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UNIDADE 2 - EDUCAÇÃO EM SAÚDE

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Educação em saúde – 
EAD 
UNIDADE 2 
MOVIMENTOS DE MUDANÇA DA 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
A seguir, conheça os principais conceitos que serão 
abordados ao longo desta unidade. 
 
Educação continuada: Processo de aquisição 
sequencial e acumulativa de informações técnico-
científicas pelo trabalhador por meio de 
escolarização formal, vivências, experiências laborais 
e participação no âmbito institucional ou fora dele. 
 
Educação em saúde: Processo educativo, de 
construção de conhecimentos em saúde, que visa à 
apropriação temática pela população, e não à 
profissionalização ou à carreira na saúde. 
Também é considerado o conjunto de práticas do 
setor que contribui para aumentar a autonomia das 
pessoas em seu cuidado e o debate com os 
profissionais e os gestores a fim de alcançar uma 
atenção de saúde de acordo com suas necessidades. 
 
Educação na saúde: Produção e sistematização de 
conhecimentos relativos à formação e ao 
desenvolvimento para a atuação em saúde, 
envolvendo práticas de ensino, diretrizes didáticas e 
orientação curricular. 
 
Educação permanente em saúde: Ações 
educativas embasadas na problematização do 
processo de trabalho em saúde e que tenham como 
objetivo: 
• a transformação das práticas profissionais e 
da própria organização do trabalho, 
tomando como referência as necessidades 
de saúde das pessoas e das populações; 
• a reorganização da gestão setorial; 
• a ampliação dos laços da formação com o 
exercício do controle social em saúde. 
 
Educação popular em saúde: Ações educativas que 
têm como objetivo promover, na sociedade civil, a 
Educação em Saúde, mediante inclusão social e 
promoção da autonomia das populações na 
participação em saúde. 
 
 
Formação profissional em saúde: Processo de 
ensino-aprendizagem dos conhecimentos 
requeridos para o exercício de uma profissão ou 
ocupação regulamentada direcionado à educação 
técnica ou superior. 
Tem por objetivo propiciar ao estudante ou ao 
trabalhador, no exercício de sua profissão, 
desenvolvimento de competências técnicas, éticas e 
humanísticas, capacidade crítica e postura solidária 
perante os usuários, a fim de qualificar a resposta do 
setor da Saúde às necessidades da população do 
sistema de saúde. 
 
Secretaria de gestão do trabalho e da educação 
na saúde (SGTES): Responsável por formular 
políticas públicas orientadoras da gestão, formação 
e qualificação dos trabalhadores e da regulação 
profissional na área da saúde no Brasil. 
 
Cabe à SGTES: 
• promover a integração dos setores de saúde 
e educação; 
• fortalecer as instituições formadoras de 
profissionais atuantes na área; 
• integrar e aperfeiçoar a relação entre as 
gestões federal, estaduais e municipais do 
SUS, no que se refere aos planos de 
formação, qualificação e distribuição das 
ofertas de educação e trabalho na área da 
saúde. 
 
Departamento de gestão da educação na saúde 
(Deges): Órgão integrante da Secretaria de Gestão 
do Trabalho e da Educação na Saúde. 
 
Departamento de gestão e da regulação do 
trabalho em saúde (Degerts): Órgão integrante da 
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na 
Saúde. 
 
Formação, qualificação: A aquisição de um 
conjunto de saberes, a interiorização de um 
conjunto de valores e o domínio de um conjunto de 
gestos técnicos não constituem requisitos 
suscetíveis de transferabilidade linear, determinando 
a ação profissional. 
 
Competência: Propriedades globais resultantes da 
reorganização e do acréscimo de complexidade do 
cérebro. Portanto, podem-se “armazenar” 
informações, mas não competências. 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO EM 
SAÚDE 
Organização e estrutura do SUS 
Antes de abordar as políticas públicas 
especificamente, cabe um rápido esclarecimento 
sobre a organização do Sistema Único de Saúde e as 
atribuições e funções dos órgãos vinculados ao SUS 
e ao Ministério da Saúde, que são responsáveis pela 
Educação em Saúde. 
 
 
 
• ministério da saúde: Órgão centralizador e 
gestor do Sistema Único de Saúde. 
Cabe ao Ministério da Saúde a responsabilidade 
de formular, normatizar, fiscalizar, monitorar e 
avaliar políticas e ações, em articulação com o 
Conselho Nacional de Saúde. 
Também atua no âmbito da Comissão 
Intergestores Tripartite (CIT) para pactuar o 
Plano Nacional de Saúde. 
São integrantes do Ministério da Saúde: Fiocruz, 
Funasa, Anvisa, ANS, Hemobrás, Inca, Into e oito 
hospitais federais. 
 
• Secretaria estadual de saúde (SES): 
Estabelecida em todos os estados. Participa da 
formulação das políticas e ações de saúde no 
estado, prestando apoio aos municípios. 
Articulada com o Conselho Estadual de Saúde, 
participa da Comissão Intergestores Bipartite 
(CIB) para a elaboração, aprovação e 
implementação do Plano Estadual de Saúde. 
 
• Secretaria municipal de saúde (SMS): Aprova 
e implementa o Plano Municipal de Saúde e, 
junto à esfera estadual, planeja, organiza, 
controla, avalia e executa as ações e serviços de 
saúde. 
 
• Conselho de saúde: Atuam e se organizam 
conforme o âmbito: nacional, estadual e 
municipal. 
São órgãos colegiados compostos por 
representantes do governo, prestadores de 
serviço, profissionais de saúde e usuários. 
Atuam na formulação de estratégias e no 
controle da execução da política de saúde na 
instância correspondente, inclusive nos aspectos 
econômicos e financeiros, cujas decisões serão 
homologadas pelo chefe do poder legalmente 
constituído em cada esfera do governo. 
 
• Comissão Intergestores Tripartite (CIT): Foro 
de gestores federais, estaduais e municipais 
visando à administração dos aspectos 
operacionais do SUS 
 
• Comissão Intergestores bipartite (CIB): Foro 
de gestores estaduais e municipais visando à 
administração dos aspectos operacionais do 
SUS. 
 
• Conselho Nacional de Secretários de Saúde 
(CONASS): Entidade representativa dos estados 
e do Distrito Federal em assuntos relacionados à 
saúde na CIT. 
 
• Conselho Nacional de Secretarias Municipais 
de Saúde (CONASEMS): Entidade 
representativa dos municípios em assuntos 
relacionados à saúde na CIT. 
 
• Conselhos de Secretários Municipais de 
Saúde (COSEMS): Entidades que representam 
os municípios e entes municipais junto ao estado 
para tratar de assuntos relativos à saúde. Ligados 
ao CONASEMS, conforme SUS e estatutos 
determinarem. 
 
Órgãos vinculados ao ministério da saúde e à 
educação em saúde 
A seguir, conheça mais sobre a secretaria e os 
departamentos responsáveis pela Educação em 
Saúde no Brasil. 
 
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação 
na Saúde (SGTES): Esta secretaria foi criada pelo 
Decreto-Lei no 4.726, de 9 de junho de 2003. É 
responsável por formular as políticas públicas que 
direcionam a formação de recursos humanos em 
saúde, bem como o desenvolvimento, a distribuição, 
a regulação e a gestão dos trabalhadores da saúde. 
 
