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INTERMEDIÁRIA PROBLEMA 1- MAD

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PROBLEMA 1- INTERMEDIÁRIA 
SISTEMA IMUNE ADAPTATIVO 
- A imunidade adaptativa (específica ou adquirida) 
ocorre devido a respostas imunes que são estimuladas 
pela exposição a agentes infeciosos que aumentam 
em capacidades defensivas após cada exposição 
sucessiva a um microrganismo em particular. 
 O sistema imune adaptativo reage aos 
chamados antígenos, que são substâncias 
microbiana ou não. 
 As respostas imunes adaptativas, por serem 
mais fortes e especializadas, conseguem 
erradicar infecções causadas por patógenos 
resistentes à resposta imune inata. 
 Intensificam os mecanismos protetores da 
imunidade inata. 
- As respostas imunes adaptativas são iniciadas 
quando os antígenos ou as células dendríticas 
portadoras de antígenos capturados nos locais de 
infecção atingem os órgãos linfoides secundários. 
ANTICORPOS 
- Proteínas circulantes produzidas em resposta à 
exposição a antígenos; intetizados somente pelas 
células da linhagem de linfócitos B. Existem duas 
formas: 
 Ligados à membrana na superfície dos 
linfócitos B e assim funcionam com 
receptores de antígenos; 
 Anticorpos secretados, sendo que, nessa 
forma eles neutralizam as toxinas, eliminam 
microrganismo e previnem a entrada e 
espelhamento de patógenos 
- Funções do anticorpo: 
 Neutralização dos microrganismos 
 Ativa o sistema complemento 
 Opsoniza patógenos 
 Citotoxicidade mediada por células 
- Os anticorpos compartilham características 
estruturais básicas, porem possuem muita 
variabilidade na região em que os antígenos se 
ligam. Devido a essa variabilidade, o anticorpo possui 
capacidade de se ligar a um grande número de 
antígenos que são estruturalmente diferentes. 
 Estrutura do anticorpo: é uma estrutura 
simétrica composta de duas cadeias leves 
idênticas e duas cadeias pesadas idênticas. 
- As cadeias possuem unidades homológas repetidas 
que se dobram de formam independente em uma 
forma globular que chamamos de Domínio Ig. As 
cadeias pesadas e leves são compostas por regiões 
aminoterminais variáveis (V), que serão as 
responsáveis pelo reconhecimento do antígeno, e 
pelas regiões carboxiterminais constantes (C), que 
medeiam as funções efetoras dos anticorpos. As 
regiões variáveis apresentam áreas de variabilidade 
na sequência de aminoácidos e essas variações são 
importantes para diferenciar anticorpos sintetizados 
de um clone de linfócitos B de anticorpos produzidos 
por outros clones. 
 A região V de uma cadeia pesada (VH) e 
a região V de uma cadeia leve (VL) 
formam o sítio de ligação ao antígeno. 
Assim, cada anticorpo apresenta, pelo 
menos, dois sítios de ligação ao antígeno 
- As diferenças na estrutura das regiões C, da cadeia 
pesada, serão as responsáveis por dividirem os 
anticorpos em classes e subclasses ❖ As classes são 
chamadas de isotipos e são nomeadas de. 
 IgA: meia vida de 3 dias 
 IgD 
 IgE: meia vida de 2 dias 
 IgG: meia vida de 21 a 28 dias 
 IgM: meia vida de 4 dias 
- O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo 
envolve ligação não-covalente e reversível 
APRESENTAÇÃO DO ANTÍGENO 
- Existem poucas células T virgens especificas. Para 
que os antígenos chegam aos órgãos linfoides, é 
necessário que uma célula apresentadora de 
antígeno (APC) capture o antígeno a o apresente aos 
linfócitos T nos órgãos linfoides. Essa apresentação é 
intermediada por moléculas do complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC), as quais são expressas 
na membrana de qualquer célula do hospedeiro. Os 
receptores de células T reconhecem exclusivamente 
antígenos apresentados por MHC. As células T devem 
ter respostas distintas em diferentes compartimentos 
corporais. Para isso, as moléculas de MHC possuem 
uma segregação crítica entre os antígenos intra e 
extracelulares. 
FUNÇÃO DAS APC’S 
- Células diferentes atuam como APC´s para ativarem 
as células T imaturas ou células T efetoras 
previamente diferenciadas. As Apcs expressam 
moléculas de MHC classe II e outras moléculas 
envolvidas na estimulação de células T, os 
coestimuladores. 
