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Artigo Psicomotricidade Relacional

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A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NOS ANOS INICIAIS
Ana Carla Oliveira de França¹
Ana Clara Silva dos Santos
Jessé Santos Araujo
José Luiz
Sarah Lorenna Alves de Lima
Simone Maria de Souza
Tays Tatyana Porciuncula de Albuquerque
Renatha Karinne Costa de Siqueira Batista²
RESUMO
O presente artigo apresenta a importância da psicomotricidade e seu aporte na educação infantil e anos iniciais, tendo em conta que a psicomotricidade é uma ciência que primazia o desenvolvimento das habilidades cognitivas, emocionais e motoras nas diferentes fases da vida, ela vai bem além da sua natureza e suas técnicas, pois colabora expressivamente no desenvolvimento integral da criança e no processo de ensino-aprendizagem. É na etapa da educação infantil e anos iniciais que a criança é estimulada, formada, estruturada a fim de que essas habilidades sejam concretizadas, possibilizando uma intervenção pedagógica que fomente o desenvolvimento motor da criança no sentido de prevenção, com o intuito que essas habilidades sejam solidificadas e não acarretem problemas de aprendizagem futuros. Este trabalho tem como objetivo estudar e definir a psicomotricidade, suas dimensões e funções, como também revelar suas contribuições no desenvolvimento psicomotor da criança nessa etapa, procurando conhecer e entender melhor essa ciência, apresentando-a com bases científicas e históricas, por meio de pesquisa bibliográfica. Concluímos que os espaços de ensino são essenciais nesse processo, porque quando se trabalha com a psicomotricidade de maneira preventiva, isto contribui para uma aprendizagem significativa de seus educandos e com seu desenvolvimento humano.
 
 
Palavras-chave: Psicomotricidade. Educação Infantil. Ensino-aprendizagem. 
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· Estudante de Pedagogia do Centro Universitário Joaquim Nabuco – UNINABUCO RECIFE. E-mail: uninabucoestudantes@gmail.com
· Mestranda em Ciências da Educação pela ATENAS COLLEGE UNIVERSITY. E-mail: renathakcosta@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
Este artigo, que tem como título “A importância da psicomotricidade na educação infantil e nos anos inicias”, tendo desde o início, como objetivo principal, analisar como a psicomotricidade atua na infância e sua importância na educação infantil e nos anos iniciais. Foi desenvolvido primeiramente como projeto ao longo do semestre 2019.2, no curso de Pedagogia do Centro Universitário Joaquim Nabuco de Recife-Pernambuco, na disciplina de Psicomotricidade Relacional. 
Para uma melhor compreensão da temática, foram realizadas buscas na literatura sobre os conceitos da psicomotricidade e suas funções, destacando suas contribuições no desenvolvimento psicomotor da criança para uma aprendizagem de fato significativa, para um melhor entendimento pretendemos refletir sobre as ideias de autores que dissertem sobre a psicomotricidade, para reconhecer a importância de práticas educativas que fomentem no desenvolvimento dessas habilidades nas crianças da educação infantil e de que forma contribui no processo de ensino-aprendizagem.
Este artigo é direcionado em quatro capítulos, no primeiro capítulo o debate gira em torno de um resgate histórico sobre a psicomotricidade, perpassando sobre sua origem geral e brasileira e como esta ciência evoluiu ao decorrer do tempo. No segundo capítulo o debate gira em torno sobre alguns conceitos da psicomotricidade. O terceiro capítulo pretende-se classificar as funções psicomotoras e como cada uma atua no desenvolvimento infantil. E no quarto capítulo visa mostrar a importância de se trabalhar a psicomotricidade na educação infantil e anos iniciais o desenvolvimento da criança, desde os primeiros dias de vida.
A educação psicomotora deve ser encarada como suporte na educação infantil e anos iniciais, não se tratando meramente de uma maneira preventiva,
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porém educativa que promova a criança o seu desenvolvimento integral.
Nesse estudo esta pesquisa vem beneficiar todos educadores, visto que vai servir como instrumento de reflexão e ação sobre a práxis, procurando ampliar esse olhar diferencial a respeito das contribuições da psicomotricidade, a fim de que seja aplicada de forma efetiva, essencial e preventiva em todo o processo educativo.
2. Perspectiva histórica da Psicomotricidade geral e brasileira
A partir deste resgate histórico é possível conhecer melhor essa ciência, que vai conquistando seu espaço a cada dia, basta ver sua amplitude e suas contribuições em todo o processo de desenvolvimento do indivíduo, deste modo torna-se excepcionalmente importante tratar alguns fatos referenciais sobre o tema.
Podemos constatar que para alguns teóricos, a história da psicomotricidade surgiu com a história do corpo e foi produzida junto com a história da humanidade, imputada pela ciência em sua contínua evolução, pela cultura dos mais diferentes povos, pela época e pelo meio social trazendo seus mitos e crenças.
Dessa maneira, outras áreas de conhecimento carecem ser exploradas, para que o estudo da psicomotricidade venha tornar-se possível, considerando-se que essas áreas estudavam o desenvolvimento humano e o comportamento motor.
A história da psicomotricidade, representada já um século de esforço de ação e de pensamento, a sua cienticidade na área da cibernética e da informática, vai nos permitir certamente, ir mais longe da descrição das relações mútuas e recíprocas da convivência do corpo com o psíquico. Esta intimidade filogenética e ontogenética representam o triunfo evolutivo da espécie humana; um longo passado de vários milhões de anos de conquistas psicomotora (FONSECA; 1988, p. 99).