É um órgão importante para as políticas públicas de 
Educação em Saúde e desempenha um papel 
ampliado nesse aspecto. As principais finalidades da 
SGTES são: 
• Promover a organização da formação em 
saúde; 
• Elaborar e propor as políticas de formação e 
desenvolvimento profissional em saúde; 
• Promover a articulação entre os distintos 
órgãos de educação, a fiscalização do 
exercício profissional, dos sindicatos e 
movimentos sociais, visando à melhor 
adequação da formação em saúde; 
• Promover a integração entre a Saúde e a 
Educação para fortalecer e apoiar as 
instituições formadoras; 
• Promover a articulação entre os três níveis de 
poderes visando à integração e ao 
aperfeiçoamento em relação à formação de 
recursos humanos em saúde, sua 
distribuição e ofertas de trabalho nas 
regiões; 
• Desenvolver ações que visem à participação 
e integração dos trabalhadores em saúde 
com o SUS; 
• Desenvolver ações de promoção à saúde, 
fortalecimento dos movimentospopulares 
de Educação em Saúde e gestão das políticas 
públicas para a área. (BRASIL, 2009) 
• Cabe ressaltar a importância de um órgão 
como a SGTES para o desenvolvimento de 
políticas de Educação em Saúde e de 
formação de recursos humanos em saúde no 
país e no SUS. Além disso, possui papel 
fundamental no processo de articulação 
entre outros órgãos dentro e fora do sistema 
de saúde. 
 
Departamento de Gestão da Educação na Saúde 
(DEGES) 
Este departamento integra a SGTES e tem como 
função a proposição e a formulação das políticas 
relacionadas à: 
• formação profissional de trabalhadores em 
saúde e à sua educação permanente em 
todos os níveis de escolaridade, 
• capacitação dos mesmos e de outras áreas, 
como os movimentos sociais e a própria 
população. 
Este movimento intersetorial do DEGES tem como 
objetivo maior o fortalecimento e o incentivo da 
participação e do controle social no SUS. 
É importante compreender que este órgão, ligado 
ao Ministério da Saúde, tem uma função política e 
educacional importante no SUS, e que sua atuação 
está intimamente ligada à qualidade dos recursos 
humanos e ao atendimento eficiente e humanizado 
aos usuários. 
Sua função articuladora envolve o planejamento e a 
organização operacional e financeira em estados e 
municípios e todas as instituições educacionais e 
sociais envolvidas em Educação em Saúde. 
 
Departamento de Gestão e da Regulação do 
Trabalho em Saúde (DEGERTS) 
Este departamento é também um órgão ligado à 
SGTES. Acompanha e propõe políticas de gestão, 
planejamento e regulação do trabalho em saúde, 
envolvendo a negociação com os diversos 
segmentos da sociedade e do governo, bem como a 
regulação e regulamentação do trabalho para 
melhor adequação das políticas nos âmbitos 
municipal, estadual e federal. 
Essa articulação também tem como objetivo maior a 
humanização do atendimento ao usuário do SUS por 
meio das melhores políticas de qualificação dos 
trabalhadores em saúde. 
Embora o foco principal deste órgão seja a formação 
e a manutenção de recursos humanos em saúde, ele 
impacta direta e indiretamente a Educação em 
Saúde (direcionada para toda a população, 
conforme conceituamos anteriormente). 
 
Bases das políticas de educação em saúde 
Toda formulação e proposta de políticas em 
Educação em Saúde tem como base os princípios e 
as diretrizes do SUS e a necessidade de auxiliar na 
autonomia dos indivíduos e da população. 
 
A estratégia de ação da Educação em Saúde é a 
Saúde da Família. 
 
 
 
A família é reconhecida como o núcleo primário do 
indivíduo, e o agente de saúde é reconhecido como 
o instrumento primário de contato com esta 
realidade. 
 
Ainda sobre essa estratégia de ação, Besen (2017) 
afirma: 
• A Educação em Saúde pode ser feita dentro da 
família, na escola, no trabalho ou em qualquer 
espaço comunitário. Este é um componente que 
está presente na Carta de Ottawa, resultante da 
I Conferência Internacional sobre Promoção da 
Saúde, em 1986, no Canadá, que resgata a 
dimensão da Educação em Saúde, além de 
avançar com a ideia de empowerment, ou seja, o 
processo de capacitação (aquisição de 
conhecimentos) e a consciência política 
comunitária. 
 
Importante: Para chegar a esse contexto em Saúde, 
houve uma construção lenta, contínua e fortemente 
elencada no processo de abertura democrática e na 
percepção do papel de cidadania e do direito à 
saúde, tanto no lado governamental quanto da 
própria população e dos indivíduos. 
 
Participação comunitária na saúde: Segundo 
Candeias (1989), a década de 1970 foi marcada por 
vários encontros e reuniões internacionais em que o 
conceito da participação comunitária começou a 
formar-se e a unir-se à possibilidade de participação 
na elaboração de políticas de Educação em Saúde. 
 
IV Reunião dos Ministros das Américas (1977) 
“Considerou-se que a participação comunitária 
poderia levar ao desenvolvimento de habilidades e 
à transformação de pessoas em função de suas 
próprias necessidades, esperando-se que pudessem 
assim ter mais responsabilidade e zelo em relação à 
própria saúde. Implícita neste conceito encontra-se 
a proposta de um diálogo permanente e contínuo 
entre o pessoal da saúde e a comunidade” 
(CANDEIAS, 1989). 
 
Para que a participação comunitária nos programas 
de saúde ocorra, são necessárias três condições: 
1. As políticas de saúde devem considerar 
mecanismos que possibilitem e garantam o 
acesso à participação popular (desde o 
processo de elaboração da legislação), aos 
recursos humanos, materiais e financeiros 
disponíveis; 
2. Os órgãos e mecanismos intersetoriais formais 
e informais devem atuar para identificar os 
problemas das comunidades e suas possíveis 
soluções; 
3. A interação do sistema formal de saúde com as 
comunidades deve ser fortalecida, por meio de 
uma relação dialógica, franca e aberta. 
 
I Conferência Internacional sobre Assistência 
Primária em Saúde (1978) 
Nesta conferência, foram reconhecidos o direito e a 
responsabilidade dos indivíduos de implementar os 
serviços de saúde em seus países. Além disso, 
afirmou-se que os indivíduos devem ter o 
conhecimento necessário para reconhecer suas 
próprias necessidades de saúde. Deste modo, “a 
educação relacionada a problemas de saúde, assim 
como as condições para preveni-los ou controlá-los, 
deveria constituir o primeiro dos oito elementos 
essenciais na estratégia da assistência primária de 
saúde. Os indivíduos deveriam conhecer melhor 
suas próprias condições de saúde, de modo que, a 
partir disto, pudessem se transformar em agentes 
interessados em promover seu próprio 
desenvolvimento, em vez de representarem apenas 
meros receptores passivos da ajuda veiculada por 
outros, muitas vezes até desnecessária” (CANDEIAS, 
1989). 
Por fim, a receptividade da comunidade para a 
mudança comportamental da população foi 
considerada como um aspecto desejado. Outro 
aspecto desejado era que o sistema formal de 
atendimento médico-sanitário fosse capaz de 
auxiliar nas possíveis soluções para os problemas de 
saúde. 
 
