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MÓDULO 4 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Olá, cursista! Bem-vindo(a) ao primeiro módulo Ventilação Mecânica e Cuidados Respiratórios, do Curso de atualização para enfermeiros em cui- dados intensivos a pacientes críticos com Covid-19. Neste módulo, você estudará quais são os cuidados respiratórios com o paciente em ventilação invasiva e não invasiva, além de noções básicas sobre ventilação mecânica e seus principais parâ- metros no paciente com a COVID 19. Também conhecerá a maneira correta de limpeza e desinfecção da unidade e dos equipamentos do paciente. A unidade finalizará com cuidados com resíduos e descarte de materiais, orientação de alta e cuidados com o corpo após a morte. Pela gravidade e complexidade da Covid-19 pesquisadores em todo o mundo incessantemente estão desenvolvendo muitos estudos, para que os pacientes que estão sofrendo com esta pandemia possam receber cuidados mais qualificados, propiciando uma re- cuperação mais rápida e diminuindo suas consequências. Assim, destacamos que durante este curso você precisa estar atento(a) a novas descobertas científicas APRESENTAÇÃO Estrutura do Módulo Para este módulo inicial organizamos as unidades com os assun- tos a seguir: Unidade 4.1 – Cuidados respiratórios com o paciente (Ventilação invasiva e não invasiva, intubação e extubação, Oxigenioterapia com máscara e cateter, aspiração oro e nasotraqueal; noções bá- sicas de ventilação mecânica); Unidade 4.2 – Principais parâmetros de ventilação mecânica no paciente com a Covid-19 (Protocolo OMS de pneumonia associada a ventilação mecânica; colocação do paciente em posição prona; Unidade 4.3 – Limpeza e Desinfecção da Unidade e dos equipa- mentos do paciente (bombas de infusão, cabos, esfigmomanôme- tro, estetoscópios, leito, monitor, suportes de soro,etc); Unidade 4.4 – Cuidados com resíduos e descarte de materiais; orientação de alta e cuidados com o corpo após a morte. SUMÁRIO Módulo 4: Ventilação mecânica e cuidados respiratórios 15 24 34 04 UNIDADE 4.1 – Cuidados respiratórios com o paciente (Ventilação invasiva e não invasiva, intubação e extubação, Oxigenioterapia com máscara e cateter, aspiração oro e nasotraqueal; noções básicas de ventilação mecânica); UNIDADE 4.2 – Principais parâmetros de ventilação mecâ- nica no paciente com a Covid-19 (Protocolo OMS de pneu- monia associada a ventilação mecânica; colocação do pa- ciente em posição prona; UNIDADE 4.3 – Limpeza e Desinfecção da Unidade e dos equipamentos do paciente (bombas de infusão, cabos, es- figmomanômetro, estetoscópios, leito, monitor, suportes de soro,etc); UNIDADE 4.4 – Cuidados com resíduos e descarte de ma- teriais; orientação de alta e cuidados com o corpo após a morte. 4 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios UNIDADE 4.1 – Cuidados respiratórios com o paciente (Ventilação invasiva e não invasiva, intubação e extubação, oxigenioterapia com máscara e cateter, aspiração oro e nasotraqueal; noções básicas de ventilação mecânica) Nesta unidade, você irá conhecer as recomendações atualizadas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Associação Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB) sobre os cuidados relacio- nados à oxigenoterapia com máscara e cateter; intubação e ex- tubação; aspiração oro e nasotraqueal; ventilação mecânica não invasiva (VMNI) e invasiva (VMI) para pacientes críticos com sín- drome respiratória em decorrência do novo coronavírus (SARS- -COV-2); e alguns conceitos que lhe permitirá entender as noções básicas de VMI. A maioria dos pacientes com Covid-19 apresenta um quadro leve da doença. Entretanto, aproximadamente 14% dos pacientes desenvolvem sua forma grave e necessitarão de hospitalização. Deste montante de pacientes internados, 5% dependerão de trata- mento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Isso indica que eles irão necessitar de suporte ventilatório e oxigênio, devido ao quadro de insuficiência respiratória aguda. A pneumonia grave é o diagnós- tico mais comum desses pacientes (BRASIL, 2020; AMIB, 2020a). Introdução Conceitos Iniciais Devido a fragilidade em que o corpo se encontra quando está em suspeita ou, principalmente, confirmado com Covid-19, muitos ca- sos evoluem para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ne- cessitando intubação e suporte ventilatório invasivo. Veja a seguir os sintomas de pacientes que acusam a SRAG: 5 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Indivíduo hospitalizado com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta. O paciente apresenta dispneia ou saturação de O2 < de 95% ou desconforto respiratório ou que evoluiu para óbito por SRAG independente da internação, Os sintomas da SRAG são parecidos com os da gripe comum, surgindo inicialmente febre acima de 38ºC, dor de cabeça, dores no corpo e mal estar geral. Mas após cerca de 5 dias, surgem outros sintomas como: Tosse seca e persistente; Dificuldade intensa para respirar; Chiado no peito; Aumento da xfrequência respiratória; Dedos e boca azulados ou arroxeados; Perda de apetite; Suores noturnos; Diarreia. Figura 1: Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) Fonte: Dive (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Desse modo, esteja atento as demandas do paciente, pois caso este esteja com SRAG, há cuidados específicos a serem tomados nesse tipo de situação., como você pode ver na sequência. Oxigenoterapia com cateter ou máscara A administração de oxigenoterapia suplementar deve ser imedia- tamente ofertada para pacientes com SRAG e dificuldade respi- ratória, hipoxemia ou choque com alvo na Saturação Parcial de Oxigênio (SpO2) >94% (BRASIL, 2020). Segundo a Associação Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB, 2020a) e a Anvisa (BRASIL, 2020), é recomendado aos casos de pacientes adultos em situação crítica, ou de emergência, admi- nistrar a oxigenoterapia para atingir SpO2 ≥ 94%; utilizar cateter nasal de tamanho adequado às narinas para a melhor adaptação possível, lembrando de orientar o paciente para tentar manter a boca fechada a maior parte do tempo; e iniciar oxigenoterapia a 5 L/min para atingir a meta SpO2 ≥ 93%. Outras recomendações para esse grupo de pacientes são: 6 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Usar máscara facial com bolsa reservatório (de 10-15 L/min), se o paciente estiver em estado crítico. Usar máscara totalmente vedada à face, com película protetora para evitar lesão de pele. É necessário ajustar a interface para que tenha o mínimo de vazamento de ar para o ambiente. Manter SpO2 >90% em adultos não grávidos e ≥92%-95% em pacientes grávidas, após estabilização do quadro clínico. A administração de oxigênio por cateter nasal, ou máscara, deve ser a mais fechada possível. Lembrando de controlar rigorosamente a saturação. Prover a unidade de materiais necessários para administração de oxigenoterapia e controle de saturação (oxímetro de pulso; sistemas e materiais para suporte de oxigênio funcionantes). Figura 2: Recomendações aos casos de pacientes em situação crítica. Fonte: AMIB (2020a); BRASIL (2020), adaptado por labSEAD-UFSC(2020). Em contraponto, não é recomendado a utilização de máscara do tipo venturi, ou “tenda”, devido à alta aerossolização gerada no ambiente e o uso de cateter nasal de alto fluxo, devido ao alto potencial para a disseminação e contágio por Covid-19. Intubação e extubação Os pacientes com pneumonia e insuficiência respiratória que evoluírem com necessidade de O2 nasal > 5 litros/minuto para manter SpO2 >93% e/ou apresentarem frequência respiratória > 28 incursões respiratórias por minuto ou retenção de CO2 (PaCO2 >50mmHg e/ou pH <7,25) deverão ser prontamente intubados e ventilados mecanicamente (AMIB, 2020a; 2020b). 7 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios ALERTA DO PROFISSIONAL A intubação endotraqueal deve ser realizada por um profis- sional treinado e experiente. Assim, todos os profissionais que estiverem envolvidos noprocedimento deverão utilizar a paramentação adequada, ou seja, os equipamentos de pro- teção individual (EPIs) para aerossóis e contato. ! A AMIB (2020b) recomenda, preferencialmente, o uso da videolarin- goscopia para a intubação, se estiver disponível na unidade. Caso contrário, a intubação será realizada com laringoscópio convencional. Destacamos que crianças, adultos(as), obesos(as) ou grávidas podem dessaturar rapidamente durante a intubação. Nestas si- tuações, o paciente deverá ser pré-oxigenado com FiO2 a 100% durante 5 minutos, através de uma máscara facial com bolsa re- servatório (máscara com ambu). A intubação de sequência rápida é apropriada após uma avaliação das vias aéreas que não apresen- te sinais de intubação difícil. A contenção mecânica deve ser considerada nos pacientes que estejam intubados, necessitando de ventilação mecânica, para minimizar os riscos de extubação acidental e possível contamina- ção por disseminação de aerossóis (AMIB, 2020a). A extubação é indicada mediante a presença dos seguintes fatores e condições: 8 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Quando PaO2 ≥60mmHg com FIO2 ≤0,4 e PEEP≤5 a 8cmH2O. Hemodinâmica estável, com boa perfusão tecidual, sem ou com doses baixas de vasopressores, ausência de insuficiência coronariana descompensada ou arritmias com repercussão hemodinâmica. Causa da falência respiratória resolvida ou controlada. 