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ABERTURA PROBLEMA 2- DRAMA

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PROBLEMA 2- ABERTURA 
AGROTÓXICOS 
- Também são chamados de praguicidas, pesticidas ou 
defensivos agrícolas. São produtos e agentes de 
processos físicos, químicos ou biológicos, destinados 
ao uso nos setores de produção, no armazenamento e 
beneficiamento de produtos agrícolas e possui 
finalidade de alterar a composição da flora ou da 
fauna como forma de preservá-las da ação danosa de 
seres vivos considerados nocivos. 
 Podem ser classificados de acordo com o tipo 
de praga a ser controlada ou com sua 
estrutura química. 
 Reclassificação toxicológica em 2019: passa a 
adotar uma forma de classificação chamado de 
GHS (Sistema Global de Classificação 
Harmonizado), o qual é um padrão indicado pela 
ONU e adotado em 53 países. Por esse modelo, os 
dados dos testes de irritação dos olhos e da pele 
foram considerados apenas como medidas de 
alerta nos rótulos e bulas aos agricultores sobre 
riscos à saúde. 
 Dessa forma, a variante usada para 
determinar o grau de toxicidade para um 
agrotóxico é a mortalidade, levando em 
conta diferentes tipos de exposição ao 
produto, sendo que, 1942 produtos foram 
avaliados e destes, 1924 foram 
reclassificados. 
Produtos 
extremamente tóxicos 
43 produtos 
Produtos altamente 
tóxicos 
79 produtos 
Produtos 
moderadamente 
tóxicos 
136 produtos 
Produtos pouco tóxicos 599 produtos 
Produtos improváveis 
de causar dano agudo 
899 produtos 
Produtos não 
classificados 
168 produtos 
TIPOS DE AGROTÓXICOS 
INIBIDORES DE COLINESTERASE 
- São utilizados amplamente no controle de insetos e 
outros parasitas, com utilidade agrícola, doméstica ou 
veterinária. Existem 29 princípios ativos 
organofosforados e 14 carbamatos. 
 Mecanismo dos efeitos tóxicos: 
- Inibe a acetilcolinesterase: Estes compostos 
inativam as enzimas acetilcolinesterase plasmática e 
eritrocitária, causando elevação nos níveis de 
acetilcolina, levando a uma síndrome colinérgica 
aguda, com o surgimento de sinais e sintomas 
muscarínicos, nicotínicos e no SNC, sendo estas 
manifestações dependentes da dose e da via de 
exposição envolvidas na ocorrência. Resulta no 
acúmulo de acetilcolina nas sinapses colinérgicas no 
SNC, periférico somático e autônomo -> Aumento da 
resposta nos receptores pós-sinápticos, nicotínicos e 
muscarínicos 
 No caso dos inseticidas carbamatos: Inibição 
reversível e a reativação da enzima é 
espontânea e rápida (menos de 24 hrs) 
 Na exposição a organofosforados: Inibição 
mais estável e a recuperação da enzima é 
mais lenta, pode levar dias ou semanas, sendo 
que a reativação depende da síntese de novas 
moléculas de acetilcolinesterase 
 
 
 
 Farmacocinética dos Carbamatos 
- São absorvidos por ingestão ou inalação e através da 
pele e mucosas, sendo que, recentemente, 
demonstrou-se que atravessam a barreira 
hematoencefálica. São lipossolúveis, o que possibilita 
uma boa distribuição em todos os meus tecidos e isso 
inclui o SNC. 
 Aldicarb (chumbinho) é um carbamato que 
possui uma elevada lipofilicidade e toxidade 
dérmica muito maior que outros carbamatos. 
 
 Farmacocinética dos Organofosforados 
- São bem absorvidas por todas as vias, sendo que é 
importante se atentar à exposição cutânea maciça 
A dose tóxica varia de acordo com o princípio 
ativo, porém, é sempre uma intoxicação 
potencialmente grave -> necessita de um 
diagnóstico rápido e intervenção terapêutica. 
pois isso pode causar um grande e grave toxicidade. A 
dificuldade de remoção destes compostos da pele e 
da roupa, pode explicar algumas intoxicações 
crônicas, assim como o uso inadequado dos EPIs para 
via respiratória e cutânea. 
