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PROBLEMA 1- INTERMEDIÁRIA SISTEMA IMUNE ADAPTATIVO - A imunidade adaptativa (específica ou adquirida) ocorre devido a respostas imunes que são estimuladas pela exposição a agentes infeciosos que aumentam em capacidades defensivas após cada exposição sucessiva a um microrganismo em particular. O sistema imune adaptativo reage aos chamados antígenos, que são substâncias microbiana ou não. As respostas imunes adaptativas, por serem mais fortes e especializadas, conseguem erradicar infecções causadas por patógenos resistentes à resposta imune inata. Intensificam os mecanismos protetores da imunidade inata. - As respostas imunes adaptativas são iniciadas quando os antígenos ou as células dendríticas portadoras de antígenos capturados nos locais de infecção atingem os órgãos linfoides secundários. ANTICORPOS - Proteínas circulantes produzidas em resposta à exposição a antígenos; intetizados somente pelas células da linhagem de linfócitos B. Existem duas formas: Ligados à membrana na superfície dos linfócitos B e assim funcionam com receptores de antígenos; Anticorpos secretados, sendo que, nessa forma eles neutralizam as toxinas, eliminam microrganismo e previnem a entrada e espelhamento de patógenos - Funções do anticorpo: Neutralização dos microrganismos Ativa o sistema complemento Opsoniza patógenos Citotoxicidade mediada por células - Os anticorpos compartilham características estruturais básicas, porem possuem muita variabilidade na região em que os antígenos se ligam. Devido a essa variabilidade, o anticorpo possui capacidade de se ligar a um grande número de antígenos que são estruturalmente diferentes. Estrutura do anticorpo: é uma estrutura simétrica composta de duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas idênticas. - As cadeias possuem unidades homológas repetidas que se dobram de formam independente em uma forma globular que chamamos de Domínio Ig. As cadeias pesadas e leves são compostas por regiões aminoterminais variáveis (V), que serão as responsáveis pelo reconhecimento do antígeno, e pelas regiões carboxiterminais constantes (C), que medeiam as funções efetoras dos anticorpos. As regiões variáveis apresentam áreas de variabilidade na sequência de aminoácidos e essas variações são importantes para diferenciar anticorpos sintetizados de um clone de linfócitos B de anticorpos produzidos por outros clones. A região V de uma cadeia pesada (VH) e a região V de uma cadeia leve (VL) formam o sítio de ligação ao antígeno. Assim, cada anticorpo apresenta, pelo menos, dois sítios de ligação ao antígeno - As diferenças na estrutura das regiões C, da cadeia pesada, serão as responsáveis por dividirem os anticorpos em classes e subclasses ❖ As classes são chamadas de isotipos e são nomeadas de. IgA: meia vida de 3 dias IgD IgE: meia vida de 2 dias IgG: meia vida de 21 a 28 dias IgM: meia vida de 4 dias - O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo envolve ligação não-covalente e reversível APRESENTAÇÃO DO ANTÍGENO - Existem poucas células T virgens especificas. Para que os antígenos chegam aos órgãos linfoides, é necessário que uma célula apresentadora de antígeno (APC) capture o antígeno a o apresente aos linfócitos T nos órgãos linfoides. Essa apresentação é intermediada por moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC), as quais são expressas na membrana de qualquer célula do hospedeiro. Os receptores de células T reconhecem exclusivamente antígenos apresentados por MHC. As células T devem ter respostas distintas em diferentes compartimentos corporais. Para isso, as moléculas de MHC possuem uma segregação crítica entre os antígenos intra e extracelulares. FUNÇÃO DAS APC’S - Células diferentes atuam como APC´s para ativarem as células T imaturas ou células T efetoras previamente diferenciadas. As Apcs expressam moléculas de MHC classe II e outras moléculas envolvidas na estimulação de células T, os coestimuladores. A função de apresentação de antígenos das APCs é aumentada em situações de exposição a produtos microbianos. As APCs que apresentam antígenos às células T recebem sinais destes linfócitos que melhoram sua função de apresentação de antígenos. CÉLULAS DENDRÍTICAS - Estão presentes em todos os tecidos, principalmente em locais de interface entre o meio externo e interno e nos órgãos linfoides. Possuem dois subgrupos: Células dendríticas