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PROJETO ULTIMA VERSÃO - FINAL

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FADERGS
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA DE ESTÁGIO BÁSICO EM PROCESSOS EDUCATIVOS
PROJETO DE INTERVENÇÃO 
Pensando as Emoções
ALUNOS:Ana Paula Coelho, Jeniffer Cristina Borsatto e Leticia Rocha
SUPERVISORA ACADÊMICA: Yáskara Arrial Palma
PORTO ALEGRE, ABRIL DE 2019.
SUMÁRIO
1. Territorialização.............................................................................................................3
2. Introdução.....................................................................................................................6
2.1 Objetivo da Intervenção.............................................................................................9
3. Método.........................................................................................................................10
4. Resultados e Discussão ...............................................................................................16
5. Considerações finais ..................................................................................................28
6. Referências bibliográfica.............................................................................................30
7. Anexo..........................................................................................................................32
	1. Territorialização
A Escola Municipal de Educação Básica Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha está localizada na Rua Xavier de Carvalho, 274 – Bairro Sarandi, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. É uma escola pública, fundada em 3 de maio de 1954, sendo a única do município de Porto Alegre que oferece desde a Educação Infantil até cursos Técnico em Administração e EJA (educação para jovens e adultos), atingindo assim todas as faixas etárias, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo MEC - Ministério da Educação, órgão do governo federal responsável pelas políticas nacionais de educação e ensino. 
Compreendendo a territorialização como uma reorganização social, onde por meio da criação de uma nova unidade sociocultural cria-se também uma identidade, segundo Bourdieu (1980 apud SILVA, 2016), esse conceito pode ser compreendido como um processo de definir limites e demarcar fronteiras.Portanto como estrutura física, a escola possui: 140 funcionários, 1450 alunos, salas de aula convencionais, dependências acessíveis para pessoas com deficiência, biblioteca, cozinha, laboratórios de informática e ciências, quadra de esportes, sala de atividades especiais e recursos tecnológicos de educação, além de contar atualmente com uma equipe de estagiários de psicologia que juntos a psicóloga local, Sra. Patrícia Dalarosa (CRP 16024), desenvolvem e executam projetos psicoeducativos e psicossociais.
Localizada no bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre, a escola encontra-se próxima das cidades de Canoas, Alvorada e Cachoeirinha. O bairro Sarandi é considerado um dos bairros mais populosos do município com 91,366 habitantes e considerado, ainda hoje, um bairro de classe média baixa, com 29.833 domicílios (dados 2010). A região é constituída por algumas vilas e muitas ocupações estão esperando pela regularização que já se encontra em processo de andamento. 
A história do bairro começou no século 19, quando ainda era conhecido como Arroio Sarandi, mas aos poucos esta região foi povoada e referenciada por suas plantações de arroz nas margens do rio Gravataí. No ano de 1962, foi fundado o Clube Comercial Sarandi, um dos clubes mais antigos da cidade. Além disso, o bairro também abriga um dos maiores teatros da América Latina, o Teatro SESI (Serviço Social da Indústria), no centro de Convenções da FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul). 
Nas proximidades da Escola estão localizadas a Unidade de Saúde Sarandi, que conta com equipe multiprofissional, prestando serviços nas áreas de acolhimento, consultas,assistência odontológica, procedimentos de enfermagem, acompanhamento de crianças e gestantes em risco nutricional. Além disso, temos também as visitas domiciliares por agentes comunitários de saúde, profissionais da equipe técnica e grupos de orientação e educação em saúde. Para demandas sociais e de proteção básica, o bairro conta com Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, que possui a função de gestão territorial da rede de assistência social básica, promovendo a organização e a articulação das unidades a ele referenciadas, sendo seu principal serviço ofertado o PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família).
Temos também parcerias com o SEMEAR (Serviço Médico educacional de Atendimento e Reabilitação) que junto de uma equipe multidisciplinar oferece prestações de serviços como: Clínico-Terapêutico, Psicologia, Fonoaudióloga, Psicopedagogia, Serviço Social e Neuropediatra. A escola conta também com o apoio da FADERS (Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul) e o CT (Conselho Tutelar), que atualmente não comparece nas reuniões solicitadas pela Rede de Atendimento, o que tem dificultado a interação entre a escola e o CT. Além da ONG Sempre Mulher, que acolhe mulheres em busca de cidadania e da valorização social de famílias em situação de vulnerabilidade.
Nas proximidades há paradas de diversas linhas de ônibus coletivo, farmácias, mercados, lojas de vestuário, salões de beleza, restaurantes, briques, lojas dos mais diversos itens (desde papelaria a madeira, tecidos e peças automotivas). No entanto, apesar de todos estes recursos, percebe-se uma extrema vulnerabilidade das condições de vida desses cidadãos. Sendo um bairro criado sem planejamento habitacional, sujeito a invasões e em condições de vida precárias refletidas na falta de saneamento básico e o tráfico de drogas, fazem do colégio o refúgio de muitas crianças. 
Nos dias de chuvas o bairro tem problemas de escoamento de água, prejudicado por ser muito plano. Há um grande córrego que corta o bairro, o qual é alimentado com esgotos clandestinos, trazendo assim mal cheiro e colocando parte da população em situação de risco.Em termos de segurança pública, a Delegacia mais próxima fica na Rua Plínio Kroeff, 2000. Por ser um bairro com alto índice de violência, se faz necessário um policiamento mais ostensivo nas ruas, porém sabe-se que o número de policiais efetivos da cidade é insuficiente para grande demanda.
2. Introdução
Os espaços escolares foram sofrendo modificações ao longo dos anos de acordo com a construção da sociedade e exigências externas a elas das quais regulam as formas de subjetivação dos indivíduos tornando-os aceitáveis ou inaceitáveis. Antes visto como o "espaço do ócio" (WOGEL, 2013), atualmente, as escolas são reconhecidas como um local direcionado para a questão da aprendizagem de alunos trazendo muitos conhecimentos, que influenciados pelas questões sócio-políticas, voltam-se para a área do trabalho. Portanto, trata-se de um espaço de organização social que pode limitar determinadas ações, como também, pode criar inúmeras possibilidades de interações entre alunos. (SEVERINO, 2001).
Conforme Baremblitt (1992), ''neste sentido, é que uma escola tem também um funcionamento articulado, interpenetrado com muitas outras organizações, instituições, com muitos outros instituintes e organizantes da sociedade.'' Algumas dessas interpenetrações observadas no estabelecimento escolar são as ações e práticas derivadas de outras instituições disciplinadoras, como por exemplo organizações militares, que visam o adestramento dos indivíduos. Este estabelecimento de ensino, por vezes, assemelha-se a sistemas de aprisionamento e disciplina à medida que se utiliza de sinais sonoros, delimitadores de espaço e verdadeiras jaulas que mantém os alunos presos por um considerável período de tempo.