 A maioria é lipofílico, o que causa um grande 
volume de distribuição e a possibilidade de 
acúmulo no tecido adiposo. 
 Manifestações clínicas agudas 
 Muscarínicas: Salivação, sudorese, 
lacrimejamento, bradicardia, miose, vômitos e 
diarreia >> percebidas nos sistemas 
respiratório, gastrointestinal, cardiovascular e 
urinário, através de efeitos nas glândulas 
exócrinas e sintomas oculares. 
 Nicotínicas: Taquicardia, hipertensão, 
midríase, fraqueza muscular, podendo evoluir 
para paralisia dos músculos respiratórios >> 
surgem com efeitos na musculatura estriada e 
nos gânglios simpáticos 
 Centrais: Agitação, cefaleia, tontura, confusão 
mental, convulsões e coma. 
 Manifestações clínicas tardias 
 Síndrome intermediária: ocorre cerca de 24 e 
96 horas após a exposição >> fraqueza 
muscular acentuada dos músculos da 
respiração e do pescoço. 
 Polineuropatia tardia: pode ocorrer após 7 a 
21 dias da exposição. É causada pela morte de 
neurônios no SNC, como resultado do 
envenenamento agudo ou crônico por 
organofosfato 
 Desordens neuropsiquiátricas: Em exposição 
agudas à altos níveis ou exposições à baixas 
doses por períodos prolongados forma 
observados desordens neuropsiquiátricas por 
organosfosforados >> vão desde 
manifestações inespecíficas tais como 
sonolência, ansiedade, fadiga, até 
manifestações mais graves como delírio, 
agressividade e alucinação. 
INSETICIDAS ORGANOCLORADOS 
- Até os anos de 1970 foi amplamente utilizado, 
porém, após esse ano a maioria foi proibida ou teve 
seu uso restrito pois apresentava propriedades de 
bioacumulação, biomagnificação e persistência. 
Podem ser agrupados em 4 categorias, sendo que, no 
Brasil, os pesticidas organoclorados estão proibidos 
ou em processo de retirada programada 
 Mecanismo dos efeitos tóxicos 
- Interfere com o fluxo normal de sódio e potássio na 
membrana do axônio >> Isso causa hiperexcitação do 
SNC e resulta em perturbações dos processos metais e 
convulsões. A dose tóxica varia de acordo com o 
princípio ativa 
 Toxicidade baixa: DL50 (Dose letal capaz de 
matar 50% da população teste) -> DL50 oral 
animal > 1g/Kg 
 Toxicidade moderada: DL50 animal > 
50mg/Kg e < 1 g/Kg 
 Toxicidade alta: DL50 em animal < 50 mg/Kg 
 
 Farmacocinética 
- Todos são bem absorvidos por via oral, e por via 
dérmica a absorção é variável e depende do composto 
-> por via Inalatória é pouco absorvida. 
 São altamente lipofílicos: Permite sua 
distribuição para todo organismo; possuem 
rápida redistribuição do SNC para o sangue e 
daí para o tecido adiposo, onde se acumula. 
- Possui o metabolismo lento para alguns, como o 
DDT, e isso favorece a bioacumulação. Em 
contrapartida, outros são mais rápidos, como o 
endossulfan, e são pouco persistentes nos tecidos. 
 Manifestações clínicas 
- Logo após a ingestão: cefaleia, náuseas, vômitos, 
tremores, confusão mental, convulsão e coma. Como 
são lipossolúveis e se acumulam em tecido adiposo, a 
duração da toxicidade poderá ser demorada. 
INSETICIDAS PIRETRÓIDES 
- São inseticidas sintéticos derivados das piretrinas 
naturais, que são extraídas das flores de crisântemo. 
Podem ser divididos em 02 grupos: 
1. Tipo I: Não possuem o grupo ciano. A maioria 
produz a síndrome T que apresenta tremores 
em experimentos com ratos. 
2. Tipo II: Possuem um grupo ciano, e isso 
aumenta a neurotoxicidade em animais e 
insetos. 
 Manifestação dos efeitos tóxicos 
 Atua diretamente no axônio: Prolonga a 
despolarização do canal de sódio e levando a 
uma hiperexcitação do Sistema Nervoso. 
 Em concentrações altas, os piretróides do tipo 
II ligam-se aos receptores do GABA 
bloqueando os canais de cloro e sua ativação 
o que também leva a uma hiperexcitabilidade 
do SNC. 
