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PROJETO DE DIDATICA EM SAUDE

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA 
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ESA 
ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO BÁSICA DE JOVENS E ADULTOS 
ESTUDANTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Discentes: Elienay Ribeiro Mendes, Lirio Diogo da Silva Reis, Matheus Gustavo 
de Oliveira Targino, Sérgio Lúcio Araújo de Castro e Thaís Mirelly Fontoura 
Vieira 
 
Orientador: Prof Dr. Vinicius Azevedo Machado 
 
 
 
 
MANAUS, AMAZONAS 
2023 
 
Discentes: Elienay Ribeiro Mendes, Lirio Diogo da Silva Reis, Matheus Gustavo de 
Oliveira Targino, Sérgio Lúcio Araújo de Castro e Thaís Mirelly Fontoura Vieira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO BÁSICA DE JOVENS E ADULTOS 
ESTUDANTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS, AMAZONAS 
2023 
 
Projeto de extensão apresentado 
ao Curso de Enfermagem da 
Escola Superior de Ciências da 
Saúde, na Universidade Estadual 
do Amazonas como requisito para 
obtenção da nota parcial na 
disciplina Didática em Saúde, 
ministrado pelo professor Dr. 
Vinicius Azevedo Machado. 
 
Orientador: Prof Dr. Vinicius 
Azevedo Machado 
 
 
 
 
Sumário 
1. RESUMO ............................................................................................................................. 4 
2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4 
3. OBJETIVOS ........................................................................................................................... 5 
3.1- Objetivo Geral ................................................................................................................ 5 
3.2- Objetivo Específico ....................................................................................................... 5 
4. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................... 6 
5. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................. 6 
5.1 Breve histórico e aspectos gerais sobre a alimentação que serão abordados 
neste trabalho ....................................................................................................................... 6 
5.2 Alimentação no contexto social ................................................................................... 7 
5.3 Alimentação no contexto da saúde .............................................................................. 9 
5.4 Alimentação e seus extremos em questões de saúde – desnutrição e obesidade
 .............................................................................................................................................. 10 
5.5 Aspectos e valores afetivos da alimentação ............................................................. 11 
5.6 Alimentação no contexto do vestibular ..................................................................... 13 
5.7 A relação da alimentação com os sentimentos – o que você come quando sente 
determinado sentimento? .................................................................................................. 14 
6. METODOLOGIA .................................................................................................................. 15 
7. RESULTADOS ESPERADOS ............................................................................................. 16 
8. CRONOGRAMA ................................................................................................................... 16 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. RESUMO 
 O presente projeto visa discutir em roda de conversa sobre alimentação básica e 
saúde em uma turma de jovens e adultos discentes da Escola Vasco Vasques na 
cidade de Manaus, buscando, evidenciar, entender e sugerir questões referentes a 
alimentação dos discentes na rotina escolar. Utilizando -se da metodologia de roda de 
conversa com abordagem qualitativa, apoiada em revisão de literatura disponíveis 
sobre o assunto e questionário. Espera-se que o projeto desperte nos discentes a 
reflexão sobre a importância da boa alimentação para seu desempenho escolar e a 
construção de uma vida mais saudável. A alimentação adequada fornece ao ser 
humano uma vida com mais saúde e disposição para encarar o cotidiano, mesmo em 
ambiente como a escola, por meio de ações e reflexões realizadas pelos discentes, 
além de estimular seus aspectos emocionais positivos é um fator importante para seu 
desenvolvimento físico, social e mental. 
Palavras-chave: alimentação, saúde, escola 
 
2. INTRODUÇÃO 
 Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) 1946, a definição de saúde se 
trata de “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente 
da ausência de doenças”. Assim, este conceito de saúde ultrapassa os limites 
abordados pelo enfoque do modelo biomédico. Nesse contexto, a alimentação básica 
desempenha um papel fundamental para o alcance desse estado de saúde ideal. A 
ingestão de alimentos adequados e balanceados fornece os nutrientes necessários 
para o funcionamento adequado do organismo, promove o crescimento e o 
desenvolvimento saudáveis, previne doenças crônicas, fortalece o sistema 
imunológico e melhora a qualidade de vida. De acordo com o autor brasileiro Carlos 
Monteiro (2005), profissional da área de nutrição, a falta de acesso à alimentação 
básica de qualidade é um dos principais desafios para a promoção da saúde no Brasil, 
uma vez que a má nutrição é um fator de risco para diversas doenças. Portanto, 
garantir o acesso a uma alimentação básica adequada é essencial para o bem-estar 
e o desenvolvimento saudável da população. 
 Desde os primórdios da existência humana, a busca pela sobrevivência impeliu os 
indivíduos a desenvolverem estratégias alimentares, resultando em uma vasta 
experiência acumulada ao longo do tempo na interação com o ambiente. Nesse 
sentido, ao dominarem técnicas de conservação, foram capazes de suprir as 
carências sazonais e diversificar seus recursos para enfrentar a escassez. Para tal, 
era crucial identificar o que poderia ser consumido, e esse conhecimento 
provavelmente constituiu a base da cultura alimentar, a qual evoluiu constantemente 
sob influências biológicas, crenças, aspirações de grupos sociais, interesses 
econômicos e, posteriormente, pela evolução científica. (Flandrin & Montanari, 1996; 
Mazzini, 1996; Perlés, 1979, 1996; Tannahill, 1973). 
 No contexto estudantil, que será o foco de grande parte deste trabalho, a 
alimentação adequada é muito importante, uma vez que afeta diretamente o 
 
