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Sistema Nervoso Periférico/ Neurônio/ Arco Reflexo

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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
TUTORIA 1 – PROBLEMA 1 
OBJETIVOS 
1- DESCREVER ANATOMOFISIOLOGIA DO SNP (GÂNGLIOS, NERVOS, PLEXOS E TERMINAÇÕES NERVOSAS). 
2- DESCREVER OS TIPOS E AS ESTRUTURAS DOS NEURÔNIOS. 
3- EXPLICAR O ATO E O ARCO REFLEXO E SUAS ALTERAÇÕES. 
4- EXPLICAR O MECANISMO DE PROPAGAÇÃO (ESTÍMULO SENSITIVO) DOS IMPULSOS NERVOSOS (SNP). 
5- DESCREVER OS RECEPTORES E AS FIBRAS NERVOSAS. 
 
DESCREVER ANATOMOFISIOLOGIA DO SNP (GÂNGLIOS, NERVOS, PLEXOS E TERMINAÇÕES 
NERVOSAS). 
 O sistema nervoso periférico (SNP) é a parte do 
sistema nervoso que se encontra fora do sistema 
nervoso central (SNC). É constituído por fibras 
(nervos), gânglios nervosos e órgãos terminais. 
 Diferentemente do sistema nervoso central, o 
sistema nervoso periférico não se encontra 
protegido pela barreira hematoencefálica. 
(estrutura membrânica que atua principalmente 
para proteger o Sistema Nervoso Central (SNC) de 
substâncias químicas presentes no sangue.) 
 
NERVOS 
 Os nervos são cordões esbranquiçados 
constituídos por feixes de fibras nervosas 
reforçadas por tecido conjuntivo que unem o SNC 
aos órgãos periféricos. 
 Os nervos se dividem em três tipos: 
 Nervos Sensitivos: são nervos que tem o 
papel de transmitir os impulsos nervosos do 
órgão receptor até o SNC; (visão, audição, 
olfato, paladar e corpúsculos táteis) 
 Nervos Motores: conduzem o impulso 
codificado no encéfalo (SNC), até os órgãos 
efetores. 
 Nervos Mistos: tem o mesmo papel que os 
nervos sensitivos e motores ao mesmo 
tempo. 
 
 Estruturalmente falando os nervos possuem 3 
camadas: 
 Epineuro = Envoltório de tecido conjuntivo 
rico em vasos que reveste o nervo 
propriamente dito. 
 Perineuro = No interior dos nervos, as fibras 
nervosas são organizadas em fascículos, e 
cada fascículo é revestido pelo perineuro, que 
é um tecido conjuntivo denso ordenado e 
células epiteliais lamelares ou achatadas. 
 Endoneuro = É uma camada de fibrila 
colágena que envolve cada fibra nervosa. 
 
 Como o SNP organiza-se em plexos e funções, 
pode-se dividir os nervos em classes diferentes 
dependendo da origem ou terminação dos 
terminais nervosos que os constituem: 
 
NERVOS CRANIANOS 
 São os nervos que realizam a união dos órgãos 
periféricos ao encéfalo. 
 I- Olfatório 
 II- Óptico 
 III- Oculomotor 
 IV- Troclear 
 V- Trigêmeo 
 VI- Abducente 
 VII- Facial 
 VIII – Vestibulococlear 
 IX- Glossofaríngeo 
 X- Vago 
 XI - Acessório 
 XII- Hipoglosso 
 
NERVOS ESPINHAIS 
 São os nervos que realizam a união dos órgãos 
periféricos com a medula. 
 São formados pelas raízes dorsal e ventral que 
saem da medula espinhal. O nervo espinhal ou 
raquidiano é a porção que passam fora das 
vértebras através do forame intervertebral. 
Realizam a inervação do tronco, dos membros e 
parte da cabeça. 
 São de função mista, ou seja, desempenham tanto 
funções motoras (transmitem mensagens dos 
centros nervosos para os órgãos) quanto 
sensitivas (transmitem estímulos dos órgãos para 
os centros nervosos). 
 A parte sensitiva une-se a medula espinhal 
através da raiz posterior ou dorsal, onde 
encontram-se os gânglios espinhais – estruturas 
que abrigam os corpos dos neurônios da raiz 
sensitiva 
 Já a parte motora dos nervos raquidianos se liga a 
medula através da raiz anterior ou ventral. Os 
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corpos dos neurônios da raiz motora localizam-se 
na própria medula. 
 