clássicas: Derivadas de células precursoras mieloides, migra da medula óssea para os locais de fixação, onde sofrem diferenciação. São capazes de gerar respostas imunes mais vigorosas nos linfócitos T. Na ausência de infecção, elas capturam antígenos próprios sem a produção de citocinas e migram para os linfonodos, onde os apresenta para as células T. Células dendríticas plasmocitoides: São pouco fagocíticas, mas secretam uma importante quantidade de Interferon do Tipo I em infecções virais. - Após a ativação, as células dendríticas passam a ativarem linfócitos T efetores e virgens. Para isso, elas expressam na membrana uma grande quantidade de moléculas de MHC com peptídeos ligados. FASES DA INFECÇÃO POR PATÓGENOS - Na primeira etapa da infecção, um novo hospedeiro será exposto a partículas infecciosas que foram disseminadas por um indivíduo já contaminado ou que estavam presentes no ambiente. O primeiro contato ocorre por meio de superfícies epiteliais ou superfícies mucosas. Após estabelecer contato, o agente infeccioso deve determinar um foco de infecção e esse processo envolve a adesão à superfície epitelial e sua colonização ou a penetração para replicar nos tecidos -> a doença só se desenvolve quando esse foco infeccioso é estabelecido. Patógenos extracelulares Patógenos intracelulares Dissemina-se por extensão do foco infeccioso por vasos linfáticos e sanguíneos. Isso ocorre quando o sistema linfático é dominado pela carga infecciosa. Dissemina-se de célula em célula pelo contato direto intercelular e reinfecção de células próximas. - A imunidade adaptativa é desencadeada quando a infecção escapa ou domina a defesa inata e gera grande quantidade de antígenos. Produção de células T efetoras antígenos- específicas e células B secretoras de anticorpos por expansão clonal e diferenciação por vários dias. Durante esse período a resposta induzida pela imunidade inata continuam funcionando Por fim, as células T antígenos-específicas e os anticorpos são liberados no sangue e podem chegar ao local de infecção. - A resp. imune adaptativa, além de eliminar o agente infeccioso, deve ser capaz e eficaz em prevenir uma reinfecção. CITOCINAS PRODUZIDAS DURANTE A INFECÇÃO - As citocinas produzidas dependem de como os microrganismos influenciam nas células da imunidade inata e nas APCs. No início da infecção é produzida pouca IL-6 ou qualquer outra citocina que induza a diferenciação da célula T. A subpopulação de células T efetoras produzidas em resposta a bactérias e fungos extracelulares é composta frequentemente por células Th 17. Essas células deixam o linfonodo e migram para os pontos infecciosos distantes, onde encontram os antígenos do patógeno e são estimuladas a sintetizar e liberar citocinas, como membros na família IL-17, a qual induz células locais a secretarem citocinas e quimiocinas que atraem neutrófilos. - Células Th17: amplificam a inflamação aguda nos locais de infecção e recrutam leucócitos, em especial neutrófilos, para o local da infecção; CÉLULAS T EFETORAS E ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS T - A completa ativação das células T virgens levam de 4 a 5 dias. Células T efetoras e outros leucócitos migram através dos vasos sanguíneos nos tecidos periféricos através da ligação às célulasendoteliais que foram ativadas por citocinas produzidas em resposta à infecção nestes tecidos. - A ativação inicial dos linfócitos T virgens ocorre principalmente nos órgãos linfoides secundários, pelos quais essas células normalmente circulam e podem encontrar os antígenos pelas células dendríticas maduras. Fases da resposta das células T 1. Reconhecimento de antígenos apresentados pelas APC (Via Mhc): Quando os linfócitos reconhecem os complexos de peptídeos MHC exibidos pelas APCs, eles podem responder apenas aos antígenos proteicos ou os agentes químicos ligados a proteínas. 