Discussões Técnicas da Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS) na XVII Reunião do 
Conselho Diretor (1980) 
Neste evento, houve indicação evidente da 
necessidade de novos enfoques e estratégias de 
integração entre educação e participação 
comunitária, além de mudanças estruturais dos 
serviços de saúde visando à desburocratização do 
acesso. 
Debateu-se também que as populações que eram 
mais ativas nos processos de Educação em Saúde 
eram expostas a abordagens e estratégias não 
tradicionais, como teatro, música, feiras da saúde e 
dinâmicas de grupo (CANDEIAS, 1989). 
 
Comissão Técnica de Novos Enfoques da 
Educação em Saúde na Assistência Primária da 
Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) 
(1982) 
Como resultado desta Comissão, houve a mudança 
de paradigma do processo de ensino, 
recomendando-se que “o educador de saúde passe 
a ser aluno e facilitador e os membros da 
comunidade sejam professores e também alunos. À 
comunidade, cabe ensinar aos educadores de saúde 
sua ‘cultura da saúde’, suas crenças e como atuam 
na área da saúde — onde buscam tratamento e qual 
sua percepção em situações relacionadas à saúde” 
(CANDEIAS, 1989). 
Essa inversão de papéis entre o educador e a 
comunidade proporcionou novos desafios e novas 
formas de ensinar e aprender, inclusive, e 
principalmente, para os educadores que passaram a 
focar o processo não em si nem no conteúdo, mas 
no indivíduo, na comunidade e nas suas 
necessidades 
 
Assembleia Mundial da OMS (1983) 
Segundo a OMS, as seguintes ações requerem o 
envolvimento da população, e não apenas a sua 
participação: enfoque na mudança do planejamento 
das novas políticas de ação em saúde, enfatizando-
se o planejamento local, os diversos objetivos, em 
vez de doenças específicas, a visão ampliadae 
globalizada de educação, as ações políticas capazes 
de facilitar as mudanças de comportamento dos 
indivíduos e da população, visando à promoção de 
estilos saudáveis de vida. 
 
Reunião Internacional para a Promoção da Saúde 
em Ottawa 
O resultado desta reunião foi a elaboração do 
documento denominado Carta de Ottawa, no qual 
são declarados os princípios de um novo conceito 
de saúde pública, com o fortalecimento da ação 
comunitária e das habilidades pessoais da 
população necessárias para a saúde. 
Tratando-se de uma carta com a visão de diversas 
realidades, de países mais desenvolvidos a outros 
que ainda têm muitos desafios a ultrapassar, é óbvio 
que há questões a serem contextualizadas de acordo 
com a realidade brasileira. No entanto, ela serviu 
como uma base, um ideal a ser alcançado. 
 
Você observou que o conceito de participação 
comunitária nas ações de saúde e na Educação em 
Saúde foi construído lentamente no cenário 
internacional. De forma análoga, aos poucos, foi se 
estabelecendo o ambiente propício para a criação e 
o desenvolvimento, no contexto brasileiro, de 
políticas que refletissem a discussão mundial sobre 
saúde e que fossem voltadas para a participação e o 
envolvimento da comunidade. Veja a seguir. 
 
 
PRINCIPAIS REGULAMENTAÇÕES SOBRE 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
Acompanhe, na linha do tempo, a evolução da 
legislação sobre Educação em Saúde: 
1988: Artigo 200 da Constituição Federal de 1988 
- O inciso III deste artigo determina que cabe ao SUS 
ordenar a formação na área de saúde. Para que isso 
ocorra, as questões de educação na saúde fazem 
parte dos seus objetivos, visando qualificar os 
profissionais de saúde para atender melhor às 
necessidades da população. A formação e a 
organização do processo de formação de recursos 
humanos no país são de extrema importância para 
que os profissionais possam ser capacitados e 
distribuídos de maneira adequada pelo país. 
 
 
 
1990: Lei Orgânica da Saúde (Leis Federais 
números 8.080/90 e 8.142/90) - No Título I, art. 2o, 
da Lei nº 8.080/90, institui-se a saúde como “um 
direito fundamental do ser humano, devendo o 
Estado prover as condições indispensáveis ao seu 
pleno exercício”. 
Reconhece-se também a necessidade de formular 
políticas que garantam o acesso igualitário e 
universal às ações de promoção e aos serviços de 
saúde, bem como à alimentação, à moradia, ao 
saneamento básico, ao meio ambiente, ao trabalho, 
à renda, à educação, ao transporte, ao lazer e aos 
bens e serviços essenciais. 
Enquanto a Lei nº 8.080 trata dos direitos 
fundamentais da população e de regulamentar o 
funcionamento da rede, dos serviços e da formação 
de recursos humanos e financiamento, a Lei nº 8.142 
determina como ocorrerão a participação popular 
na saúde, a composição das comissões bi e tripartite 
e a representação do CNS, do CONASS e dos 
CONASEMS e como serão feitos os repasses de 
recursos. 
 
2003: NOB-RH/SUS (resolução CNS n° 330, de 4 
de novembro de 2003) - Resolução que determina 
a composição do Conselho Nacional de Saúde 
(CNS), garantindo e regulamentando a participação 
de 50% dos usuários e do restante dividido entre 
gestores e profissionais de saúde. A Resolução 
determina a representação dos seguintes grupos: 
• Associações de portadores de patologias; 
• Associações de portadores de deficiências; 
• Entidades indígenas; 
• Movimentos sociais e populares organizados; 
• Movimentos organizados de mulheres, em 
saúde; 
• Entidades de aposentados e pensionistas; 
• Entidades congregadas de sindicatos, centrais 
sindicais, confederações e federações de 
trabalhadores urbanos e rurais; 
• Entidades de defesa do consumidor; 
• Organizações de moradores; 
• Entidades ambientalistas; 
• Organizações religiosas; 
• Trabalhadores da área de saúde (associações, 
sindicatos, federações, confederações e 
conselhos de classe); 
• Comunidade científica; 
• Entidades públicas, de hospitais universitários e 
hospitais campo de estágio, de pesquisa e 
desenvolvimento; 
• Entidades patronais; 
• Entidades dos prestadores de serviço de saúde; 
• Governo. 
 
2006: Pacto pela Saúde – Portaria nº 399, de 22 
de fevereiro de 2006 - Discorre sobre as diretrizes 
das responsabilidades da educação na saúde e 
estabelece algumas questões centrais sobre outros 
assuntos relacionados à saúde e às ações em saúde. 
Responsabilidades municipais: 
• Todo município deve formular e promover a 
gestão da educação permanente em saúde e 
processos relativos à mesma, orientados pela 
integralidade da atenção à saúde, criando, 
quando for o caso, estruturas de coordenação e 
de execução da política de formação e 
desenvolvimento, participando do seu 
financiamento; 
• Todo município deve promover diretamente ou 
em cooperação com o estado, com os 
municípios da sua região e com a União 
processos conjuntos de educação permanente 
em saúde; 
• Todo município deve apoiar e promover a 
aproximação dos movimentos de educação 
popular em saúde na formação dos profissionais 
de saúde, em consonância com as necessidades 
sociais em saúde; 
• Todo município deve incentivar, junto à rede de 
ensino, no âmbito municipal, a realização de 
ações educativas e de conhecimento do SUS; 
• Articular e cooperar com a construção e 
implementação de iniciativas políticas e práticas 
para a mudança na graduação das profissões de 
saúde de acordo com as diretrizes do SUS; 
• Promover e articular junto às escolas técnicas de 
saúde uma nova orientação para a formação de 
profissionais técnicos para o SUS, diversificando 
os campos de aprendizagem. 
 