 A função de apresentação de antígenos das 
APCs é aumentada em situações de exposição 
a produtos microbianos. 
 As APCs que apresentam antígenos às células 
T recebem sinais destes linfócitos que 
melhoram sua função de apresentação de 
antígenos. 
CÉLULAS DENDRÍTICAS 
- Estão presentes em todos os tecidos, 
principalmente em locais de interface entre o meio 
externo e interno e nos órgãos linfoides. Possuem 
dois subgrupos: 
 Células dendríticas clássicas: Derivadas de 
células precursoras mieloides, migra da 
medula óssea para os locais de fixação, onde 
sofrem diferenciação. São capazes de gerar 
respostas imunes mais vigorosas nos 
linfócitos T. Na ausência de infecção, elas 
capturam antígenos próprios sem a produção 
de citocinas e migram para os linfonodos, 
onde os apresenta para as células T. 
 Células dendríticas plasmocitoides: São 
pouco fagocíticas, mas secretam uma 
importante quantidade de Interferon do Tipo 
I em infecções virais. 
- Após a ativação, as células dendríticas passam a 
ativarem linfócitos T efetores e virgens. Para isso, elas 
expressam na membrana uma grande quantidade de 
moléculas de MHC com peptídeos ligados. 
FASES DA INFECÇÃO POR 
PATÓGENOS 
- Na primeira etapa da infecção, um novo hospedeiro 
será exposto a partículas infecciosas que foram 
disseminadas por um indivíduo já contaminado ou 
que estavam presentes no ambiente. 
 O primeiro contato ocorre por meio de 
superfícies epiteliais ou superfícies mucosas. 
Após estabelecer contato, o agente infeccioso 
deve determinar um foco de infecção e esse 
processo envolve a adesão à superfície 
epitelial e sua colonização ou a penetração 
para replicar nos tecidos -> a doença só se 
desenvolve quando esse foco infeccioso é 
estabelecido. 
Patógenos 
extracelulares 
Patógenos 
intracelulares 
Dissemina-se por 
extensão do foco 
infeccioso por vasos 
linfáticos e sanguíneos. 
Isso ocorre quando o 
sistema linfático é 
dominado pela carga 
infecciosa. 
Dissemina-se de célula 
em célula pelo contato 
direto intercelular e 
reinfecção de células 
próximas. 
- A imunidade adaptativa é desencadeada quando a 
infecção escapa ou domina a defesa inata e gera 
grande quantidade de antígenos. 
 Produção de células T efetoras antígenos- 
específicas e células B secretoras de 
anticorpos por expansão clonal e 
diferenciação por vários dias. 
 Durante esse período a resposta induzida pela 
imunidade inata continuam funcionando 
 Por fim, as células T antígenos-específicas e os 
anticorpos são liberados no sangue e podem 
chegar ao local de infecção. 
- A resp. imune adaptativa, além de eliminar o agente 
infeccioso, deve ser capaz e eficaz em prevenir uma 
reinfecção. 
CITOCINAS PRODUZIDAS DURANTE 
A INFECÇÃO 
- As citocinas produzidas dependem de como os 
microrganismos influenciam nas células da imunidade 
inata e nas APCs. No início da infecção é produzida 
pouca IL-6 ou qualquer outra citocina que induza a 
diferenciação da célula T. 
 A subpopulação de células T efetoras 
produzidas em resposta a bactérias e fungos 
extracelulares é composta frequentemente 
por células Th 17. Essas células deixam o 
linfonodo e migram para os pontos 
infecciosos distantes, onde encontram os 
antígenos do patógeno e são estimuladas a 
sintetizar e liberar citocinas, como membros 
na família IL-17, a qual induz células locais a 
secretarem citocinas e quimiocinas que 
atraem neutrófilos. 
- Células Th17: amplificam a inflamação aguda nos 
locais de infecção e recrutam leucócitos, em especial 
neutrófilos, para o local da infecção; 
CÉLULAS T EFETORAS E ATIVAÇÃO 
DOS LINFÓCITOS T 
- A completa ativação das células T virgens levam de 4 
a 5 dias. Células T efetoras e outros leucócitos migram 
através dos vasos sanguíneos nos tecidos periféricos 
através da ligação às célulasendoteliais que foram 
ativadas por citocinas produzidas em resposta à 
infecção nestes tecidos. 