 31 pares – 31 segmentos medulares existentes: 
 8 Pares de nervos cervicais 
o O primeiro par cervical (C1) emerge acima 
da 1º vértebra cervical, ou seja, entra a 
vértebra e o osso occipital. Já o 8º (C8) 
emerge abaixo da 7º vértebra. Dessa 
forma acontece com os nervos espinhais 
abaixo de C8, que emergem, de cada lado, 
sempre abaixo da vértebra 
correspondente. 
 12 pares de nervos dorsais ou torácicos 
 5 pares de nervos lombares 
 5 pares de nervos sacrais 
 1 par de nervo coccígeo. 
 
PLEXO NERVOSO 
 Rede de nervos do sistema nervoso periférico e 
autônomo. 
 Constituem-se como as formas de organização 
dos nervos espinhais, que nascem na medula e 
atravessam os forames de conjugação para 
distribuir-se pelos órgãos que estão destinados. 
 Plexo Braquial: leva as ligações nervosas ao 
peito, ao ombro, braço, ao antebraço e à 
mão. 
 Plexo Lombar: Leva as ligações nervosas às 
costas, ao abdômen, à virilha, à coxa, ao 
joelho e a perna. 
 Plexo Cervical: Leva as ligações nervosas à 
cabeça, ao pescoço e ao ombro. 
 Plexo Sacral: Leva as ligações nervosas à 
pelve, às nádegas, aos órgãos sexuais, à coxa, 
perna e ao pé. 
 
 Os nervos intercostais estão localizados entre as 
costelas. 
 
TERMINAÇÕES NERVOSAS 
 Nas extremidades periféricas dos nervos, as fibras 
nervosas modificam suas estruturas dando origem 
às terminações nervosas. Essas podem ser de dois 
tipos: 
 Sensitivas (Aferentes) 
 Motoras (Eferentes) 
Generalidade 
 De maneira geral, as terminações sensitivas 
quando recebem algum estímulo de origem física 
ou química (calor, luz, mecânica etc.), dão origem 
a impulsos nervosos que seguem pela fibra em 
direção ao corpo neuronal. Estes impulsos são 
transmitidos ao sistema nervoso central e atinge 
áreas específicas do cérebro, onde são 
interpretados, resultando em diferentes formas 
de sensibilidade. As terminações nervosas 
motoras se localizam na parte terminal das fibras 
eferentes e são os elementos pré-sinápticos dos 
músculos e glândulas. 
 
TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSITIVAS 
 As terminações nervosas sensitivas referem-se 
aos receptores sensoriais, ou seja, estruturas 
neuronais ou epiteliais capazes de transformar 
estímulos físicos ou químicos em atividade 
bioelétrica (transdução de sinais) para ser 
interpretada no SNC. 
 Pode ser um terminal axônico ou células epiteliais 
modificadas conectadas a neurônios. 
 
TERMINAÇÕES NERVOSAS MOTORAS 
 As terminações nervosas motoras ou junções 
neuroefetuadoras possuem menos diversidade 
que as sensitivas. 
 Podem ser eferentes somáticas ou eferentes 
viscerais: 
 Terminações Eferentes Somáticas 
 Será somática quando as fibras nervosas 
eferentes somáticas se relacionam com as fibras 
musculares estriadas esqueléticas através das 
placas motoras. 
 Ao aproximar da fibra muscular, a fibra nervosa 
perde sua bainha de mielina. Na placa motora, a 
terminação axônica emite ramos finos contendo 
pequenas dilatações, denominado botões 
sinápticos, de onde é liberado o neurotransmissor 
(acetilcolina). 
 O neurotransmissor (acetilcolina) após ser 
liberado entra em contato com o sarcolema da 
fibra muscular na fenda sináptica, acarretando na 
despolarização do sarcolema, o que desencadeia 
a contração da fibra muscular. O excesso de 
acetilcolina liberado na fenda pós-sináptica é 
inativada pela enzima acetilcolinesterase. 
 
