Os eventos da 1ª e 2ª semana de desenvolvimento embrionário.

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LÍVIA THAÍS RODRIGUES COSTA - MEDICINA - PRIMEIRO PERÍODO 
 
➤ ​OS EVENTOS DA PRIMEIRA SEMANA DO            
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO 
 
Maturação dos espermatozóides: 
- O processo de capacitação dura 
aproximadamente 7 horas 
- Neste processo uma camada de 
glicoproteínas e proteínas seminais são 
removidas do acrossoma 
- Não sofrem alterações morfológicas 
- Ocorre nas tubas uterinas por ações de 
secreção das próprias tubas 
- É importante, pois permite a reação 
acrossômica 
 
Reação Acrossômica: É o processo de 
liberação de enzimas digestivas do acrossoma 
na zona pelúcida do oócito 
 
 
A Fertilização do Óvulo: 
 
- Após a ejaculação, ​os espermatozóides são 
transportados pela contração uterina e das 
trompas de falópio​(estimuladas por 
prostaglandinas no líquido seminal masculino 
e também por ocitocina liberada pela hipófise 
posterior da mulher durante o seu orgasmo) 
para as ampolas das trompas uterinas. 
Portanto, ​a fertilização do óvulo ocorre 
normalmente na ampola de uma das trompas 
de Falópio 
 
- Os espermatozóides são guiados por sinais 
químicos dos oócitos secundários emitidos 
pela coroa radiata, processo denominado de 
quimiotaxia 
 
- A fecundação é uma sequência complexa de 
eventos moleculares coordenados que se 
inicia com o contato 
entre um espermatozóide e um oócito e 
termina com a fusão 
- O processo da fecundação leva 
aproximadamente ​24 horas​. 
 
Fases da Fecundação 
1) ​Passagem pela corona radiata​: Ocorre a 
dispersão das células da granulosa que 
compõe a coroa radiata, em virtude da enzima 
hialuronidase (isso não está totalmente 
esclarecido) e do movimento da cauda do 
espermatozóide. Portanto, nesta fase tem-se 
a penetração da coroa radiata 
 
2) Penetração da zona pelúcida​: ​Tem-se a lise 
(dissolução) da zona pelúcida por enzimas 
proteolíticas, em especial a ​acrosina 
* ​Reação Zonal: Ocorre alterações nas 
propriedades da zona pelúcida tornando-a 
impermeável a outro espermatozóide 
 
3) ​Fusão das membranas plasmáticas do 
oócito e do espermatozóide​: ​A membrana 
plasmática do oócito e do espermatozóide irão 
se fundir e romper no local da fusão, o que 
permite que a cabeça e a cauda do 
espermatozóide sejam lançados no 
citoplasma do oócito 
 
4) ​Término da segunda divisão meiótica do 
oócito e formação do pronúcleo feminino​: Ao 
penetrar o oócito, o espermatozóide ativa o 
término da segunda meiose e a formação de 
um oócito maduro com os cromossomos 
condensados (pró-núcleo feminino) e o 
segundo corpúsculo polar 
 
5) ​Formação do pronúcleo masculino​: 
Aumento do núcleo do espermatozóide 
* Formação da oótide, que é um oócito 
contendo os dois pronúcleos haploides 
* Quando os pronúcleos se fundem em um 
único agregado celular tem-se o ​zigoto 
* ​O zigoto contém uma nova combinação de 
cromossomos diferente da combinação das 
células paternas e maternas. Esse mecanismo 
é a ​base da herança biparental e da 
variação da espécie humana​. 
HT INFOR
Highlight
LÍVIA THAÍS RODRIGUES COSTA - MEDICINA - PRIMEIRO PERÍODO 
 
* ​O sexo cromossômico do embrião é 
determinado na fecundação dependendo do 
tipo de espermatozoide (X ou Y) que fecunde 
o oócito. 
 
NOTA: A Fecundação 
• Estimula o oócito a completar a segunda 
divisão meiótica. 
• Restaura o número diplóide normal de 
cromossomos (46) no zigoto. 
• Resulta na variação da espécie humana por 
meio da mistura de cromossomos paternos e 
maternos. 
• Determina o sexo cromossômico do embrião. 
• Causa a ativação metabólica da oótide 
(oócito quase maduro) e inicia a clivagem do 
zigoto. 
 
