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TEMAS FUVEST/VUNESP/UNICAMP 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORA: DAIANE STEVANATTO 
 
 
 
 
TEMA 1 
TEXTO I 
Ando muito completo de vazios. 
Meu órgão de morrer me predomina. 
Estou sem eternidades. 
Não posso mais saber quando amanheço ontem. 
Está rengo de mim o amanhecer. 
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha. 
Atrás do ocaso fervem os insetos. 
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino. 
Essas coisas me mudam para cisco. 
A minha independência tem algemas. 
Manoel de Barros BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011. 
TEXTO II 
Não é verdade - nem mesmo em tempos de crise - que só é útil o que produz lucro ou tem uma 
finalidade prática. Existem saberes considerados "inúteis" que são indispensáveis para o 
crescimento da humanidade. Útil, portanto, é tudo aquilo que nos ajuda a termos uma vida mais 
plena e um mundo melhor. 
https://www.travessa.com.br/a-utilidade-do-inutil-um-manifesto/artigo/3662c4fd-2926-48b3-82b1-2a8257d39bbc 
 
TEXTO III 
Ser Útil ou Ser Necessário 
Durante muito tempo da minha vida, especialmente na adolescência, enquanto eu estava me 
divertindo com amigos, família ou fazendo atividades que me davam prazer, vi muitas pessoas 
abdicarem do que as satisfazia para dedicar enorme esforço a serem úteis para alguém e, inúmeras 
vezes, ouvi que "para ser feliz, uma pessoa precisa ter alguma utilidade!". 
Assim, a primeira vista, parece mesmo algo coerente. Quem consegue ser feliz não tendo 
utilidade? O problema é que crescemos com esta crença e, partindo dela, fazer o que gostamos e 
nos diferencia, passa a ser secundário. O que importa mesmo é ter utilidade! 
Mas a utilidade conjuga o verbo "estar" e não "ser". Ela é pontual, temporária, não está ligada a 
existência, portanto é um sentir passageiro, tanto para quem é "usado" como para quem "utiliza". 
Sendo assim pergunto a você, por que ser simplesmente útil? Se quando fazemos aquilo que 
gostamos e em que realmente acreditamos passamos a ser tão bons que nos tornamos necessários? 
Útil é aquela batedeira que até facilita o seu trabalho de bater um bolo, mas se você não possuísse 
uma, não tinha problema, bateria com a mão ou, quando sua vida útil acabasse, você poderia 
comprar uma nova que faria exatamente a mesma coisa: bater o bolo! 
Pessoas "são"! Pessoas diferentes fazem exatamente a mesma coisa, mas, ao contrário das 
batedeiras, elas fazem a mesma coisa de formas diferentes, dando um toque especial que as faz 
necessárias. E quando percebem ser necessárias, satisfazem-se e querem de novo, por isso, 
esforçam-se mais para continuar "sendo". 
http://www.sermelhor.com.br/trabalho/ser-util-ou-ser-necessario.html 
https://www.pensador.com/autor/manoel_de_barros/
https://www.travessa.com.br/a-utilidade-do-inutil-um-manifesto/artigo/3662c4fd-2926-48b3-82b1-2a8257d39bbc
http://www.sermelhor.com.br/trabalho/ser-util-ou-ser-necessario.html
TEXTO IV 
Significado de Inútil: 
O significado da palavra ''inútil'' : é algo que não serve para nada, que não presta. 
https://www.dicionarioinformal.com.br/significado/in%C3%BAtil/4284/ 
TEXTO V 
O Utilitarismo é uma teoria em ética normativa que apresenta a ação útil como a melhor ação, a 
ação correta. O termo foi utilizado pela primeira vez na carta de Jeremy Bentham para George 
Wilson em 1781 e posto em uso corrente na filosofia por John Stuart Mill na obra Utilitarismo, 
de 1861. Até a criação do termo "consequencialismo", por Anscombe em 1958, o termo 
"utilitarismo" era utilizado para se referir a todas as teorias que buscavam sua justificação nas 
consequências das ações, em contraponto àquelas que buscam sua justificação em máximas 
absolutas. Após a adoção do termo consequencialismo, como uma categoria, o termo 
"utilitarismo" passou a designar apenas a teoria mais próxima daquela defendida por Bentham e 
Mill, a maximização da promoção da felicidade. 
https://www.infoescola.com/filosofia/utilitarismo/ 
 
 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
A UTILIDADE DO INÚTIL (FUVEST) 
TEMA 2 
TEXTO I 
Quais os efeitos da cultura do cancelamento 
Além dos seus usos mais tradicionais – como deixar de assinar um serviço ou desmarcar 
um compromisso agendado –, o verbo “cancelar” tem sido empregado com frequência, recentemente, 
para pessoas. O ato de cancelar alguém costuma ser aplicado a figuras públicas que tenham feito ou dito 
algo considerado condenável, ofensivo ou preconceituoso. 
São inúmeros os exemplos de cancelados, e a lista aumenta a cada semana. O cancelamento 
é primeiramente decretado numa rede social, onde gera uma onda de críticas e comentários. Depois 
estampa manchetes e, normalmente, é seguido de uma retratação do cancelado, que pode ou não ser 
acatada por seus críticos. 
Em 2019, o funkeiro MC Gui foi cancelado após postar um vídeo no Instagram no qual ri 
de uma criança, gravado em uma viagem à Disney. No vídeo, que foi apagado, a menina está 
https://www.dicionarioinformal.com.br/in%C3%BAtil/4284/
https://www.dicionarioinformal.com.br/significado/in%C3%BAtil/4284/
https://www.infoescola.com/filosofia/consequencialismo/
https://www.infoescola.com/filosofia/utilitarismo/
visivelmente incomodada. Acusado de bullying nas redes sociais, o artista teve contrato e shows 
(literalmente) cancelados e publicou um vídeo de desculpas. Em contrapartida, porém, ganhou milhares 
de seguidores durante a polêmica. 
“Há um aspecto performativo no cancelamento, pode-se argumentar que ele 
paradoxalmente amplifica aquilo que busca suprimir, mesmo que só naquele momento”, diz um artigo 
publicado pelo site do dicionário de língua inglesa Merriam-Webster em julho de 2019. 
Cancelar alguém publicamente requer um anúncio, o que torna o alvo do cancelamento 
objeto de atenção. Isso seria um contrassenso, na visão do artigo, uma vez que “o objetivo por trás do 
cancelamento é muitas vezes negar essa atenção, para que a pessoa perca sua relevância cultural”. 
Para ser cancelado, não é preciso nem mesmo estar vivo: a internet brasileira proclamou no 
fim de outubro o cancelamento do músico Raul Seixas, após uma nova biografia levantar suspeitas de 
que ele tenha delatado o amigo Paulo Coelho a agentes da ditadura militar. 
O cantor americano Michael Jackson, que morreu em 2009, também foi alvo de um 
movimento semelhante após o lançamento do documentário “Deixando Neverland”, em março de 2019, 
que reavivou a discussão sobre as acusações de abuso infantil contra o músico. 
Quais as origens do fenômeno 
Internacionalmente, a ideia de cancelar celebridades é relacionada ao movimento #MeToo, 
série de denúncias de assédio sexual contra homens poderosos que se espalhou pelo mundo a partir de 
2017, e que fez com que vários agressores fossem “genuinamente ostracizados em uma onda cultural de 
alta velocidade impulsionada pelas redes sociais”, segundo descreve o jornalista Osita Nwanevu em 
uma análise na revista americana New Republic. 
Em meados de 2018, uma reportagem publicada no jornal New York Times explicava o 
fenômeno ao declarar que todo mundo estava cancelado, citando Kanye West, Taylor Swift e Gwen 
Stefani, entre outras celebridades. 
 
Esse clamor pela responsabilização de pessoas públicas por seus atos e declarações tem 
pautado o comportamento delas nas redes e em eventos públicos, assim como o de marcas e outras 
figuras. 
Ao Nexo a arquiteta, colunista da revista Marie Claire e feminista negra Stephanie Ribeiro 
disse que os cancelamentos não são propriamente uma novidade. “Há um ou dois anos atrás, a gente não 
falava em cancelamento, mas em linchamento virtual”, disse. 
Ela liga essas movimentações às redes sociais, “às possibilidades de interação e de resposta 
muito mais rápidas”, tanto no que diz respeitoa reagir a algo que desagrada quanto a conectar pessoas 
que pensam da mesma maneira. 
Para Ribeiro, os questionamentos feitos à conduta de figuras públicas estão relacionados à 
popularização das pautas raciais e feministas, que passaram a ocupar um espaço maior na fala do público 
geral. “Não é mais uma pauta só de acadêmicos ou especialistas. As pessoas falam muito mais sobre 
esses assuntos, então conseguem identificar e criticar também com maior facilidade as reproduções 
dessas lógicas”, disse. 
O fato de as redes possibilitarem um canal mais direto do público com artistas e autoridades 
também cria condições para a cultura do cancelamento, disse ao Nexo Leonardo Goldberg, psicólogo e 
doutor em psicologia, que estuda as subjetividades no campo digital e suas implicações para a clínica 
psicanalítica. 
Goldberg aponta que, com isso, o usuário pode participar ativamente dos perfis, das contas 
e das carreiras dos artistas. “Acho que a cultura do cancelamento é uma consequência desse usuário 
ativo, que consegue, de modo engajado, social, político e coletivo dizer se está ou não gostando” das 
condutas daqueles que acompanha pelas redes. 
Outros dizem que, embora de fato não seja um fenômeno totalmente novo, a cultura do 
cancelamento tem ganhado escala. 
O jornalista Osita Nwanevu, em sua análise para a New Republic, defende que a novidade 
não está tanto na força do cancelamento, mas em quem está fazendo as críticas: “jovens progressistas, 
muitas minorias, mulheres” que, em grande parte devido às redes sociais “conseguiram um lugar à mesa 
onde questões de justiça ou de etiqueta estão sendo debatidas e estão fazendo barulho para recuperar o 
tempo perdido”. 
Os impactos: positivos, negativos e nulos 
Muitos daqueles que foram alvo de cancelamentos, ou que se solidarizam com pessoas que 
tenham sido criticadas dessa forma, se queixam de uma perseguição inquisitorial que cercearia o 
discurso e as ações de comediantes, artistas, políticos e youtubers. 
Críticos apontam ainda que as reações muitas vezes alcançam dimensões desproporcionais 
ou se dão sem base em fatos. 
“Não existe qualquer zona cinzenta a partir da lógica do espetáculo”, pondera o doutor em 
psicologia Leonardo Goldberg. “E a cultura do cancelamento entra nessa esteira de modo 
completamente arbitrário, porque [faz parte] da lógica da não contradição, tão presente na internet. Não 
existe conversa ou escuta”. 
“Acho que o [aspecto] negativo é a forma como a gente lida numa certa cultura do ‘hater’, 
do ódio, esquecendo que precisa fazer críticas mais embasadas e ter mais consciência coletiva da nossa 
responsabilidade”, disse ao Nexo a colunista e feminista Stephanie Ribeiro. 
Os efeitos da cultura do cancelamento, no entanto, são em geral menos efetivos do que os 
“canceladores” poderiam desejar e do que os “cancelados” costumam alardear. 
“Às vezes, é uma forma até meio rasa de lidar com questões que são estruturalmente muito 
complexas”, afirma Ribeiro. “Não vejo impactos muito reais em relação a manifestações virtuais que 
confrontam comportamentos ou falas”. 
 