Na Grécia Antiga o corpo era muito cultuado, os tributos a ele impressos nos monumentos dos deuses e nos estádios, nas telas, o culto ao esplendor físico, declaravam que o corpo expressava a beleza da alma. Todavia, nessa época focava-se no dualismo entre corpo e alma, e o movimento era estudado junto com as informações.
Platão salientava o corpo como “o lugar de transição de existência no mundo de uma alma imortal” (COSTE, 1978, p. 10). Ele declarava essas duas existências corpo-alma, o dualismo radical do ser humano, uma vez que a alma é que domina, convertendo-a como parte prevalecente do homem, apontando assim a dicotomia existente entre a psicomotricidade.
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Conforme Mello “a origem da psicomotricidade remonta à antiguidade e nestes termos, confunde-se com a história da educação física”. Mello faz alusão à concepção aristotélica referente o dualismo de corpo-alma, “uma certa quantidade de matéria (seu corpo), moldado numa forma (sua alma)”. (MELLO, 1989, p. 17)
Aristóteles declarava que o homem é constituído de corpo e alma, e que a alma é que deve comandar. Conforme Oliveira (2001), Aristóteles apreciava também a ginástica, emitia que era fundamental para o desenvolvimento espiritual e que precisava acompanhar o indivíduo até a adolescência, porém com exercícios não tanto cansativos e sem afetar o seu desenvolvimento.
Todavia no século XVII, na idade moderna, Descartes fazia alusão ao corpo e alma como algo dissociável, e que não possuíam nenhum tipo de relação, o corpo era simplesmente algo que ocupa um espaço, tido como um objeto. Para Descartes, “O corpo é apenas uma coisa externa que não pensa, a alma é a substância pensante por excelência, que não participa de nada aquilo que pertence ao corpo”. (LEVIN, apud COSTA, 2007, p. 22).
Nesse prisma temos o pensamento cartesiano, o corpo como máquina, como objeto, empregando o treinamento e a repetição, sendo leais às leis da mecânica, reprimindo a espontaneidade e criatividade do indivíduo.
Conforme Costa (2007, p. 22), só a datar do século XIX o corpo deu-se a ser considerado como objeto, sujeito a estudos profundos e sistemáticos no campo da experimentação. Consequentemente despertando o interesse nos diversos seguimentos das ciências como a neurologia e a neuropsicologia, na buscade compreender a estrutura e o funcionamento cerebral, em seguida a psicanálise e a psicologia que procuravam compreender a evolução da inteligência e suas perturbações.
Em 1909 aparece pela primeira vez o termo psicomotricidade, criado por Dupré, neurologista, que tentava entender a causa de tais perturbações motoras e procurava explicar a relação entre os sintomas e a localização cerebral, onde põe o termo psicomotricidade fazendo uma relação entre o movimento, o pensamento e a afetividade.
Desde 1909, ele já chamava a atenção de seus alunos sobre o desiquilíbrio motor, denominado o quadro “debilidade motriz”. Verificou que existia uma estreita ligação entre anomalias psicológicas e as anomalias motrizes, o que levou a formular o termo psicomotricidade. (OLIVEIRA, 2001, p. 28).
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Não obstante, muitos outros pesquisadores realizaram valiosos estudos que se estampam até os dias atuais na área da Psicomotricidade. (MELLO, 1989).
Em 1925, Henry Wallon, psicólogo, um notável pioneiro da psicomotricidade, pois afirma o movimento humano como instrumento na construção do psiquismo, possibilitando-o relacionar o movimento à emoção, ao afeto, ao meio ambiente e aos hábitos do individuo. Dessa maneira, para ele o movimento é a singular expressão e o primeiro instrumento do psiquismo, portanto o desenvolvimento psicológico da criança se resulta na resistência e alterações de atividades que anteveem umas às outras. Wallon remete-se ao esquema corporal não como unidade psíquica ou biológica, mas como a construção, elemento basilar para o desenvolvimento da personalidade da criança. (LEVIN, 1995, p. 25)
Em 1935, Eduard Guilmain, neurologista, a enxerga como campo científico e promove as primeiras tentativas de estudo da reeducação psicomotora, onde se sobressai e desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação terapêutica e de prognóstico. (LEVIN, 1995, p. 25)
Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, líder da escola de psicomotricidade, define com perspicuidade os transtornos psicomotores que oscilam entre o psiquiátrico e o neurológico. Com estas inéditas contribuições a psicomotricidade diferenciam-se de outras disciplinas, dispondo sua própria especificidade e autonomia, desenvolve intensa atividade científica, prosseguindo e continuando a obra de Wallon vai consolidando as bases e os princípios da psicomotricidade. (LEVIN, 1995, p. 26)
Para Wallon e Ajuriaguerra, a psicomotricidade, pensa os determinantes biológicos e culturais do desenvolvimento da criança como dialéticos e não redutíveis uns aos outros.
No Brasil, a história da psicomotricidade vem surgindo de forma semelhante à história mundial. Os primeiros documentos apontam seu nascimento na década de 50.
Apenas nos anos de 1970 no Brasil, a psicomotricidade aparece como uma linha de pensamento, a começar como uma forma de recuperar e reabilitar o respeito à autoestima do corpo que experienciaram as mutilações sucedidas em guerra. Depois deste período a psicomotricidade avolumou seus estudos nas áreas ligadas à aprendizagem (GALLARDO, 2009). Nessa conjuntura procurava-se trabalhar o equilíbrio, a lateralidade, a organização espaço-temporal e coordenação
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motora, visando-se possibilitar condições necessárias para o pleno desenvolvimento cognitivo, dando início à educação pelo movimento no Brasil.