desempenho acadêmico dos estudantes. Segundo Rampolla et al. (2020), "uma 
alimentação balanceada, rica em nutrientes e vitaminas, contribui para a melhora da 
concentração, memória e aprendizagem". Além disso, a Organização das Nações 
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) destaca a importância do Programa 
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no Brasil como uma política de acesso a 
uma alimentação adequada para os estudantes (FAO, 2009). 
 Neste estudo, é também enfatizada a compreensão e a interpretação dos 
significados da alimentação escolar por parte dos estudantes de escolas públicas, 
onde os efeitos da realidade social, exclusão e violência são evidentes em um 
cotidiano marcado por poucas expectativas de melhoria de vida. Assim, também 
decide-se abordar o ambiente escolar diário reconhecendo a relevância das 
interações sociais em cada contexto particular, com suas representações e 
simbolismos em relação à alimentação. Quando consideramos os aspectos e valores 
afetivos da alimentação, podemos perceber como ela está relacionada com emoções, 
prazer e memórias. A antropólogabrasileira DaMatta (1995) afirma que "a alimentação 
está ligada à cultura e à construção do ser humano". Nesse sentido, podemos citar a 
importância do compartilhamento de refeições em família, que proporciona momentos 
de convívio afetivo e fortalecimento dos laços sociais, como apontado por Debert 
(2002). 
 Considerando os aspectos citados acima buscou-se elaborar um projeto sobre 
alimentação relacionada com aspectos sociais e de saúde, centralizado na 
importância da alimentação básica e nas suas dimensões abrangidas na vida humana. 
Assim, este projeto baseia-se no relato da oficina que será realizada com alunos do 
ensino médio da rede pública da Escola Estadual Vasco Vasques na cidade de 
Manaus-Am. Deste modo, destaca-se a necessidade da adoção de medidas, 
conhecimento teórico e estratégias inovadoras que possam ajudar os alunos na 
mudança de hábitos e aquisição de conhecimentos respectivos à alimentação básica 
que contribuem para a manutenção da vida e da saúde. 
3. OBJETIVOS 
3.1- Objetivo Geral 
Discutir em roda de conversa sobre alimentação básica e saúde com os discentes da 
Escola Vasco Vasques. 
3.2- Objetivo Específico 
Abordar a importância da alimentação básica para a saúde de estudantes; 
Evidenciar determinadas consequências relacionados à má alimentação; 
Entender os métodos práticos e instigações da alimentação básica usual no cotidiano 
do aluno; 
 Sugerir a inserção da alimentação adequada diária para o aumento da performance 
escolar; 
 
 
4. JUSTIFICATIVA 
 A má alimentação entre alunos tem influenciado fortemente no desempenho 
escolar e em sua própria vida pessoal. Elucidar a importância da alimentação básica 
adequada no cotidiano dos alunos é um fator inicial importante, onde a relevância de 
manter-se adequadamente ou suficientemente alimentado é essencial para a 
contribuição na sua própria saúde. Evidenciando consequências da má alimentação 
para si, buscar primeiramente entender como é a rotina alimentar do aluno através de 
conversa ativa e sugerir adequadas práticas alimentares de acordo com a sua 
realidade, também buscando entender fatores que interferem o discente de ter uma 
boa alimentação, relacionando-o com aspectos sociais, educacionais e principalmente 
de saúde, fazendo com que revejam seus hábitos alimentares e possíveis 
intervenções. 
5. REVISÃO DA LITERATURA 
5.1 Breve histórico e aspectos gerais sobre a alimentação que serão 
abordados neste trabalho 
 A Civilização Védica, há cinco mil anos, estabeleceu os pilares da relação entre 
alimentação e saúde, sendo considerada a precursora dos princípios da alimentação 
saudável, tanto no mundo oriental quanto no ocidental. Para os vedas, a saúde e a 
doença estavam intrinsecamente ligadas à união entre o sagrado e o conhecimento 
científico, filosófico e religioso. Eles acreditavam que o ser humano deveria estar em 
perfeita harmonia com a natureza, utilizando o corpo como expressão dessa relação. 
Essas concepções foram absorvidas pelos gregos e romanos, que são considerados 
os precursores da medicina ocidental, devido à grande importância atribuída aos 
aspectos ideológicos e dietéticos da alimentação. (Luz, 1996; Mazzini, 1996). 
 Foi somente no século XIX que avanços científicos permitiram a descoberta de 
agentes infecto-contagiosos, o que resultou no desenvolvimento de vacinas, 
melhorando os indicadores sociais de saúde na Europa Ocidental e impulsionando o 
processo de industrialização e a produção de alimentos. O movimento sanitário que 
surgiu na Inglaterra e na França durante esse período reconheceu que as condições 
de vida e trabalho eram determinantes para o processo de saúde e doença, 
enfatizando a importância do acesso adequado a alimentos como um dos principais 
fatores para melhorar os indicadores demográficos, incluindo os índices de morbidade 
e mortalidade. (McKeown & Lowe, 1986). 
 No final do século XIX, a alimentação passou a ser reconhecida como uma 
estratégia para a promoção da saúde, o que marcou o início das pesquisas no campo 
da nutrição científica e influenciou a mudança na concepção da relação entre 
alimentação e saúde no mundo ocidental. As recomendações internacionais para uma 
alimentação saudável passaram a enfatizar a importância da variedade de alimentos 
como fonte de nutrientes, o equilíbrio na escolha da dieta baseada nas necessidades 
individuais e a moderação no consumo de alimentos energéticos, especialmente os 
ricos em gordura (FAO, 1996; OMS, 1990). Até hoje, essas diretrizes continuam a 
delimitar as diferentes abordagens socioculturais e biológicas em relação aos 
significados da alimentação. 
 