Acontece que uma escola não só alfabetiza, não só instrui, não só educa dentro dos objetivos manifestos do organizado e do instituído, mas também prepara forma de trabalho (alienado), ou seja, umaescola também é uma fábrica[...] e além de ensiná-los a ler e escrever, o que fundamentalmente lhes ensina é a obedecer, e o que basicamente lhe transmite é um sistema de prêmios e punições. (BAREMBLITT, 1992, p.33)
	Simbolizando as mesmas ações de uma fábrica, a escola emprega relações de autoridade e submissão entre profissionais e aprendizes validando-se a medida que são utilizadas regras pré-estabelecidas e não ponderáveis, desconsiderando as particularidades dos sujeitos e suas realidades. Lista de chamada para controlar frequência, uso da régua como amedrontamento, monitores para fiscalizar, listas de aprovados e reprovados para discriminação e estigmação, sendo assim, a escola ensina uma série de valores estabelecendo do que deve ser construído e destruído, produzindo implicitamente indivíduos mais agressivos (BAREMBLIT,1992).
	Como descrito acima, essas noções de atravessamento de outras organizações remetem a um conjunto de práticas que colaboram para uma verdadeira manutenção da exploração, do silenciamento, dos sistemas classificatórios, entre outros, que são protagonizados pelo ''Estado que se implanta nos sujeitos a nível do inconsciente'' (BAREMBLITT, 1992, p. 60). E como um atravessamento muito presente nas instituições escolares este mesmo Estado, “[...] gerentes pseudoexitosos, modernos e eficientes administradores de enormes riquezas, persuadiram as populações com benefícios concretos ou imaginários [...]”. (BAREMBLITT, 1992, p.115)
	Em relação à influencia do Estado sobre as organizações percebe-se um caráter intransigente com relação as demandas reais e irreais, aquelas que são espontâneas - básicas, indiscutíveis e universais - em detrimento das demandas que gera a noção das necessidades produzidas. O Institucionalismo trás um questionamento de que a carência de um ser humano não se constitui apenas de sua demanda espontânea e o que temos entendido como uma ''necessidade básica'' na verdade é uma ''necessidade construída'' para delimitar padrão do que precisamos, do que queremos e do que de fato é indispensável. 
[...] não existem demandas ''espontâneas'' pois em todas e em cada uma dessas organizações que acabamos de descrever, a noção das necessidades é produzida, assim como a demanda é modulada; isto é, aquilo que os povos pensam que todos os membros de uma população e todos os povos do mundo precisam como ''mínimo'' não existe. Esse ''mínimo'' é gerado em cada sociedade e é diferente para cada segmento da mesma. (BAREMBLITT, 1992, p.16)
	As demandas moduladas não levam em conta os aspectos singulares de uma determinada região muito menos a vulnerabilidade associada a ela, a demanda é construída pela falência de outras instituições. A falência dos serviços que deveriam ser realizados pelos órgãos responsáveis, mas que não o são, ou realizam mal a sua oferta, produz uma outra demanda acarretando na oferta de um outro órgão para solucionar um problema secundário. Por exemplo, um problema de saneamento básico não resolvido trás consequências a saúde daquela população local, redirecionando os esforços que deveriam agir de maneira preventiva para uma forma interventiva - tratamento medicamentoso/curativo. 
Conforme Barembitt (1992), a demanda é produzida pelos próprios estabelecimentos de saúde que disponibilizam seus serviços os quais são incompletos, retrógrados, e que geram adoecimento da população porque não são eficazes na resolução de determinados problemas. Assim pode-se comparar à uma escola por ser entendida como um movimento positivo e construtor de cidadania a medida que supre demandas internas que não são próprias do estabelecimento escolar, assumindo uma responsabilidade além das que são suas atribuições. O fracasso escolar não se deve necessariamente a falhas na rede de ensino, mas sim a um efeito cascata de outros órgãos como o bolsa família (que tem como objetivo aumentar rendas para a alimentação de filhos de pessoas com pouco recurso financeiro), cuja deficiência desencadeia uma má alfabetização, baixa produtividade e pouco conhecimentos que levam então as evasões escolares e empobrecimento da comunidade.
	As correntes instituintes, que são materializadas pelos elementos adquiridos na escola, permitem assim integrar um sistema de ajuda mutua entre os alunos fazendo com que a escola possa ser um lugar de luta sindical e revolucionaria por meio de seus grêmios estudantis e organizações político-escolares gerando um ambiente de doutrinamento para revolução, exercitando a solidariedade e ensinando a lutar por seus direitos. A interpenetração destas correntes instituintes chama-se transversalidade e o profissional da psicologia é um transformador de aspectos instituídos. Sua intervenção na escola tem caráter instituínte, da ordem da transversalidade, como um elemento novo, gerando devires e atualizando práticas e dinâmicas reproduzidas (BAREMBLITT, 1992). Sendo assim, complementando e promovendo estas práticas transversais, já que antigamente a psicologia estava voltada para aspectos físicos e biológicos que classificavam e estigmatizavam os sujeitos, além de corrigi-los e adaptá-los a escola e ao mercado de trabalho. 
Atualmente, presenciamos em nossa pratica uma integração de saberes de maneira a empoderar o sujeito e torná-lo autor de sua própria história com parâmetros sustentados muito mais no sucesso do que no fracasso. Atuação que outrora era responsável por classificar os alunos portadores de dificuldades escolares de maneira a atentar ajustar aos padrões socialmente aceitos e pré-determinados, propondo métodos diferentes que os regulares de ensino, rotulado como educação especial. (BISINOTO; MARINHO-ARAÚJO, 2009)
Este novo fazer em psicologia tem em vista a ideia de que o ser humano se constitui em grupos (BASTOS, 2010) e, portanto, é necessario estudar os grupos como um tema fundamental da psicologia e principalmente desta intervenção que nos propomos a fazer. Com base em BISINOTO e MARINHO-ARAÚJO (2009) a Psicologia Escolar contemporânea propõe uma intervenção preventiva com a finalidade de contribuir nas reformulações pessoais e institucionais oportunizando aos envolvidos oportunizando transformações e evolução qualitativa em seu desenvolvimento.
Na busca pela desconstrução de uma educação civilizatória de processos socializadores, dando lugar a uma cultura fundada no diálogo com participação coletiva (ELIAS, 2008), este projeto de psicoeducação das emoções visa a criação e ampliação de práticas em psicologia uma ampliação de conhecimentos e formas de expressar-se. Através dos facilitadores, reconhecer suas emoções e saber lidar com elas por meio de reformulações das habilidades sócioemocionais do ser humano na busca por resiliência (OLIVEIRA et al, 2019).
As emoções são adaptativas porque preparam, predispõem e orientam comportamentos para experiências positivas ou negativas, mesmo comportamentos de sobrevivência e de reprodução. As emoções fornecem informações sobre a importância dos estímulos exteriores e interiores do organismo, e também, sobre as situações-problema onde os indivíduos se encontram envolvidos num determinado contexto. (FONSECA, 2016, p. 2)
Mostra-se assim a importância das emoções na aprendizagem e vida dos sujeitos. Assim como a psicoeducação das emoções que propõe a promoção de hábitos saudáveis na medida em que se entendam as próprias emoções e utiliza-as de maneira a criar reflexões das melhores formas de externá-las minimizando a dor ou sofrimento ao outro. Este projeto tem em vista a realização de grupos operativos para criação de espaços em que se possa expressar e reconhecer seus pensamentos, emoções e comportamentos, proporcionando maior qualidade nos estilos de vida.