1 2 3 Paciente capaz de iniciar esforços inspiratórios. Balanço hídrico zerado ou negativo nas últimas 24 horas. Equilíbrio acidobásico e eletrolítico normais. 4 5 6 Fatores e condições da extubação Figura 3: Fatores e condições da extubação. Fonte: AMIB (2020), adaptado por labSEAD- UFSC(2020). Lembre-se de verificar a pressão parcial que o oxigênio exerce quando é incorporado ao sangue arterial e os fatores para fazer a extubação. Prezando, sempre, o cuidado com o paciente. Você sabe quais os cuidados durante extubação de um paciente em esta- do crítico, ou emergencial, de Covid-19? Para fazer uma extubação, você, profissional da saúde, precisa es- tar ciente de alguns detalhes importantes para esse procedimen- to, como o tipo de máscara que deve ser colocada no paciente, distanciamento, ou não, do paciente e outros cuidados que estão listados a seguir: 9 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Deixar material para re-intubacão disponível CUIDADOS A SEREM REALIZADOS DURANTE A EXTUBAÇÃO 1 Escolher o suporte de oxigenoterapia pós-extubação. Recomenda-se usar cateter de O2 ou máscaras com baixo fluxo, evitando ventilação não invasiva pelo alto risco de aerossolização. 2 Se possível, a extubação deve ocorrer dentro de uma sala de pressão negativa. 3 Manter vigilância para falha de extubação (dessaturação, taquipneia/dispneia, esforço (expiratório, etc.). Em caso de falha, adotar todos os cuidados indicados para o procedimento de intubação. 4 Trocar a máscara cirúrgica pela máscara N95/PFF2 ou equivalente. 5 Durante a extubação traqueal, a equipe de saúde não deverá permanecer no box, sala ou quarto do paciente. do paciente. Quando não for possível, deve manter-se afastada do paciente. 6 Após conhecer sobre os cuidados a serem realizados durante a extubação, vamos seguir para o próximo tópico em que conhece- remos outros mecanismos de aspiração e ventilação. Figura 4: Cuidados a serem realizados durante a extubação. Fonte: Brasil (2020); Incor (2020), adaptado por labSEAD-UFSC(2020). 10 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Aspiração endotraqueal A aspiração endotraqueal é a remoção de secreções, por meio de sucção, das vias aéreas inferiores e superiores. Este procedimento possui alto poder de aerossolização e deve ser realizado sempre pelo sistema de aspiração fechado (AMIB, 2020a; 2020b). É uma prática avançada venfermagem e, conforme a resolução Cofen nº 639, de 6 de maio de 2020, compete ao enfermeiro a realização e a avaliação da necessidade de aspiração das vias aéreas nos pa- cientes sob ventilação mecânica. Veja a seguir recomendações da AMIB e do Cofen sobre aspiração oro e nasotraqueal ao paciente suspeito, ou confirmado, de Covid-19. Lavar as mãos antes e após o procedimento. Utilizar sistema de aspiração fechado (trach-care) em todos os casos. Minimizar ou abolir o reflexo de tosse durante o procedimento de aspiração. Realizar ausculta pulmonar para verificar a presença de ruídos adventícios; aspirar somente se necessário. Colocar os EPIs indicados conforme protocolo da instituição (óculos de proteção, máscara tipo PFF2/N95, face shield; capote/avental, luvas). Retirar EPIs. Descartar a máscara N95 se contaminada com secreção nasal, sangue ou outros fluidos corporais. Realizar nova ausculta pulmonar para avaliar a eficácia do procedimento. Manter atenção aos sinais vitais e possíveis intercorrências, como sangramentos e queda da SapO2. 1 2 45 3 76 8 Cuidados de enfermagem na aspiração oro/nasotraqueal Figura 5: Cuidados de enfermagem na aspiração oro/ nasotraqueal. Fonte: AMIB (2020a; 2020b); Cofen (2020), adaptado por labSead-UFSC (2020). Perceba que o cuidado com a higiene antes e depois de qualquer procedimento é essencial para a recuperação do paciente e a saú- de tanto dele, quanto sua. Nos próximos tópicos veremos a dife- rença entre a ventilação mecânica invasiva e a não invasiva. Não deixe de conferir! 11 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Ventilação mecânica não invasiva Ventilação mecânica invasiva: noções básicas e recomendações Noções básicas sobre a ventilação mecânica invasiva (AMIB, 2020a; 2020b) A Anvisa, por meio da Nota Técnica nº 4/2020, contraindica o uso de ventilação mecânica não invasiva (VMNI) e cateter nasal de alto fluxo (Cnaf). A AMIB (2020a) contraindica a VMNI do tipo CPAP ou BIPAP com circuito único que usam máscaras com orifícios para vazamento, devido à alta aerossolização gerada no ambiente. En- tretanto, a AMIB aponta que em UTIs com equipe multiprofissional com vasta experiência no uso de VMNI, disponibilidade de moni- torização rigorosa do paciente, e proteção adequada da equipe e limpeza frequente, é permitido tentar a VMNI para pacientes disp- neicos e hipoxêmicos mediante o cumprimento rigoroso de todas as recomendações da associação. O Cofen (2020) aponta a enfermagem como integrante da equi- pe multidisciplinar da UTI, destacando sua participação ativa nas ações administrativas e assistenciais que envolvem o paciente em ventilação mecânica. Ter conhecimento sobre a ventilação mecânica invasiva é essen- cial para o contexto em que estamos vivendo. Portanto, é im- portante saber algumas informações, como os componentes do ciclo respiratório com suporte ventilatório, que são fase inspirató- ria; ciclagem; fase expiratória; e disparo. Há também cinco modos ventilatórios convencionais, o modo controlado (em que a pres- são ou o volume ficam controlados); modo assistido controlado (o foco recai novamente sobre o volume ou a pressão, porém, sendo conferido com mais frequência); SIMV (mandatória sincro- nizada, em que o ventilador permite ciclos controlados, assistidos e espontâneos, tendo auxílio de volume ou pressão); PSV (suporte pressórico, ocorre quando o paciente tem ciclos espontâneos de respiração); e CPAP (acontece no momento em que a pressão fica positiva e contínua). 12 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios É importante ter em mente que existem parâmetros do ventilador me- cânico e você precisa ficar atento às suas variações. São eles: volume; pressão; FiO2; FR; PEEP; tempo inspiratório; pausa inspiratória; relação inspiração e expiração; sensibilidade; pressão de pico; entre outros. Além disso, podem ser disponibilizados nas unidades assisten- ciais ventiladores com recursos básicos (ventiladores de transpor- te), ventiladores com recursos básicos com curvas e ventiladores com curvas e recursos avançados de ventilação. Tendo conhecimentoprévio dessas noções básicas, a AMIB (2020a; 2020b) recomenda que, após ajustar os parâmetros iniciais, é pre- ciso: verificar sempre a oximetria do pulso (contínua); coletar ga- sometria arterial após 30 minutos de ventilação estável; avaliar as possíveis repercussões hemodinâmicas da VMI; manter o ní- vel de trabalho muscular o mais apropriado; iniciar o mais rápido possível modo de ventilação espontânea; evitar que o paciente se desconecte do ventilador, o que resultará em perda de PEEP e atelectasia; e, por fim, realizar o pinçamento do tubo endotra- queal quando for necessário desconectar (nos casos de transferir para um ventilador de transporte ou troca de filtro, por exemplo). ALERTA DO PROFISSIONAL A utilização de cateter nasal de alto fluxo (CNAF), ou de VMNI, não vem sendo sugerida para uso rotineiro como opção à in- tubação orotraqueal e à ventilação invasiva, pelo seu poten- cial de aumento da aerossolização. ! A Resolução Cofen nº 639/2020, aponta as funções do(a) enfermei- ro(a) no processo da ventilação mecânica no contexto da pandemia de Covid-19, e saber manejá-la é considerado uma prática avançada de enfermagem. Observe o procedimento na figura a seguir: 13 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Compete ao enfermeiro a montagem, testagem e instalação de aparelhos de VMI e VMNI em pacientes adultos, pediátricos e neonatos. Compete ao enfermeiro a monitorização, a checagem de alarmes, o ajuste inicial e o