 Farmacocinética 
- É absorvida por via oral e inalatória, sendo pouco 
absorvida pela pele, porém, pode atingir as 
terminações nervosas periféricas. São rapidamente 
metabolizados a produtos menos tóxicas por meio do 
sistema enzimático CYP450 e dessa forma não se 
acumulam no organismo. 
 Manifestações clínicas 
 Tontura, salivação, cefaléia, vômitos, 
irritabilidade, sintomas de sensibilização e 
fenômenos alérgicos semelhante a quadros 
de rinite ou asma. Sensações de formigamento e queimação 
podem ocorrer em áreas da pele em contato 
direto com o inseticida. 
INTOXICAÇÃO POR 
MEDICAMENTOS 
ANTIDEPRESSIVOS ISRS 
- Medicamentos usados no tratamento da depressão 
e outros transtornos psiquiátricos, como síndrome do 
pânico, fobias e transtornos alimentares. São 
remédios como fluoxetina, sertralina, citalopram. 
 Mecanismos dos efeitos tóxicos 
- Inibe a recaptação de serotonina em SNC, SNP e 
plaquetas >> Estimula os receptores colinérgicos. 
Pode causar depressão do SNC e síndrome 
serotoninérgica quando usados em conjunto ou com 
outras substâncias que aumentam o nível de 
serotonina. 
 Doses acima de 10 vezes a dose terapêutica 
são melhores toleradas se comparadas aos 
antidepressivos tricíclicos. Porém, a 
associação com outros medicamentos ou 
drogas de abuso é frequente e aumenta a 
probabilidade de intoxicação grave. 
 
 Manifestações clínicas 
- Intoxicação leve a moderada: ataxia e letargia/ 
Intoxicação grave: bradicardia, hipotensão, depressão 
do SNC e coma. Caracteriza-se pela tríade: 
1. Alterações do estado mental: agitação, 
ansiedade, confusão mental. 
2. Instabilidade autonômica: taquicardia, 
hipertensão, sudorese, hipertermia, midríase; 
3. Hiperatividade neuromuscular: hiperreflexia, 
rigidez, tremores. 
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS E 
TETRACÍCLICOS 
- Utilizados no tratamento da depressão maior, 
insônia e síndromes dolorosas crônicas. São remédios 
como: amitriplina, clomipramina, imipramina, 
maportilina e nortriptilina. 
 Mecanismo de efeitos tóxicos 
- Possuem ações em diversos receptores no 
organismo >> Gera antagonismo colinérgico, bloqueio 
alfa-adrenérgico, inibição da recaptação da 
noradrenalina, serotonina e dopamina, bloqueio de 
canais de sódio e potássio e depressão respiratória e 
do SNC. Em relação à intoxicação, os efeitos mais 
importantes são no SNC e cardiovascular. 
Cardiovascular SNC 
Taquicardia e hipertensão 
por ação anticolinérgica; 
hipotensão pelo bloqueio 
alfa-adrenérgico; 
depressão miocárdica e 
distúrbios da condução 
cardíaca por bloqueio dos 
canais de sódio. 
Sedação e coma por 
atividade 
anticolinérgica; 
convulsões por 
provável inibição da 
recaptação de 
catecolaminas 
cerebrais. 
 Manifestações clínicas 
- Intoxicação leve a moderada: Sonolência, sedação, 
taquicardia, alucinações, midríase/ Intoxicações 
graves: Convulsões, coma, aumento do intervalo QRS 
no ECG, arritmias ventriculares, insuficiência 
respiratória, e hipotensão. 
ANTIPSICÓTICOS 
- Termo genérico aplicado de forma ampla a diversas 
classes químicas de medicamento empregados em 
condições psicóticas, caracterizadas por alterações do 
pensamento, alucinações, delírios e paranoia. 
Classificados em: 
 Típicos ou de 1º geração: 
- São mais eficientes no controle dos sintomas 
positivos das psicoses tais como delírios, alucinações, 
agitação e agressividade, mas podem acentuar os 
sintomas negativo tais como apatia, isolamento social 
e redução do afeto. 
 Agem em receptores muscarínicos M1, 
histamínicos H1 e alfa1- adrenérgicos, com 
afinidade significativa, levando a confusão 
mental, constipação, xerostomia, efeitos 
sedativos e hipotensores. 
