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IMPUGNAÇÃO - DEFESA DO EXECUTADO (PROCESSO CIVIL)

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Diferente do processo de execução, no qual o executado se defende por meio dos embargos de 
execução, a defesa típica do executado no cumprimento de sentença que condena o réu ao pagamento 
de quantia é a impugnação, prevista no art. 525 do Novo CPC. Não obstante a impugnação tenha 
sido prevista expressamente apenas para a 
execução de sentença por quantia, é cabível a sua aplicação, por analogia, às demais espécies de 
execução de sentença (fazer, não-fazer e dar coisa). O regramento da execução dessas sentenças é muito 
singelo, não prevendo qualquer meio defensivo para o executado, que não pode, obviamente, ficar 
desprotegido nessa fase processual. Tendo em vista a lacuna legislativa, a melhor solução é a aplicação 
analógica do regime jurídico da impugnação. Também é a impugnação o meio defensivo típico para a 
execução de sentença estrangeira, arbitral, penal condenatória e do acórdão em revisão criminal. 
 
2.1. Introdução 
 
a) Aplicação ao procedimento de cumprimento de sentença - abrangência à 
persecução de prestações de fazer, não fazer, entregar coisa certa. 
b) Aplicação às sentenças arbitrais, sentença estrangeira homologada e sentenças 
penais condenatórias transitadas em julgado. 
 
2.2. Teses sobre a natureza jurídica 
 
a) Meio de defesa 
 
A doutrina majoritária afirma que a natureza jurídica da impugnação é de incidente processual de defesa 
do executado. Realmente parece ser esse o melhor entendimento, até porque, mesmo quando o 
executado pretende obter um bem da vida por meio da impugnação, deve-se prestigiar o sincretismo 
processual. Não teria sentido o legislador acabar com o processo autônomo de execução de sentença e 
manter a defesa do executado como ação incidental. A impugnação serve à concretização do exercício 
do direito de defesa; o executado não demanda, não age; ele resiste, excepciona, se opõe. A pretensão 
à tutela jurisdicional, que de fato exerce o executado, é de reação, que é elemento essencial da 
"exceção'', do direito de defesa. Não é porque a impugnação pode ter por conteúdo a alegação ele um 
defeito do título ou a alegação de uma objeção ou exceção substancial, que ela terá a natureza de ação, 
é sempre instrumento de defesa. 
 
b) Ação incidental 
 
Nesse entendimento, a oposição oferecida pelo executado à impugnação consubstancia-se num pedido 
de tutela jurisdicional para que os rumos procedimentais sejam corrigidos ou para que a própria 
pretensão executiva seja extinta, pretensões próprias de ação judicial. Ademais, a impugnação tem 
praticamente o mesmo conteúdo e os mesmos objetivos dos embargos à execução. 
 
c) Instrumento ora de defesa, ora de ação 
 
Outra corrente doutrinária defende que a natureza da impugnação dependerá das matérias que o 
executado alegar. Sendo a alegação defensiva voltada a vícios procedimentais – requisitos da execução 
e validade dos atos executivos –, tais como o excesso de penhora ou avaliação incorreta, a natureza será 
de incidente processual. Sendo a alegação defensiva voltada à obtenção de um bem jurídico, tais como 
existência de causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, a natureza será de ação incidental. 
 
 
 
2.3. Prazo de defesa. 
 
2.3.1. Obrigação de pagar quantia - 15 dias a contar da intimação da penhora e avaliação 
 
OBS1: É dispensada a intimação do executado para o início desse prazo, pois ele, sendo o responsável 
por tal pagamento, terá ciência se este foi ou não realizado no prazo legal. 
 
OBS2: A penhora não é condição de admissibilidade da impugnação. Não constitui requisito necessário e 
suficiente ao ajuizamento da impugnação; esta pode, então, ser oferecida antes mesmo da penhora 
 
OBS3. Fluência do prazo conforme presença de advogado no processo: 
a) Foi na pessoa do advogado: fluência se inicia da data da intimação. 
b) Foi na pessoa do executado: fluência se inicia da data de juntada do mandado. 
 