Responsabilidades estaduais: 
• Formular, promover e apoiar a gestão da 
educação permanente em saúde e processos 
relativos à mesma no âmbito estadual; 
• Promover a integração de todos os processos de 
capacitação e desenvolvimento de recursos 
humanos à política de educação permanente, no 
âmbito da gestão estadual do SUS; 
• Apoiar e fortalecer a articulação com os 
municípios e entre os mesmos para processos de 
educação e desenvolvimento de trabalhadores 
para o SUS; 
• Articular o processo de vinculação dos 
municípios às referências para o seu processo de 
formação e desenvolvimento; 
• Articular e participar das políticas regulatórias e 
de indução de mudanças no campo da 
graduação e das especializações das profissões 
de saúde; 
• Articular e pactuar com o Sistema Estadual de 
Educação processos de formação de acordo com 
as necessidades do SUS, cooperando com os 
demais gestores para processos na mesma 
direção; 
• Desenvolver ações e estruturas formais de 
educação técnica em saúde com capacidade de 
execução descentralizada no âmbito estadual. 
 
Responsabilidades do distrito federal: 
• Formular e promover a gestão da educação 
permanente em saúde e processos relativos à 
mesma, orientados pela integralidade da 
atenção à saúde, criando, quando for o caso, 
estruturas de coordenação e de execução da 
política de formação e desenvolvimento, 
participando no seu financiamento; 
• Promover a integração de todos os processos de 
capacitação e desenvolvimento de recursos 
humanos à política de educação permanente; 
• Articular e participar das políticas regulatórias e 
de indução de mudanças no campo da 
graduação e das especializações das profissões 
de saúde; 
• Articular e cooperar com a construção e a 
implementação de iniciativas políticas e práticas 
para a mudança na graduação das profissões de 
saúde de acordo com as diretrizes do SUS; 
• Articular e pactuar com o Sistema Distrital de 
Educação processos de formação de acordo com 
as necessidades do SUS, cooperando com os 
demais gestores para processos na mesma 
direção; 
• Desenvolver ações e estruturas formais de 
educação técnica em saúde com capacidade de 
execução descentralizada no âmbito do Distrito 
Federal; 
• Promover e articular juntoàs escolas técnicas de 
saúde uma nova orientação para a formação de 
profissionais técnicos para o SUS, diversificando 
os campos de aprendizagem; 
• Apoiar e promover a aproximação dos 
movimentos de educação popular em saúde da 
formação dos profissionais de saúde, em 
consonância com as necessidades sociais em 
saúde; 
• Incentivar, junto à rede de ensino, a realização de 
ações educativas e de conhecimento do SUS. 
 
2007: Criação do Programa Saúde na Escola 
(PSE): criado pela Portaria nº 204, de 29 de 
janeiro de 2007 - O PSE regulamenta o 
financiamento e a transferência dos recursos 
federais para as ações e os serviços de saúde, na 
forma de blocos de financiamento, com o respectivo 
monitoramento e controle. 
O PSE desenvolve as ações educativas em várias 
frentes: 
• Alimentação saudável de prevenção de 
obesidade e desnutrição; 
• Formação de técnicos em saúde; 
• Prevenção de gravidez na adolescência; 
• Saúde auditiva; 
• Saúde bucal; 
• Saúde ocular; 
• Levantamento de possíveis casos de 
hanseníase, verminose e tracoma; 
• Acompanhamento da situação vacinal; 
• Educação ambiental; 
• Segurança alimentar e promoção de 
alimentação saudável; 
• Práticas corporais, atividades físicas e de 
lazer; 
• Direitos humanos e programas de tolerância 
à diversidade, cultura de paz e igualdade 
racial. 
 
O PSE é executado pelos Grupos de Trabalho 
Intersetoriais (GTI), que devem ser compostos por 
representantes da Secretaria da Saúde e Educação e 
outros representantes das políticas públicas e 
sociais, fazendo esse trabalho intersetorial. 
 
2007: Portaria MS/GM nº 1.996, de 20 de agosto 
de 2007 
Esta Portaria cria as Comissões Permanentes de 
Integração Ensino-Serviço (CIES) e determina suas 
atribuições e os recursos financeiros para as ações 
de Educação em Saúde, bem como reativa a 
Comissão Nacional de Acompanhamento da Política 
Nacional de Educação Permanente em Saúde com a 
função de formular políticas nacionais e definir as 
prioridades nacionais em educação na saúde. 
Os anexos desta Portaria tratam das diretrizes e da 
responsabilidade da formação de recursos humanos 
em saúde nos níveis técnico e superior. 
 
2013: portaria n° 2.761, de 19 de novembro de 
2013 
Esta Portaria institui a Política Nacional de Educação 
Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de 
Saúde (PNEPS-SUS). 
Além disso, está Portaria vem regulamentar a 
participação da Educação Popular fortalecendo a 
Educação em Saúde, em conformidade com os 
princípios e as diretrizes do SUS, e em seu artigo 3o 
estabelece suas diretrizes: 
• diálogo; 
• amorosidade; 
• problematização; 
• construção compartilhada do conhecimento; 
• emancipação; e 
• compromisso com a construção do projeto 
democrático e popular. 
 
E estabelece também seus eixos estratégicos no 
artigo 4°: 
• participação, controle social e gestão 
participativa; 
• formação, comunicação e produção de 
conhecimento; 
• cuidado em saúde; e 
• intersetorialidade e diálogos multiculturais. 
 
