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módulo 04 covid

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MÓDULO 4
Ventilação mecânica e cuidados
respiratórios
Olá, cursista!
Bem-vindo(a) ao primeiro módulo Ventilação Mecânica e Cuidados 
Respiratórios, do Curso de atualização para enfermeiros em cui-
dados intensivos a pacientes críticos com Covid-19. 
Neste módulo, você estudará quais são os cuidados respiratórios 
com o paciente em ventilação invasiva e não invasiva, além de 
noções básicas sobre ventilação mecânica e seus principais parâ-
metros no paciente com a COVID 19. Também conhecerá a maneira 
correta de limpeza e desinfecção da unidade e dos equipamentos 
do paciente. A unidade finalizará com cuidados com resíduos e 
descarte de materiais, orientação de alta e cuidados com o corpo 
após a morte.
Pela gravidade e complexidade da Covid-19 pesquisadores em todo 
o mundo incessantemente estão desenvolvendo muitos estudos, 
para que os pacientes que estão sofrendo com esta pandemia 
possam receber cuidados mais qualificados, propiciando uma re-
cuperação mais rápida e diminuindo suas consequências. Assim, 
destacamos que durante este curso você precisa estar atento(a) a 
novas descobertas científicas
APRESENTAÇÃO
Estrutura do Módulo 
Para este módulo inicial organizamos as unidades com os assun-
tos a seguir:
Unidade 4.1 – Cuidados respiratórios com o paciente (Ventilação 
invasiva e não invasiva, intubação e extubação, Oxigenioterapia 
com máscara e cateter, aspiração oro e nasotraqueal; noções bá-
sicas de ventilação mecânica);
Unidade 4.2 – Principais parâmetros de ventilação mecânica no 
paciente com a Covid-19 (Protocolo OMS de pneumonia associada 
a ventilação mecânica; colocação do paciente em posição prona; 
Unidade 4.3 – Limpeza e Desinfecção da Unidade e dos equipa-
mentos do paciente (bombas de infusão, cabos, esfigmomanôme-
tro, estetoscópios, leito, monitor, suportes de soro,etc);
Unidade 4.4 – Cuidados com resíduos e descarte de materiais; 
orientação de alta e cuidados com o corpo após a morte.
SUMÁRIO
Módulo 4: Ventilação mecânica e cuidados 
respiratórios
15
24
34
04 UNIDADE 4.1 – Cuidados respiratórios com o paciente 
(Ventilação invasiva e não invasiva, intubação e extubação, 
Oxigenioterapia com máscara e cateter, aspiração oro e 
nasotraqueal; noções básicas de ventilação mecânica);
UNIDADE 4.2 – Principais parâmetros de ventilação mecâ-
nica no paciente com a Covid-19 (Protocolo OMS de pneu-
monia associada a ventilação mecânica; colocação do pa-
ciente em posição prona; 
UNIDADE 4.3 – Limpeza e Desinfecção da Unidade e dos 
equipamentos do paciente (bombas de infusão, cabos, es-
figmomanômetro, estetoscópios, leito, monitor, suportes 
de soro,etc);
UNIDADE 4.4 – Cuidados com resíduos e descarte de ma-
teriais; orientação de alta e cuidados com o corpo após 
a morte.
4
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
UNIDADE 4.1 – Cuidados respiratórios 
com o paciente (Ventilação invasiva e 
não invasiva, intubação e extubação, 
oxigenioterapia com máscara e cateter, 
aspiração oro e nasotraqueal; noções 
básicas de ventilação mecânica) 
Nesta unidade, você irá conhecer as recomendações atualizadas 
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Associação 
Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB) sobre os cuidados relacio-
nados à oxigenoterapia com máscara e cateter; intubação e ex-
tubação; aspiração oro e nasotraqueal; ventilação mecânica não 
invasiva (VMNI) e invasiva (VMI) para pacientes críticos com sín-
drome respiratória em decorrência do novo coronavírus (SARS-
-COV-2); e alguns conceitos que lhe permitirá entender as noções 
básicas de VMI.
A maioria dos pacientes com Covid-19 apresenta um quadro leve 
da doença. Entretanto, aproximadamente 14% dos pacientes 
desenvolvem sua forma grave e necessitarão de hospitalização. 
Deste montante de pacientes internados, 5% dependerão de trata-
mento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Isso indica que eles 
irão necessitar de suporte ventilatório e oxigênio, devido ao quadro 
de insuficiência respiratória aguda. A pneumonia grave é o diagnós-
tico mais comum desses pacientes (BRASIL, 2020; AMIB, 2020a).
Introdução
Conceitos Iniciais 
Devido a fragilidade em que o corpo se encontra quando está em 
suspeita ou, principalmente, confirmado com Covid-19, muitos ca-
sos evoluem para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ne-
cessitando intubação e suporte ventilatório invasivo. Veja a seguir 
os sintomas de pacientes que acusam a SRAG:
5
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Indivíduo hospitalizado com febre, mesmo que 
referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta.
O paciente apresenta dispneia ou saturação de 
O2 < de 95% ou desconforto respiratório ou que evoluiu 
para óbito por SRAG independente da internação, Os 
sintomas da SRAG são parecidos com os da gripe 
comum, surgindo inicialmente febre acima de 38ºC, dor 
de cabeça, dores no corpo e mal estar geral. Mas após 
cerca de 5 dias, surgem outros sintomas como: Tosse 
seca e persistente; Dificuldade intensa para respirar; 
Chiado no peito; Aumento da xfrequência respiratória; 
Dedos e boca azulados ou arroxeados; Perda de 
apetite; Suores noturnos; Diarreia.
Figura 1: 
Síndrome Respiratória 
Aguda Grave (SRAG) 
Fonte: 
Dive (2020), adaptado 
por labSEAD-UFSC 
(2020).
Desse modo, esteja atento as demandas do paciente, pois caso 
este esteja com SRAG, há cuidados específicos a serem tomados 
nesse tipo de situação., como você pode ver na sequência.
Oxigenoterapia com cateter ou máscara
A administração de oxigenoterapia suplementar deve ser imedia-
tamente ofertada para pacientes com SRAG e dificuldade respi-
ratória, hipoxemia ou choque com alvo na Saturação Parcial de 
Oxigênio (SpO2) >94% (BRASIL, 2020).
Segundo a Associação Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB, 
2020a) e a Anvisa (BRASIL, 2020), é recomendado aos casos de 
pacientes adultos em situação crítica, ou de emergência, admi-
nistrar a oxigenoterapia para atingir SpO2 ≥ 94%; utilizar cateter 
nasal de tamanho adequado às narinas para a melhor adaptação 
possível, lembrando de orientar o paciente para tentar manter a 
boca fechada a maior parte do tempo; e iniciar oxigenoterapia a 
5 L/min para atingir a meta SpO2 ≥ 93%. Outras recomendações 
para esse grupo de pacientes são: 
6
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Usar máscara facial com bolsa 
reservatório (de 10-15 L/min), 
se o paciente estiver em 
estado crítico.
Usar máscara totalmente 
vedada à face, com película 
protetora para evitar lesão de 
pele. É necessário ajustar a 
interface para que tenha o 
mínimo de vazamento de ar 
para o ambiente. 
Manter SpO2 >90% em adultos 
não grávidos e ≥92%-95% em 
pacientes grávidas, após 
estabilização do quadro clínico.
A administração de oxigênio por cateter nasal, ou máscara, deve ser a mais 
fechada possível. Lembrando de controlar rigorosamente a saturação.
Prover a unidade de materiais necessários para administração de 
oxigenoterapia e controle de saturação (oxímetro de pulso; sistemas e 
materiais para suporte de oxigênio funcionantes).
Figura 2: 
Recomendações aos 
casos de pacientes 
em situação crítica. 
Fonte: 
AMIB (2020a); BRASIL 
(2020), adaptado por 
labSEAD-UFSC(2020).
Em contraponto, não é recomendado a utilização de máscara do 
tipo venturi, ou “tenda”, devido à alta aerossolização gerada no 
ambiente e o uso de cateter nasal de alto fluxo, devido ao alto 
potencial para a disseminação e contágio por Covid-19. 
Intubação e extubação
Os pacientes com pneumonia e insuficiência respiratória que 
evoluírem com necessidade de O2 nasal > 5 litros/minuto para 
manter SpO2 >93% e/ou apresentarem frequência respiratória > 
28 incursões respiratórias por minuto ou retenção de CO2 (PaCO2 
>50mmHg e/ou pH <7,25) deverão ser prontamente intubados e 
ventilados mecanicamente (AMIB, 2020a; 2020b).
7
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
ALERTA DO PROFISSIONAL
A intubação endotraqueal deve ser realizada por um profis-
sional treinado e experiente. Assim, todos os profissionais 
que estiverem envolvidos noprocedimento deverão utilizar a 
paramentação adequada, ou seja, os equipamentos de pro-
teção individual (EPIs) para aerossóis e contato.
!
A AMIB (2020b) recomenda, preferencialmente, o uso da videolarin-
goscopia para a intubação, se estiver disponível na unidade. Caso 
contrário, a intubação será realizada com laringoscópio convencional. 
