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ETNOCENTRÍSMO E RELATIVISMO CULTURAL NO BRASIL Para entendermos o que é etnocentrismo, precisamos primeiramente entender que sua principal característica é a forma como se enxergar uma etnia, baseando-se em sua etnia própria, usando-a como ponto de partida para compararmos as outras etnias como sendo inferiores à sua. Em termos de Brasil, o etnocentrismo ocorre desde o período do descobrimento, quando os portugueses impuseram sua religião, língua e até vestimenta aos índios que aqui habitavam, por os subjugarem muito “atrasados” em comparação aos seus costumes. O etnocentrismo não abrange apenas essa relação entre culturas distantes, podendo inclusive ocorrer entre o povo de uma mesma cultura. Por exemplo, quando os membros da elite da sociedade julgam a forma de vestir e/ou o gosto musical das camadas mais populares, considerando que esses aspectos não sejam tão sofisticados quanto os seus próprios e assim aumentando ainda mais a distância e o preconceito social entre ambos; Ou ainda quando nós brasileiros, julgamos a nossa higiene superior a dos europeus pela quantidade de vezes que tomamos banhos ao longo do dia/semana. Nesse caso, identifica-se o relativismo cultural, que busca entender e interpretar os comportamentos e costumes de uma sociedade dentro de seu próprio contexto. No caso do exemplo, há uma diferença climática que deve ser levada em consideração antes dos julgamentos etnocêntricos entre o Brasil e países da Europa como Itália ou França, onde as temperaturas podem chegar abaixo de zero durante o inverno enquanto que por aqui o clima é majoritariamente tropical. Ainda nessa questão, as casas na Europa contam com sistemas de aquecimento, o que gera um custo que impacta em seus habitantes que têm históricos de tempos escassos durante as guerras enraizados por gerações. Compreender não significa concordar, apenas deixar de usar a própria moralidade como régua e classificar uma cultura como “horrível” ou “atrasada”, discriminando-a e desumanizando seus membros apenas por serem “diferentes”.
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