Ela cita o caso do jornalista William Waack, que foi demitido da Rede Globo após o 
vazamento de um vídeo no qual fazia comentários racistas, e teve sua contratação recentemente 
anunciada por uma nova emissora. 
Ela afirma que a duração e o impacto do cancelamento têm “muito a ver com o lugar social 
que cada qual desses atingidos ocupa e o peso que a sociedade dá ou não para o que está sendo 
apontado”, lembrando do caso do músico Wilson Simonal, um homem negro, “cancelado” pela classe 
artística e intelectual na época da ditadura militar por ser visto como informante do regime. 
O autor do artigo da New Republic, Osita Nwanevu, vai ao encontro desses 
questionamentos sobre o verdadeiro impacto da cultura do cancelamento, sugerindo um entendimento 
mundano da questão: enxergá-la como expressões públicas e corriqueiras de desagrado, manifestadas 
por pessoas comuns em novas plataformas. 
“Se nos vemos passando vertiginosamente de ultraje em ultraje a cada semana, devemos 
considerar que isso nunca custou tão pouco ou resultou em provocadores e ‘contrariadores profissionais’ 
ganhando tanto”, escreveu. 
Embora critique a ausência de diálogo que impede “qualquer operação simbólica que possa 
fazer aquela pessoa mudar de opinião, porque ela é simplesmente cancelada”, Goldberg vê de maneira 
positiva que as críticas transformam os discursos públicos “em algo atravessado por uma política daquilo 
que concerne a população, ao bem maior. Todos aqueles que passam a emitir discursos públicos vão ter 
que se haver com aquilo que dizem”. 
Além de mostrar que temas como o feminismo e o combate ao racismo estão mais 
difundidos, o efeito sobre discursos preconceituosos de figuras públicas também é o aspecto da cultura 
do cancelamento que Stephanie Ribeiro identifica como positivo. 
“Hoje uma pessoa não pode dar uma entrevista e falar algo racialmente absurdo, porque 
alguém vai dizer 'não, isso está errado'. E aí isso vira uma chuva de comentários e de tuítes, de falas, 
ações, respostas, vídeos. É muito positivo perceber que as pessoas estão identificando mais facilmente 
determinadas condutas”, disse. 
 
Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/11/01/Quais-os-efeitos-da-cultura-do-cancelamento 
© 2020 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua 
publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida. 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
A CULTURA DO CANCELAMENTO É HIPÓCRITA? (FUVEST) 
 
 
TEMA 3 
TEXTO I 
 Trabalhar é condição essencial, não somente pela manutenção financeira, mas pela dignificação da 
vida. Trabalhar se constitui numa parte importante da vida. E vai além do ganha-pão. Tem a ver com 
realização pessoal, com sentir-se útil e encontrar sentido para os dias. “A importância do trabalho na 
vida do ser humano vai muito além do fato de que, através dele, satisfazemos nossas necessidades 
básicas. O trabalho, por si só, é revelador da nossa humanidade, uma vez que possibilita ação 
transformadora sobre a natureza e si mesmo. Além disso, a nossa capacidade inventiva e criadora é 
exteriorizada através do ofício que realizamos”, afirma a psicóloga organizacional Vanessa Rissi. 
 De outro lado, o fato de não trabalhar pode ter consequências negativas, que afetam diretamente a 
personalidade. “Em razão da centralidade que o trabalho ocupa em nossas vidas, é que podemos 
compreender as consequências negativas do não-trabalho, da inatividade. Um sujeito sem trabalho é 
impedido de se realizar como homem e cidadão, o que afeta diretamente sua dignidade”, salienta 
Vanessa, que é mestre em Saúde Coletiva/Saúde do Trabalhador, especialista em Gestão de Recursos 
Humanos e professora da Imed. 
 Ter um ofício é primordial na vida do ser humano. Durante a própria evolução, cada indivíduo veio 
desempenhando um papel, o que não é diferente nos dias de hoje. “O trabalho é um meio inexorável da 
existência humana e constituinte da identidade do sujeito. Isto significa que cada um se torna o que é 
por meio do ofício que executa. Através do trabalho as pessoas podem imprimir sua marca, o seu 
registro. Isto tanto é verdadeiro que quando não conhecemos uma pessoa e, então, perguntamos ‘quem 
é fulano?’, a resposta sempre estará relacionada a função executada no mundo do trabalho: ‘ele é 
professor da escola x, ele é vendedor da empresa y, é médico’, e assim por diante”, argumenta a 
psicóloga. 
TEXTO II 
A visão que o Homem tem de si mesmo vem mudando constantemente com o passar do tempo. Dessa 
maneira, sua forma de serelacionar com o trabalho e com os meios produtivos também sofre alterações, 
tanto nos modos de ação como nos de interpretação. Os trabalhadores que, até um passado recente, 
procuravam ocupações como meios de subsistência, que lhes proporcionasse apenas o suficiente para 
satisfazer suas necessidades básicas, cada vez mais, veem o trabalho como uma forma de realização. O 
trabalhador contemporâneo mais jovem, procura encontrar na sua profissão um meio de afirmação de 
sua competência, uma forma de demonstrar seu valor para o mundo que o cerca. Os valores com os 
quais julgam um emprego mais vantajoso ou prestigioso que outro, se alteram rapidamente, mudando, 
por exemplo, de estabilidade financeira para reconhecimento profissional. Assim, novos modos de 
relação surgem nesse contexto tão antigo: o homem e trabalho. 
http://humanae.esuda.com.br/index.php/humanae/article/view/550/171 
TEXTO III 
http://humanae.esuda.com.br/index.php/humanae/article/view/550/171
Cerca de 13 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística. O número representa, aproximadamente, 12,4% da população. Com um 
cenário pessimista para os empregos formais, as pessoas buscam alternativas de trabalho, seja para 
garantir alguma forma de sustento ou complementar a renda. 
 Com esse contexto, e a necessidade das pessoas de ganharem dinheiro para sobreviver, surgiu o que 
ficou conhecido como a uberização do trabalho. Esse modelo prevê um estilo mais informal, flexível e 
por demanda. A advogada trabalhista Deborah Gontijo, do escritório Kolbe Advogados Associados, 
afirma que a uberização é, na verdade, a modernização das relações de trabalho. 
 “É natural que isso aconteça por conta do cenário econômico, não só do Brasil, mas do mundo. Há 
um grande aumento na automação e na inteligência artificial, que cuida das tarefas repetitivas. Isso faz 
com que aumente uma demanda por um novo tipo de trabalho, onde as próprias pessoas querem ter uma 
nova rotina, com autonomia nas tarefas e a possibilidade de optar por quando querem trabalhar”, explica. 
https://www.napratica.org.br/o-que-e-a-uberizacao-do-trabalho/ 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
O SENTIDO DO TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE 
(FUVEST) 
TEMA 4 
TEXTO I 
O que é a nova onda da ‘body neutrality’, um meio termo entre odiar e amar o próprio corpo 
Juliana Domingos de Lima 
 Discursos recentes, feministas e de combate à gordofobia, têm encorajado mulheres a amarem seus 
corpos. Essa atitude positiva em relação ao próprio corpo é proposta e percebida como um ato 
revolucionário. O objetivo é empoderar as mulheres e questionar o padrão que define o culto à magreza 
como a única forma possível de beleza. 
Há, no entanto, um movimento nos EUA que identifica problemas e simplificações nessa retórica. Ele 
quer substituir a positividade pela “body neutrality” (neutralidade corporal, em uma tradução literal). 
Isso mostra que a onda de amar o próprio corpo, chamada em inglês de “body positivity”, já passa por 
uma revisão no país. 
A principal questão é que a “body positivity” pode criar, muitas vezes, a obrigação de que se passe a ter 
uma atitude positiva sobre o próprio corpo. Ativistas e pesquisadores afirmam que isso é muito mais 
complexo do que uma mudança de mentalidade voluntária, possível de ser feita da noite para o dia. 
https://www.napratica.org.br/o-que-e-a-uberizacao-do-trabalho/
A “body neutrality” defende um objetivo mais realista: simplesmente não odiar o próprio corpo. Em 
outras palavras, ser capaz de mudar o foco de uma cultura tão obcecada pelo corpo perfeito para a mera 
neutralidade já é visto como um avanço. 
Qual o problema com o discurso ‘ame seu corpo’ 
Em um texto publicado em setembro de 2016 no site “Everyday Feminism” (cuja versão traduzida pode 
ser lida aqui), a escritora Caleb Luna expõe o que considera falho na abordagem da positividade. 
Para ela, a estratégia coloca uma pressão desnecessária na ideia de atingir a aceitação do corpo de 
maneira sincera e descomplicada. O esforço de amar o próprio corpo todos os dias também pode apagar 
progressos já feitos na direção de uma autoimagem mais positiva que não esteja necessariamente 
vinculada à aparência física. 
Segundo Luna, esse imperativo ignora os fatores externos que nos fizeram odiar nossos corpos em 
primeiro lugar - por exemplo, o padrão de beleza e a indústria de cosméticos - e o fato de que esse 
dificilmente é um trabalho que se possa realizar sozinho. Segundo a escritora, há um ambiente cultural 
intolerante aos corpos fora do padrão, que está conspirando (e lucrando) para que seja impossível nutrir 
esse amor próprio. 
“Embora eu tenha uma enorme quantidade de amor próprio, esse amor está mais ligado a quem eu sou 
do que ao corpo no qual eu existo” 
Caleb Luna 
Escritora 
Também há quem defenda que uma mudança maior de paradigma é necessária. Para esses, o fato de 
sermos “obrigados” a amar nossos corpos para conseguirmos atribuir valor a nós mesmos também é um 
problema, porque continua a fazer do corpo o centro da discussão. 
 
