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Vigilância em Saúde AULA 2 – ESTRUTURA EPIDEMIOLOGICA E CAUSALIDADE Epidemiologia • O principal objetivo da epidemiologia é prevenir doenças e promover saúde • Para que isso seja possível, é necessário conhecer as causas das doenças e agravos à saúde e as maneiras pelas quais podem ser modificados. VARIAVEIS EPIDEMIOLÓGICAS Indicadores de saúde • Mortalidade/sobrevivência • Morbidade/gravidade/incapacidade funcional • Indicadores nutricionais • Indicadores demográficos • Indicadores sociais • Indicadores ambientais • Serviços de saúde • Indicadores positivos de saúde Indicadores demográficos • Esperança de vida • Níveis de fecundidade • Níveis de natalidade • Sexo • Idade Indicadores sociais • Renda per capita • Distribuição de renda • Taxa de analfabetismo • Crianças em idade escolar fora da escola • IDH Indicadores ambientais • Abastecimento de água e esgoto • Coleta de lixo • Condições de moradia ESTRUTURA EPIDEMIOLOGICA Produção de conhecimento: causa, situação doença (onde, quando, como), impacto econômico Intervenções: controle e prevenção, avaliação. CAUSA DA DOENÇA Evento, condição, característica ou uma combinação de fatores que desempenham papel importante no desenvolvimento de um desfecho em saúde. • Fatores genéticos • Fatores ambientais • Múltiplos fatores Cadeia de causas: na qual um fator leva a outro ate que eventualmente, o agente patogênico especifico torna-se presente no organismo, causando danos. Isto pode, também ser chamado de hierarquia de causas. FATORES NA CAUSALIDADE Fatores predisponentes: idade, sexo, herança genética Fatores capacitantes ou incapacitantes: pobreza, dieta insuficiente, condições de moradia inadequadas, atendimento médico precário. Fatores precipitantes: exposição a um agente especifico ou agente nocivo Fatores reforçadores: exposição repetida, condições ambientais e de trabalho inadequadas. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLOGICA: ORGANIZAÇÃO, FUNCIONAMENTO E IMPORTÂNCIA Histórico: • Lições da varíola o Matou quase 500 milhões de pessoas somente no século XX o Uma das enfermidades mais devastadoras da história da humanidade o Considerada erradicada pela organização mundial de saúde (OMS) em 1980 o Erradicação: somente seres humanos hospedeiros, só há um sorotipo, vacina eficaz e por ter sido adotada uma estratégia para erradicação CAMPANHA DE ERRADICAÇÃO DA VARÍOLA DÉCADA DE 60/70 • Busca ativa de casos de varíola • Detecção precoce de surtos • Bloqueio imediato de transmissão da doença • Fundamental para erradicação da varíola em escala mundial • Base para organização de sistemas de vigilância epidemiológica CONCEITO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Processo de adoecimento • Vigilância epidemiológica o Doenças transmissíveis LEI 6.259/75 Art. 2° a ação de vigilância epidemiologia compreende as informações, investigações e levantamento necessário à programação e à avaliação das medidas de controle de doenças e situações de agravos à saúde. Vigilância epidemiológica no Brasil A lei n° 6.259, de 1975, que criou o SNVE, definiu epidemiologia como o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, em todo momento, o comportamento ou história natural da doença, detectar ou prever mudança que possa ocorrer por alterações dos fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunidade, sobre bases firmes, as medidas indicadas eficientes, que levam à prevenção e ao controle de doença. 1990: sistema de informação de agravos de notificação – SINAN LEI 8.080/90. Art. 6° §2°entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos. DECRETO. 