2.1 Objetivo da Intervenção
Este trabalho tem como objetivo propiciar a psicoeducação das emoções de alunos do ensino fundamental de uma escola da rede pública do Município de Porto Alegre - RS. Desenvolver um espaço onde os alunos possam reconhecer suas emoções, sentimentos e também dificuldades relacionadas às situações do cotidiano. Promover aprevenção e promoção de saúde mental e aprimoramento das habilidades sociais através do trabalho com grupos operativos. 
3. Método
	A primeira parte da intervenção terá como objetivo a apresentação do Espaço Conviver, apresentação das facilitadoras (estudantes de psicologia e a Professora orientadora do Projeto) e dos integrantes do grupo com o qual trabalharemos. Para isto, se utilizará uma dinâmica quebra-gelo que além de proporcionar um método de apresentação, trabalha com questões da união do grupo, uma vez que estaremos todos conectados por um barbante de lã, como também estimula a importância de ouvir o outro, além de habilidades como memória e concentração. Desde o primeiro encontro trabalharemos com grupos operativos, com base na ‘’Teoria de grupos operativos’’ elaborada por Pichon-Rivière, que define o grupo como um agrupamento de pessoas ligadas pelo tempo e espaço que se propõem a execução de determinada tarefa dando importância aos vínculos sociais criados a partir de processos de comunicação e aprendizagem considerando o indivíduo um sujeito social (SOARES, 2007).
A dinâmica quebra-gelo consiste na apresentação do terapeuta que ao dizer seu nome, idade, o que gosta de fazer e o que espera do grupo, deve segurar na ponta do barbante e passar o novelo de lã para outro participante. Assim, sucessivamente, o barbante é atirado de um membro a outro até que se forme uma grande teia, conectando todos do grupo. Para finalizar, a teia deve ser desenrolada e cada participante ao passar o barbante a quem lhe jogou deve lembrar o que o colega disse. Após a interação entre o grupo, explica-se sobre o Projeto a ser realizado com a turma e pergunta-se a eles se gostariam de participar das atividades, estabelecendo um Termo de Consentimento. 
Será proposto combinações necessárias para o bom andamento do projeto, das quais criaremos juntamente com a turma, de forma co-participativa, considerando os aspectos levantados por eles como regras de funcionamento do grupo salientando sobre o respeito entre os participantes e sobre o sigilo das informações (o que é falado no grupo permanece no grupo). Neufeldet al (2014) salienta a importância, no trabalho com adolescentes, as interações e dinâmicas buscarem valorizar a opinião dos mesmos de modo a dar segurança das suas percepções do ambiente para que estes possam expressar-se e praticar as habilidades adquiridas no local. Além disso, o autor traz a relevância da construção conjunta das regras de modo a permitir que os participantes sugiram e concordem com as mesmas para um bom funcionamento grupal. 
Com as combinações definidas, se fará uma pequena abordagem sobre o que é emoção. Utilizando o jogo da “Batata Quente”, onde todos se sentam em roda enquanto um deles canta; a “batata quente” (representada aqui por uma caixa) irá passa de mão em mão, até que o participante que está cantando grite a palavra “queimou”. O participante que estava segurando a caixa sorteará uma emoção (em formato de “emojis”) da qual terá de fazer uma mímica para que os outros membros adivinhem qual foi a emoção sorteada. Dando sequência a atividade, quem fez a mímica passará a cantar “batata quente”. Essa dinâmica tem como a finalidade fazer com que as crianças conheçam suas emoções e aprendam a lidar com elas, porque conforme, Del Prette e Del Prette (2004) esse conhecimento é um fator essencial para o desenvolvimento interpessoal e um componente social de praticamente todas as situações do dia-a-dia. Podemos notar essas emoções através de suas expressões verbais e não verbais e permitir a esses decidir qual expressão mais adequada a cada emoção.
Finalizando o primeiro encontro será proposto a abertura do ''Livro das Emoções'' como finalidade de registrar o desenvolvimento da turma em relação as emoções sentidas ao longo dos encontros para que no final dos encontros seja observado a evolução das habilidades sociais e emocionais. O livro será confeccionado pelos próprios alunos através de materiais disponibilizados pelo Espaço Conviver. Em um segundo momento com a turma, pretende-se trabalhar a autorreflexão, suas forças pessoais e habilidades para enfrentar os eventos do cotidiano e criar estratégias de como lidar com algumas situações do dia a dia. Del Prette e Del Prette (2004) enfatiza que a criança, para lidar com os desafios e demandas da atualidade, precisa desenvolver um elaborado repertório de habilidades sociais que representa um importante indicador de ajustamento psicossocial com perspectivas positivas para o seu desenvolvimento individual. 
	Auxiliando assim os mesmo a reconhecer a importância de suas atuações sejam elas as mais simples ou mais elaboradas que podem trazer grandes benefícios a si e aos indivíduos que estão a sua volta. Conforme Rocha-Coutinho (1994) define estratégias como uma forma de levar a pessoa a pensar, sentir e agir de maneira espontânea que se modifica diante de diferentes contextos nos quais as ações se desenvolvem. Introduziremos uma conversa sobre o assunto e em seguida iniciaremos uma atividade que consiste em um jogo em equipe que nomeamos de “Reflexões sobre Nossas Ações”. Será montado um tabuleiro no chão, contendo 30 (trinta) casas, feito com os bambolês que existem no Espaço Conviver e um dado grande para que os participantes do jogo sejam os próprios alunos. Dessa maneira dividiremos a turma em 4 (quatro) equipes separadas e cada grupo terá um representante. Como o dado possui 6 (seis) lados, ficará posicionado no cenário do jogo 6 (seis) caixas com perguntas sobre os temas trabalhados durante as sessões, referentes aos acontecimentos do cotidiano vivenciados pelos próprios estudantes, a fim de refletir de que maneira podem empregar suas forças e habilidades pessoais.
A tarefa ocorrerá da seguinte maneira: será lançado o dado e a lateral que cair para cima será a quantidade de casas que um dos participante da equipe irá percorrer e responderá a pergunta que estará na respectiva caixa referente ao numero do dado que se posicionou para cima. Por conseguinte, a equipe que alcançar primeiro a “chegada” será a equipe que ganhou o primeiro lugar e o jogo continuará até que as demais equipes concluam a rodada e conquiste a segunda e terceira posição. As perguntas em cada caixa serão alternadas e referente ao tipo de emoção sentida, o comportamento mais adequado para aquela situação e o modo como eles realmente reagiriam no seu dia-a-dia. 
É de grande valor conforme Del Prette e Del Prette (2004), que as crianças aprendam lidar com as mais diversas emoções. Essa aprendizagem só ocorre quando elas são expostas a situações e essas tentativas são bem sucedidas, pois fortalece os pequeninos, de maneira que os permitam lidar de forma adequada e racional com suas emoções e planejar esse modo de aprender. A elaboração de acontecimentos precipitadores de emoções que tem probabilidade de acontecer, gera um dilema de reflexão de fatos morais, éticos ou de difícil decisão para que tenha uma resposta sobre controle da parte emocional do cérebro.Quando se vive uma experiência similar a outra que já aconteceu, mesmo que por simulação, e que houve alguma demanda emocional, as lembranças podem ser ativadas e levando o indivíduo a uma recordação que permite alta probabilidade de que ele se comporte de maneira semelhante a ocasião anterior.