Destacamos que crianças, adultos(as), obesos(as) ou grávidas 
podem dessaturar rapidamente durante a intubação. Nestas si-
tuações, o paciente deverá ser pré-oxigenado com FiO2 a 100% 
durante 5 minutos, através de uma máscara facial com bolsa re-
servatório (máscara com ambu). A intubação de sequência rápida 
é apropriada após uma avaliação das vias aéreas que não apresen-
te sinais de intubação difícil.
A contenção mecânica deve ser considerada nos pacientes que 
estejam intubados, necessitando de ventilação mecânica, para 
minimizar os riscos de extubação acidental e possível contamina-
ção por disseminação de aerossóis (AMIB, 2020a). 
A extubação é indicada mediante a presença dos seguintes fatores 
e condições:
8
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Quando PaO2 ≥60mmHg com FIO2 ≤0,4 e PEEP≤5 
a 8cmH2O.
Hemodinâmica estável, com boa perfusão tecidual, sem 
ou com doses baixas de vasopressores, ausência de 
insuficiência coronariana descompensada ou arritmias 
com repercussão hemodinâmica.
Causa da falência respiratória resolvida ou controlada.
1
2
3
Paciente capaz de iniciar esforços inspiratórios. 
Balanço hídrico zerado ou negativo nas últimas 24 horas.
Equilíbrio acidobásico e eletrolítico normais. 
4
5
6
Fatores e condições da extubação
Figura 3: 
Fatores e condições 
da extubação. 
Fonte: 
AMIB (2020), adaptado 
por labSEAD-
UFSC(2020).
Lembre-se de verificar a pressão parcial que o oxigênio exerce 
quando é incorporado ao sangue arterial e os fatores para fazer a 
extubação. Prezando, sempre, o cuidado com o paciente.
Você sabe quais os cuidados durante extubação de um paciente em esta-
do crítico, ou emergencial, de Covid-19?
Para fazer uma extubação, você, profissional da saúde, precisa es-
tar ciente de alguns detalhes importantes para esse procedimen-
to, como o tipo de máscara que deve ser colocada no paciente, 
distanciamento, ou não, do paciente e outros cuidados que estão 
listados a seguir:
9
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Deixar material para re-intubacão disponível
CUIDADOS A SEREM REALIZADOS DURANTE A EXTUBAÇÃO
1
Escolher o suporte de oxigenoterapia pós-extubação. 
Recomenda-se usar cateter de O2 ou máscaras com 
baixo fluxo, evitando ventilação não invasiva pelo 
alto risco de aerossolização.
2
Se possível, a extubação deve ocorrer dentro de uma 
sala de pressão negativa.
3
Manter vigilância para falha de extubação 
(dessaturação, taquipneia/dispneia, esforço 
(expiratório, etc.). Em caso de falha, adotar todos os 
cuidados indicados para o procedimento de intubação.
4
Trocar a máscara cirúrgica pela máscara N95/PFF2 
ou equivalente.
5
Durante a extubação traqueal, a equipe de saúde 
não deverá permanecer no box, sala ou quarto do 
paciente. do paciente. Quando não for possível, deve 
manter-se afastada do paciente.
6
Após conhecer sobre os cuidados a serem realizados durante a 
extubação, vamos seguir para o próximo tópico em que conhece-
remos outros mecanismos de aspiração e ventilação.
Figura 4: 
Cuidados a serem 
realizados durante a 
extubação. 
Fonte: 
Brasil (2020); Incor 
(2020), adaptado por 
labSEAD-UFSC(2020).
10
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Aspiração endotraqueal
A aspiração endotraqueal é a remoção de secreções, por meio de 
sucção, das vias aéreas inferiores e superiores. Este procedimento 
possui alto poder de aerossolização e deve ser realizado sempre 
pelo sistema de aspiração fechado (AMIB, 2020a; 2020b). É uma 
prática avançada venfermagem e, conforme a resolução Cofen nº 
639, de 6 de maio de 2020, compete ao enfermeiro a realização e 
a avaliação da necessidade de aspiração das vias aéreas nos pa-
cientes sob ventilação mecânica. Veja a seguir recomendações da 
AMIB e do Cofen sobre aspiração oro e nasotraqueal ao paciente 
suspeito, ou confirmado, de Covid-19.
 Lavar as mãos 
antes e após o 
procedimento.
Utilizar sistema de 
aspiração fechado 
(trach-care) em todos 
os casos. 
Minimizar ou abolir 
o reflexo de tosse 
durante o 
procedimento de 
aspiração.
Realizar ausculta 
pulmonar para 
verificar a presença 
de ruídos adventícios; 
aspirar somente se 
necessário.
Colocar os EPIs 
indicados conforme 
protocolo da 
instituição (óculos de 
proteção, máscara tipo 
PFF2/N95, face shield; 
capote/avental, luvas).
Retirar EPIs. 
Descartar a máscara 
N95 se contaminada 
com secreção nasal, 
sangue ou outros 
fluidos corporais.
Realizar nova 
ausculta pulmonar 
para avaliar a eficácia 
do procedimento.
Manter atenção aos 
sinais vitais e 
possíveis 
intercorrências, 
como sangramentos 
e queda da SapO2.
1 2
45 3
76 8
Cuidados de enfermagem na aspiração oro/nasotraqueal
Figura 5: 
Cuidados de 
enfermagem na 
aspiração oro/
nasotraqueal. 
Fonte: 
AMIB (2020a; 
2020b); Cofen 
(2020), adaptado por 
labSead-UFSC (2020).
Perceba que o cuidado com a higiene antes e depois de qualquer 
procedimento é essencial para a recuperação do paciente e a saú-
de tanto dele, quanto sua. Nos próximos tópicos veremos a dife-
rença entre a ventilação mecânica invasiva e a não invasiva. Não 
deixe de conferir!
11
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Ventilação mecânica não invasiva
Ventilação mecânica invasiva: noções básicas 
e recomendações
Noções básicas sobre a ventilação mecânica invasiva 
(AMIB, 2020a; 2020b)
A Anvisa, por meio da Nota Técnica nº 4/2020, contraindica o uso 
de ventilação mecânica não invasiva (VMNI) e cateter nasal de alto 
fluxo (Cnaf). A AMIB (2020a) contraindica a VMNI do tipo CPAP ou 
BIPAP com circuito único que usam máscaras com orifícios para 
vazamento, devido à alta aerossolização gerada no ambiente. En-
tretanto, a AMIB aponta que em UTIs com equipe multiprofissional 
com vasta experiência no uso de VMNI, disponibilidade de moni-
torização rigorosa do paciente, e proteção adequada da equipe e 
limpeza frequente, é permitido tentar a VMNI para pacientes disp-
neicos e hipoxêmicos mediante o cumprimento rigoroso de todas 
as recomendações da associação.
O Cofen (2020) aponta a enfermagem como integrante da equi-
pe multidisciplinar da UTI, destacando sua participação ativa nas 
ações administrativas e assistenciais que envolvem o paciente em 
ventilação mecânica.
Ter conhecimento sobre a ventilação mecânica invasiva é essen-
cial para o contexto em que estamos vivendo. Portanto, é im-
portante saber algumas informações, como os componentes do 
ciclo respiratório com suporte ventilatório, que são fase inspirató-
ria; ciclagem; fase expiratória; e disparo. Há também cinco modos 
ventilatórios convencionais, o modo controlado (em que a pres-
são ou o volume ficam controlados); modo assistido controlado 
(o foco recai novamente sobre o volume ou a pressão, porém, 
sendo conferido com mais frequência); SIMV (mandatória sincro-
nizada, em que o ventilador permite ciclos controlados, assistidos 
e espontâneos, tendo auxílio de volume ou pressão); PSV (suporte 
pressórico, ocorre quando o paciente tem ciclos espontâneos de 
respiração); e CPAP (acontece no momento em que a pressão fica 
positiva e contínua).
12
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
É importante ter em mente que existem parâmetros do ventilador me-
cânico e você precisa ficar atento às suas variações. São eles: volume; 
pressão; FiO2; FR; PEEP; tempo inspiratório; pausa inspiratória; relação 
inspiração e expiração; sensibilidade; pressão de pico; entre outros.
Além disso, podem ser disponibilizados nas unidades assisten-
ciais ventiladores com recursos básicos (ventiladores de transpor-
te), ventiladores com recursos básicos com curvas e ventiladores 
com curvas e recursos avançados de ventilação.
Tendo conhecimentoprévio dessas noções básicas, a AMIB (2020a; 
2020b) recomenda que, após ajustar os parâmetros iniciais, é pre-
ciso: verificar sempre a oximetria do pulso (contínua); coletar ga-
sometria arterial após 30 minutos de ventilação estável; avaliar 
as possíveis repercussões hemodinâmicas da VMI; manter o ní-
vel de trabalho muscular o mais apropriado; iniciar o mais rápido 
possível modo de ventilação espontânea; evitar que o paciente 
se desconecte do ventilador, o que resultará em perda de PEEP 
e atelectasia; e, por fim, realizar o pinçamento do tubo endotra-
queal quando for necessário desconectar (nos casos de transferir 
para um ventilador de transporte ou troca de filtro, por exemplo).