2. Processo de ativação dos linfócitos: transdução de sinais, ativação de vias bioquímicas, ativação de fatores de transcrição e produção de citocinas 3. Expansão clonal: A células ativada passa a produzir grande quantidade de IL-2, que irão agir sobre a própria célula, fazendo com que ela se prolifere. A célula com especificidade para determinado antígeno passa de 1 a milhões 4. Diferenciação: Diferentes estímulos fazem com que as células T ativadas passem a produzir citocinas diferentes, específicas, se diferenciando em subgrupos TH1, TH2, TH17, etc. Essa diferenciação depende da forma como a célula T foi ativada. - A ativação dos linfócitos T dependem do reconhecimento do complexo peptídeo-MHC das APC (1ºSinal) e também dos sinais fornecidos por moléculas coestimuladoras das APC (2ºsinal). Na ausência de coestimuladoras, as células T não respondem aos antígenos e entram em um estado de anergia > É o que ocorre no caso de reconhecimento de antígenos próprios, os quais não induzem a produção de coestimuladores. CÉLULAS DE MEMÓRIA - Respostas imunes a um antígeno mediadas por células T normalmente resultam na geração de células T de memória específicas para esse antígeno, que pode persistir por anos, mesmo por toda a vida. As propriedades que definem as células de memória são sua capacidade para sobreviver tranquilamente após a eliminação do antígeno e preparar respostas maiores e melhores para antígenos do que células imaturas. As células de memória expressam níveis aumentados de proteínas antiapoptóticas, que podem ser responsáveis por sobrevivência prolongada (meses ou anos). A manutenção das células de memória é dependente de citocinas (principal é a IL-7), mas não requer o reconhecimento do antígeno. DECLÍNIO DAS RESPOSTAS DAS CÉLULAS T - As respostas das células T diminuem após a eliminação do antígeno retornando assim o sistema para o repouso. O declínio acontece em grande parte porque os sinais para a continuação e ativação dos linfócitos também são eliminados. Quando uma infecção é efetivamente eliminada pelo sistema imune adaptativo, ocorrem dois eventos As ações das células efetoras removem o estímulo específico que originalmente as recrutou. Na ausência desse estímulo, elas, então, sofrem "morte por negligência' e são removidas por apoptose. As células em apoptose são rapidamente eliminadas pelos macrófagos, os quais reconhecem o lipídeo de membrana fosfatidil serina. Esse lipídeo é normalmente encontrado apenas na superfície interna da membrana plasmática, mas nas células apoptóticas ele rapidamente se redistribui para a superfície externa, onde pode ser reconhecido por receptores específicos em várias células. Assim, o final da infecção leva não somente à remoção do patógeno, mas também à perda da maioria das células efetoras específicas para o patógeno Porém, algumas células efetoras são retidas e funcionam como matéria prima para as células T e B de memória. As células T de memória são mantidas para sempre. IMUNIDADE HUMORAL - Os linfócitos B são ativados pelos antígenos (proteicos ou não) e secretam anticorpos que atuam na eliminação dos antígenos. Respostas das células B aos antígenos proteicos requerem a contribuição das células T auxiliares CD4+ especificas para o antígeno. - A retroalimentação de anticorpos é um mecanismo pelo qual as respostas imunes humorais são negativamente reguladas quando houver produção suficiente de anticorpo e ocorre a formação de complexos antígeno-anticorpo SISTEMA LINFÁTICO - O sistema linfático contribui para a homeostasia ao drenar o líquido intersticial, bem como ao fornecer os mecanismos de defesa contra doenças. Esse sistema é responsável pela imunidade adaptativa e está intimamente ligado ao sistema circulatório. - Esse sistema consiste em um líquido chamado linfam em vasos linfáticos que transportam a linfa, em diversas estruturas e órgãos que contêm tecido linfático (linfócitos dentro de um tecido de filtragem), e em medula óssea. A maior parte dos componentes do plasma sanguíneo é filtrada pelas paredes dos capilares sanguíneos para formar o líquido intersticial (entre as células). Depois de o líquido intersticial passar para os vasos linfáticos, é chamado de linfa. Assim, a principal diferença entre esses dois líquidos é a localização. - O sistema linfático tem 3 funções principais: 1. Drenar o excesso de líquido intersticial dos espaços teciduais e o devolver ao sangue. Sem essa função a manutenção do volume de sangue circulante não seria possível. 