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TEXTO DE APOIO Nº 1 - CONTRATO DE DEPÓSITO GB

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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE
 CURSO: GESTÃO FNANCEIRA E BANCARIA
 CADEIRA: OPERAÇÕES PASSIVAS E ACTIVAS
TEXTO DE APOIO Nº 1
Introdução
Operações Bancárias Gerais
CONTRATO DE DEPÓSITO
Definição e intervenientes
Depósitos Regulares e Irregulares
TIPOS DE DEPÓSITOS
1. Depósito à Ordem (D. À O)
	Requisitos para a constituição de um D à O
	Condições para a mobilização de um D à O
2. Depósito a Prazo (D.P)
	Requisitos para a constituição de D.P
	Depósito a Prazo mobilizável antecipadamente
	Condições de mobilização
	Depósito a Prazo não mobilizável antecipadamente
3. Depósto com Pré-Aviso (D.P.A)
	Definição
	Requisitos para a constituição de um D.P.A
	Condições para a mobilização de um D.P.A
Sumário:
DEPÓSITO BANCÁRIO
Depósito/Definição
· Intervenientes.
· Depósito Regular e Irregular.
Depósito à Ordem
Definição
· Requisitos para a Constituição de um D.O.
· Condições para a Mobilização de um D.O.
· Forma de Remuneração de um D.O.
Depósito a Prazo
Definição
· Requisitos para a Constituição de um D.P.
· Depósito a Prazo Mobilizável Antecipadamente: Condições de Mobilização.
· Forma de Remuneração de um D.P.
· Depósito a Prazo não Mobilizável Antecipadamente: Condições de Mobilização.
· Forma de Remuneração.
Depósito com Pré-Aviso
Definição
· Requisitos para a Constituição de um D.P.A.
· Condições para a Mobilização de um D.P.A.
· Forma de Remuneração de um D.P.A.
INTRODUÇÃO
É importante analisar a actividade económica e o papel que os bancos assumem, no decurso das suas actividades. Para tal é necessário conhecer um pouco as actividades por eles realizadas e os mecanismos pelos quais realizam as operações bancárias e serviços prestados.
As Operações Bancárias Gerais
A banca decurso das suas actividades tradicionais, realiza operações de “compra” e “venda” de dinheiro, isto é, aceitava sob a forma de activos monetários, depósitos de clientes que, depois geria e aplicava em operações de crédito, a curto, médio ou longo prazo.
Actualmente, dada a uma agressiva e sã concorrência, os bancos são levados a colocar no mercado produtos e serviços que não lhe competiam tradicionalmente, enquanto intermediários financeiros.
Com efeito, a banca promove e divulga a prestação de serviços, já não para incrementar a sua actividade principal - o crédito - mas para obter receitas e contra-partidas no âmbito dos próprios serviços.
Operações Bancárias Tradicionais
Os clientes com excedentes monetários solicitam aos bancos a constituição de depósitos, onde possam aplicar as suas disponibilidades.
Agindo em conformidade, os bancos promovem a abertura de contas que, consoante o contrato de abertura pré-estabelecido, poderão ser movimentadas à vista ou a prazo.
Os clientes com dificuldades de liquidez, em contrapartida, dirigem-se à banca na intenção de obter crédito. Se for do seu interesse, os bancos poderão satisfazer essa pretensão, através de uma das operações de crédito: desconto de títulos, contrato de aberturas de crédito - nas suas diversas modalidades, conta-empréstimo ou conta-corrente.
Outras Operações/Serviços
A actividade bancária não se limita, contudo, à recepção de depósitos e à concessão de crédito. Os clientes têm à sua disposição outros tipos de operações/serviços: transferências, ordens de pagamento, operações sobre títulos de crédito, operações cambiais e de comércio externo.
Devem, ainda, referir-se: a cobrança de valores - letras, recibos, etc, a guarda de valores, o aluguer de cofres-fortes e a administração de propriedades.
É todo este conjunto de operações — que habitualmente se designam por operações domésticas, quando se realizam em território nacional.
O Contrato de Depósito.
Ao constituir um depósito o cliente entrega ao banco as suas disponibilidades, recebendo, em troca, segurança e uma dada remuneração - o juro - a que o banco se obriga pelos capitais a ele confiados.
Através do depósito, o banco recebe odinheiro/fundos necessários aos empréstimos que concede.
Intervenientes
O depósito é uma operação que garante, ao cliente, segurança e uma remuneração pelo capital depositado. Constitui, ainda, um meio através do qual o banco capta os recursos financeiros que lhe permitem realizar as operações de crédito.
A constituição de um depósito implica sempre um contrato entre dois intervenientes: o depositante - o cliente - e o depositário - o banco.
Este contrato tem início no momento da abertura da conta e materializa-se no preenchimento da ficha de assinaturas.
