superfície do corpo. 
 Um ECG registra uma derivação de cada vez. Um eletrodo atua como eletrodo positivo da derivação, e um segundo 
eletrodo atua como o eletrodo negativo da derivação. (O terceiro eletrodo é inativo.) Por exemplo, na derivação I, o 
eletrodo do braço esquerdo é definido como positivo, e o eletrodo do braço direito é definido como negativo. Quando 
uma onda elétrica se move através do coração diretamente para o eletrodo positivo, a onda do ECG ascende da linha 
de base. Se o movimento resultante de cargas pelo coração dirigir-se para o eletrodo negativo, o traçado move-se 
para baixo. 
https://www.infoescola.com/medicina/radiografia/
https://www.infoescola.com/anatomia-humana/coracao/
https://www.infoescola.com/doencas/acidente-vascular-cerebral-avc-derrame/
https://www.infoescola.com/doencas/hipertensao-arterial-pressao-alta/
https://www.infoescola.com/sistema-circulatorio/embolia/
https://labtestsonline.org.br/glossary/echo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doppler
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ultrassom
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infarto_do_mioc%C3%A1rdio
 Um ECG não é a mesma coisa que um único potencial de ação. Um potencial de ação é um evento elétrico em uma 
única célula, registrado por um eletrodo intracelular. O ECG é um registro extracelular que representa a soma de 
múltiplos potenciais de ação ocorrendo em muitas células musculares cardíacas. Além disso, as amplitudes do 
potencial de ação e do registro do ECG são muito diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(CURI) O eletrocardiograma (ECG) é um 
registro indireto da atividade elétrica do 
coração obtido por meio de eletrodos 
colocados em diferentes pontos da 
superfície do corpo. Para que possamos 
entender o princípio desse registro, 
devemos lembrar que a célula miocárdica 
em repouso tem a superfície interna 
carregada negativamente em relação à 
externa. Quando excitada, o cardiomiócito 
gera um potencial de ação. Nas fases 0, 1 
e 2 do potencial de ação, o potencial de 
membrana atinge valores positivos, 
havendo inversão local da polaridade da 
membrana. Sendo assim, há uma 
separação de cargas na superfície da 
célula, onde a área ativa (local onde está 
ocorrendo a despolarização) fica mais 
negativa em relação à área inativa (local 
onde a despolarização ainda não 
começou), formando um dipolo (Figura 
25.8 A). Considera-se um dipolo dois 
pontos próximos com cargas elétricas 
opostas e de mesmo módulo. Um dipolo 
em um meio condutor cria um campo 
elétrico (Figura 25.8 B). Embora o corpo 
seja um meio condutor não homogêneo, ele pode conduzir correntes até a superfície da pele. Portanto, estando o 
coração imerso no volume condutor do corpo, podemos detectar, na superfície corporal, os potenciais gerados por 
uma série de dipolos que se deslocam na superfície do coração à medida que o potencial de ação se propaga. Desse 
modo, o ECG registra a variação temporal do potencial de dipolo entre dois pontos na superfície do corpo. 
3- Quais são as propriedades cardíacas que são relacionadas ao ECG? 
 Automatismo (Cronotropismo) - Diz respeito a capacidade de o coração gerar seus próprios estímulos elétricos, 
independentemente de influências extrínsecas ao órgão. No entanto, o automatismo pode ser modificado por 
diversos fatores, adaptando a frequência de contração do coração as necessidades fisiológicas ou alterando-se em 
situações patológicas. Os fatores que exercem influência mais importante sobre o automatismo são a atividade do 
sistema nervoso autônomo, os íons plasmáticos, a temperatura e a irrigação coronariana. Os estímulos responsáveis 
pela excitação automática do miocárdio podem nascer em qualquer parte do coração. Certas regiões (zonas de 
marcapasso), no entanto, possuem a capacidade de gerar estímulos de forma especial, fazendo-o com uma frequência 
própria e mais elevada que aquela das demais regiões do coração, devido à sua diferenciação morfofuncional e 
consequente peculiaridade eletrofisiológica (tecido nodal). A zona de automatismo que possui a frequência de 
descarga mais rápida comanda a ativação elétrica cardíaca, submetendo a excitação de todo o coraçãoao seu próprio 
ritmo, pelo que é denominada de marca-passo do coração, representado pelo nodo sinusal. 