O principal objetivo do terceiro encontro será proporcionar aos participantes a compreensão e desenvolvimento da empatia por meio do Teatro “Os dois lados da mesma moeda”. Conforme pesquisas realizadas por Falcone (1998) o aumento do nível de empatia reflete na redução de conflitos interpessoais, melhorando a qualidade dos relacionamentos. Seguindo as informações de (Del Prette e Del Prette, 2003a) desenvolver habilidade empática é um dos componentes que conduz a redução e controle de comportamentos anti-sociais, problemas de agressividade entre outros. Tendo como base que a definição de um comportamento agressivo se baseie no déficit de empatia, pois o causador (agressor) não reconhece e nem se sensibiliza com a emoção/sentimentoque o outro que foi vitima sente, não o reconhece seus medos e pavores.
	Por meio do ato de atuar, o tema que é psicoeducado pode ser visivelmente compreendido e modificado à medida que a atuação possibilita outras formas de ver e sentir uma mesma situação. Ou seja, o teatro permite um vivenciar de maneira mais protegida e possibilita um sentir despersonificado, garantindo certa segurança ao lidar com os problemas em seu cotidiano. A empatia com base na sua definição, foi produzida para dois sentidos de grande relevância como a capacidade de compreender os sentimentos do outro conforme o contexto, quando se transpõe a imaginação e se adota o papel da outra pessoa se baseando no contexto vivido por ela. 
	Além deste foco mais afetivo e cognitivo tem-se mais atualmente um novo elemento, a postura empática, que envolve não somente a inteligência de entender de maneira mais sensível o mundo afetuoso do outro mas também demonstrar em ações que compreendeu, tendo em posse comportamentos acessíveis e livres usados através do meio de comunicação e diálogo com o próximo. (Goldstein e Michaels, 1985). Esta atividade consiste na separação do grupo em trios e cada trio terá5(cinco) minutos para simular uma pequena cena que fala sobre do temas cotidianos da esfera social que será sorteado no inicio da atividade após a formação dos trios. Aqui pretende-se trabalhar conceitos como bullying, depressão, entre outros aspectos vivenciados por eles. Este mesmo tema será reproduzido por outro grupo, porém na perspectiva do que “deveria ser feito”. 
	Segundo Barnett (1992), quando a criança é exposta às situações de cuidar e ajudar, a mesma desenvolve capacidade de percepção e avaliação do mal-estar compartilhados pelos seus pares tornando-a mais implicada à empatia. Por fim, após identificados estes temas cotidianos e as possíveis reações a estes, abre-se uma roda de conversa sobre o que foi sentido pelos participantes ao realizarem as cenas de ambos os casos e como os outros colegas, que somente observaram, as perceberam buscando dessa forma pensar “fora da caixa” e ver outros pontos de vistas e sentimentos que podem se apresentar em uma mesma situação.		
	Em um encontro abordaremos o tema “Ansiedade e Autocontrole” com atividades que auxiliem os adolescentes a fazerem o exercício de prestar atenção em si mesmos e reconhecer em que momento uma emoção predomina. Wills e outros (2006), define que autocontrole é um grupo de habilidades que envolvem aspectos como focar e mudar a atenção, o comportamento e as consequências ao longo do tempo, considerando alternativas antes de agir. Em resumo, o autocontrole emocional está diretamente relacionado a uma psicoeducação das emoções. Inicialmente, faz-se um diálogo entre os participantes a fim de conceituar e ajudar os alunos para que eles sejam capazes de perceber como a ansiedade se apresenta e explicar como ela pode se manifestar de diferentes formas em nosso corpo. No entanto mostra-se que podemos ter autocontrole e podemos elaborar estratégias para um enfrentamento desses sintomas além de ajudá-los a implantar hábitos de vida mais saudáveis.
Seguindo os conhecimentos de Del Prette e Del Prette (2004), por mais que para algumas crianças seja bastante difícil um controle emocional, o esperado e o mínimo em algumas situações, como a raiva, a frustração e o medo, poder lidar com essas emoções citadas provocam um domínio da impulsividade, conforme dito pelo mesmo autor. A impulsividade é uma habilidade básica para o processo de resolução de problemas e tomada de decisão. Para esse manejo, alguns autores recorrem à técnicas de pensar antes de agir, relaxar e acalmar. É de grande valor ensinar as essas crianças a identificar situações que as deixem mais ansiosas e ensiná-las a relaxar, como será feito no decorrer do encontro. Por essa razão, entregaremos para cada um uma folha A4 com o desenho do corpo humano e proporemos que os mesmos apontem no desenho, pintando onde essa ansiedade é,psicossomaticamente externada, explorando também os motivos que as fazem se sentirem assim naquela determinada região. 
Realizaremos uma técnica de respiração, por meio de bexigas, orientando-os a assoprar a bexiga de maneira a controlar a respiração. Serão abordados, durante esta técnica, outras formas pelas quais podemos diminuir ou aliviar estas tensões, desencadeada por fatores emocionais. Através de uma conversa com os alunos levantaremos a importância da realização e práticas saudáveis como fazer exercícios físicos, praticar algum esporte, atividades de lazer, além de orientá-los sobre tipos de alimentos que podem influenciar em nosso humor ou até mesmo a falta deles. Abordaremos ainda a técnica do Mindfulness que trata-se de ter consciência de onde está a mente em determinado momento e é uma forma alternativa para relacionar-se com a experiência, tendo sido muito usado atualmente para diminuir a ansiedade das dificuldades da vida. É uma habilidade que permite o aumento do bem estar, diminuindo o sofrimento, relacionando-se com toda experiência seja ela positiva ou negativa. Esta atenção plena, focalizada no momento aqui e agora, retira o foco do passado e do futuro, gerando um tipo de energia, clareza mental e alegria. (SIEGEL et al, 2016).							
Convidaremos a turma para, ao som de uma música mais lenta, realizarem uma automassagem a fim de ficarem mais relaxados e entenderem que essas estratégias promovem e auxiliam em autocontrole quando estão mais ansiosos. Também será entregue uma atividade de desenvolvimento pessoal para ser feita em casa, a qual consiste no desenho de um relógio, dentro do qual deveriam desenhar carinhas expressando as emoções vivenciadas ao longo de um dia e caso houvesse uma emoção excessiva, encontrar a técnica que mais lhe traga alivio desta emoção. Por fim, o propósito do quinto encontro será de desenvolver e aprimorar os conhecimentos de ser resiliente, além de algumas características importantes da resiliência. Desenvolveremos a “dinâmica do desafio” que tem como objetivo mostrar aos alunos como é desafiador tornar-se resiliente e sujeito de suas próprias ações, mas que no final pode ser surpreendente e gratificante. 						Dentro de uma caixa colocaremos um chocolate com a seguinte ordem: “coma o chocolate”, no fundo da caixa estará o chocolate e por cima bastante papel e jornal picado. Vamos criar uma série de desafios, dizer que podem ter que pagar micos ou fazer coisas das quais não goste entre outras, para que pensem ser algo difícil. O grupo se reunirá em circulo e ao som de uma música passará a caixa entre os alunos, quando a música parar quem tiver com a caixa terá que abrir e fazer o que tem na caixa como ordem ou poderá passar a caixa para uma outra pessoa e na próxima pausa da musica a criança terá que cumprir a ordem. Ao finalizar a dinâmica terão uma surpresa ao ver o chocolate.					