2. Transportar lipídios oriundos da dieta 3. Desempenhar respostas imunes: o tecido linfático inicia respostas altamente específicas dirigidas contra microrganismos ou células anormais específicas. VASOS LINFÁTICOS E CIRCULAÇÃO DA LINFA - Os vasos linfáticos começam como capilares linfáticos, localizados nos espaços entre as células e são fechados em uma das extremidades. Esses capilares se unem para formas vasos linfáticos maiores, que se assemelham em estrutura a pequenas veias, mas têm paredes mais finas e mais válvulas. Ao longo dos vasos linfáticos, a linfa flui pelos linfonodos, órgãos encapsulados em forma de feijão que consistem em massas de linfócitos B e T. Na pele, os vasos linfáticos se encontram no tecido subcutâneo e geralmente acompanham as veias; já os vasos das vísceras geralmente acompanham as artérias, formando plexos em torno delas. Tecidos que não possuem capilares linfáticos: tecidos avasculares (p.ex. cartilagem e epiderme), SNC, parte do baço e a medula óssea. CAPILARES LINFÁTICOS - Possuem maior permeabilidade do que os capilares sanguíneos e assim, conseguem absorver moléculas grandes como as proteínas e os lipídios. Também possuem um diâmetro um pouco maior e a estrutura unidirecional que possibilita que o líquido intersticial flua para dentro, mas não para fora. As extremidades das células endoteliais que formam a parede do capilar linfático se sobrepõem e, quando a pressão é maior no líquido intersticial do que na linfa, as células se separam discretamente, e o líquido intersticial entra no capilar linfático. Quando a pressão é maior no interior do capilar linfático, as células aderem mais entre si e a linfa não consegue retornar. A pressão é aliviada conforme a linfa se move adiante pelo capilar linfático. - Ligados aos capilares estão os filamentos de ancoragem, os quais possuem fibras elásticas e se estendem para fora do capilar linfático, anexando as células do capilar aos tecidos circundantes. Quando ocorre acúmulo de líquido intersticial e causa edema do tecido, esses filamentos são puxados, aumentando ainda mais a abertura entre as células para o líquido fluir para o capilar. TRONCOS E DUCTOS LINFÁTICOS - Quando os vasos linfáticos saem dos linfonodos em uma dada região do corpo, eles se unem para forma troncos linfáticos. Os principais troncos são: Lombar: drena linfa dos membros inferiores, da parede e vísceras da pelve, dos rins, das glândulas suprarrenais e da parede abdominal. Intestinal: drena linfa do estômago, intestinos, pâncreas, baço e parte do fígado. Broncomediastinal:drenam a linfa da parede torácica, pulmão e coração. Subclávio: drenam os membros superiores. Jugular: drenam a cabeça e o pescoço. - A linfa passa dos troncos linfáticos para 2 canais principais, o ducto torácico e o ducto linfático direito, e em seguida drena para o sangue venoso. Ducto torácico (linfático esquerdo): tem entre 38 e 45 cm c inicia como uma dilatação chamada de cisterna do quilo anterior à vértebra LII; é o principal ducto para retorno da linfa ao sangue e recebe linfa do lado esquerdo da cabeça, pescoço, tórax, membro superior esquerdo e todo o corpo abaixo das costelas. Ducto linfático direito: tem cerca de 1,2 cm e recebe linfa do lado superior direito do corpo. FORMAÇÃO E FLUXO DA LINFA - As proteínas que saem do plasma sanguíneo não conseguem retornar ao sangue por difusão, devido ao gradiente de concentração. Porém, as proteínas conseguem se mover facilmente através dos capilares linfáticos. Assim, uma importante função dos vasos linfáticos é devolver as proteínas plasmáticas perdidas e o plasma à corrente sanguínea. A linfa drena para o sangue venoso pelo ducto linfático direito e pelo ducto torácico na junção entre as veias jugular interna e subclávia. Assim, o fluxo é: - Esse fluxo da linfa é mantido por 2 bombas: 1. Bomba de músculo esquelético: as contrações do M. esquelético comprimem os vasos linfáticos e força a linfa em direção a junção das veias jugular interna e subclávia. 2. Bomba respiratória: durante a inspiração, a linfa flui da região abdominal (pressão maior) para a torácica. Durante a expiração as pressões se invertem e as válvulas dos vasos linfáticos evitam o refluxo da linfa. Capilares sanguíneos (sangue) → espaços intersticiais (líquido intersticial) → capilares linfáticos (linfa) → vasos linfáticos (linfa) → ductos linfáticos (linfa) → junção entre as veias jugular interna e subclávia (sangue). ÓRGÃOS E TECIDOS LINFÁTICOS - São classificados em 2 grupos: 1) Órgãos linfáticos primários: locais em que as células-tronco se dividem e se tornam imunocompetentes (capazes de elaborar resposta imune). São a medula óssea, que origina os linfócitos B maduros e as células pré-T, e o timo, onde as células pré-T se tornam maduros. 