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A Descolonização Africana e Asiática O SURGIMENTO DO TERCEIRO MUNDO Entre as décadas de 1940 e 1970 surgiram novos países na África e da Ásia e acabaram formando um bloco que passou a ser chamado de Terceiro Mundo. Causas da descolonização: Declínio político e econômico das principais potências colonizadoras após a 2 Guerra Mundial. Mobilização da população local. Ascensão dos EUA e da URSS que adotaram políticas anticoloniais, em oposição ao colonialismo praticado até então. EUA tinha interesses econômicos, pois obteriam ganhos expressivos com a descolonização e a abertura dos novos países ao livre-comércio. URSS tinha em mente uma luta anti-imperialista que se encaixa em um projeto mais amplo contra o capitalismo. Tinha interesse em aumentar sua participação política e econômica nos novos países. Os dois países tratavam de adotar um discurso em defesa das independências para mascarar uma nova forma de controle. CONFERÊNCIA DE BANDUNG – Representantes de 29 países africanos e asiáticos se reuniram para apoiar a luta contra o colonialismo e contra o racismo. DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA As fronteiras, criadas pelas potências colonizadoras, que não contemplavam a diversidade étnica, política, cultural e econômica foram mantidas. Por conta disso, resultou em dificuldades múltiplas, como guerras civis e sucessivos golpes militares. As lutas pela independência foram feitas em meio ao choque de distintos interesses (econômicos e regionais) e também disputas entre grupos étnicos rivais. O massacre das minorias ibo na Guerra de Biafra (Nigéria) e dos tutsi de Ruanda foi consequência das políticas internacionais da divisão geográfica arbitrária do continente africano. Durante o período colonial, as potências europeias instalaram em suas colônias um aparelho burocrático e administrativo adequado ao das metrópoles. Quando os novos países queriam auxilio almejando a consolidação de suas economias e forças armadas, eram persuadidos a seguir o modelo dos Estados já existentes. As origens dos grupos que assumiram o poder nos novos Estados encontravam-se no próprio período colonial, surgindo uma elite no território. PAN-AFRICANISMO – Pretendia reforçar os laços de solidariedade entre povos de origem africana em todo o mundo. Entretanto, a ideia de uma unidade africana aparentemente contradiz a diversidade cultural e étnica do continente. A maior justificativa e fator de validação do pan-africanismo é o fato de que, durante séculos, o tratamento indiferenciado da população do continente serviu de princípio para a prática da escravidão. Angola e Moçambique Emancipação de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau (colônias de POR), ocorreu somente na década de 1970, enquanto as outras colônias foram na década de 1960. Esse processo esteve relacionado à articulação de grupos opositores e também à conjuntura política da metrópole. Desde 1932, POR esteve sob o regime fascista de Salazar. Após sua morte, em 1968, sucedeu-lhe Marcelo Caetano. As colônias portuguesas na África não ficaram imunes ao movimento que agitou o continente a partir da 2º Guerra Mundial. Em 1961, houve a recusa portuguesa em discutir a emancipação das colônias que, por consequência, desencadeou uma guerra colonial. Movimento Popular de Libertação da Angola (MPLA) – caráter marxista. Frente de Libertação de Moçambique. Esses grupos iniciaram uma longa guerra de guerrilhas contra a dominação portuguesa. POR enviou grandes contingentes militares para a África, exigindo um esforço econômico e humano muito além das capacidades do país. Jovens oficiais do exército português passaram a dar voz a esse descontentamento generalizado, articulando-se por meio do Movimento das Forças Armadas (MFA). E 1974, a MFA deu inicio à Revolução dos Cravos, efetivo grupo militar que tinha apoio maciço da população e derrubou o presidente Caetano. A revolução significou o fim da guerra imperialista na África com a progressiva retirada das tropas portuguesas dos territórios africanos e início da s negociações para a concessão da independência, em 1974. POR inicia o processo de democratização marcado por intensa agitação política, até o surgimento do primeiro novo governo constitucional de POR, em 1976. Em Angola, o MPLA passou a enfrentar oposição da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) que contava com o apoio dos EUA, quanto da União para a Independência Total de Angola (Unita). Em meio a isso, o governo da Angola pediu apoio à URSS e a Cuba, que se engajou na defesa do regime também com o efetivo envio de militares. A partir de 1990, ocorreu o fim da guerra civil na Angola, com o início da democratização do país. Unita, FNLA e MPLA organizaram-se como partidos políticos. O MPLA continua até hoje no poder sob fortes acusações de fraudes nas eleições. África do Sul Em 1910, o governo inglês concedeu alguma autonomia para a África do Sul, sendo uma colônia com direito a governo próprio, ainda fazendo parte do império britânico. Em 1948, a ascensão ao poder do Partido Nacional, consolidou a autonomia do país em relação à Inglaterra. O Partido Nacional foi responsável pela implantação da violenta política do apartheid, que resultou na segregação da população negra (majoritária no país) por meio da limitação de seus direitos sociais A África do Sul oficializou a sua separação da ING em 1961. A política do apartheid continuou sendo tolerada pelos países do Ocidente em troca do engajamento do governo sul-africano no combate ao comunismo. Tropas sul-africanas interviram em larga escala em países vizinhos (Angola e Moçambique), cujos regimes eram a favor dos soviéticos. A partir de 1976, a ONU passou a condenar o apartheid, abrindo caminho para sanções internacionais e levando a África do Sul a um crescente isolamento. A movimentação da população contra o apartheid também era intensa, destacando a atuação de Nelson Mandela. Em 1991 o apartheid foi abolido e Mandela foi eleito presidente, em 1994. DESCOLONIZAÇÃO DO ORIENTE MÉDIO Território do Oriente Médio dividido entre FRA e ING. A Palestina era controlada pelos ingleses, que tentavam evitar os conflitos entre judeus e árabes palestinos na disputa pela ocupação do território. A retirada de ingleses e franceses dos territórios resultou na criação do Estado de Israel, em 1948 e acirrou as disputas na região. O plano da ONU de dividir a Palestina entre árabes e judeus acabou sendo rejeitado e várias das novas repúblicas (Egito, Síria, Líbano e Iraque) passaram a apoiar a causa palestina da disputa contra Israel. 