 Condutibilidade (Dromotropismo) - Diz respeito a condução do processo de ativação elétrica por todo o miocárdio, 
numa sequência sistematicamente estabelecida, à qual se segue a contração do coração como um todo. O estímulo 
elétrico gerado no nodo sinusal (marca-passo natural) segue pela musculatura atrial e pelos feixes internodais 
atingindo o nodo atrioventricular, de onde emerge penetrando no feixe de His para espalhar-se pelo tecido de 
condução intraventricular representado pelos ramos e sub-ramos direito e esquerdo deste feixe. Este complexo 
morfofuncional gerador e condutor do estímulo elétrico cardíaco é, pois, denominado tecido excito-condutor. 
 Excitabilidade (Batmotropismo) - É a capacidade que tem o miocárdio de reagir quando estimulado, reação esta 
que se estende por todo o órgão. Isto é, ativando-se um ponto, todo o órgão responde. Cada uma das respostas às 
ativações regulares do marcapasso constitui uma sístole cardíaca. Quando qualquer outro ponto, que não o 
marcapasso natural, consegue excitar o coração, a resposta extra chama-se extra-sístole. A ocorrência de extra-
sístoles demonstra, pois, a extraordinária capacidade de excitação do miocárdio, que pode constituir-se em fenômeno 
puramente fisiológico ou em manifestação de condições patológicas que acometem o coração. 
 Contratilidade (Inotropismo) - É a propriedade que tem o coração de se contrair ativamente como um todo único, 
uma vez estimulada toda a sua musculatura, o que resulta no fenômeno da contração sistólica. Assim, o coração 
funciona uniformemente, como um sincício. Também o grau de contratilidade pode ser modificado por diversos 
fatores, intrínsecos e extrínsecos ao coração, com resultante aumento (efeito inotrópico positivo) ou diminuição 
(efeito inotrópico negativo) da força de contração. Mas, em qualquer caso, o miocárdio sempre responde obedecendo 
a lei do tudo-ou-nada: ou responde com uma contração máxima ou não responde, em reação a um estímulo; em 
outras palavras, sempre que se contrai o faz ao máximo, embora a força máxima de contração possa variar em 
diferentes batimentos, segundo circunstâncias funcionais. 
 Distensibilidade (Lusitropismo) - Diz respeito a capacidade de relaxamento global que tem o coração, uma vez 
cessada sua estimulação elétrica e, em decorrência, terminado o processo de contração, o que determina o 
fenômeno do relaxamento diastólico. O relaxamento do coração também é um processo ativo, dependente de gasto 
energético e de ações iônicas e enzimáticas específicas. 
4- O que são ondas, intervalos, segmentos e complexos no ECG? 
 Existem dois componentes principais em um ECG: as ondas e os segmentos. As ondas fazem parte do traçado que 
sobe e desce a partir da linha de base. Os segmentos são partes da linha de base entre duas ondas. Os intervalos são 
combinações de ondas e segmentos. Diferentes componentes do ECG refletem a despolarização ou a repolarização 
dos átrios e dos ventrículos. Intervalo é a porção do ECG que inclui um segmento e uma ou mais ondas. 
 
 
5- O que são, quais são e para que servem as derivações eletrocardiográficas? 
 Denomina-se derivação eletrocardiográfica ao eixo elétrico que une os eletrodos usados para captar os sinais 
elétricos originados pelo coração. Inicialmente, Einthoven definiu três derivações, que ficaram conhecidas como as 
derivações bipolares dos membros (Dl, D2 e D3), pois medem, a cada instante, a diferença de potencial entre dois 
eletrodos situados em membros diferentes. Os princípios da eletrocardiografia, vistos anteriormente neste capítulo, 
referem-se ao eletrocardiograma registrado nestas três derivações. Posteriormente, foram propostas e padronizadas 
várias derivações unipolares, que medem a diferença de potencial entre um ponto da superfície corporal e outro ponto 
de potencial nulo. No eletrocardiograma convencional, além das derivações bipolares, são registradas três derivações 
unipolares dos membros e seis derivações precordiais. Em registros eletrocardiográficos especiais, como no 
mapeamento precordial, por exemplo, o número de derivações unipolares registradas é bem maior. 