OBS4: Diferente dos embargos à execução, o prazo de 15 dias para a impugnação será contado em 
dobro, havendo litisconsortes passivos representados por advogados de diferentes escritórios, nos 
termos do art. 525, § 3.º, do Novo CPC. 
 
2.3.2. Obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa certa - 15 dias a contar da 
intimação para efetivação da sentença. 
 
2.4. Objeto da impugnação (525, §1º) 
 
Não podendo o executado voltar a discutir o direito exequendo fixado em sentença, haverá na 
impugnação uma limitação da cognição horizontal, restringindo se as matérias passíveis de alegação 
nessa espécie de defesa. 
O art. 525, § 1º, do Novo CPC prevê o rol das matérias que podem ser alegadas em sede de impugnação, 
entendendo, corretamente, a doutrina majoritária que se trata de rol exaustivo, salvo as matérias de 
ordem pública, desde que não estejam já protegidas pela eficácia preclusiva da coisa julgada. 
Impugnação com matéria alheia ao rol legal deve ser rejeitada liminarmente. 
O Superior Tribunal de Justiça, entretanto, admite a alegação em sede de impugnação de retenção por 
benfeitorias, desde que a matéria já tenha sido alegada em sede de contestação na fase de 
conhecimento. 
Art. 525.§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; 
(exige-se mais do que a simples revelia na fase de conhecimento, porque mesmo revel, o réu pode se 
integrar voluntariamente ao processo, e nesse caso, apesar da revelia, a questão a respeito da 
regularidade ou existência da citação já terá sido superada na fase de conhecimento. Sendo acolhida 
esta previsão, o processo será anulado desde o momento em que se configurou o vício, não sendo 
necessária, entretanto, a realização da citação do réu, porque, ao apresentar a impugnação, já ingressou 
voluntariamente no processo, e nos termos do art. 239, § 1.º, do Novo CPC deverá ser simplesmente 
Art. 523 . No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre 
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, 
sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se 
houver. 
 
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 
(quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos 
próprios autos, sua impugnação. 
 
 
intimado na pessoa de seu advogado para responder à pretensão do autor na fase de conhecimento) 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; Ex: O exequente consiga uma 
redistribuição de seu processo para outro juízo dentro do mesmo foro, cabe ao executado alegar a 
incompetência absoluta do juízo em sua impugnação. 
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, 
compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.(Se essas causas já 
existirem durante a fase de conhecimento, de duas uma: ou foram alegadas em contestação e afastadas 
pelo juiz ou nem chegaram a ser alegadas. Seja como for, como a eficácia preclusiva da coisa julgada 
atinge o deduzido e o dedutível (art. 508 do Novo CPC), não é possível a sua alegação em sede de 
impugnação.) 
 
