Victoria Alencar nervos cranianos os nervos em geral · Cordões esbranquiçados constituídos de fibras nervosas, reforçadas por tecido conjuntivo, que unem o SNC aos órgãos periféricos. Podem ser espinhais ou cranianos. · As fibras em geral são MIELÍNICAS COM NEURILEMA. Exceto o nervo óptico, que é constituído por fibras MIELÍNICAS SEU NEURILEMA e o nervo olfatório, as quais são AMIELÍNICAS COM NEURILEMA (FIBRAS DE REMAK) – também existentes no SNA. constituição do nervo · 3 bainhas conjuntivas: epineuro, perineuro e endoneuro. · É possível a retirada do epineuro em um trecho de até 15 cm sem que ocorra lesão nervosa, pois os vasos anostomosados são longitudinais. · O nervo é quase desprovido de sensibilidade, e quando é lesado a dor é sentida no território sensitivo que ele inerva. terminações nervosas sensitivas-receptores · Especiais- neuroepitélio: retina, etc. Fazem parte dos órgãos especiais do sentido: visão, audição e equilíbrio, gustação e olfação. · Gerais: todo corpo, responde a diferentes estímulos como tato, dor, temperatura e postura corporal ou propriocepção. terminações nervosas motoras ou Junções neuroefetuadoras · Menos variadas que as sensitivas · Somáticas (terminam nos músculos estriados esqueléticos) e viscerais (terminam em glândulas, músculo estriado cardíaco – pertence ao SNA). os nervos cranianos · Número · Nome · Características funcionais · Origens no encéfalo · Funções número e nome São numerados em numerais romanos de I a XII, são em pares 12 para o lado direito e 12 para o lado direito. Esta contagem é de anterior para posterior do encéfalo. · I par: nervo olfatório · II par: nervo óptico · III par: nervo oculomotor · IV par: nervo troclear · V par: nervo trigêmeo (maior de todos) · VI par: nervo abducente · VII par: nervo facial · VIII par: nervo vestibulococlear · IX par: nervo glossofaríngeo · X par: nervo vago · XI par: nervo acessório · XII par: nervo hipoglosso características funcionais · Motores ou eferentes: sai do SNC para o SNP (pares I,II e VIII) · Sensitivos ou aferentes: sai do SNP para o SNC ( pares III,IV,VI, XI e XII) · Mistos: carregam ambas as informações (pares V, VII, IX e X) origem Emergem do encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e podem agir no crânio ou fora dele. Apenas os pares I e II não tem origem no tronco encefálico: · I: bulbo olfatório – cérebro (telencéfalo) · II: corpo geniculado lateral – tálamo (diencéfalo) Os demais nervos tem sua origem localizada em núcleos no tronco encefálico. Estes núcleos são aglomerados de corpos celulares, que originam os nervos cranianos. OBS: Gânglios também são aglomerados de corpos celulares, porém no SNP e não no SNC como os núcleos. · III e IV: mesencéfalo · V, VI, VII e VIII: ponte · IX,X, XI e XII: bulbo OBS: O par XI tem algumas de suas origens também na medula espinhal (C1 a C5, somente no corno anterior). funções gerais · I par - nervo olfatório - puramente sensitivo, capta o olfato. · II par: nervo óptico - puramente sensitivo, capta a visão. São muito sensíveis a luz. · III par - nervo oculomotor: puramente motor, movimento dos olhos. Importante para a abertura e fechamento do músculo esfíncter da pupila, ou seja, controla a entrada de luz para a retina. Também inerva os músculos extrínsecos dos olhos (exceto o oblíquo superior e o retolateral), para movimento dos olhos. · IV par - nervo troclear: puramente motor, movimento dos olhos. Inerva o músculo oblíquo superior. · V par - nervo trigêmeo (maior de todos): é misto Na sua parte sensitiva possui 3 ramos sensitivos (oftálmico, confere inervação sensitiva aos olhos e até a parte média da cabeça; ramo maxilar, que confere sensibilidade do nariz ao lábio superior; ramo mandibular, que confere sensibilidade na região da mandíbula externa e interna (dentes, cavidade nasal, dentes -arcada superior é pelo ramo maxilar e inferior mandibular-, cavidade oral...). O trigêmio participa também da sensibilidade dos 2/3 anteriores da língua, exceto a sensibilidade especial do paladar