- A ativação inicial dos linfócitos T virgens ocorre 
principalmente nos órgãos linfoides secundários, 
pelos quais essas células normalmente circulam e 
podem encontrar os antígenos pelas células 
dendríticas maduras. Fases da resposta das células T 
1. Reconhecimento de antígenos apresentados 
pelas APC (Via Mhc): Quando os linfócitos 
reconhecem os complexos de peptídeos MHC 
exibidos pelas APCs, eles podem responder 
apenas aos antígenos proteicos ou os agentes 
químicos ligados a proteínas. 
2. Processo de ativação dos linfócitos: 
transdução de sinais, ativação de vias 
bioquímicas, ativação de fatores de 
transcrição e produção de citocinas 
3. Expansão clonal: A células ativada passa a 
produzir grande quantidade de IL-2, que irão 
agir sobre a própria célula, fazendo com que 
ela se prolifere. A célula com especificidade 
para determinado antígeno passa de 1 a 
milhões 
4. Diferenciação: Diferentes estímulos fazem 
com que as células T ativadas passem a 
produzir citocinas diferentes, específicas, se 
diferenciando em subgrupos TH1, TH2, TH17, 
etc. Essa diferenciação depende da forma 
como a célula T foi ativada. 
- A ativação dos linfócitos T dependem do 
reconhecimento do complexo peptídeo-MHC das APC 
(1ºSinal) e também dos sinais fornecidos por 
moléculas coestimuladoras das APC (2ºsinal). 
 Na ausência de coestimuladoras, as células T 
não respondem aos antígenos e entram em 
um estado de anergia > É o que ocorre no 
caso de reconhecimento de antígenos 
próprios, os quais não induzem a produção de 
coestimuladores. 
CÉLULAS DE MEMÓRIA 
- Respostas imunes a um antígeno mediadas por 
células T normalmente resultam na geração de células 
T de memória específicas para esse antígeno, que 
pode persistir por anos, mesmo por toda a vida. As 
propriedades que definem as células de memória são 
sua capacidade para sobreviver tranquilamente após a 
eliminação do antígeno e preparar respostas maiores 
e melhores para antígenos do que células imaturas. 
 As células de memória expressam níveis 
aumentados de proteínas antiapoptóticas, 
que podem ser responsáveis por 
sobrevivência prolongada (meses ou anos). 
 A manutenção das células de memória é 
dependente de citocinas (principal é a IL-7), 
mas não requer o reconhecimento do 
antígeno. 
DECLÍNIO DAS RESPOSTAS DAS 
CÉLULAS T 
- As respostas das células T diminuem após a 
eliminação do antígeno retornando assim o sistema 
para o repouso. O declínio acontece em grande parte 
porque os sinais para a continuação e ativação dos 
linfócitos também são eliminados. Quando uma 
infecção é efetivamente eliminada pelo sistema 
imune adaptativo, ocorrem dois eventos 
 As ações das células efetoras removem o 
estímulo específico que originalmente as 
recrutou. Na ausência desse estímulo, elas, 
então, sofrem "morte por negligência' e são 
removidas por apoptose. As células em 
apoptose são rapidamente eliminadas pelos 
macrófagos, os quais reconhecem o lipídeo de 
membrana fosfatidil serina. Esse lipídeo é 
normalmente encontrado apenas na 
superfície interna da membrana plasmática, 
mas nas células apoptóticas ele rapidamente 
se redistribui para a superfície externa, onde 
pode ser reconhecido por receptores 
específicos em várias células. Assim, o final da 
infecção leva não somente à remoção do 
patógeno, mas também à perda da maioria 
das células efetoras específicas para o 
patógeno 
 Porém, algumas células efetoras são retidas e 
funcionam como matéria prima para as 
células T e B de memória. As células T de 
memória são mantidas para sempre. 
IMUNIDADE HUMORAL 
- Os linfócitos B são ativados pelos antígenos 
(proteicos ou não) e secretam anticorpos que atuam 
na eliminação dos antígenos. Respostas das células B 
aos antígenos proteicos requerem a contribuição das 
células T auxiliares CD4+ especificas para o antígeno. 