 Terminações Eferentes Viscerais 
 Nas terminações eferentes viscerais o 
neurotransmissor pode ser a acetilcolina ou a 
noradrenalina. Dessa forma, as fibras nervosas 
eferentes somáticas são do tipo colinérgicas, ao 
passo que as fibras eferentes viscerais são do tipo 
colinérgicas ou adrenérgicas. 
 Os neurotransmissores são liberados em um 
trecho bastante longo da parte terminal das fibras 
e não apenas em sua extremidade. Essa 
característica que difere das terminações 
eferentes somáticas, propicia a mesma fibra 
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estabelecer contato com grande número de fibras 
musculares ou células glandulares. 
 
DESCREVER OS TIPOS E AS ESTRUTURAS DOS NEURÔNIOS. 
 
 Se tratando do sistema nervoso, esse tecido 
compreende dois tipos de células: o neurônio e as 
células da glia, ou também chamadas neuróglia. 
 NEURÔNIOS 
 O neurônio é a unidade funcional do sistema 
nervoso, com a função básica de receber, 
processar e enviar informações. 
 São células altamente excitáveis, que se 
comunicam entre si ou com células efetuadoras 
(células musculares e secretoras), usando a 
transmissão elétrica como linguagemde 
comunicação. Essa transmissão elétrica é feita 
através da mudança do potencial de membrana 
da célula. 
 O neurônio apresenta 3 estruturas em sua 
composição com funções especificas e 
especializadas: Corpo Celular, dendritos e axônio. 
 
 Corpo Celular 
 Essa estrutura é o centro metabólico do neurônio, 
e essa razão se dá pela presença de núcleo e 
citoplasma com inúmeras organelas responsáveis 
e associadas a síntese proteica usualmente 
encontradas em outras células. 
 Além da síntese proteica, o corpo celular é 
responsável pelos processos de degradação e 
renovação de partes celulares, inclusive de 
membranas. 
 O tamanho e a forma do corpo celular são 
variadas, mediante o tipo de neurônio. 
 
 Dendritos 
 São estruturas curtas que se ramificam a partir do 
corpo celular, e ramificam entre si originando 
dendritos menores. 
 São compostas pelas mesmas organelas 
encontradas no citoplasma do corpo celular. 
 Além disso, são especializados em receber 
estímulos, que imediatamente é processado e 
traduzido em alteração do potencial de repouso 
da membrana que se propaga em direção ao 
corpo do neurônio. A partir do corpo do neurônio 
o potencial é encaminhado ao cone de 
implantação do Axônio. 
 
 Axônio 
 É uma região que faz parte da composição do 
neurônio. Se caracteriza basicamente por uma 
estrutura , fina e longa com comprimento 
variado, dependendo do tipo de neurônio. Nos 
vertebrados, o axônio pode apresentar desde 
milímetros a mais de um metro, como p.ex., os 
axônios que da medula, inervam um músculo do 
pé. 
 A maioria dos axônios emergem de um corpo 
celular ou de um dendrito através de uma 
estrutura denominada cone de implantação. 
 De maneira geral, os axônios apresentam uma 
porção terminal que realiza conexões com outros 
neurônios ou com células efetuadoras (exemplo 
células musculares ou glândulas). Alguns axônios 
possuem a especialização em secretar 
substâncias, esses se encontram próximos a 
capilares sanguíneos que captam o produto de 
secreção liberado, em geral um polipeptídeo. 
 Os neurônios que apresentam esse tipo de axônio 
são denominados neurossecretores e ocorrem na 
região do cérebro denominada hipotálamo. 
 
