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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 TUTORIA 1 – PROBLEMA 1 OBJETIVOS 1- DESCREVER ANATOMOFISIOLOGIA DO SNP (GÂNGLIOS, NERVOS, PLEXOS E TERMINAÇÕES NERVOSAS). 2- DESCREVER OS TIPOS E AS ESTRUTURAS DOS NEURÔNIOS. 3- EXPLICAR O ATO E O ARCO REFLEXO E SUAS ALTERAÇÕES. 4- EXPLICAR O MECANISMO DE PROPAGAÇÃO (ESTÍMULO SENSITIVO) DOS IMPULSOS NERVOSOS (SNP). 5- DESCREVER OS RECEPTORES E AS FIBRAS NERVOSAS. DESCREVER ANATOMOFISIOLOGIA DO SNP (GÂNGLIOS, NERVOS, PLEXOS E TERMINAÇÕES NERVOSAS). O sistema nervoso periférico (SNP) é a parte do sistema nervoso que se encontra fora do sistema nervoso central (SNC). É constituído por fibras (nervos), gânglios nervosos e órgãos terminais. Diferentemente do sistema nervoso central, o sistema nervoso periférico não se encontra protegido pela barreira hematoencefálica. (estrutura membrânica que atua principalmente para proteger o Sistema Nervoso Central (SNC) de substâncias químicas presentes no sangue.) NERVOS Os nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas reforçadas por tecido conjuntivo que unem o SNC aos órgãos periféricos. Os nervos se dividem em três tipos: Nervos Sensitivos: são nervos que tem o papel de transmitir os impulsos nervosos do órgão receptor até o SNC; (visão, audição, olfato, paladar e corpúsculos táteis) Nervos Motores: conduzem o impulso codificado no encéfalo (SNC), até os órgãos efetores. Nervos Mistos: tem o mesmo papel que os nervos sensitivos e motores ao mesmo tempo. Estruturalmente falando os nervos possuem 3 camadas: Epineuro = Envoltório de tecido conjuntivo rico em vasos que reveste o nervo propriamente dito. Perineuro = No interior dos nervos, as fibras nervosas são organizadas em fascículos, e cada fascículo é revestido pelo perineuro, que é um tecido conjuntivo denso ordenado e células epiteliais lamelares ou achatadas. Endoneuro = É uma camada de fibrila colágena que envolve cada fibra nervosa. Como o SNP organiza-se em plexos e funções, pode-se dividir os nervos em classes diferentes dependendo da origem ou terminação dos terminais nervosos que os constituem: NERVOS CRANIANOS São os nervos que realizam a união dos órgãos periféricos ao encéfalo. I- Olfatório II- Óptico III- Oculomotor IV- Troclear V- Trigêmeo VI- Abducente VII- Facial VIII – Vestibulococlear IX- Glossofaríngeo X- Vago XI - Acessório XII- Hipoglosso NERVOS ESPINHAIS São os nervos que realizam a união dos órgãos periféricos com a medula. São formados pelas raízes dorsal e ventral que saem da medula espinhal. O nervo espinhal ou raquidiano é a porção que passam fora das vértebras através do forame intervertebral. Realizam a inervação do tronco, dos membros e parte da cabeça. São de função mista, ou seja, desempenham tanto funções motoras (transmitem mensagens dos centros nervosos para os órgãos) quanto sensitivas (transmitem estímulos dos órgãos para os centros nervosos). A parte sensitiva une-se a medula espinhal através da raiz posterior ou dorsal, onde encontram-se os gânglios espinhais – estruturas que abrigam os corpos dos neurônios da raiz sensitiva Já a parte motora dos nervos raquidianos se liga a medula através da raiz anterior ou ventral. Os PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 corpos dos neurônios da raiz motora localizam-se na própria medula. 31 pares – 31 segmentos medulares existentes: 8 Pares de nervos cervicais o O primeiro par cervical (C1) emerge acima da 1º vértebra cervical, ou seja, entra a vértebra e o osso occipital. Já o 8º (C8) emerge abaixo da 7º vértebra. Dessa forma acontece com os nervos espinhais abaixo de C8, que emergem, de cada lado, sempre abaixo da vértebra correspondente. 