Quando venerar o próprio corpo se torna obrigatório, o mal-estar criado por uma celulite é substituído 
pela impossibilidade de ver beleza em si mesmo a todas as horas do dia ou da noite, como define um 
artigo do site de moda, comportamento e cultura Man Repeller. 
O que querem os adeptos da neutralidade 
Pensar menos sobre o próprio corpo e apenas aceitá-lo, em vez de amá-lo, são bandeiras de quem 
considera a neutralidade mais saudável. A ideia é eliminar a sensação de fracasso por não ser capaz de 
se amar - que é comparada por quem critica a positividade ao fracasso de não ter um corpo perfeito. 
Dessa forma, a neutralidade consiste em um meio caminho entre as duas exigências. 
“Você ainda pode gostar de comer direito, se mexer e se cuidar, mas com a neutralidade, você estará 
fazendo isso com aceitação e alegria, não de maneira forçada e perfeccionista” disse a naturopata Cassie 
Mendoza-Jones à revista “Elle” australiana. Essa mentalidade menos estressante tem potencial para 
diminuir o peso da vontade de ser outra pessoa, de ter outro corpo. 
Como a positividade ainda pode ser uma ferramenta 
O Brasil ainda é um país de rígidos padrões de beleza - que recaem mais sobre as mulheres - e de culto 
à boa forma e à juventude. Aqui, o discurso que evoca o amor ao o próprio corpo continua sendo útil 
para tornar normal e aceitável todo tipo de corpo. 
Mesmo entre sites e revistas estrangeiros que já falam em “body neutrality”, há quem enxergue a 
positividade como um estágio intermediário para a etapa “neutra”, em que o corpo se torna menos 
importante. 
Nesse sentido, a diversidade seria um passo para cessar a obsessão causada por um padrão único. Mas 
tem sido distorcida e apropriada de maneira a continuar reforçando um padrão não tão diverso assim 
(que ainda exclui mulheres negras, trans ou muito mais gordas do que uma plus size “padrão”, por 
exemplo). 
Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/04/17/O-que-%C3%A9-a-nova-onda-da-
%E2%80%98body-neutrality%E2%80%99-um-meio-termo-entre-odiar-e-amar-o-pr%C3%B3prio-corpo 
© 2020 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA. 
TEXTO II 
O lado obscuro da beleza 
Em 93% das certidões de óbito de pessoas que morreram após se submeterem a cirurgia de 
lipoaspiração há falhas no preenchimento, afirma o dermatologista e pesquisador Érico Pampado Di 
Santis. Em cerca de 64% dos documentos examinados as informações são imprecisas, ou seja, foram 
colocadas fora dos padrões preconizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Ministério 
da Saúde(MS), e em 29% as causas estabelecidas estão como indeterminadas ou a esclarecer. Apenas 
7% das certidões estavam preenchidas corretamente. 
“A falta de informações dificulta não só estabelecer a causa da morte, como pode também 
mascarar eventuais erros médicos e impedir a adoção de medidas que poderiam poupar vidas”, explica 
o pesquisador. 
Os dados fazem parte da tese de doutorado de Di Santis, defendida no Programa de Pós-
Graduação em Saúde Baseada em Evidências, na Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) – 
Campus São Paulo. O trabalho reacendeu, entre os especialistas, um antigo debate para a criação de 
um projeto de lei que torne obrigatória a notificação de casos de complicações e mortes por 
lipoaspiração em todo o território nacional. 
O Brasil é o segundo país que mais realiza procedimentos estéticos cirúrgicos – perdendo somente 
para os Estados Unidos – e o pesquisador analisou apenas o universo de 102 casos que foram noticiados 
na imprensa brasileira, entre janeiro de 1987 e setembro de 2015. A pesquisa foi documental, descritiva 
e quantitativa e utilizou como fontes a mídia impressa – que forneceu o nome e a cidade de ocorrência 
da morte – e as certidões de óbito levantadas em cartórios de registro civil pelo país. 
O apontamento referente à necessidade de notificação compulsória nos casos de mortes ou 
complicações não fatais em cirurgias estéticas foi consenso entre representantes do Conselho Federal 
de Medicina (CFM), sociedades brasileiras de Dermatologia (SBD) e de Cirurgia Plástica (SBCP) e 
do Centro Cochrane do Brasil, em audiência pública realizada no Congresso Nacional, em dezembro 
de 2017. Também opinaram a favor da mudança representantes e convidados das comissões de 
Seguridade Social e Família (CSSF) e de Defesa dos Direitos da Mulher (CMulher). 
Di Santis esclarece que essa discussão se arrasta há anos. “Apesar do empenho do próprio CFM 
na conscientização para o correto preenchimento da declaração de óbito e do questionamento, há quase 
dez anos, pela atual deputada federal Luiza Erundina, junto ao Ministério da Saúde, questionando não 
só o número de óbitos relacionados à lipoaspiração, como suas causas e outras questões, nada mudou”, 
diz. “Não sei explicar o porquê essa obrigatoriedade não foi levada em conta até o momento. A 
notificação, hoje, é um projeto de lei da deputada federal Pollyana Gama (PL 9.602/2018), está 
protocolado e, agora, depende de ser pautado pelo presidente da Câmara dos Deputados”. 
 
https://www.unifesp.br/reitoria/dci/edicao-atual-entreteses/item/3527-o-lado-obscuro-da-
beleza 
TEXTO III 
A sociedade do espetáculo, segundo Debord, é produto do sistema de produção dominante, que 
produz a mercantilização da cultura e da vida, ao passo que constrói a “imagem” como símbolo 
do não-real, como a negação da vida. Nesse sentido, as imagens são manipuladas com o intuito 
do lucro, criando uma indústria do espetáculo, comprometida com a venda de um modelo de 
beleza, de modelos e padrões de comportamento pelo qual o ‘parecer’ vale mais do que o ‘ser’. 
Assim, cria a necessidade das pessoas se afirmarem como imagem, como entidade, como ser 
que quer ver e quer ser visto, e a partir disso produz os paradigmas de status nesse contexto. 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
A ESPETACULARIZAÇÃO DOS PADRÕES DE BELEZA 
(FUVEST) 
 
 
 