ALERTA DO PROFISSIONAL
A utilização de cateter nasal de alto fluxo (CNAF), ou de VMNI, 
não vem sendo sugerida para uso rotineiro como opção à in-
tubação orotraqueal e à ventilação invasiva, pelo seu poten-
cial de aumento da aerossolização.
!
A Resolução Cofen nº 639/2020, aponta as funções do(a) enfermei-
ro(a) no processo da ventilação mecânica no contexto da pandemia 
de Covid-19, e saber manejá-la é considerado uma prática avançada 
de enfermagem. Observe o procedimento na figura a seguir:
13
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Compete ao enfermeiro a montagem, testagem e 
instalação de aparelhos de VMI e VMNI em pacientes 
adultos, pediátricos e neonatos.
Compete ao enfermeiro a monitorização, a checagem 
de alarmes, o ajuste inicial e o manejo dos parâmetros 
da ventilação mecânica (sob coordenação médica) 
tanto na estratégia invasiva quanto não-invasiva
Fixar e centralizar o tubo traqueal, a monitorização da 
pressão do cuff (balonete) da prótese em níveis 
seguros e averiguar seu correto posicionamento.
Realizar e avaliar a necessidade de aspiração das vias 
aéreas nos pacientes sob ventilação mecânica.
Realizar e prescrever a higiene bucal, incluindo o uso 
do gluconato de clorexidina 0,12% ou outras soluções 
antissépticas cientificamente recomendadas.
O manejo da Ventilação Mecânica (VM)
1
2
3
4
5
Figura 6: 
O manejo da 
ventilação mecânica. 
Fonte: 
Resolução COFEN nº 
639, adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Existem relatos de evidências informais de melhora da oxigena-
ção em pacientes com Covid-19 em posição prona que estão em 
ventilação espontânea (uso de cateter ou máscara com reserva-
tório). Porém, não há evidências para se recomendar de forma 
rotineira esta posição no caso de pacientes hipoxêmicos, após 
otimizada a oxigenoterapia.
Materiais 
sobre cuidados 
respiratórios 
com o paciente 
suspeito ou 
confirmado com 
a Covid-19 em 
estado crítico, 
estão disponíveis 
nos endereços 
eletrônicos da 
AMIB (Link 1), 
(Link 2), (Link 3).
Aprofunde
https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/abril/24/vm_ai_vjs_v5_abr_2020_final.pdf
https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/protocolo_oxigenioterapia_covid19.pdf
https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/Protocolo_de_Intubacao_Orotraqueal.pdf
14
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Fechamento
Vimos nessa unidade diferentes tipos de cuidados respiratórios 
que devemos ter com o paciente suspeito ou confirmado com a 
Covid-19 em estado crítico, dentre eles, entender como é o pro-
cesso de manuseio de um aparelho que auxilia o sistema respi-
ratório. Ter esse entendimento é importante, pois quanto mais 
enfermeiros e profissionais da saúde tiverem conhecimento dos 
possíveis cuidados aos pacientes críticos, haverá mais chances 
de diminuir o índice de óbitos.
Entendemos também que as recomendações da Anvisa e AMIB 
poderão direcionar você para elaboração e revisão dos protoco-
los estabelecidos na instituição em que você atua, em especial, 
aqueles elaborados para pacientes com Covid-19 em estado crí-
tico atendidos em unidades de emergência e UTI.
15
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
UNIDADE 4.2 – Principais parâmetros de 
ventilação mecânica no paciente com a 
Covid-19 (protocolo OMS de pneumonia 
associada a ventilação mecânica; 
colocação do paciente em posição prona). 
Nesta unidade você irá compreender os parâmetros respiratórios 
utilizados na ventilação mecânica e suas adaptações para pacientes 
portadores de Covid-19. Veremos também como iniciar e manejar a 
ventilação mecânica nesses pacientes e as considerações especiais 
quanto a manipulação dos circuitos do aparelho. Você terá a opor-
tunidade de saber indicar e posicionar o paciente na posição prona 
e para a prevenção da pneumonia associada a ventilação mecânica. 
A ventilação mecânica tem sido o principal recurso utilizado nos 
pacientes portadores de Covid-19. Devido às alterações pulmona-
res gravíssimas causadas pela infecção, a capacidade de ventilar 
os pulmões ou realizar a troca gasosa desses pacientes é reduzi-
da, resultando assim em um quadro de insuficiência respiratória 
e, portanto, necessitando de suporte ventilatório. 
Apesar de a ventilação mecânica ser o último recurso escolhido 
no suporte ventilatório, ela tem sido antecipada nos pacientes 
acometidos pela Covid-19, por conta da alta transmissibilidade do 
vírus presente em aerossóis gerados pelas intervenções menos 
invasivas, expondo desta forma os demais pacientes e profissio-
nais de saúde. Portanto, a equipe de saúde precisa saber o mo-
mento adequado de iniciá-la, para que o procedimento possa ser 
realizado eletivamente e diminua a chance de contágio, comum 
em procedimento emergencial (BARBAS, 2020).
Introdução
Conceitos Iniciais 
Veja quais os principais conceitos utilizados para a aplicação da 
ventilação mecânica.
16
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Figura 7: 
Ventilador mecânico. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020)
Suporte ventilatório 
O suporte ventilatório consiste na utilização de equipamentos que 
auxiliem na respiração do ser humano. Esses equipamentos po-
dem fornecer maiores quantidades de oxigênio, como cânulas ou 
cateteres de oxigênio, ou podem substituir completamente a res-
piração de um ser humano, como é o caso dos ventiladores me-
cânicos (CAIRO, 2020).
O ventilador mecânico pode fornecer respiração de duas manei-
ras, uma não invasiva e outra invasiva. Na forma não invasiva, é 
acoplado no nariz, boca ou em todo o rosto do paciente uma 
máscara conectada ao ventilador; já na forma invasiva, o paciente 
recebe um tubo de PVC siliconado que entra através da boca (em 
alguns casos, pelo nariz) e vai até a traqueia, portanto, trata-se de 
um dispositivo invasivo. 
O princípio de funcionamento desses aparelhos é impulsionar uma 
quantidade de ar para o paciente. Para isso, a máquina captura 
oxigênio e ar comprimido das redes hospitalares, mistura ambos 
em seu interior e abre uma válvula inspiratória, fornecendo uma 
quantidade de ar pressurizada e enriquecida com oxigênio, pro-
gramada pelo profissional.
17
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Parâmetros respiratórios
Os parâmetros respiratórios são as variáveis que serão fornecidas 
para o paciente pelo ventilador e são selecionadas e ajustadas 
pelo profissional de saúde. Há uma grande variedade de ventila-
dores mecânicos no mercado, e o local de apresentação de seus 
parâmetros podem variar conforme a marca e o modelo do ven-
tilador. 
São muitos os parâmetros que são ajustados quando o pacien-
te está em ventilação mecânica. Alguns dos parâmetros iniciais 
quando da instalação da ventilação mecânica são apresentados a 
seguir, seguidos de sua definição:
Pressão de pico: quantidade máxima de pressão nas vias aéreas.
Volume corrente (VC): volume de ar oferecido ao paciente em mL 
durante a inspiração. 
Pressão controlada / inspiratória (Pinsp): pressão utilizada para 
enviar o gás para dentro dos pulmões; relacionada com o VT e 
deve estar preferencialmente ↓40 cmH2O.
Frequência respiratória (FR): nº de ciclos respiratórios (insp + exp) 
realizados em 1 min; ajustada de acordo com PaCO2 e pH desejá-
veis.
Pressão positiva expiratória Final – PEEP: pressão positiva (supra 
atmosférica) aplicada pelo ventiladorao final da expiração; usada 
p/ evitar, minimizar ou reverter colapsos alveolares.
Fração inspirada de oxigênio – FiO²: concentração de oxigênio 
ofertada ao paciente; ajustada de acordo com os gases sanguíne-
os do paciente. 
Volume minuto (VT): volume de ar respirado a cada minuto; Volu-
me minuto= VC X FR; normalmente 6 a 8l/min.
Sensibilidade: Controla a quantidade de esforço do paciente 
necessário.
18
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Figura 8: 
Parâmetros 
respiratórios em um 
ventilador mecânico 
na modalidade com 
pressão assisto-
controlada. 
Fonte: Cairo (2020) 
labSEAD-UFSC(2020).
Pressão de Pico
Pa
râ
m
et
ro
 a
ju
st
av
ei
s
Parâmetro monitoráveis
Pressão Controlada
Volume Corrente
PEEPFiO2: FR:
Pressão
Controlada/Inspiratória
Necessita que se programe 
em outra seção do ventilador o 
Tempo inspiratório:
Tempo que durará 
a fase inspiratória
A assistência 
ao paciente 
em ventilação 
mecânica é 
complexa, com 
muitas variáveis 
envolvidas, e o 
paciente precisa 
ser avaliado 
constantemente 
para eventuais 
ajustes. Neste 
link você tem 
acesso a uma 
série de vídeos 
relacionados 
com a ventilação 
mecânica 
na Covid-19. 
Também pode 
ter acesso neste 
link as diretrizes 
brasileiras de 
ventilação 
mecânica.
Aprofunde Após compreender os parâmetros respiratórios, seguimos adiante 
com os conhecimentos sobre a modalidade respiratória.