manejo dos parâmetros da ventilação mecânica (sob coordenação médica) tanto na estratégia invasiva quanto não-invasiva Fixar e centralizar o tubo traqueal, a monitorização da pressão do cuff (balonete) da prótese em níveis seguros e averiguar seu correto posicionamento. Realizar e avaliar a necessidade de aspiração das vias aéreas nos pacientes sob ventilação mecânica. Realizar e prescrever a higiene bucal, incluindo o uso do gluconato de clorexidina 0,12% ou outras soluções antissépticas cientificamente recomendadas. O manejo da Ventilação Mecânica (VM) 1 2 3 4 5 Figura 6: O manejo da ventilação mecânica. Fonte: Resolução COFEN nº 639, adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Existem relatos de evidências informais de melhora da oxigena- ção em pacientes com Covid-19 em posição prona que estão em ventilação espontânea (uso de cateter ou máscara com reserva- tório). Porém, não há evidências para se recomendar de forma rotineira esta posição no caso de pacientes hipoxêmicos, após otimizada a oxigenoterapia. Materiais sobre cuidados respiratórios com o paciente suspeito ou confirmado com a Covid-19 em estado crítico, estão disponíveis nos endereços eletrônicos da AMIB (Link 1), (Link 2), (Link 3). Aprofunde https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/abril/24/vm_ai_vjs_v5_abr_2020_final.pdf https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/protocolo_oxigenioterapia_covid19.pdf https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/Protocolo_de_Intubacao_Orotraqueal.pdf 14 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Fechamento Vimos nessa unidade diferentes tipos de cuidados respiratórios que devemos ter com o paciente suspeito ou confirmado com a Covid-19 em estado crítico, dentre eles, entender como é o pro- cesso de manuseio de um aparelho que auxilia o sistema respi- ratório. Ter esse entendimento é importante, pois quanto mais enfermeiros e profissionais da saúde tiverem conhecimento dos possíveis cuidados aos pacientes críticos, haverá mais chances de diminuir o índice de óbitos. Entendemos também que as recomendações da Anvisa e AMIB poderão direcionar você para elaboração e revisão dos protoco- los estabelecidos na instituição em que você atua, em especial, aqueles elaborados para pacientes com Covid-19 em estado crí- tico atendidos em unidades de emergência e UTI. 15 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios UNIDADE 4.2 – Principais parâmetros de ventilação mecânica no paciente com a Covid-19 (protocolo OMS de pneumonia associada a ventilação mecânica; colocação do paciente em posição prona). Nesta unidade você irá compreender os parâmetros respiratórios utilizados na ventilação mecânica e suas adaptações para pacientes portadores de Covid-19. Veremos também como iniciar e manejar a ventilação mecânica nesses pacientes e as considerações especiais quanto a manipulação dos circuitos do aparelho. Você terá a opor- tunidade de saber indicar e posicionar o paciente na posição prona e para a prevenção da pneumonia associada a ventilação mecânica. A ventilação mecânica tem sido o principal recurso utilizado nos pacientes portadores de Covid-19. Devido às alterações pulmona- res gravíssimas causadas pela infecção, a capacidade de ventilar os pulmões ou realizar a troca gasosa desses pacientes é reduzi- da, resultando assim em um quadro de insuficiência respiratória e, portanto, necessitando de suporte ventilatório. Apesar de a ventilação mecânica ser o último recurso escolhido no suporte ventilatório, ela tem sido antecipada nos pacientes acometidos pela Covid-19, por conta da alta transmissibilidade do vírus presente em aerossóis gerados pelas intervenções menos invasivas, expondo desta forma os demais pacientes e profissio- nais de saúde. Portanto, a equipe de saúde precisa saber o mo- mento adequado de iniciá-la, para que o procedimento possa ser realizado eletivamente e diminua a chance de contágio, comum em procedimento emergencial (BARBAS, 2020). Introdução Conceitos Iniciais Veja quais os principais conceitos utilizados para a aplicação da ventilação mecânica. 16 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Figura 7: Ventilador mecânico. Fonte: labSEAD-UFSC (2020) Suporte ventilatório O suporte ventilatório consiste na utilização de equipamentos que auxiliem na respiração do ser humano. Esses equipamentos po- dem fornecer maiores quantidades de oxigênio, como cânulas ou cateteres de oxigênio, ou podem substituir completamente a res- piração de um ser humano, como é o caso dos ventiladores me- cânicos (CAIRO, 2020). O ventilador mecânico pode fornecer respiração de duas manei- ras, uma não invasiva e outra invasiva. Na forma não invasiva, é acoplado no nariz, boca ou em todo o rosto do paciente uma máscara conectada ao ventilador; já na forma invasiva, o paciente recebe um tubo de PVC siliconado que entra através da boca (em alguns casos, pelo nariz) e vai até a traqueia, portanto, trata-se de um dispositivo invasivo. O princípio de funcionamento desses aparelhos é impulsionar uma quantidade de ar para o paciente. Para isso, a máquina captura oxigênio e ar comprimido das redes hospitalares, mistura ambos em seu interior e abre uma válvula inspiratória, fornecendo uma quantidade de ar pressurizada e enriquecida com oxigênio, pro- gramada pelo profissional. 17 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Parâmetros respiratórios Os parâmetros respiratórios são as variáveis que serão fornecidas para o paciente pelo ventilador e são selecionadas e ajustadas pelo profissional de saúde. Há uma grande variedade de ventila- dores mecânicos no mercado, e o local de apresentação de seus parâmetros podem variar conforme a marca e o modelo do ven- tilador. São muitos os parâmetros que são ajustados quando o pacien- te está em ventilação mecânica. Alguns dos parâmetros iniciais quando da instalação da ventilação mecânica são apresentados a seguir, seguidos de sua definição: Pressão de pico: quantidade máxima de pressão nas vias aéreas. Volume corrente (VC): volume de ar oferecido ao paciente em mL durante a inspiração. Pressão controlada / inspiratória (Pinsp): pressão utilizada para enviar o gás para dentro dos pulmões; relacionada com o VT e deve estar preferencialmente ↓40 cmH2O. Frequência respiratória (FR): nº de ciclos respiratórios (insp + exp) realizados em 1 min; ajustada de acordo com PaCO2 e pH desejá- veis. Pressão positiva expiratória Final – PEEP: pressão positiva (supra atmosférica) aplicada pelo ventiladorao final da expiração; usada p/ evitar, minimizar ou reverter colapsos alveolares. Fração inspirada de oxigênio – FiO²: concentração de oxigênio ofertada ao paciente; ajustada de acordo com os gases sanguíne- os do paciente. Volume minuto (VT): volume de ar respirado a cada minuto; Volu- me minuto= VC X FR; normalmente 6 a 8l/min. Sensibilidade: Controla a quantidade de esforço do paciente necessário. 18 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Figura 8: Parâmetros respiratórios em um ventilador mecânico na modalidade com pressão assisto- controlada. Fonte: Cairo (2020) labSEAD-UFSC(2020). Pressão de Pico Pa râ m et ro a ju st av ei s Parâmetro monitoráveis Pressão Controlada Volume Corrente PEEPFiO2: FR: Pressão Controlada/Inspiratória Necessita que se programe em outra seção do ventilador o Tempo inspiratório: Tempo que durará a fase inspiratória A assistência ao paciente em ventilação mecânica é complexa, com muitas variáveis envolvidas, e o paciente precisa ser avaliado constantemente para eventuais ajustes. Neste link você tem acesso a uma série de vídeos relacionados com a ventilação mecânica na Covid-19. Também pode ter acesso neste link as diretrizes brasileiras de ventilação mecânica. Aprofunde Após compreender os parâmetros respiratórios, seguimos adiante com os conhecimentos sobre a modalidade respiratória. Trata-se de como o ventilador fornecerá os parâmetros respira- tórios para o paciente. Existem duas modalidades mais comuns: ventilação com volume assisto-controlado (VCV) ou ventilação com pressão assisto-controlada (VCP). A diferença entre elas é que na VCV o profissional define um volume corrente fixo a ser fornecido pelo ventilador, enquanto na PCV é selecionada a pres- são inspiratória na qual o ar entrará nas vias aéreas. Veja na imagem a seguir um exemplo de localização de alguns pa- râmetros respiratórios em um ventilador mecânico na modalidade com pressão assisto-controlada Modalidade Respiratória MODALIDADE COM PRESSÃO ASSISTO-CONTROLADA O ventilador fornece uma pressão inspiratória fixa, portanto o volume corrente entregue para o paciente será variado em todos os ciclos, pois o aparelho se preocupa em