No Brasil, a psicomotricidade deu-se a ser divulgada e comentada, por meio de cursos e disciplinas de psicomotricidade em universidade, situadas em todas as regiões, primeiramente como recurso simplesmente pedagógico, com intuição de correção em crianças com distúrbios e desenvolver lacunas de aprendizagem, a princípio introduzida em escolas especiais. Desta maneira a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, se faz presente em universidades com a finalidade de ampliar-se e propiciar cursos, trabalhos científicos, seminários e pesquisas, entre outros, acentuando a ocorrência de diversos congressos nacionais, com repercussões internacionais.
A psicomotricidade no Brasil tem como referência Airton Negrine, que tem como apoio em seus trabalhos os estudos de Vygotsky, Lapierre e Aucounturier.
Hoje em dia a psicomotricidade possui um lugar de destaque no campo educacional, onde se pretende o desenvolvimento global da criança, tornando com que todos os profissionais da educação que trabalham nas escolas possuam um olhar mais atencioso e diferenciado para a motricidade, um novo ponto de vista pedagógico, enriquecendo a qualidade de sua aula e o processo de ensino-aprendizagem.
2.1 Conceitos de Psicomotricidade
A psicomotricidade é compreendida como o desenvolvimento das habilidades cognitivas, emocionais e motoras do sujeito nas diferentes fases da vida, além disso, auxilia as crianças a como se expressarem através do seu corpo e o descobrirem. Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade:
· a ciência que tem como objetivo de estudo o homem através de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem de aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em funções das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE, 2004, apud FERREIRA E RAMOS, 2009, p. 160).
Nessa visão a psicomotricidade contribui na formação corporal do sujeito e em todo seu desenvolvimento global, desde o social até ao motor, ajudando as
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crianças nesse descobrimento do seu corpo e como comunicar-se por meio dele.
Por sua vez, Vayer define a psicomotricidade como:
Sob o ponto de vista do ângulo reeducativo, é uma ação pedagógica e psicológica que utiliza a ação corporal com fim de melhorar ou normalizar o comportamento geral da criança, facilitando o desenvolvimento de todo os aspectos de sua personalidade (VAYER, 1977, p. 30).
Vayer (1977) enfatiza que a educação psicomotora, busca enxergar a criança em sua singularidade, sendo que a construção e a educação do esquema corporal juntamente com a vivência do mundo exterior, são elementos essenciais para que se seja possível ter um melhor desenvolvimento psicomotor, conforme o autor, a motricidade está na origem de todo conhecimento.
Segundo enfatiza Coste (1978) o médico psiquiatra Ajuriaguerra conceitua a psicomotricidade de seguinte forma:
Psicomotricidade se conceitua como ciência de saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas, psicológicas, condutistas, evolutista, genética, etc., ela visa à representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo (COSTE, 1978, p. 33).
A psicomotricidade é uma área do conhecimento que estuda os movimentos do corpo humano e sua influência nos aspectos intelectuais, neurológicos e emocionais, integrado em funções das experiências vividas. (ROSA NETO, 2002; LEVIN, 1995; LE BOULCH, 2001).
A psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio. É um instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e materializa (FONSECA, 2004, p. 10).
Por sua vez, Fonseca (1988) mostra que por meio dos conhecimentos alcançados pelo estudo científicos, define-se o termo psicomotricidade como ponto de partida. A palavra grega psyqué= mente/alma e do verbo latino moto= mover, agitar fortemente, frequentemente, sendo um conjunto de palavras que está relacionada ao movimento corporal ao seu verdadeiro motivo da ação que busca alcançar.
Partindo dessa relação com o seu mundo interno e externo, a psicomotricidade encoraja na criança seu desenvolvimento, aprendizagem e superação, procurandodesenvolver na criança uma organização temporal e espacial, proporcionando a evolução do equilíbrio, coordenação e motricidade fina, assim como integração do próprio corpo, como também trabalhar acontecimentos emocionais e afetivos relativos ao seu contexto.
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3. As funções da Psicomotricidade
A função motora na criança, o desenvolvimento intelectual e afetivo, ambos estão diretamente relacionados, a psicomotricidade pretende justamente enfatizar essa relação presente entre a motricidade, a afetividade e a mente, facilitando essa abordagem global da criança.
Conforme relata Mello (1989) a psicomotricidade pode ser classificada em dez funções psicomotoras: esquema corporal, tônus da postura, coordenação global, motricidade fina, organização espacial e temporal, ritmo, lateralidade, equilíbrio e relaxamento total, diferencial e segmentar, abordaremos cada uma delas.
3.1 Esquema corporal
De acordo com o entendimento de Alves (2018), o desenvolvimento do esquema corporal é notório nos 12 primeiros anos, por meio da relação sujeito-ambiente, perpassando por três etapas: corpo vivido (até três anos de idade); corpo descoberto ou percebido (três a sete anos de idade); corpo representado (sete a 12 anos de idade). Conforme o autor:
Na primeira etapa ocorre o período da inteligência sensório motora de Piaget, onde a criança se importa muito por objetos, imita tudo o que enxerga, no fim ela começa a se perceber que é um ser diferente no espaço em que vive. Na segunda etapa, ela começa a usar o corpo como ponto de referência para se situar e situar objetos, de igual forma como passa a ter noção do tempo e de espaço. Já na terceira etapa, que inicia aos sete anos,
· onde ocorre a estruturação do esquema corporal, em que a criança tem total conhecimento e controle de todo o seu corpo (ALVES, 2008; p.1).