 Tipos de neurônios: 
 Neurônios Aferentes (ou sensitivos): 
 Esse tipo de neurônio apresenta função de levar 
ao sistema nervoso central informações sobre as 
modificações ocorridas no meio externo. Essas 
informações podem ser estímulos físicos ou 
químicos que são convertidos em impulsos 
nervosos. 
 
 Neurônios Eferentes (ou motor): 
 A função principal do neurônio eferente ou motor 
é conduzir o impulso nervoso ao órgão efetuador, 
que nos mamíferos é um músculo ou uma 
glândula. Dessa forma, o impulso nervoso 
determinará se irá ocorrer secreção ou contração 
muscular. 
 O corpo do neurônio eferente se encontra dentro 
do sistema nervoso central, porém, os neurônios 
eferentes que inervam os músculos lisos, músculo 
cardíaco ou glândulas têm seus corpos fora do 
sistema nervoso central, em estruturas que são os 
gânglios viscerais. Estes neurônios pertencem ao 
sistema nervoso autônomo e são denominados 
neurônios pós-ganglionares. 
 Já os neurônios eferentes, que inervam músculos 
estriados esqueléticos, têm o corpo celular 
sempre dentro do sistema nervoso central e são, 
por exemplo os neurônios motores localizados na 
parte anterior da medula espinhal. 
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 Neurônios de Associação: 
 São os neurônios que estabelecem ligações entre 
os neurônios sensitivos ou motores. 
 O surgimento dos neurônios de associação 
propiciou o aumento do número de sinapses que 
por sua vez, aumentou a complexidade do 
sistema nervoso central. 
 Alguns neurônios de associação apresentam 
axônios longos e fazem conexões com neurônios 
situados em áreas distantes. Outros possuem 
axônios curtos e estabelecem ligação apenas com 
neurônios vizinhos, são denominados 
internunciais ou interneurônios. 
 
 Classificação dos neurônios quanto a seus 
prolongamentos: 
Os neurônios podem variar a depender da 
composição estrutural que o mesmo apresenta, sendo 
dividido em: 
 Neurônios Multipolares; 
 Neurônios Bipolares; 
 Neurônios Pseudounipolares. 
 
 Neurônios Multipolares: 
São neurônios que apresentam vários dendritos e um 
axônio. 
 
 Neurônios Bipolares: 
São neurônios que dois prolongamentos deixam o 
corpo celular, um dendrito e um axônio. 
Dentre esses neurônios se encontra os neurônios da 
retina e do gânglio espiral do ouvido interno. 
 
 Neurônios Pseudounipolares: 
São neurônios que apenas um prolongamento deixa o 
corpo celular, porque o corpo celular se encontra nos 
gânglios sensitivos. Dessa forma, esses neurônios se 
divide em forma de ‘’T’’, em dois ramos, um periférico 
e um central. 
O ramo periférico, se dirige a periferia onde irá formar 
a terminação nervosa sensitiva. O segundo ramo se 
dirige ao sistema nervoso central, onde estabelece 
contatos com outros neurônios. 
 
EXPLICAR O ATO E O ARCO REFLEXO E SUAS ALTERAÇÕES. 
 