 
 Atípicos ou de 2º geração: 
- São mais eficazes no tratamento dos sintomas 
negativos da esquizofrenia. Têm ação nos receptores 
5-HT2 com antagonismo serotoninérgico. 
 Manifestações clínicas 
- Intoxicações leves a moderadas consistem 
basicamente de sedação e distonias. Toxicidade grave 
inclui depressão do SNC, taquicardia, pele seca e 
quente. 
 Síndrome neuroléptica maligna: distúrbio 
neuro-vegetativo agudo, caracterizado por 
hipertermia de até 42°C, rigidez muscular, 
tremor intenso, sudorese profusa, 
taquicardia, coma. 
PRODUTOS DE LIMPEZA 
CAÚSTICOS ALCALINOS E ÁCIDOS 
- Substâncias que pode causar lesão corrosiva, 
podendo ser produtos ácidos, álcalis, agentes 
oxidantes, desnaturantes e solventes. O mecanismo 
de efeito tóxico varia: 
 Ácidos: O mecanismo de lesão é por necrose 
de coagulação, produzindo ressecamento da 
mucosa e escaras. Resultando em edema, 
eritema, ulceração e necrose do tecido. 
 Alcalinos: O mecanismo de lesão é por 
necrose de liquefação, ocorrendo dissolução 
de proteínas, destruição de colágeno, 
saponificação de gorduras, resultando em 
lesão extensa por penetração profunda no 
tecido 
- Pode causar: Disfagia, dor em cavidade oral, 
vômitos, etc. A inalação de gases corrosivos (ex.: 
cloro e amônia) pode provocar intensa irritação do 
trato respiratório, com sintomas como rouquidão, 
estridor, e edema pulmonar. 
EPIDEMIOLOGIA E NOTIFICAÇÃO 
DE CASOS 
- As intoxicações também chamadas 
envenenamentos, são um problema global de saúde, 
sendo que as causas relacionadas às intoxicações e 
mortes estão ligadas a acidentes, erro na 
administração e tentativas de suicídio (com maior 
número em adolescentes e jovens). Dessa forma, é 
preciso conhecer o perfil epidemiológico dos 
pacientes e os fatores associados às intoxicações 
medicamentosas no Brasil e no território 
metropolitano de Salvador. 
INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA NO 
BRASIL E EM SALVADOR 
- Alguns estudos analisaram as ocorrências de 
intoxicação no Brasil no ano de 2013, e perceberam 
que 28% das intoxicações foram causadas por 
medicamentos. Este alto índice está associado a 
vários fatores, como: 
 Marketing, 
 Fácil acesso de medicamentos isentos de 
prescrição 
 Automedicação passada através do boca a 
boca que se tornou em uma prática cultural -> 
falta o acompanhamento adequado dos 
profissionais 
- A intoxicação proposital por medicamentos é a 
principal causa de tentativas de suicídios nos países 
desenvolvidos, o que pode ser mostrado por um 
estudo feito na cidade de Feira de Santana, onde 
constataram que a ‘tentativa de suicídio’ foi o 
principal responsável pelos números de casos 
referente a intoxicação medicamentosa em mulheres 
nos anos entre 2007 a 2010. 
- Através de dados do Sistema Nacional de 
Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), 
referentes ao ano de 2011, foi observado que nas 
emergências de hospitais, a maior prevalência de 
intoxicados foi em adultos e idosos, depois em 
crianças seguido de pacientes sem faixa etária. 
 As principais classes de medicamentos 
envolvidas nas causas de intoxicações na 
população são analgésicos, antitérmicos, 
antibióticos sistêmicos, psicoativos, 
antiepilépticos, sedativos, entre outros. 
- O elevado consumo de medicamentos mostra que o 
Brasil e a América Latina têm alta prevalência, isso 
porque, muitas vezes os usuários não aderem à 
prescrição conforme orientado nos serviços de saúde. 
Isso se relaciona à automedicação, o que afasta o 
medicamento da sua finalidade fundamental. 
- As intoxicações medicamentosas podem ser 
consideradas como um problema de saúde pública, 
que está presente no território metropolitano de 
Salvador. Das 13 cidades que compõem o território, 
Salvador foi a cidade que obteve o maior número de 
casos, e as mulheres apresentaram maior índice de 
notificações. Além disso, a faixa etária de 20 a 39 
anos obteve maior número de casos e a evolução dos 
foram cura sem sequelas. 
INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS 
AGRÍCOLAS NA BAHIA 
- O artigo avalia os índices de intoxicações por 
agrotóxicos agrícolas no estado da Bahia no período 
de 2007 a 2018, a partir da análise de dados 
disponibilizados pela Suvisa (BA). 
 As diversas pesquisas afirmam que os casos 
de intoxicações são mais frequentes entre os 
trabalhadores rurais, sendo que, na Bahia, de 
2007 a 2011, foram registrados 696 casos de 
intoxicação por agrotóxicos agrícolas, 
incluindo casos de óbito e cura com sequelas. 
- Os dados da SUVISA revelaram que, entre 2007 e 
2018, a Bahia registrou aumento de 273% nos casos 
de intoxicações por agrotóxicos, sendo que os homens 
foram as principais vítimas. 
 Essa prevalênciamasculina segue tendência 
nacional e retrata um aspecto cultural no qual 
os homens são diretamente responsáveis pela 
aplicação do agrotóxico, embora mulheres, 
idosos e crianças componham o grupo de 
maior vulnerabilidade (maior fragilidade 
imunológica). 
- A faixa etária predominante entre os casos de 
intoxicações corresponde à do jovem adulto, ou seja, 
daqueles que se encontram no ápice da atividade 
econômica, entre 20 e 34 anos, agrupando 40% dos 
casos notificados. 
- Outro ponto observado é a baixa escolaridade das 
vítimas, demonstrando ser este mais um fator de 
vulnerabilidade, pois as maiores vítimas de 
intoxicação são detentoras de ensino fundamental 
incompleto, além de analfabetos e aqueles que 
apresentam ensino médio incompleto. 
 Estudos também relacionaram a baixa 
escolaridade ao despreparo e ao 
desconhecimento das normas de segurança; 
além da falta de informação sobre a 
manipulação e aplicação dos produtos, 
realidade muitas vezes advinda da dificuldade 
em compreender rótulos e bulas. 
- Foi encontrada também uma sazonalidade mensal 
nos registros de intoxicações ao longo dos 12 anos, 
sendo que os meses de fevereiro, janeiro, agosto e 
setembro foram aqueles com maior ocorrência de 
registros. De modo geral, a intensificação no uso de 
agrotóxicos ocorre no período de temperaturas 
amenas, quando há maior propagação de fungos e 
plantas espontâneas, havendo necessidade de 
fortalecimento do solo. 
ANÁLISE CRÍTICA DOS DADOS 
- No caso da intoxicação exógena através dos 
medicamentos, podemos trazer os casos de tentativa 
de suicídio. No Brasil, entre os meio empregados, 
predomina-se o enforcamento, seguido pelo uso da 
arma de fogo e pelo envenenamento. Nesse último 
método, é possível encontrar principalmente o uso de 
agrotóxicos e medicamentos como os principais 
agentes de suicídio. 
- O artigo traz justamente um estudo feito através dos 
dados do Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação (SINAN) em relação ao município de Barra 
do Garças (Mato Grosso) e, através dele, foram 
encontrados 164 casos de tentativas de suicídio por 
intoxicações exógenas no período de 2008 a 2013, 
sendo que 70,1% pertenciam ao gênero feminino, e 
29,1%, ao masculino. Além disso, A faixa etária mais 
frequente foi de 20 a 59 anos (adulto), representando 
81% dos casos, seguido pelos idosos (10,4%). Em 
relação ao nível de escolaridade, a maioria das vítimas 
cursou até o ensino fundamental (42,7%), o ensino 
médio (37,8%) e apenas 9,7% cursaram o nível 
superior. 