Trata-se de como o ventilador fornecerá os parâmetros respira-
tórios para o paciente. Existem duas modalidades mais comuns: 
ventilação com volume assisto-controlado (VCV) ou ventilação 
com pressão assisto-controlada (VCP). A diferença entre elas é 
que na VCV o profissional define um volume corrente fixo a ser 
fornecido pelo ventilador, enquanto na PCV é selecionada a pres-
são inspiratória na qual o ar entrará nas vias aéreas.
Veja na imagem a seguir um exemplo de localização de alguns pa-
râmetros respiratórios em um ventilador mecânico na modalidade 
com pressão assisto-controlada
Modalidade Respiratória
MODALIDADE COM PRESSÃO ASSISTO-CONTROLADA
O ventilador fornece 
uma pressão 
inspiratória fixa, 
portanto o volume 
corrente entregue 
para o paciente será 
variado em todos os 
ciclos, pois o aparelho 
se preocupa em atingir 
a pressão programada 
independente de 
quanto ar entregue. 
Portanto, programa-
se uma pressão 
inspiratória para 
agir durante toda a 
inspiração.
Como a pressão 
inspiratória é 
selecionada as vias 
aéreas e campos 
pulmonares são 
protegidos de 
excessos de pressão. 
Porém, o volume 
corrente pode variar 
muito e portanto 
as necessidades 
fisiológicas do 
paciente não serem 
eficazmente sanadas.
Pacientes que 
estejam atingindo 
pico de pressão 
inspiratória muito 
elevado. 
Pressão 
inspiratória e 
tempo inspiratório.
Volume corrente.
FUNCIONAMENTO
CONSEQUÊNCIAS 
PARA O PACIENTE INDICADA PARÂMETROS 
FIXOS
PARÂMETROS 
VARIÁVEIS
https://interfisio.com.br/imagens/artigos/2013/Diretrizes-AVM-AMIB-SBPT-2013.pdf
19
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Agora, veja na imagem a seguir um exemplo de localização de al-
guns parâmetros respiratórios em um ventilador mecânico na mo-
dalidade com volume assisto-controlado.
Contudo, é importante ressaltar que não existe uma modalidade 
superior ou inferior à outra. Sua seleção é feita com base nas res-
postas do paciente ou na experiência da equipe com uma moda-
lidade ou outra.
MODALIDADE COM VOLUME ASSISTO-CONTROLADO
O ventilador fornece 
um volume corrente 
fixo, portanto a 
pressão que esse 
volume de ar fará nas 
vias aéreas do paciente 
será variada em todos 
os ciclos, pois o 
aparelho se encarrega 
apenas em entregar 
o volume corrente. 
Portanto, programa-se 
um volume corrente 
a ser entregue com 
um fluxo de ar, que 
determina a velocidade 
a ser entregue.
Pelo fato do paciente 
receber um volume 
de ar específico, 
suas necessidades 
fisiológicas 
são fornecidas 
seguramente. 
Porém, quando ele 
possui rigidez nas 
vias aéreas (Edema, 
broncoespamo, 
excesso de secreção, 
lesões pulmonares) a 
pressão inspiratória 
pode atingir valores 
perigosos e danosos 
para o paciente. 
Todos os 
pacientes. Volume corrente e 
fluxo inspiratório. 
Pressão 
inspiratória.
FUNCIONAMENTO
CONSEQUÊNCIAS 
PARA O PACIENTE INDICADA PARÂMETROS 
FIXOS
PARÂMETROS 
VARIÁVEIS
Figura 9: 
Parâmetros 
respiratórios em um 
ventilador mecânico 
na modalidade com 
volume assisto-
controlado. 
Fonte: Cairo (2020) 
labSEAD-UFSC(2020).
20
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Modificações no circuito do ventilador
Em pacientes suspeitos ou confirmados de infecção por Covid-19, 
recomenda-se a mínima exposição a aerossóis. Portanto, o cir-
cuito de ventilação mecânica invasiva para esses pacientes deve 
respeitar a ordem abaixo partindo do paciente.
Tubo 
orotraqueal
Sistema de 
aspiração 
fechado
Capnógrafo 
(se houver na 
instituição)
Filtro HMEF
Peça Y e ramos 
inspiratório e 
expiratório
Figura 10: 
Ordem do circuito de 
ventilação mecânica 
invasiva. 
Fonte: 
Barbas (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC(2020).
Os sistemas de aspiração fechados permitem aspiração de secre-
ções do tubo endotraqueal múltiplas vezes, sem a necessidade 
de desconexão do circuito de ventilação. Além disso, possui uma 
manga plástica envolvendo a sonda, que possibilita seu manuseio 
sem contato direto com o profissional. O sistema deve ser conec-
tado diretamente na saída do tubo endotraqueal. (BARBAS, 2020).
Os sistemas devem ser trocados conforme orientado pelos fabricantes, 
porém grande parte das marcas garante uma validade de 7 dias.
Os filtros HMEF, derivado do inglês “Heat and Moisture Exchanger”, 
são trocadores de calor e umidade que aquecem e umidificam o 
ar inspirado para o paciente e, alguns deles, são acrescidos de 
uma barreira microbiológica, chamada de “Filter”, que permitem 
uma filtração de até 99,9% dos patógenos (BARBAS, 2020). Os fil-
tros HMEF devem ser trocados conforme orientações de seus fa-
bricantes, porém a grande maioria das marcas recomenda a troca 
a cada 24h ou quando o filtro estiver com sujidade visível.
Programação inicial
A programação inicial e a instalação do ventilador mecânico é uma 
das atribuições do enfermeiro. E consistem no acoplamento do 
aparelho as réguas de oxigênio e ar comprimido e sua testagem, e 
também a seleção dos seguintes parâmetros:
21
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
FiO2 de 100% PEEP 
10cmH2O10
Frequência 
respiratória: 
20 mrm
Calcular o 
volume 
corrente alvo 
para o paciente 
com base no 
peso predito 
(fórmula abaixo)
Se você optar por modalidade pressão assisto-controlada, colo-
que uma pressão controlada de 15cmHO e aumentar ou diminuir 
2 cmH2O por vez até atingir o volume corrente adequado, e lem-
bre-se de adicionar um fluxo de 30L/min.
Agora, caso você optar pela modalidade volume assisto-controlado, 
programe o volume corrente calculado no ventilador. Lembre-se 
de adicionar tempo inspiratório de 1,2s.
O enfermeiro deve coletar diariamente, conforme acordado com 
a equipe médica, uma gasometria arterial para observar a pres-
são parcial de oxigênio (PaO2) e a pressão parcial de gás carbôni-
co (PaCO2). A PaO2 informa como está a oxigenação do paciente, 
enquanto a PaCO2 é o parâmetro mais específico de avaliação da 
ventilação pulmonar.
A PaO2 aconselhada para o paciente é entre 80 e 100mmHg. Valo-
res que estejam fora dessa margem requerem ajuste da FiO2 e da 
PEEP. Para ajustar a FiO2, de acordo com a PaO2, utilize a seguinte 
fórmula (CAIRO, 2020): 
Figura 11: 
Parâmetros para 
programação inicial 
e instalação do 
ventilador mecânico. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
Manejo dos parâmetros respiratórios 
Para saber mais 
sobre a ventilação 
mecânica, assista 
o vídeo Mechanical 
Ventilation for 
Covid-19, no link.
Se tiver 
dificuldade com 
a língua inglesa, 
ative a opção de 
legendas.
Aprofunde
FiO2 = PaO2 alvo (Geralmente 80mmhg) x FiO2 no ventilador 
PaO2 na gasometria
FR = PaCO2 na gasometria x FR no ventiladorJá a PaCO2 é recomendada manter entre os valores de 35 a 
45mmHg. Valores divergentes devem ser corrigidos por meio da 
modificação da frequência respiratória (FR) no ventilador ou sin-
gelas modificações no volume corrente (CAIRO, 2020). Para calcu-
lar a nova FR utilize a fórmula:
PaCO2 alvo (Geralmente 40mmHg)
https://www.aarc.org/resources/clinical-resources/pandemic-ventilation-video-series-covid-19/
22
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Antes de realizar ajustes no ventilador, certifique-se que o pa-
ciente não apresenta secreção no tubo endotraqueal ou vias aé-
reas e não necessita de maiores doses de sedativos, conforme 
avaliado por escala de sedação. Verifique também se as conexões 
estão acopladas adequadamente e se o ventilador e a rede de ga-
ses estão em funcionamento.
Observe a seguir as informações sobre quando é indicado colocar 
o paciente acometido pela Covid-19 em posição prona e as orien-
tações corretas para este procedimento.
ALERTA DO PROFISSIONAL
Segundo a resolução 639/2020 do Cofen, o enfermeiro é 
qualificado para realizar montagem, teste, programação ini-
cial do ventilador e manejo dos parâmetros respiratórios em 
coordenação com a equipe médica. 
!