 No contexto social, a alimentação desempenha um papel central nas relações 
humanas e na formação de identidades culturais. Segundo Fischler (1980), a comida 
é uma "questão social total" que envolve aspectos simbólicos, econômicos e políticos. 
A autora brasileira Batalha (2011) também destaca a dimensão social da alimentação 
ao afirmar que "a comida é um fator de coesão social, um elemento de construção de 
identidades e representações culturais". 
 Já no âmbito da saúde, a alimentação adequada possui um impacto direto na 
promoção do bem-estar físico e mental. De acordo com Mozaffarian e Ludwig (2010), 
"uma dieta saudável é essencial para prevenir doenças crônicas, como obesidade, 
diabetes e doenças cardiovasculares". No mesmo sentido, a nutricionista brasileira 
Costa et al. (2016) ressalta que "uma alimentação equilibrada é fundamental para a 
manutenção da saúde e prevenção de doenças". 
 No ambiente escolar, destaca-se a redução da desnutrição em geral no Brasil, 
enquanto a prevalência do sobrepeso e da obesidade tem aumentado. Esses 
problemas de saúde são consequência de hábitos alimentares não saudáveis. A 
compreensão dos significados da alimentação nas escolas revela não apenas a 
condição socioeconômica do estudante, mas também seus valores culturais em 
relação à alimentação escolar. Dada a complexidade desse objeto de estudo, há uma 
busca por aproximação com disciplinas das ciências humanas para fornecer suporte 
na análise das narrativas envolvidas. 
 Por fim, a compulsão alimentar é um problema que afeta muitas pessoas e pode 
ser prejudicial para a saúde física e mental. Segundo o psicólogo brasileiro Appolinário 
(2006), a compulsão alimentar está relacionada a fatores psicológicos, sociais e 
emocionais, sendo necessário um tratamento multidisciplinar para lidar com esse 
transtorno. 
 Conforme este breve contexto histórico e geral pode-se perceber que a alimentação 
tem variadas dimensões nas vidas humanas, seja no âmbito social, saúde, estudantil, 
bem como em aspectos afetivos e estudantes que se encontram propensos a 
desenvolver doenças como a compulsão alimentar. Diversos pesquisadores têm 
contribuído para entendermos a importância de uma alimentação adequada. Neste 
trabalho pretende-se entender e fazer refletir cada um desses pontos, utilizando-se de 
revisão de literatura disponíveis. 
5.2 Alimentação no contexto social 
 A alimentação básica no contexto social é um tema de extrema relevância nos dias 
de hoje, pois está diretamente ligado à saúde e ao bem-estar de uma população. 
Diversos estudos têm sido realizados para compreender as preocupações e práticas 
alimentares das pessoas em diferentes sociedades. 
 Um dos principais trabalhos que fundamentam a discussão sobre alimentação 
básica no contexto social é o artigo de Claude Fischler intitulado "Food self-
confessions: 'passionate cooking' and 'nurturing motherhood'", publicado em 1980 na 
revista Social Science Information. Nesse estudo, Fischler aborda a relação entre a 
comida e a identidade social, destacando duas formas de envolvimento emocional 
 