Contudo, para que se atinja essa estruturação definitiva é essencial que a criança receba os estímulos adequados e necessários, para que haja uma transformação no seu interior, como por exemplo: o contato com objetos, atenção dos pais, as atividades escolares, todos estes estímulos favorecem para o desenvolvimento do esquema corporal, possibilitando com que a criança perceba que possui um Eu corporal (ALVES, 2008).
Brincadeiras da infância são de fundamental importância para o desenvolvimento de tal esquema. Essas brincadeiras provocam a autonomia desta sobre os seus movimentos, pois receberem e atenderem comandos como “pule”,
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“corra” e “pare”, por exemplo, vão sendo aperfeiçoadas sua coordenação motora e seus movimentos. (BARRETO et. al. 2012)
De acordo com Vayer (1984, apud ALVES, 2008), todas as sensações percebidas pelas crianças, como dor, alívio e tensão, são necessárias para que ela sinta e reconheça seu corpo. Mas, ainda segundo este autor, tão importantes quanto os estímulos fisiológicos, estão também os estímulos a níveis sociais, ou seja, os valores que a sociedade impõe sobre o corpo, estes influenciam de maneira significativa na maneira como a criança se relacionará com o corpo que possui.
Desta forma, o esquema corporal pode ser compreendido, segundo Barreto:
· uma organização psicomotriz global, compreendendo todos os mecanismos e processos dos níveis motores, tônicos, perceptivos sensoriais e expressivos (verbais e extraverbais), processos nos quais e pelos quais o aspecto afetivo está constantemente investido. É o resultado da experiência do corpo, da qual normalmente o indivíduo toma pouca consciência, é a forma de relacionar-se com o meio por suas próprias possibilidades. É o elemento básico, indispensável na criança para construção de sua personalidade. É a representação mais ou menos global, mais ou menos específica e diferenciada que ela apresenta de seu próprio corpo (BARRETO, 2000.p. 54).
Todavia, durante o processo de desenvolvimento do esquema motor, há outras funções que necessitam ser trabalhadas ao decorrer da infância, como a imagem corporal que será debatida a seguir. (BARRETO 2000 apud BARROS p.17)
3.2 Imagem corporal
A imagem corporal passa a se estabelecer na criança geralmente com dois anos de idade, no momento que a criança se torna capaz de se identificar no ambiente. Sua imagem corporal deve ser compreendida como um processo paralelo que influencia nos sentimentos que o sujeito terá em relação ao seu corpo, se concretizando ao decorrer da infância na díade criança-ambiente. A sua imagem funciona como o centro da sua percepção, corroborando seu desenvolvimento na lateralidade.
Para Alves (2008, p. 22) “a absoluta imagem do corpo é função da organização das emoções, o que naturalmente implica e exige a relação com o outro, isto é, implica um determinado tempo e momento”. Isto é, a imagem corporal da criança é completada na imagem do corpo do outro.
3.3 Coordenação global
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Conforme Oliveira (2012), a coordenação global se refere às atividades desenvolvidas pelos grandes músculos, sendo desenvolvida na criança desde os primeiros anos de vida. Contudo, para o sucesso da mesma, é essencial que o indivíduo tenha um bom equilíbrio, este é aprendido graças à movimentação e experimentação que condicionam a tomada do eixo corporal. Isto é, há uma relação causal, quanto maior for o equilíbrio, melhor será a coordenação.
Conforme Alves (2008),
Uma boa coordenação geral dos movimentos se caracteriza por ser executada de maneira precisa, ocorrendo uma harmonia perfeita de jogos musculares em repouso e movimento, chamados de coordenação estática (realizado em repouso) e coordenação dinâmica (realizado em movimento). Portanto é necessário que seja oferecida à criança oportunidades de movimentos coordenados, para que ocorra um bom desenvolvimento da coordenação motora geral. De acordo com Alves (2008), existem cinco tipos de coordenação motora (coordenação motora -fina, coordenação motora-ampla, coordenação viso-motora, coordenação áudio-motora, coordenação facial) . (Alves 2008 apud Barros 2014 p.18)
Logo Alves enfatizava que para que exista uma boa coordenação é imprescindível uma harmonia entre o equilíbrio dos movimentos, tais quais quando melhores executado, melhor é o desempenho da coordenação.
3.4 Motricidade fina
Como mencionado, esta função psicomotora é uma feição particular da coordenação global, que se refere à habilidade de destreza manual, onde uma mesma pessoa desenvolve várias maneiras de pegar em um objeto, como por exemplo, o movimento de pinça. O autor Oliveira (2012), diz que “a mão é um dos membros mais úteis para a descoberta de tudo”. Logo, esta coordenação pode ser tida como segmentar, na qual o movimento deve ser exercido com precisão para que as atividades complexas possam ser realizadas. (ALVES, 2008; OLIVEIRA, 2012). Entretanto, é por volta dos quatro anos de idade que a criança começa os movimentos de pinça intencionais, como por exemplo, o desenhar, que se realiza devido à dinâmica de simbolização da criança.
3.5 Equilíbrio
· a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de sustentação do corpo utilizando uma combinação adequada de ações musculares. O equilíbrio pode
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ser caracterizado em estático ou dinâmico. Depende essencialmente do sistema labiríntico e do sistema plantar.
No equilíbrio estático o sujeito é capaz de realizar atividades que envolvam ficar em um pé só, na ponta dos pés, ficar agachado por um período mais prolongado de tempo, equilibrar-se em cima de blocos, etc.
No equilíbrio dinâmico o sujeito é capaz de caminhar em pranchas, no meio de calçadas e em cima de materiais diversos.