 Em cada derivação, um par de eletrodos de registro é colocado em pontos pré-convencionados na superfície do 
corpo. Nas derivações do plano frontal do corpo (Figura 25.10), os eletrodos são colocados sobre os membros: braço 
direito (R), braço esquerdo (L) e perna esquerda (F). O arranjo desses eletrodos em pares permite definir três 
derivações bipolares (DI, DII e DIII) e três derivações unipolares (aVR, aVL e aVF). As derivações bipolares medem a 
diferença de potencial entre dois membros de cada vez, enquanto as unipolares medem a diferença de potencial entre 
o eletrodo de um membro e o eletrodo comum aos dois outros membros. 
 O ECG também é registrado no plano horizontal (Figura 25.11). As derivações precordiais são formadas por seis 
derivações unipolares (V1, V2, V3, V4, V5 e V6), nas quais os eletrodos posicionados sobre o tórax medem a diferença 
de potencial entre aquele local e um ponto de potencial nulo, resultante da união dos três eletrodos dos membros 
(terminal de Wilson). 
 
 As derivações bipolares foram empregadas antes que as derivações unipolares fossem desenvolvidas. As 
derivações-padrão dos membros - derivações I, II e III registram cada uma as diferenças de potencial entre dois 
membros. Como a corrente somente flui nos líquidos corporais, os registros obtidos são aqueles que o seriam se os 
eletrodos estivessem nos pontos de fixação dos membros, não importando em que parte dos membros os eletrodos 
são colocados. Na derivação I, os eletrodos são conectados de tal forma que uma deflexão positiva é inscrita quando 
o braço esquerdo se torna positivo em relação ao direito (braço esquerdo positivo). Na derivação II, os eletrodos estão 
no braço direito e perna esquerda, com a perna positiva; e na derivação III, os eletrodos estão no braço esquerdo e 
perna esquerda, com a perna positiva. 
 Nove derivações adicionais unipolares, isto é, derivações que registram a diferença de potencial entre um eletrodo 
explorador e um eletrodo indiferente, são geralmente usadas na eletrocardiografia clínica. Há seis derivações 
unipolares torácicas (derivações precordiais) designadas V1 a V6, e três derivações unipolares dos membros: VR (braço 
direito), VL (braço esquerdo) e VF (pé esquerdo). O eletrodo indiferente é construído pela conexão de eletrodos 
colocados nos dois braços e na perna esquerda a um terminal central. A derivação "V" registra efetivamente um 
potencial "zero': porque eles estão situados de tal maneira que a atividade elétrica deve se anular. Derivações 
aumentadas dos membros, designadas pela letra a (aVR, aVL, aVF), geralmente são usadas, e não usam o eletrodo "V" 
como o zero, em vez disso, elas são registros entre o membro aumentado e os outros dois membros. Isso aumenta o 
tamanho dos potenciais em 50%, sem qualquer alteração na configuração do registro não aumentado. Derivações 
unipolares também podem ser colocadas nas pontas de cateteres e inseridas no esôfago ou coração. Embora a 
sensibilidade possa ser ampliada, isso é, obviamente, mais invasivo, e, assim, não é o primeiro passo na obtenção de 
leituras elétricas. 
 
 
 Os traçados de ECG de um indivíduo normal é mostrado na Figura 29- 7. A sequência em que as partes do coração 
são despolarizadas, e a posição do coração em relação aos eletrodos, são as considerações importantes (Figura 29-7) 
na interpretação das configurações das ondas em cada derivação. Os átrios estão localizados na parte posterior do 
tórax. Os ventrículos formam a base e a superfície anterior do coração, e o ventrículo direito é anterolateral ao 
esquerdo. Assim, a VR "olha para'' as cavidades dos ventrículos. A despolarização atrial, a despolarização ventriculare a repolarização ventricular movem-se para longe do eletrodo explorador, e, portanto, a onda P, o complexo QRS e 
onda T são todos deflexões negativas (para baixo); a VL e a VF olham para os ventrículos, e as deflexões são, por isso, 
predominantemente positivas ou bifásicas. 