2017: Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de 
setembro de 2017 
Por meio desta Portaria, vieram algumas mudanças 
importantes, regulamentando as normas sobre as 
políticas nacionais de saúde do Sistema Único de 
Saúde. 
Nesta Portaria, estão elencadas todas as políticas 
nacionais de saúde e que, a título de consolidação 
de todas as ações e políticas em prol do SUS, ficaram 
agrupadas em seções, conforme a área a que se 
referem, sem alteração no texto original, mas agora 
constando de um grande documento declarativo da 
importância desse conjunto de políticas para todo o 
processo que trouxe o SUS ao século XXI. 
No Anexo I do documento, em seu 1o artigo, é 
instituída a Política Nacional de Promoção da Saúde 
(PNPS), definida da seguinte forma: “conceito 
ampliado de saúde e o referencial teórico da 
promoção à saúde como um conjunto de estratégias 
e formas de produzir saúde, no âmbito individual e 
coletivo, caracterizando-se pela articulação e 
cooperação intra e intersetorial, pela formação da 
Rede de Atenção à Saúde (RAS), buscando articular 
suas ações com as demais redes de proteção social, 
com ampla participação e controle social”. 
A instituição da PNPS estabelece as diretrizes com 
base em um conceito ampliado de saúde e no 
referencial teórico de promoção à saúde e pela 
formação da RAS – Rede de Atenção à Saúde –, 
visando articular a RAS com outras redes de 
proteção social, com garantias de acesso e 
participação social ampliada também. Neste sentido, 
a PNPS adota como valores norteadores das ações 
em saúde a solidariedade, a felicidade, a ética, o 
respeito à diversidade, a humanização, a 
corresponsabilidade individual e coletiva, a justiça e 
a inclusão social. 
Os princípios adotados estão todos alinhados com 
os princípios do SUS e são: equidade, participação 
social, autonomia, empoderamento, 
intersetorialidade, sustentabilidade, integralidade, 
territorialidade, todos direcionados à promoção da 
saúde no SUS. 
Entre as diretrizes adotadas pela PNPS na Educação 
em Saúde, mencionam-se alguns tópicos 
específicos: 
• Em seu artigo 5o, parágrafo VI, prevê “apoio 
à formação e à educação permanente em 
promoção à saúde para ampliar o 
compromisso e a capacidade crítica e 
reflexiva dos gestores e trabalhadores de 
saúde, bem como o incentivo ao 
aperfeiçoamento de habilidades individuais 
e coletivas, para fortalecer o 
desenvolvimento humano sustentável. 
• Em seu artigo 6o, a PNPS tem por objetivo 
geral promover a equidade e a melhoria das 
condições e dos modos de viver, ampliando 
a potencialidade da saúde individual e da 
saúde coletiva, reduzindo vulnerabilidades e 
riscos à saúde decorrentes dos 
determinantes sociais, econômicos, políticos, 
culturais e ambientais. Em geral, a PNPS 
institui vários aspectos de valores, diretrizes 
e eixos operacionais que visam à 
sustentabilidade para o SUS, à participação 
popular e à Educação em Saúde, agregando 
todas as legislações produzidas nos últimos 
anos. 
 
Saiba mais: O Pacto pela Saúde foi a reafirmação da 
importância do SUS e dos seus princípios e 
organização, bem como a descrição detalhada das 
ações necessárias nas linhas de atenção e promoção 
à saúde, seu financiamento e as responsabilidades 
de cada ente da federação. 
 
O pacto determina, além disso, dois aspectos 
principais: 
• a revisão da normatização vigente que 
institui a Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde, contemplando a 
consequente e efetiva descentralização das 
atividades de planejamento, monitoramento, 
avaliação e execução orçamentária da 
Educação Permanente para o trabalho no 
SUS; 
• a centralização do planejamento, da 
programação e do acompanhamento das 
atividades educativas e das consequentes 
alocações de recursos na lógica de 
fortalecimento e de qualificação do SUS e no 
atendimento das necessidades sociais em 
saúde. 
 
NOVAS TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO EM 
SAÚDE 
Movimento dinâmico da educação em saúde 
A Educação em Saúde é dinâmica, assim como a 
realidade, que se transforma e se modifica 
constantemente. Segundo Leite (2010), a demanda 
de cuidados de saúde é crescente devido a três 
motivos. 
 
Espaços de educação 
Os processos educacionais surgem em espaços 
formais e em espaços não formais, tais como 
empresas, organizações não governamentais, 
movimentos sociais, entre outros. 
 
Movimentos dinâmicos 
A saúde, a organização dos serviços, a formação dos 
profissionais e as necessidades dos usuários 
também participam desse movimento dinâmico, não 
ficando isentas de modificações. 
 
Para Leite (2010), em Educação em Saúde algumas 
tendências já podiam ser percebidas. 
 
• Desenvolvimento e expansão na formação e na 
educação continuada de enfermeiros, 
principalmente. 
• Reconfiguração dos “territórios” de atuação 
profissional, abandonando o modelo biomédico 
e reformulandoos aspectos direcionados à 
equipe multidisciplinar em saúde e à valorização 
do clínico geral e do enfermeiro com formação 
em saúde pública. 
• Redirecionamento da formação dos enfermeiros 
com base nas novas diretrizes curriculares 
nacionais, que, além de definirem o perfil 
profissional, determinam as competências e os 
conteúdos a serem estudados visando à 
formação de um profissional humanizado, crítico 
e reflexivo. 
• Inserção do médico no processo saúde-doença 
e prevenção das doenças. 
• Utilização de metodologias ativas no ensino 
• Tentativa de aproximação dos conteúdos 
ensinados com a prática e a realidade do 
trabalho das profissões da saúde 
• Fortalecimento da educação em saúde como 
instrumento para a conexão dos profissionais 
com o contexto do trabalho em saúde e a 
qualidade da assistência ao usuário. 
• Necessidade de adequação dos currículos a um 
modelo não flexneriano, isto é, não totalmente 
organizado segundo o modelo biomédico, 
fazendo a diferenciação entre a formação e a 
competência. 
 
PRINCIPAIS TENDÊNCIAS EM EDUCAÇÃO 
EM SAÚDE 
São quatro as principais tendências em Educação em 
Saúde: 
1. Escolas promotoras da saúde 
São as escolas que aderem ao Programa Saúde 
na Escola e desenvolvem as atividades de 
promoção e Educação em Saúde, conforme 
determina a política do PNE. 
Segundo Barbieri (2013): o PSE “propõe 
contribuir para a promoção de saúde na escola, 
tendo a Educação em Saúde como um de seus 
pilares fundamentais”. 
Esse programa deve ser articulado com o 
Programa Saúde da Família (PSF). Com essa 
parceria, é possível acompanhar o crescimento e 
as condições de saúde com ações de prevenção 
à saúde e formação das equipes do PSF. 
 
2. Metodologias ativas 
Você sabe o que são metodologias ativas? 
São aquelas que priorizam o aluno, e não o 
conteúdo ou o professor. As estratégias mais 
utilizadas consistem na problematização e na 
aprendizagem baseada em problemas. 
Observe o quadro abaixo, que apresenta a 
estratégia da metodologia ativa segundo Alves 
(2017): 
 
 
Você conhece o Arco de Charles Maguerez? 
Segundo Alves (2017), é uma estratégia educacional 
utilizada para a problematização que consiste em 
cinco momentos sequenciais. 
Momento 1: Observação da realidade 
Consiste na observação da realidade com base em 
um determinado tema. 
Como funciona? 
A partir do tema, o grupo escolhe um dos problemas 
para ser trabalhado e desenvolvido ou, como opção, 
desenvolve vários problemas com um número maior 
de grupos. 
Resultado 
A percepção da realidade analisada pelo grupo ou 
grupos é socializada com o professor, sendo 
elaborada uma síntese do que foi encontrado e 
discutido. 
 
Momento 2: Percepção dos pontos-chave 
A partir da observação dos principais pontos da 
realidade, são determinados os pontos-chave, as 
possíveis hipóteses causadoras dos problemas 
elencados e a discussão das diferentes dimensões 
(educacional, econômica, cultural etc.) 
Resultado 
A partir dessa percepção, são determinados os níveis 
de complexidade dos problemas e sintetizam-se 
novamente os principais aspectos do problema 
elencado e as possíveis formas de intervenção. 
 
