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AULA 8 - CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM NASCIDO E A CRIANÇA (ASMA e diarreia)

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Cuidado Integral ao 
recém-nascido e à criança 
AULA 8 – ASMA 
Aspectos clínicos 
A asma é uma doença inflamatória crônica 
associada à hiper-reatividade brônquica 
caracterizada pelo desenvolvimento de uma reação 
alérgica a agentes extrínsecos e intrínsecos. 
Causa edema da mucosa e produção de muco 
Mais comum da infância, pode ocorrer em 
qualquer idade 
 
Sinais e Sintomas 
• Tosse 
• Dispneia 
• Sensação de constrição do tórax 
• Sibilos chiados 
 
 
 
Aspectos epidemiológicos 
• A prevalência da asma (inclusive a da asma 
grave) é alta em vários 
• países, com impacto relevante na saúde 
pública global. 
• As populações com maior prevalência de 
asma (> 20% em crianças) estão em países 
de língua inglesa e na América Latina. 
• O Brasil é um dos países com maior 
prevalência de asma em crianças, com 
• altas taxas de asma grave. 
• Regiões Norte/Nordeste (populações 
menos abastadas) e Sudeste 
• (população mais abastada) apresentaram as 
maiores taxas de hospitalizações por asma 
e de óbitos por asma em pacientes 
hospitalizados, respectivamente. 
• Os estados do Pará (região Norte) e Bahia 
(região Nordeste) apresentaram o maior 
número de hospitalizações por asma por 
100.000 habitantes. 
 
Podem apresentar períodos assintomáticos 
alternando com exacerbações agudas de 
poucos minutos a várias horas ou dias de 
duração. 
 
• Extrínseco: Polén, poeira, pelos de animais 
• Intrínseco: Associadas a infecções por vias 
aéreas superiores 
 
ATENÇÃO!!! 
Deflagradores comuns dos 
sinais/sintomas 
• Irritantes das vias respiratórias (p. Ex., 
Umidade da casa, poluentes do ar, frio, calor, 
mudanças de tempo, odores ou perfumes 
fortes, fumaça, exposição ocupacional) 
• Alimentos (p. EX, frutos do mar, nozes) 
• Exercício físico, estresse, fatores hormonais, 
medicamentos, infecções virais das vias 
respiratórias e refluxo gastresofágico. 
 
Fisiopatologia 
Fatores atuam na limitação do fluxo de ar: Edema 
das vias respiratórias Hipersecreção de muco e 
formação de tampões ou rolhas de muco. 
 
 
Reação inflamatória reversível e difusa das vias 
respiratórias leva a estreitamento prolongado das 
vias por: broncoconstrição e edema, hiper-
responsividade 
 
 
 
 
 
Exames 
Durante os episódios agudos 
• Exames de escarro 
• Exame de sangue :contagem de eosinófilos e 
níveis séricos de IgE (ambos elevados) 
• Oximetria de pulso 
• Gasometria arterial (GA) 
 
Complicações 
• Estado de mal asmático: Asma grave e 
persistente de início rápido, não responde à 
terapia convencional 
As crises podem ocorrer com pouco ou 
nenhum aviso e podem evoluir rapidamente 
para asfixia. 
• Insuficiência 
• respiratória 
• Pneumonia Atelectasia 
• Hipoxemia: devido à obstrução das vias 
respiratórias, e em desidratação, em 
consequência da sudorese. 
 
Terapia farmacológica 
Medicamentos de alívio rápido: Agonistas beta-2-
adrenérgicos de ação curta (inalatórios) Salbutamol, 
levalbuterol e pirbuterol 
 
Medicamentos de ação prolongada: 
Corticosteróides inalatórios/ sistêmicos Salmeterol, 
formoterol 
 
Assistência de enfermagem: o cuidado de 
enfermagem imediato dos clientes com asma 
depende da intensidade dos sintomas 
Avaliar o estado respiratório do cliente por meio 
de monitoramento da intensidade dos 
sinais/sintomas 
Cuidado de enfermagem centrado em minimizar a 
angustia e ansiedade “Fome de ar:] 
• Posicionar o paciente em decúbito elevado; 
• Instalar oxigenoterapia e oximetria de pulso; 
• Monitorar sinais vitais continuamente 
 
1. Obter história de reações alérgicas a 
medicamentos antes da administração das 
medicações 
2. Identificar os medicamentos que o cliente 
faz uso atualmente 
3. Administrar os medicamentos, conforme 
prescrito, e monitorar as respostas do cliente 
a esses medicamentos, incluindo qualquer 
antibiótico se o cliente tiver uma infecção 
respiratória subjacente 
4. Administrar líquidos, caso o cliente esteja 
desidratado Auxiliar no procedimento de 
intubação, se necessário, enquanto é 
realizado monitoramento rigoroso do 
cliente, mantendo a família informada. 
 