NÃO. A inervação motora é relacionada a mastigação (músculos temporal, macéter, pterigóideos lateral e medial). · VI par - nervo abducente: puramente motor, movimento dos olhos. Inerva o músculo retolateral, que realiza o movimento lateral dos olhos. · VII par - nervo facial: é misto Parte sensitiva relacionada ao paladar, 2/3 anteriores da língua. A parte motora é relacionada aos músculos da expressão facial, mímica facial. · VIII par - nervo vestibulococlear: puramente sensitivo e dividido em 2 ramos, vestibular (referente ao equilíbrio, inerva o labirinto) e coclear (referente a audição,inerva a cóclea). · IX par - nervo glossofaríngeo: é misto A parte sensitiva é relacionada ao paladar e à sensibilidade do terço posterior da língua, da parte mais profunda da língua. Na parte motora inerva os músculos da faringe, que são importantes para a deglutição. · X par: nervo vago: é misto A parte mais importante é a parte eferente visceral, motora. Vai inervar as vísceras, órgãos torácicos e abdominais. É a inervação parassimpática, porção parassimpática das vísceras abdominais e torácicas (coração, intestino, estômago etc...). Além disso, é responsável também pela inervação dos músculos da deglutição na faringe e da fonação na laringe. · XI par: nervo acessório: puramente motor, inerva os músculos esternocleidomastóide e trapézio. Estes músculos são relacionados principalmente ao movimento do pescoço e ombro, respectivamente. · II par: nervo hipoglosso: puramente motor, relacionado à inervação da língua, musculatura que movimenta a língua, intrínseca da língua. É o principal motor da língua.Relacionado também com a fonação e deglutição, pois inerva também músculos da laringe e faringe. nervo olfatório I par · Nervo puramente sensitivo. · A função do nervo olfatório é o olfato, considerada como sensibilidade visceral especial. · A mucosa olfatória, situada no epitélio olfativo da cavidade nasal, é formada por um conjunto de células nervosas ciliadas especializadas, denominadas receptores olfativos. · Axônios das células nervosas orifícios do osso etmoide conexão com bulbo olfatório (lobo frontal) trato olfatório vão atingir o lobo temporal, terminando no córtex olfatório primário do úncus e do giro para-hipocampal. aplicação clínica · Anosmia é a designação que se dá à ausência de olfato. Parosmia corresponde às alterações do odor, sendo a cacosmia, odor desagradável ou fétido, a forma mais comum. · A anosmia ou hiposmia podem anteceder os sintomas e sinais típicos da doença de Parkinson e de outras doenças degenerativas. · As patologias que mais frequentemente cursam com alterações do odor são: rinites alérgicas ou infecciosas, os traumatismos cranioencefálicos com lesão da lâmina crivosa do etmoide, os tumores do lobo temporal, os processos infecciosos crônicos e as doenças psiquiátricas. nervo óptico II PAR · Nervo puramente sensitivo. · O nervo óptico é o conjunto dos axônios (fibras somáticas especiais) provenientes das células ganglionares da retina, estrutura localizada no olho, órgão receptor do sistema visual – estrutura sensível à luz (cones e bastonetes). · Para o campo visual de cada olho, existem dois hemicampos: um temporal e outro nasal: as fibras provenientes da retina nasal cruzam para o outro lado no quiasma óptico, enquanto as fibras provenientes da retina temporal seguem pelo mesmo lado, sem cruzamentos. · Cada nervo une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico trato óptico corpo geniculado lateral os axônios dos neurônios do corpo geniculado lateral constituem as radiações ópticas, que se dirigem para área cortical visual. aplicação clínica · As lesões das vias ópticas causam alterações visuais específicas, possibilitando uma localização da patologia de forma precisa: · As lesões do nervo óptico causam diminuição ou ausência unilateral da visão do olho comprometido. Nesse caso, as principais patologias encontradas são: seção traumática do nervo óptico, neurite retrobulbar e tumores como os gliomas do nervo