Arco Reflexo: processo percorrido pelo impulso 
nervoso a nível de medula. 
 Arco reflexo simples: o impulso percorre dois 
neurônios. 
 O tendão da patela localizado no joelho, é 
estimulado pelo martelo neurológico → levando a 
uma distensão dos receptores ali presentes → 
esses geram um impulso nervoso transmitido por 
um neurônio sensitivo → a um neurônio motor 
(na medula) → e deste para o músculo, que se 
contrai. 
 Com isso, o paciente dá um “chute no ar” – esse é 
o ato reflexo patelar. 
 Arco reflexo composto: o impulso percorre três 
neurônios. 
 O estímulo é percebido pelo neurônio sensorial → 
que realiza uma sinapse com o neurônio de 
associação (interneurônio), localizado 
integralmente na medula espinhal → e esse 
realiza outra sinapse com o neurônio motor → 
que o transmite até os músculos que irão 
executar o movimento. 
 O impulso nervoso do interneurônio atinge a 
terminação de um outro neurônio, que transfere 
a informação para o encéfalo. Porém, antes que o 
cérebro analise a situação, a mão é retirada – é o 
ato reflexo de retirada. 
 ATO REFLEXO: movimentos rápidos e 
involuntários. 
 Exemplos: a retirada do dedo quando encostado 
em uma superfície quente, ou o “chute” quando o 
médico toca com o martelo o joelho de seu 
paciente (reflexo) 
 o cérebro é informado sobre sua execução, mas 
não foi dele que partiu a ordem para que fosse 
feito o movimento. O caminho percorrido pelo 
impulso nervoso, que levou à execução do 
movimento, é o arco reflexo. 
EXPLICAR O MECANISMO DE PROPAGAÇÃO (ESTÍMULO SENSITIVO) DOS IMPULSOS 
NERVOSOS (SNP). 
 
Condução dos impulsos nervosos 
 O impulso nervoso inicia quando o neurônio sofre 
um estímulo forte suficiente para desencadeá-lo. 
 A membrana celular separa dois ambientes que 
apresentam composições iônicas distintas: o meio 
intracelular onde predomina íons com cargas 
negativas e potássio (K+); e o meio extracelular, 
em que predomina o Sódio (Na+) e o Cloro (Cl-). 
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 Isso acontece quando uma membrana está em 
potencial de repouso, uma condição em que a 
superfície interna da membrana possui carga 
negativa em relação à superfície externa. 
 Nessa condição, há uma diferença de potencial 
entre o interior e o exterior de, 
aproximadamente, -70 mV. Isso ocorre porque as 
concentrações de Na+ (sódio) fora da célula são 
muito maiores do que as concentrações na parte 
interior. O K+ (potássio), por sua vez, é 
encontrado em maior quantidade dentro da 
célula. Essa concentração é mantida pelo 
transporte ativo de íons, que ocorre através da 
membrana por meio da bomba de sódio e 
potássio. 
 Quando o neurônio sofre um estímulo, há a 
abertura dos canais de Na+ e uma entrada rápida 
desse íon para o interior da célula. Nesse 
momento, a diferença de potencial passa a ser 
+20 mV. O Na+ difunde-se para outras partes da 
membrana, e os canais de Na+ abrem-se ao longoda membrana do neurônio. 
 A entrada de Na+ desencadeia a mudança de 
potencial, o fechamento dos canais de Na+ e a 
saída dos íons K+ em razão das modificações nas 
proteínas da membrana, o que facilita a saída 
desse íon. Tudo isso ocorre de maneira bastante 
rápida para que a condição de repouso seja 
restabelecida, ou seja, a membrana é 
repolarizada. 
 
DESCREVER OS RECEPTORES E AS FIBRAS NERVOSAS. 
 
Receptores especiais e receptores gerais: 
 Receptores Especiais: 
 Mais complexos; 
 Relacionam-se com neuroepitélio (retina, órgão 
de Corti etc) 
 Fazem parte dos órgãos especiais do sentido: 
olfação, gustação, equilíbrio, visão e audição, 
todos localizados na cabeça. 
 Receptores Gerais: 
 Ocorrem em todo o corpo; 
 Fazem parte do sistema sensorial somático que 
responde a estímulos como temperatura, dor, 
tato e postura corporal (propriocepção). 
 
 Classificação Fisiológica dos Receptores 
 Quimiorreceptores: 
 São receptores sensíveis a estímulos químicos, 
como os da olfação e gustação. 
 Soma-se os receptores carotídeo capazes de 
detectar as oscilações no teor de oxigênio 
circulante. 
 