As duas partes ficam, legalmente, com determinadas obrigações – o banco, por exemplo, torna-se responsável pelos bens lhe forem entregues, e o cliente, por efectuar movimentos apenas nas condições acordadas.
Depósito Regular e Irregular 
O depósito bancário não implica, porém, sempre o mesmo tipo de contrato, significando que:
· Quando um banco, aceita guardar uma salva de prata de um cliente, ou títulos nominativos, ele é obrigado a devolver esses objectos quando tal lhe for pedido.
· Quando um cliente depósita no Banco dinheiro, cheques ou vales de correio resultantes dos seus negócios, já não acontece o mesmo: o cliente não espera, como éóbvio, que, ao efectuar um levantamento, o banco lhe entregue as mesmas notas, cheques e vales que depositou.
No primeiro caso, estamos perante um depósito regular; no segundo, perante um depósito irregular.
Portanto:
Depósito Regular: aquele em que o banco fica obrigado a restituir ao cliente os mesmos bens que lhe são confiados.
Depósito Irregular: aquele em que o banco não fica obrigado a restituir os objectos depositados, mas sim uma quantia em dinheiro com valor equivalente.
Como se pode depreender, só no depósito irregular o depositário pode utilizar, por sua própria conta e risco, parte do capital que o cliente coloca em depósito, pois o remanescente vai constituir a reserva de caixa determinada pelo Banco de Moçambique, sendo este o Banco Central.
Deste modo, o banco está, de facto, a «comprar» dinheiro aos clientes, os quais são, por isso mesmo, recompensados.
Para efeitos deste capítulo, quando falarmos em depósito, estaremos sempre a referir-nos ao depósito irregular.
Principais modalidades de depósito:
· Depósito à Ordem;
· Depósito a Prazo;
· Depósito com Pré-Aviso.
1. Depósito à Ordem
Definição
Depósito à Ordem (D.à O.) – é uma modalidade de depósito na qual o banco fica obrigado a restituir a qualquer momento o dinheiro que o cliente lhe confiou.
Requisitos para a Constituição de um D.À O.
Para se constituir um Depósito a Ordem, é necessário:
· Abrir uma conta bancária;
· Depositar o montante mínimo exigido pelo banco;
· Entregar um impresso, onde registou:
O valor minimo varia de banco para banco.
O cliente ficará com um duplicado deste impresso que, uma vez carimbado pelo caixa ou certificado pelo computador, constituirá o talão de depósito.
Condições para a Mobilização de um D.O.
O cliente de um banco uma vez ter constituido uma conta D.à.O significa que, a qualquer momento, pode efectuar levantamentos na totalidade ou parte do dinheiro depositado na conta, assim como acrescentar novas quantias ao depósito inicial.
Os levantamentos podem ser feitos através de:
Cheque;
Ordem de pagamento;
Transferência;
Cartão de débito.
Forma de Remuneração de um D.O.
Os depósitos à ordem vencem juros. Mas os bancos não remuneram sempre os D.à O. à sua guarda.
Actualmente, as instituições de crédito têm liberdade de remunerar, ou não, um D.O., independentemente do montante do mesmo ou da qualidade do seu titular.
Então, os motivos que levam à constituição de um depósito à ordem são geralmente:
· A segurança
· A facilidade em dispor do dinheiro;
· A rapidez com que o que o cliente pode transferir dinheiro para os seus credores, através de moeda escritural.
2. Depósito a Prazo
A constituição de um Depósito a prazo, pressupõe a existência de uma poupança por um lado, por outro a necessidade de render algum juro.
Deste modo, é fundamental ter alguma informação sobre as principais características do Depósito a Prazo.Depósito à Prazo (D.P) – caracteriza-se pelo facto do banco poder dispor do capital depositado por um período de tempo determinado, visto que o depositante se compromete a não proceder a levantamentos antes do vencimento do prazo.
Existem, contudo, duas modalidades de Depósito a Prazo:
· Depósito a Prazo mobilizável antecipadamente;
· Depósito a Prazo sem mobilização antecipada.
Requisitos para a Constituição de um D.P.
Para constituir um depósito a prazo, o cliente terá de:
· Abrir uma conta e efectuar um D. à O.
· Depositar a prazo o montante mínimo exigido pelo banco - pode fazê-lo directamente ou transferi-lo a partir de um depósito à ordem;
· Preencher um impresso que é fornecido pelo banco, tendo em conta se:
· O dinheiro é depositado directamente.
· O montante é debitado da conta de depósito à ordem.
Assim, ao efectuar este depósito, o cliente ficará com um duplicado do impresso preenchido, o qual comprova a sua constituição.
Além do duplicado do impresso, é obrigatória a emissão de um título nominativo e instransmissível que representa o depósito.