- A retroalimentação de anticorpos é um mecanismo 
pelo qual as respostas imunes humorais são 
negativamente reguladas quando houver produção 
suficiente de anticorpo e ocorre a formação de 
complexos antígeno-anticorpo 
SISTEMA LINFÁTICO 
- O sistema linfático contribui para a homeostasia ao 
drenar o líquido intersticial, bem como ao fornecer os 
mecanismos de defesa contra doenças. Esse sistema é 
responsável pela imunidade adaptativa e está 
intimamente ligado ao sistema circulatório. 
- Esse sistema consiste em um líquido chamado linfam 
em vasos linfáticos que transportam a linfa, em 
diversas estruturas e órgãos que contêm tecido 
linfático (linfócitos dentro de um tecido de filtragem), 
e em medula óssea. 
 A maior parte dos componentes do plasma 
sanguíneo é filtrada pelas paredes dos 
capilares sanguíneos para formar o líquido 
intersticial (entre as células). Depois de o 
líquido intersticial passar para os vasos 
linfáticos, é chamado de linfa. Assim, a 
principal diferença entre esses dois líquidos é 
a localização. 
- O sistema linfático tem 3 funções principais: 
1. Drenar o excesso de líquido intersticial 
dos espaços teciduais e o devolver ao sangue. 
Sem essa função a manutenção do volume de 
sangue circulante não seria possível. 
2. Transportar lipídios oriundos da dieta 
3. Desempenhar respostas imunes: o tecido 
linfático inicia respostas altamente específicas 
dirigidas contra microrganismos ou células 
anormais específicas. 
VASOS LINFÁTICOS E CIRCULAÇÃO 
DA LINFA 
- Os vasos linfáticos começam como capilares 
linfáticos, localizados nos espaços entre as células e 
são fechados em uma das extremidades. Esses 
capilares se unem para formas vasos linfáticos 
maiores, que se assemelham em estrutura a pequenas 
veias, mas têm paredes mais finas e mais válvulas. 
 Ao longo dos vasos linfáticos, a linfa flui pelos 
linfonodos, órgãos encapsulados em forma de 
feijão que consistem em massas de linfócitos 
B e T. 
 Na pele, os vasos linfáticos se encontram no 
tecido subcutâneo e geralmente 
acompanham as veias; já os vasos das vísceras 
geralmente acompanham as artérias, 
formando plexos em torno delas. 
 Tecidos que não possuem capilares linfáticos: 
tecidos avasculares (p.ex. cartilagem e 
epiderme), SNC, parte do baço e a medula 
óssea. 
CAPILARES LINFÁTICOS 
- Possuem maior permeabilidade do que os capilares 
sanguíneos e assim, conseguem absorver moléculas 
grandes como as proteínas e os lipídios. Também 
possuem um diâmetro um pouco maior e a estrutura 
unidirecional que possibilita que o líquido intersticial 
flua para dentro, mas não para fora. 
 As extremidades das células endoteliais que 
formam a parede do capilar linfático se 
sobrepõem e, quando a pressão é maior no 
líquido intersticial do que na linfa, as células 
se separam discretamente, e o líquido 
intersticial entra no capilar linfático. Quando a 
pressão é maior no interior do capilar 
linfático, as células aderem mais entre si e a 
linfa não consegue retornar. A pressão é 
aliviada conforme a linfa se move adiante 
pelo capilar linfático. 
- Ligados aos capilares estão os filamentos de 
ancoragem, os quais possuem fibras elásticas e se 
estendem para fora do capilar linfático, anexando as 
células do capilar aos tecidos circundantes. 
 Quando ocorre acúmulo de líquido intersticial 
e causa edema do tecido, esses filamentos 
são puxados, aumentando ainda mais a 
abertura entre as células para o líquido fluir 
para o capilar. 
 
TRONCOS E DUCTOS LINFÁTICOS 
- Quando os vasos linfáticos saem dos linfonodos em 
uma dada região do corpo, eles se unem para forma 
troncos linfáticos. Os principais troncos são: 
 Lombar: drena linfa dos membros inferiores, 
da parede e vísceras da pelve, dos rins, das 
glândulas suprarrenais e da parede 
abdominal. 
 Intestinal: drena linfa do estômago, 
intestinos, pâncreas, baço e parte do fígado. 
 Broncomediastinal:drenam a linfa da 
parede torácica, pulmão e coração. 
 Subclávio: drenam os membros superiores. 
 Jugular: drenam a cabeça e o pescoço. 
- A linfa passa dos troncos linfáticos para 2 canais 
principais, o ducto torácico e o ducto linfático direito, 
e em seguida drena para o sangue venoso. 