com a alimentação: a "nurturing motherhood" (maternidade nutridora) e o "passionate 
cooking" (cozinhar com paixão). 
 Segundo Fischler, a "nurturingmotherhood" é uma forma de envolvimento 
emocional com a alimentação relacionada ao papel das mulheres como principais 
responsáveis pela preparação das refeições e pela nutrição da família. Nessa 
perspectiva, a comida é vista como instrumento de cuidado e amor, sendo a mãe o 
principal símbolo de nutrição e afeto. Essa forma de envolvimento está fortemente 
ligada aos aspectos culturais e sociais de cada comunidade, refletindo as expectativas 
e valores relacionados à maternidade. 
 Por outro lado, o "passionate cooking" é caracterizado pelo prazer e pela 
criatividade envolvidos no ato de cozinhar. Nessa perspectiva, a comida é vista como 
uma forma de expressão pessoal, permitindo que o cozinheiro desenvolva habilidades 
culinárias e explore diferentes sabores e combinações. O "passionate cooking" não 
está necessariamente ligado a papéis de gênero, mas sim ao prazer individual de criar 
e experimentar novos pratos. 
 Dentro desse contexto social, a alimentação básica, apesar de ser fundamental para 
a sobrevivência, também é influenciada por fatores culturais, econômicos e sociais. 
De acordo com Maria Batalha em seu livro "O que é etnoenologia? A cozinha e suas 
fronteiras", publicado em 2011, a culinária é um importante aspecto da identidade 
cultural de um povo. Através da comida, é possível conhecer os hábitos e tradições 
de uma comunidade, além de estabelecer vínculos sociais e afetivos. 
 Batalha conceitua a etnoenologia como o estudo das diferentes formas de produzir, 
preparar e consumir alimentos em diferentes culturas. A etnoenologia nos permite 
compreender como os alimentos são produzidos, como eles são transformados em 
refeições e como são consumidos de acordo com as características culturais de cada 
sociedade. Nesse sentido, a alimentação básica se torna uma forma de expressão 
cultural, uma vez que os alimentos escolhidos, os métodos de preparação e os rituais 
em torno das refeições são influenciados pelas tradições e valores de determinada 
comunidade. 
 Além disso, a alimentação básica também é influenciada pelos aspectos 
econômicos e sociais de uma sociedade. A falta de acesso a alimentos saudáveis e 
de qualidade pode levar a uma má nutrição e a problemas de saúde, principalmente 
em regiões mais vulneráveis economicamente. A desigualdade social também 
desempenha um papel importante na alimentação básica, pois pessoas de baixa 
renda podem ter dificuldades em adquirir os alimentos necessários para uma dieta 
equilibrada. 
 Portanto, a alimentação básica no contexto social envolve não apenas questões 
nutricionais, mas também aspectos culturais, sociais e econômicos. Compreender as 
preocupações e práticas alimentares das pessoas em diferentes sociedades é 
essencial para promover uma alimentação saudável e inclusiva, garantindo o bem-
estar e a qualidade de vida de toda a população. 
 
5.3 Alimentação no contexto da saúde 
 A alimentação básica no contexto da saúde é um tema amplamente estudado e 
discutido atualmente, pois está diretamente relacionado à prevenção de doenças e à 
promoção do bem-estar físico e mental. Diversas pesquisas têm sido realizadas para 
compreender a importância de uma alimentação adequada e seus impactos na saúde. 
 Um dos principais referenciais teóricos que fundamenta a discussão sobre 
alimentação básica no contexto da saúde é o livro "Alimentação e nutrição: conceitos 
básicos", escrito por Ana Costa e colaboradores e publicado em 2016 pela Editora 
Fiocruz. Nessa obra, os autores apresentam conceitos fundamentais sobre 
alimentação e nutrição, abordando desde aspectos fisiológicos do processo de 
digestão até a relação entre alimentação e saúde. 
 Segundo Costa et al. (2016), uma alimentação adequada é aquela que atende às 
necessidades nutricionais do organismo, fornecendo os nutrientes essenciais em 
quantidades adequadas. Uma dieta equilibrada e diversificada, composta por 
alimentos de diferentes grupos alimentares, é capaz de fornecer todas as substâncias 
necessárias para o funcionamento correto do organismo, como proteínas, 
carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais. 
 Ainda de acordo com Costa et al. (2016), uma alimentação saudável deve ser 
baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, evitando o consumo 
excessivo de alimentos ultra processados, que são ricos em gorduras saturadas, 
açúcares, aditivos químicos e sódio. A incorporação de hábitos alimentares saudáveis 
desde a infância é essencial para prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas 
não transmissíveis, como a obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e certos 
tipos de câncer. 
 Além disso, também é importante destacar a importância das diretrizes alimentares 
para a promoção da saúde. O artigo "Dietary guidelines in the 21st century - a time for 
food", escrito por Dariush Mozaffarian e David Ludwig e publicado em 2010 no Journal 
of the American Medical Association (JAMA), discute a necessidade de revisão das 
diretrizes alimentares para refletir os avanços científicos na área da nutrição. 
 Mozaffarian e Ludwig (2010) argumentam que as diretrizes alimentares devem se 
basear em evidências científicas sólidas, levando em consideração não apenas os 
nutrientes isolados, mas também os alimentos e padrões de consumo como um todo. 
Essa abordagem considera que a combinação de diferentes nutrientes presentes nos 
alimentos pode ter efeitos sinérgicos ou antagonistas no organismo, afetando a saúde 
de forma diferente do que a ingestão de nutrientes isolados. 
 Para isso, Mozaffarian e Ludwig (2010) defendem que as diretrizes alimentares 
devem ser mais específicas, fornecendo orientações claras sobre quais alimentos 
devem ser priorizados em uma dieta saudável. Isso pode incluir a ênfase em alimentos 
minimamente processados, como frutas, legumes, grãos integrais, proteínas de alta 
qualidade e gorduras saudáveis, enquanto limita o consumo de alimentos 
ultraprocessados e ricos em gorduras saturadas, açúcares adicionados e sódio. 
 Nesse sentido, tanto o livro de Costa et al. (2016) quanto o artigo de Mozaffarian e 
Ludwig (2010) reforçam a importância de uma alimentação básica saudável para a 
 