2.4.1. Excesso de execução (Art. 525,§4º). 
 
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia 
superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende 
correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. 
Quando o executado alegar que o credor pleiteia quantia superior à do título, é preciso atentar para dois 
aspectos: 
a) Trata-se de norma interessante, que impõe um ônus ao executado, sob pena de a sua defesa sequerser examinada: o ônus de opor a exceptio declinatoria quanti. Não exercida a exceção, há preclusão 
quanto ao valor da dívida, ressalvado erro de cálculo ou valor absurdo. 
É preciso, porém, fazer uma advertência: a regra tem aplicação nos casos em que o valor da execução foi 
liquidado em fase própria ou unilateralmente, pelo credor, se isso for possível por simples cálculos 
aritméticos. Acontece, porém, muita vez, conforme alertado no capítulo sobre liquidação, a utilização 
abusiva da "liquidação por cálculo do credor", que se vale desta autorização em situações em que isso 
não era possível, pois exigiriam a dilação probatória para a verificação da extensão dos prejuízos. Nesses 
casos, o executado pode ter a certeza de que o valor é despropositado, mas não poder afirmar de pronto 
quanto deve, exatamente porque é necessária a produção de provas em audiência, como as provas 
pericial e testemunhal. 
Um exemplo talvez demonstre a importância desta ponderação. Imagine uma sentença que condenou o 
réu a ressarcir os lucros cessantes de uma empresa de transporte de passageiros, pelo fato de ela não ter 
podido utilizar um de seus ônibus durante um determinado período. Na fase de liquidação, seria preciso 
provar a média de viagens feitas pelo ônibus em mês, bem como a média da ocupação, tendo em vista 
determinada rota, a lucratividade do negócio, bem como o percentual de beneficiários que têm direito 
a transporte gratuito (como idosos) etc. Imagine que o credor, unilateralmente, entendendo tratar-se 
de situação que permite a "liquidação unilateral'', calcule o valor da obrigação e promova a execução. O 
executado poderá discutir o "excesso de execução", mas não terá como apresentar de pronto o valor 
que entende devido, exatamente porque o cálculo deste montante não prescinde da produção de provas 
em audiência e, pois, em contraditório. 
Nestes casos, há falta de liquidez da obrigação, pois o título dependeria de uma liquidação por artigos, e 
não por simples cálculo do credor. 
Na verdade, não incide, em casos como esse, a exigência ele o executado demonstrar o valor devido ou 
em que consistiria o excesso. Não há, nessas situações, o ônus de demonstrar o valor que deveria ser 
executado. É que, rigorosamente, tais casos não constituem hipóteses de excesso de execução, 
revelando-se como situações de iliquidez da obrigação, afastando-se, portanto, o ônus da alegação, por 
parte do executado, do valor correto. Ao executado caberá, isto sim, apontar a iliquidez da obrigação, 
indicando a necessidade de uma liquidação por artigos ou por arbitramento. 
 
 
 
 
b) Nesses casos, há sempre uma parcela incontroversa, situação que permite o prosseguimento da 
execução em relação à parcela não-impugnada. Não obstante o silêncio normativo, permite-se o 
prosseguimento da execução em relação à parcela não-impugnada. A determinação de prosseguimento 
da execução independe de requerimento do credor, podendo o magistrado tomá-la ex officio. 
Não se pode rediscutir, porém, o valor obtido na fase de liquidação da sentença. 
As hipóteses dos incisos II e III do art. 917, §2º, cuidam da execução para a entrega de coisa (inciso II) e 
para obrigação de fazer e de não-fazer (inciso III). Permite-se ao executado alegar a exceção de contrato 
não cumprido (art. 917, §2º, IV, CPC, c/c art. 476 do CC-2002, exceptio non adimpleti contractus), exceção 
substancial dilatória que obsta a eficácia da pretensão executiva. Aplica-se o art. 787 do CPC, por 
analogia. 
 
2.4.2. A "coisa julgada inconstitucional" (Art. 525, §12). 
 
Se considera inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato 
normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou 
interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a 
Constituição Federal. Trata-se da chamada “coisa julgada inconstitucional”. 
Esse dispositivo traz mais uma hipótese de desconstituição da coisa julgada material, tendo em vista 
que permite que o executado oponha resistência à satisfação do crédito suscitando matéria atinente à 
formação do próprio título executivo, quando ele estiver fundado em preceito tido por inconstitucional 
pelo STF ou quando se tenha conferido a este preceito interpretação tida pelo mesmo STF como 
inconstitucional. Dessa forma, em casos tais, admite-se a rescisão da sentença pelo acolhimento de 
argumento ele defesa deduzido na impugnação. É um novo instrumento de revisão de coisa julgada. 
 
A aplicação do dispositivo pressupõe, ainda: 
a) que a decisão do STF tenha sido anterior à formação do título judicial. 
 