2) Órgãos e tecidos linfáticos secundários: locais onde ocorrem a maior parte das respostas imunes. Incluem os linfonodos, baço e nódulos/folículos linfáticos. O timo, linfonodos e baço são considerados órgãos pois são circundados por uma cápsula de tecido conjuntivo. Timo - É um órgão bilobado; possui um córtex composto por uma grande quantidade de linfócitos T e células dendríticas dispersas. A medula do timo consiste em linfócitos T mais maduros e amplamente dispersos. Baço - É uma estrutura oval e é a maior massa isolada de tecido linfático do corpo, com cerca de 12 cm. Possui 2 tipos diferentes de tecidos, chamados de polpa branca (linfócitos e macrófagos) e polpa vermelha (seios venosos cheios de sangue). Linfonodos - Existem cerca de 600 linfonodos localizados ao longo dos vasos linfáticos espalhados por todo o corpo, tanto superficial quando profundamente. Geralmente ocorrem em grupos, como os presentes perto das glândulas mamárias, axilas e virilha. Sua cápsula de tecido conjuntivo forma trabéculas, as quais dividem o linfonodo em compartimentos, fornecem suporte e proporcionam uma via para os vasos sanguíneos até o interior de um linfonodo. O que acontece com as substâncias estranhas da linfa que entram em um linfonodo? - O parênquima do linfonodo é dividido em córtex superficial e medula profunda. O córtex é dividido em: Externo: possui os nódulos linfáticos primários, que são agregados de linfócitos B, e os nódulos linfáticos secundários, que se formam em resposta a um antígeno e são locais de formação de plasmócitos e linfócitos B de memória. Interno: consistem em linfócitos T e células dendríticas que entram no linfonodo a partir de outros tecidos. - A medula profunda contém linfócitos B, plasmócitos produtores de anticorpos que migraram do córtex para a medula, e macrófagos. - Dentro do linfonodo, a linfa entra nos seios (canais irregulares e ramificados). Assim, os linfonodos funcionam como uma espécie de filtro, onde as substâncias estranhas são capturadas pelas fibras reticulares nos seios do linfonodo. Em seguida os macrófagos destroem algumas substâncias estranhas por fagocitose, enquanto os linfócitos destroem outras por meio da resposta imune. Como há muitos vasos linfáticos aferentes que trazem linfa para o linfonodo e apenas um ou dois eferentes que transportam a linfa do linfonodo, o fluxo lento da linfa dentro dos linfonodos possibilita tempo adicional para a linfa ser filtrada. Nódulos linfáticos - Aqueles presentes nas túnicas mucosas que revestem os sistemas digestório, urinário e genital e as vias respiratória, são chamados de tecido linfoide associado à mucosa (MALT). Os exemplos são as tonsilas na região da faringe os nódulos presentes no apêndice vermiforme. CORTICOSTEROIDES - Os glicocorticoides foram sintetizados pela primeira vez no final da década de 1930 por Edward Kendall e Tadeus Reichstein. Possuem em sua estrutura um núcleo esteroide formado por 4 anéis com 17 átomos de carbono que remetem ao seu precursor, a molécula de colesterol. - Tanto os corticosteroides naturais como os sintéticos são utilizados em doses muito altas no tratamento de uma variedade de distúrbios inflamatórios e imunológicos. Os glicocorticoides são os principais na função imune, sendo que o mais conhecido é p cortisol. - Os glicocorticoides reduzem radicalmente as manifestações da inflamação, devido aos seus efeitos na concentração, distribuição e função dos leucócitos. Além disso, eles possuem efeitos supressores nas citocinas e quimiocinas inflamatórias. Após a administração de uma dose única de glicocorticoide de ação curta, a concentração de neutrófilos na circulação aumenta, ao passo que ocorre redução dos linfócitos (células T e B), monócitos, eosinófilos e basófilos. O aumento da contagem de neutrófilos ocorre devido ao seu maior influxo para o sangue a partir da medula óssea e sua migração reduzida dos vasos sanguíneos, com consequente redução no número de células no local de inflamação. - Os glicocorticoides também inibem as funções dos macrófagos teciduais e de outras células apresentadoras de antígeno. Tanto os macrófagos como os linfócitos produzem menos interleucina-12 e interferona- Y. Eles também inibem a fosfolipase A2, reduzindo a síntese do fator de ativação das plaquetas. Também provocam vasoconstrição quando aplicados diretamente à pele, possivelmente ao suprimir a desgranulação dos mastócitos. Além disso, diminuem a permeabilidade capilar ao reduzir a quantidade de histamina liberada dos basófilos