promoção da saúde. A preocupação com a qualidade da alimentação é essencial para 
prevenir doenças, melhorar a qualidade de vida e promover o bem-estar geral da 
população. 
 Em suma, a alimentação básica no contexto da saúde envolve a adoção de uma 
dieta equilibrada e diversificada, baseada em alimentos in natura ou minimamente 
processados. As diretrizes alimentares devem ser revisadas continuamente com base 
em evidências científicas sólidas, levando em consideração não apenas os nutrientes 
isolados, mas também os alimentos e padrões de consumo como um todo. A 
promoção de uma alimentação saudável é essencial para a prevenção de doenças e 
para a manutenção da saúde e do bem-estar da população. 
5.4 Alimentação e seus extremos em questões de saúde – desnutrição e 
obesidade 
 A alimentação está diretamente relacionada às questões de saúde, sendo a 
desnutrição e a obesidade dois importantes aspectos a serem abordados nesse 
contexto. 
 A desnutrição se caracteriza pela falta de ingestão adequada de nutrientes 
essenciais que são necessários para o bom funcionamento do organismo. Segundo 
Santos et al. (2014), a desnutrição continua sendo um problema de saúde relevante 
em muitos países em desenvolvimento, afetando principalmente crianças, gestantes 
e idosos. Autores como Scagliusi et al. (2019) também ressaltam que a desnutrição 
pode trazer consequências graves para a saúde, como a diminuição da imunidade, 
retardo no crescimento e desenvolvimento, além de aumentar a vulnerabilidade a 
doenças e infecções. 
 Por outro lado, a obesidade é um problema de saúde pública crescente em diversas 
partes do mundo. Autores como Gómez-González et al. (2020) destacam que a 
obesidade está associada auma série de doenças crônicas não transmissíveis, como 
diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer. No contexto 
brasileiro, autores como Pereira et al. (2018) afirmam que a obesidade já é 
considerada uma epidemia, principalmente entre a população adulta. 
 Quando falamos de desnutrição e obesidade, é importante considerar os 
determinantes sociais envolvidos nesses problemas. Autores como Monteiro et al. 
(2015) ressaltam que a desnutrição e a obesidade são reflexos de condições 
socioeconômicas desfavoráveis, como a falta de acesso a uma alimentação 
adequada, a falta de informação nutricional e a influência de marketing de alimentos 
não saudáveis. Ou seja, é necessária uma abordagem mais ampla, indo além dos 
aspectos individuais, para enfrentar esses problemas de forma efetiva. 
 No contexto brasileiro, políticas públicas têm sido desenvolvidas para enfrentar a 
desnutrição e a obesidade. Um exemplo é o Programa Nacional de Alimentação 
Escolar (PNAE), que tem como objetivo garantir uma alimentação saudável e 
adequada para os estudantes das escolas públicas. Autores como Souza et al. (2017) 
analisam que o PNAE tem sido efetivo no fornecimento de refeições de qualidade 
nutricional para as crianças, contribuindo para a redução da desnutrição e para a 
promoção de hábitos alimentares saudáveis. 
 
 Outra iniciativa importante é o Guia Alimentar para a População Brasileira, 
elaborado pelo Ministério da Saúde. Autores como Philippi et al. (2018) destacam que 
esse guia é baseado em evidências científicas e apresenta recomendações 
alimentares para a população brasileira, buscando promover uma alimentação 
saudável e evitar tanto a desnutrição como a obesidade. As orientações são focadas 
na valorização dos alimentos in natura ou minimamente processados, priorizando uma 
dieta equilibrada e variada. 
 A abordagem de autores estrangeiros também é relevante no debate sobre a 
alimentação e questões de saúde. Por exemplo, o artigo de Lachat et al. (2019) analisa 
as tendências globais da desnutrição e da obesidade, apontando para a necessidade 
de estratégias integradas que envolvam governos, indústria de alimentos, 
profissionais de saúde e sociedade civil para combater esses problemas. 
 Portanto, a alimentação e suas relações com a saúde são temas de extrema 
importância. No contexto brasileiro, autores como Santos et al. (2014), Scagliusi et al. 
(2019), Pereira et al. (2018), Monteiro et al. (2015), Souza et al. (2017) e Philippi et al. 
(2018) apresentam estudos e análises relevantes sobre desnutrição, obesidade e 
políticas públicas de alimentação. Já autores estrangeiros como Gómez-González et 
al. (2020) e Lachat et al. (2019) oferecem perspectivas globais sobre essas questões. 
5.5 Aspectos e valores afetivos da alimentação 
 Os aspectos e valores afetivos da alimentação são elementos fundamentais para 
compreendermos as relações que estabelecemos com a comida, tanto no contexto 
individual quanto coletivo. Diversos estudos abordam esse tema, buscando 
compreender como as práticas alimentares refletem aspectos culturais, sociais e 
afetivos. 
 No livro "O que faz o Brasil, Brasil?" de Roberto DaMatta, o autor apresenta a noção 
de "gosto" como uma forma de expressão cultural. Segundo ele, no Brasil, o gosto 
está estreitamente ligado à afetividade. DaMatta destaca que os alimentos são 
simbólicos e repletos de significados, pois estão relacionados a memórias, tradições 
e hábitos que permeiam a vida das pessoas. 
 Essa relação afetiva com a comida também é explorada na área da antropologia e 
nutrição. No artigo "Antropologia e nutrição: um diálogo possível", de Guita Debert, 
são apresentados estudos que buscam compreender como as práticas alimentares 
são influenciadas pelas relações familiares, pela socialização e pelos sentimentos 
envolvidos no ato de se alimentar. 
 De acordo com Debert, a alimentação possui um caráter simbólico e é capaz de 
expressar valores, normas e hierarquias presentes na sociedade. Ela destaca que, 
nesse processo, a comida está associada a concepções de saúde, prazer e bem-estar 
emocional. Além disso, ressalta que a comida desempenha um papel central nos 
momentos de sociabilidade, como refeições em família, encontros entre amigos e 
celebrações, fortalecendo laços afetivos e emocionais. 
 Nesse contexto, a alimentação transcende a função nutricional básica e se torna 
um ato social, que pode promover o estabelecimento e manutenção de vínculos 
 