b) a lei - cuja inconstitucionalidade já tenha sido proclamada pelo STF - deve ter sido essencial para 
a procedência do pedido. 
Se, mesmo afastada a lei tida como inconstitucional pelo STF, persistir a conclusão a que chegara o juiz, 
não faz sentido acolher-se a impugnação. É preciso, em outras palavras, que haja uma relação de causa 
e efeito, de sorte que, afastada a lei que fundamentara a sentença, a conclusão desta seja, 
inevitavelmente, alterada. Caso, afastada a lei invocada na fundamentação da sentença, esta mantiver 
sua conclusão, não há como ser acolhida a impugnação. Se, mesmo seguindo a orientação do STF, o juízo 
tenha condenado o réu ou julgado procedente o pedido do autor, não há razão para aceitar a 
impugnação. É por isso que, como bem lembra Luiz Guilherme Marinoni, apresentada a impugnação, 
com fundamento no dispositivo, "terá o exeqüente a oportunidade de demonstrar que, ainda que a 
decisão houvesse observado o pronunciamento vinculante do Supremo, a sentença teria sido de 
procedência". Consequentemente, "se o desrespeito ao pronunciamento vinculante não impuser a 
alteração ela sentença, mas admitir apenas a modificação ela sua fundamentação, não há como acolher 
a impugnação. 
 
c) a não-incidência em relação às coisas julgadas anteriores à vigência cio dispositivo. 
 
Não obstante o enunciado normativo tenha sido previsto apenas para a revisão de sentença que dê 
ensejo a atividade executiva, parece correto proceder a uma interpretação analógica para permitir a 
revisão da coisa julgada de sentenças que dispensam atividade executiva posterior, preenchidos os 
pressupostos já examinados. Se o objetivo é prestigiar as decisões do STF em matéria de controle de 
constitucionalidade, uma sentença meramente declaratória sem eficácia executiva ou uma sentença 
constitutiva que ofenda a Constituição Federal, nos termos examinados, deve ser rescindida tanto 
quanto uma sentença condenatória. 
Partindo da premissa de que se trata de urna nova hipótese de rescindibilidade da sentença (que 
dá ensejo ao iudicium rescindens), surge a dúvida sobre a possibilidade de um juízo de rejulgamento da 
causa (iudicium rescissorium). 
Há quem não admita essa possibilidade, sob o fundamento de que o dispositivo opera apenas no plano 
da eficácia do título, não o desconstituindo. 
 
 
Eduardo Talarnini segue outro caminho: Pelo fato de haver caso mais complexos, para ele deve-se tomar 
emprestado o regime jurídico da alegação da exceptio nullitati, que permite, invalidada a sentença, a 
reabertura do processo. 
 
 
2.5. Efeitos da impugnação sobre a execução (Art. 525, §6º) 
 
A apresentação de impugnação não impede a prática de atos executivos, inclusive os de expropriação, 
podendo o juiz conceder efeito suspensivo desde que preenchidos quatro requisitos. 
 
2.5.1 Requisitos para atribuição de efeito suspensivo. 
 
a) Requerimento expresso do executado. 
b) Prévia realização de penhora. (Estar garantido o juízo, com penhora, caução ou 
depósito ) suficientes 
c) Manifestação do exequente. 
d) Relevante fundamento. 
e) Perigo de dano. 
O prosseguimento da execução ser manifestamente suscetível de causar ao executado 
grave dano de difícil ou incerta reparação. Além do pedido do impugnante e da garantia 
do juízo, que se justifica a partir do momento em que se passa a admitir a impugnaçãosem penhora ou qualquer outro ato de constrição judicial, o dispositivo ora comentado 
prevê os tradicionais requisitos para a concessão de qualquer espécie de tutela de 
urgência: considerável probabilidade de a parte ter razão em suas alegações e 
necessidade de concessão urgente de tutela sob pena de perecimento do direito. Ambos 
os requisitos devem ser preenchidos para a concessão do efeito suspensivo. 
 
2.5.2. A suspensão da suspensão. 
 
A concessão ou a denegação do pedido de efeito suspensivo ocorre por meio de decisão interlocutória, 
recorrível por agravo de instrumento. O exequente, que tem seu pedido negado, em vez de agravar da 
decisão, poderá oferecer e prestar caução suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos 
próprios autos, para que o procedimento não seja suspenso. É direito do exequente. 
O exequente faz o pedido e oferece a caução, que, uma vez aceita, gera a revogação da decisão 
concessiva do efeito suspensivo. A norma legal é interessante porque compatibiliza a vontade do 
exequente em continuar com a execução e a necessidade de assegurar ao executado que eventuais 
danos injustificadamente suportados serão ressarcidos pelo exequente. Ao prestar a caução, o 
exequente “banca” o prosseguimento do cumprimento da sentença. 
 