 Não há onda Q em V 1 e V 2, e a porção inicial do complexo QRS é uma pequena deflexão para cima, pois a 
despolarização ventricular move-se primeiramente pela porção média do septo da esquerda para direita em direção 
ao eletrodo explorador. A onda de excitação então se move septo abaixo e para dentro do ventrículo esquerdo 
afastando-se do eletrodo, produzindo uma grande onda S. Finalmente, ela se move de volta ao longo da parede 
ventricular em direção ao eletrodo, causando o retorno à linha isoelétrica. Inversamente, nas derivações ventriculares 
esquerdas (V 4 a V 6) pode haver uma onda Q pequena inicial (despolarização septal da esquerda para direita), e há 
uma onda R grande (despolarização septal e ventricular esquerda), seguida em V 4 e V 5 por uma onda S moderada 
(despolarização tardia das paredes ventriculares movendo-se de volta em direção à junção AV). Deve ser observado 
que há variação considerável de posição do coração normal, e a posição afeta a configuração dos complexos 
eletrocardiográficos nas várias derivações. 
 Atualmente, um ECG com doze derivações é o padrão no uso clínico. Ele é registrado utilizando-se várias 
combinações com os eletrodos dos três membros, mais outros seis eletrodos colocados no tórax. Essas derivações 
adicionais fornecem informações detalhadas sobre a condução elétrica no coração. Os ECGs são importantes 
ferramentas de diagnóstico na medicina, pois são rápidos, indolores e não invasivos. 
6- O que é a onda P? 
 A onda P representa a despolarização dos átrios. A duração da onda P se correlaciona com o tempo de condução, 
pelos átrios; por exemplo, se a velocidade de condução pelos átrios diminui, a onda P vai se dispersar. A repolarização 
atrial não é observada no ECG normal, porque está “mascarada” pelo complexo QRS. A onda P é produzida pelos 
potenciais elétricos gerados quando os átrios se despolarizam, antes de a contração atrial começar. Corresponde à 
despolarização atrial. 
7- O que representa o segmento PR e o intervalo PR? 
 O intervalo PR é o tempo desde a despolarização dos átrios até a despolarização inicial dos ventrículos. Assim, o 
intervalo PR inclui a onda P e o segmento PR, parte isoelétrica (plana) do ECG, que corresponde à condução pelo nodo 
AV. Pelo fato do intervalo PR incluir o segmento PR, ele também se correlaciona com o tempo de condução pelo nodo 
AV. Normalmente, o intervalo PR é de 160 ms, que é o tempo decorrido desde a primeira despolarização dos átrios 
até a primeira despolarização dos ventrículos. O aumento da velocidade de condução pelo nodo AV reduz o intervalo 
PR (p. ex., devido à estimulação simpática), e as reduções da velocidade de condução pelo nodo AV aumentam o 
intervalo PR (p. ex., devido à estimulação parassimpática). O segmento PR é o segmento isoelétrico entre o final da 
onda P e o início do complexo QRS, e representa o período de condução do impulso elétrico no NAV , no feixe de His 
e nas fibras de Purkinje. Como essas estruturas são muito pequenas quando comparadas às massas dos músculos atrial 
e ventricular, o campo elétrico gerado pela propagação dos potenciais de ação nelas não é captado pelos eletrodos 
colocados na superfície corporal. Por esse motivo, o segmento PR é isoelétrico, embora esteja ocorrendo propagação 
de potenciais de ação ao longo do NAV e do sistema His-Purkinje. Está incluído no intervalo PR 
 O intervalo PR é medido do início da onda P até o início do complexo QRS, representa o tempo que o impulso elétrico 
gasta para – após sair dos limites do nó sinusal – viajar pela musculatura atrial, atingir e ultrapassar a junção AV, o 
feixe de His e as fibras de Purkinje, até alcançar o miocárdio contrátil ventricular. Varia na dependência da frequência 
cardíaca. Na bradicardia o limite superior de normalidade é mais tolerado, enquanto na taquicardia o mesmo ocorre 
com o limite inferior. Os bradicárdicos têm os intervalos PR mais longos, enquanto os taquicárdicos os têm mais 
curtos. 
8- O que é o complexo QRS? O que é o segmento ST? 