 Osmorreceptores: 
 São os receptores capazes de detectar variação de 
pressão osmótica. 
 
 Fotorreceptores: 
 São os receptores sensíveis à luz, como os cones e 
bastonetes da retina. 
 
 Termorreceptores: 
 São os receptores capazes de detectar o frio e 
calor. 
 São terminações nervosas livres. Alguns se 
localizam no hipotálamo e detectam variações na 
temperatura do sangue, desencadeando 
respostas para conservar ou dissipar calor. 
 
 Nociceptores: 
 São receptores ativados por diversos estímulos 
mecânicos, térmicos ou químicos, mas em 
intensidade sufiente para causar lesões de tecidos 
e dor; 
 São terminações nervosas livres. 
 
 Mecanorreceptores: 
 São receptores sensíveis a estímulos mecânicos e 
constituem o grupo mais variado. 
 Situa-se os receptores de audição e de equilíbrio 
do ouvido interno; 
 Os receptores do seio carotídeo, sensíveis a 
oscilação da pressão arterial (barorreceptores); 
 Os fusos neuromusculares e órgãos 
neurotendinosos, sensíveis a estiaremos de 
músculos e tendões; 
 Receptores das vísceras, assim como os vários 
receptores cutâneos responsáveis pela 
sensibilidade de tato, pressão e vibração. 
 
 Classificação quanto a natureza do estímulo que 
os ativa: 
 Exterorreceptores: 
 Localizam-se na superfície externa do corpo 
 São ativados por agentes externos como calor, 
frio, tato, pressão, luz e som. 
 
 Proprioceptores: 
 Localizam-se nos músculos, tendões, ligamentos e 
cápsulas articulares. 
 Os impulsos nervosos que são originados nesses 
receptores, denominado impulsos nervosos 
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proprioceptivos, podem ser conscientes ou 
inconscientes. 
 Os impulsos nervosos proprioceptivos 
inconscientes não geram nenhuma sensação, são 
utilizados pelo SNC para regular a atividade 
muscular através do reflexo miotático. 
 Os impulsos proprioceptivos conscientes são 
responsáveis pelos sentidos de posição e de 
movimento. Eles atingem o córtex cerebral e 
proporciona a um indivíduo, mesmo de olhos 
fechados, ter percepção de seu corpo e de suas 
partes, assim como, da atividade muscular e do 
movimento das articulações. 
 
*A capacidade de perceber a posição e o movimento, 
ou seja, a propriocepção consciente, depende das 
informações levadas ao SNC pelos fusos 
neuromusculares e órgãos tendinosos. Dessa forma, 
os receptores das articulações desempenham uma 
importante participação nessa função.* 
 
 Interoceptores (visceroceptores): 
 Localizam-se nas vísceras e nos vasos; 
 Dão origem as sensações que acomete às vísceras, 
geralmente pouco localizadas, p.ex., a fome, a 
sede e a dor visceral. 
 A maioria dos impulsos nervosos aferentes 
originados em interoceptores é inconsciente, a 
informação é transmitida ao SNC necessária a 
coordenação da atividade visceral, como o teor de 
O2, a pressão osmótica do sangue e a pressão 
arterial. 
 
 Os exteroceptores e os proprioceptores 
transmitem impulsos relacionados ao ‘’soma’’, ou 
parede corporal, logo são considerados 
receptores somáticos. 
 Já os interoceptores tramitem impulsos 
relacionados às vísceras, dessa forma são 
considerados receptores viscerais. 
 Classificação da sensibilidade em superficial e 
profunda: 
 Superficial: Exteroceptores 
 Profunda: Proprioceptores e Interoceptores. 
 