Momento 3: teorização - A teorização compreende 
encontrar fontes e referências bibliográficas 
confiáveis para definir melhor o problema. 
Como funciona? 
Os alunos são orientados a consultar fontes 
bibliográficas, especialistas no assunto e, 
possivelmente, coletar dados por meio de 
questionário devidamente registrado para ser 
analisado e avaliado. 
 
Momento 4: Hipóteses para a solução do 
problema 
São feitas suposições de possíveis soluções para o 
problema, decididas pelo grupo após análise de qual 
seria a mais factível. 
Aplicação à realidade 
É a aplicação da melhor alternativa, escolhida pelo 
grupo, para a resolução do problema. 
 
Todo esse processo é muito importante para 
apreender a realidade, socializar com o grupo, 
mobilizando todo o potencial ético, social, 
emocional, intelectual e político do aluno na imersão 
da realidade. 
 
 
 
3. Uso de tecnologia 
O uso da tecnologia na Educação em Saúde tem 
propiciado novas situações e o atendimento de 
novas demandas sociais. Como exemplos de uso de 
tecnologia a favor da saúde e da Educação em 
Saúde, podemos citar: 
• aprendizagem a partir de vídeos educativos; 
• uso de sistemas de observatório de saúde 
on-line; 
• ensino a distância; 
• uso da telemedicina por meio da internet; 
• uso de aplicativos de celular para 
monitoramento de pacientes e troca de 
informações. 
 
Sobre o uso de vídeos educativos, Dalmollin 
(2016) afirma: como estratégias para a Educação 
em Saúde, podem-se incluir diversos recursos 
tecnológicos como ferramentas que potencializam 
práticas colaborativas e aprendizagem autônoma, 
sendo estas apresentadas por meio de tecnologias 
de informação e comunicação. Dentre esses 
recursos, o vídeo educativo apresenta-se como um 
instrumento didático e tecnológico, constituindo-se 
em uma ferramenta que proporciona conhecimento, 
favorece a consciência crítica e a promoção da 
saúde. 
 
Importante: A visualização de determinados 
assuntos, exemplificados por vídeos, ajuda a elucidar 
e a aprofundar o conhecimento sobre os mais 
variados temas. O uso de vídeos tem se mostrado 
uma estratégia extremamente útil para auxiliar no 
processo de tomada de decisão e de autonomia no 
autocuidado. 
 
Sistemas de observatório de saúde on-line: Os 
sistemas de observatório de saúde on-line agregam 
diversas informações sobre os pacientes. 
 
De acordo com os estudos de Pinto (2016), 
observatórios em saúde pública: para além de 
serem centros de análise são também estruturas 
bem claras de comunicação para dentro 
(informando/apoiando/avaliando a tomada de 
decisão e a intervenção, nomeadamente, a nível 
local) e para fora do setor de saúde (fazendo a 
advocacia da saúde e influenciando as políticas 
públicas com maior impacto na saúde). 
 
A partir de redes de observatório, é possível 
monitorar as ações em saúde, bem como produzir 
blogs e outros produtos multimídia que auxiliarão 
equipes em saúde de diversas áreas. Entre os 
objetivos mencionados por Pinto (2016), os 
principais seriam de apoio à: 
• formação dos trabalhadores do SUS; 
• disseminação de dados; 
• comunicação em saúde; e 
• qualificação e à gestão da informação em 
atenção primária em saúde. 
 
Ensino a distância 
O ensino a distância, segundo Lopes (2016), 
recomenda a telemedicina como forma de “provisão 
de serviços com o objetivo de promover a 
manutenção dos cuidados com a saúde por meio da 
utilização das TIC em diagnóstico, prevenção e 
tratamento de enfermidades, e na educação 
contínua e no desenvolvimento dos profissionais de 
saúde”. 
 
Cibermedicina ou o uso de telemedicina por meio 
da internet 
Essa modalidade de tecnologia pode atender ao 
treinamento de profissionais, à educação de 
usuários e à melhoria dos serviços de saúde. 
 
O que é e-saúde? 
Lopes (2016) afirma que e-saúde são: as informações 
de saúde disponíveis na internet, permitindo a 
rápida troca de informações entre médicos, 
pacientes e profissionais de saúde com outros 
especialistas, independentemente da distância. 
Possibilitando o acesso a dados úteis e atualizados, 
uma busca simples na ferramenta Google pode 
gerar o encontro de inúmeros sites acadêmicos e 
periódicos online, sendo que na mesma ferramenta 
é possível encontrar blogs e fóruns que relatam as 
dificuldades fornecidas por pacientes e profissionais 
da saúde. 
 
Importante: O uso da telemedicina proporciona a 
troca de experiências entre centros de referência e 
locais mais remotos e sem recursos de especialistas 
principalmente. 
 
Saiba mais: Em 2009, o Ministério da Saúde lançou 
o programa Telessaúde Brasil Redes, reunido e 
sediado em instituições formadoras, como 
instrumento deteleconsultoria e de telediagnóstico 
para profissionais do SUS. 
 
Esse programa visa, principalmente, oferecer apoio 
remoto a diversas áreas de especialidade, como a 
cardiologia, a dermatologia e outras. 
Uso de aplicativos de celular para 
monitoramento e informações: O uso de 
aplicativos de celular para monitoramento de 
pacientes e troca de informações é conhecido 
também como mobile health. 
 
Quais as vantagens do uso de mobile health? 
• Lopes (2016) afirma que: O uso desta tecnologia 
reduz a espera para o atendimento e provê a 
documentação de todo o registro do paciente, 
colaborando para aumentar a qualidade nos 
serviços oferecidos. Tais aplicações podem ser 
voltadas tanto para profissionais de saúde 
quanto para qualquer população que está 
interessada em manter hábitos saudáveis, assim 
como os que possuem doenças crônicas e 
necessitam de monitoramento diário. 
 
Até aqui você estudou três das quatro principais 
tendências de Educação em Saúde. Além disso, viu 
com maiores detalhes como o uso de tecnologia 
pode ser fundamental para o acompanhamento de 
pacientes e para a troca de informações entre as 
diversas áreas da medicina. 
 
A seguir, conheça mais uma tendência de Educação 
em Saúde, agora com foco na Saúde da Família. Com 
esta, completamos as quatro tendências citadas 
anteriormente. 
 
4. Estratégia Saúde da Família 
Pereira (2014) realizou uma pesquisa sobre 
Educação em Saúde e mostrou que uma das ações 
que necessitam ser compreendidas nos serviços de 
atenção primária seria a corresponsabilização. 
 
E o que vem a ser a corresponsabilização? É a 
importância de os usuários se responsabilizarem por 
sua saúde e a necessidade de seu protagonismo e 
empoderamento. 
 