 
 
2.6. Impugnação de “segunda fase”, apesar da ausência de previsão legal. 
 
2.7. Aplicação analógica do direito potestativo ao parcelamento. 
 
Dois seguimentos: 
 
1. Há quem afirme que o dispositivo pode incidir na execução de sentença, em razão da regra que 
permite a aplicação subsidiária ao cumprimento da sentença, naquilo que não for incompatível, 
Art. 525, § 10 Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exeqüente requerer o 
prosseguimento da execução, oferecendo e prestando caução suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e 
prestada nos próprios autos. 
 
 
das regras da execução por quantia certa fundada em título extrajudicial. Como se trata de uma 
técnica de incentivo ao cumprimento espontâneo da obrigação - (portanto, em consonância com 
o princípio da efetividade), e não havendo qualquer inadequação com o procedimento para a 
execução da sentença, seria possível que o executado, no prazo para impugnar a execução, 
exercesse o direito potestativo ao parcelamento da dívida previsto no art. 916 do CPC. 
 
2. Há, porém, quem pense de forma diversa, negando a aplicação do favor legal à execução de 
sentença, HUMBERTO THEODORO JR. é um dos expoentes desta concepção: "Aliás, não teria 
sentido beneficiar o devedor condenado por sentença judicial com novo prazo de espera, quando 
já se valeu de todas as possibilidades de discussão, recursos e delongas do processo ele 
conhecimento.”. De acordo com esse entendimento, o "incentivo" ao cumprimento voluntário 
na execução por sentença é o não-pagamento da multa legal de 10% sobre o valor da dívida 
prevista no art. 523 do CPC. Eis o procedimento a ser seguido na execução pecuniária fundada 
em título executivo judicial. Não seria adequado aplicar por analogia uma regra que altera o 
direito do credor, estendendo-lhe um estado de sujeição (e, por consequência, um direito 
potestativo do executado) apenas previsto para a execução de um crédito certificado em título 
executivo extrajudicial. Demais disso, a criação desse favor legal justificar-se-ia como técnica de 
incentivo (coerção indireta) à prática do negócio jurídico de reconhecimento da dívida pelo 
executado, que implica a perda do direito de discuti-la em juízo. Não haveria sentido na aplicação 
desta técnica em uma execução de sentença, quando há coisa julgada sobre a existência da 
dívida: o executado não precisaria de ser "estimulado" a reconhecer a dívida, portanto. Com 
efeito, o art 916 do CPC confere ao executado um direito potestativo que, uma vez exercido, não 
pode ser objetado pelo exeqüente, nem depende de sua concordância. Para que o executado 
exerça tal direito potestativo, é necessário, como já se viu, que reconheça a obrigação, efetuando 
o depósito de 30% do valor cobrado. No cumprimento da sentença, o título é judicial, o que 
implica dizer que já houve reconhecimento judicial da existência da dívida. Não deveria haver 
reconhecimento pelo executado, não havendo o respectivo direito potestativo ao parcelamento, 
nem devendo o exeqüente ter de submeter-se ou concordar com isso. Quando a execução for 
definitiva, haverá coisa julgada. Conferir ao executado, no cumprimento da sentença, o direito 
potestativo ao parcelamento equivaleria a esgarçar a coisa julgada e a impor ao exeqüente a 
aceitação de um direito de que o executado não desfruta. Nada impede, contudo, que o 
exeqüente concorde com alguma proposta do executado de parcelar a dívida, mas aí haverá um 
acordo ou uma transação entre as partes, não se tratando de direito potestativo do executado, 
que deverá ser obedecido necessariamente. Tudo dependerá de concordância entre as partes. ” 
 
Didier não toma posicionamento, afirmando ser uma questão bem polemica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material elaborado por Beatriz Araujo com bases nas aulas e doutrina e que envolve a matéria.

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