A finalização dos encontro terá uma retomada dos temas trabalhados ao longo de todos dias e a entrega do “Livros das Emoções” criados pelo grupo, além de ouvir possíveis feedbacks dos participantes. Vale salientar que os materiais a serem utilizados durante os encontros serão de recursos do local, mas eventualmente por insuficiência, podem se dar por conta dos estagiários. 	
4. Resultados e Discussão
	Recebemos a turma C22 para realizar o primeiro encontro do projeto de intervenção e neste período, primeiramente, foi feita uma apresentação usando um quebra-gelo chamado de a ''técnica do barbante''. Todos sentaram-se em roda e iniciamos a dinâmica com o barbante, começando com a apresentação de uma das estagiárias (que disse seu nome, idade, o que gostava de fazer e o que esperava do grupo) e passou o novelo de lã para outro participante, sempre segurando uma ponta do barbante. Assim, sucessivamente, o barbante foi atirado de um membro a outro até que se formou uma grande teia, encerrando as apresentações com outra estagiária. 
	Entre uma apresentação e outra percebeu-se no início uma grande resistência por parte dos alunos, muitos não quiseram se expor mas a medidaque eles começaram a se divertir com o quebra-gelo, essa resistência foi se dissipando. Porém, mesmo com o desenvolver da dinâmica, algumas crianças preferiram apenas dizer seu nome sem detalhar aspectos pessoais. Para finalizar, a teia foi desenrolada e cada participante ao passar o barbante a quem lhe jogou lembrava o que o colega havia dito, mas percebeu-se que eles não recordavam quem havia jogado o barbante a eles ou lembravam mas não sabiam o nome daquele colega. 
	Após feita as apresentações, foi explicado a eles sobre o que vinha a ser Espaço Conviver, salientando que o espaço foi construído para eles, de forma a compreenderem que naquele ambiente eles poderiam falar sobre suas queixas, serem ouvidos, tirarem duvidas, entre outros. Explicamos também o projeto que faríamos com eles e os questionamos se estes aceitariam estar participando. A maioria da turma disse estar satisfeita com o local e dispostos a ajudar no projeto. Realizamos então algumas combinações a cerca dos nossos encontros, salientando que aquele espaço era um espaço do qual os alunos poderiam utilizar, mas que o mesmo também deveria ser respeitado e por isto, decidimos junto da turma criar as nossas combinações. Para isso, foi solicitado que cada integrante da turma escrevesse em um papel o que achava fundamental existir como diretriz. 
	Após cada um pontuar alguma melhoria para a realização das atividades com turma, lemos os bilhetes e escolhemos junto com eles as diretrizes que seriam seguidas tanto por nós quanto por eles nos próximos encontros que teríamos. Entre elas destacou-se: respeito quando o colega está falando, entender o colega que quer ficar sozinho, ter mais união na turma, não existir preconceito, ter comida, entre outros. Finalizamos a atividade, complementando o que estes trouxeram e explicando a importância do cumprimento das combinações para o bom andamento dos nossos encontros e comentamos com eles sobre a produção de um ''Livro das Emoções''.
	Dando sequência as atividades, abordamos um pouco sobre nossa temática: a psicoeducação das emoções. Foi trazida uma exposição sobre o que são emoções, o que são sentimentos e foi comentado sobre situações do dia-a-dia e suas possíveis respostas diante destas situações. Com auxílio de uma caixa contendo as carinhas do WhatsApp (emojis), feitas previamente pelas estagiárias em EVA, que ao ser apresentado à eles os mesmo também demonstraram interesse em produzir mais carinhas com emoções diferenciadas. 
	Após explicarmos a dinâmica, o aluno K.S. não queria ficar ao lado da aluna E. N. e o mesmo arrastou a cadeira para longe da menina, de imediato retomamos nossas conversas do inicio do encontro, na qual era que o Espaço Conviver era um local em que eles deveriam se sentir a vontade e não queríamos de maneira alguma obrigá-los a fazer algo, que eles precisam se sentir bem e acolhidos em nosso espaço, desde que não tratemos de maneira que venha a ofender ou deixar triste alguém e que se ele não quisesse participar da dinâmica nós entenderíamos e que ele poderia ficar na mesa ao lado assistindo ou fazendo outra atividade. 
	No entanto, após isso, outros alunos se levantaram e saíram do circulo ou arrastaram suas cadeiras para outra direção e com as crianças que ficaram no circulo que foram 7 alunos, fizemos a dinâmica. A proposta era que um aluno cantasse uma musica de olho fechado e a caixa passaria entre eles e quando esse parasse de cantar com quem tivesse a caixa, deveria pegar uma carinha e fazer uma mímica para os demais que precisariam descobrir o que era aquela emoção e juntos fomos nomeando cada carinha conforme o que eles achavam que significava. Foi um momento em que todos que ali estavam ficaram bem coesos e se divertiram de uma maneira inusitada em relação as queixas dos professores. A dinâmica se realizou de forma tão aconchegante que a aluna E.N. que se apresentou introspectiva na maior parte do tempo, cantou, fez mímica, sugeriu diversas emoções conforme as carinhas eram sendo tiradas da caixa.
	Entretanto os demais alunos que não tiveram o interesse de participar ficaram assistindo, muitos riram e acharam graça com as mímicas, só não estavam no grande círculo formado pelos alunos. Dando continuidade ao trabalho das emoções, sugerimos a atividade da construção do livro, na qual usamos as três mesas do espaço, cola de EVA e diferentes cores. Mostramos a eles as carinhas que já tínhamos feito e os instigamos a pensar outras carinhas que ainda não tínhamos para serem produzidas ali. Assim, muitos utilizando de seus celulares procuraram outros emojis e se responsabilizaram em trazer no próximo encontro o que eles produzissem em casa. Outros dizendo não ter habilidades de recortar e criar outras carinhas decidiram somente reconhecer por meio da escrita as carinhas que já tínhamos prontas. 
	Durante a atividade percebemos um engajamento de muitos dos integrantes do grupo. Foi escolhido dois representantes, os mais influentes do grupo para ir passando o lanche de forma que todos na sala estivessem comendo e assim o Livro das Emoções foi ganhando um toque especial da turma C22. Chegando perto do final do encontro, G.S. e outros alunos tiveram a idéia de darem um nome a turma para colocar no livro. Com isso, concluímos nosso encontro com os alunos que participaram com uma foto deles com as carinhas que os mesmos haviam sorteado durante o decorrer da dinâmica.
	Os resultados apresentados nesta primeira intervenção com a turma C22 saíram parcialmente do planejamento inicial por meio da resistência de alguns alunos que, incomodados com a presença de uma das colegas, se retiraram aos poucos alegando não quererem participar de uma das atividade. Observamos a forte falta de integração do grupo como um todo em relação à alguns alunos que, embora minoria da turma, representam para a maioria um perfil inaceitável. A turma que movida por um sentimento de preconceito com uma determinada aluna, E. N., que apresentava uma postura mais introspectiva, sem se comunicar com nenhum outro colega de turma, foi alvo de discriminação durante o início do encontro, fazendo com que o restante da turma se desorganizasse em função desta falta de coesão do próprio grupo. 