afetivos. A comida pode ser vista como uma forma de expressão cultural, capaz de 
transmitir conhecimento, valores e tradições. 
 No entanto, é importante ressaltar que os aspectos afetivos da alimentação podem 
variar de acordo com cada contexto sociocultural, não sendo uma experiência 
universal. O que é considerado afetivo em uma cultura pode ser diferente em outra. 
Por exemplo, alguns alimentos podem ser fontes de afeto e prazer para determinado 
grupo, enquanto para outros podem ser repugnantes. 
 Apesar dessas variações, é inegável que a alimentação desempenha um papel 
fundamental na construção das identidades individuais e coletivas, influenciando 
nossa relação com a comida e com as pessoas ao nosso redor. 
 Em suma, os aspectos e valores afetivos da alimentação estão intrinsecamente 
ligados às nossas vivências, relações sociais e culturais. A comida não é apenas uma 
necessidade fisiológica, mas também um elemento simbólico, que nos conecta com 
nossas raízes, memórias e nos permite estabelecer laços de afeto com outras 
pessoas. Compreender esses aspectos é essencial para uma abordagem mais 
completa e holística da alimentação em nossas vidas. 
5.6 Alimentação no contexto estudantil, importância do estudante se alimentar 
bem 
 A alimentação saudável desempenha um papel fundamental no contexto estudantil, 
pois está diretamente relacionada ao desempenho acadêmico e bem-estar dos 
estudantes. Estudos mostram que uma alimentação adequada e balanceada melhora 
a concentração, memória, capacidade de aprendizado e raciocínio, além de contribuir 
para uma boa saúde física e mental. 
 De acordo com o referencial teórico de Rampolla et al. (2020) e do Programa 
Nacional de Alimentação Escolar no Brasil da FAO (2009), é importante ressaltar que 
a alimentação escolar desempenha um papel crucial na promoção da alimentação 
saudável. A merenda escolar, oferecida por meio deste programa, deve ser 
nutricionalmente adequada e segura, fornecendo todos os nutrientes necessários para 
o crescimento e desenvolvimento dos estudantes. 
 Uma alimentação saudável para estudantes deve ser composta por alimentos 
variados e equilibrados, incluindo cereais integrais, frutas, legumes, verduras, 
proteínas magras e laticínios com baixo teor de gordura. Além disso, é importante 
evitar o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, gorduras 
saturadas e sódio, que podem prejudicar a saúde e o rendimento acadêmico dos 
estudantes. Rampolla et al. (2020) destacam que o consumo regular de frutas, 
verduras e alimentos ricos em ômega-3, como peixes, sementes de chia e linhaça, 
está relacionado a um melhor desempenho cognitivo, devido ao fornecimento de 
nutrientes essenciais para o funcionamento adequado do cérebro. Além disso, uma 
alimentação saudável garante uma melhor resposta imunológica, prevenindo doenças 
que podem causar faltas frequentes e diminuir a participação e o rendimento escolar 
dos estudantes. 
 O Programa Nacional de Alimentação Escolar no Brasil, conforme descrito pela 
FAO (2009), tem como objetivo garantir o direito à alimentação adequada dos 
 