atingir a pressão programada independente de quanto ar entregue. Portanto, programa- se uma pressão inspiratória para agir durante toda a inspiração. Como a pressão inspiratória é selecionada as vias aéreas e campos pulmonares são protegidos de excessos de pressão. Porém, o volume corrente pode variar muito e portanto as necessidades fisiológicas do paciente não serem eficazmente sanadas. Pacientes que estejam atingindo pico de pressão inspiratória muito elevado. Pressão inspiratória e tempo inspiratório. Volume corrente. FUNCIONAMENTO CONSEQUÊNCIAS PARA O PACIENTE INDICADA PARÂMETROS FIXOS PARÂMETROS VARIÁVEIS https://interfisio.com.br/imagens/artigos/2013/Diretrizes-AVM-AMIB-SBPT-2013.pdf 19 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Agora, veja na imagem a seguir um exemplo de localização de al- guns parâmetros respiratórios em um ventilador mecânico na mo- dalidade com volume assisto-controlado. Contudo, é importante ressaltar que não existe uma modalidade superior ou inferior à outra. Sua seleção é feita com base nas res- postas do paciente ou na experiência da equipe com uma moda- lidade ou outra. MODALIDADE COM VOLUME ASSISTO-CONTROLADO O ventilador fornece um volume corrente fixo, portanto a pressão que esse volume de ar fará nas vias aéreas do paciente será variada em todos os ciclos, pois o aparelho se encarrega apenas em entregar o volume corrente. Portanto, programa-se um volume corrente a ser entregue com um fluxo de ar, que determina a velocidade a ser entregue. Pelo fato do paciente receber um volume de ar específico, suas necessidades fisiológicas são fornecidas seguramente. Porém, quando ele possui rigidez nas vias aéreas (Edema, broncoespamo, excesso de secreção, lesões pulmonares) a pressão inspiratória pode atingir valores perigosos e danosos para o paciente. Todos os pacientes. Volume corrente e fluxo inspiratório. Pressão inspiratória. FUNCIONAMENTO CONSEQUÊNCIAS PARA O PACIENTE INDICADA PARÂMETROS FIXOS PARÂMETROS VARIÁVEIS Figura 9: Parâmetros respiratórios em um ventilador mecânico na modalidade com volume assisto- controlado. Fonte: Cairo (2020) labSEAD-UFSC(2020). 20 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Modificações no circuito do ventilador Em pacientes suspeitos ou confirmados de infecção por Covid-19, recomenda-se a mínima exposição a aerossóis. Portanto, o cir- cuito de ventilação mecânica invasiva para esses pacientes deve respeitar a ordem abaixo partindo do paciente. Tubo orotraqueal Sistema de aspiração fechado Capnógrafo (se houver na instituição) Filtro HMEF Peça Y e ramos inspiratório e expiratório Figura 10: Ordem do circuito de ventilação mecânica invasiva. Fonte: Barbas (2020), adaptado por labSEAD-UFSC(2020). Os sistemas de aspiração fechados permitem aspiração de secre- ções do tubo endotraqueal múltiplas vezes, sem a necessidade de desconexão do circuito de ventilação. Além disso, possui uma manga plástica envolvendo a sonda, que possibilita seu manuseio sem contato direto com o profissional. O sistema deve ser conec- tado diretamente na saída do tubo endotraqueal. (BARBAS, 2020). Os sistemas devem ser trocados conforme orientado pelos fabricantes, porém grande parte das marcas garante uma validade de 7 dias. Os filtros HMEF, derivado do inglês “Heat and Moisture Exchanger”, são trocadores de calor e umidade que aquecem e umidificam o ar inspirado para o paciente e, alguns deles, são acrescidos de uma barreira microbiológica, chamada de “Filter”, que permitem uma filtração de até 99,9% dos patógenos (BARBAS, 2020). Os fil- tros HMEF devem ser trocados conforme orientações de seus fa- bricantes, porém a grande maioria das marcas recomenda a troca a cada 24h ou quando o filtro estiver com sujidade visível. Programação inicial A programação inicial e a instalação do ventilador mecânico é uma das atribuições do enfermeiro. E consistem no acoplamento do aparelho as réguas de oxigênio e ar comprimido e sua testagem, e também a seleção dos seguintes parâmetros: 21 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios FiO2 de 100% PEEP 10cmH2O10 Frequência respiratória: 20 mrm Calcular o volume corrente alvo para o paciente com base no peso predito (fórmula abaixo) Se você optar por modalidade pressão assisto-controlada, colo- que uma pressão controlada de 15cmHO e aumentar ou diminuir 2 cmH2O por vez até atingir o volume corrente adequado, e lem- bre-se de adicionar um fluxo de 30L/min. Agora, caso você optar pela modalidade volume assisto-controlado, programe o volume corrente calculado no ventilador. Lembre-se de adicionar tempo inspiratório de 1,2s. O enfermeiro deve coletar diariamente, conforme acordado com a equipe médica, uma gasometria arterial para observar a pres- são parcial de oxigênio (PaO2) e a pressão parcial de gás carbôni- co (PaCO2). A PaO2 informa como está a oxigenação do paciente, enquanto a PaCO2 é o parâmetro mais específico de avaliação da ventilação pulmonar. A PaO2 aconselhada para o paciente é entre 80 e 100mmHg. Valo- res que estejam fora dessa margem requerem ajuste da FiO2 e da PEEP. Para ajustar a FiO2, de acordo com a PaO2, utilize a seguinte fórmula (CAIRO, 2020): Figura 11: Parâmetros para programação inicial e instalação do ventilador mecânico. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Manejo dos parâmetros respiratórios Para saber mais sobre a ventilação mecânica, assista o vídeo Mechanical Ventilation for Covid-19, no link. Se tiver dificuldade com a língua inglesa, ative a opção de legendas. Aprofunde FiO2 = PaO2 alvo (Geralmente 80mmhg) x FiO2 no ventilador PaO2 na gasometria FR = PaCO2 na gasometria x FR no ventiladorJá a PaCO2 é recomendada manter entre os valores de 35 a 45mmHg. Valores divergentes devem ser corrigidos por meio da modificação da frequência respiratória (FR) no ventilador ou sin- gelas modificações no volume corrente (CAIRO, 2020). Para calcu- lar a nova FR utilize a fórmula: PaCO2 alvo (Geralmente 40mmHg) https://www.aarc.org/resources/clinical-resources/pandemic-ventilation-video-series-covid-19/ 22 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Antes de realizar ajustes no ventilador, certifique-se que o pa- ciente não apresenta secreção no tubo endotraqueal ou vias aé- reas e não necessita de maiores doses de sedativos, conforme avaliado por escala de sedação. Verifique também se as conexões estão acopladas adequadamente e se o ventilador e a rede de ga- ses estão em funcionamento. Observe a seguir as informações sobre quando é indicado colocar o paciente acometido pela Covid-19 em posição prona e as orien- tações corretas para este procedimento. ALERTA DO PROFISSIONAL Segundo a resolução 639/2020 do Cofen, o enfermeiro é qualificado para realizar montagem, teste, programação ini- cial do ventilador e manejo dos parâmetros respiratórios em coordenação com a equipe médica. ! Posição prona no paciente com Covid-19 A posição prona consiste em colocar o paciente em decúbito ven- tral. Esse posicionamento permite que uma maior área do pulmão seja irrigada e melhore a relação ventilação – perfusão (V/Q) do paciente. Sua indicação é em pacientes que tenham desenvolvido Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) grave, carac- terizada por pela razão PaO2/FiO2 < 150. Para calcular essa razão basta dividir a PaO2 na gasometria pela FiO2 programada no ven- tilador (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Figura 12: Paciente em posição prona. Fonte: Intensive Care Society (2020). 