3.6 Orientação temporal
Esta função psicomotora é essencial para a vida de qualquer pessoa, pois por meio do ritmo a criança consegue, por exemplo, a ter domínio sobre a escrita, tendo discernimento de ordenação e sucessão das letras; no momento que falar, este discernimento permitirá que as histórias possam ser contadas seguindo uma ordem cronológica, com início, meio e fim. A criança aprenderá mediante a aquisição da noção temporal, ela aprenderá noções de tempo como: hoje, amanhã, noite e dia, permitindo a compreensãodo que seja o passado e o futuro (ALVES, 2008).
Todavia, para que essas aquisições de noções temporais aconteçam, é necessária à participação e influência do ambiente, pois conforme Alves (2008, p. 75), “Desde o nascimento, os ritmos corporais devem ajustar-se às condições temporais impostas pelo ambiente, levando a uma organização de ritmicidade na sintonização. Depois do nascimento, a repetição rítmica reforça o movimento”. Isto é, mais uma vez se nota a forte influência que o meio exerce sobre a psicomotricidade humana.
Para Alves (2008),
Existem dois tipos de tempos, o objetivo e o subjetivo, o objetivo é o tempo matemático, sempre idêntico; já o tempo subjetivo é criado por cada sujeito, variando conforme a atividade e o momento. Para que o tempo objetivo seja desenvolvido na criança, na faixa-etária de quatro anos de idade, é primordial que tanto a família quanto a escola auxiliem, e isto acontece no momento em que são estabelecidos horários de hábitos como almoçar, lanchar, brincar, estudar, dormir, etc. O conhecimento em relação aos dias de semana, meses e estações do ano, dever ser ensinados para crianças, pois aos poucos elas serão capazes de assimilar tais conceitos. (ALVES 2008, apud BARROS 2014, p. 22).
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Para Alves (2008), outro conceito que interfere repetidamente na orientação temporal é o ritmo, que pode ser classificado em motor, auditivo e visual. Em relação ao ritmo-motor é preciso que a criança tenha desenvolvido uma boa coordenação global, pois este se refere ao movimento produzido pelo corpo em relação ao tempo em segundos; no ritmo-auditivo, será desenvolvido em harmonia com um movimento, está presente no canto e nas danças; o ritmo-visual envolve a capacidade de percepção do ambiente em movimento.
3.7 Estruturação espacial
Compreende-se por estruturação espacial, a capacidade da pessoa situar a si própria e os outros no espaço. Para que isto aconteça, é essencial que a estruturação espacial percorra as seguintes etapas: primeiro, a criança precisa está apta a se diferenciar do mundo, tornando-se um sujeito no espaço; segundo, é preciso que a criança perceba a posição dos objetos em relação a si mesmo; terceiro, ter a noção das posições dos objetos entre si, todas estas capacidades surgem a partir dos três e quatro anos de idade (ALVES, 2008; LE BOULCH, 1982).
Para Fonseca (2005), nos primeiros meses de vida, a criança depende exclusivamente da motricidade das outras pessoas no que se referem às possibilidades de se deslocar no ambiente. Todavia, quando inicia a engatinhar, e vai desenvolvendo independência, o ambiente é explorado de forma mais intensa, sendo rodeada de informações como perto, longe, acima e abaixo. Conquanto, é quando atingem os quatro anos de idade que as crianças passam a ter uma maior noção das noções de espaço, no instante em que passa a ter uma maior clareza do seu corpo, aprendendo, por exemplo, que o nariz está logo acima da boca.
Também não podemos esquecer o que Alves (2008) disse: “as brincadeiras infantis se fazem necessárias, pois é nelas que eles aprendem a fazer filas, rodas, duplas, entre outras interações com o espaço”. Logo, a criança necessita se mover, pois precisa perceber seu corpo, para melhor perceber o espaço.
3.8 Lateralidade
A lateralidade é compreendida como a prevalência motora de um dos lados do corpo, se tornando perceptível pelo domínio de uma das mãos, braços, pés e olhos, e isto acontece por causa de uma prevalência de um dos hemisférios
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cerebrais em relação ao outro. Caso a criança possua o hemisfério cerebral esquerdo maior que o direito, a criança então será destra, caso aconteça o contrário, será canhota. Em casos que esta prevalência não está clara, a pessoa é chamada de ambidestra (ALVES, 2008).
Conforme Oliveira (2012),
O lado dominante apresenta maior força muscular, precisão e rapidez, executando as ações principais, sendo auxiliado pelo outro lado do corpo, que é tão importante quanto o outro, funcionando de maneira complementar. A dominância lateral ocorre em três níveis: mão, olho e pé. A dominância ocular pode ser percebida quando se fura um cartão e pede-se que o sujeito olhe por ele, o olho escolhido normalmente é o dominante. Quanto às mãos, pode-se perceber a dominância dando um desenho para a criança pintar, a mão que segurar o lápis indicará a dominância. Quanto aos pés, pode-se solicitar ao sujeito que permaneça imóvel sobre uma perna, aquela que conseguir permanecer por mais tempo, provavelmente será a perna dominante. (OLIVEIRA, 2012, apud BARROS 2014 p. 20).
Desta maneira, o lado que a pessoa tem mais habilidades cognitivas, será instantaneamente seu lado “alfa”, e o lado “beta” servirá de complemento, como por exemplo, um jogo de futebol onde o jogador que é canhoto, chutará com a perna esquerda, porém não conseguiria jogar apenas com ela já que a outra perna serve de apoio, por isso apesar de não ser o lado predominante é tão importante quanto o outro.