 O complexo QRS é composto por três ondas: Q, R e S. Coletivamente, essas ondas representam a despolarização 
dos ventrículos. Observe que a duração total do complexo QRS é semelhante à da onda P. Esse fato pode parecer 
surpreendente, pois os ventrículos são muito maiores do que os átrios; no entanto, os ventrículos se despolarizam tão 
rapidamente quanto os átrios porque a velocidade de condução, no fascículo atrioventricular e ramos 
subendocárdicos, é muito maior do que no sistema de condução atrial. Representa a onda progressiva da 
despolarização ventricular. Por vezes, a onda Q está ausente em um ECGs normal. 
 O complexo QRS é produzido pelos potenciais gerados quando os ventrículos se despolarizam antes de sua 
contração, isto é, enquanto a onda de despolarização se propaga pelos ventrículos. Portanto, tanto a onda P como os 
componentes do complexo QRS são ondas de despolarização. 
 Um segundo segmento isoelétrico, chamado ST, sucede o complexo QRS. Nesse caso, não se registra diferença de 
potencial na superfície corporal, porque todas as células da parede do coração estão com o mesmo valor de potencial 
de membrana, ou seja, todas as células estão no platô do potencial de ação (fase 2). 
 
9- O que é a onda T? O que representa o intervalo Q-T? 
 A onda T representa a repolarização dos ventrículos. A repolarização atrial não é representada por uma onda 
especial, mas está incorporada no complexo QRS. A onda T é produzida pelos potenciais gerados, enquanto os 
ventrículos se restabelecem do estado de despolarização. Esse processo no músculo ventricular normalmente ocorre 
0,25 a 0,35 segundo após a sua despolarização, e a onda T é 
conhecida como onda de repolarização. 
 Além disso, podemos identificar também, no traçado do ECG, os 
intervalos PR e QT. *O intervalo PR é o período entre o início da despolarização 
atrial e o início da despolarização ventricular. O aumento da duração do intervalo 
PR pode indicar bloqueio parcial da condução no NAV ou no feixe de His. Já o 
intervalo QT é o período entre o início da despolarização 
ventricular e o final da repolarização ventricular. A duração do 
intervalo QT correlaciona-se diretamente à duração do potencial 
de ação ventricular e é dependente da frequência cardíaca. A 
contração do ventrículo dura aproximadamente do início da onda 
Q (ou da onda R, quando a onda Q está ausente) até o final da onda 
T. Esse período é denominado intervalo Q-T. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10- Como calcular a frequência cardíaca? 
 A FC é expressa em número de batimentos cardíacos por minuto (bpm). No registro do ECG, ela é obtida dividindo-
se 60 pela duração (em segundos) de um intervalo entre duas ondas R consecutivas. Quando o traçado 
eletrocardiográfico for registrado na velocidade “padrão”, ou seja, a 25 milímetros por segundo (25 mm/s), a 
frequência cardíaca poderá ser obtida de 
maneira rápida, dividindo-se 1.500 pelo número 
de quadradinhos (milímetros) no intervalo R-R. A 
Figura 25.12 mostra três traçados de ECG com 
frequências cardíacas em torno de 75 bpm (em 
A) e 136 bpm (em B), sendo este último valor 
considerado acima do normal, ou seja, 
taquicardia. Em C, temos um registro no qual a 
FC está em torno de 50 bpm, ou seja, abaixo do 
normal (bradicardia). Se os intervalos R-R forem 
irregulares, deve-se escolher um complexo QRS 
cujo início coincida com a linha vertical mais 
escura do papel de registro e, a partir dele, 
contar o número de complexos QRS dentro de 30 
quadrados grandes (6 segundos, pois 1 
quadrado grande =5 quadradinhos = 5 mm = 0,2 
s) e multiplicar por 10. Por exemplo: no traçado 
eletrocardiográfico da Figura 25.13, o intervalo 
R-R mede 22 mm, ou 0,88 s (22 × 0,04 s). Sendo 
assim, a FC é igual a 60 s divididos pelo intervalo 
R-R, ou seja, 0,88 s (68 bpm). 