	Quando o indivíduo consegue ter o conhecimento de suas emoções e conseguem ter respostas mais positivas com as pessoas que estão em sua volta, sendo ela no meio escolar, como professores e pares, conseguindo ter mais capacidade de verbalizar as emoções sentida por si. Conseguem ter capacidade de desenvolver e demonstrar empatia com seus colegas e pessoas até podem não ter muita proximidade. Tais habilidades facilitam as interações sociais e interpessoal para que consigam aceitar os pares, conseguido ter mais habilidade de lidar com conflitos (Miller et al., 2006).
	Com base nesta primeira observação do funcionamento o grupo buscamos redirecionar os trabalhos para um enfoque das atividades com grupo operativo, trabalhando no sentido de melhorar a cooperação daquele pequeno grupo de 7 (sete) alunos que se disponibilizaram a participar. Notamos que houve uma possibilidade de trabalho mais assertivo com este pequeno grupo pois entre eles, por estarem em menor numero, puderam compreender a forma de funcionamento individual de cada um e perceber a si mesmos para a realização da tarefa. 
	Iniciando o segundo encontro retomamos o tema trabalhado no primeiro encontro e trazendo para o debate o caso ocorrido após o término das atividades e liberação para a sala de aula, na semana passada, em que a aluna K.L. procurou as estagiárias por motivo de que a mesma estava com um anel preso em seu dedo da mão esquerda e as estagiarias com a ajuda de um dos funcionários da escola cerraram o anel. Este caso gerou um sentimento de empatia em grande parte da turma que se demonstrou solidaria a colega, apoiando-a naquele momento em que a mesma relatava sentir muita dor, além de reforçar as próprias combinações estabelecidas por eles no primeiro encontro. 
	Neste encontro tivemos apenas 45 minutos com a turma em que desenvolvemos as atividadesplanejadas com a temática sobre autorreflexão, habilidades e forças pessoais com intuito de capacitá-los para responder às mais diferentes situações cotidianas com estratégias de enfrentamento e novos repertórios comportamentais e sociais. Para tanto, iniciamos a dinâmica do tabuleiro das ''reflexões sobre nossas ações'' que montamos no chão onde cada bambolê representava uma casa. A turma dividiu-se em dois grandes grupos e elegeu um representante a cada rodada que deveria lançar um dado e conforme o número sorteado deveria retirar da caixa correspondente uma pergunta para o seu grupo responder, avançando o número de casas contemplado pelo dado. 
	As perguntas continham situações diárias, vividas e presenciadas por eles seja em casa, com amigos ou na escola, relacionadas à autoestima, autoconhecimento, empatia, altruísmo, respeito ao próximo, bullying, habilidades sociais e comportamentos assertivos ou não. Para iniciar a dinâmica, o aluno T.S. representava a sua equipe denominada ''Esquerda'' e o aluno L.A. representava a equipe da ''Direita'' fizeram a disputa do ''Par ou impar'' para definir quem iniciaria com o jogo do dado. 
	Com jogo iniciado e o decorrer da dinâmica, o aluno L.A. apresentou-se envergonhado para ler as perguntas sorteadas à sua equipe. Pediu então para que uma das estagiárias lesse as perguntas para a turma alegando ''não saber ler'' em função do constrangimento à exposição. O aluno T.S. apresentou maior habilidade no sentido de liderar sua equipe, entretanto, o aluno L.A. chegou primeiro à ultima casa do tabuleiro, sendo a equipe da ''Direita'' a primeira colocada da brincadeira. Os alunos demonstraram-se bastante entusiasmados e solicitaram que as estagiárias repetissem outras rodadas e então outros alunos se voluntariaram para serem representantes de suas equipes e em comum acordo elegeram um representante para cada time. Nesta nova rodada, a equipe da ''Esquerda'' saiu em vantagem e chegou antes à linha final, o que permitiu aos dois grupos em algum momento serem os primeiros colocados igualmente.
	A atividade estimulou um espírito de cooperação entre a turma fazendo com que a aluna K.L. se voluntariasse para auxiliar os colegas que estavam no tabuleiro com as perguntas sorteadas em cada caixa. As duas equipes apresentaram durante toda a atividade uma animação e uma torcida agitada pelos seus representantes, com forte senso de pertencimento aquele grupo. A participação da turma em relação as perguntas e situações apresentadas pela dinâmica foi de uma profunda reflexão sobre os seus repertórios pessoais, sobre seus posicionamentos, suas atitudes e habilidades sociais. Após o término na dinâmica, a turma se viu qualificada com novos repertórios de comportamentos e novas maneiras de enfrentamento para lidar de forma racional com as situações advinda do cotidiano. Finalizamos este encontro com uma grande confraternização com comes e bebes, registrando o momento com uma foto. 
	Conforme Perels (2009), a escola tem grande responsabilidade na formação da autorregulação da aprendizagem em que os alunos consigam lidar nos dias atuais, pois aumenta a elaboração de estratégias de adaptação até de conhecimentos já adquiridos. Os resultados dessa atividade, diferentemente do primeiro encontro, observamos que toda a turma participou e foram congruentes durante toda a dinâmica, sem haver exclusão ou qualquer tipo de rejeição do grande grupo. Apresentaram-se reflexivos e cooperativos, promovendo uma escuta ativa entre representantes e suas equipes. Percebeu-se um forte senso de pertencimento ao seu grupo, empatia uns pelos outros e comportamentos pró-ativos na realização das atividades, atingindo assim os resultados esperados. 
	Dando continuidade a proposta do terceiro encontro nos reunimos com os estudantes em um novo espaço: sua sala de aula. Eles inicialmente estranharam e questionaram o motivo de não estarem no Espaço Conviver. Explicamos a eles o ocorrido de forma que todos compreendessem, mas disseram se sentir magoados de não poderem estar lá, mas ao mesmo tempo felizes por estarmos com eles. Buscando um espaço maior para a atividade que iríamos realizar na sala, as estagiarias retiraram algumas classes do meio da sala. Ao perceberem nossos movimentos, muitos alunos vieram a ajudar-nos sem precisarmos solicitar a ajuda o que demonstrou que estes estão aproveitando e atuando as temáticas até agora propostas de empatia, forcas pessoais, respeitar ao outro etc. Quando questionados se estes queriam ficar onde estavam, a grande maioria manifestou o desejo de se sentarem em círculos como fazemos no Espaço Conviver, sendo que alguns não se sentiram a vontade para sentarem em círculos e permaneceram em seus respectivos lugares. 	
	Fizemos inicialmente uma roda de conversa para sabermos como foi a semana, recolher feedbacks da atividade anterior e introduzira temática que estava planejada para este encontro, no qual continha a encenação de temas definidos por nós e que eram oportunos para algumas dificuldades percebidas na turma, entre elas destaca-se: bullying, preconceito linguístico, racismo, xenofobia, transgressões, sexualidade, preconceito de gênero entre outros.	Muitos dos alunos demostraram interesse em participar e disputaram quem iria sortear a temática da encenação por primeiro. Outros não quiseram participar como atores, mas deram apoio aqueles que tomaram a iniciativa, e outros devido a vergonha de se expor criaram histórias com outros tópicos como sexualidade, gravidez na adolescência entre outros. 	Dividiram-se em grupos, duplas, trios e de modo voluntário e bem participativo refletindo sobre as temáticas escolhidas. Alguns tiveram dificuldade em compreender temáticas como xenofobia, preconceito linguístico. Devido a isso, as estagiárias se dividiram entre os alunos e foram explicando o significado destes assuntos e foi necessário dar menção de como ocorre no cotidiano e os mesmos conseguiram fazer referencia as suas vivências ou de outros que já viram passar por isso, mas devido aos temas serem um tanto polêmicos muitos não quiseram se expor em representá-los para a turma.