12 pares de nervos dorsais ou torácicos 5 pares de nervos lombares 5 pares de nervos sacrais 1 par de nervo coccígeo. PLEXO NERVOSO Rede de nervos do sistema nervoso periférico e autônomo. Constituem-se como as formas de organização dos nervos espinhais, que nascem na medula e atravessam os forames de conjugação para distribuir-se pelos órgãos que estão destinados. Plexo Braquial: leva as ligações nervosas ao peito, ao ombro, braço, ao antebraço e à mão. Plexo Lombar: Leva as ligações nervosas às costas, ao abdômen, à virilha, à coxa, ao joelho e a perna. Plexo Cervical: Leva as ligações nervosas à cabeça, ao pescoço e ao ombro. Plexo Sacral: Leva as ligações nervosas à pelve, às nádegas, aos órgãos sexuais, à coxa, perna e ao pé. Os nervos intercostais estão localizados entre as costelas. TERMINAÇÕES NERVOSAS Nas extremidades periféricas dos nervos, as fibras nervosas modificam suas estruturas dando origem às terminações nervosas. Essas podem ser de dois tipos: Sensitivas (Aferentes) Motoras (Eferentes) Generalidade De maneira geral, as terminações sensitivas quando recebem algum estímulo de origem física ou química (calor, luz, mecânica etc.), dão origem a impulsos nervosos que seguem pela fibra em direção ao corpo neuronal. Estes impulsos são transmitidos ao sistema nervoso central e atinge áreas específicas do cérebro, onde são interpretados, resultando em diferentes formas de sensibilidade. As terminações nervosas motoras se localizam na parte terminal das fibras eferentes e são os elementos pré-sinápticos dos músculos e glândulas. TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSITIVAS As terminações nervosas sensitivas referem-se aos receptores sensoriais, ou seja, estruturas neuronais ou epiteliais capazes de transformar estímulos físicos ou químicos em atividade bioelétrica (transdução de sinais) para ser interpretada no SNC. Pode ser um terminal axônico ou células epiteliais modificadas conectadas a neurônios. TERMINAÇÕES NERVOSAS MOTORAS As terminações nervosas motoras ou junções neuroefetuadoras possuem menos diversidade que as sensitivas. Podem ser eferentes somáticas ou eferentes viscerais: Terminações Eferentes Somáticas Será somática quando as fibras nervosas eferentes somáticas se relacionam com as fibras musculares estriadas esqueléticas através das placas motoras. Ao aproximar da fibra muscular, a fibra nervosa perde sua bainha de mielina. Na placa motora, a terminação axônica emite ramos finos contendo pequenas dilatações, denominado botões sinápticos, de onde é liberado o neurotransmissor (acetilcolina). O neurotransmissor (acetilcolina) após ser liberado entra em contato com o sarcolema da fibra muscular na fenda sináptica, acarretando na despolarização do sarcolema, o que desencadeia a contração da fibra muscular. O excesso de acetilcolina liberado na fenda pós-sináptica é inativada pela enzima acetilcolinesterase. Terminações Eferentes Viscerais Nas terminações eferentes viscerais o neurotransmissor pode ser a acetilcolina ou a noradrenalina. Dessa forma, as fibras nervosas eferentes somáticas são do tipo colinérgicas, ao passo que as fibras eferentes viscerais são do tipo colinérgicas ou adrenérgicas. Os neurotransmissores são liberados em um trecho bastante longo da parte terminal das fibras e não apenas em sua extremidade. Essa característica que difere das terminações eferentes somáticas, propicia a mesma fibra PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 estabelecer contato com grande número de fibras musculares ou células glandulares. DESCREVER OS TIPOS E AS ESTRUTURAS DOS NEURÔNIOS. Se tratando do sistema nervoso, esse tecido compreende dois tipos de células: o neurônio e as células da glia, ou também chamadas neuróglia. NEURÔNIOS O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso, com a função básica de receber, processar e enviar informações. São células altamente excitáveis, que se comunicam entre si ou com células efetuadoras (células musculares e secretoras), usando a transmissão elétrica como linguagemde comunicação. Essa transmissão elétrica é feita através da mudança