 
https://www.unifesp.br/reitoria/dci/edicao-atual-entreteses/item/3527-o-lado-obscuro-da-beleza
https://www.unifesp.br/reitoria/dci/edicao-atual-entreteses/item/3527-o-lado-obscuro-da-beleza
TEMA 5 
TEXTO I 
O Brasil é mesmo um país de impunidade? 
Muito se ouve dizer que no Brasil impera a impunidade. Mas afinal, o Brasil realmente é um país 
de impunidade? Para responder essa pergunta é necessário refletir: sobre quem recai essa 
impunidade? De fato, muitos saem impunes pelos crimes cometidos. Mas, se o Brasil fosse um 
país que não punisse ninguém, como se explicaria a questão da superlotação presidiária? 
Ocupamos o terceiro lugar no ranking de países com maior população carcerária do mundo, 
perdendo apenas para os Estados Unidos e para a China. Temos aproximadamente 209,3 milhões 
de habitantes e, até 2017, tínhamos 726 mil presos. Ou seja, em média, 35% dos brasileiros eram 
presidiários, e o número só vem aumentando desde então. 
A pergunta então: é sobre quem recai essa impunidade e por quê? Basta analisarmos com olhar 
crítico: cada espécie de crime costuma ter uma predominância quanto ao “tipo” de pessoa que os 
comete (obviamente que não há uma regra geral que diga que tipo de indivíduo comete tal crime 
e que sempre será dessa forma, bem como não é o intuito estabelecer estereótipos criminais). 
Além disso, alguns tipos penais recebem muito mais punição do que outros, como, por exemplo, 
os crimes de tráfico de drogas ou roubo geram muito mais encarceramentos no nosso país do que 
os crimes de lavagem de dinheiro ou corrupção passiva. 
E, enquanto muitos já estão presos antes mesmo da sentença condenatória, inclusive excedendo 
o tempo equivalente ao que seria de sua pena se condenados, “travados” na prisão provisória, 
outros respondem em liberdade, pagam fiança, ou nem chegam a sofrer um processo, por possuir 
recursos abundantes seja para a contratação de ótimos advogados, ou até mesmo – no pior dos 
cenários –, para subornar aqueles que deveriam fazer cumprir a lei sem parcialidade. 
Não somente isso, mas é evidente que o rapaz da comunidade não irá praticar o delito de corrupção 
passiva, bem como um político não irá praticar um roubo à mão armada. Afinal, por que para 
alguns crimes não é aplicada a punição prevista em lei? 
Porque são praticados por pessoas que possuem poder e dinheiro o bastante para se manterem 
onde estão, sem a devida punição, enquanto outros crimes são punidos de fato pois, para os 
detentores do poder, isso serve como meio de segregação social. 
http://depen.gov.br/DEPEN/noticias-1/noticias/infopen-levantamento-nacional-de-informacoes-penitenciarias-2016/relatorio_2016_22111.pdf
https://www.justica.gov.br/news/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-terca-feira/relatorio-depen-versao-web.pdf
Afinal, quanto mais poder e dinheiro se tem, maiores são as chances de passar impune pelos 
delitos cometidos, enquanto há, ainda, aqueles que nem se quer cometeram crime algum e estão 
injustamente presos, sem ter condições de arcar com uma defesa digna e eficiente para tirá-los 
desta condição. 
Existe punição no país, punição esta, aliás, que é muito pesada, onde nossos presídios estão entre 
os piores do mundo, onde a dignidade humana não é respeitada, onde a pena que se recebe vai 
muito além da restrição da liberdade… Mas, de outro lado, muitos delitos ficam impunes, as leis 
são aplicadas de forma “afrouxada” para alguns, deixando de serem aplicadas como deveriam, a 
depender de quem é o autor do crime. 
Há então um desequilíbrio nítido em nosso sistema penal, pois, de um lado, muitos crimes saem 
impunes ou são aplicadas as leis de forma distinta de como deveriam ser porquanto foram atos 
cometidos por pessoas de poder e influência, e, de outro lado, há muitos crimes que são punidos 
e os infratores são esquecidos lá dentro, como se os presídios fossem uma espécie de “depósito 
de pessoas indesejadas”, distorcendo a razão de existirem tais meios coercitivos, tornando as 
penas muito piores e desproporcionais em relação aquilo que foi cometido em alguns casos. 
Não obstante, há ainda aqueles que, devido a inúmeras circunstâncias, sejam elas erros de 
homônimos, corrupção, morosidade do Judiciário, etc., estão presos sem terem cometido crime 
algum, sem previsão de saírem disso, enquanto outros casos, cometidos por pessoas não tãopoderosas também passam impune por erro, ou até mesmo descaso de quem deveria fiscalizar 
isso. 
O Brasil é mesmo o país da impunidade? 
Então, nenhuma impunidade é justa mas, quando olhamos para a dinâmica do nosso sistema 
prisional e da falácia que muitas vezes ocorre acerca das penas alternativas, vemos também que 
nenhuma pena nos moldes do nosso sistema é justa, sempre sendo mais ou menos do que deveria 
ser, não cumprindo o princípio da proporcionalidade, ferindo o princípio da dignidade humana, 
etc. 
E isso tudo não se dá pela falta de leis, pois temos muitas leis e muitas delas de fato se fariam 
muito eficazes se realmente fossem aplicadas corretamente. O problema reside justamente na 
https://canalcienciascriminais.com.br/?s=sistema+prisional
https://canalcienciascriminais.com.br/?s=sistema+prisional
aplicação das leis. A eficácia de uma lei na sociedade depende muito de sua aplicação correta e 
imparcial, o que, em muitos casos, não ocorre em nosso país. 
Daí a discrepância entre as leis e a realidade, entre punição e impunidade. 
https://canalcienciascriminais.com.br/o-brasil-e-mesmo-um-pais-de-impunidade/ 
. 
TEXTO II 
Em vez de ‘país da impunidade’, Brasil é país da punição 
O professor francês Loïc Wacquant, autor de vários livros sobre o Estado penal publicados no 
Brasil, e que, portanto, muito já escreveu sobre a punição aos mais pobres como forma de “gestão 
da miséria”, sobretudo no USA, observou certa vez, lá pela década de 1990, e com perspicácia, 
que a penitenciária é a verdadeira política habitacional do capitalismo em sua fase mais avançada. 
É a contrapartida para a bancarrota de todas as políticas públicas ditas “de bem estar social” e 
para a deterioração dos serviços públicos essenciais, em suma, para tudo o que as classes 
trabalhadoras arrancaram dos Estados burgueses por meio de honradas lutas ao longo do século 
XIX e do século XX. 
Segundo os dados oficiais divulgados no fim de junho pelo Ministério da Justiça (dados, atentem, 
referentes a junho de 2014), o Brasil já ultrapassou a barreira das 600 mil pessoas atrás das grades, 
passando a ocupar o vergonhoso posto de quarto país do mundo com mais gente encarcerada, 
ficando atrás apenas do USA, da Rússia e da China. 
No intervalo de apenas uma década, as masmorras do velho Estado duplicaram sua clientela 
(“população carcerária”). No mesmo período, a população brasileira aumentou 10%. Há 
superlotação em presídios de todos (todos!) os estados brasileiros, sendo que a média é de prisões 
operando a 66% acima da sua capacidade, ou seja, com cerca de 16 presos ocupando o espaço 
que seria “apropriado” para 10 — isso em condições de (in)salubridade que, por diversas vezes, 
já foram classificadas por ONGs de “direitos humanos” como um autêntico inferno na terra. 
Segundo consta no próprio relatório do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias 
(Infopen) do Ministério da Justiça, a clientela do sistema penal brasileiro é eminentemente 
formada por “jovens negros, de baixa escolaridade e de baixa renda”, o que mostra que o Estado 
semifeudal e semicolonial ora gerenciado pelo PT/pecedobê afinal parece esmerado em seguir a 
receita da gestão da pobreza através dos presídios. 
Diante dos novos números, ou melhor, destes números atualizados sobre as masmorras do velho 
Estado, as fileiras mais reacionárias do monopólio da imprensa burguesa não deram o braço a 
torcer. Fizeram repercutir os dados mais impactantes como quem nada têm a ver com esta nuance 
da escalada fascista em curso (são os grandes arautos do “endurecimento” das leis e das penas), 
sacramentando que a disparada da população carcerária é reflexo do aumento dramático da 
https://canalcienciascriminais.com.br/o-brasil-e-mesmo-um-pais-de-impunidade/
criminalidade e de alguma eficiência das polícias, e não o resultado da sanha incontrolável deste 
Estado fascista em remediar com a penitenciária a degradação geral das condições de vida das 
classes populares, esta sede de aumentar a clientela do seu autêntico e genuíno programa de 
habitação popular: o xadrez. 
Nem sequer se fizeram de rogados, os veículos do monopólio, em manejar aqueles novos dados, 
que denotam uma faceta especialmente degenerada do velho Estado brasileiro, ou seja, o 
encarceramento em massa da população negra, jovem e pobre, para tentar fazê-los parecer indicar 
o seu exato inverso. 
Assim, os chefes dos veículos do grupo Globo, por exemplo, pareciam possuídos pelos instintos 
mais irracionais ao, com o relatório em mãos, manchetearem: “Brasil tem hoje déficit de 200 mil 
vagas no sistema prisional”. Incitando, desta forma, o apoio à construção de mais penitenciárias, 
por certo não para aliviar os suplícios da gente espremida em prisões não exatamente 
escandinavas, mas sim martelando, feito animais obcecados pela repetição do gesto, a tecla de 
que faltam celas e sobra impunidade. 
Utiliza-se do analfabeto político que, escandalizado e alarmado, julga ter disparado a prática deste 
ou daquele tipo de crime com base apenas no número de pessoas presas pelas forças da ordem 
pela prática daquela específica violação da lei. Este ainda desconhece que o “processo seletivo”, 
por assim dizer, do Estado penal obedece a critérios outros que não o do literal “combate à 
criminalidade”, e que o próprio ordenamento jurídico burguês está aí como parte de um sistema 
opressivo maior, expressão da liberdade total para o capital e da dominação de uma classe sobre 
a outra. 
Vide a informação que começa a circular entre os veículos do monopólio no momento em que 
este artigo é redigido: a do lançamento de um “programa” pelo gerenciamento do PT/pecedobê, 
cinicamente batizado de “Programa de Proteção ao Emprego”, em que as empresas “em crise” 
terão liberdade para reduzir as jornadas de trabalho e os salários dos trabalhadores. 
Eis aqui uma característica denunciadora da vigência do Estado penal: as “autoridades”, seus 
porta-vozes e seus papagaios promovem e apresentam a insegurança que toma conta de todos os 
aspectos da vida do cidadão comum, do trabalhador, como uma fatalidade incontornável, por 
vezes até algo fruto de políticas repletas de virtudes, especialmente em conjunturas de agudização 
da crise geral — como a privatização de tudo, as contrarreformas na previdência, na educação, na 
saúde, o corte de verbas para toda gama de serviços públicos, a “flexibilização” dos direitos 
trabalhistas, etc. 
Trata-se da promoção da incerteza e da insegurança, da falta de garantias mínimas no trabalho, 
na saúde, na educação, enfim, no dia a dia e sobre o futuro. Tudo apresentado como absolutamente 
“inevitável” ou incensado como muito moderno. Em contrapartida, todas as preocupações 
voltam-se para a questão da violência urbana, a falta da mínima segurança em tudo é toda 
canalizada para a tal “crise de segurança pública”. É ele, o Estado penal, como contrapartida para 
o Estado mínimo em direitos para o povo (e o mínimo reservado ao povo são exatamente as forças 
de repressão) e máximo para azeitar as condições de livre-operação para os monopólios, a 
burguesia e o latifúndio. 
Resulta que a única política pública realmente eficaz neste país é o encarceramento em massa da 
juventude mais pobre, como os novos dados sobre o estado do “sistema carcerário” não deixam 
margem para dúvidas, não obstante o esforço do monopólio dos meios de comunicação em fazer 
crer que, apesar de ter mais de 600 mil pessoas atrás das grades, ainda somos o tal “país da 
impunidade”. 
Um “jornalista” destes da revista Veja, um desses provocadores mais empenhados na catequese 
do fascismo mais aberto, enfim, um desses esbirros chegou a escrever que o Brasil na verdade 
ocupa a “vergonhosa posição” de 34º no mundo em número de presos por 100 mil habitantes, 
tentando minimizar a infame duplicação da população carcerária brasileira em apenas 10 anos, e 
ainda acusou o “governo” do PT de conseguir emplacar o assunto na imprensapara tentar 
atrapalhar a aprovação da redução da maioridade penal — “vergonhosa posição”, como se quem 
está no topo do tal ranking tivesse algo de bom para ostentar. 
Referia-se esta grande arara da direita ao pronunciamento de José Eduardo Cardozo, ministro da 
Justiça do gerenciamento Dilma, quando da divulgação do relatório do Sistema Nacional de 
Informações Penitenciárias. Na ocasião, Cardozo arrotou expertise e cacarejou sobre os perigos 
do “ritmo atual de encarceramento”. 
“Os senhores têm alguma dúvida de que estamos enxugando gelo, especialmente se 
considerarmos que tenho mais de 400 mil mandados de prisão em aberto. Se for mantido o atual 
ritmo de encarceramento, sem a mudança da legislação [da maioridade penal], nós teremos 
ultrapassado em 2022 um milhão de pessoas encarceradas .” 
Como se esse ritmo não fosse ditado na toada das políticas fascistas que há 12 anos esta falsa 
esquerda, verdadeira camarilha de sabujos dos monopólios internacionais e da grande burguesia 
e latifúndio nativos, implementa nesta semicolônia miserável contra as massas trabalhadoras. O 
mesmo José Eduardo “Enxugando Gelo” Cardozo anunciou, no mesmo dia, a abertura de mais 
40 mil vagas no sistema carcerário brasileiro, o “Minha Cela, Minha Vida”, até 2017 (o 
gerenciamento Dilma se gaba de ter feito um “investimento recorde” de R$ 1,1 bilhão nos últimos 
anos para construção e ampliação de presídios), e ainda fez coro com o monopólio da imprensa 
reacionária, falando que “o país tem um déficit de 231 mil vagas” em penitenciárias, coisa que 
só diz quem não pretende diminuir o ritmo, aquele ritmo, rumo a um milhão de brasileiros atrás 
das grades. 
https://anovademocracia.com.br/no-154/6022-em-vez-de-pais-da-impunidade-brasil-e-pais-
da-punicao 
https://anovademocracia.com.br/no-154/6022-em-vez-de-pais-da-impunidade-brasil-e-pais-da-punicao
https://anovademocracia.com.br/no-154/6022-em-vez-de-pais-da-impunidade-brasil-e-pais-da-punicao
 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
Existe impunidade no Brasil? (FUVEST) 
TEMA 6 
TEXTO I 
Seguindo Roberto DaMatta, (1987, 1999) a renúncia engendra uma 
forte individualização. No sistema social brasileiro o ato de individualizar-se 
pode ser o equivalente a renúncia, pois somente uma individualização plena 
pode levar o renunciante ao ato. Dessa forma, individualizar significa, antes de 
tudo, desvincular-se dos segmentos tradicionais, como a casa, a família, o eixo 
das relações pessoais como meios de ligação com a totalidade. A palavra 
individualismo abrange várias idéias, doutrinas e atitudes cujo fator comum é 
a atribuição de centralidade ao “indivíduo” e significa a dissolução dos laços 
sociais, o abandono, pelos indivíduos, de suas obrigações e compromissos 
sociais. O individualismo seria uma ideologia central da civilização ocidental, 
mas que é projetada em outras sociedades e culturas como um dado universal 
da experiência humana. 
 