Posição prona no paciente com Covid-19
A posição prona consiste em colocar o paciente em decúbito ven-
tral. Esse posicionamento permite que uma maior área do pulmão 
seja irrigada e melhore a relação ventilação – perfusão (V/Q) do 
paciente. Sua indicação é em pacientes que tenham desenvolvido 
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) grave, carac-
terizada por pela razão PaO2/FiO2 < 150. Para calcular essa razão 
basta dividir a PaO2 na gasometria pela FiO2 programada no ven-
tilador (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020).
Figura 12: 
Paciente em posição 
prona. 
Fonte: 
Intensive Care Society 
(2020).
23
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
A posição prona é recomendada por 12 a 16 horas por dia, deven-
do ser interrompida caso o paciente apresente sinais clínicos de 
deterioração clínica ou instabilidade hemodinâmica. Para sua re-
alização recomenda-se um número adequado de componentes, 
utilizando precaução de prevenção de aerossóis, devido a possi-
bilidade de desconexão acidental do circuito ventilatório (WORLD 
HEALTH ORGANIZATION, 2020). 
Para avaliar se a posição prona foi eficaz, deve-se realizar a cole-
ta de nova gasometria arterial para calcular a relação PaO2/FiO2. 
Quando a relação estiver com 20 pontos de aumento e/ou uma 
PaO2 10mmHg maior. Caso o paciente apresente redução de 20% 
na relação PaO2/FiO2 após a posição prona, ele deve ser despro-
nado (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020).
Fechamento
Nesta unidade, você viu os parâmetros respiratórios utilizados na 
ventilação mecânica, suas adaptações para pacientes portadores 
de Covid-19. Também soube como iniciar e manejar a ventilação 
mecânica nesses pacientes e as considerações especiais quanto a 
manipulação dos circuitos do aparelho. Vimos como indicar e po-
sicionar o paciente na posição prona e sobre prevenção da pneu-
monia associada a ventilação mecânica.
Para saber 
o correto 
procedimento, 
assista o vídeo 
Pronation Therapy 
Training, no link. 
Se tiver 
dificuldade com 
a língua inglesa, 
ative a opções de 
legendas.
Aprofunde
https://www.youtube.com/watch?time_continue=417&v=yb1ppe8Y-70&feature=emb_title
24
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
UNIDADE 4.3 - Limpeza e desinfecção 
da unidade e dos equipamentos do 
paciente (bombas de infusão, cabos, 
esfigmomanômetro, estetoscópio, 
leito, monitor, suportes de soro, etc)
Nesta unidade você irá identificar as principais características e 
indicações dos produtos utilizados para limpeza e desinfecção de 
superfícies e equipamentos. Assim como, a forma adequada para 
manipulação e uso desses no enfrentamento da Covid-19.
Introdução
Temos muito a aprender sobre o novo coronavírus (SARS-CoV-2) 
que causa a doença de coronavírus 2019 (Covid-19). Com base no 
que se sabe atualmente sobre o vírus e coronavírus semelhantes 
que causam SARS e MERS, a disseminação de pessoa para pessoa 
ocorre com mais frequência entre contatos próximos (a cerca de 
um metro e oitenta centímetros). Esse tipo de transmissão ocorre 
por gotículas respiratórias, mas atualmente a transmissão de do-
enças por aerossóis infecciosos é incerta (CDC, 2020). 
A transmissão do SARS-CoV-2 para pessoas de superfícies conta-
minadas com o vírus não foi documentada. (CDC, 2020).
A transmissão do coronavírus em geral ocorre muito mais comu-
mente através de gotículas respiratórias do que através de fômites. 
As evidências atuais sugerem que o SARS-CoV-2 pode permane-
cer viável por horas a dias em superfícies feitas de uma variedade 
de materiais. A limpeza de superfícies visivelmente sujas segui-
das de desinfecção é uma medida de prática recomendada para 
a prevenção de Covid-19 e outras doenças respiratórias virais em 
ambientes críticos e contaminados (CDC, 2020).
Assim, é necessário treinamento e estímulo ao cuidado máximo. 
Quanto mais soubermos sobre as fortalezas e fragilidades do ví-
rus, maiores serão as possibilidades de ações preventivas para 
minimizar o risco de contágio. (CDC, 2020).
O conhecimento sobre rotinas de limpeza, desinfecção do am-
biente, materiais e equipamentos, trará subsídios para você cuidar 
25
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
do paciente, em um ambiente mais seguro e com menor risco de 
contaminação cruzada da Covid-19.
Conceitos iniciais
Atualmente a preocupação com o ambiente está em destaque e a 
população como um todo tem tomado medidas individuais e co-
letivas para que o ambiente se mantenha limpo. Nos serviços de 
saúde, essas medidas devem ser intensificadas e as rotinas bem 
estabelecidas, com produtos e processos direcionados para cada 
ambiente, material e equipamento.
Confira a seguir os conceitos de limpeza, desinfecção e esterilização:
LIMPEZA
Remoção de sujidades 
orgânicas e inorgânicas, 
reduzindo a carga 
microbiana. Etapa 
prévia do processo de 
desinfecção. Deve ser 
realizada antes do uso 
de desinfetantes, 
sempre que o local, 
material ou 
equipamento 
apresentar sujidades.
DESINFECÇÃO
Processo aplicado em 
um artigo ou superfície 
visando à eliminação de 
microrganismos, exceto 
esporos.
ESTERILIZAÇÃO
Processo com agentes 
químicos ou físicos 
para destruir todas as 
formas de vida 
microbiana, somente a 
objetos inanimados.Figura 13: 
Limpeza, desinfecção 
e esterilização. 
Fonte: 
Anvisa (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Para a higienização e limpeza do ambiente, é importante também es-
tar atento aos conceitos de área crítica, área semicrítica e não crítica.
As áreas críticas são os ambientes com maior risco para infec-
ções, onde são realizados procedimentos de risco, com a presen-
ça ou não de pacientes, ou ainda onde se encontram pacientes 
imunodeprimidos, exemplificados na próxima página: 
26
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
As áreas semicríticas são as áreas físicas ocupadas por pacientes 
com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças 
não infecciosas, por exemplo as enfermarias e apartamentos, am-
bulatórios, banheiros, posto de enfermagem, elevador e corredo-
res (CARRARA, 2017).
Todos os demais compartimentos dos estabelecimentos assisten-
ciais de saúde não ocupados por pacientes e onde não se realizam 
procedimentos de risco são as áreas não críticas, por exemplo, ves-
tiário, copa, áreas administrativas e almoxarifados (CARRARA, 2017).
Figura 14: 
Áreas críticas. 
Fonte: 
Carrara (2017), Freepik 
(2020), adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
Centro cirúrgico
Centro obstrétrico
Unidade de terapia intensiva
Unidade de diálise
Laboratório de análises clínicas
Banco de sangue
Setor de hermodinâmica
Unidade de transplante
Unidade de queimados
Unidade de isolamento
Berçário de alto risco
Central de material e 
esterilização
Lactário
Serviço de nutrição e dietética
Farmácia
Área suja da lavanderia
Limpeza e desinfecção do ambientehospitalar
Nos ambientes de saúde o serviço de higienização e limpeza pode 
ser próprio ou terceirizado. É importante observar a compatibili-
dade entre o número de trabalhadores, demanda de trabalho, e 
a cobertura em todos os turnos de funcionamento da instituição.
ALERTA DO PROFISSIONAL
O(a) enfermeiro(a) deve estar atento ao uso de EPIs nos pro-
cessos de limpeza e desinfecção do ambiente e equipamen-
tos. Deve ser capaz de organizar, supervisionar e realizar o 
trabalho com atenção e calma para não produzir despren-
!
27
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
O treinamento das equipes é essencial. A instituição deve dis-
ponibilizar EPIs adequados e também produtos para pronto uso, 
indicados para cada situação.
Os profissionais da equipe de higienização devem manter cabelos pre-
sos, unhas curtas, cuidados básicos de higiene pessoal e, como os de-
mais profissionais no ambiente hospitalar, não devem usar adereços 
durante o trabalho.
Confira a listagem de produtos e princípios ativos recomendados 
para os processos de limpeza e desinfecção, a seguir:
dimento de partículas contaminantes ou danos nos equipa-
mentos e ambiente. Observar os alertas de precaução dos 
ambientes e ainda, avisar quando não encontrar. Alertar qual-
quer alteração no ambiente ou equipamentos que possam 
comprometer sua adequada limpeza ou desinfecção. 
Produtos recomendados nos 
processos de LIMPEZA
Detergentes
Limpadores
Solução de ozônio aquoso
Multiuso
Alvejantes contendo 
hipoclorito (de sódio, de 
cálcio) a 0,1%
Desinfetantes de uso geral 
aprovados pela Anvisa
Ácido peracético 0,5%
Dicloroisocianurato de sódio 
(concentração de 1,000 ppm de 
cloro ativo)
Hipoclorito de sódio 0,1% 
(concentração recomendada 
pela OMS)
Peróxido de hidrogênio 0,5%
Quaternário de amônia e 
compostos fenólicos
Princípios ativos recomendados 
nos processos de DESINFECÇÃO
Tabela 1:
Produtos de limpeza 
e princípios ativos de 
desinfecção.