Clivagem do zigoto 
- A clivagem consiste em divisões mitóticas 
sucessivas do zigoto, ao longo do percurso 
pela tuba uterina e ainda dentro da zona 
pelúcida, resultando em um aumento rápido 
do número de células (​blastômeros​) cada vez 
menor. 
 
- A divisão do zigoto em blastômeros se inicia 
aproximadamente 30 horas após a 
fecundação. 
 
- Após o estágio de nove células, os 
blastômeros sofrem ​compactação​, que é um 
fenômeno que permite a maior adesão entre 
células, ​permitindo a formação do 
embrioblasto do blastocisto 
- ​Mórula: ​Quando existem ​12 a 32 
blastômeros, o ser humano em 
desenvolvimento é chamado de mórula. As 
células internas da mórula são circundadas 
pelas ​células trofoblásticas​. A mórula se forma 
aproximadamente ​3 dias após a fecundação e 
chega ao útero. 
 
 
 
 
NOTA: ​Mosaicismo ​Se ocorre a não 
disjunção (falha na separação das cromátides 
irmãs) durante as divisões iniciais da clivagem 
do zigoto, forma-se um embrião com duas ou 
mais linhagens celulares com número 
cromossômico 
diferente. Indivíduos nos quais está presente 
um mosaicismo numérico são chamados 
mosaicos; por exemplo, um zigoto com um 
cromossomo 21 adicional pode perder o 
cromossomo extra durante a divisão inicial do 
zigoto. 
 
 
Formação do Blastocisto 
- ​4 dias após a fecundação​, a mórula 
alcança o útero e desenvolve uma cavidade 
(cavidade blastocística) preenchida por um 
líquido que veio da cavidade uterina por meio 
da zona pelúcida 
 
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- O aumento do líquido na cavidade é 
importante para separar os blastômeros em 
duas partes: 
Trofoblasto: Camada ​celular externa e 
delgada que ​formará a parte embrionária da 
placenta 
Embrioblasto: ​Massa ​celular interna que 
formará o embrião 
 
- Fator de gestação inicial, é uma proteína 
imunossupressora secretada pelas células do 
trofoblasto e surge no soro materno cerca de 
24 a 48 horas após o período de fecundação 
 
- ​Desaparecimento gradual da zona pelúcida 
para permitir o crescimento do blastocisto 
(embrião e suas membranas) e enquanto está 
flutuando nas secreções uterinas obtém 
nutrição dessas secreções glandulares 
 
- Quatro a 5 dias após a fecundação, a zona 
pelúcida desaparece e o trofoblasto adjacente 
ao embrioblasto se adere ao epitélio 
endometrial 
- A diferenciação do trofoblasto é controlada 
pelo ​fator de crescimento transformador 
 
- O trofoblasto do polo embrionário se 
diferencia em duas camadas, uma externa, o 
sinciciotrofoblasto​(massa protoplasmática 
multinucleada altamente invasiva e produtora 
de enzimas digestivas) e outra interna, o 
citotrofoblasto 
 
- O sinciciotrofoblasto invade o epitélio 
endometrial e o tecido conjuntivo adjacente. 
Concomitantemente, forma-se uma camada 
cuboidal de hipoblasto na superfície inferior do 
embrioblasto. 
 
- Após essa implantação superficial surge, por 
delaminação dos blastômeros do 
embrioblasto, o​ Hipoblasto 
 
- ​Ao final da primeira semana, o blastocisto 
está superficialmente implantado no 
endométrio 
 
➤ ​OS EVENTOS DA SEGUNDA SEMANA 
Caracteriza-se por​: 
- Término da implantação do blastocisto (10° 
dia) 
- Formação do ​disco embrionário bilaminar - 
epiblasto e hipoblasto; 
- Formação de estruturas extra-embrionárias: 
a cavidade amniótica, o âmnio, o saco 
vitelino ( vesícula umbilical) , o pedúnculo de 
conexão e o saco coriônico. 
- ​O sinciciotrofoblasto produz um hormônio 
glicoproteico, ​o hCG​, que entra na circulação 
sanguínea materna através de cavidades isoladas 
(lacunas) no sinciciotrofoblasto o hCG ​mantém a 
atividade hormonal do corpo lúteo ​no ovário, 
durante a gestação. O corpo lúteo é uma estrutura 
glandular endócrina que secretaestrogênio e 
progesterona para manter a gestação 
 