 Ducto torácico (linfático esquerdo): tem 
entre 38 e 45 cm c inicia como uma dilatação 
chamada de cisterna do quilo anterior à 
vértebra LII; é o principal ducto para retorno 
da linfa ao sangue e recebe linfa do lado 
esquerdo da cabeça, pescoço, tórax, membro 
superior esquerdo e todo o corpo abaixo das 
costelas. 
 Ducto linfático direito: tem cerca de 1,2 cm 
e recebe linfa do lado superior direito do 
corpo. 
FORMAÇÃO E FLUXO DA LINFA 
- As proteínas que saem do plasma sanguíneo não 
conseguem retornar ao sangue por difusão, devido ao 
gradiente de concentração. Porém, as proteínas 
conseguem se mover facilmente através dos capilares 
linfáticos. Assim, uma importante função dos vasos 
linfáticos é devolver as proteínas plasmáticas 
perdidas e o plasma à corrente sanguínea. A linfa 
drena para o sangue venoso pelo ducto linfático 
direito e pelo ducto torácico na junção entre as veias 
jugular interna e subclávia. Assim, o fluxo é: 
 
 
- Esse fluxo da linfa é mantido por 2 bombas: 
1. Bomba de músculo esquelético: as 
contrações do M. esquelético comprimem os 
vasos linfáticos e força a linfa em direção a 
junção das veias jugular interna e subclávia. 
2. Bomba respiratória: durante a inspiração, a 
linfa flui da região abdominal (pressão maior) 
para a torácica. Durante a expiração as 
pressões se invertem e as válvulas dos vasos 
linfáticos evitam o refluxo da linfa. 
Capilares sanguíneos (sangue) → espaços intersticiais 
(líquido intersticial) → capilares linfáticos (linfa) → vasos 
linfáticos (linfa) → ductos linfáticos (linfa) → junção 
entre as veias jugular interna e subclávia (sangue). 
 
ÓRGÃOS E TECIDOS LINFÁTICOS 
- São classificados em 2 grupos: 
1) Órgãos linfáticos primários: locais em que 
as células-tronco se dividem e se tornam 
imunocompetentes (capazes de elaborar 
resposta imune). São a medula óssea, que 
origina os linfócitos B maduros e as células 
pré-T, e o timo, onde as células pré-T se 
tornam maduros. 
2) Órgãos e tecidos linfáticos secundários: 
locais onde ocorrem a maior parte das 
respostas imunes. Incluem os linfonodos, 
baço e nódulos/folículos linfáticos. 
O timo, linfonodos e baço são considerados órgãos 
pois são circundados por uma cápsula de tecido 
conjuntivo. 
 Timo 
- É um órgão bilobado; possui um córtex composto 
por uma grande quantidade de linfócitos T e células 
dendríticas dispersas. A medula do timo consiste em 
linfócitos T mais maduros e amplamente dispersos. 
 Baço 
- É uma estrutura oval e é a maior massa isolada de 
tecido linfático do corpo, com cerca de 12 cm. Possui 
2 tipos diferentes de tecidos, chamados de polpa 
branca (linfócitos e macrófagos) e polpa vermelha 
(seios venosos cheios de sangue). 
 Linfonodos 
- Existem cerca de 600 linfonodos localizados ao longo 
dos vasos linfáticos espalhados por todo o corpo, 
tanto superficial quando profundamente. Geralmente 
ocorrem em grupos, como os presentes perto das 
glândulas mamárias, axilas e virilha. 
 Sua cápsula de tecido conjuntivo forma 
trabéculas, as quais dividem o linfonodo em 
compartimentos, fornecem suporte e 
proporcionam uma via para os vasos 
sanguíneos até o interior de um linfonodo. 
 
O que acontece com as substâncias estranhas da 
linfa que entram em um linfonodo? 
- O parênquima do linfonodo é dividido em córtex 
superficial e medula profunda. O córtex é dividido 
em: 
 Externo: possui os nódulos linfáticos 
primários, que são agregados de linfócitos B, e 
os nódulos linfáticos secundários, que se 
formam em resposta a um antígeno e são 
locais de formação de plasmócitos e linfócitos 
B de memória. 
 Interno: consistem em linfócitos T e células 
dendríticas que entram no linfonodo a partir 
de outros tecidos. 