Nesse sentido, indicam-se algumas atividades que 
podem ser utilizadas para a Educação em Saúde dos 
usuários, algumas mais exitosas que outras: 
• Palestras ativas com demonstração da ação em 
saúde (p. ex., higiene e saúde bucal com 
escovação como prática). 
• 
• 
• Rodas de conversas sobre cultura da paz e 
bullying na escola para crianças e adolescentes. 
• 
• 
• Orientação para gestantes por equipe 
multiprofissional composta por nutricionista, 
assistente social, educador físico, psicólogo e 
fisioterapeuta do Núcleo de Atendimento. Este 
tipo de atendimento visa à criação de vínculos 
para conhecer melhor as necessidades do grupo 
e à troca de informação. Para isto, são 
implementadas ações como: rodas de conversa, 
palestras de temáticas compactuadas com o 
grupo, exposição de vídeos e de material 
multimídia, além de atividades de sala de espera 
em maior quantidade e periodicidade para 
alcançar objetivos educacionais. 
 
FUNÇÃO SOCIAL DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
A Educação em Saúde tem grande importância 
social, pois favorece uma visão abrangente da saúde, 
dos dinamismos sociais e da sua relação com a 
promoção da saúde. 
 
 
 
Promoção da saúde: A promoção da saúde tem 
dois eixos norteadores: 
• um ligado à prevenção de doenças e 
mudanças de comportamentos da 
população; 
• outro direcionado ao conceito ampliado de 
saúde, com foco nos profissionais de saúde. 
 
Instrumentalização dos usuários: A 
instrumentalização dos usuários para assumirem o 
controle do seu autocuidado visa efetivar o controle 
social, sendo uma forte estratégia para a produção 
da saúde individual. 
 
Empoderamento dos usuários: Um dos aspectos 
importantes sobre a educação é o empoderamento, 
que é a capacidade de desenvolver a promoção em 
saúde. Este foi sendo construído ao longo do tempo, 
transformando o cenário do país. Aos poucos, as 
pessoas se percebiam com autonomia de decisão e 
protagonistas de suas próprias histórias. 
 
Analise as duas afirmações a seguir: 
• A participação social envolve diversos atores, 
como, por exemplo, a comunidade, com a 
capacidade de permitir o controle social da 
saúde. 
• A sociedade não é totalmente equiparada, 
devido à desigualdade dialógica existente entre 
governo e população. 
 
Qual seria, então, a importância do 
fortalecimento da Educação em Saúde? 
Refletindo sobre os aspectos da promoção da saúde 
por meio da Educação em Saúde, caberia estimular 
o empoderamento das comunidades para que, 
assim, concretizassem as questões que envolvem a 
elaboração de políticas que garantam o pleno 
acesso e a qualidade de vida do exercício pleno de 
sua cidadania. 
 
ABRANGÊNCIA E LIMITES DA EDUCAÇÃO 
EM SAÚDE 
A Educação em Saúde tem uma abrangência muito 
maior do que se pode perceber em um primeiro 
momento. Seu objetivo não se limita à aquisição de 
informações sobre doenças e hábitos saudáveis, mas 
envolve questões de cidadania, igualdade e 
autonomia. 
 
Além dessas questões importantes para a 
comunidade e para os indivíduos, Machado (2010) 
menciona a abrangência ampliada da Educação em 
Saúde a partir de dois aspectos, detalhados a seguir. 
 
Atuação das equipes de saúde da família e seu 
processo de trabalho 
Convergência entre educação e saúde 
A educação influencia as condições de saúde e 
estabelece diálogo com movimentos que estão 
inseridos na prática e na realidade das situações 
cotidianas, auxiliando a compreensão da 
complexidade dessa realidade nas dimensões social, 
política, econômica e cultural, entre outras. 
As equipes de saúde conseguem desenvolver a 
aproximação da comunidade e uma relação 
dialógica com os usuários, na qual se estabelecem 
as prioridades de ação com base na necessidade 
deles e, também, na formação dos profissionais para 
atender a essas demandas. 
 
Bases e fundamentos 
Fundamentadas na política norteadora de 
promoção à saúde e nas diretrizes estabelecidas 
pela Carta de Ottawa, educação e saúde são práticas 
sociais inseparáveis e interdependentes que sempre 
estiveram articuladas, sendo consideradas 
elementos essenciais no processo de trabalho dos 
profissionais da saúde. 
Para o SUS, esta percepção é muito importante, pois 
serve como base para ações e processos de 
educação continuada em diferentes formatos: 
capacitações, treinamentos, rodas de conversa, 
teleconferências, cursos EAD, aplicativos, entre 
outros. 
 
Influência na rotina de trabalho dos profissionais 
de saúde 
A Educação em Saúde influencia a rotina de trabalho 
dos profissionais de saúde da seguinte maneira: 
• interação profissional-profissional: no 
processo de supervisão em enfermagem 
visando à relação hierárquica dialógica; 
• atendimento individual: focando no 
atendimento das necessidades dos usuários; 
• processo de territorialização: para que este 
seja dinâmico e desenvolvedor de 
potencialidades e parcerias, bem como 
mobilize a comunidade; 
• espaços de reunião: comunicação 
intersetorial, com articulação sobre os 
aspectos de participação e de controle social 
e sobre os problemas da coletividade para 
viver com qualidade de vida e cidadania; 
• acolhimento do usuário na unidade: 
trabalhando a corresponsabilização e a 
autonomia e reconhecendo os saberes e as 
necessidades dos usuários; 
• visita domiciliar: reconhecimento dos 
indivíduos em seus espaços individuais e 
respeito a seus valores, crenças e autonomia; 
• reuniões de equipe: com democratização e 
construção de saberes, fortalecimento do 
trabalho em equipe, pactuação do 
desenvolvimento das diferentes habilidades, 
fomentando a aprendizagem significativa e o 
processo de humanização de assistência ao 
usuário. 
 
Influencia na educação permanente e na 
formação de recursos humanos 
A influência da Educação em Saúde na educação 
permanente ocorre quando se aproximam a 
necessidade dos usuários e a necessidade de 
treinamento e capacitação do pessoal. 
 
“A Educação Permanente em Saúde (EPS) parte do 
pressuposto da aprendizagem significativa e 
problematizadora, propondo estratégias que 
possibilitam a construção coletiva, além de nortear 
caminhos para uma relação dialógicae horizontal, 
em que cada protagonista do SUS (trabalhadores, 
usuários e gestores) possa compartilhar, ensinar e 
aprender, construir e desconstruir concepções, 
ideias e conceitos acerca da saúde, de sua produção 
e operação e de seus papéis.” (MACHADO, 2010) 
 
Resultado prático 
Essa aproximação valoriza os saberes e as práticas 
populares e rompe com o modelo biomédico como 
única dimensão para o cuidado e a saúde, propondo 
ações programáticas não centradas apenas na 
doença. 
 
LIMITES DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
As situações limitadoras da Educação em Saúde 
estão conectadas principalmente aos aspectos 
estruturais, organizacionais, de inflexibilidade e à 
falta de comprometimento das equipes. 
 
Desafio 1 
Observe a lista de dificuldades encontradas quando 
falta apoio da gestão: 
1. Falta de meios e instrumentos de trabalho 
2. Baixa remuneração dos profissionais; 
3. Falta de motivação dos profissionais; 
4. Sobrecarga do enfermeiro pelo excesso de 
responsabilidades. 
5. Complete esta lista com outros itens 
referidos no artigo anterior. 
 