e mastócitos. FARMACOCINÉTICA - Os esteroides farmacêuticos são sintetizados a partir do ácido cólico obtido de bovinos. Quando administrados por via oral, os corticosteroides sintéticos são absorvidos com rapidez e de modo completo. - A ação dos esteroides sintéticos é semelhante ao do cortisol, ou seja, eles se ligam a proteínas receptoras intracelulares específicas e produzem os mesmos efeitos. O mecanismo de controle envolve pelo menos 4 mecanismos operantes sobre o núcleo. Exemplo: a fosforilação pela PKC induzida pelo receptor de glicocorticoides ligado ao seu ligante e depois a liberação da proteína anexina A1, a qual tem potentes efeitos inibitórios no tráfico de leucócitos e outras ações anti-inflamatórias. PRINCIPAIS AÇÕES Linfócitos T: os glicocorticoides vão inibir a ativação, proliferação e sobrevida destas células, através da redução da ativação de células T-helper (Th), redução da expansãoclonal das células T, e “troca” da resposta imune do tipo Th1 para Th2. Também reduzem a produção de citocinas como IL-2. Linfócitos B: possuem papel na imunidade humoral; os glicocorticoides reduzem a produção de IgG e de células B, pois induz a apoptose de seus progenitores. Neutrófilos: os glicocorticoides vão suprimir a migração de neutrófilos durante a resposta inflamatória, pois reduzem a expressão de moléculas de adesão, incluindo L-selectina, VLA4, LFA1 e Mac1, na superfície deles. TOXICIDADE - Os principais efeitos indesejáveis dos glicocorticoides resultam de suas ações hormonais, produzindo o quadro clínico da síndrome de Cushing (redistribuição da gordura corporal). Isso porque eles causam a redução da captura e utilização da glicose. A gordura tende a ser redistribuída dos membros para o tronco, a nuca e a fossa supraclavicular. - Quando são utilizados em um curto período de tempo (< 2 semanas), não é comum observar a ocorrência de efeitos colaterais graves. Entretanto, em alguns casos, observa-se ocorrência de insônia e alterações do comportamento. - Quando se administram corticosteroides por mais de duas semanas, pode ocorrer supressão suprarrenal. REPARAÇÃO TECIDUAL - As consequências da inflamação aguda podem ser modificadas pela natureza e intensidade da lesão, pelo local e tecido afetado e pela habilidade do hospedeiro de montar uma resposta. Sendo assim, ela pode desenvolver 03 resultados gerais: 1. Resolução: - Regeneração e reparo, ou seja, quando a lesão é limitada ou breve, onde há pouca ou nenhuma destruição tecidual e quando o tecido é capaz de se regenerar, o resultado normal é a restauração a uma normalidade estrutural e funcional. Antes que esse processo de resolução se inicie, a resposta inflamatória aguda tem de ser terminada, o que envolve: Neutralização Decomposição ou degradação enzimática dos vários mediadores químicos Normalização da permeabilidade vascular Cessação da emigração de leucócitos, com subsequente morte (por apoptose) dos neutrófilos extravasados. - Além disso, os leucócitos começam a produzir mediadores que inibem a inflamação. Dessa forma, a combinação de drenagem linfática e ingestão dos restos necróticos pelos macrófagos resultam em remoção do líquido de edema, das células inflamatórias e dos detritos do local. Os leucócitos secretam citocinas que iniciam o processo subsequente de reparo, no qual novos vasos sanguíneos crescem dentro do tecido lesado para fornecer nutrientes, os fatores de crescimento estimulam a proliferação dos fibroblastos que secretam colágeno para preencher os defeitos, e as células teciduais residentes proliferam para restaurar a integridade estrutural. 2. Inflamação crônica - Pode suceder a inflamação aguda se o agente nocivo não é removido. Em alguns casos, os sinais de inflamação crônica podem estar presentes desde o início da lesão: Em infecções virais Ou respostas imunes a antígenos próprios - Dependendo da extensão da lesão inicial e da sua continuidade, bem como da capacidade de regeneração dos tecidos afetados, a inflamação crônica pode ser sucedida pela restauração da estrutura e função normal ou resultar em cicatrização. 