23 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios A posição prona é recomendada por 12 a 16 horas por dia, deven- do ser interrompida caso o paciente apresente sinais clínicos de deterioração clínica ou instabilidade hemodinâmica. Para sua re- alização recomenda-se um número adequado de componentes, utilizando precaução de prevenção de aerossóis, devido a possi- bilidade de desconexão acidental do circuito ventilatório (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Para avaliar se a posição prona foi eficaz, deve-se realizar a cole- ta de nova gasometria arterial para calcular a relação PaO2/FiO2. Quando a relação estiver com 20 pontos de aumento e/ou uma PaO2 10mmHg maior. Caso o paciente apresente redução de 20% na relação PaO2/FiO2 após a posição prona, ele deve ser despro- nado (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Fechamento Nesta unidade, você viu os parâmetros respiratórios utilizados na ventilação mecânica, suas adaptações para pacientes portadores de Covid-19. Também soube como iniciar e manejar a ventilação mecânica nesses pacientes e as considerações especiais quanto a manipulação dos circuitos do aparelho. Vimos como indicar e po- sicionar o paciente na posição prona e sobre prevenção da pneu- monia associada a ventilação mecânica. Para saber o correto procedimento, assista o vídeo Pronation Therapy Training, no link. Se tiver dificuldade com a língua inglesa, ative a opções de legendas. Aprofunde https://www.youtube.com/watch?time_continue=417&v=yb1ppe8Y-70&feature=emb_title 24 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios UNIDADE 4.3 - Limpeza e desinfecção da unidade e dos equipamentos do paciente (bombas de infusão, cabos, esfigmomanômetro, estetoscópio, leito, monitor, suportes de soro, etc) Nesta unidade você irá identificar as principais características e indicações dos produtos utilizados para limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos. Assim como, a forma adequada para manipulação e uso desses no enfrentamento da Covid-19. Introdução Temos muito a aprender sobre o novo coronavírus (SARS-CoV-2) que causa a doença de coronavírus 2019 (Covid-19). Com base no que se sabe atualmente sobre o vírus e coronavírus semelhantes que causam SARS e MERS, a disseminação de pessoa para pessoa ocorre com mais frequência entre contatos próximos (a cerca de um metro e oitenta centímetros). Esse tipo de transmissão ocorre por gotículas respiratórias, mas atualmente a transmissão de do- enças por aerossóis infecciosos é incerta (CDC, 2020). A transmissão do SARS-CoV-2 para pessoas de superfícies conta- minadas com o vírus não foi documentada. (CDC, 2020). A transmissão do coronavírus em geral ocorre muito mais comu- mente através de gotículas respiratórias do que através de fômites. As evidências atuais sugerem que o SARS-CoV-2 pode permane- cer viável por horas a dias em superfícies feitas de uma variedade de materiais. A limpeza de superfícies visivelmente sujas segui- das de desinfecção é uma medida de prática recomendada para a prevenção de Covid-19 e outras doenças respiratórias virais em ambientes críticos e contaminados (CDC, 2020). Assim, é necessário treinamento e estímulo ao cuidado máximo. Quanto mais soubermos sobre as fortalezas e fragilidades do ví- rus, maiores serão as possibilidades de ações preventivas para minimizar o risco de contágio. (CDC, 2020). O conhecimento sobre rotinas de limpeza, desinfecção do am- biente, materiais e equipamentos, trará subsídios para você cuidar 25 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios do paciente, em um ambiente mais seguro e com menor risco de contaminação cruzada da Covid-19. Conceitos iniciais Atualmente a preocupação com o ambiente está em destaque e a população como um todo tem tomado medidas individuais e co- letivas para que o ambiente se mantenha limpo. Nos serviços de saúde, essas medidas devem ser intensificadas e as rotinas bem estabelecidas, com produtos e processos direcionados para cada ambiente, material e equipamento. Confira a seguir os conceitos de limpeza, desinfecção e esterilização: LIMPEZA Remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas, reduzindo a carga microbiana. Etapa prévia do processo de desinfecção. Deve ser realizada antes do uso de desinfetantes, sempre que o local, material ou equipamento apresentar sujidades. DESINFECÇÃO Processo aplicado em um artigo ou superfície visando à eliminação de microrganismos, exceto esporos. ESTERILIZAÇÃO Processo com agentes químicos ou físicos para destruir todas as formas de vida microbiana, somente a objetos inanimados.Figura 13: Limpeza, desinfecção e esterilização. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Para a higienização e limpeza do ambiente, é importante também es- tar atento aos conceitos de área crítica, área semicrítica e não crítica. As áreas críticas são os ambientes com maior risco para infec- ções, onde são realizados procedimentos de risco, com a presen- ça ou não de pacientes, ou ainda onde se encontram pacientes imunodeprimidos, exemplificados na próxima página: 26 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios As áreas semicríticas são as áreas físicas ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas, por exemplo as enfermarias e apartamentos, am- bulatórios, banheiros, posto de enfermagem, elevador e corredo- res (CARRARA, 2017). Todos os demais compartimentos dos estabelecimentos assisten- ciais de saúde não ocupados por pacientes e onde não se realizam procedimentos de risco são as áreas não críticas, por exemplo, ves- tiário, copa, áreas administrativas e almoxarifados (CARRARA, 2017). Figura 14: Áreas críticas. Fonte: Carrara (2017), Freepik (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Centro cirúrgico Centro obstrétrico Unidade de terapia intensiva Unidade de diálise Laboratório de análises clínicas Banco de sangue Setor de hermodinâmica Unidade de transplante Unidade de queimados Unidade de isolamento Berçário de alto risco Central de material e esterilização Lactário Serviço de nutrição e dietética Farmácia Área suja da lavanderia Limpeza e desinfecção do ambientehospitalar Nos ambientes de saúde o serviço de higienização e limpeza pode ser próprio ou terceirizado. É importante observar a compatibili- dade entre o número de trabalhadores, demanda de trabalho, e a cobertura em todos os turnos de funcionamento da instituição. ALERTA DO PROFISSIONAL O(a) enfermeiro(a) deve estar atento ao uso de EPIs nos pro- cessos de limpeza e desinfecção do ambiente e equipamen- tos. Deve ser capaz de organizar, supervisionar e realizar o trabalho com atenção e calma para não produzir despren- ! 27 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios O treinamento das equipes é essencial. A instituição deve dis- ponibilizar EPIs adequados e também produtos para pronto uso, indicados para cada situação. Os profissionais da equipe de higienização devem manter cabelos pre- sos, unhas curtas, cuidados básicos de higiene pessoal e, como os de- mais profissionais no ambiente hospitalar, não devem usar adereços durante o trabalho. Confira a listagem de produtos e princípios ativos recomendados para os processos de limpeza e desinfecção, a seguir: dimento de partículas contaminantes ou danos nos equipa- mentos e ambiente. Observar os alertas de precaução dos ambientes e ainda, avisar quando não encontrar. Alertar qual- quer alteração no ambiente ou equipamentos que possam comprometer sua adequada limpeza ou desinfecção. Produtos recomendados nos processos de LIMPEZA Detergentes Limpadores Solução de ozônio aquoso Multiuso Alvejantes contendo hipoclorito (de sódio, de cálcio) a 0,1% Desinfetantes de uso geral aprovados pela Anvisa Ácido peracético 0,5% Dicloroisocianurato de sódio (concentração de 1,000 ppm de cloro ativo) Hipoclorito de sódio 0,1% (concentração recomendada pela OMS) Peróxido de hidrogênio 0,5% Quaternário de amônia e compostos fenólicos Princípios ativos recomendados nos processos de DESINFECÇÃO Tabela 1: Produtos de limpeza e princípios ativos de desinfecção. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). O processo de limpeza pode ser dividido em limpeza concorrente e limpeza terminal, como vemos detalhadamente cada uma de- las a seguir: 28 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios A limpeza concorrente é um procedimento diário, com o objetivo de limpar e organizar o ambiente, repor materiais de consumo e recolher resíduos. É a limpeza das áreas próximas ao pacien- te e áreas horizontais, especialmente as de maior contato com paciente e equipe. Ela é essencial para evitar a disseminação de microrganismos no ambiente hospitalar. Confira a frequência da limpeza concorrente em diferentes áreas no ambiente hospitalar: ÁREAS CRÍTICAS 3 vezes ao dia Limpeza concorrente ÁREAS SEMICRÍTICAS 2 vezes ao dia ÁREAS NÃO CRÍTICAS 1 vez ao dia ÁREAS EXTERNAS 2 vezes ao diaFigura 15: Frequência da limpeza concorrente em diferentes áreas. Fonte: Carrara (2017), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). A limpeza concorrente pode ser feita mais vezes, caso seja necessário. A limpeza terminal é um procedimento de limpeza mais completo, realizado após a alta, transferência ou óbito. Em situações de in- ternação prolongada a limpeza é feita em áreas críticas de 15 em 15 dias, e em áreas semicríticas a cada 30 dias, no máximo. Inclui a limpeza de paredes, pisos, teto, painel de gases, equipamentos, camas, colchões, macas, mesas de cabeceira, mesas de refeição, armários, bancadas, janelas, vidros, portas, peitoris, luminárias, filtros e grades de ar condicionado (CARRARA, 2017). Confira a frequência da limpeza terminal programada em diferen- tes áreas no ambiente hospitalar. 