“A individualidade é a experiência fundamental de “estar-fora-do-mundo” e, 
portanto, livre de obrigações sociais imperativas e rotineiras, presente nos 
papéis que assumem os profetas, líder messiânicos, do xamã (...) do bandido 
social, dos santos, dos peregrinos, dos mártires e, em parte dos malandros” 
(DaMatta, 1999). 
. 
TEXTO II 
De acordo com a Psicologia, empatia é a habilidade de se imaginar no lugar de outra 
pessoa ou ainda a compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outro indivíduo. Já 
fica mais fácil compreender o quanto isso é importante, seja no relacionamento com o outro em 
família ou no ambiente de trabalho. Reflita: em seus relacionamentos, será que você se importa 
sinceramente com os sentimentos e emoções da outra pessoa? 
No dia a dia, não é difícil que em muitos momentos tenhamos a atitude de uma pessoa 
apática, uma vez que a individualidade e a competição são presenças fortes em nossa realidade. 
Vivemos numa era em que há evidente falta de empatia por todos os lados. Por isso, é fundamental 
entender melhor o que podemos fazer para, de forma sincera, deixar o egocentrismo de lado e 
passar a entender o ponto de vista do outro. 
A capacidade de se colocar no lugar do outro é uma das ferramentas da inteligência 
emocional, como a autoconsciência ou o autoconhecimento. Ser uma pessoa empática, 
portanto, possui estreita relação com entender melhor nossos próprios sentimentos e ter uma 
compreensão mais ampla do mundo que nos rodeia. Além disso, a empatia pode conectar pessoas, 
dissipar preconceitos e atenuar hostilidades. 
Construir pontes para aproximar as pessoas é diferente de erguer muros para separá-las. 
Esta é, afinal, a importância da empatia. 
https://www.slacoaching.com.br/artigos-do-presidente/o-que-e-empatia 
TEXTO III 
Menciono “humanidade”, “povo”, “população”. Mas não há homogeneidade aí, 
não existe um genérico chamado “humano”. Assim como não estamos todos no mesmo 
barco. Nem para o coronavírus nem para a crise climática. Mais uma vez, a comparação 
entre coronavírus e crise do clima faz todo o sentido. A ONU criou o conceito de 
“apartheid climático”, um reconhecimento de que as desigualdades de raça, sexo, gênero 
e classe social são determinantes também para a mudança do clima, que as reproduz e as 
amplia. Aqueles que serão os mais atingidos pelo superaquecimento global —negros e 
indígenas, mulheres e pobres —foram os que menos contribuíram para provocar a 
emergência climática. E aqueles que produziram a crise climática ao consumir o planeta 
em grandes porções e proporções —os brancos ricos de países ricos, os brancos ricos de 
países pobres, os homens, que nos últimos milênios centralizaram as decisões, nos 
trazendo até aqui— são os que serão menos afetados por ela. São esses que já passaram 
a erguer muros e a fechar as fronteiras muito antes do coronavírus porque temem os 
refugiados climáticos que criaram e que serão cada vez mais numerosos no futuro bem 
próximo. Na pandemia de coronavírus há o mesmo apartheid. É bem explícito qual é a 
população que tem o direito a não ser contaminada e qual é a população 
que aparentemente pode ser contaminada. 
https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-03-25/o-virus-somos-nos-ou-uma-parte-de-
nos.html#?sma=newsletter_brasil_diaria20200326 
 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
A EMPATIA SELETIVA DA HUMANIDADE (FUVEST) 
TEMA 7 
Texto I 
O papel do novo educador 
https://www.slacoaching.com.br/artigos-do-presidente/a-forca-do-autoconhecimento
https://www.slacoaching.com.br/artigos-do-presidente/o-que-e-empatia
https://brasil.elpais.com/brasil/2020-03-24/morte-em-campo-limpo-acende-alerta-para-quarentena-nas-periferias-de-sao-paulo.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2020-03-24/morte-em-campo-limpo-acende-alerta-para-quarentena-nas-periferias-de-sao-paulo.html
https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-03-20/moradores-de-rua-a-margem-da-prevencao-contra-a-covid-19-lavamos-as-maos-nas-pocas-quando-chove.html
https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-03-25/o-virus-somos-nos-ou-uma-parte-de-nos.html#?sma=newsletter_brasil_diaria20200326
https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-03-25/o-virus-somos-nos-ou-uma-parte-de-nos.html#?sma=newsletter_brasil_diaria20200326
Apesar de ser uma forte aliada na aprendizagem, a tecnologia não substitui a metodologia 
nem a intervenção do professor que, por exemplo, pode ajudar o aluno a perceber a 
relevância e aplicação do que está sendo aprendido, além de ajudá-lo em alguma 
dificuldade no aprendizado. 
Aliás,o uso de um aparato tecnológico no aprendizado implica no redimensionamento 
das funções do professor, que precisa ser mais do que um transmissor de conteúdo ou um 
explicador: ele precisa assumir funções de mediação, supervisão e orientação no 
processo de aprendizado. Dessa forma, a tecnologia passa a servir como instrumento e 
base de apoio para a implementação de uma nova abordagem pedagógica. 
https://educare.estacio.br/blog/posts/2018/april/dentro-e-fora-de-sala-de-aula-tecnologia-%C3%A9-forte-aliada-no-processo-de-
aprendizagem/ (acessado em 30/03/2020). 
Texto II 
Aprendizagem por sala de aula invertida 
Oferece ao aluno a possibilidade de se preparar por meio de conteúdo prévio 
disponibilizado pelo professor no portal do aluno. Em sala de aula, alunos e professores 
têm mais tempo para trabalharem em atividades práticas, tirarem dúvidas e aprofundarem 
assuntos específicos. 
https://educare.estacio.br/blog/posts/2018/april/dentro-e-fora-de-sala-de-aula-tecnologia-%C3%A9-forte-aliada-no-processo-de-
aprendizagem/ (acessado em 30/03/2020). 
Texto III 
 