3. Cicatrização - É o tipo de reparo que ocorre após destruição tecidual substancial, quando a inflamação atinge tecidos que não se regeneram e são substituídos por tecido conjuntivo. Em órgãos nos quais ocorrem depósitos extensos de tecido conjuntivo, na tentativa de curar a lesão ou como consequência de inflamação crônica, o resultado é a fibrose, que pode comprometer significativamente a função. Apesar da cicatriz fibrosa não realizar a função das células perdidas, ela fornece estabilidade estrutural suficiente para tornar o tecido lesado hábil nas suas funções. O termo fibrose é usado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões, fígado, rins e outros órgãos, resultante da inflamação crônica, ou no miocárdio após extensa necrose isquêmica (infarto). - Essa formação da cicatriz consiste em um processo sequencial que segue a resposta inflamatória: 1) Formação de novos e delicados capilares de paredes finas (angiogênese) em MEC frouxa. 2) Migração e proliferação de fibroblastos e deposição de tecido conjuntivo que, junto com a abundância de vasos e leucócitos dispersos, tem aparência granular e rósea, sendo chamado de tecido de granulação. 3) Maturação e reorganização do tecido fibroso (remodelamento) para produzir uma cicatriz fibrosa estável. Progressivamente, o tecido de granulação acumula mais fibroblastos que depositam colágeno, resultando na cicatriz. - O reparo se inicia dentro de 24 horas da lesão por migração dos fibroblastos e indução de proliferação dos fibroblastos e células endoteliais. VISÃO GERAL DO REPARO TECIDUAL - A capacidade de reparo causada por lesões tóxicas e inflamação é muito importante para a sobrevivência do nosso corpo. A resposta inflamatória a micróbios e tecidos lesados não serve só para eliminar esses perigos, mas também inicia o processo de reparo. O reparo, muitas vezes chamado de cura, se refere à restauração da arquitetura e função do tecido após a lesão. Ocorre por 2 tipos de reações: Regeneração do tecido lesado: alguns tecidos são capazes de substituir células lesadas e retornar ao estado normal. Ocorre pela proliferação de células residuais e é típico em epitélios que se dividem rapidamente (p.ex. pele). Formação de cicatriz pela deposição de TC CURA DE FERIDAS CUTÂNEAS - É um processo que envolve a regeneração do epitélio e a formação de cicatriz de TC. Dependendo da natureza e do tamanho da ferida, a cura de feridas cutâneas pode ocorrer por: Primeira intenção - O reparo de uma incisão cirúrgica limpa não infectada, aproximada por suturas cirúrgicas. Esse tipo de cicatrização é denominado cura por união primária ou por primeira intenção. A incisão provoca apenas ruptura local da continuidade da membrana basal e morte de um número limitado de células epiteliais e células do tecido conjuntivo. - Como resultado, a regeneração epitelial é o principal mecanismo do reparo. Uma pequena cicatriz é formada, o estreito espaço da incisão é preenchido por um coágulo sanguíneo contendo fibrina que é rapidamente invadido pelo tecido de granulação e coberto por um novo epitélio. As etapas desse processo são bem definidas: 24 h: neutrófilos aparecem na borda da incisão migrando em direção ao coágulo. 24-48 h: células epiteliais de ambas as margens migram e proliferam. 3º dia: neutrófilos substituídos por macrófagos e o tecido de granulação invade o espaço da incisão. 5º dia: neovascularização máxima; fibras colágenas abundantes; epiderme recupera a espessura normal. Segunda semana: infiltrado leucocitário e edema diminuem; aumento da deposição de colágeno dentro da cicatriz e regressão dos canais vasculares. Fim do primeiro mês: cicatriz coberta por epiderme normal. Segunda intenção - Quando a perda de células e de tecido é mais extensa, como nas grandes feridas, nos locais de formação de abscessos, nas ulcerações e na necrose isquêmica de órgãos (infarto), o processo de reparo torna-se mais complexo e envolve uma combinação de regeneração e cicatrização. Na cura por união secundária, a reação inflamatória é mais intensa, com formação de abundante tecido de granulação, acumulação de MEC e formação de uma grande cicatriz, seguida por contração da ferida mediada pela ação dos miofibroblastos. As principais diferenças em relação à por 1ª intenção são: Uma crosta maior rica em fibrina se forma na superfície da ferida. Defeitos teciduais maiores requerem maior volume de tecido de granulação para preencher os espaçose fornece suporte para a reepitelização. A cura por união secundária envolve a contração (miofibroblastos) da ferida -> dentro de 6 semanas, grandes defeitos cutâneos podem ser reduzidos de 5-10% do seu tamanho original, em grande parte pela contração.
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