	Entre os grupos que chegaram a apresentar as cenas, percebemos que as encenações foram bastante apropriadas, bem questionadas e planejadas pelos integrantes. Um dos grupos mais participativo foi o que a aluna G.S. participou, pois a mesma na maioria dos encontros tem se destacado e nessa oportunidade com sua desenvoltura e espírito de liderança chamou 3(três) alunas que geralmente não são muito participativas nas atividades para que encenasse junto a ela e esse grupo apresentou 4(quatro) situações do cotidiano que foi sorteado no inicio da atividade. Ainda nesse ponto de participação, a aluna E.N. que no inicio era um pouco introspectiva, também tomou a iniciativa para fazer 2(duas) encenações com um colega que vem se apresentando um pouco mais tímido. O aluno L.A. que no encontro anterior apresentou-se envergonhado para ler as perguntas para a turma, também mostrou-se disposto a realizar um cena a qual sorteou.Percebemos o empoderamento de alguns alunos que estimulados pelas estagiarias fizeram o teatro mesmo estando com vergonha. Fez-se uma comparação das encenações de como vivemos na realidade e como essas deveriam acontecer e um bate-papo logo após as apresentações. 
	Exploramos características comportamentais de atitudes mais assertivas e também características emocionais que mobilizaram os integrantes na pratica da tarefa, mostrando quanto é difícil encenarmos algo que nos causa vergonha, o quanto somos injustos e preconceituosos com alguns colegas. Comentamos como o bullying recorrente dentro das escolas e como, sem perceber, influenciamos negativamente para que ele ocorra e se perpetue. Criamos estratégias junto com eles de como podemos abordar e quebrar estes padrões dentro da nossa própria sala de aula. A atividade foi tão bem recebida, por parte deles quanto da nossa, que tivemos de estender uns minutos para a saída da sala, fazendo as combinações para o próximo encontro.
	Os resultadosdesta atividade foram muito satisfatórios visto a evolução da turma como um todo, aplicando os conhecimentos e praticando habilidades aprendidas no decorrer dos encontros. Observamos a promoção de integração do grupo por meio da necessidade de estar em circulo, interagindo e notando o outro, sua singularidade e subjetividade. O fato deles quererem modificar a estrutura da sala, que, por vezes apresenta uma postura determinista, mostra o interesse deles por promover um espaço mais integrativo da ordem transversal. Barnett (1992 apud MOTTA, 2006) cita que em um estudo com crianças de pré-escolar que a criança quando estar ao lado de um colega e este parece infeliz, aumentam o nível de empatia, quando o mesmo havia tido uma experiência anterior desagradável, que neste sentido estimula a criança a perceber o outro e ajuda a tentar desenvolver habilidade para ajudar, através de uma percepção com respeito ao outro através de suas crenças e valores.
	Com a intenção de trabalhar manejos adequados para a expressão de nossas emoções e relaxamento, propomos no quarto encontro com a dinâmica do desenho do corpo a percepção de em que regiões do nosso corpo sentiam uma determinada emoção, como costumamos expressa-la e de que maneiras diferentes estas poderiam ser externalizadas. A dinâmica consistia na distribuição de imagens do corpo humano e estes pintariam os pontos do corpo que mais os incomodam quando estão estressados, em situação de risco, felizes ou tristes.
	Após comentou-se sobre as regiões mais citadas, quando estas características apareceram e o que as desencadeou. Partindo deles, conversamos sobre a importância de conhecer as regiões mais afetadas de cada colega e as maneiras para amenizar a ansiedade, medos e eventuais descontrole. Nos resultados apresentados no início desta atividade, percebeu-se que os locais mais destacados como regiões de tensão foram as mãos, o abdômen, o coração e a cabeça. Destacamos ainda que as sensações de raiva foram sentidas na região das mãos e da cabeça, ansiedade no abdômen e amor no coração. Embora os estudantes terem apresentado dificuldade de compreender como as emoções e sentimentos se manifestam no corpo os mesmo após uma conversa e exemplificações, algumas crianças relataram sentidos que os sentimentos mais fortes eram percebidos em todo o corpo. 
	Sobre uma perspectiva de cuidado e atenção aos colegas propomos uma prática mindfulness que consiste em uma espécie de ''jogo do sério''. Nesta atividade, feita em dupla, os integrantes deveriam virar de frente para seu parceiro e encará-lo de forma natural. Conforme indicação de um dos estagiários, e sobre um tempo cronometrado, foi instruído que toda vez que sentíssemos uma emoção como vontade de rir ou se já estivessem sorrindo estes sinalizassem levantando uma de suas mãos.
	Durante o processo foram orientados a olharem para o cabelo do colega, olhos, pele, formato do rosto, contorno do nariz, boca, gestões expressões faciais, refletir como eu me sinto sendo observado pelo colega, como ele se sente, o que ele mostra pra mim que me faz acreditar que ele possa estar sentindo uma emoção e não outra, etc. Esta atividade durou aproximadamente 5(cinco) minutos e logo após foi feita um pequeno feedback. Como feedback vieram questões como vergonha, dificuldade em olhar fixamente para o colega, medo em questão de estar exposto ao outro. Alguns disseram que sentiam vontade de rir o tempo todo, outros não riram mantiveram-se totalmente focados no seu parceiro da atividade. Alguns disseram ter passado o tempo lentamente de maneira mais ansiogênica enquanto outros relatarem não apresentar dificuldade ou desconforto no cumprimento da tarefa.
	Passamos então para a última atividade do dia: o controle e regulação da respiração. Esta atividade envolvia o uso de bexigas. Eles deveriam inflar o pulmão e soprar calmamente a bexiga até que não houvesse mais ar nos pulmões e fazer o processo novamente de forma a encher e esvaziar a bexiga. Esta foi uma atividade da qual gostaram muito e quando explicado a eles porque do motivo da bexiga, como ela regulava a respiração, que esta proporcionalmente envolvida com a circulação sanguínea que por vezes esta relacionada com nossos sentimentos principalmente os de raiva e estresse, os alunos ficaram fascinados mostrando tamanho interesse que até levaram algumas bexigas pra casa.
	Como resultados desta dinâmica vimos que as estratégias de mindfulness e a técnica de respiração com a bexiga foram bem introduzidas e desenvolvidas por eles que demonstraram interesse em aplicar posteriormente em diferentes situações. A técnica mindfulness teve seu objetivo alcançado visto que eles conseguiram se perceber e perceber o outro, reconhecer os sentimentos quando eles se iniciam possibilitando uma maior abrangência de percepção. É necessária uma conversa simples e clara com crianças e adolescentes, pois os mesmos não possuem a capacidade de reconhecer seus medos e preocupações quando esses sintomas começam a se manifestar no corpo físico. Quando passam do nível da normalidade e passam a ser patológicos, diferentemente dos adultos que conseguem distinguir e reconhecer seus sintomas corporais, as crianças não reconhece, como algo, mais exagerado (Asbahr, 2004).