https://usandoticsnaeducacao.wordpress.com/2016/10/13/dicas-para-utilizacao-de-tecnologia-digital-em-sala-de-aula/ (acessado em 
30/03/2020). 
Texto IV 
O termo “Nativo digital” foi criado pelo norte-americano Marc Prensky, trazendo a esse 
grupo definições de novas características, que consolida um abismo com relação aos 
imigrantes digitais (outro termo criado pelo autor e que define pessoas que desconhecem 
https://educare.estacio.br/blog/posts/2018/april/dentro-e-fora-de-sala-de-aula-tecnologia-%C3%A9-forte-aliada-no-processo-de-aprendizagem/
https://educare.estacio.br/blog/posts/2018/april/dentro-e-fora-de-sala-de-aula-tecnologia-%C3%A9-forte-aliada-no-processo-de-aprendizagem/
https://educare.estacio.br/blog/posts/2018/april/dentro-e-fora-de-sala-de-aula-tecnologia-%C3%A9-forte-aliada-no-processo-de-aprendizagem/
https://educare.estacio.br/blog/posts/2018/april/dentro-e-fora-de-sala-de-aula-tecnologia-%C3%A9-forte-aliada-no-processo-de-aprendizagem/
https://usandoticsnaeducacao.wordpress.com/2016/10/13/dicas-para-utilizacao-de-tecnologia-digital-em-sala-de-aula/
o funcionamento dos meios de comunicação e tornam-se consumidores passivos). 
Um nativo digital é aquele que nasceu e cresceu com as tecnologias digitais presentes em 
sua vivência. Tecnologias como videogames, Internet, telefone celular, MP3, iPod, etc. 
Caracterizam-se principalmente por não necessitar do uso de papel nas tarefas com o 
computador. E contribui para o reconhecimento de outros tipos de aprendizagem e 
expressão cultural dessa nova geração. No sentido mais amplo, refere-se a pessoas 
nascidas a partir da década de 1980 e mais tarde, na Era da Informação que teve início 
nesta década. Geralmente, o termo foca sobre aqueles que cresceram com a tecnologia 
do século XXI. Uma característica habitual dos nativos digitais é trabalhar com 
gratificações imediatas e recompensas frequentes. Este termo tem sido aplicado em 
contextos como a educação, relacionado ao termo Aprendizes do Novo Milênio. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nativo_digital (acessado em 30/03/2020). 
 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
 TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO É PRIVILÉGIO? (FUVEST) 
TEMA 8 
Texto I 
 
Texto II 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Digital
https://pt.wikipedia.org/wiki/Videogame
https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet
https://pt.wikipedia.org/wiki/Telefone_celular
https://pt.wikipedia.org/wiki/MP3
https://pt.wikipedia.org/wiki/IPod
https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1980
https://pt.wikipedia.org/wiki/Era_da_Informa%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XXI
https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nativo_digital
Os conflitos agrários no Brasil vêm se acentuando nos últimos anos como parte da 
expressão concreta das contradições do modelo agrícola/agrário em curso. A violência contra os 
camponeses, os povos indígenas e outras populações tradicionais tem sido uma característica da 
realidade agrária brasileira que atualiza práticas coloniais, sobretudo na expansão territorial do 
capital que, para essas populações, não são frentes de expansão, mas sim frentes de invasão. 
 O Estado tem tido um papel de protagonismo nesses conflitos e nesse processo de 
expansão/invasão territorial do capital, tanto pelo apoio desigual aos diferentes grupos sociais no 
campo, como pelo exercício da prerrogativa formal de deter o monopólio da violência. 
Os movimentos camponeses contemporâneos – enquanto sujeitos excluídos dos Estados 
coloniais, na legitimidade e legalidade da sociedade nacional – manejam um discurso que evoca 
luta por território e por dignidade (reconhecimento identitário). Desta forma, o conceito de 
território, que era entendido como base natural do Estado-Nação, passa a ser re-significado por 
esses movimentos sociais que mostram que há diferentes territorialidades dentro de um mesmo 
território. Ou seja, mostram que suas reivindicações não são simplesmente por terra, mas por 
território, uma vez que o acesso à parcela produtiva (terra como recurso) deve estar inserido em 
um contexto que permita a viabilidade econômica, cultural, social e política das formas de vida 
de populações camponesas, indígenas, quilombolas. 
http://www.lemto.uff.br/index.php/pesquisas/questaoagraria 
Texto III 
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) é um dos mais importantes 
movimentos sociais do Brasil, tendo como foco as questões do trabalhador do campo, 
principalmente no tocante à luta pela reforma agrária brasileira. Como se sabe, no Brasil 
prevaleceu historicamente uma desigualdade do acesso a terra, consequência direta de uma 
organização social patrimonialista e patriarcalista ao longo de séculos, predominando o grande 
latifúndio como sinônimo de poder. Desta forma, dada a concentração fundiária, as camadas 
menos favorecidas como escravos, ex-escravos ou homens livres de classes menos abastadas 
teriam maiores dificuldades à posse da terra. 
Assim, do Brasil colonial da monocultura a este do agronegócio em pleno século XXI, 
o que prevalece é a concentração fundiária, o que traz à tona a necessidade da discussão e da luta 
política como a encabeçada pelo MST. 
Conforme Bernardo M. Fernandes em seu livro A formação do MST no Brasil (2000), 
o MST nasceu da ocupação da terra e tem nesta ação seu instrumento de luta contra a concentração 
fundiária e o próprio Estado. Segundo este autor, pelo fato da não realização da reforma agrária, 
por meio das ocupações, os sem–terra intensificam a luta, impondo ao governo a realização de 
uma política de assentamentos rurais. 
A organização do MST enquanto movimento social começou nos anos 80 do século 
passado e hoje já se faz presente em 24 estados da federação, fato que ilustra sua 
representatividade em termos nacionais. A fundação deste movimento se deu em um contexto 
político no qual o duro regime militar que se iniciava na década de 60 do século passado chegava 
ao fim, permitindo à sociedade civil brasileira uma abertura política para reivindicações e debates. 
Neste contexto de redemocratização do país, em 1985 surgiu a proposta para a elaboração do 
primeiro PNRA (Plano Nacional da Reforma Agrária). Sua segunda versão (II PNRA) foi 
proposta apenas em 2003, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
Os objetivos do MST, para além da reforma agrária, estão no bojo das discussões sobre 
as transformações sociais importantes ao Brasil, principalmente àquelas no tocante à inclusão 
social. Se por um lado existiram avanços e conquistas nesta luta, ainda há muito por se fazer em 
relação à reforma agrária no Brasil, seja em termos de desapropriaçãoe assentamento, seja em 
relação à qualidade da infraestrutura disponível às famílias já assentadas. Segundo dados do 
INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o número de famílias assentadas 
nestes últimos anos foi de 614.093, sendo criados neste mesmo período 551 assentamentos. Ainda 
conforme o INCRA, no total, o Brasil conta com 85,8 milhões de hectares incorporados à reforma 
agrária e um total de 8.763 assentamentos atendidos, onde vivem 924.263 famílias. 
Os números apresentados são positivos. Porém, se levarmos em consideração as 
afirmações do próprio MST e de especialistas no assunto, até 2010 havia ainda cerca de 90 mil 
famílias acampadas pelo país, o que representa uma demanda por terra considerável por se 
atender, a despeito dos avanços sugeridos anteriormente. Em relação à infraestrutura disponível 
a estas famílias, alguns dados apresentados pela Pesquisa de Avaliação da Qualidade dos 
Assentamentos da Reforma Agrária promovida pelo INCRA em 2010 são muito significativos. A 
pesquisa mostra que 31,04% dos assentamentos possuem disponibilidade de energia, mas com 
quedas constantes ou com “pouca força” e 22,39% não possui energia elétrica, o que significa que 
mais da metade dos domicílios não contam plenamente com este benefício. No tocante ao 
saneamento básico, os dados também mostram que ainda é necessário avançar, pois apenas 1,14% 
dos assentamentos contam com rede de esgotos, contra 64,13% (somados fossa simples e fossa 
“negra”) que possuem fossas. A dimensão negativa destes dados repete-se na avaliação geral de 
outros fatores como a condição das estradas de acesso e de satisfação geral dos assentados, 
tornando-se mais significativa quando quase a metade dos assentados não obteve algum 
financiamento ou empréstimo para alavancar sua produção. Isso mostra que muito ainda deve ser 
feito em relação aos assentamentos, pois apenas com o acesso a terra não se garante a qualidade 
de vida e as condições de produção do trabalhador do campo. 
Se por um lado a luta pela terra além de ser louvável é legítima, por outro, os meios 
praticados pelo movimento para promover suas invasões em alguns determinados casos geram 
muita polêmica na opinião pública. Em determinados episódios que repercutiram nacionalmente, 
o movimento foi acusado de ter pautado pela violência, além de ter permeando suas ações pela 
esfera da ilegalidade, tanto ao invadir propriedades que, segundo o Estado, eram produtivas, como 
ao ter alguns de seus militantes envolvidos em depredações, incêndios, roubos e violência contra 
colonos dessas fazendas. 
Contudo, vale ressaltar que em muitos casos a violência e a ação truculenta do Estado 
ao lidar como uma questão social tão importante como esta também se fazem presentes. Basta 
lembrarmos o episódio do massacre de Eldorado de Carajás, no Pará, em 1996, quando militantes 
foram mortos em confronto com a polícia. A data em que ocorreu este fato histórico, 17 de Abril, 
tornou-se a data do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Se a polêmica da violência (seja 
por parte do movimento, seja do Estado) não bastasse, outras vêm à tona, como a da regularização 
fundiária pelo país, a qual pode atender a interesses de latifundiários e famílias ligadas ao 
agronegócio. Dessa forma, a despeito das críticas que recebe (não apenas por seus atos polêmicos 
em si, mas algumas vezes por desconhecimento da opinião pública influenciada por uma mídia 
que pode ser tendenciosa), o MST trata-se de um instrumento importante na transformação de 
uma realidade rural no país: a concentração fundiária. 
A reforma agrária está entre tantas outras reformas que a sociedade brasileira tanto 
almeja para uma agenda de erradicação da miséria e da desigualdade, valorizando a função social 
da terra. Assegurar os direitos do trabalhador do campo é, ao mesmo tempo, defender sua 
dignidade enquanto brasileiro. 
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/mst.htm 
Texto IV 
 