Formação da cavidade amniótica, do 
disco embrionário e do saco vitelínico 
1) ​Surge uma pequena cavidade no 
embrioblasto( que é o primórdio da cavidade 
amniótica) que induz a separação dos 
amnioblastos do epiblasto e a sua migração 
para essa cavidade, formando assim o 
revestimento dessa cavidade. Portanto, a 
cavidade revestida pelo âmnio é denominada 
cavidade amniótica. 
2) Surge uma disco bilaminar composto pelo 
Epiblasto (voltado para a cavidade amniótica) 
e o Hipoblasto voltado para a cavidade 
exocelômica (antiga cavidade blastocística) 
3) ​Vesícula Umbilical primitiva​: É a antiga 
cavidade blastocística revestida pelo 
hipoblasto 
* As células do endoderma da vesícula 
produzem uma camada de ​tecido 
conjuntivo​, o ​mesoderma extraembrionário 
que passa a envolver o âmnio e a vesícula 
umbilical. 
* A vesícula umbilical e a cavidade amniótica 
possibilitam os movimentos morfogenéticos 
das células do disco embrionário. 
* Neste estágio, o embrião é nutrido pelo 
embriotrofo 
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* A comunicação dos capilares endometriais 
rompidos com as lacunas no 
sinciciotrofoblasto estabelece ​a circulação 
uteroplacentária primitiva. 
* No 10° dia o embrião está completamente 
fixado do endométrio e, por isso, surge o 
tampão que é um coágulo sanguíneo 
fibrinoso 
* Reação decidual: Após a completa 
implantação do blastocisto, as células 
endometriais continuam sofrendo alterações. 
A principal função da reação decidual é 
fornecer nutrientes para o embrião e um local 
imunologicamente privilegiado para o 
concepto. 
* As redes lacunares, particularmente ao 
redor do pólo embrionário, são os primórdios 
dos espaços intervilosos da placenta 
4) O celoma extraembrionário: Espaços que 
surgem do mesoderma extraembrionário, 
que estão cheio de fluidos e revestem o 
âmnio e a vesícula umbilical 
* Com a formação do celoma 
extraembrionário, a vesícula umbilical 
primitiva diminui e se forma a vesícula 
umbilical secundária um pouco menor 
* A vesícula umbilical dos humanos não 
contém vitelo; entretanto, possui funções 
importantes – por exemplo, ela é o local de 
origem das células germinativas 
primordiais​. Ela pode ter função também na 
transferência seletiva de nutrientes para o 
embrião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento do saco coriônico 
 
- ​Marca o final da segunda semana junto do 
aparecimento das vilosidades coriônicas 
primárias 
 
- O celoma extraembrionário é o primórdio da 
cavidade coriônica. 
 
 
- As projeções celulares formam as 
vilosidades coriônicas primárias, que são o 
primeiro estágio de desenvolvimento das 
vilosidades coriônicas da placenta, nas 
vilosidades primárias há formação de um 
eixo de citotrofoblasto envolvido pelo 
sinciciotrofoblasto em contato com o 
sangue materno que circula nos espaços 
intervilosos 
 
- ​O celoma extra-embrionário divide o 
mesoderma extra-embrionário em duas 
camadas: 
- ​Mesoderma somático extra-embrionário​, 
que reveste o trofoblasto e o âmnio. 
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- ​Mesoderma esplâncnico 
extraembrionário​, que envolve o saco 
vitelino. 
- ​O mesoderma somático extraembrionário e 
as duas camadas do trofoblasto formam o 
córion (membrana fetal mais externa), que 
forma a parede do saco coriônico 
 
- O embrião, o saco amniótico e a vesícula 
umbilical estão suspensos dentro desse saco 
pelo pedículo de conexão. 
 
- O termo vesícula umbilical é mais apropriado 
porque o saco vitelino não contém vitelo em 
humanos. 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
 
● Guyton & Hall; ​Tratado de 
Fisiologia Médica​, 13° edição; 
2017; Elsevier 
 
● MOORE, Keith L. ​Embriologia 
básica​. 8a Ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2008. 
 
● Embriologia Animal: Implantação e 
placentação; UNB;