Fonte:
Anvisa (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
O processo de limpeza pode ser dividido em limpeza concorrente 
e limpeza terminal, como vemos detalhadamente cada uma de-
las a seguir:
28
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
A limpeza concorrente é um procedimento diário, com o objetivo 
de limpar e organizar o ambiente, repor materiais de consumo 
e recolher resíduos. É a limpeza das áreas próximas ao pacien-
te e áreas horizontais, especialmente as de maior contato com 
paciente e equipe. Ela é essencial para evitar a disseminação de 
microrganismos no ambiente hospitalar. 
Confira a frequência da limpeza concorrente em diferentes áreas 
no ambiente hospitalar:
ÁREAS 
CRÍTICAS
3 vezes 
ao dia
Limpeza 
concorrente
ÁREAS 
SEMICRÍTICAS
2 vezes 
ao dia
ÁREAS 
NÃO CRÍTICAS
1 vez 
ao dia
ÁREAS 
EXTERNAS
2 vezes 
ao diaFigura 15: 
Frequência da limpeza 
concorrente em 
diferentes áreas. 
Fonte: 
Carrara (2017), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
A limpeza concorrente pode ser feita mais vezes, caso seja necessário.
A limpeza terminal é um procedimento de limpeza mais completo, 
realizado após a alta, transferência ou óbito. Em situações de in-
ternação prolongada a limpeza é feita em áreas críticas de 15 em 
15 dias, e em áreas semicríticas a cada 30 dias, no máximo. Inclui 
a limpeza de paredes, pisos, teto, painel de gases, equipamentos, 
camas, colchões, macas, mesas de cabeceira, mesas de refeição, 
armários, bancadas, janelas, vidros, portas, peitoris, luminárias, 
filtros e grades de ar condicionado (CARRARA, 2017).
Confira a frequência da limpeza terminal programada em diferen-
tes áreas no ambiente hospitalar.
29
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
ÁREAS 
CRÍTICAS
Semanal
Limpeza 
terminal
ÁREAS 
SEMICRÍTICAS
Quinzenal
ÁREAS 
NÃO CRÍTICAS
Mensal
ÁREAS 
EXTERNAS
Conforme 
rotina
Figura 16: 
Frequência da 
limpeza terminal em 
diferentes áreas. 
Fonte: 
Carrara (2017), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
No contexto da Covid-19, a equipe de higienização deve aumentar 
a frequência de higienização de superfícies. Especialmente áreas 
onde ocorrem maior contato de mãos das pessoas, como ma-
çanetas das portas, botões dos elevadores, interruptores, apa-
relhos de telefone, teclados, mouses, mesas e bancadas, áreas 
de prescrição, cadeiras (especialmente braços das cadeiras) e 
torneiras (ABRALIMP, 2020).
Algumas observações são importantes no processo de limpeza, 
como técnicas de varredura úmida, ensaboar, enxaguar e secar é in-
dicada para limpeza dos pisos. Nunca deve ser realizada a varredura 
a seco. Os desinfetantes com potencial para limpeza de superfícies 
podem ser compostos à base de cloro, álcoois, alguns fenóis, iodó-
foros e o quaternário de amônio. Sugere-se a montagem de kits de 
limpeza, conforme rotina e ambientes a serem limpos, evitando o 
uso de materiais de uma área em outra. (ABRALIMP, 2020).
Convidamos você 
a aprofundar este 
conteúdo lendo 
a NOTA TÉCNICA 
Nº 47/2020/SEI/
COSAN/GHCOS/
DIRE3/ANVISA 
que trata das 
recomendações 
sobre produtos 
saneantes que 
possam substituir 
o álcool 70% na 
desinfecção de 
superfícies, durante 
a pandemia da 
Covid-19 nesse link.
Aprofunde
Limpeza e desinfecção de materiais 
e equipamentos
Desde 1985 o Centers for Desease Control (CDC) utiliza a classifica-
ção proposta por Spaulding em 1960 para a definição do processa-
mento dos produtos de saúde. A classificação coloca os artigos em 
três categorias: crítico, semicrítico e não crítico. (CARRARA, 2017).
Esta classificação está relacionada ao risco potencial de infecção 
pelo paciente, quando utiliza o produto processado. Considera 
toda substância orgânica como potencialmente infectante (inde-
pendente do diagnóstico prévio do paciente, exceto com produ-
tos relacionados a doenças priônicas). Tem ainda o propósito de 
racionalizar a indicação do grau de exigência ao processamento 
https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/anvisa-nota-tecnica-no-26-2020-recomendacoes-sobre-produtos-saneantes-que/
30
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Artigos
críticos
Artigos 
não críticos
Artigos 
semi-críticos
Penetram em tecidos 
estéreis ou sistema 
vascular.
Entram em contato 
com membrana 
mucosa íntegra ou 
pele não intacta.
Contato com pele 
íntegra ou não 
entram em contato.
Risco potencial 
de transmissão 
de infecções alto.
Risco 
intermediário.
Risco baixo 
(limpeza prévia 
na presença de 
substância 
orgânica).
REQUER
Desinfecção de 
alto nível.
REQUER
Desinfecção 
intermediária.
REQUER
Desinfecção de 
baixo nível.
Tabela 2:
Classificação de 
processamento dos 
produtos de saúde.
Fonte:
Apecih (2020), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
A desinfecção, conforme suas possibilidades de ação, é classifica-
da em alto nível, nível intermediário e baixo nível.
dos produtos, além de apontar o nível mínimo de processamento 
necessário a um artigo, partindo de sua categoria, sendo conside-
rado um processamento mais rigoroso, quando viável do ponto de 
vista econômico e operacional (CARRARA, 2017). Vamos conhecer 
essas classificações?
Elimina bactérias 
vegetativas, vírus 
lipídicos, alguns vírus 
não lipídicos e alguns 
fungos. Não elimina 
microbactérias nem 
esporos.
BAIXO NÍVELALTO NÍVEL
Elimina 
microrganismos de 
forma vegetativa e 
alguns esporos.
Elimina bactérias 
vegetativas, bacilo da 
tuberculose, fungos e 
vírus lipídicos e alguns 
não lipídicos - Não 
elimina esporos.
NÍVEL 
INTERMEDIÁRIO
Figura 17: 
Níveis de desinfecção. 
Fonte: 
Carrara (2017), 
adaptado por 
labSEAD-UFSC (2020).
São exemplos de artigos críticos os instrumentais cirúrgicos (pin-
ças, afastadores, fios, roupas utilizadas em procedimentos assép-
ticos). Esses artigos requerem esterilização.
31
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Figura 18: 
Artigo crítico. 
Fonte: 
Freepik (2020).
Entre os artigos semicríticos estão os materiais de terapia respi-
ratória (como máscaras, traqueias de ventiladores pulmonares e 
reanimadores manuais). Esses materiais requerem desinfecçãode 
nível intermediário, que pode ser química através da imersão, ou 
física, através de calor, como a termodesinfecção (SOBECC, 2017).
Os artigos não críticos, como óculos de segurança, protetor facial, 
manguitos, cufômetros, estetoscópios, termômetros, pressuriza-
dores, equipamentos de uso no paciente, ventiladores mecânicos, 
monitores multiparamétricos e seus cabos, aparelhos de RX mó-
veis, de eletrocardiografia e ultrassonografia, requerem uma de-
sinfecção de baixo nível (SOBECC, 2017).
Quanto aos laringoscópios, embora classificados como artigos semi-
críticos, quando não for possível a desinfecção por autoclave ou ter-
modesinfeção, recomenda-se o uso de álcool etílico a 70%, tanto do 
cabo quando da lâmina (a depender do fabricante) (SOBECC, 2017).
O álcool a 70%, apesar de não eliminar esporos, possui ação ger-
micida para todos os vírus lipofílicos, muitos vírus hidrofílicos, 
bactéria, Mycobacterium tuberculosis e fungos, quando aplicado 
por 30 segundos, o que se consegue com três aplicações sucessi-
vas, após a evaporação (SOBECC, 2017).
Para ver o tempo 
de permanência 
do coronavírus nos 
diferentes tipos de 
superfícies, clique, 
nesse link.
Aprofunde
https://www.ufrgs.br/telessauders/posts_coronavirus/quanto-tempo-o-virus-que-causa-o-covid-19-sobrevive-em-superficies/
32
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
ALERTA DO PROFISSIONAL
O álcool gel 70% contem emoliente e não é indicado para a 
higienização do ambiente! Só deve ser utilizado para higie-
nização das mãos. Todo material deve ser limpo antes de 
sofrer a desinfecção, que pode ser química, com o uso de 
desinfetantes, ou física por ação térmica.
!
Equipamentos, produtos para saúde ou artigos para saúde utiliza-
dos em todos os pacientes devem ser recolhidos e transportados 
de forma a prevenir a possibilidade de contaminação de pele, mu-
cosas, roupas ou a transferência de microrganismos para outros 
pacientes, profissionais ou ambiente.
Conhecemos pouco acerca do vírus SARS-CoV-2, mas em todo o mun-
do pesquisadores buscam evidências para combater a pandemia, assim 
novas publicações vão surgir. Esse vírus tem alto poder de virulência 
e por isso atingiu os cinco continentes em curto espaço de tempo. Ele 
pode sobreviver em diferentes superfícies, mas pode ser inativado com 
produtos de fácil acesso.