Conforme Alves (2008, p. 64), “deve-se considerar como de grande importância no desenvolvimento infantil à coordenação visomotora, a organização das percepções táteis e visuais, através de experiências que desenvolvam sua estruturação espacial, da qual dependerá a lateralização”. Isto é, a criança precisa receber vários estímulos que atuem não somente em relação a lateralidade, mas também sobre outras estruturas como equilíbrio, coordenação motora e esquema corporal.
A lateralização também pode ser considerada como a base para estruturação espacial. De acordo com Le Boulch (1982 apud Barros 2014, p. 21), “a lateralidade por volta dos dois e três anos ainda encontra-se flutuante, sendo necessário que a
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criança seja estimulada a realizar exercícios que a auxiliem na definição da dominância lateral”.
3.9 Tônus
Para Coste (1998 apud Mello 1998, p. 38) o tônus da postura é “uma tensão dos músculos, pela qual as posições relativas das diversas partes do corpo são corretamente mantidas e que se opõe às modificações passivas das posições.”.
O tônus muscular é à base de todo o movimento humano e é constituído por duas partes que não podem se separar: a função tônica que é responsável pelo equilíbrio do corpo, e a função da motilidade que é responsável pelos movimentos, pela relação com o mundo, é a função da motilidade que permite à criança todo o conhecimento.
4. A importância da Psicomotricidade na Educação Infantil e nos Anos Iniciais
A Educação Infantil é constituída para educação de crianças entre zero a cinco anos de idade. Em relação, Vieira cita os artigos 29 e 30 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB):
Regida pelos princípios e fins da educação nacional, a educação infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. Sem possuir caráter obrigatório, contempla a ação da família e da comunidade, sendo oferecida em creches ou instituições equivalentes (para crianças de 0 a 3 anos); e em pré-escolas (para crianças de 4 a 5 anos de idade). (VIEIRA, 1999, p. 31)
Projeta-se que o professor tenha consciência do quanto é imprescindível trabalhar a educação motora com as crianças na educação infantil e nos anos iniciais, e perceber o valor do conhecimento e da aplicação da psicomotricidade para o desenvolvimento tanto do movimento quanto da cognição infantil, potencializando o processo ensino-aprendizagem.
O não planejamento do trabalho leva o executor a sérios problemas de condução, de direcionamento das práticas e principalmente de perda de foco. Se não houver objetivos claros, se não houver uma linha de pensamento para seguir, o professor poderá começar a pegar tudo que aparece e assim acabar perdendo efetivamente a direção e os objetivos que deveriam ser propostos. (ALMEIDA, 2007, p. 19)
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O objetivo da educação psicomotora é educar sistemicamente as diferentes condutas psicomotoras e motoras, com o propósito de facilitar a ação das variadas técnicas educativas e consentir assim uma melhor integraçãosocial e escolar. Conforme Mota (2009, p. 74)
[...] a educação psicomotora busca a harmonia entre o agir (corpo), o sentir (afetividade) e o pensar (inteligência). Atua de maneira educativa e preventiva quando vê o ser humano como um todo indivisível, valorizando o corpo, o movimento e a subjetividade de cada ser com seu próprio ritmo; educando mente e corpo ao mesmo tempo em que favorece a construção da personalidade.
Desta maneira, se torna indispensável que os educadores, fundamentados nos conhecimentos da Psicomotricidade, consigam planejar atividades que favoreçam o desenvolvimento global da criança através do movimento, fomentando adequadamente cada fase deste processo.
Na escola, no planejamento das atividades os professores devem planejar atividades que possibilitem a construção da consciência do corpo em relação ao meio. Para tanto, é fundamental que professores, principalmente da educação infantil e dos anos iniciais, saibam os conteúdos basilares da psicomotricidade para atuarem com mais segurança e profissionalismo.
Wallon propõe que se estude o desenvolvimento infantil tomando a própria criança como ponto de partida, buscando compreender cada uma de suas manifestações no conjunto de suas possibilidades, sem a prévia censura da lógica adulta (GALVÃO, 1995, apud MOTA, 2009, p. 79).
Na Educação Infantil e nos anos iniciais, a criança precisa ser estimulada a fim de que suas habilidades motoras venham ser exercitadas e solidificadas, com o intuito de, a partir disso, a criança venha fazer descobertas, dando início o processo de letramento. Haja vista que a Educação Infantil e os anos iniciais são a essência de todo processo educativo, tem que se proporcionar seu desenvolvimento global e também no sentido de prevenção, com o objetivo que não ocorram problemas de aprendizagem.
Desta maneira a criança no início expressa comportamentos de ordem motora e em seguida passam a ser de ordem mental.
Para Fonseca (1998), “a criança faz-se entender por gestos nos primeiros dias de sua vida, e até o momento da linguagem o movimento constitui quase que a
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expressão global de suas necessidades.” (FONSECA, 1998, p. 226). Assim, o movimento como expressão precisa ser entendido e direcionado com êxito a uma finalidade.
Logo a psicomotricidade está evidente nessa ligação com corpo e movimento da criança desde os seus primeiros dias de vida, aonde vai se desenvolvendo e estabelecendo até sua maturação completa.
A criança da Educação Infantil e dos anos iniciais é descrita como sujeito singular, que segundo suas relações culturais, afetivas, sociais e com o meio que vive se desenvolve e aprende. Desde o nascimento ela tem como particularidade principal o gradativo domínio da atividade motriz voluntária, onde consegue o controle voluntário do movimento, convertendo-o cada vez mais efetivo.