Desafio 2 
A seguir, estão embaralhados diversos desafios e 
situações limitadoras da Educação em Saúde. Reflita 
sobre cada um deles e separe-os de acordo com as 
categorias: 
 
 
 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE E COMUNICAÇÃO 
sempre ouvimos dizer que é importante ter uma boa 
comunicação. Afinal, o que é comunicação? E mais, 
o que é comunicação em saúde? Como é feita a 
comunicação em saúde no Brasil? 
 
O que é comunicação em saúde? 
Para Teixeira (2004), a “comunicação em saúde diz 
respeito ao estudo e à utilização de estratégias de 
comunicação para informar e para influenciar as 
decisões dos indivíduos e das comunidades no 
sentido de promoverem a sua saúde”. 
 
Aspectos histórico-políticos do Brasil 
A questão da comunicação em saúde está 
intimamente conectada com os aspectos histórico-
políticos do Brasil. Foram muitos os limitadores de 
comunicação devido ao processo político-ditatorial 
e ao contexto social de transição, até chegar ao 
momento atual, globalizado e democrático. 
 
Antes do processo democrático 
Antes do processo democrático, a comunicação era 
meramente informativa, e as desigualdades sociais 
eram ligadas apenas a aspectos políticos, e não aos 
aspectos sociais da comunidade. 
 
Materiais de campanhas 
Durante muito tempo, os materiais das campanhas 
de saúde foram elaborados com base no modelo 
biomédico e curativo, contendo apenas orientações 
técnicas, sem considerar a realidade local. 
 
Participação social 
Atualmente, sabe-se que a comunicação em saúde, 
para ser eficiente, deve contar com a participação 
social e deve ser democrática. Para garantir a 
participação emancipatória e os espaços de 
participação social, é necessária a qualificação das 
condições de fala e de escuta dos atores envolvidos. 
 
Políticas públicas 
De acordo com Silva (2013), é por meio da 
comunicação que acontece a “construção e 
implementação das políticas públicas, uma vez que 
informa para a tomada de decisão, amplia a 
participação e o debate, considera e negocia com a 
pluralidade os interesses da sociedade e territórios”. 
 
Agora que você já entendeu um pouco sobre a 
evolução da comunicação em saúde no Brasil, 
conheça suas finalidades, segundo os estudos de 
Teixeira (2004). 
 
 
A comunicação pode ser feita a partir de três 
enfoques diferentes, e sua importância assume um 
caráter diferente conforme o enfoque. Veja esta 
classificação de acordo com Teixeira (2004): 
• Enfoque transversal: este tipo de enfoque 
perpassa os diversos contexto da saúde 
• Enfoque central: este tipo de enfoque se baseia 
na relação entre os profissionais de saúde e os 
usuários 
• Enfoque estratégico: o enfoque é estratégico 
quando indica a satisfação dos usuários 
 
Cabe perceber que a comunicação pode influenciar, 
além da mudança de comportamento da 
comunidade e dos indivíduos, a adesão correta a 
tratamentos e medicamentos, auxiliando na 
reabilitação e no autocuidado em relação às 
doenças crônicas. 
 
Além do tipo de enfoque, a comunicação 
também pode ser classificada de acordo com seu 
nível de influência. Veja a seguir. 
 
Ainda segundo Teixeira (2004), a influência da 
comunicação em saúde ocorre em dois níveis 
distintos. 
• Nível individual: No nível individual, a 
comunicação em saúde ajuda os usuários a 
tomarem consciência das ameaças para a saúde. 
Além disso, também pode influenciar a 
motivação para a mudança que visa reduzir 
riscos, reforçar atitudes favoráveis aos 
comportamentos protetores da saúde e ajudar a 
adequar a utilização dos serviços e dos recursos 
de saúde. 
• Nível comunitário: No nível comunitário, a 
comunicação pode: 
o promover mudanças positivas nos 
ambientes socioeconômicos e físicos; 
o melhorar a acessibilidade dos serviços de 
saúde; 
o facilitar a adoção de normas que 
contribuam positivamente para a saúde e 
para a qualidade de vida. 
 
E quando a comunicação não acontece de forma 
eficiente? A seguir, conheça os principais 
problemas de comunicação em saúde. 
 
 
 
Profissionais de saúde e usuários são responsáveis 
por uma boa comunicação em saúde. Entretanto, é 
o profissional de saúde que deve garantir a 
efetividade dessa comunicação. 
 
Saiba mais: Além das questões apresentadas 
anteriormente, há outras envolvendo a comunicação 
em saúde que devem ser consideradas, como, por 
exemplo, a personalização da saúde e a necessidade 
do usuário de obter informações e orientações 
específicas. 
 
Como a informação sobre saúde pode ser 
personalizada? 
Segundo Teixeira (2004), é possível que alguns 
usuários necessitem de: 
muita informação sobre o problema de saúde, os 
exames e os tratamentos e há quem prefira pouca 
informação. Por outro lado, a natureza da 
informação necessária pode variar de indivíduo para 
indivíduo. Por exemplo, em relação à realização de 
exames e mesmo de intervenções cirúrgicas há 
quem necessite de informação sensorial (o que vou 
sentir), há quem necessite de informação de 
confronto (o que posso fazer) e há quem necessite 
de informação de procedimento (o que vai 
acontecer) 
 
Lembre-se: o maior responsável pela comunicação 
em saúde é o profissional de saúde. Caso existam 
dificuldades neste sentido, é possível os 
profissionais de saúde desenvolverem suas 
competências comunicacionais com o objetivo de 
melhorar. Entenda como. 
 
MEIOS DE MELHORAR A COMUNICAÇÃO 
EM SAÚDE 
O desenvolvimento de uma comunicação assertiva e 
da capacidade de lidar com situações de conflito e 
negociação seriam algumas das competências 
necessárias para uma boa comunicação. 
 
Ao desenvolver a assertividade, o profissional de 
saúde consegue transmitir respeito e segurança na 
comunicação, tanto com outros profissionais de 
saúde quanto com o usuário e a comunidade. 
 
Outras características importantes a serem 
desenvolvidas pelos profissionais de saúde são: 
• conhecer variadas formas de transmitir más 
notícias aos usuários; 
• saber elencar novos hábitos e propostas de 
mudanças de comportamento com ênfase 
nos comportamentos desejáveis e positivos; 
• ter repertório para transmitir informação em 
saúde de forma adequada; 
• entender como se dá a elaboração de 
guidelines. 
 
Importante: Ainda assim, existem os aspectos éticos 
que devem ser observados na comunicação e que 
envolvem o sigilo das informações fornecidas pelo 
usuário e o respeito aos aspectos culturais, étnicos e 
sociais de grupos e de indivíduos. 
 
Na prática: Que tal exercitar um pouco as 
habilidades de comunicação necessárias aos 
profissionais de saúde? Experimente a assertividade 
na comunicação nas duas situações descritas a 
seguir. 
 
Situação 1: O usuário veio buscar o resultado de um 
exame e este foi extraviado na unidade. Ele está 
irritado com a situação. 
 
Situação 2: O usuário recebeu informaçõeserradas 
e perdeu o dia e o horário da consulta.

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