 Quanto ao predomínio do sexo feminino nos 
casos de autoenvenenamento, isso é 
constantemente relatado na literatura. De 
acordo com alguns autores, o sexo feminino é 
quatro vezes mais propenso a tentar o 
suicídio do que o sexo masculino. Os homens 
tendem a usar meios mais violentos do que as 
mulheres devido a uma maior intenção 
suicida, à agressividade, ao conhecimento 
sobre meios violentos e a uma menor 
preocupação com a desfiguração do corpo, 
enquanto as mulheres tendem a tomar doses 
excessivas de substâncias ou de venenos -> 
isso encaixa perfeitamente nos dados da 
tabela 1 
- Analisando a faixa etária das vítimas e o agente 
tóxico, os resultados sugerem que os adultos teriam 
mais acesso aos medicamentos, o que justificaria a 
escolha desse agente no ato suicida. Quanto ao 
predomínio do uso de agrotóxicos por idosos, pode 
ser justificado pelo fato que estes moram em 
municípios menores e menos urbanizados, assim têm 
maior contato com esses produtos, por exemplo na 
lavoura. 
- Com relação à escolaridade, a falta dela traz 
prejuízos à qualidade de vida individual e familiar, 
sendo geradora de estresse e aumentando, dessa 
forma, o risco de suicídio. 
PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO 
AGROTÓXICOS 
1) Realização de uma triagem rápida, seguida de 
uma anamnese adequada: Identificar o agente 
tóxico, estimar a quantidade absorvida, 
determinar via de exposição, tempo entre a 
exposição e atendimento 
2) Ligar para o Centro de Informação e Assistência 
Toxicológica da sua região >> Orientações sobre 
suspeita de intoxicações com manifestações 
clínicas atípicas, quadros iniciais de difícil 
identificação. 
3) Pacientes assintomáticos ou que apresentam 
sintomas leves, geralmente, não requerem 
hospitalização >> O paciente deve ser monitorado 
por um período mínimo de 6 a 12 horas. A 
monitorização deve ser em: 
 Vias aéreas com proteção da coluna cervical 
>> Desobstruir vias aéreas e administrar 
oxigênio suplementar quando necessário 
 Monitorizar sinais vitais >> Circulação, estado 
neurológico, ventilação e respiração 
4) A ausência de sinais e sintomas, após 12 h, reduz 
a probabilidade de sua ocorrência. 
 É preciso se atentar aos casos de intoxicações 
com inibidores de colinesterase ou com 
compostos organofosforados altamente 
lipofílicos, pois, esses compostos podem 
produzir os primeiros sinais de debilidade 
muscular e insuficiência respiratória mesmo 
depois de 48 h da exposição. 
- O paciente intoxicado pode apresentar um amplo 
espectro de manifestações clínicas, mas de forma 
geral os sinais e sintomas são irritações dérmicas e 
oculares, irritações do trato respiratório superior e 
inferior, respostas alérgicas, sintomas gastrintestinais 
e manifestações neurológicas. 
5) Solicitar hemograma e bioquímica sanguínea em 
todos os pacientes intoxicados sintomáticos >> 
Posteriormente, solicitar outros exames 
complementares de acordo com os sistemas 
comprometidos para cada substância e com a 
evolução do paciente. 
 O uso de antídoto também é indicado em 
alguns casos >> Agente capaz de antagonizar 
os efeitos tóxicos de substâncias. 
 
 Descontaminação dérmica 
a) Remover as roupas contaminadas 
b) Lavar a pele com água em temperatura 
ambiente e sabão neutro >> Isso inclui cabelo, 
unhas, região axilar, umbigo e genitálias 
c) Irrigar exaustivamente com água 
d) Se o agente tóxico for pó ou sólido, antes de 
lavar o paciente, retire o excesso de produto 
com pano seco ou compressa 
e) Considerar cobrir todos os ferimentos antes 
de iniciar a lavagem do corpo 
f) Evitar hipotermia 
 
 Descontaminação ocular 
I. Lavar os olhos mantendo um fluxo contínuo 
de água ou soro fisiológico, com as pálpebras 
abertas, a partir do canto interno do olho 
(próximo ao nariz), em direção à lateral da 
face, por, no mínimo, 20 minutos. 
II. Nos casos de exposição de um único olho, 
evite contaminar o olho não afetado, 
lateralizando a cabeça 
 
 Descontaminação gástrica 
A. Lavagem nasogástrica com carvão ativado 
>> Não é recomendado o uso rotineiro de 
doses múltiplas de carvão ativado, dessa 
forma, considerar a administração de uma 
única dose de carvão ativado aos pacientes 
atendidos em até 60 min da exposição, com 
histórico de ingestão de grandes quantidades 
de agrotóxicos altamente tóxicos e que sejam 
adsorvidos pela substância. 