do potencial de membrana da célula. O neurônio apresenta 3 estruturas em sua composição com funções especificas e especializadas: Corpo Celular, dendritos e axônio. Corpo Celular Essa estrutura é o centro metabólico do neurônio, e essa razão se dá pela presença de núcleo e citoplasma com inúmeras organelas responsáveis e associadas a síntese proteica usualmente encontradas em outras células. Além da síntese proteica, o corpo celular é responsável pelos processos de degradação e renovação de partes celulares, inclusive de membranas. O tamanho e a forma do corpo celular são variadas, mediante o tipo de neurônio. Dendritos São estruturas curtas que se ramificam a partir do corpo celular, e ramificam entre si originando dendritos menores. São compostas pelas mesmas organelas encontradas no citoplasma do corpo celular. Além disso, são especializados em receber estímulos, que imediatamente é processado e traduzido em alteração do potencial de repouso da membrana que se propaga em direção ao corpo do neurônio. A partir do corpo do neurônio o potencial é encaminhado ao cone de implantação do Axônio. Axônio É uma região que faz parte da composição do neurônio. Se caracteriza basicamente por uma estrutura , fina e longa com comprimento variado, dependendo do tipo de neurônio. Nos vertebrados, o axônio pode apresentar desde milímetros a mais de um metro, como p.ex., os axônios que da medula, inervam um músculo do pé. A maioria dos axônios emergem de um corpo celular ou de um dendrito através de uma estrutura denominada cone de implantação. De maneira geral, os axônios apresentam uma porção terminal que realiza conexões com outros neurônios ou com células efetuadoras (exemplo células musculares ou glândulas). Alguns axônios possuem a especialização em secretar substâncias, esses se encontram próximos a capilares sanguíneos que captam o produto de secreção liberado, em geral um polipeptídeo. Os neurônios que apresentam esse tipo de axônio são denominados neurossecretores e ocorrem na região do cérebro denominada hipotálamo. Tipos de neurônios: Neurônios Aferentes (ou sensitivos): Esse tipo de neurônio apresenta função de levar ao sistema nervoso central informações sobre as modificações ocorridas no meio externo. Essas informações podem ser estímulos físicos ou químicos que são convertidos em impulsos nervosos. Neurônios Eferentes (ou motor): A função principal do neurônio eferente ou motor é conduzir o impulso nervoso ao órgão efetuador, que nos mamíferos é um músculo ou uma glândula. Dessa forma, o impulso nervoso determinará se irá ocorrer secreção ou contração muscular. O corpo do neurônio eferente se encontra dentro do sistema nervoso central, porém, os neurônios eferentes que inervam os músculos lisos, músculo cardíaco ou glândulas têm seus corpos fora do sistema nervoso central, em estruturas que são os gânglios viscerais. Estes neurônios pertencem ao sistema nervoso autônomo e são denominados neurônios pós-ganglionares. Já os neurônios eferentes, que inervam músculos estriados esqueléticos, têm o corpo celular sempre dentro do sistema nervoso central e são, por exemplo os neurônios motores localizados na parte anterior da medula espinhal. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Neurônios de Associação: São os neurônios que estabelecem ligações entre os neurônios sensitivos ou motores. O surgimento dos neurônios de associação propiciou o aumento do número de sinapses que por sua vez, aumentou a complexidade do sistema nervoso central. Alguns neurônios de associação apresentam axônios longos e fazem conexões com neurônios situados em áreas distantes. Outros possuem axônios curtos e estabelecem ligação apenas com neurônios vizinhos, são denominados internunciais ou interneurônios. Classificação dos neurônios quanto a seus prolongamentos: Os neurônios podem variar a depender da composição estrutural que o mesmo apresenta, sendo