DIARREIA 
A diarréia pode ser definida pela ocorrência de três 
ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas 
últimas 24 horas 
 
Classificação: 
• Diarreia aguda aquosa: pode durar até 14 
dias e determina perda de grande volume de 
fluidos e pode causar desidratação. 
• Diarreia aguda com sangue (Disenteria): 
é caracterizada pela presença de sangue nas 
fezes. Apresenta lesão na mucosa intestinal. 
• Diarreia persistente: quando a diarreia 
aguda se estende por mais 14 dias ou mais. 
Pode provocar desnutrição e desidratação 
 
Causas: 
• As diarreias podem ter causas infecciosas 
(vírus ou bactérias), parasitárias, alérgicas, 
medicamentosas ou inflamatória intestinais. 
• Alergia ao leite de vaca, deficiência de 
lactose, apendicite aguda, uso de laxante e 
antibióticos, intoxicação aguda, uso de 
laxantes e antibióticos, intoxicação por 
metais pesados 
• As causas da diarreia aguda podem ser 
agrupadas em quatro categorias 
principais: 
o Bacterianas 
o Virais 
o Parasitárias e 
o Infecciosas 
 
 
 
Diarreia aguda – etiologia 
Bacteriana: 
• Intoxicações: ingestão de toxinas pré-
formadas produzidas por bactérias no 
alimento. Algumas toxinas são destruídas 
pelo processamento, mas outras continuam 
no alimento mesmo quando o 
microorganismo é eliminado. – Ex: toxina 
produzida pro staphylococcus aureus 
• Infecções: ingestão de bactérias 
patogênicas que colonizam o intestino e 
causam danos ao hospedeiro. – Ex: listeria 
monocytogenes, Campylobacter jejuni, 
yersínia enterocolitica e salmonella sp. 
 
 
 
Sinais e sintomas: 
• Número aumentado de evacuações de 
consistência amolecida, pastosa ou mesmo 
líquida 
• Geralmente as fezes assumem um odor 
fétido. 
• Normalmente há presença de febre. 
• Perda de energia e do apetite. 
• Algumas diarreias apresentam dor 
abdominal e cólicas 
• Náuseas e vômitos 
• Em caso graves de desidratação: Diminuição 
da diurese, irritabilidade, pele e língua secas, 
olhos fundos e sem brilho 
 
Diagnóstico 
• Anamnese 
• Exame físico 
• Testes laboratoriais 
• Analise de fezes 
 
Tratamento 
• Uso de probióticos como Floratil. 
• Evitar medicamentos para conter a diarreia 
como Imosec (cloridrato de loperamida) 
• Antibioticoterapia para as causas 
bacterianas; 
• Acompanhamento nutricional; 
• Ingerir 2 a 3 litros de água por dia 
• Deve-se evitar frituras, alimentos gordurosos 
e bebidas, doces, sucos industrializados 
• Prevenção: amamentar a criança desde 
as primeiras horas de vida, manter boa 
higiene pessoal e de alimentos e oferecer a 
imunização contra o rotavírus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Criança vitimizada 
• A notificação compulsória de violências e a 
comunicação a outras autoridades 
As unidades de saúde dos serviços públicos e 
privados devem notificar os casos de violência que 
se enquadrarem no objeto de notificação da ficha, a 
saber: 
• “Caso suspeito ou confirmado de violência 
doméstica/intrafamiliar, sexual, autoprovocada, 
tráfico de pessoas, trabalho escravo, trabalho 
infantil, tortura, intervenção legal e violências 
homofóbicas contra mulheres e homens em todas 
as idades. No caso de violência 
extrafamiliar/comunitária, somente serão objetos 
de notificação as violências contra crianças, 
adolescentes, mulheres, pessoas idosas, pessoa 
com deficiência, indígenas e população LGBT.” 
(ficha de notificação de violências interpessoais 
e autoprovocadas) 
 
Os casos suspeitos ou confirmados de violência 
contra crianças, adolescentes e também contra 
pessoas idosas devem ser notificados no SINAN e, 
além disso, é obrigatória a comunicação ao 
Conselho Tutelar e/ou Ministério Público (no caso de 
crianças e adolescentes) e ao Conselho Municipal do 
Idosoe/ou Ministério Público no caso de pessoas 
idosas. 
 