 A frequência dos batimentos cardíacos pode ser determinada com facilidade no eletrocardiograma, visto que a 
frequência cardíaca corresponde ao inverso do intervalo de tempo entre dois batimentos cardíacos sucessivos. Se, de 
acordo com as linhas de calibração do tempo, o intervalo entre dois batimentos for de 1 segundo, a frequência cardíaca 
será de 60 batimentos por minuto. O intervalo de tempo normal entre dois complexos QRS sucessivos de adulto é de 
cerca de 0,83 segundo, o que corresponde a uma frequência cardíaca de 60/0,83 vezes por minuto, ou 72 batimentos 
por minuto. 
 A frequência cardíaca é normalmente cronometrada do início de uma onda P até o início da próxima onda P, ou do 
pico de uma onda R até o pico da onda R seguinte. Uma frequência cardíaca de 60 a 100 batimentos por minuto é 
considerada normal, embora atletas treinados frequentemente tenham frequência cardíaca de repouso menor. Uma 
frequência mais rápida que a normal é chamada de taquicardia, e mais baixa que a normal é chamada de bradicardia. 
 No ECG convencional, o registro é realizado na velocidade de 25 mm/s. Desta maneira, em 1 min há registro de 
1.500 mm. Portanto, se dividirmos 1.500 pelo intervalo entre duas ondas simétricas, teremos a frequência de 
aparecimento desta onda em particular. Do ponto de vista prático, isso é feito usando-se o pico da onda R. Assim, 
dividindo-se 1.500 pelo número de milímetros entre duas ondas R, tem-se a frequência cardíaca instantânea, em 
batimentos/min. 
11- O que é ritmo sinusal? Como avaliar se o ritmo é sinusal? 
 O ritmo é considerado sinusal, basicamente, pelo encontro de ondas P que admitam a origem da despolarização 
atrial em região posterior, superior e direita de átrio direito, local onde está localizado o nó sinusal. Tais ondas P 
deverão ser positivas ou isoelétricas em DI, positivas em DII, além de negativas em aVR. A frequência intrínseca do nó 
sinusal fica entre 50 e 100 bpm; frequência maior que 100 bpm caracteriza a “taquicardia sinusal”, produzida pelo 
aumento da despolarização diastólica das células P do nó sinusal, em resposta ao aumento do tono simpático; 
frequência menor que 50 bpm caracteriza a “bradicardia sinusal”, produzida pela diminuição da velocidade de 
despolarização diastólica da fase 4 das células P sinusais, por aumento do tono vagal. 
 Apesar de a duração de cada ciclo cardíaco não ser exatamente a mesma, o intervalo entre as ondas do ECG é, 
aproximadamente, igual em distintos batimentos. A variação da frequência cardíaca em repouso depende de vários 
fatores, inclusive da respiração (aumento da frequência na inspiração e diminuição na expiração). Quando há 
regularidade entre os intervalos das ondas, ocorre ritmo cardíaco regular. Se os intervalos entre as ondas variam de 
modo importante, ou seja, além daqueles valores esperados pela variação respiratória (que geralmente não ultrapassa 
10 a 15 batimentos por minuto), acontece ritmo irregular. A presença de extrassístoles determina irregularidade no 
ritmo que pode, muitas vezes, ser detectada apenas com a palpação do pulso arterial. É importante ressaltar que, na 
ativação cardíaca normal, as câmaras atriais são ativadas antes dos ventrículos. Portanto, no ECG a onda P deverá 
preceder o complexo QRS em todos os batimentos. Assim, no ritmo cardíaco normal, também chamado de ritmo 
sinusal, a sequência de ondas P, QRS e T é mantida em todos os ciclos cardíacos. 
12- O que é o eixo cardíaco? Como calcular o eixo do coração? 
 A excitação cardíaca pode ser representada por milhares de vetores elétricos. Para efeito prático, entretanto, a 
ativação atrial é representada por um único vetor, o vetor P, o qual em indivíduos normais dirige-se para a esquerda 
e para baixo no plano frontal. Geralmente, situa-se em torno de +60°, sendo, portanto, paralelo a D2. Esta é a razão 
pela qual a onda P é, normalmente, mais bem visualizada nessa derivação. Do mesmo modo, a ativação ventricular é 
fortemente influenciada pela posição do vetor 3, que representa a ativação da maior parte do ventrículo esquerdo. 
