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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES fmovaz@gmail.com Prof . f laviovaz DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Definição: conjunto de normas (regras e princípios jurídicos) reguladoras das relações patrimoniais entre um credor (sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo) a quem incumbe o dever de cumprir, espontânea ou coativamente, uma prestação de dar, fazer ou não fazer. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Obrigação significa a própria relação jurídica pessoal que vincula duas pessoas, credor e devedor, em razão da qual uma fica “obrigada” a cumprir uma prestação patrimonial de interesse da outra. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Toda obrigação descumprida, em geral permite da responsabilização patrimonial do devedor, não obstante existam obrigações sem responsabilidade (obrigações naturais – debitum sem obligatio), como as dívidas de jogo e as prestações prescritas. Por outro lado, poderá haver responsabilidade sem obrigação (obligatio sem debitum), a exemplo do que ocorre com o fiador, que poderá ser responsabilizado pelo inadimplemento de devedor, sem que a obrigação seja sua. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Assim, nas relações obrigacionais mais simplificadas, o sujeito passivo (devedor) obriga-se a cumprir uma prestação patrimonial de dar, fazer ou não fazer (objeto da obrigação), em benefício do sujeito ativo (credor). DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Elemento subjetivo: sujeitos na relação obrigacional. *** Para que se possa reconhecer a existência jurídica da obrigação, os sujeitos da relação – credor e devedor -, que tanto podem ser pessoas físicas como jurídicas, devem ser determinados, ou, ao menos, determináveis. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Se José Alfredo, por meio de um contrato, torna-se credor de Maria Marta, tendo sido ambos devidamente identificados no título negocial, os sujeitos são determinados. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Entretanto, poderá haver indeterminação subjetiva na relação obrigacional quando, por exemplo, um devedor assina um cheque ao portador, não sabendo quem irá recebê-lo no banco, pois a cambial pode circular na praça, restando, momentaneamente, indeterminado o sujeito ativo, credor do valor nele consignado. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Também poderá ocorrer a indeterminabilidade subjetiva passiva da relação obrigacional. Nesse caso, não se pode, de antemão, especificar quem é o devedor da obrigação. É o que acontece com as obrigações propter rem, prestações de natureza pessoal que acedem a um direito real, acompanhando-o em todas as suas mutações. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Por exemplo: a taxa condominial ou o Imposto Predial Territorial urbano são prestações compulsórias vinculadas à propriedade do imóvel residencial ou comercial, pouco importando quem seja, efetivamente, o seu titular. A obrigação, portanto, não possui sujeito determinado, sendo certo apenas que a pessoa que adquirir o imóvel ficará sujeita ao seu cumprimento. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Para a exata compreensão da matéria, que, na relação obrigacional, podem concorrer figuras secundárias ou coadjuvantes, como os representantes e os núncios. *** DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Elemento objetivo: a prestação O objeto imediato da obrigação (e, por consequência, do direito de crédito) é a própria atividade positiva (ação) ou negativa (omissão) do devedor, satisfativa do interesse do credor. Essa atividade denomina-se prestação, que terá sempre conteúdo patrimonial. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Dentre as prestações de dar coisa certa, poderíamos referir aquela pactuada para a entrega de determinado veículo (um caminhão, por exemplo), por força de um contrato de compra e venda. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES A prestação de dar coisa incerta, por sua vez, existirá quando o sujeito se obriga a alienar determinada quantidade de café, sem especificar a sua qualidade. Quando do cumprimento da obrigação, por óbvio, esta prestação, por meio de uma operação determinada concentração do débito – que consistirá na escolha da qualidade do produto – converter-se-á em prestação de dar coisa certa, viabilizando o seu adimplemento. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES A prestação de fazer, por sua vez, se refere a uma prestação de conduta comissiva, como, por exemplo, pintar um quadro ou cantar uma ária italiana em apresentação pública. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES As prestação de não fazer, que consistem, sinteticamente, em abstenções juridicamente relevantes. Assim, quando, por força de um contrato, uma parte se obriga perante o seu vizinho a não realizar determinada obra em seu quintal ou um ex-empregado se obriga a não manter vínculo empregatício com outra empresa concorrente da ex-empregadora (cláusula de não concorrência), estaremos diante de uma prestação de fato negativa. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES A prestação para ser validamente considerada objeto direto da obrigação, deverá ser: lícita, possível e determinada (ou determinável). DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Licitude: implica o respeito aos limites impostos pelo direito e pela moral. Ninguém defenderá, por exemplo, a validade de uma prestação que imponha ao devedor cometer um crime (matar alguém, roubar, etc.) ou realizar favores de ordem sexual. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Possibilidade: para que a prestação seja considerada viável, deverá ser física e juridicamente possível. A prestação é considerada fisicamente impossível quando é irrealizável, segundo as leis da natureza. Imagine a hipótese de o sujeito, por meio de um contrato, obrigar-se pavimentar o solo da lua. Note-se que a impossibilidade da prestação confunde-se com o próprio objeto do negócio jurídico que deu causa à relação obrigacional (contrato). DIREITO DAS OBRIGAÇÕES A prestação juridicamente impossível é vedada pelo ordenamento jurídico, a exemplo da hipótese em que o devedor se obriga a alienar um bem público de uso comum do povo, ou transferir a herança de pessoa. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES A prestação determinada é aquela já especificada, certa, individualizada. Exemplo: “obrigo-me a transferir a propriedade de uma casa, situada na Rua Oliveiras, s/n, cuja área total é de 100 metros quadrados...”. Note-se que, nesse caso, houve inteira descrição da prestação que se pretende realizar. A prestação determinável, por sua vez, é aquela ainda não especificada, mas que contém elementos mínimos de individualização. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Fontes das obrigações: As fontes do direito são os meios pelos quais se formam ou se estabelecem as normas jurídicas. Trata-se, em outras palavras, de instâncias de manifestação normativo: a lei, o costume (fontes diretas), a analogia, a jurisprudência, os princípios gerais do direito, a doutrina e a equidade (fontes indiretas). DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Posto isso, classificamos as fontes mediatas das obrigações da seguinte forma: a-) os atos jurídicos negociais (o contrato, o testamento, as declarações unilaterais de vontade); b-) os atos jurídicos não negociais (o ato jurídico stricto sensu, os fatos materiais – como a situação fática de vizinhança, etc.) c-) os atos ilícitos (no que se incluem o abuso de direito e o enriquecimento ilícito). DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Posto isso, classificamos as fontes mediatas das obrigações da seguinte forma: a-) os atos jurídicos negociais (o contrato, o testamento, as declarações unilaterais de vontade); b-) os atos jurídicos não negociais (o ato jurídico stricto sensu, os fatos materiais – como a situação fática de vizinhança, etc.) c-) os atos ilícitos (no que se incluem o abuso de direito e o enriquecimento ilícito). fmovaz@gmail.com Prof.flaviovaz
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