O Conselho Tutelar e o Ministério Público têm como 
atribuição verificar a situação da criança, 
adolescente ou da pessoa idosa e acionar a 
Autoridade Policial e/ou a Justiça, quando houver 
necessidade. 
 
Acolhimento 
• Pressupõe uma relação de empatia, respeito e 
confiança, por qualquer membro da equipe; 
• Requer um ambiente de privacidade e 
segurança; 
• Preferencialmente com a criança/adolescente 
sozinho (caso eles desejem), como forma de 
respeito a sua privacidade e autonomia; 
• Acompanhar o caso e proceder aos 
encaminhamentos necessários, desde a sua 
entrada no setor saúde até o seguimento para a 
rede de cuidados e de proteção social; 
• Atuar de forma conjunta com toda a equipe. 
 
 
 
 
 
Atitudes do profissional no acolhimento 
• Explicar o que acontecerá após essa escuta, 
deixando claro que tudo é pela sua proteção 
• Perguntar se a criança/adolescente deseja fazer 
alguma pergunta; 
• Colocar-se à disposição, caso ela queira procurá-
los; 
• O estabelecimento do vínculo, facilitará o 
seguimento, a condução da situação para uma 
ação terapêutica. 
o Ressignificação da Violência 
o Reforço na esperança 
o Reorganização psíquica 
 
Os cuidados relativos às crianças em situações de 
violência compreendem quatro etapas: 
 
 
Linha de cuidado – dimensões para o cuidado de 
crianças, adolescentes em situação de violencia 
 
 
 
Sinais e sintomas de violência contra crianças e 
adolescentes 
1. Dor ou coceira na área genital ou garganta 
2. Dificuldade para controlar os esfíncteres 
3. Distúrbio de aprendizagem até fracasso na 
escola 
4. Comportamento extremos de agressividade ou 
destrutividade 
5. Ansiedade ou medo ligado a determinadas 
pessoas 
6. Tiques ou manias 
7. Baixa auto-estima e autoconfiança 
8. Choro sem motivo aparente 
9. Isolamento ou apatia 
10. Distúrbios do Sono/Apetite 
11. Comportamentos sexualizados da criança, 
incompatíveis com a idade 
 
Atenção: esses sintomas não podem 
ser vistos isoladamente, fazer relação 
multicausal. 
 
 
 
 
 
 
 
Diretrizes para organização do serviço de 
referência: 
• Definir as funções, responsabilidades e 
competências de cada serviço de atenção na 
produção do cuidado e na proteção social. 
• Estabelecer normas, protocolos e fluxos em 
todos os níveis de atenção e para a rede de 
proteção social, constituída pelo sistema de 
garantia de direitos. 
• Promover a qualificação dos profissionais da 
rede de cuidados e proteção social. 
• Desenvolver ações de educação permanente 
que favoreçam habilidades e competências para 
a atenção integral a crianças e adolescentes em 
situação de violências. 
• Mapear a rede de serviços local e/ou regional 
para continuidade do cuidado, proteção e 
recuperação considerando a intersetorialidade e 
a participação social 
• Sistema único de saúde: unidades básicas de 
saúde, equipe de saúde da família (ESF), centro 
de atenção psicossocial (caps), centro de 
atenção psicossocial infantojuvenil (capsi) e 
hospital de referencia ou serviços de atenção 
especializado. 
• Sistema único da assistência social: centro de 
referência de assistência social (cras) e centros 
de referência especializado de assistência social 
• Sistema de proteção e defesa: conselho tutelar 
ou outros serviços do poder publico existentes 
no território, como o ministério público, vara da 
infância e da juventude.

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