29 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios ÁREAS CRÍTICAS Semanal Limpeza terminal ÁREAS SEMICRÍTICAS Quinzenal ÁREAS NÃO CRÍTICAS Mensal ÁREAS EXTERNAS Conforme rotina Figura 16: Frequência da limpeza terminal em diferentes áreas. Fonte: Carrara (2017), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). No contexto da Covid-19, a equipe de higienização deve aumentar a frequência de higienização de superfícies. Especialmente áreas onde ocorrem maior contato de mãos das pessoas, como ma- çanetas das portas, botões dos elevadores, interruptores, apa- relhos de telefone, teclados, mouses, mesas e bancadas, áreas de prescrição, cadeiras (especialmente braços das cadeiras) e torneiras (ABRALIMP, 2020). Algumas observações são importantes no processo de limpeza, como técnicas de varredura úmida, ensaboar, enxaguar e secar é in- dicada para limpeza dos pisos. Nunca deve ser realizada a varredura a seco. Os desinfetantes com potencial para limpeza de superfícies podem ser compostos à base de cloro, álcoois, alguns fenóis, iodó- foros e o quaternário de amônio. Sugere-se a montagem de kits de limpeza, conforme rotina e ambientes a serem limpos, evitando o uso de materiais de uma área em outra. (ABRALIMP, 2020). Convidamos você a aprofundar este conteúdo lendo a NOTA TÉCNICA Nº 47/2020/SEI/ COSAN/GHCOS/ DIRE3/ANVISA que trata das recomendações sobre produtos saneantes que possam substituir o álcool 70% na desinfecção de superfícies, durante a pandemia da Covid-19 nesse link. Aprofunde Limpeza e desinfecção de materiais e equipamentos Desde 1985 o Centers for Desease Control (CDC) utiliza a classifica- ção proposta por Spaulding em 1960 para a definição do processa- mento dos produtos de saúde. A classificação coloca os artigos em três categorias: crítico, semicrítico e não crítico. (CARRARA, 2017). Esta classificação está relacionada ao risco potencial de infecção pelo paciente, quando utiliza o produto processado. Considera toda substância orgânica como potencialmente infectante (inde- pendente do diagnóstico prévio do paciente, exceto com produ- tos relacionados a doenças priônicas). Tem ainda o propósito de racionalizar a indicação do grau de exigência ao processamento https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/anvisa-nota-tecnica-no-26-2020-recomendacoes-sobre-produtos-saneantes-que/ 30 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Artigos críticos Artigos não críticos Artigos semi-críticos Penetram em tecidos estéreis ou sistema vascular. Entram em contato com membrana mucosa íntegra ou pele não intacta. Contato com pele íntegra ou não entram em contato. Risco potencial de transmissão de infecções alto. Risco intermediário. Risco baixo (limpeza prévia na presença de substância orgânica). REQUER Desinfecção de alto nível. REQUER Desinfecção intermediária. REQUER Desinfecção de baixo nível. Tabela 2: Classificação de processamento dos produtos de saúde. Fonte: Apecih (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). A desinfecção, conforme suas possibilidades de ação, é classifica- da em alto nível, nível intermediário e baixo nível. dos produtos, além de apontar o nível mínimo de processamento necessário a um artigo, partindo de sua categoria, sendo conside- rado um processamento mais rigoroso, quando viável do ponto de vista econômico e operacional (CARRARA, 2017). Vamos conhecer essas classificações? Elimina bactérias vegetativas, vírus lipídicos, alguns vírus não lipídicos e alguns fungos. Não elimina microbactérias nem esporos. BAIXO NÍVELALTO NÍVEL Elimina microrganismos de forma vegetativa e alguns esporos. Elimina bactérias vegetativas, bacilo da tuberculose, fungos e vírus lipídicos e alguns não lipídicos - Não elimina esporos. NÍVEL INTERMEDIÁRIO Figura 17: Níveis de desinfecção. Fonte: Carrara (2017), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). São exemplos de artigos críticos os instrumentais cirúrgicos (pin- ças, afastadores, fios, roupas utilizadas em procedimentos assép- ticos). Esses artigos requerem esterilização. 31 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Figura 18: Artigo crítico. Fonte: Freepik (2020). Entre os artigos semicríticos estão os materiais de terapia respi- ratória (como máscaras, traqueias de ventiladores pulmonares e reanimadores manuais). Esses materiais requerem desinfecçãode nível intermediário, que pode ser química através da imersão, ou física, através de calor, como a termodesinfecção (SOBECC, 2017). Os artigos não críticos, como óculos de segurança, protetor facial, manguitos, cufômetros, estetoscópios, termômetros, pressuriza- dores, equipamentos de uso no paciente, ventiladores mecânicos, monitores multiparamétricos e seus cabos, aparelhos de RX mó- veis, de eletrocardiografia e ultrassonografia, requerem uma de- sinfecção de baixo nível (SOBECC, 2017). Quanto aos laringoscópios, embora classificados como artigos semi- críticos, quando não for possível a desinfecção por autoclave ou ter- modesinfeção, recomenda-se o uso de álcool etílico a 70%, tanto do cabo quando da lâmina (a depender do fabricante) (SOBECC, 2017). O álcool a 70%, apesar de não eliminar esporos, possui ação ger- micida para todos os vírus lipofílicos, muitos vírus hidrofílicos, bactéria, Mycobacterium tuberculosis e fungos, quando aplicado por 30 segundos, o que se consegue com três aplicações sucessi- vas, após a evaporação (SOBECC, 2017). Para ver o tempo de permanência do coronavírus nos diferentes tipos de superfícies, clique, nesse link. Aprofunde https://www.ufrgs.br/telessauders/posts_coronavirus/quanto-tempo-o-virus-que-causa-o-covid-19-sobrevive-em-superficies/ 32 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios ALERTA DO PROFISSIONAL O álcool gel 70% contem emoliente e não é indicado para a higienização do ambiente! Só deve ser utilizado para higie- nização das mãos. Todo material deve ser limpo antes de sofrer a desinfecção, que pode ser química, com o uso de desinfetantes, ou física por ação térmica. ! Equipamentos, produtos para saúde ou artigos para saúde utiliza- dos em todos os pacientes devem ser recolhidos e transportados de forma a prevenir a possibilidade de contaminação de pele, mu- cosas, roupas ou a transferência de microrganismos para outros pacientes, profissionais ou ambiente. Conhecemos pouco acerca do vírus SARS-CoV-2, mas em todo o mun- do pesquisadores buscam evidências para combater a pandemia, assim novas publicações vão surgir. Esse vírus tem alto poder de virulência e por isso atingiu os cinco continentes em curto espaço de tempo. Ele pode sobreviver em diferentes superfícies, mas pode ser inativado com produtos de fácil acesso. 33 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Fechamento Nessa unidade você aprendeu sobre os principais produtos utili- zados para limpeza e desinfecção de superfícies, materiais, equi- pamentos, e as formas de processamento mais utilizadas no en- frentamento da Covid-19. Os seus conhecimentos serão a base para a realização de uma prática segura para sua equipe e para o paciente que você cuida. Não há especificidades para os processos de desinfecção e lim- peza em se tratando do paciente com diagnóstico de Covid-19, visto que todo ambiente deve se manter seguro independente do contexto ou diagnóstico do paciente que utilizou aquele espaço. Processos bem definidos de limpeza e desinfecção de materiais de assistência tendem a reduzir as falhas nesse processo. O trei- namento da equipe, a valorização dos profissionais e o sentimento de sua importância nesse contexto são algumas estratégias para sucesso no enfrentamento à Covid-19. 