estudantes, promovendo o acesso a refeições saudáveis e de qualidade nas escolas. 
Essa iniciativa visa não apenas fornecer alimentação e nutrientes essenciais, mas 
também promover hábitos alimentares saudáveis, educação nutricional e o 
desenvolvimento sustentável.Além da alimentação escolar, é importante que os estudantes também adotem 
hábitos alimentares saudáveis em outros ambientes, como em casa e nas 
lanchonetes. A família tem um papel fundamental no estímulo e oferta de alimentos 
nutritivos, bem como na educação alimentar dos estudantes. É essencial que os pais 
e responsáveis incentivem o consumo equilibrado de alimentos e evitem o consumo 
excessivo de alimentos industrializados. Paulo Freire, renomado pedagogo brasileiro, 
acreditava na educação como um processo de libertação e transformação social. Para 
ele, a construção do conhecimento ocorre por meio do diálogo entre professor e aluno, 
em um ambiente participativo e colaborativo. A roda de conversa proporciona o 
espaço ideal para que os estudantes se expressem, coloquem suas dúvidas e 
compartilhem suas vivências, ampliando sua visão de mundo e construindo um 
aprendizado coletivo. 
 Hanna Arendt, filósofa política alemã, enfatiza a importância da esfera pública para 
a formação dos indivíduos e para a vida em sociedade. A roda de conversa se 
configura como uma pequena esfera pública, na qual os estudantes exercem sua 
cidadania ao se expressarem e compartilharem seus pontos de vista. Nesse contexto, 
eles aprendem a respeitar a diversidade de opiniões, a dialogar de forma respeitosa 
e a refletir sobre questões fundamentais para o convívio em sociedade. 
 Para que os estudantes possam se alimentar bem, é necessário disponibilizar 
infraestrutura adequada nas escolas, como cantinas saudáveis, bebedouros e espaço 
para refeições. Além disso, é importante proporcionar atividades educativas sobre 
alimentação saudável e nutrição, incentivando uma maior conscientização sobre a 
importância de fazer escolhas alimentares saudáveis. 
 Em conclusão, uma alimentação saudável desempenha um papel crucial no 
contexto estudantil, influenciando diretamente o desempenho acadêmico e o bem-
estar dos estudantes. Através do Programa Nacional de Alimentação Escolar no Brasil 
e de estudos como o de Rampolla et al. (2020), é possível compreender a importância 
de uma alimentação adequada para promover a saúde e o bom rendimento dos 
estudantes. Portanto, é fundamental que as escolas, famílias e sociedade em geral 
trabalhem em conjunto para garantir o acesso a uma alimentação saudável e a 
educação alimentar dos estudantes. 
5.6 Alimentação no contexto do vestibular 
 A alimentação desempenha um papel fundamental no desempenho dos estudantes 
durante o período de preparação para o vestibular. Diversos autores brasileiros têm 
explorado essa relação entre a alimentação adequada e o rendimento acadêmico, 
oferecendo valiosas contribuições a respeito. 
 De acordo com Silva et al. (2020), a nutrição adequada é essencial para o 
funcionamento otimizado do cérebro, afetando diretamente o desempenho cognitivo 
 
dos estudantes durante os vestibulares. Os alimentos, quando escolhidos de forma 
apropriada, fornecem a energia necessária para o cérebro operar com eficiência. 
 Marques et al. (2018) destacam a importância das gorduras saudáveis no contexto 
da alimentação voltada para o vestibular. Os ácidos graxos ômega-3 presentes em 
alimentos como peixes, nozes e abacate possuem um efeito benéfico na saúde 
cerebral, contribuindo para melhorar as funções cognitivas dos estudantes. 
 Outro aspecto relevante é a ingestão de vitaminas e minerais, que desempenham 
um papel crucial no desenvolvimento das capacidades intelectuais. De acordo com 
Oliveira et al. (2016), deficiências de micronutrientes, como ferro, iodo e zinco, podem 
prejudicar o desempenho acadêmico e cognitivo dos estudantes. Portanto, é essencial 
consumir alimentos que sejam fontes ricas nesses nutrientes. 
 É fundamental ressaltar que essas são apenas diretrizes gerais e que a consulta a 
um profissional de nutrição é imprescindível para uma abordagem individualizada. 
Cada indivíduo possui necessidades específicas, que variam de acordo com sua 
condição de saúde, idade e outros fatores relevantes. 
5.7 A relação da alimentação com os sentimentos – o que você come quando 
sente determinado sentimento? 
 Muitas vezes, buscamos na comida um alívio para nossos sentimentos, sejam eles 
positivos ou negativos. A relação entre alimentação e emoções é um tema fascinante 
que tem despertado o interesse de pesquisadores de diferentes áreas. Nesse sentido, 
o autor brasileiro Felipe Silva, em seu livro "A Química dos Sentimentos: A Influência 
da Alimentação em Nossas Emoções", explora de forma empolgante como a comida 
pode influenciar nossos estados emocionais. 
 Segundo Silva (2019), quando nos sentimos tristes, é comum procurarmos 
alimentos mais calóricos e reconfortantes, como chocolates ou sorvetes. Esses 
alimentos ricos em açúcares e gorduras podem proporcionar uma sensação de prazer 
e satisfação imediata, agindo como verdadeiros "analgésicos emocionais". No 
entanto, é importante ressaltar que essa sensação é temporária e, a longo prazo, o 
consumo excessivo desses alimentos pode desencadear problemas de saúde. 
 Em contrapartida, quando nos sentimos alegres ou animados, tendemos a fazer 
escolhas alimentares mais saudáveis. Estudos mostram que a serotonina, 
neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar, pode ser naturalmente 
aumentada por meio da ingestão de alimentos ricos em triptofano, como peixes, 
laticínios, ovos e leguminosas. Esses alimentos auxiliam na produção de serotonina, 
elevando nosso humor de maneira natural e sustentável. 
 A ansiedade é outro sentimento que está frequentemente associado à alimentação. 
O autor destaca que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em 
açúcares e gorduras saturadas, pode agravar os sintomas de ansiedade. Por outro 
lado, alimentos como chás de camomila e maracujá, ricos em substâncias calmantes, 
agem como verdadeiros aliados no controle dos níveis de ansiedade. 
 Além disso, o autor ressalta a importância das escolhas alimentares no contexto 
depressivo. Estudos têm demonstrado que uma dieta rica em alimentos frescos, como 
 
frutas, legumes e verduras, está associada a menor prevalência de depressão. Estes 
alimentos fornecem nutrientes essenciais para o bom funcionamento do cérebro e 
podem ajudar na regulação dos neurotransmissores, favorecendo uma melhora no 
quadro depressivo. 
 É válido ressaltar que a relação entre alimentação e sentimentos é individual e os 
efeitos dos alimentos podem variar de pessoa para pessoa. É importante buscar um 
equilíbrio entre alimentação saudável e prazer, e estar atento aos sinais do corpo para 
fazer escolhas conscientes. 
 