B. Realize a lavagem gástrica em casos de 
ingestão de dose potencialmente letal de 
agrotóxicos, desde que eles que não tenham 
sido diluídos em solventes orgânicos e 
corrosivos e a exposição tenha ocorrido a 
menos de 60 minutos antes do procedimento 
C. O vômito não deve ser induzido como medida 
de descontaminação. Entretanto, também 
não é indicada a sua inibição, caso ele ocorra 
de forma espontânea em pacientes 
intoxicados 
D. Irrigação intestinal total: consiste na 
administração, por meio de sonda 
nasoenteral, de grandes quantidades de uma 
solução osmoticamente equilibrada 
(polietilenoglicol). O objetivo é limpar 
fisicamente o tóxico até a sua completa 
eliminação por via retal, impedindo assim a 
sua absorção pelo trato gastrintestinal >> Não 
realizada em paciente intoxicados por 
agrotóxicos. 
- Medidas de eliminação em pacientes com 
intoxicação aguda por agrotóxicos: pode ser realizada 
eliminação corpórea e não corpórea. 
Eliminação 
corpóreaEliminação 
extracorpórea 
 Catárticos 
 Diurese forçada 
 Alcalinização 
urinária 
 Hemodiálise 
 Hemofiltração 
 Exsanguineotransfusão 
EXEMPLOS 
 Descontaminação de benzodiazepínicos: Lavagem 
gástrica e carvão ativado: administrar carvão 
ativado 1 g/Kg; 
 Descontaminação de antidepressivos ISRS: 
Lavagem gástrica + carvão ativado; Em 
intoxicações graves com ingestão de grande 
quantidade, ou coingestão de outros toxicantes, 
realizar lavagem gástrica precocemente (até 1 
hora da ingestão) com SF 0,9%; administrar em 
seguida carvão ativado por sonda nasogástrica 
 Descontaminação de produtos caústicos alcalinos 
e ácidos: Quando for uma exposição cutânea ou 
ocular, lavar a pele e irrigar os olhos 
copiosamente com água ou soro fisiológico; em 
casos de ingestão, a descontaminação 
gastrintestinal é contraindicada. 
 Descontaminação de desinfetantes e 
antissépticos: não há medidas de 
descontaminação indicadas, sendo que a única 
coisa que ela faz referência em relação às 
medidas de suporte é desobstruir vias aéreas e 
administrar O2 se necessário; monitorizar sinais 
vitais; manter acesso venoso calibroso. 
PROTOCOLOS DE ÓBITO 
- Hoje, com as novas técnicas de exames, a 
identificação do morto é cada vez mais rápida, e isso 
garante que sejam mantidas partes importantes de 
tecidos para os exames de DNA. A mesma coisa em 
relação ao diagnóstico, pois depois de um exame 
visual cuidadoso, metódico e procedente, temos 
recursos de exames de imagem, histopatológicos, 
toxicológicos e antropológicos, que colabora nessa 
tecnicidade. 
GUIA DE ENCAMINHAMENTO DO 
CADÁVER 
- O primeiro local de marcação indica para onde será 
encaminhado o corpo: SVO ou IML. Em seguido possui 
alguns “blocos” onde deverão ser preenchidas 
algumas informações: 
1) Responsável encaminhamento: indica 
natureza do óbito (natural ou causa externa), 
a data, o horário e informações relevantes 
sobre a Unidade Hospitalar (nome, endereço, 
telefone). 
2) Identificação do cadáver: indica se foi um 
óbito fetal (natimorto) ou não, o nome, sexo, 
idade, raça, endereço, etc. 
3) Óbitos fetais em menores de 1 ano 
4) Óbitos por causas externas: indica se foi caso 
de acidente, suicídio, agressão por terceiro ou 
evento de intenção indeterminada. No caso 
do suicídio, existe um espaço para indicar o 
meio utilizado, como a 
intoxicação/envenenamento. 
5) Informações do Serviço Médico: espaço para 
notificar possíveis lesões apresentadas em 
regiões do corpo; uma síntese da história 
clínica e exames complementares de 
relevância; causa possível do óbito e 
informações sobre o médico responsável 
(nome e CRM). 
PARA ONDE ENCAMINHAR O CORPO 
SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITOS 
(SVO) 
- Em caso de óbito por causa natural, ou seja, aquele 
cuja causa básica é uma doença ou estado mórbido. 