O título consubstancia o contrato de depósito a prazo. Assim, há certos elementos que são essenciais na caracterização do contrato e que, como tal, têm de constar no título, designadamente:
· O valor do depósito, em algarismos e por extenso;
· O prazo porque foi constituído o depósito e a data de vencimento;
· As condições em que o depósito pode ser mobilizado, antes do vencimento, se for caso disso;
· A taxa de juro convencionada, incluindo a taxa de juro aplicável a situações de reembolso antecipado, se for caso disso;
· A forma e calendário de pagamento dos juros;
· As condições em que o depósito pode ser renovado na ausência de declaração do depositante.
Depósito a Prazo Mobilizável Antecipadamente:
Condições de Mobilização
O prazo destes depósitos pode ser livremente acordado entre as instituições de crédito e os seus clientes. Os períodos de tempo mais utilizados são: 31, 91,181 dias e um ano e um dia.
Nesta modalidade de depósito, o depositante compromete-se a não efectuar levantamentos antes do prazo inicialmente acordado.
No entanto, o cliente poderá efectuar levantamentos antecipados desde que o faça nos termos estabelecidos previamente, aquando da celebração do contrato.
Os termos ou condições de mobilização antecipada terão de constar, obrigatoriamente, do título que formaliza a constituição do depósito a prazo.
Os bancos têm, geralmente, impressos próprios para o levantamento dos D.P. 
Na data do vencimento, os depósitos a prazo serão renovados mediante as Condições estipuladas, aquando da sua constituição, salvo declaração em contrário do depositante.
Forma de Remuneração de um D.P.
A remuneração de um depósito a prazo é efectuada na data do vencimento, é tanto maior quanto maior for o prazo.
A remuneração (juro) que o cliente recebe, pode geralmente, escolhe entre duas modalidades:
· A 1ª, os juros são creditados na conta D.à O.;
· Na 2ª, os juros são acumulados ao montante depositado.
Depósito a Prazo não Mobilizável Antecipadamente:
Condições de Mobilização
Os depósitos a prazo sem mobilização antecipada são exigíveis, apenas, no fim do prazo porque foram constituídos, não podendo ser reembolsados antes do decurso desse mesmo prazo.
Forma de Remuneração
A remuneração do depósito a prazo mobilizável antecipadamente se efectua à taxa de juro inicialmente acordada.
No caso de se efectuar uma mobilização antecipada, a taxa a aplicar, bem como o respectivo regime, serão aqueles que previamente convencionaram e que constam, obrigatoriamente, no Título do Depósito.
A remuneração do depósito a prazo não mobilizável antecipadamente será efectuada, igualmente, à taxa de juro convencionada entre as partes.
Em ambos os casos, a forma e o calendário de pagamento dos juros, deverão ser acordados previamente e constar do Título de Depósito.
3. Depósito com Pré-Aviso
Definição
Depósito com Pré-aviso (D.P.A) – esta modalidade caracteriza-se pelo facto de o depositante se comprometer a não efectuar levantamentos sem avisar previamente por escrito, o banco.
A antecedência com que este aviso é feito é fixada no acto de celebração do contrato entre o Banco e o seu Cliente.
Requisitos para a Constituição de um D.P.A.
Para constituir um Depósito com Pré-aviso, o cliente deverá:
· Preencher um impresso próprio para D.P.A. ou, então, um impresso de D. àO., transformável mediante um código.
· Possuir uma importância igual ou superior ao montante mínimo exigido;
· Escrever uma carta ao banco, onde se estabelece a antecedência com a qual deve avisar os levantamentos.
Constituído o depósito, o cliente ficará na posse do duplicado do impresso que preencheu - uma vez certificado pela caixa.
Condições para a Mobilização de um D.P.A.
As condições para a mobilização de um D.P.A consistirão em:
· Os levantamentos só serão permitidos depois de o cliente ter prevenido o banco por escrito, respeitando o pré-aviso anteriormente fixado;
· Não são permitidos os levantamentos antecipados - efectuados antes do prazo de pré-aviso;
· Podem ser adicionados ao montante inicial, novas importâncias;
· Entregue o pré-aviso, se o cliente não proceder a levantamento, o banco pode passar o D.P.A. a D.à O.
Forma de Remuneração de um DPA
As taxas de juro dos D.P.A são acordadas entre as instituições de crédito e os seus clientes e dependem do prazo de Pré-aviso estabelecido.
A grande vantagem deste tipo de depósitos é a sua flexibilidade em termos de:
· Poder efectuar sucessivos créditos no seu depósito com pré-aviso; 
· Pode rmobilizar os fundos dessa conta, sem penalização na remuneração, desde que, respeite o prazo do pré-aviso.
Deste modo, pode-se dizer que o Depósito com Pré-Aviso é um tipo de depósito que, quanto às suas características, está entre o Depósito à Ordem e o Depósito a Prazo.
· Em relação ao Depósito à Ordem, o D.P.A apresenta uma remuneração mais elevada porque a mobilização dos fundos não pode ser feita de imediato, mas apenas dentro do prazo estabelecido.

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