- A medula profunda contém linfócitos B, plasmócitos 
produtores de anticorpos que migraram do córtex 
para a medula, e macrófagos. 
- Dentro do linfonodo, a linfa entra nos seios (canais 
irregulares e ramificados). Assim, os linfonodos 
funcionam como uma espécie de filtro, onde as 
substâncias estranhas são capturadas pelas fibras 
reticulares nos seios do linfonodo. Em seguida os 
macrófagos destroem algumas substâncias estranhas 
por fagocitose, enquanto os linfócitos destroem 
outras por meio da resposta imune. 
 Como há muitos vasos linfáticos aferentes 
que trazem linfa para o linfonodo e apenas 
um ou dois eferentes que transportam a linfa 
do linfonodo, o fluxo lento da linfa dentro dos 
linfonodos possibilita tempo adicional para a 
linfa ser filtrada. 
 
 Nódulos linfáticos 
- Aqueles presentes nas túnicas mucosas que 
revestem os sistemas digestório, urinário e genital e 
as vias respiratória, são chamados de tecido linfoide 
associado à mucosa (MALT). Os exemplos são as 
tonsilas na região da faringe os nódulos presentes no 
apêndice vermiforme. 
CORTICOSTEROIDES 
- Os glicocorticoides foram sintetizados pela primeira 
vez no final da década de 1930 por Edward Kendall e 
Tadeus Reichstein. Possuem em sua estrutura um 
núcleo esteroide formado por 4 anéis com 17 átomos 
de carbono que remetem ao seu precursor, a 
molécula de colesterol. 
- Tanto os corticosteroides naturais como os sintéticos 
são utilizados em doses muito altas no tratamento de 
uma variedade de distúrbios inflamatórios e 
imunológicos. Os glicocorticoides são os principais na 
função imune, sendo que o mais conhecido é p 
cortisol. 
- Os glicocorticoides reduzem radicalmente as 
manifestações da inflamação, devido aos seus efeitos 
na concentração, distribuição e função dos leucócitos. 
Além disso, eles possuem efeitos supressores nas 
citocinas e quimiocinas inflamatórias. 
 Após a administração de uma dose única de 
glicocorticoide de ação curta, a concentração 
de neutrófilos na circulação aumenta, ao 
passo que ocorre redução dos linfócitos 
(células T e B), monócitos, eosinófilos e 
basófilos. O aumento da contagem de 
neutrófilos ocorre devido ao seu maior influxo 
para o sangue a partir da medula óssea e sua 
migração reduzida dos vasos sanguíneos, com 
consequente redução no número de células 
no local de inflamação. 
- Os glicocorticoides também inibem as funções dos 
macrófagos teciduais e de outras células 
apresentadoras de antígeno. Tanto os macrófagos 
como os linfócitos produzem menos interleucina-12 e 
interferona- Y. Eles também inibem a fosfolipase A2, 
reduzindo a síntese do fator de ativação das 
plaquetas. Também provocam vasoconstrição quando 
aplicados diretamente à pele, possivelmente ao 
suprimir a desgranulação dos mastócitos. Além disso, 
diminuem a permeabilidade capilar ao reduzir a 
quantidade de histamina liberada dos basófilos e 
mastócitos. 
FARMACOCINÉTICA 
- Os esteroides farmacêuticos são sintetizados a partir 
do ácido cólico obtido de bovinos. Quando 
administrados por via oral, os corticosteroides 
sintéticos são absorvidos com rapidez e de modo 
completo. 
- A ação dos esteroides sintéticos é semelhante ao do 
cortisol, ou seja, eles se ligam a proteínas receptoras 
intracelulares específicas e produzem os mesmos 
efeitos. O mecanismo de controle envolve pelo menos 
4 mecanismos operantes sobre o núcleo. 
 Exemplo: a fosforilação pela PKC induzida 
pelo receptor de glicocorticoides ligado ao seu 
ligante e depois a liberação da proteína 
anexina A1, a qual tem potentes efeitos 
inibitórios no tráfico de leucócitos e outras 
ações anti-inflamatórias. 
PRINCIPAIS AÇÕES 
 Linfócitos T: os glicocorticoides vão inibir a 
ativação, proliferação e sobrevida destas 
células, através da redução da ativação de 
células T-helper (Th), redução da expansãoclonal das células T, e “troca” da resposta 
imune do tipo Th1 para Th2. Também 
reduzem a produção de citocinas como IL-2. 