Assim, o eixo médio de ativação ventricular é em geral voltado para a esquerda e para baixo no plano frontal e para 
trás no horizontal. O cálculo dos vetores médios de ativação de átrios e ventrículos é parte importante da leitura e 
interpretação do ECG. Para tanto, são usados os diagramas mostrados na Figura 29.17 (plano frontal) e Figura 29.21, 
que mostra a disposição dos eletrodos precordiais vistos no plano horizontal. Para determinar a posição dos eixos 
médios de ativação no plano frontal, é mais prático usar duas derivações perpendiculares entre si, como Dl e aVF, por 
exemplo. 
 Observe o ECG da Figura 29.10. A onda Pé positiva em Dl e em aVF. Logo, ela se situa no quadrante I. Como a maior 
amplitude se dá em D2 e a onda P não aparece em aVL, o vetor P deve situar-se em torno de +60°, o que foi confirmado 
pela leitura automatizada em computador, que indicou o eixo de P em +62º. O mesmo procedimento pode ser feito 
para se encontrar o eixo médio de ativação ventricular (ÂQRS). Nesse caso, o complexo QRS é isoelétrico (parte positiva 
igual à parte negativa) em a VL, indicando que o eixo está perpendicular a aVL. De acordo com o diagrama da Figura 
29.17B, o vetor médio de ativação ventricular deve estar sobre D2. Como o QRS é positivo nessa derivação, o ÂQRS 
deve localizar-se também próximo a +60º. É importante ressaltar que, quando há crescimento do ventrículo esquerdo, 
o eixo elétrico de QRS sofre rotação no sentido anti-horário, ou seja, desloca-se mais para a esquerda (indo em direção 
ao quadrante IV) e para trás. Isso pode ser visto no ECG da Figura 29.22, registrado em um paciente portador de 
hipertensão arterial. Observe que nesse caso a projeção do QRS sobre Dl é positiva e sobre aVF, negativa, indicando 
que o eixo médio da ativação ventricular se encontra no quadrante IV do plano frontal. Ao contrário, quando há 
sobrecarga no ventrículo direito, o ângulo médio do complexo QRS (denominado AQRS) irá rodar para a direita (ou no 
sentido horário). 
 Para determinar o eixo médio de ativação das câmaras cardíacas no plano horizontal, usam-se, rotineiramente, as 
projeções dos vetores de ativação em V1 e V6. O paciente cujo registro é mostrado na Figura 29.22 tem eixo elétrico 
de QRS voltado para trás e para a esquerda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UM ADENDO... 
 **As fibras miocárdicas em repouso exibem uma diferença de potencial entre os meios extra e intracelular. O valor 
desta diferença, que constitui o potencial de membrana ou potencial de repouso, é variável nos diferentes tipos de 
células do coração, sendo encontrados menores valores nos nódulos (cerca de -50 a -55 mV) e maiores nas fibras 
subendocárdicas de Purkinje (cerca de -85 a -90 mV). Independentemente do valor do potencial de repouso, 
entretanto, este sempre é negativo no meio intracelular. Como o meio extracelular tem baixa resistência elétrica, uma 
vez que constitui um meio condutor eletrolítico, a diferença de potencial entre dois pontos do meio extracelular é nula 
quando as células estão em repouso. Quando as fibras de uma região são estimuladas e entram em atividade (sofrem 
despolarização), há redução no valor do potencial elétrico do meio extracelular nas vizinhanças da região ativa (o qual 
fica mais negativo que o potencial elétrico do meio intracelular). Em consequência, surge uma diferença de potencial 
entre dois pontos do meio extracelular, como mostrado na Figura 29.1. Considerando-se que o meio extracelular é um 
fluido condutor de baixa resistência, existe deslocamento de cargaselétricas, ou seja, aparece uma corrente elétrica 
entre a região já despolarizada e as demais células que ainda se encontram no repouso (Figura 29.lB). Se a corrente 
despolarizante (corrente d, Figura 29. lB) tem intensidade suficiente para vencer a resistência das junções 
intercelulares, a despolarização propaga-se como uma onda da região ativa para as regiões ainda inativas. No 
momento em que todas as células estão igualmente despolarizadas, os fluxos de corrente entre os dois pontos de 
registro novamente desaparecem (Figura 29.lC). Já que a célula da esquerda foi a primeira a se despolarizar, também 
deverá sofrer repolarização mais precoce. Novamente aparece uma diferença de potencial entre os dois pontos de 
registro, só que a corrente que flui no meio extracelular (corrente r, Figura 29.lD) desloca-se da região ativa para as 
inativas. Tal corrente denomina-se corrente repolarizante porque tende a restabelecer a polaridade normal através 
da membrana. Como o coração está imerso em um meio condutor, o campo elétrico gerado pelo deslocamento de 
correntes despolarizantes e repolarizantes no fluido extracelular propaga-se para todo o corpo. Desta maneira, 
eletrodos posicionados em diferentes regiões da superfície corporal (de preferência nas proximidades da região que 
gera atividade elétrica), quando acoplados a um amplificador apropriado, podem registrar as variações do potencial 
elétrico. Este princípio constitui o fundamento de uma série de registros elétricos obtidos de diversos órgãos e tecidos 
que têm como base de seu funcionamento a geração de potenciais de ação. 