OS RECEPTORES SOMÁTICOS DA PELE 
 Majoritariamente são mecanorreceptores e 
quimiorreceptores. Os receptores somáticos da pele 
propiciam a identificação das características do 
estímulo que toca a pele como a pressão que faz ao 
toque, a textura, se o objeto é pontiagudo ou plano, a 
duração precisa do toque e o deslocamento do 
estímulo sobre a pele. 
 Um único receptor pode ser ativado e codificar vários 
estímulos, como a intensidade, a duração e a posição. 
Mas, todavia, geralmente um estímulo ativa vários 
receptores. Cabe ao SNC a geração das percepções. 
 Mecanorreceptores estão presentes também em 
vasos e vísceras, e são capazes de perceber a pressão, 
estiramento de órgãos digestivos, bexiga, força de 
contato dos dentes, etc. 
 
 Os receptores em sua maioria apresentam 
características mais simples que os receptores 
especiais. Do ponto de vista morfológico são 
classificados em dois grupos: Receptores Livres e 
Receptores Encapsulados. 
 
 Receptores Livres 
 São os receptores que perdem a bainha de 
mielina nas terminações nervosas sensoriais, mas 
com o envoltório das células de Schwann 
preservados até as proximidades da ponta de 
cada fibra. 
 Localizados na epiderme veiculam informações de 
tato grosseiro, dor, temperatura e propriocepção. 
Na categoria de receptores livres encontra-se 
também os Discos de Merkel e os nociceptores. 
 Discos de Merkel: são evaginações das 
extremidades das fibras nervosas que 
estabelecem contato com células epiteliais 
especiais. Estão relacionadas com tato em 
pressões contínuas. 
 Nociceptores: são terminações nervosas livres, 
não mielinizadas, que sinalizam que o tecido 
corporal está sendo lesado ou em risco de lesão. 
 Possui uma via para o encéfalo diferente dos 
mecanorreceptores e a ativação da sua via leva a 
percepção de dor. 
 Pode ser ativada por estimulação mecânica 
intensa, temperaturas extremas, falta de oxigênio 
e exposição a produtos químicos. 
 A maioria dos nociceptores respondem a mais de 
um estímulo, e encontram-se na maioria dos 
ossos, órgãos internos, vasos e coração. 
 Estão ausentes no encéfalo, sendo encontrados 
somente nas meninges. 
 Termorreceptores: são os receptores para 
sensação dolorosa de calor ou frio. 
 Ascendem pela via semelhante a da dor. 
 
 Receptores Encapsulados 
 São mais complexos que os livres e em grande 
maioria ocorre ramificação da extremidade do 
axônio no interior de uma capsula conjuntiva. 
 Abrange os corpúsculos sensitivos da pele, fusos 
neuromusculares e neurotendíneos. 
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 Corpúsculos de Meissner: Localizam nas papilas 
dérmicas, principalmente na pele espessa das 
mãos e dos pés. 
 São receptores de tato, pressão e estímulos 
vibratórios. 
 
 Corpúsculos de Vater-Paccini: São os maiores 
receptores e majoritariamente encontrados no 
tecido conjuntivo subcutâneo das mãos e dos pés. 
 Responsáveis pela sensibilidade vibratória. 
 
 Corpúsculos de Ruffini: Localizam-se nas papiplas 
dérmicas, tanto de pele espessa das mãos e dos 
pés, como na pele pilosa do restante do corpo. 
 São receptores de tato e pressão. 
 
 Fusos neuromusculares: São pequenas estruturas 
em forma de fuso. Localizam-se nos músculos 
estriados esqueléticos paralelos às fibras desses 
músculos. 
 São responsáveis pelo reflexo miotático, ou de 
estiramento. 
 O reflexo miotático pode ser estimulado 
artificialmente, provocando estiramento do 
músculo esquelético por percussão do seu 
tendão. (Ex: Reflexo Patelar). Órgãos Neurotendíneos: São receptores 
encontrados na junção dos músculos estriados 
esqueléticos com seu tendão. 
 São ativados pelo estiramento do tendão, e 
informam ao SNC da tensão exercida pelos 
músculos em suas inserções tendinosas no osso, 
permitindo assim, avaliação da força muscular 
que está sendo exercida.

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