 
 
 
 
 
 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
 
A EXTINÇÃO DE RAIZES CULTURAIS EM RAZÃO DO 
AGRONEGÓCIO (FUVEST) 
 
 
 
http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/mst.htm
 
TEMA 9 
 
 
TEXTO I 
 
 
Texto II 
A solidão é uma manifestação humana que considero de extrema preocupação, 
dado ao sofrimento que a pessoa sente, ao ver-se, ainda que fantasiosamente, sozinha no 
mundo. Essa percepção de solidão pode referir-se aos amigos, à família, ambiente de 
trabalho, enfim, a todas as situações onde, havendo a possibilidade da interação social, o 
depressivo não a vivencia, acabando por ser inundada pelo sentimento de estar só, no caso 
em que me refiro, à perda das relações interpessoais. Para melhor compreender o conceito 
de solidão, Gomes (2001) tenta defini-la em termos sociológicos, de acordo com os quais 
é subproduto da construção social do indivíduo. Ao afirmar sua individualidade, o homem 
afirma também a fragmentação do universo social e o isolamento do outro. Esse 
isolamento, porém, pode tornar-se insuportável e gerar a tentativa de ser superado por 
meio da relação interpessoal. 
Do ponto de vista sociológico, a solidão é, assim, o resultado da produção social 
de um homem "egocentrado", individualista, narcisista. Na visão psicológica, a solidão 
caracteriza-se pela falta de afeto dos outros e está intimamente relacionada com o 
sentimento, com a sensação de se estar só. 
A outra pessoa, mesmo estando próxima geograficamente, não é percebida como 
um ser que realiza a aproximação psicológica, logo, é visto como aquele a quem falta 
interação e comunicação emocional. 
É importante considerarmos, também, que os tempos atuais, marcados por 
grandes avanços científicos e tecnológicos e pela expansão dos meios de comunicação, 
tem gerado uma crescente solidão no ser humano haja vista que esta comunicação está 
altamente comprometida devido ao estilo de vida individualista e consumista. Assim, a 
solidão assume uma posição de relevância entre os mais graves problemas que desafiam 
a cultura e o homem. 
O mundo da tecnologia e da crescente expansão dos meios de comunicação tem, 
cada vez mais, produzido indivíduos solitários. O desenvolvimento tecnológico, com suas 
extraordinárias potencialidades de humanização e de socialização, contrapõe-se à 
crescente solidão e ao individualismo gerados nas relações sociais. O individualismo 
narcisista aparece como sintoma social nas sociedades ocidentais contemporâneas e 
produz a solidão, a sensação de vazio, de falta, no homem: A falta ou, melhor dizendo, a 
suposta falta, levará a comportamentos de compensação ligados ao consumo, tais como 
comprar e comer. 
(http://psicologo-paulocesar.blogspot.com.br/2010/01/solidao-um-sinal-de-depressao.html) 
Texto III 
Solidão e internet 
A solidão pode, algumas vezes, levar às compulsões, e a internet está sendo vista 
como uma delas. A realidade concreta se torna tão ameaçadora que o indivíduo se refugia 
na internet. Pessoas com dificuldades de fazer amigos e de se integrar em grupos tentam 
se esconder atrás de um mundo virtual e acabam se viciando no anonimato. Se o indivíduo 
efetivamente não consegue mais se relacionar com as pessoas a sua volta, isso pode se 
tornar uma doença. 
Pessoas ansiosas, irritadas e de temperamento explosivo muitas vezes usam a 
internet como válvula de escape para se manter longe das relações interpessoais, pois 
assim garantem o anonimato e afastam receios, insegurança e medo de não ser aceitas. O 
mundo virtual é um mundo protegido, mas que pode levar a sérios distúrbios emocionais. 
O prazer do isolamento 
Nem todo solitário vai cair de cama, doente, com problemas físicos ou 
psicológicos. Tem gente que gostade se isolar e sente prazer em ter responsabilidades e 
cuidar de si, sem ajuda de outros. 
http://psicologo-paulocesar.blogspot.com.br/2010/01/solidao-um-sinal-de-depressao.html
"Para quem gosta do isolamento, a solidão não é fator de risco. Isso depende do 
perfil psicológico de cada indivíduo. O perigo surge quando a sensação de isolamento é 
constante, e isso independe de ter ou não uma companhia", explica a psicóloga. 
"Mas quem tem companhia de qualidade consegue se cuidar mais. Isso, sim, é 
um fator protetor", conclui Ana Lucia. 
http://www.einstein.br/einstein-saude/bem-estar-e-qualidade-de-vida/Paginas/solidao-saiba-o-que-fazer-para-nao-
adoecer.aspx 
Texto IV 
Política da solidão 
Clinicalização do estar só escamoteia o verdadeiro mal da sociedade atual, que 
é a hiperconectividade 
Algo vai muito mal com a autocompreensão do ser humano sob a crença de que 
existe um padrão normal dos afetos que calibraria o todo da experiência emocional 
humana. A crença na normalidade confirma apenas que vivemos mergulhados na 
incomunicabilidade. Os sentimentos humanos são nebulosos e confusos, mas não são 
expressos senão por meio de atos desesperados que falam por si mesmos. 
 
Se a norma fosse estabelecida pelo que há de mais comum, teríamos de voltar ao 
paradoxo de Bacamarte: o anormal é normal, o normal é anormal. 
 
O fenômeno contemporâneo da psiquiatrização da vida nasceu como tentativa 
de eliminar a estranheza humana. Hoje ele sustenta a indústria cultural da saúde, que se 
serve do sofrimento humano como a hiena se serve da carniça. 
Para os fins do logro capitalista já não basta aproveitar a desgraça do outro, 
também se pode ajudar a incrementar a produção do infortúnio usando a arma do discurso. 
A moral une-se à ciência nessas horas e quem paga o preço é o indivíduo humano, do 
qual se extirpa a capacidade de pensar sobre sua própria vida. 
 
Se a indústria farmacêutica depende da evolução das drogas e dos remédios, 
depende também da existência de doenças. Criar um remédio pode implicar a criação da 
doença. 
 
Assim é que uma das mais fundamentais experiências humanas na mira dos 
sacerdotes da moral que propagam a psiquiatrização da vida é, hoje, a solidão. A 
banalidade da proposta não é pouco violenta. 
 
Em pesquisa recentemente divulgada, um médico norte-americano definiu a 
solidão não apenas como doença, mas como epidemia. Tratou-a como uma tendência 
contrária à evolução. Definida como um erro da “natureza humana”, a solidão passa a ser 
vista fora de sua dimensão social e histórica. Como doença, ela seria a causa do 
sofrimento e não o efeito da perda de sentido da convivência entre as pessoas. Em última 
instância, daquilo que seria o significado mais próprio da política como universo da 
integração entre indivíduos e comunidades. 
 
Em um mundo em que a política foi destruída pelo poder transformado em 
violência, a solidão é o sintoma do medo do outro que ameaça o indivíduo. 
 
http://www.einstein.br/einstein-saude/bem-estar-e-qualidade-de-vida/Paginas/solidao-saiba-o-que-fazer-para-nao-adoecer.aspx
http://www.einstein.br/einstein-saude/bem-estar-e-qualidade-de-vida/Paginas/solidao-saiba-o-que-fazer-para-nao-adoecer.aspx
Diz-se indivíduo daquele que não pode ser dividido, que é inteiro. Podemos dizer 
que a solidão é constitutiva de si no mais simples sentido metafísico. Mas há a solidão 
como um fato que diz respeito à vida vivida fora das relações. É essa solidão que deve 
ser inscrita na filosofia política como afeto político. 
 
Mas não há nada de anormal em um indivíduo viver só. A solidão da qual muitos 
se queixam hoje como um desprazer pode ser para outros tantos um prazer. Viver em 
comunidade não faz sentido para todo mundo e isso não leva necessariamente à conclusão 
de antissociabilidade da qual o indivíduo seria a vítima ou o culpado. 
 
A solidão nas cidades grandes é muito mais um sinal da precariedade do sentido 
da comunidade e da convivência, é mais um problema sociocultural do que de escolha 
individual. 
 
Selva de pedra 
 
Certamente ela reflete a impossibilidade de retornar às florestas, como um dia 
fez Henry Thoreau. As florestas estão em extinção, assim como, curiosamente, a ideia de 
humanidade. Resta fugir para a moderna caverna na selva de pedra – sem querer reeditar 
lugares-comuns – que é a casa de cada um. 
 
A solidão é, assim, a categoria política que expressa a nostalgia de uma vivência 
de si mesmo. Ela é, por isso, a tentativa de preservar a subjetividade e a intimidade 
consigo mesmo que não tem lugar no contexto de relações sociais transformadas em 
mercadorias baratas. 
 