 Grande parte do desenvolvimento da eletrocardiografia como exame complementar importante para a análise da 
atividade cardíaca foi possível graças aos trabalhos desenvolvidos pelo médico holandês Willem Einthoven, em 1901. 
Nessa época, apesar de se saber há mais de 25 anos que o funcionamento do coração produzia flutuações periódicas 
no potencial elétrico da superfície corporal, o grande problema era como obter o registro destas flutuações. Deve-se 
a Einthoven o desenvolvimento de um sistema avançado (para a época) de captação de sinais elétricos, o 
galvanômetro de corda, que tinha sensibilidade suficiente para captar na superfície corporal as flutuações do campo 
elétrico cardíaco, as quais eram transformadas pelo galvanômetro nas ondas do eletrocardiograma. De posse deste 
instrumento de registro, e usando a teoria do dipolo, coube a Einthoven formular um conjunto de proposições que 
permitiram padronizar os registros. A teor ia do dipolo estabelece que qualquer diferença de potencial existente em 
meio condutor, também chamada de dipolo, pode ser representada por um vetor que aponta para o lado do potencial 
mais alto e cujo comprimento é proporcional à intensidade do dipolo. Desta maneira, as correntes d e r 
esquematizadas na Figura 29.1 poderiam ser representadas por dipolos, denominados, respectivamente, vetor de 
despolarização (Figura 29.2A) e vetor de repolarização (Figura 29.2B). Observa-se que as correntes d e r têm sentidos 
contrários, pois fluem em diferentes sentidos no meio extracelular. Se, no galvanômetro, a corrente d for registrada 
como uma onda positiva, a corrente r aparecerá como uma onda negativa. A junção das duas ondas indica as 
modificações elétricas do meio extracelular decorrentes da excitação das células, como ilustrado na Figura 29.2. Na 
verdade, o sentido das ondas depende apenas dos arranjos de entrada do sinal no galvanômetro. O que a teoria do 
dipolo garante, entretanto, é que as ondas tenham sinais contrários, pois representam vetores que se dirigem para 
sentidos opostos. Além disso, a amplitude de cada onda será proporcional à intensidade do dipolo. Como o dipolo 
elétrico propaga-se no sincício miocárdico e essa propagação não é instantânea, a duração das ondas será 
proporcional à velocidade de ativação da propagação de cada dipolo. Einthoven aplicou a teoria do dipolo na 
interpretação das correntes elétricas registradas na superfície corporal, formulando um conjunto de proposições que 
são, por vezes, chamadas de princípios da eletrocardiografia, os quais podem ser, resumidamente, assim enunciados: 
• O meio condutor que envolve o coração é homogêneo. Como consequência, o dipolo elétrico gerado pela 
ativação cardíaca propaga-se igualmente por toda a superfície corporal. 
• O campo elétrico a cada instante é representado por um dipolo único, resultante da atividade sincronizada de 
um grande número de células no coração. 
• Os dipolos instantâneos têm um ponto de aplicação comum, representado pelo centro elétrico do coração. 
 Os pontos da superfície corporal (braço esquerdo, braço direito e perna esquerda) escolhidos para o registro do 
campo elétrico cardíaco formam um triângulo equilátero, cujo centro corresponde ao centro elétrico cardíaco.

Continue navegando