33
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Fechamento
Nessa unidade você aprendeu sobre os principais produtos utili-
zados para limpeza e desinfecção de superfícies, materiais, equi-
pamentos, e as formas de processamento mais utilizadas no en-
frentamento da Covid-19. Os seus conhecimentos serão a base 
para a realização de uma prática segura para sua equipe e para o 
paciente que você cuida.
Não há especificidades para os processos de desinfecção e lim-
peza em se tratando do paciente com diagnóstico de Covid-19, 
visto que todo ambiente deve se manter seguro independente do 
contexto ou diagnóstico do paciente que utilizou aquele espaço. 
Processos bem definidos de limpeza e desinfecção de materiais 
de assistência tendem a reduzir as falhas nesse processo. O trei-
namento da equipe, a valorização dos profissionais e o sentimento 
de sua importância nesse contexto são algumas estratégias para 
sucesso no enfrentamento à Covid-19. 
34
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
UNIDADE 4.4 – Cuidados com resíduos 
e descarte de materiais; orientação 
de alta e cuidados com o corpo após 
a morte 
Nesta unidade você irá compreender o manejo adequado dos re-
síduos gerados nos serviços de saúde, conforme regulamentação 
vigente no que diz respeito à segregação, acondicionamento e tra-
tamento. Em relação ao paciente, compreenderá o conceito de 
transição do cuidado, no preparo para a alta com segurança, bem 
como os cuidados com o corpo após a morte. 
A pandemia da Covid-19 é considerada um dos maiores desafios 
da contemporaneidade. No setor saúde, a demanda expressiva por 
leitos hospitalares tem gerado um colapso no mundo todo. Isso 
ocorre mesmo diante da estimativa de que apenas uma pequena 
parte dos casos positivos para a doença necessitam de hospitali-
zação e cuidados intensivos (WU et al., 2020). 
Introdução
Figura 19: 
A Covid-19 
tem alterado 
constantemente a 
rotina de profissionais 
da enfermagem. 
Fonte: 
Freepik (2020).
Essa alta demanda tem alterado a rotina e os fluxos de traba-
lho do enfermeiro, que se vê diante da necessidade de mudar e 
adaptar seu cotidiano de trabalho, visando atender as exigências 
das instituições de saúde. Diariamente, novas diretrizes são pu-
blicadas por órgãos reguladores em saúde, propondo ajustes, mu-
35
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
No entanto, o medo da contaminação, a escassez de equipamen-
tos de proteção individual (EPIs) e os enfrentamentos deixam o 
enfermeiro em situação ímpar de estresse diante dessa pandemia 
(MABEN; BRIDGES, 2020). 
Nesta perspectiva, com o intuito de aprimorar o seu conhecimen-
to diante da pandemia da Covid-19, apresentaremos conceitos e 
estratégias de cuidado quanto aos resíduos e descarte de mate-
riais, orientação de alta e cuidados com o corpo após a morte. 
danças ou readequações com vistas a minimizar a propagação e a 
disseminação do vírus.
O enfermeiro, por ser o profissional que coordena e gerencia unidades 
de pacientes críticos (UTIs), tem o compromisso ético, moral e legal de 
assegurar que todas as diretrizes determinadas pelos órgãos em saúde 
sejam cumpridas. 
Conceitos Iniciais
A fim de controlar a propagação de uma epidemia, é de vital im-
portância o gerenciamento eficaz de resíduos de saúde. Os resídu-
os e subprodutos abrangem uma gama diversificada de materiais, 
como: resíduos infecciosos, patológicos, de objetos cortantes, 
químicos, farmacêuticos, citotóxicos, radioativos e resíduos não 
perigosos ou gerais.
Tipos de 
resíduos 
Infecciosos
Patológicos
Objetos cortantes
Químicos
Radioativos
Gerais ou não perigosos
Farmacêuticos
Citotóxicos 
Figura 20: 
Tipos de resíduos de 
saúde. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
36
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
A Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 306/2004 da Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Resolução nº 358/2005 
do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), definem os 
resíduos de serviços de saúde (RSS), como todo resíduo gerado 
em qualquer serviço prestador de assistência médica humana ou 
animal. A descrição detalhada de cada grupo (A, B, C, D, E) consta 
na RDC nº 306/2004.
Importante ressaltar que todos os resíduos provenientes da as-
sistência a pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pela 
Covid-19, devem ser acondicionados em sacos vermelhos, pois 
são enquadrados no grupo A1, conforme a RDC da Anvisa, nº 222, 
de 28 de março de 2018 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
Acesse a RDC 
nº 306/2004 da 
Anvisa, no link, 
e a resolução 
nº 358/2005 do 
Conselho Nacional 
de Meio Ambiente 
(CONAMA), no link.
Aprofunde
Os resíduos perfurocortantes devem ser descartados em caixas 
rígidas próprias para estes materiais, sendo que após a alta do pa-
ciente esta caixa rígida deverá ser acondicionada em saco verme-
lho, junto com os outros materiais. Ressaltamos que instituições 
que realizam o processamento dentro sua unidade podem utilizar 
saco branco leitoso.
Etapas do gerenciamento de resíduos em 
serviços de saúde (RSS)
Figura 21: 
Tipos de resíduos de 
saúde. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
Transporte 
interno
Disposição 
final
Transporte 
interno
Acondicionamento
Segregação
Identificação
Armazenamento 
externo
Armazenamento 
temporário
Transporte 
interno
Transporte 
externo
Tratamento
Coleta 
externa
Etapas do gerenciamento de 
residuos em serviços de saúde
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=462
37
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
É importante compreender que a falha em uma das etapas do ge-
renciamento de RSS, comprometetodo o processo, além de expor 
a riscos todos os diferentes profissionais que nele estão envol-
vidos. Veja a seguir alguns passos que você deverá seguir para o 
adequado gerenciamento dos RSS.
Separar os resíduos no momento e local de sua 
geração, em infectantes, químicos, comum, 
reciclável e perfurocortante.
Acondicionar os resíduos separados na origem, em 
recipientes com características apropriadas a cada 
grupo específico. 
Identificar os resíduos pelo símbolo de substância 
infectante.
1
2
3
Utilizar EPIs compatíveis com o risco inerente à 
atividade a ser realizada.
4
Figura 22: 
Descrição passo 
a passo do 
gerenciamento de 
RSS. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
Para cada um dos passos é preciso que você siga as orientações 
a seguir:
• Segregação: separar os resíduos no momento e local de sua 
geração, conforme suas características físicas, químicas, bio-
lógicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos; separar os 
resíduos em infectantes, químicos, comum, reciclável, orgânico 
e perfurocortante.
• Acondicionamento: acondicionar os resíduos segregados na 
origem, em recipientes com características apropriadas a cada 
grupo específico, observando a padronização de cor e simbolo-
gia. Os recipientes devem devem ser substituídos quando atin-
girem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 48 
horas (independentemente do volume).
• Identificação: identificar os resíduos pelo símbolo de substân-
cia infectante, o que permite o reconhecimento dos resíduos 
38
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao 
correto manejo dos RSS.
Veja a seguir a classificação de resíduos e rejeitos, e um exemplo 
da caixa coletora de materiais perfurocortantes:
Figura 23: 
Classificação dos 
resíduos e caixa 
coletora de material 
pérfurocortante. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
Outros cuidados que você deve seguir são:
• Utilizar vestimenta própria, touca e calçado fechado em todas 
as áreas técnicas e restritas (EPIs compatíveis com o risco ine-
rente à atividade a ser realizada).
• Deixar no local de trabalho os equipamentos de proteção indi-
vidual e as vestimentas utilizadas em suas atividades (não sair 
vestido com avental etc.).
Você como 
enfermeira(o) 
de UTI, atua 
diretamente nas 
três primeiras 
etapas do 
gerenciamento 
de RSS. Para 
conhecer 
as demais 
etapas, leia a 
RDC 222/2018 
comentada, que 
você pode acessar 
neste link.
Aprofunde
https://www.pncq.org.br/uploads/2018/RDC222.pdf
39
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
ALERTA DO PROFISSIONAL
A falta de conscientização sobre os riscos à saúde relaciona-
dos aos resíduos de serviços de saúde, treinamento inade-
quado em gerenciamento de resíduos, ausência de sistemas 
de gerenciamento e descarte de resíduos, recursos finan-
ceiros e humanos insuficientes e a baixa prioridade dada ao 
tópico são os problemas mais comuns relacionados aos resí-
duos de cuidados à saúde. 
!
Muitas das recomendações apresentadas já foram mencionadas 
anteriormente. Todavia, ressaltamos a importância de serem se-
guidas à risca, especialmente por se tratar de uma doença alta-
mente infecciosa.
Orientação de alta/transição do cuidado
A transição do cuidado compreende um grupo de ações planeja-
das para garantir a coordenação segura e a continuidade do cui-
dado do paciente. 
Essas ações compreendem situações nas quais os pacientes 
passam por uma mudança em sua situação de saúde, e precisam 
ser transferidos de uma localização a outra no mesmo servi-
ço (como, por exemplo, transferência do paciente da UTI para a 
unidade de internação) ou precisam ser transferidos entre dife-
rentes serviços de saúde, ou ainda serão transferidos para casa/
comunidade (alta hospitalar).