dividido em: Neurônios Multipolares; Neurônios Bipolares; Neurônios Pseudounipolares. Neurônios Multipolares: São neurônios que apresentam vários dendritos e um axônio. Neurônios Bipolares: São neurônios que dois prolongamentos deixam o corpo celular, um dendrito e um axônio. Dentre esses neurônios se encontra os neurônios da retina e do gânglio espiral do ouvido interno. Neurônios Pseudounipolares: São neurônios que apenas um prolongamento deixa o corpo celular, porque o corpo celular se encontra nos gânglios sensitivos. Dessa forma, esses neurônios se divide em forma de ‘’T’’, em dois ramos, um periférico e um central. O ramo periférico, se dirige a periferia onde irá formar a terminação nervosa sensitiva. O segundo ramo se dirige ao sistema nervoso central, onde estabelece contatos com outros neurônios. EXPLICAR O ATO E O ARCO REFLEXO E SUAS ALTERAÇÕES. Arco Reflexo: processo percorrido pelo impulso nervoso a nível de medula. Arco reflexo simples: o impulso percorre dois neurônios. O tendão da patela localizado no joelho, é estimulado pelo martelo neurológico → levando a uma distensão dos receptores ali presentes → esses geram um impulso nervoso transmitido por um neurônio sensitivo → a um neurônio motor (na medula) → e deste para o músculo, que se contrai. Com isso, o paciente dá um “chute no ar” – esse é o ato reflexo patelar. Arco reflexo composto: o impulso percorre três neurônios. O estímulo é percebido pelo neurônio sensorial → que realiza uma sinapse com o neurônio de associação (interneurônio), localizado integralmente na medula espinhal → e esse realiza outra sinapse com o neurônio motor → que o transmite até os músculos que irão executar o movimento. O impulso nervoso do interneurônio atinge a terminação de um outro neurônio, que transfere a informação para o encéfalo. Porém, antes que o cérebro analise a situação, a mão é retirada – é o ato reflexo de retirada. ATO REFLEXO: movimentos rápidos e involuntários. Exemplos: a retirada do dedo quando encostado em uma superfície quente, ou o “chute” quando o médico toca com o martelo o joelho de seu paciente (reflexo) o cérebro é informado sobre sua execução, mas não foi dele que partiu a ordem para que fosse feito o movimento. O caminho percorrido pelo impulso nervoso, que levou à execução do movimento, é o arco reflexo. EXPLICAR O MECANISMO DE PROPAGAÇÃO (ESTÍMULO SENSITIVO) DOS IMPULSOS NERVOSOS (SNP). Condução dos impulsos nervosos O impulso nervoso inicia quando o neurônio sofre um estímulo forte suficiente para desencadeá-lo. A membrana celular separa dois ambientes que apresentam composições iônicas distintas: o meio intracelular onde predomina íons com cargas negativas e potássio (K+); e o meio extracelular, em que predomina o Sódio (Na+) e o Cloro (Cl-). PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Isso acontece quando uma membrana está em potencial de repouso, uma condição em que a superfície interna da membrana possui carga negativa em relação à superfície externa. Nessa condição, há uma diferença de potencial entre o interior e o exterior de, aproximadamente, -70 mV. Isso ocorre porque as concentrações de Na+ (sódio) fora da célula são muito maiores do que as concentrações na parte interior. O K+ (potássio), por sua vez, é encontrado em maior quantidade dentro da célula. Essa concentração é mantida pelo transporte ativo de íons, que ocorre através da membrana por meio da bomba de sódio e potássio. Quando o neurônio sofre um estímulo, há a abertura dos canais de Na+ e uma entrada rápida desse íon para o interior da célula. Nesse momento, a diferença de potencial passa a ser +20 mV. O Na+ difunde-se para outras partes da membrana, e os canais de Na+ abrem-se ao longoda membrana do neurônio. A entrada de Na+ desencadeia a mudança de potencial, o fechamento dos canais de Na+ e a saída dos íons K+ em razão das modificações nas proteínas da membrana, o que