A sociedade da antipolítica precisa tratar a solidão como uma pena e um mal-
estar quando não consegue olhar para a miséria da vez: o fetiche da hiperconectividade, 
que ilude que não somos sozinhos. 
Marcia Tiburi 
 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
SOLIDÃO, UMA NOVA EPIDEMIA? (FUVEST) 
OU 
O DILEMA DA SOLIDÃO NO MUNDO CONECTADO (FUVEST) 
TEMA 10 
Texto I 
Geografia da dor 
A fome sabe 
onde o pobre mora, 
e a felicidade não sabe andar 
nos becos e vielas. 
A Geografia da dor 
registra no mapa 
gente viva 
com a barriga morta. 
O arroz e o feijão 
alegam não ter nada a ver com isso. 
Quem se importa? 
No vazio do garfo e da faca, 
o tempero da revolta. 
Sérgio Vaz 
 
Texto II 
A redução mais significativa da fome no Brasil aconteceu em 2012, aponta relatório 
das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira (27). Nesse ano, o País alcançou duas metas 
da entidade internacional: cortar pela metade o número de pessoas passando fome e reduzir 
esse número para menos de 5% da população. 
O relatório “O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2015”, divulgado 
pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), nesta quarta-
feira (27), destaca os avanços brasileiros na redução do número de pessoas em situação de 
fome conquistado nos últimos anos. O Brasil é o país, entre os mais populosos, que teve a maior 
queda de subalimentados entre 2002 e 2014, 82,1%. No mesmo período, a América Latina reduziu 
em 43,1% esta quantidade. 
Entre os mais populosos, o País também é aquele que apresenta a menor quantidade 
de pessoas subalimentadas. São 3,4 milhões no Brasil, pouco menos de 10% da quantidade total 
da América Latina, 34,3 milhões. 
“O relatório confirma o esforço e reconhece a trajetória do Brasil na ação de redução 
da pobreza e do combate à fome”, ressaltou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome, Tereza Campello. 
“O Brasil, ao contrário de outros países do mundo, sempre foi um grande produtor 
de alimentos. E, mesmo assim, a população passava fome. O nosso problema não era 
a disponibilidade de alimentos, era acesso aos alimentos e à renda. E isso conseguimos alcançar com 
políticas públicas”, explicou. 
A publicação aponta também que o País alcançou todas as metas das Nações Unidas 
em relação à fome. O Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) era de reduzir pela metade 
a fome e o da Cúpula Mundial de Alimentação era de reduzir pela metade os números absolutos 
de subalimentados. O Brasil é um dos 29 países que conseguiram alcançar essas duas metas. 
“O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que está em processo de 
formatação, visa reduzir em até menos de 5% até 2030. Desde o ano passado, nós já conseguimos 
alcançar esta meta”, contou a ministra. 
As ações de segurança alimentar desenvolvidas e o Programa Bolsa Família foram 
citados como cruciais para o crescimento inclusivo que o Brasil alcançou. 
“A proteção social pode estabelecer um círculo virtuoso de progresso à população 
pobre com melhores salários, empregos e rendas”,destaca o relatório. “Estes programas 
reduziram significativamente a desigualdade de renda – entre 2000 e 2012, a renda média do quintil 
mais pobre da população (20%) cresceu três vezes mais rápido que a dos 20% mais ricos.” 
Disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/05/fome-cai-82-no-brasil-destaca-relatorio-da-onu 
 
Texto III 
 
Texto IV 
“A fome também mata e como mata, mas não só a fome de comida. A fome de esperança 
talvez mate mais, dia a dia, hora a hora; a fome de comida vai embora quando alguém 
estende a mão, mas a fome de esperança, quem pode matar senão só eu!” Morte e Vida 
Severina. 
http://www.justificando.com/2014/12/13/morte-e-vida-severina-na-atualidade-2/ 
Com base nas ideias presentes nos textos acima apresentados, e valendo-se tanto de outras informações 
que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
O COMBATE À FOME COMO UM DIREITO DE HUMANIDADE 
(FUVEST) 
TEMA 11 
Texto I 
O presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos a Lei 13.977, de 2020, que cria a 
Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). A 
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/05/fome-cai-82-no-brasil-destaca-relatorio-da-onu
http://www.justificando.com/2014/12/13/morte-e-vida-severina-na-atualidade-2/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13977.htm
norma foi batizada de Lei Romeo Mion, que é filho do apresentador de televisão Marcos 
Mion e tem transtorno do espectro autista. A sanção foi publicada na edição desta quinta-
feira (9) do Diário Oficial da União. 
O texto altera a Lei Berenice Piana (12.764, 2012), que institui a Política Nacional de 
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. De acordo com a 
nova lei, a Ciptea deve assegurar aos portadores atenção integral, pronto atendimento e 
prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas 
áreas de saúde, educação e assistência social. 
A carteira será expedida pelos órgãos estaduais, distritais e municiais que executam a 
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. 
A família deve apresentar um requerimento acompanhado de relatório médico com a 
indicação do código da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas 
Relacionados à Saúde (CID). 
 Fonte: 
Agência Senado 
Texto II 
Aguarda relatório na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) o projeto 
de lei que determina que os censos demográficos terão de incluir dados e informações específicos 
sobre pessoas com autismo. 
O PLC 139/2018, da deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC), altera a Lei 7.853, de 
1989, para que seja obrigatório que os censos populacionais do país incluam “especificidades 
inerentes ao autismo”. 
De acordo com a autora, não existem dados oficiais sobre as pessoas com transtorno do espectro 
autista. 
“Não se sabe quantos autistas vivem no país, sua realidade socioeconômica e as barreiras por eles 
enfrentadas”, afirma a deputada na justificação do projeto. Ela avalia que a ausência desses dados 
cria obstáculos para a criação de políticas públicas específicas e eficazes. 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição resultante de uma complexa desordem 
no desenvolvimento cerebral. Engloba o autismo, a Síndrome de Asperger, o transtorno 
desintegrativo da infância e o transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado. A 
condição acarreta modificações importantes na capacidade de comunicação, na interação social e 
no comportamento. Estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo tenham autismo, sendo 2 
milhões delas no Brasil. Porém, até hoje nenhum levantamento foi realizado no país para 
identificar essa população. 
A relatora da proposta na CDH é a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). 
Fonte: Agência Senado 
Texto III 
O transtorno, que afeta hoje uma em cada 59 crianças, não tem cura e o tratamento 
adequado pode custar R$20 mil por mês. Em 2012, a legislação brasileira passou a assegurar às 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/134964
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853compilado.htm
pessoas diagnosticadas com TEA os mesmos direitos garantidos aos deficientes físicos e mentais. 
Mas, como a última edição do programa mostrou, nem sempre a lei é garantida na prática. 
SAÚDE 
O que acontece quando a cidade não oferece o tratamento? 
Diana Serpe - De acordo com a Lei 13.146/15, o Sistema Único de Saúde (SUS) deve 
disponibilizar atenção integral e tratamento completo ao paciente diagnosticado com TEA 
em qualquer grau de complexidade. O município tem a obrigação de fornecer o transporte 
para deslocamento à cidade vizinha que disponibiliza o tratamento. Se for necessário, o 
governo também tem de pagar pela pernoite do paciente e de seu acompanhante. Quando 
não houver serviço em um município próximo, o Estado tem a obrigação de pagar pelo 
tratamento na rede particular. A família precisa ter em mãos relatórios médicos que 
comprovem a necessidade do tratamento e fazer a solicitação judicialmente. "A aplicação 
da lei fará a diferença. Cabe às pessoas, em caso de descumprimento, buscar o poder 
judiciário.", afirma Diana Serpe. 
Como solicitar tratamento pela justiça? 
Serpe - Procure um advogado. Caso a família não tenha condições financeiras, e possível 
entrar em contato com um defensor do Ministério Público ou advogado da Ordem dos 
Advogados do Brasil (OAB) da cidade. O indivíduo diagnosticado com autismo tem 
direito a um tratamento multidisciplinar. E importante requerer, por escrito, a solicitação 
do atendimento pretendido em detalhes. Quando a solicitação for feita por telefone, anote 
o número do protocolo, data e horário de atendimento. O pedido médico deve justificar o 
tratamento solicitado e a urgência do atendimento. 
O plano de saúde pode recusar meu filho autista? 
Serpe - Não. A Lei 12.764/12 afirma que o plano de saúde não pode negar beneficiário 
com TEA em razão de sua condição de pessoa com deficiência. 
Segundo a advogada, era comum que planos de saúde se recusassem a pagar 
terapias comportamentais, como o ABBA, com a justificativa de que não constavam entra 
as terapias previstas pela Agência Nacional de Saúde (ANS). 
Apesar desse tipo de negativa não ser mais tão recorrente, as famílias com 
pessoas com TEA ainda enfrentam problemas para conseguir tratamento via planos de 
saúde. Nas poucas clínicas particulares credenciadas para o atendimento, é difícil 
conseguir horário. Alguns locais chegam a oferecer terapias que deveriam ser individuais, 
em grupo. De acordo com a advogada, a família precisa ficar atenta e cobrar que as 
terapias necessárias sejam fornecidas da maneira apropriada e com a duração indicada 
pelo médico. 
O convênio não pode limitar o número de horas ou sessões para o tratamento do 
autismo. Quem define isso é o medico. Além disso, o tratamento deve ser feito por 
profissionais capacitados nas técnicas exigidas para as terapias indicadas. A família pode, 
inclusive, solicitar a comprovação da capacitação dos profissionais por parte da clínica. 
Todos os profissionais envolvidos no tratamento do autismo precisam ser especializados. 
O local não pode se negar a apresentar os certificados. Denúncias e reclamações podem 
ser feitas diretamente para a ANS. 
A advogada Diana Serpe complementa que os familiares que cuidam de pessoas 
com autismo têm direito a um acompanhamento psicológico e toda a orientação 
necessária para lidar e tratar o indivíduo autista.

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