6. METODOLOGIA 
 O projeto fará uso de uma abordagem qualitativa com apoio de uma base teórica 
obtida por meio de revisão de literatura que abordará a temática da alimentação básica 
adequada para estudantes por meio de roda de conversa e aplicação de questionário 
que consistirá em nortear a discussão a partir de perguntas sobre o assunto, devendo 
ser respondidas oralmente e por livre espontânea vontade, onde deverá ocorrer na 
escola Vasco Vasques, localizada na R. Nova esperança,474, Bairro Jorge Teixeira, 
Manaus - AM, sendo executado em uma turma de jovens e adultos do turno noturno, 
todos poderão participar independente de sexo, cor, idade ou gênero. 
 Para a execução metodológica do tema em conformidade com a literatura, foram 
utilizados livros e artigos que destacam contribuintes como o Paulo Freire e Hanna 
Arendt, que apresentam a dimensão e relevância de explanar temas em rodas de 
conversa com estudantes e como está dinâmica educacional contribui com a formação 
de um cidadão crítico social, metodologia e prática essa que será abordada na escola. 
 Além disso, as rodas de conversa proporcionam um espaço de escuta ativa, no qual 
os estudantes têm a oportunidade de se sentirem ouvidos e valorizados. Essa prática 
promove a autoestimae a confiança, contribuindo para o desenvolvimento emocional 
e social dos estudantes. A roda de conversa estimula também a reflexão crítica, uma 
vez que os estudantes são incentivados a questionar, debater e analisar diferentes 
pontos de vista. 
 Dessa forma, é evidente a importância do uso das rodas de conversa como 
estratégia pedagógica, pois ela possibilita uma educação mais inclusiva, participativa 
e democrática. Ao dialogar com base nos princípios de Paulo Freire e Hanna Arendt, 
os estudantes são protagonistas do processo de aprendizagem, desenvolvem 
habilidades de comunicação eficazes e fortalecem sua capacidade de pensar de 
forma crítica sobre os desafios do mundo contemporâneo. Tendo em vista a dimensão 
de valores que a roda de conversa apresenta, o intuito deste trabalho é aplica-la com 
os alunos da Escola Estadual Vasco Vasques, para que haja uma apresentação de 
maneira acolhedora com cada um que se fizer presente e que esta possa proporcionar 
os conhecimentos essenciais e suficientes para a compreensão do tema e sua 
aplicação na vida. Além disso, por iniciativa dos integrantes do grupo responsável pelo 
trabalho optou-se por presentear os discentes com lembrancinhas relacionados ao 
tema do trabalho, como maneira de agradecer pelo tempo disponibilizado ao projeto 
e aos autores do projeto. 
 
 
7. RESULTADOS ESPERADOS 
 Espera-se com este projeto compreender, incentivar e convidar os discentes a 
reflexão, de maneira acolhedora, sobre ter uma alimentação básica saudável, 
tomando consciência da importância da mesma como parte da vida e um elemento 
fundamental para um bom desempenho estudantil, na intenção de que possam levar 
esse conhecimento causando impacto positivo no meio em que estão inseridos. 
 Além disso há expectativa de que com as informações, métodos e conhecimento 
teórico que será apresentado, possa sensibilizar os jovens e adultos, alunos da Escola 
Estadual Vasco Vasques, sobre o contexto social da alimentação básica, sua 
importância para a saúde e para a performance acadêmica, no intuito de se obter 
práticas ou hábitos benéficos de alimentação no contexto escolar, seja nos 
preparativos para ir à escola ou durante o ciclo escolar diário, ou mesmo em outros 
meio social ao qual está inserido. 
 
8. CRONOGRAMA 
O cronograma está alinhando de acordo com a disponibilidade da Escola Estadual 
Vasco Vasques e orientações determinadas e acordadas entre os autores do projeto 
e o professor orientador. 
Cronograma de Atividades,2023 
Mês / Ano Local/ Setor Atividades programadas 
Agosto 
2023 
ESA/UEA sala 3.1 anexo 1. Discussão e 
orientação a cerca 
do projeto entre 
professor 
orientador e 
discentes 
envolvidos no 
projeto; 
2. Elaboração do 
projeto teórico 
pelos discentes do 
projeto; 
3. Apresentação, 
revisão e discussão 
do projeto teórico 
em sala de aula; 
4. Execução do 
projeto na Escola 
Vasco Vasques em 
Manaus-AM 
 
 
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