	A técnica da bexiga também foi efetiva na diminuição da ansiedade através do controle da respiração. Observamos um maior autoconhecimento dos alunos quando ao inflarem a bexiga com apenas uma expiração a mesma ficava pouco inflada, mas que ao aplicar um pouco mais de tempo e esforço na inspiração a técnica tinha uma maior eficácia. Isso promove também no cotidiano uma maior reflexão na hora de agir diante de situações de desconforto, permitindo maior oxigenação do cérebro e uma capacidade ampliada para responder assertivamente. 
	Objetivando trabalhar resiliência no último encontro com a turma, recebemos os alunos no Espaço Conviver com as cadeiras posicionadas em círculo e os mesmos ao chegarem foram se alocando conforme suas afinidades. Como combinação, demos bom dia para todos conversamos sobre seus sentimentos no atual momento e interrogamos sobre como foi a semana anterior. Nos relataram suas decepções com jogos que ocorreram, a aluna G.S. sempre muito participativa e expressiva demonstrou estar triste e a mesma relatou com a uma das estagiarias sobre suas dificuldades familiares. Iniciamos o assunto sobre resiliência e se sabiam ou compreendiam o sentido da palavra. Muitos mesmo não sabendo, tentaram descobrir por tentativas e sugestões de cotidiano. Sendo assim as estagiarias começaram a explicar como ocorre a resiliência em nosso cotidiano e que esta é uma característica muito difícil de adquirir.
	Segundo Brandão (2011) o termo resiliência teve diferentes sentidos ao logo do desenvolvimento sociocultural, no entanto pesquisas atuais consideram esta como uma possibilidade de recuperação que vai muito além de uma recuperação de dano físico ou psicológico estando implicado em sua superação do que se era que nos leva a um crescimento pessoal. Ou seja, a resiliência não é somente a capacidade biológica de superar obstáculos e lidar com os problemas, mas sim uma adaptação as mudanças e encontro de soluções estratégicas para um transformar-se.
	A partir das explicações os próprios alunos conseguiram correlacionar com situações vividas por eles em seu dia-a-dia, podendo trazer exemplos de como sentem dificuldade emocional para conseguir equilibrar e lidar com dificuldades e sentimentos derivados a estas. Como forma de complementar o conhecimento sobre o conceito aprendido, realizamos a dinâmica do desafio que consiste em colocar chocolates em uma caixa com a ordem: coma o chocolate de maneira camuflada para que os alunos não saibam o que tem dentro e a medida que toca a música. Como orientação inicial, falamos que dentro da caixa poderia haver situações de mímicas, micos de cunho constrangedor e desafios muito difíceis de realizar. A caixa passaria de mão em mão entre todos os alunos do círculo até o momento que a música parasse. 
	O aluno queficou com a caixa, na primeira pausa musical poderia abrir ou passar a vez para uma nova rodada. Caso houvesse segunda rodada esta possibilidade não existiria. Alguns alunos se mostraram resistentes e amedrontados para que a musica não parasse no momento que a caixa estivesse em suas mãos e o aluno L. A e o T.S desejavam que a caixa permanecesse com eles.
	A dinâmica foi iniciada e aconteceu que com a pausa musical, o aluno L. A pegou a caixa e dividiu os quatro bombons que tinham entre os seis alunos que pediram a ele. Após a atividade, distribuímos outros bombons aos integrantes presentes na dinâmica e conversamos mais com eles sobre a atitude se ser ativo, resiliente, encarar obstáculos e não desistir por medo. Foi também questionado os objetivos e a aluno G.S. Mesmo não estando bem, participou com comentários muito interessantes que para ela a dinâmica mostrava que desafios são encarados como algo difícil e assustadores mas que na verdade eram desafios que podem ser positivos a medida que nos impulsionam a crescer, mudar perspectivas e amadurecer mentalmente. 
	Esta dinâmica se mostrou produtiva a medida que vimos evoluções em empatia, empoderamento da aluna E. N , que mesmo tendo vergonha participou mostrando que queria ficar com a caixa e descobrir o que tinha dentro dela. A percepção de si e do outro a medida que o aluno L.A distribui seus bombons até mesmo entre colegas que não tinha tanto contato e afinidade além de em nenhum momento um descriminar o outro.
	Em um segundo momento, entregamos o livro das emoções com o material que os mesmos fizeram, fotos tiradas no decorrer das atividades e produções literárias feitas por eles. Questionamos se estes queriam ir para o pátio e enterrar o livro, como uma cápsula do tempo dos mementos que passaram com a turma naquele espaço. Muitos mostraram-se muito felizes com a idéia, ajudando na busca dos materiais e assim fomos todos no pátio para enterrar o livro.
	Conversamos assim sobre o encerramento de nossas atividades com eles, todos muito tristes com o final mas salientamos que sempre estaremos disponíveis em outros espaços e que quando precisarem conversar, trocar idéias poderiam nos procurar. Por tanto encerramos com uma pequena confraternização e feedbacks de como estes se sentiram durante esses períodos juntos.
	5. Considerações Finais
	Durante a realização do Projeto de Intervenção em Processos Educativos - Psicoeducação das Emoções, realizado em uma instituição de ensino, Escola Municipal de Educação Básica Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha. Assumimos o desafio de trabalhar sobre as emoções com um grupo de 26 adolescentes do sétimo ano do ensino fundamental. Exploramos as características da turma de forma a desenvolver habilidades sociais e reconhecimento das emoções, potencializando suas competências pessoais. Entre as temáticas abordadas percebemos um grande empoderamento e união entre o grupo, destacando as temáticas de jogo do tabuleiro e estratégias de regulação das emoções como as atividades que tiveram os resultados mais efetivos.
	Destacam-se as diferenças significativas nas dimensões de autoconsciência, gestão pessoal e em grupo de emoções, tal como na competência emocional na sua totalidade, antes e depois da intervenção. Confirmando o elucidado na evolução de alguns alunos como a E.N, L.A e K.S, pois estes no decorrer das atividades expressaram-se de forma a não agredir o seu próximo, mostrando-se colaborativos na interação ao ajudar empaticamente o outro, compreendendo os momentos mais difícil de cada colega e sendo empoderados no ato de ouvir e ser ouvido, respeitando a singularidade de cada um.
	Em consonância com a literatura referenciada, destacando-se aqui os teóricos Baremblitt e Pichon Riviere, observamos a potência que o grupo operativo construído com a turma C22 teve no processo de amadurecimento físico e mental, resultado de um potencial criativo desenvolvido e explorado que não foram percebidos e notados por demais profissionais do estabelecimento. Além do empoderamento e percepção ampliada dos alunos construindo movimentos de ressignificação de muitos conceitos trabalhados diante as intervenções como o movimento de transversalidade referenciados por Baremblitt.
	Com a certeza que caminhamos sabendo que temos a parte que nos cabe de transformar, em mente a contribuir para implementação de novas idéias e práticas, possuindo um olhar diferenciado para a educação que não devem ser pautadas com conteúdo extremamente hierarquizados e sistematizados, mas com a finalidade de encorajá-los que podem sempre ir além e auxiliar os alunos a deslumbrarem novos movimentos e que podem ir de encontro aos seus anseios e ansiedades que os alunos apresentam, pois necessitam, muitas vezes, de um olhar mais amplo para suas diversas expectativas.
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7. Anexos

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