 Linfócitos B: possuem papel na imunidade 
humoral; os glicocorticoides reduzem a 
produção de IgG e de células B, pois induz a 
apoptose de seus progenitores. 
 Neutrófilos: os glicocorticoides vão suprimir 
a migração de neutrófilos durante a resposta 
inflamatória, pois reduzem a expressão de 
moléculas de adesão, incluindo L-selectina, 
VLA4, LFA1 e Mac1, na superfície deles. 
TOXICIDADE 
- Os principais efeitos indesejáveis dos 
glicocorticoides resultam de suas ações hormonais, 
produzindo o quadro clínico da síndrome de Cushing 
(redistribuição da gordura corporal). Isso porque eles 
causam a redução da captura e utilização da glicose. 
 A gordura tende a ser redistribuída dos 
membros para o tronco, a nuca e a fossa 
supraclavicular. 
- Quando são utilizados em um curto período de 
tempo (< 2 semanas), não é comum observar a 
ocorrência de efeitos colaterais graves. Entretanto, 
em alguns casos, observa-se ocorrência de insônia e 
alterações do comportamento. 
- Quando se administram corticosteroides por mais de 
duas semanas, pode ocorrer supressão suprarrenal. 
REPARAÇÃO TECIDUAL 
- As consequências da inflamação aguda podem ser 
modificadas pela natureza e intensidade da lesão, 
pelo local e tecido afetado e pela habilidade do 
hospedeiro de montar uma resposta. Sendo assim, ela 
pode desenvolver 03 resultados gerais: 
1. Resolução: 
- Regeneração e reparo, ou seja, quando a lesão é 
limitada ou breve, onde há pouca ou nenhuma 
destruição tecidual e quando o tecido é capaz de se 
regenerar, o resultado normal é a restauração a uma 
normalidade estrutural e funcional. Antes que esse 
processo de resolução se inicie, a resposta 
inflamatória aguda tem de ser terminada, o que 
envolve: 
 Neutralização 
 Decomposição ou degradação 
enzimática dos vários mediadores 
químicos 
 Normalização da permeabilidade 
vascular 
 Cessação da emigração de leucócitos, 
com subsequente morte (por 
apoptose) dos neutrófilos 
extravasados. 
- Além disso, os leucócitos começam a produzir 
mediadores que inibem a inflamação. Dessa forma, a 
combinação de drenagem linfática e ingestão dos 
restos necróticos pelos macrófagos resultam em 
remoção do líquido de edema, das células 
inflamatórias e dos detritos do local. 
 Os leucócitos secretam citocinas que iniciam o 
processo subsequente de reparo, no qual 
novos vasos sanguíneos crescem dentro do 
tecido lesado para fornecer nutrientes, os 
fatores de crescimento estimulam a 
proliferação dos fibroblastos que secretam 
colágeno para preencher os defeitos, e as 
células teciduais residentes proliferam para 
restaurar a integridade estrutural. 
2. Inflamação crônica 
- Pode suceder a inflamação aguda se o agente nocivo 
não é removido. Em alguns casos, os sinais de 
inflamação crônica podem estar presentes desde o 
início da lesão: 
 Em infecções virais 
 Ou respostas imunes a antígenos próprios 
- Dependendo da extensão da lesão inicial e da sua 
continuidade, bem como da capacidade de 
regeneração dos tecidos afetados, a inflamação 
crônica pode ser sucedida pela restauração da 
estrutura e função normal ou resultar em cicatrização. 
3. Cicatrização 
- É o tipo de reparo que ocorre após destruição 
tecidual substancial, quando a inflamação atinge 
tecidos que não se regeneram e são substituídos por 
tecido conjuntivo. Em órgãos nos quais ocorrem 
depósitos extensos de tecido conjuntivo, na tentativa 
de curar a lesão ou como consequência de inflamação 
crônica, o resultado é a fibrose, que pode 
comprometer significativamente a função. Apesar da 
cicatriz fibrosa não realizar a função das células 
perdidas, ela fornece estabilidade estrutural suficiente 
para tornar o tecido lesado hábil nas suas funções. 
 O termo fibrose é usado para descrever a 
extensa deposição de colágeno que ocorre 
nos pulmões, fígado, rins e outros órgãos, 
resultante da inflamação crônica, ou no 
miocárdio após extensa necrose isquêmica 
(infarto). 