1948 e 1949 – Novas repúblicas x Israel (Vitória de Israel c/ ajuda dos EUA). Árabes se aproximam da URSS. 1956 – Líder egípcio Gamal Abd-el Nasser tinha um projeto de unir todos os povos árabes em uma unidade política laica. Tornou-se defensor das causas da Palestina e inimigo de Israel. O líder, com a ajuda da URSS, decretou a nacionalização do canal de Suez (que era controlado por ING e FRA). Então, esses países interviram militarmente no Egito (apoiados por Israel). 1967 – Guerra dos Seis Dias. Israel (ganhador) X países árabes. Península de Sinai. Faixa de Gaza. Colinas de Golan. Margem ocidental do rio Jordão. Conquistou esses territórios que contavam com grande população palestina. 1973 - Guerra do Yom Kippur. Na década de 1960, criou-se a Organização para Libertação da Palestina (OLP), com o intuito de enfraquecer Israel por meio de atividades terroristas e guerrilheiras. 1979 – Tratado de Camp David: Paz entre Israel e Egito. Tropas israelenses foram retiradas do Sinai. Egito reconhece Israel como Estado. O declínio soviético contribuiu para o enfraquecimento da aliança entre árabes contra Israel. A partir de então, a Palestina iniciou novas formas de luta contra a nação inimiga. 2000 – Mobilização da população cresceuem intensidade e a ascensão de grupos radicais islâmicos, como o Hamas, levou à multiplicação de atentados cometidos em Israel. A reação dos israelenses tem incluído a manutenção de uma forte vigilância sobre a população palestina, nos territórios como a Faixa de Gaza, com a realização frequente de intervenções militares. DESCOLONIZAÇÃO DA ÍNDIA Mobilização popular pela independência iniciou-se no início do século XX. Liga Muçulmana. Partido do Congresso Nacional Indiano. MOHANDAS GANDHI – “Grande Alma”. Articulou um movimento indiano fundado no princípio da não violência, buscando orientar a população a enfrentar os ingleses por meio de práticas como o boicote e a desobediência civil, caracterizando a resistência passiva. Em 1947, a ING concedeu a independência à Índia. O território acabou dando origem a 2 países: Índia – maioria hindu. Paquistão – maioria muçulmana. Essa divisão acabou gerando não apenas choques étnicos, mas também um permanente estado de tensão. A relação entre os dois países tem sido marcada por violência contra minorias (na Índia onde a maioria é hindu contra os muçulmanos), intolerância política (assassinato de Gandhi em 1948) e conflitos fronteiriços (caso da Caxemira). DESCOLONIZAÇÃO DA CHINA Proclamação da República da China em 1911. 1912 – Criação do Partido Nacionalista Chinês. 1920 – Criação do Partido Comunista Chinês (viam na luta anti-imperialista uma forma de lutar contra o capitalismo). 1934 – Governo Nacionalista empreendeu uma violenta perseguição aos comunistas, o que resultou na fuga dos líderes em direção a zonas remotas do interior do país. Ascensão de Mao Tsé-tung à condição de líder dos comunistas. O líder consolidou uma base de sustentação junto à população mais pobre do país, com o propósito de criar uma guerrilha camponesa. Comunistas e Nacionalistas se juntaram para lutar contra o imperialismo do Japão. Ao fim do conflito, essa aliança foi desfeita e iniciou-se uma guerra civil. Em 1949, tropas comunistas entraram vitoriosas em Pequim, abrindo caminho para a implantação do socialismo na China, sob liderança de Mao. Os nacionalistas retiraram-se do país em direção à ilha e Taiwan, onde foi mantido o regime capitalista. REPÚBLICA POPULAR DA CHINA. Encerrou a intervenção imperialista no país, seguindo-se a implantação do socialismo baseado em um projeto de inspiração stalinista. Ditadura de partido único incluindo o culto à personalidade do líder Mao. Economia: Coletivização agrária. Nacionalização de grandes empresas. Grande Salto Para a Frente – pretendia vincular a produção industrial a comunidade camponesa. A disputa pela liderança do bloco socialista fez com que CHI e URSS rompessem as relações em 1959. CHI com maiores dificuldades econômicas. Revolução Cultural – Mao criou com o objetivo de combater a burocratização do regime e afastar contrarrevolucionários e reacionários em geral. Aproximação da China com os EUA a partir da década de 1970. Os dois países tinham em comum a rivalidade com a URSS, além de a explosão do primeiro artefato nuclear chinês em 1964 fortalecer a posição estratégica do país. Em 1971, a Assembleia Geral da ONU votou uma resolução substituindo Taiwan pela China como membro permanente do Conselho de Segurança. Após a morte de Mao, foi mantido o poder nas mãos do Partido Comunista. A partir de 1979, o país passou por profundas transformações econômicas no país, caracterizando pela abertura cada vez maior da economia de mercado, transformando-se em uma das maiores economias do planeta. Ocupação da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989, mobilizou multidões em torno de demandas como liberdade de expressão e de imprensa. A violenta repressão do governo chinês concretizou o pensamento de que o governo chinês não estava disposto a abrir mão do modelo político autoritário.
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