78.231/7 Art. 5°- As ações de vigilância epidemiológica serão da responsabilidade imediata de uma rede especial de serviços de saúde, de complexidade crescente, cujas unidades disporão do meio para: I. Coleta das informações básicas necessárias ao controle de doenças II. Diagnóstico das doenças que estejam sob notificação compulsória III. Averiguação da disseminação de doença e determinação da população de risco IV. Proposição e execução das medidas de controle pertinentes V. Adoção de mecanismos de comunicação e coordenação do sistema. Vigilância epidemiológica: IMPORTÂNCIA • Monitorar tendencias • Monitorar o progresso em direção ao controle dos objetivos • Estimar o tamanho do problema de saúde (magnitude) • Detectar surtos, epidemias de doenças • Avaliar intervenções e programas de controle e preventivos • identi Organização da VE: as leis orgânicas da saúde (8.080/90 e 8.142/90) trataram a descentralização como uma prioridade para consolidação do SUS. Para que os estados e municípios se tornaram autônomos por meio de descentralização da gestão das ações e decisões de saúde • nacional: ministério da saúde, conselho nacional de saúde. • Central estadual: secretaria estadual de saúde, conselho estadual de saúde • Municipal: secretaria municipal de saúde, conselho municipal de saúde • Local: centro de saúde unidade mista, posto de saúde, hospital, ambulatório, consultório médico, laboratório, escola, extensão rural. Funções da vigilância epidemiológica: reunir a informação necessária, e atualizada (busca e coleta de dados) processar, analisar e interpretar dados (processamento de dados e análise de informações). Recomendar a realização de ações, medidas de controle que possam ser imediatas, a média e a longo prazo (divulgação de informação e indicação de medidas adequadas de controle). Avaliação; Principais fontes de dados • Notificação compulsória de dados [de acordo com a lista de doenças de notificação compulsória] • Prontuários médicos • Atestados de óbito e registro de anatomia patológica • Resultados de laboratório • Registro de banco de sangue • Investigação de casos, surtos/epidemias [investigação epidemiológica] • Inquérito comunitário • Distribuição de vetores e reservatórios • Uso de produtos biológicos • Noticias veiculadas na imprensa (jornais e outros meios de comunicação) Notificação • Notificação é a comunicação, pelos meios adequados e disponíveis, de doenças ou agravos às autoridades sanitárias. • Notificação compulsória, que é caracterizada por uma lista nacional de doenças e agravos que devem ser notificados obrigatoriamente • Todos os profissionais de saúde e os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino tem obrigação legal de notificar as doenças e agravos de notificação compulsória • Conter dados fidedignos (formulários apropriados) • Realizar em intervalos regulares (notificação dentro do prazo) Fontes de notificação Serviços públicos de saúde (SUS), que também é responsável pela V.E e pelos programas de saúde (PNI, PSF, ACS, etc...) Unidades “sentinelas”> essas podem ser: médicos, hospitais, clínicas ou mesmo indivíduos que, por apresentarem a maior probabilidade de contato com a maioria dos casos, com designados pelo sistema para servir como pronto alarme para detecção de casos e surtos. Critérios para que uma doença ou agravo seja incluído na lista de notificação compulsória: • Magnitude: aplica-se para os casos de doenças que aparecem com alta frequência. Ex: dengue • Potencial de disseminação: característica de algumas doenças transmitidas por vetores com elevado poderde transmissão. Ex: dengue, Zika. • Transcendência: relevância conferida pela severidade (medida por taxas de letalidade, de hospitalização e de sequelas), relevância social (avaliação subjetiva pelo valor dado pela população) Ex: raiva • Compromissos internacionais: há agravos ou doenças que podem ser incluídos na lista de notificação compulsória por causa de metas estabelecidas pelo governo com organismos internacionais. Armazenamento das informações: • Utilização dos dados para: o Qualidade (aferição do evento) o Representividade (subnotificação) o Série histórica (todos os eventos disponíveis) Dados utilizados pela VE Dados demográficos (população total e população compreendida pelo programa) • Grupo de idade • Zona geográfica Dados morbidade • Unidade notificadora • Dados de identificação (nome, idade, sexo, residência, profissão) • Datas do inicio da doença, notificação e da investigação • Antecedentes e data de vacinação • Lista de comunicantes (contatos) Dados de mortalidade • Fontes de informação • Unidade notificadora • Dados de identificação • Local da residência e do óbito • Antecedentes de vacinação • Lista de comunicantes (contatos) Dados do programa de controle de doenças • Numero de doses de vacinas • Cobertura vacinal • Percentual de unidades com