Essa criança vai crescendo e construindo sua própria identidade. Essa construção é gradativa e se dá por meio de interações sociais estabelecidas pela criança, nas quais ela, alternadamente, imita e se confunde com o outro, para diferenciar-se dele logo em seguida. A fonte original da vida (...). As crianças vão, gradualmente, percebendo-se e percebendo os outros como diferentes, permitindo que possa acionar seus próprios recursos, o que representa uma condição essencial para o desenvolvimento da autonomia. (MACHADO, 2000, p. 5)
· nesse estágio que a criança precisa ser preparada a aprender de forma prazerosa, já que é sujeito de uma série de processos de criação e atribuição de significados, os quais permearão seus referenciais de análise da realidade e sua própria autoimagem, assim como a maneira como vê os outros. (ROCHA, 2004, p. 48)
Para Le Boulch (1982), “Neste estágio, a atividade motora, em relação com o adulto ou com outras crianças, traduz a expressão de uma necessidade fundamental do movimento, de investigação e de expressão que deve ser satisfeita.” (LE BOULCH, 1982, p. 130).
A Educação Infantil e os Anos Iniciais buscam desenvolver na criança de fórmula motivadora os aspectos emocionais, físicos, intelectuais e sociais, proporcionando por meio de atividades lúdicas e psicomotoras, o desafio, a espontaneidade e a curiosidade, estimulando-as em novas descobertas a começar daquilo que ela já conhece, oportunizando a integração, assim promovendo ao máximo suas potencialidades.
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A escassez de uma educação psicomotora adequada, a escassez de incentivo psicomotor ou até mesmo carência de estímulos, podem provocar dificuldades ou distúrbios no desenvolvimento da criança que, se não forem descobertas desde cedo, poderão prolongar durante toda a sua vida. Dessa forma, a psicomotricidade,
Tem como finalidade normalizar e aperfeiçoar a conduta global do ser humano. Utiliza as ações psicomotoras como meio de comunicação na exploração do movimento consciente, intencional e sensível em sua evolução e formação, sendo considerada como ponto total de apoio das experiências sensório-motoras, emocionais, afetivas, cognitivas, espirituais e sociais, como um todo. (BARROS, 2008, p.65)
Em suma, a psicomotricidade na Educação Infantil e nos Anos iniciais desempenha um papel essencial na educação corporal, proporcionando na criança uma melhor aquisição de seu esquema corporal, abrangendo as dimensões afetivas e cognitivas, com a finalidade de preservar um diálogo consigo mesma e com os outros.
5. METODOLOGIA DA PESQUISA
Este trabalho que teve como objetivo verificar qual a importância de se trabalhar com práticas educativas que fomentem o desenvolvimento psicomotor das crianças na educação infantil e nos anos iniciais. Foi realizado por meio de uma única visita de campo, que teve como finalidade a obtenção de informações que respondesse a um dado problema, registrando-se as variáveis relevantes para uma posterior análise. O tipo da pesquisa se configurou como sendo qualitativa na qual a experiência humana pode ser analisada de maneira que a totalidade do contexto fosse apreendida por aqueles que vivenciassem o fenômeno (GERHARDT & SILVEIRA, 2009; LAKATOS & MARCONI, 2010).
Quanto ao meio de interpretação de dados, foi utilizada a análise do conteúdo que segundo Bardin (2010) pode ser compreendida como um conjunto de técnicas de análise das comunicações. Os indicadores utilizados para realizar a pesquisa foram: sujeitos; instrumento, fontes de informação e equipamentos utilizados; teste do instrumento; contato com as professoras pré-escolares; situação e ambiente; aplicação dos instrumentos; e por último, organização, interpretação e análise dos dados.
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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
 
 Explicação sobre as atividades. Distribuição dos rolinhos.
 
Inicio da dinâmica cooperativa, onde foi desenvolvido o equilibrio,a coordenação motora e lateralidade.
	
 
 
 Momento de descanso no intervalo da primeira atividade.
 
Demonstração da amarelinha africana. Inicio da amarelinha africana.
 
Trabalhando o ritmo, socialização,a lateralidade e os aspectos cognitivos relacionados aos movimentos.
Momento de despedida.
 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como prioridade trazer alguns conceitos da psicomotricidade e abordar suas funções, apresentando suas contribuições no desenvolvimento psicomotor da criança para uma aprendizagem significativa, para tanto fizermos uma reflexão sobre os conceitos de autores que expressam sobre a psicomotricidade, corroborando a importância do desenvolvimento dessas habilidades nas crianças da educação infantil e anos iniciais, e o modo como contribui no processo de ensino-aprendizagem.
Deste modo fizemos o resgate históricoonde o corpo a princípio era muito valorizado e o foco era no dualismo entre corpo-alma, retratando assim a dicotomia da psicomotricidade. A psicomotricidade nasceu quando se percebeu algumas debilidades motrizes associada com relação psicológica, então somente no ano de 1920 surgiu o termo psicomotricidade, criado por Ernest Dupré assim colaborando para evolução e estudos relacionados.
A psicomotricidade é uma ciência que tem ganhado espaço hodiernamente, apontada como a ciência que preconiza o desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e emocionais do ser humano nas diversas fases da vida, colaborando para seu desenvolvimento global.
Na educação infantil e anos iniciais é fundamental trabalhar a psicomotricidade por ser a base de todo processo educativo, são nessas etapas que a criança precisa ser estimulada para que suas habilidades motoras sejam efetivadas e solidificas, dessa forma auxiliando para seu desenvolvimento integral e como modo de prevenção nos problemas de aprendizagem.