- Essa formação da cicatriz consiste em um processo 
sequencial que segue a resposta inflamatória: 
1) Formação de novos e delicados capilares de 
paredes finas (angiogênese) em MEC frouxa. 
2) Migração e proliferação de fibroblastos e 
deposição de tecido conjuntivo que, junto 
com a abundância de vasos e leucócitos 
dispersos, tem aparência granular e rósea, 
sendo chamado de tecido de granulação. 
3) Maturação e reorganização do tecido fibroso 
(remodelamento) para produzir uma cicatriz 
fibrosa estável. Progressivamente, o tecido 
de granulação acumula mais fibroblastos que 
depositam colágeno, resultando na cicatriz. 
- O reparo se inicia dentro de 24 horas da lesão por 
migração dos fibroblastos e indução de proliferação 
dos fibroblastos e células endoteliais. 
 
VISÃO GERAL DO REPARO 
TECIDUAL 
- A capacidade de reparo causada por lesões tóxicas e 
inflamação é muito importante para a sobrevivência 
do nosso corpo. A resposta inflamatória a micróbios e 
tecidos lesados não serve só para eliminar esses 
perigos, mas também inicia o processo de reparo. O 
reparo, muitas vezes chamado de cura, se refere à 
restauração da arquitetura e função do tecido após a 
lesão. Ocorre por 2 tipos de reações: 
 Regeneração do tecido lesado: alguns 
tecidos são capazes de substituir células 
lesadas e retornar ao estado normal. Ocorre 
pela proliferação de células residuais e é 
típico em epitélios que se dividem 
rapidamente (p.ex. pele). 
 Formação de cicatriz pela deposição de 
TC 
 
CURA DE FERIDAS CUTÂNEAS 
- É um processo que envolve a regeneração do 
epitélio e a formação de cicatriz de TC. Dependendo 
da natureza e do tamanho da ferida, a cura de feridas 
cutâneas pode ocorrer por: 
 Primeira intenção 
- O reparo de uma incisão cirúrgica limpa não 
infectada, aproximada por suturas cirúrgicas. Esse tipo 
de cicatrização é denominado cura por união 
primária ou por primeira intenção. A incisão provoca 
apenas ruptura local da continuidade da membrana 
basal e morte de um número limitado de células 
epiteliais e células do tecido conjuntivo. 
- Como resultado, a regeneração epitelial é o 
principal mecanismo do reparo. Uma pequena cicatriz 
é formada, o estreito espaço da incisão é preenchido 
por um coágulo sanguíneo contendo fibrina que é 
rapidamente invadido pelo tecido de granulação e 
coberto por um novo epitélio. As etapas desse 
processo são bem definidas: 
 24 h: neutrófilos aparecem na borda da 
incisão migrando em direção ao coágulo. 
 24-48 h: células epiteliais de ambas as 
margens migram e proliferam. 
 3º dia: neutrófilos substituídos por 
macrófagos e o tecido de granulação invade o 
espaço da incisão. 
 5º dia: neovascularização máxima; fibras 
colágenas abundantes; epiderme recupera a 
espessura normal. 
 Segunda semana: infiltrado leucocitário e 
edema diminuem; aumento da deposição de 
colágeno dentro da cicatriz e regressão dos 
canais vasculares. 
 Fim do primeiro mês: cicatriz coberta por 
epiderme normal. 
 
 Segunda intenção 
- Quando a perda de células e de tecido é mais 
extensa, como nas grandes feridas, nos locais de 
formação de abscessos, nas ulcerações e na necrose 
isquêmica de órgãos (infarto), o processo de reparo 
torna-se mais complexo e envolve uma combinação 
de regeneração e cicatrização. Na cura por união 
secundária, a reação inflamatória é mais intensa, 
com formação de abundante tecido de granulação, 
acumulação de MEC e formação de uma grande 
cicatriz, seguida por contração da ferida mediada pela 
ação dos miofibroblastos. As principais diferenças em 
relação à por 1ª intenção são: 
 Uma crosta maior rica em fibrina se forma na 
superfície da ferida. 
 Defeitos teciduais maiores requerem maior 
volume de tecido de granulação para 
preencher os espaçose fornece suporte para 
a reepitelização. 
 A cura por união secundária envolve a 
contração (miofibroblastos) da ferida -> 
dentro de 6 semanas, grandes defeitos 
cutâneos podem ser reduzidos de 5-10% do 
seu tamanho original, em grande parte pela 
contração.

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