facilita a saída desse íon. Tudo isso ocorre de maneira bastante rápida para que a condição de repouso seja restabelecida, ou seja, a membrana é repolarizada. DESCREVER OS RECEPTORES E AS FIBRAS NERVOSAS. Receptores especiais e receptores gerais: Receptores Especiais: Mais complexos; Relacionam-se com neuroepitélio (retina, órgão de Corti etc) Fazem parte dos órgãos especiais do sentido: olfação, gustação, equilíbrio, visão e audição, todos localizados na cabeça. Receptores Gerais: Ocorrem em todo o corpo; Fazem parte do sistema sensorial somático que responde a estímulos como temperatura, dor, tato e postura corporal (propriocepção). Classificação Fisiológica dos Receptores Quimiorreceptores: São receptores sensíveis a estímulos químicos, como os da olfação e gustação. Soma-se os receptores carotídeo capazes de detectar as oscilações no teor de oxigênio circulante. Osmorreceptores: São os receptores capazes de detectar variação de pressão osmótica. Fotorreceptores: São os receptores sensíveis à luz, como os cones e bastonetes da retina. Termorreceptores: São os receptores capazes de detectar o frio e calor. São terminações nervosas livres. Alguns se localizam no hipotálamo e detectam variações na temperatura do sangue, desencadeando respostas para conservar ou dissipar calor. Nociceptores: São receptores ativados por diversos estímulos mecânicos, térmicos ou químicos, mas em intensidade sufiente para causar lesões de tecidos e dor; São terminações nervosas livres. Mecanorreceptores: São receptores sensíveis a estímulos mecânicos e constituem o grupo mais variado. Situa-se os receptores de audição e de equilíbrio do ouvido interno; Os receptores do seio carotídeo, sensíveis a oscilação da pressão arterial (barorreceptores); Os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos, sensíveis a estiaremos de músculos e tendões; Receptores das vísceras, assim como os vários receptores cutâneos responsáveis pela sensibilidade de tato, pressão e vibração. Classificação quanto a natureza do estímulo que os ativa: Exterorreceptores: Localizam-se na superfície externa do corpo São ativados por agentes externos como calor, frio, tato, pressão, luz e som. Proprioceptores: Localizam-se nos músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares. Os impulsos nervosos que são originados nesses receptores, denominado impulsos nervosos PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 proprioceptivos, podem ser conscientes ou inconscientes. Os impulsos nervosos proprioceptivos inconscientes não geram nenhuma sensação, são utilizados pelo SNC para regular a atividade muscular através do reflexo miotático. Os impulsos proprioceptivos conscientes são responsáveis pelos sentidos de posição e de movimento. Eles atingem o córtex cerebral e proporciona a um indivíduo, mesmo de olhos fechados, ter percepção de seu corpo e de suas partes, assim como, da atividade muscular e do movimento das articulações. *A capacidade de perceber a posição e o movimento, ou seja, a propriocepção consciente, depende das informações levadas ao SNC pelos fusos neuromusculares e órgãos tendinosos. Dessa forma, os receptores das articulações desempenham uma importante participação nessa função.* Interoceptores (visceroceptores): Localizam-se nas vísceras e nos vasos; Dão origem as sensações que acomete às vísceras, geralmente pouco localizadas, p.ex., a fome, a sede e a dor visceral. A maioria dos impulsos nervosos aferentes originados em interoceptores é inconsciente, a informação é transmitida ao SNC necessária a coordenação da atividade visceral, como o teor de O2, a pressão osmótica do sangue e a pressão arterial. Os exteroceptores e os proprioceptores transmitem impulsos relacionados ao ‘’soma’’, ou parede corporal, logo são considerados receptores somáticos. Já os interoceptores tramitem impulsos relacionados às vísceras, dessa forma são considerados receptores