Exemplos: 
 Óbito em pacientes previamente saudáveis, 
sem suspeitas de causas externas; 
 Óbitos em pacientes com suspeita de doenças 
de investigação epidemiológica (ex. suspeitas 
de dengue, febre amarela) 
 Histórico de uso de drogas sem indícios de 
uso no momento do óbito 
 Morte no domicílio desde que não exista 
suspeita de intoxicação exógena ou outra 
causa externa e o cadáver não esteja em 
estado de decomposição. 
- Quando os critérios de encaminhamento apontam 
para o SVO, a funerária realiza o transporte do corpo. 
INSTITUTO MÉDICO LEGAL (IML) 
- Em caso de óbito por causa externa ou não natural, 
ou seja, aquele que decorre de lesão provocada por 
violência (homicídio, suicídio, acidente ou morte 
suspeita. Exemplos: 
 Ferimento por arma de fogo ou arma branca, 
enforcamento, afogamento; 
 Acidentes: automobilístico, por animais 
peçonhentos, corpo estranho; 
 Intoxicação exógena: medicamentos, 
envenenamento, uso de drogas, overdose, 
inseticidas -> necessita de argumentos 
plausíveis para suspeitar de intoxicação 
exógena, como achados físicos, informação 
testemunhal ou histórico do caso. 
- As mortes envolvendo usuários de drogas ou 
dependentes químicos podem apresentar diferentes 
causas, devendo ser encaminhadas para a devida 
elucidação ao SVO aquelas que inexistam uma 
"suspeita fundamentada" do óbito ter sido 
relacionado diretamente por intoxicação exógena 
aguda decorrente da utilização do agente químico. 
 Cadáver sem identificação. 
 Resultado desfavorável associado às normas e 
prescrições médicas questionado pela família 
no momento do óbito (suspeita de erro 
médico). 
- Quando os critérios de encaminhamento apontam 
para o IML, o próprio Instituto é responsável pelo 
deslocamento do corpo. 
 Quando o IML for ao local da ocorrência e 
constatar que se trata de morte natural 
entrará em contato com o SVO para informar 
sobre o caso. 
DECRETO N. 35.566 
- Esse decreto aprova o Regulamento do IML. 
 Artigo 3º: A perícia será feita, em regra, pelos 
médicos-legistas e demais servidores legalmente 
habilitados, com exercício no Instituto Médico-
Legal. 
 Artigo 5º: Compete ao Laboratório de 
Toxicologia realizar pesquisas de tóxicos em geral, 
em líquidos orgânicos, vísceras, alimentos, 
medicamentos e outras substâncias, nos casos de: 
 Envenenamento (suicídio, homicídio e 
acidente); 
 Intoxicações profissionais; 
 Intoxicações medicamentosas; 
 Intoxicações provenientes do vasilhame usado 
(cobre, chumbo e outros); 
 Intoxicações e asfixia por monóxido de 
carbono e outros gases; 
 Intoxicações alcoólicas; 
 Exames de líquidos suspeitos de 
contaminação tóxica; 
 Exames de substâncias entorpecentes; 
 Análises microquímicas, espectroscópicas e 
outras, usadas na perícia de envenenamento 
- Compete, ainda, ao Laboratório de Toxicologia, 
proceder às necropsias nos casos de envenenamento 
ou suspeita de envenenamento. 
CONDUTAS 
 Em casos fatais de intoxicação por agrotóxicos, a 
conduta deve ser a seguinte: 
 Coleta de sangue (50 ml); 
 Urina (50 ml ou quantidade disponível); 
 Conteúdo gástrico; 
 Fígado e rim (100 g cada), sem formol; - 
pulmão, em caso de substâncias voláteis. 
 Os exames histopatológicos podem ser 
solicitados a critério dos peritos. 
 Em caso de óbito devido ao envenenamento por 
monóxido de carbono (CO), que é um gás 
inodoro, incolor e não irritante, os sinais clássicos 
são lábios róseos, cianose e hemorragia retiniana. 
 Níveis de carboxihemoglobina acima de 10% 
confirmam o diagnóstico, a menos que o 
indivíduo seja um fumante crônico. 
 Pode ser coletado sangue arterial ou venoso.

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