34 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios UNIDADE 4.4 – Cuidados com resíduos e descarte de materiais; orientação de alta e cuidados com o corpo após a morte Nesta unidade você irá compreender o manejo adequado dos re- síduos gerados nos serviços de saúde, conforme regulamentação vigente no que diz respeito à segregação, acondicionamento e tra- tamento. Em relação ao paciente, compreenderá o conceito de transição do cuidado, no preparo para a alta com segurança, bem como os cuidados com o corpo após a morte. A pandemia da Covid-19 é considerada um dos maiores desafios da contemporaneidade. No setor saúde, a demanda expressiva por leitos hospitalares tem gerado um colapso no mundo todo. Isso ocorre mesmo diante da estimativa de que apenas uma pequena parte dos casos positivos para a doença necessitam de hospitali- zação e cuidados intensivos (WU et al., 2020). Introdução Figura 19: A Covid-19 tem alterado constantemente a rotina de profissionais da enfermagem. Fonte: Freepik (2020). Essa alta demanda tem alterado a rotina e os fluxos de traba- lho do enfermeiro, que se vê diante da necessidade de mudar e adaptar seu cotidiano de trabalho, visando atender as exigências das instituições de saúde. Diariamente, novas diretrizes são pu- blicadas por órgãos reguladores em saúde, propondo ajustes, mu- 35 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios No entanto, o medo da contaminação, a escassez de equipamen- tos de proteção individual (EPIs) e os enfrentamentos deixam o enfermeiro em situação ímpar de estresse diante dessa pandemia (MABEN; BRIDGES, 2020). Nesta perspectiva, com o intuito de aprimorar o seu conhecimen- to diante da pandemia da Covid-19, apresentaremos conceitos e estratégias de cuidado quanto aos resíduos e descarte de mate- riais, orientação de alta e cuidados com o corpo após a morte. danças ou readequações com vistas a minimizar a propagação e a disseminação do vírus. O enfermeiro, por ser o profissional que coordena e gerencia unidades de pacientes críticos (UTIs), tem o compromisso ético, moral e legal de assegurar que todas as diretrizes determinadas pelos órgãos em saúde sejam cumpridas. Conceitos Iniciais A fim de controlar a propagação de uma epidemia, é de vital im- portância o gerenciamento eficaz de resíduos de saúde. Os resídu- os e subprodutos abrangem uma gama diversificada de materiais, como: resíduos infecciosos, patológicos, de objetos cortantes, químicos, farmacêuticos, citotóxicos, radioativos e resíduos não perigosos ou gerais. Tipos de resíduos Infecciosos Patológicos Objetos cortantes Químicos Radioativos Gerais ou não perigosos Farmacêuticos Citotóxicos Figura 20: Tipos de resíduos de saúde. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). 36 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios A Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 306/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Resolução nº 358/2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), definem os resíduos de serviços de saúde (RSS), como todo resíduo gerado em qualquer serviço prestador de assistência médica humana ou animal. A descrição detalhada de cada grupo (A, B, C, D, E) consta na RDC nº 306/2004. Importante ressaltar que todos os resíduos provenientes da as- sistência a pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pela Covid-19, devem ser acondicionados em sacos vermelhos, pois são enquadrados no grupo A1, conforme a RDC da Anvisa, nº 222, de 28 de março de 2018 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Acesse a RDC nº 306/2004 da Anvisa, no link, e a resolução nº 358/2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), no link. Aprofunde Os resíduos perfurocortantes devem ser descartados em caixas rígidas próprias para estes materiais, sendo que após a alta do pa- ciente esta caixa rígida deverá ser acondicionada em saco verme- lho, junto com os outros materiais. Ressaltamos que instituições que realizam o processamento dentro sua unidade podem utilizar saco branco leitoso. Etapas do gerenciamento de resíduos em serviços de saúde (RSS) Figura 21: Tipos de resíduos de saúde. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Transporte interno Disposição final Transporte interno Acondicionamento Segregação Identificação Armazenamento externo Armazenamento temporário Transporte interno Transporte externo Tratamento Coleta externa Etapas do gerenciamento de residuos em serviços de saúde https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=462 37 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios É importante compreender que a falha em uma das etapas do ge- renciamento de RSS, comprometetodo o processo, além de expor a riscos todos os diferentes profissionais que nele estão envol- vidos. Veja a seguir alguns passos que você deverá seguir para o adequado gerenciamento dos RSS. Separar os resíduos no momento e local de sua geração, em infectantes, químicos, comum, reciclável e perfurocortante. Acondicionar os resíduos separados na origem, em recipientes com características apropriadas a cada grupo específico. Identificar os resíduos pelo símbolo de substância infectante. 1 2 3 Utilizar EPIs compatíveis com o risco inerente à atividade a ser realizada. 4 Figura 22: Descrição passo a passo do gerenciamento de RSS. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Para cada um dos passos é preciso que você siga as orientações a seguir: • Segregação: separar os resíduos no momento e local de sua geração, conforme suas características físicas, químicas, bio- lógicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos; separar os resíduos em infectantes, químicos, comum, reciclável, orgânico e perfurocortante. • Acondicionamento: acondicionar os resíduos segregados na origem, em recipientes com características apropriadas a cada grupo específico, observando a padronização de cor e simbolo- gia. Os recipientes devem devem ser substituídos quando atin- girem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 48 horas (independentemente do volume). • Identificação: identificar os resíduos pelo símbolo de substân- cia infectante, o que permite o reconhecimento dos resíduos 38 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS. Veja a seguir a classificação de resíduos e rejeitos, e um exemplo da caixa coletora de materiais perfurocortantes: Figura 23: Classificação dos resíduos e caixa coletora de material pérfurocortante. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Outros cuidados que você deve seguir são: • Utilizar vestimenta própria, touca e calçado fechado em todas as áreas técnicas e restritas (EPIs compatíveis com o risco ine- rente à atividade a ser realizada). • Deixar no local de trabalho os equipamentos de proteção indi- vidual e as vestimentas utilizadas em suas atividades (não sair vestido com avental etc.). Você como enfermeira(o) de UTI, atua diretamente nas três primeiras etapas do gerenciamento de RSS. Para conhecer as demais etapas, leia a RDC 222/2018 comentada, que você pode acessar neste link. Aprofunde https://www.pncq.org.br/uploads/2018/RDC222.pdf 39 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios ALERTA DO PROFISSIONAL A falta de conscientização sobre os riscos à saúde relaciona- dos aos resíduos de serviços de saúde, treinamento inade- quado em gerenciamento de resíduos, ausência de sistemas de gerenciamento e descarte de resíduos, recursos finan- ceiros e humanos insuficientes e a baixa prioridade dada ao tópico são os problemas mais comuns relacionados aos resí- duos de cuidados à saúde. ! Muitas das recomendações apresentadas já foram mencionadas anteriormente. Todavia, ressaltamos a importância de serem se- guidas à risca, especialmente por se tratar de uma doença alta- mente infecciosa. Orientação de alta/transição do cuidado A transição do cuidado compreende um grupo de ações planeja- das para garantir a coordenação segura e a continuidade do cui- dado do paciente. Essas ações compreendem situações nas quais os pacientes passam por uma mudança em sua situação de saúde, e precisam ser transferidos de uma localização a outra no mesmo servi- ço (como, por exemplo, transferência do paciente da UTI para a unidade de internação) ou precisam ser transferidos entre dife- rentes serviços de saúde, ou ainda serão transferidos para casa/ comunidade (alta hospitalar). Figura 24: Ações que compreendem a transição do cuidado. . Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Transferência de serviço Transferência de setor Transferência para casa / alta 40 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios No contexto da transição do cuidado, o enfermeiro enfrenta gran- des desafios, ao promover a inserção de uma pessoa debilitada e vulnerável em uma sociedade apreensiva e assombrada. Ações específicas da equipe de saúde no processo de preparo do paciente/família para a continuidade do cuidado Garantir a continuidade do tratamento envolve ações que se ini- ciam dentro do hospital e permanecem com os cuidados que de- verão ser realizados mesmo fora da unidade de saúde. Sua equipe e você poderão considerar os seguintes passos para o preparo do paciente/família: Planejamento da alta Segurança nas medicações Comunicação completa de informações Educação do paciente e promoção do autogerenciamento. Planejamento antecipado de cuidados Acompanhamento ambulatorial 21 3 56 4 Figura 25: Ações específicas da equipe de saúde no processo de preparo do paciente/família. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). A seguir verifique detalhadamente cada ação específica: Planejamento da alta: atentar para condições de saúde, capaci- dade cognitiva, apoio social e necessidades específicas; plano de cuidado com listas de medicamentos e instruções, apoio social para acesso aos serviços de saúde, doenças subjacentes, sinais de alerta e sintomas, cuidado nutricional, instruções relacionadas ao uso contínuo de medicamentos e monitoramento clínico. Planejamento antecipado de cuidados: atentar para que os obje- tivos do cuidado sejam comunicados com clareza entre paciente e serviço de saúde; iniciar o planejamento de alta no hospital o quanto antes; realizar o planejamento antecipado por equipes multidisciplinares. Educação do paciente e promoção do autogerenciamento: aten- tar para que as instruções relacionadas ao tratamento prescrito 41 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios durante a alta sejam seguidas quanto ao uso de medicamentos; manejo de sondas e cateteres; autogerenciamento e dieta ade- quada; necessidades individuais com apoio de materiais educa- cionais; intervenções educacionais e psicológicas para oferecer apoio às famílias. Segurança das medicações: atentar para ações educativas multi- disciplinares; uso de arquivos ou planos personalizados com des- crições detalhadas das drogas em uso; aplicação do método do feedback, para verificar a compreensão a respeito do uso segu- ro de medicamentos; comunicação por telefone com familiares e cuidadores para confirmar medicamentos em uso. Comunicação completa de informações: atentar para envio das in- formações completas dos pacientes para a equipe da unidade bási- ca de saúde através de e-mail, indicando as razões para internação dos pacientes, bem como seu histórico, medicamentos prescritos, tratamento, necessidades nutricionais, acesso a serviços; garantir a continuidade do tratamento ambulatorial com uso de protocolo de saúde, apoio social e considerações especiais. Acompanhamento ambulatorial: atentar para monitoramento te- lefônico pós-alta; pode ser feito em casa, no ambulatório ou em unidades básicas de saúde; criar ou adequar planos de monitora- mento domiciliar por meio de telefonemas ou visitas; médicos e enfermeiros podem trabalhar juntos para monitorar o tratamento e o cuidado domiciliar. Em caso de falecimento do paciente, outras ações específicas de- verão ser tomadas. Acompanhe nos próximos tópicos. O cuidado emocional ao profissional frente ao cenário de morte No que se refere ao cenário da morte no contexto da pandemia, o desafio do (a) enfermeiro(a) está em promover apoio emocional e segurança à sua equipe. Além disso, o(a) enfermeiro(a) pre- cisa lidar com seus próprios medos diante da possibilidade de contaminação, enquanto assegura assistência à família em luto (MABEN; BRIDGES, 2020). 42 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Figura 26: O suporte emocional da equipe de saúde é essencial para que exista apoio adequado aos familiares em luto. Fonte: Freepik (2020). Cuidados com o corpo após a morte As mortes por Covid-19 têm provocadogrande estresse ao profis- sional enfermeiro, em especial por haver muitas dúvidas e incer- tezas quanto à transmissão e sobrevida do vírus. Observe as etapas descritas a seguir sobre o preparo do corpo após a confirmação da morte: A Organização Mundial da Saúde afirma ainda que a dignidade dos mortos, sua cultura e religião tradições e suas famílias devem ser respeitadas e protegidas por todos os envolvidos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Leia o artigo: Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia Covid-19 no link link. Aprofunde https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/04/Sa%c3%bade-Mental-e-Aten%c3%a7%c3%a3o-Psicossocial-na-Pandemia-Covid-19-recomenda%c3%a7%c3%b5es-gerais.pdf 43 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Planejar a comunicação da situação crítica/morte à família. 1 Organizar o preparo do corpo (profissionais habilitados, materiais necessários, entre outros). 2 Promover apoio emocional aos profissionais que irão desenvolver o cuidado ao corpo. 3 Proceder com o cuidado ao corpo: encaminhar à câmara fria e promover o descarte do material utilizado. 4 Figura 27: Passo a passo do preparo do corpo após falecimento. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Para organizar a vinda dos familiares para receber a notícia da morte solicite apoio da atenção psicossocial e/ou assistência so- cial. É recomendado que venham no máximo dois familiares para que um possa apoiar o outro. Prepare o local para receber os familiares, que deve ser privativo, arejado, com área para que todos possam sentar-se e respeitar a distância de dois metros entre familiares e profissionais, solicite antes a higienização do ambiente. A morte deve ser constatada por profissional habilitado (médi- co), com apoio, em razão da situação em que ocorre a morte por Covid-2019. Certifique-se que a manipulação do corpo será conduzida por pro- fissionais habilitados para desenvolver essa atividade, utilizando todos os EPIs necessários (gorro, óculos de proteção ou protetor facial, avental impermeável de manga longa, máscara cirúrgica, lu- vas vinílicas e botas impermeáveis). É importante que haja a pro- moção de apoio emocional aos profissionais que irão desenvolver o cuidado ao corpo. Se algum outro familiar estiver com sintomas da Covid-19, ele não poderá estar presente. 44 Ventilação mecânica e cuidados respiratórios Após a confirmação da morte do paciente, promova um ambiente de apoio psicológico e estimule os colegas a compartilhar angústias, medos e frus- trações. Dessa maneira, você estará preparando sua equipe emocional- mente para lidar com o medo e estresse de também serem contaminados. Reserve alguns minutos (mesmo que sejam dois minutos) para que pos- sam elaborar o luto. Enfatize a importância do apoio entre colegas para permitir uma recuperação positiva após as experiências estressantes vivi- das frente ao processo de morte por Covid-19. No procedimento de cuidado ao corpo, encaminhe o corpo para a câmara fria e realize o descarte do material utilizado. Assegure que todos os profissionais estão devidamente paramentados para o transporte até a câmara fria e organize para que este transpor- te do corpo seja ágil, seguindo o trajeto mais rápido, com menor circulação possível de pessoas (MABEN; BRIDGES, 2020; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Até o momento, não há registro de contaminação de profissionais da saúde durante a manipulação do corpo após constatada a morte por contaminação ou suspeita de Covid-19. Contudo, é necessário seguir todas as diretrizes de autoridades de saúde no momento de manipular o corpo, com especial atenção para o uso dos EPIs. Fechamento Resumidamente, trabalhamos nesta unidade o gerenciamento dos RSS, que deverão seguir a resolução da Anvisa, RDC nº 222, de 28 de março de 2018. Ainda, refletimos sobre oportunidade de reconhecer as mudanças ocorridas no seu ambiente de trabalho em decorrência da Covid-19, especialmente quanto ao manejo adequado dos RSS. Sobre a movimentação de pacientes das UTIs para as unidades de internação, alta hospitalar ou transferência de pacientes para outras instituições de saúde, devemos ter em mente que é impor- tante garantir a continuidade do cuidado com segurança. Por fim, em caso de óbito, devemos implementar os cuidados ne- cessários para garantir o apoio à família, sem descuidar da segu- rança e evitando a contaminação. Conheça mais sobre o manejo de corpos no contexto do novo coronavírus no link. Aprofunde https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/25/manejo-corpos-coronavirus-versao1-25mar20-rev5.pdf 45 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MERCADO DE LIMPEZA PROFISSIO- NAL. Manual de procedimentos de limpeza durante a pandemia de COVID-19. São Paulo: ABRALIMP 2020. Disponível em: https://bit. ly/2ylocIu. Acesso em: 08 maio 2020. ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Diretrizes bra- sileiras de ventilação mecânica. AMIB, 2013. 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Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 222, de 28 de Março de 2018: (Publicada no DOU nº 61, de 29 de março de 2018). Brasil, BR: Diário Oficial da União, 29 mar. 2018. n. 61, p. 1-32. Anvisa. Disponível em: https://bit.ly/2X9vUxB. Acesso em: 10 maio 2020. CAIRO, J. Pilbeam’s Mechanical Ventilation. 7. ed. Maryland Hei- ghts: Elsevier, 576 p, 2020. CARMEN, S. V. B. (org.). Manuseio do paciente com infecçãopelo Coronavírus Covid-19 e pneumonia e insuficiência respiratória. Pelo Comitê de Ventilação Mecânica da AMIB, 2020. Disponível em: https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/mar- co/12/carta_corona_ventilacao_mecanica.pdf. Acesso em: 11 maio 2020. CARRARA, D.; STRABELLI, T. M. V.; UIP, D. E.; Controle de infecção: a prática no terceiro milênio. 1.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan, 2017. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. 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