Figura 24: 
Ações que 
compreendem a 
transição do cuidado. . 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
Transferência 
de serviço
Transferência 
de setor
Transferência 
para casa / alta
40
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
No contexto da transição do cuidado, o enfermeiro enfrenta gran-
des desafios, ao promover a inserção de uma pessoa debilitada e 
vulnerável em uma sociedade apreensiva e assombrada.
Ações específicas da equipe de saúde no 
processo de preparo do paciente/família 
para a continuidade do cuidado
Garantir a continuidade do tratamento envolve ações que se ini-
ciam dentro do hospital e permanecem com os cuidados que de-
verão ser realizados mesmo fora da unidade de saúde. Sua equipe 
e você poderão considerar os seguintes passos para o preparo do 
paciente/família:
 Planejamento 
da alta
Segurança nas 
medicações
Comunicação 
completa de 
informações
Educação do paciente 
e promoção do 
autogerenciamento.
Planejamento 
antecipado 
de cuidados
Acompanhamento 
ambulatorial
21 3
56 4
Figura 25: 
Ações específicas da 
equipe de saúde no 
processo de preparo 
do paciente/família. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
A seguir verifique detalhadamente cada ação específica:
Planejamento da alta: atentar para condições de saúde, capaci-
dade cognitiva, apoio social e necessidades específicas; plano de 
cuidado com listas de medicamentos e instruções, apoio social 
para acesso aos serviços de saúde, doenças subjacentes, sinais de 
alerta e sintomas, cuidado nutricional, instruções relacionadas ao 
uso contínuo de medicamentos e monitoramento clínico.
Planejamento antecipado de cuidados: atentar para que os obje-
tivos do cuidado sejam comunicados com clareza entre paciente 
e serviço de saúde; iniciar o planejamento de alta no hospital 
o quanto antes; realizar o planejamento antecipado por equipes 
multidisciplinares.
Educação do paciente e promoção do autogerenciamento: aten-
tar para que as instruções relacionadas ao tratamento prescrito 
41
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
durante a alta sejam seguidas quanto ao uso de medicamentos; 
manejo de sondas e cateteres; autogerenciamento e dieta ade-
quada; necessidades individuais com apoio de materiais educa-
cionais; intervenções educacionais e psicológicas para oferecer 
apoio às famílias.
Segurança das medicações: atentar para ações educativas multi-
disciplinares; uso de arquivos ou planos personalizados com des-
crições detalhadas das drogas em uso; aplicação do método do 
feedback, para verificar a compreensão a respeito do uso segu-
ro de medicamentos; comunicação por telefone com familiares e 
cuidadores para confirmar medicamentos em uso.
Comunicação completa de informações: atentar para envio das in-
formações completas dos pacientes para a equipe da unidade bási-
ca de saúde através de e-mail, indicando as razões para internação 
dos pacientes, bem como seu histórico, medicamentos prescritos, 
tratamento, necessidades nutricionais, acesso a serviços; garantir a 
continuidade do tratamento ambulatorial com uso de protocolo de 
saúde, apoio social e considerações especiais.
Acompanhamento ambulatorial: atentar para monitoramento te-
lefônico pós-alta; pode ser feito em casa, no ambulatório ou em 
unidades básicas de saúde; criar ou adequar planos de monitora-
mento domiciliar por meio de telefonemas ou visitas; médicos e 
enfermeiros podem trabalhar juntos para monitorar o tratamento 
e o cuidado domiciliar.
Em caso de falecimento do paciente, outras ações específicas de-
verão ser tomadas. Acompanhe nos próximos tópicos.
O cuidado emocional ao profissional frente 
ao cenário de morte 
No que se refere ao cenário da morte no contexto da pandemia, 
o desafio do (a) enfermeiro(a) está em promover apoio emocional 
e segurança à sua equipe. Além disso, o(a) enfermeiro(a) pre-
cisa lidar com seus próprios medos diante da possibilidade de 
contaminação, enquanto assegura assistência à família em luto 
(MABEN; BRIDGES, 2020).
42
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Figura 26: 
O suporte emocional 
da equipe de saúde 
é essencial para que 
exista apoio adequado 
aos familiares em 
luto. 
Fonte: 
Freepik (2020).
Cuidados com o corpo após a morte
As mortes por Covid-19 têm provocadogrande estresse ao profis-
sional enfermeiro, em especial por haver muitas dúvidas e incer-
tezas quanto à transmissão e sobrevida do vírus. 
Observe as etapas descritas a seguir sobre o preparo do corpo após 
a confirmação da morte:
A Organização Mundial da Saúde afirma ainda que a dignidade dos 
mortos, sua cultura e religião tradições e suas famílias devem ser 
respeitadas e protegidas por todos os envolvidos (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 2020).
Leia o artigo: 
Saúde mental 
e atenção 
psicossocial 
na pandemia 
Covid-19 no link 
link.
Aprofunde
https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/04/Sa%c3%bade-Mental-e-Aten%c3%a7%c3%a3o-Psicossocial-na-Pandemia-Covid-19-recomenda%c3%a7%c3%b5es-gerais.pdf
43
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Planejar a comunicação da situação crítica/morte à 
família.
1
Organizar o preparo do corpo (profissionais habilitados, 
materiais necessários, entre outros).
2
Promover apoio emocional aos profissionais que irão 
desenvolver o cuidado ao corpo. 
3
Proceder com o cuidado ao corpo: encaminhar à câmara 
fria e promover o descarte do material utilizado. 
4
Figura 27: 
Passo a passo do 
preparo do corpo após 
falecimento. 
Fonte: 
labSEAD-UFSC (2020).
Para organizar a vinda dos familiares para receber a notícia da 
morte solicite apoio da atenção psicossocial e/ou assistência so-
cial. É recomendado que venham no máximo dois familiares para 
que um possa apoiar o outro.
Prepare o local para receber os familiares, que deve ser privativo, 
arejado, com área para que todos possam sentar-se e respeitar a 
distância de dois metros entre familiares e profissionais, solicite 
antes a higienização do ambiente. 
A morte deve ser constatada por profissional habilitado (médi-
co), com apoio, em razão da situação em que ocorre a morte 
por Covid-2019.
Certifique-se que a manipulação do corpo será conduzida por pro-
fissionais habilitados para desenvolver essa atividade, utilizando 
todos os EPIs necessários (gorro, óculos de proteção ou protetor 
facial, avental impermeável de manga longa, máscara cirúrgica, lu-
vas vinílicas e botas impermeáveis). É importante que haja a pro-
moção de apoio emocional aos profissionais que irão desenvolver 
o cuidado ao corpo. 
Se algum outro familiar estiver com sintomas da Covid-19, ele não poderá 
estar presente. 
44
Ventilação mecânica e cuidados respiratórios
Após a confirmação da morte do paciente, promova um ambiente de apoio 
psicológico e estimule os colegas a compartilhar angústias, medos e frus-
trações. Dessa maneira, você estará preparando sua equipe emocional-
mente para lidar com o medo e estresse de também serem contaminados. 
Reserve alguns minutos (mesmo que sejam dois minutos) para que pos-
sam elaborar o luto. Enfatize a importância do apoio entre colegas para 
permitir uma recuperação positiva após as experiências estressantes vivi-
das frente ao processo de morte por Covid-19. 
No procedimento de cuidado ao corpo, encaminhe o corpo para 
a câmara fria e realize o descarte do material utilizado. Assegure 
que todos os profissionais estão devidamente paramentados para 
o transporte até a câmara fria e organize para que este transpor-
te do corpo seja ágil, seguindo o trajeto mais rápido, com menor 
circulação possível de pessoas (MABEN; BRIDGES, 2020; WORLD 
HEALTH ORGANIZATION, 2020). 
Até o momento, não há registro de contaminação de profissionais 
da saúde durante a manipulação do corpo após constatada a morte 
por contaminação ou suspeita de Covid-19. Contudo, é necessário 
seguir todas as diretrizes de autoridades de saúde no momento de 
manipular o corpo, com especial atenção para o uso dos EPIs.
Fechamento
Resumidamente, trabalhamos nesta unidade o gerenciamento dos 
RSS, que deverão seguir a resolução da Anvisa, RDC nº 222, de 28 de 
março de 2018. Ainda, refletimos sobre oportunidade de reconhecer 
as mudanças ocorridas no seu ambiente de trabalho em decorrência 
da Covid-19, especialmente quanto ao manejo adequado dos RSS.
Sobre a movimentação de pacientes das UTIs para as unidades 
de internação, alta hospitalar ou transferência de pacientes para 
outras instituições de saúde, devemos ter em mente que é impor-
tante garantir a continuidade do cuidado com segurança. 
Por fim, em caso de óbito, devemos implementar os cuidados ne-
cessários para garantir o apoio à família, sem descuidar da segu-
rança e evitando a contaminação.
Conheça mais 
sobre o manejo de 
corpos
no contexto do 
novo coronavírus 
no link.
Aprofunde
https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/25/manejo-corpos-coronavirus-versao1-25mar20-rev5.pdf
45
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28 de Março de 2018: (Publicada no DOU nº 61, de 29 de março 
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