notificação regular • Retroalimentação • Apoio laboratorial TIPOS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA • Passiva • Ativa • Especializada • Sindrômica Vigilância epidemiológica passiva • Histórias clínicas de hospitais, ambulatórios, policlínicas e consultórios • Informes de consultas externas e serviços de urgência • Informes de consultas em hospitais privados • Registro de notificação de doenças transmissíveis de notificação obrigatória • Certificados de óbitos • Anuários de estatísticas vitais • Anuários demográficos • Protocolos de necropsia e de medicina legal Vigilância epidemiologia ativo • Os sistemas ativos de V.E requerem contato, a intervalos regulares, entre os departamentos de saúde e as fontes de informação, geralmente constituídas por clínicas publicas e privadas, laboratórios e hospitais, ou ainda por meio de visitas domiciliares e comunitárias • os sistemas ativos de coleta de informação permitem um melhor conhecimento do comportamento dos agravos à saúde na comunidade, tanto em seus aspectos quantitativos como qualitativos. Vigilância especializado • Refere-se a vigilância de doenças e outros problemas de saúde em forma particular, devido à compromissos internacionais ou prioridades nacionais, como programa de erradicação, eliminação e controle • Este tipo de V.E geralmente utiliza articuladamente a V.E ativa e passiva Vigilância epidemiológica sindrômica • utiliza dados que não são diagnósticos da doença mais podem indicar estagio precoce de um surto • a vigilância sindrômica para a detecção precoce de um surto é uma abordagem investigativa onde o pessoal dos serviços de saúde, apoiados por dados adquiridos e automatizados e que geram sinais estatísticos, monitoram continuamente (em tempo real) ou pelo menos diariamente (próximo do tempo real) para detectar surtos de doenças cedo [precoce] e o mais completo do que tem sido possível através dos métodos tradicionais da saúde pública. Investigação epidemiológica • doença de notificação compulsória • numero de casos maior que a frequência habitual • fonte comum de infecção • evolução severa • doença conhecida na região • informações inadequadas ou insuficientes as investigações obtidas, analisando os dados colhidos em investigação, necessárias para o controle de surtos são: 1. distribuição dos casos por faixa etária 2. distribuição espacial dos casos [residência, baixo, município]; 3. grupo populacionais de maior risco 4. medidas de controle na área 5. distribuição dos casos no tempo 6. situação das medidas tomadas sobre o caso [Ex: situação vacinal dos casos] avaliação a avaliação deve estar presente em todos os níveis dos sistemas e levar em consideração: 1. a importância em saúde publica de determinado evento 2. a utilidade e custos do sistema de V.E 3. a qualidade do sistema de V.E medida através da sensibilidade, representatividade, oportunidade, simplicidade, flexibilidade e aceitabilidade. Questões que servem para avaliar a utilidade do sistema de V.E: 1. detecta tendencias ou situações de risco? 2. Detecta surtos/epidemias: 3. Fornece estimativas quantitativas da morbidade e mortalidade? 4. Identificar os fatores de risco envolvidos na ocorrência da doença? 5. Permite a avaliação dos efeitos das medidas de controle? 6. Estimula a investigação epidemiológica para auxiliar no controle da prevenção? Estratégias: controle de vetores • Programa nacional de apoio ao combate às doenças transmitidas pelo Aedes (pronaedes) • Foi instituído em 2016, pela lei 13.301, em substituição ao programa nacional de controle de dengue (PNCD) • Entretanto, com a emergência de chicungunha e Zika no brasil, foi necessário criar um programa que previsse, de forma geral, o controle das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1. Qual os critérios da investigação epidemiológica 2. Qual o papel dos profissionais da saúde em relação a notificação compulsória? 3. Qual a diferença entre vigilância epidemiológica ativa e passiva? 4. Ressalte o papel da enfermagem sobre os dados relacionados a morbidade, investigados na vigilância epidemiológica 5. Qual a relação entre as unidades sentinelas e o SINAN? 6. Discorra sobre a necessidade de criação do SNVE
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