As funções estão diretamente ligadas ao desenvolvimento intelectual, afetivo e motor na psicomotricidade, essas funções são denominadas por: esquema corporal, imagem corporal, coordenação global, motricidade fina, equilíbrio, orientação temporal, estruturação espacial, lateralidade e tônus da postura. Essas 
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funções devem ser usadas de diversas formas, com o objetivo de atingir o desenvolvimento da criança em todo o processo educativo, onde o motivo resultante seja a aprendizagem.
Em suma, podemos comprovar que a psicomotricidade vem contribuindo significativamente no desenvolvimento global da criança, desde os primeiros dias de vida. É de total importância que durante a educação infantil e anos inicias a psicomotricidade seja trabalhada por elas serem as bases de todo o processo educativo, buscando participar de forma lúdica para a aprendizagem integral da criança. Desta maneira é necessário que os profissionais da educação e a escola tenham consciência que são essenciais nesse processo, pois se necessita trabalhar com a psicomotricidade de forma integrada e preventiva, colaborando para o pleno desenvolvimento dos educandos e uma aprendizagem significativa.
REFERÊNCIAS
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BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 4 ed. Lisboa: LDA, 2010, 281 p.
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COSTE, J. Claude. A psicomotricidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
FERREIRA, C. A. M.; RAMOS, M. I. B (Orgs.) Psicomotricidade: educação especial
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movimento. São Paulo: FTD, 2009.
GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento
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GERHARDT, T. E. e SILVEIRA, D. T. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: UFRGS, 2009.
LAKATOS, M; MARCONI, E. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010, 297 p.
LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos. 7 ed.
Porto Alegre: Artmed, 2001.
______, J. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até 5 anos. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1982.
LEVIN, Esteban. A clínica psicomotora: o corpo da linguagem. Rio de Janeiro:
Vozes, 1995.
MACHADO, R. E. Método Dinâmico de Ensino: Educação Infantil. 1 ed. São Paulo:
Rideel, 2000.
MELLO, A. M. de. Psicomotricidade, educação física e jogos infantis. São Paulo:
Ibrasa, 1989.
OLIVEIRA,	G.	C.	Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque
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VIEIRA, L. M. F. A formação do profissional da educação infantil no Brasil no contexto da legislação, das políticas e da realidade de atendimento. Revista
pro-posiçoes. Campinas, v.10, n. 1[28], p.31 mar.1999.
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RELATÓRIO DE VISITA
Visita realizada na escola alto do pascoal, com intuito de realização de atividade que formente a psicomotricidade relacional no 3º ano do ensino fundamental. Tendo como objetivo o trabalho do equilibrio, espaço temporal, lateralidade, ritmo, salto, socialização e internalização de regras para aprimoramento dos aspectos cognitivos relacionados ao movimento.
NOME DO LOCAL DE VISITA:
Escola municipal Alto do Pascoal
DESCRIÇÃO DO LOCAL DE VISITA/ SETORES VISITADOS:
Escola composta por 22 turmas entre educação infantil (pré-escola) e ensino fundamental (anos iniciais); 2 merendeiras; 4 auxiliares de serviços gerais; 17 professores; 1 gestora; 1 vice-gestora; 1 coordenadora pedagógica; 2 secretária; 2 estagiários.
DIA/ANO DA VISITA: 
03/10/2019
LOCAL VISITADO:
Sala de aula da turma do 3º ano do ensino fundamental composta por 18 estudantes.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:
1º momento foi de encontro com a turma para apresentação e explicação do motivo da visita.
2º momento os estudantes foram levados para o pátio da escola e fizeram uma fileira para realização da primeira atividade de dinâmica cooperativa.
3º momento foi realizada a atividade da amarelinha africana.
Devem-se seguir as normas da ABNT, que estão apresentadas no Guia de Elaboração e Normatização de Trabalhos Acadêmicos e de Pesquisa da Católica de Vitória.
OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE A ESTRUTURA DO ARTIGO CIENTÍFICO
O artigo final deverá ter um mínimo de 15 páginas e um máximo de 25 páginas, de elementos textuais.
Margens: 3 superior, 3 esquerda, 2 inferior e 2 direita.
Fonte: Arial ou Times, em tamanho 12. Citações com mais de 3 linhas, paginação, notas, legendas e fontes das ilustrações e tabelas devem ser em tamanho 10. Espaçamento entre linhas: simples
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Ilustrações: centralizadas, com borda, título acima delas em tamanho 12. Fonte e legenda abaixo delas em tamanho 10.
Citações diretas curtas (até 3 linhas): entre aspas.
Citações diretas longas (mais de 3 linhas): recuo de 4cm, fonte 10, entre linhas simples (1,0).
Tabela: para dados numéricos. Tem as laterais abertas (dentro dela, fonte 10, entre linhas 1,0).
Quadro: para dados não numéricos. Todo fechado (dentro dele, fonte 10, entre linhas 1,0).
Lista de referências: alinhadas somente à esquerda, fonte 12 (0pt antes / 0pt depois e um “enter” a mais - o cursor do mouse fica piscando uma vez).
Observação: Os TCCs elaborados no formato de artigo científico também poderão seguir os modelos previstos nas demais revistas científicas aprovadas pelos colegiados de cada Curso de Graduação. Nesse caso, a orientação do aluno quanto às normas metodológicas será de responsabilidade do professor orientador e a verificação metodológica institucional se pautará somente na detecção deplágios. Ressalta-se que a avaliação do atendimento às regras metodológicas da revista científica adotada pelo docente/discente caberá ao professor orientador e à banca avaliadora final, que deverá receber previamente as respectivas normas em conjunto com o artigo em sua versão final.

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