viscerais. Classificação da sensibilidade em superficial e profunda: Superficial: Exteroceptores Profunda: Proprioceptores e Interoceptores. OS RECEPTORES SOMÁTICOS DA PELE Majoritariamente são mecanorreceptores e quimiorreceptores. Os receptores somáticos da pele propiciam a identificação das características do estímulo que toca a pele como a pressão que faz ao toque, a textura, se o objeto é pontiagudo ou plano, a duração precisa do toque e o deslocamento do estímulo sobre a pele. Um único receptor pode ser ativado e codificar vários estímulos, como a intensidade, a duração e a posição. Mas, todavia, geralmente um estímulo ativa vários receptores. Cabe ao SNC a geração das percepções. Mecanorreceptores estão presentes também em vasos e vísceras, e são capazes de perceber a pressão, estiramento de órgãos digestivos, bexiga, força de contato dos dentes, etc. Os receptores em sua maioria apresentam características mais simples que os receptores especiais. Do ponto de vista morfológico são classificados em dois grupos: Receptores Livres e Receptores Encapsulados. Receptores Livres São os receptores que perdem a bainha de mielina nas terminações nervosas sensoriais, mas com o envoltório das células de Schwann preservados até as proximidades da ponta de cada fibra. Localizados na epiderme veiculam informações de tato grosseiro, dor, temperatura e propriocepção. Na categoria de receptores livres encontra-se também os Discos de Merkel e os nociceptores. Discos de Merkel: são evaginações das extremidades das fibras nervosas que estabelecem contato com células epiteliais especiais. Estão relacionadas com tato em pressões contínuas. Nociceptores: são terminações nervosas livres, não mielinizadas, que sinalizam que o tecido corporal está sendo lesado ou em risco de lesão. Possui uma via para o encéfalo diferente dos mecanorreceptores e a ativação da sua via leva a percepção de dor. Pode ser ativada por estimulação mecânica intensa, temperaturas extremas, falta de oxigênio e exposição a produtos químicos. A maioria dos nociceptores respondem a mais de um estímulo, e encontram-se na maioria dos ossos, órgãos internos, vasos e coração. Estão ausentes no encéfalo, sendo encontrados somente nas meninges. Termorreceptores: são os receptores para sensação dolorosa de calor ou frio. Ascendem pela via semelhante a da dor. Receptores Encapsulados São mais complexos que os livres e em grande maioria ocorre ramificação da extremidade do axônio no interior de uma capsula conjuntiva. Abrange os corpúsculos sensitivos da pele, fusos neuromusculares e neurotendíneos. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Corpúsculos de Meissner: Localizam nas papilas dérmicas, principalmente na pele espessa das mãos e dos pés. São receptores de tato, pressão e estímulos vibratórios. Corpúsculos de Vater-Paccini: São os maiores receptores e majoritariamente encontrados no tecido conjuntivo subcutâneo das mãos e dos pés. Responsáveis pela sensibilidade vibratória. Corpúsculos de Ruffini: Localizam-se nas papiplas dérmicas, tanto de pele espessa das mãos e dos pés, como na pele pilosa do restante do corpo. São receptores de tato e pressão. Fusos neuromusculares: São pequenas estruturas em forma de fuso. Localizam-se nos músculos estriados esqueléticos paralelos às fibras desses músculos. São responsáveis pelo reflexo miotático, ou de estiramento. O reflexo miotático pode ser estimulado artificialmente, provocando estiramento do músculo esquelético por percussão do seu tendão. (Ex: Reflexo Patelar). Órgãos Neurotendíneos: São receptores encontrados na junção dos músculos estriados esqueléticos com seu tendão. São ativados pelo estiramento do tendão, e informam ao SNC da tensão exercida pelos músculos em suas inserções tendinosas no osso, permitindo assim, avaliação da força muscular que está sendo exercida.
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