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As Teorias Antropológicas da Cultura - unidade IV - resumo

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1 Antropologia 
Sabrina Feitosa 
As teorias antropológicas são ferramentas para 
a aplicação do estudo do Homem e de suas 
obras em Antropologia. Portanto, as teorias 
antropológicas servem para compreender as 
diversas culturas. 
Com o advento do movimento científico, a 
antropologia, assim como as outras ciências, 
precisou se adaptar para atender às exigências 
de experimentação empírica, identificação de 
leis explicativas e generalização de seus 
fenômenos descobertos/estudados. 
A seguir, apresenta-se as principais teorias que 
contribuíram para que a Antropologia se 
tornasse ciência: 
1. Evolucionismo: estudava o ser humano 
sob uma perspectiva mais ampla, a partir 
dos aspectos evolutivos, estudando 
civilizações inteiras. 
2. Difusionismo: explica o desenvolvimento 
da cultura a partir do processo de difusão de 
elementos de uma cultura para outro sistema 
cultural. Essa corrente teórica se dividiu em 
duas: (1) Britânica – defendia que existia 
apenas um centro cultural que seria o Egito 
- e (2) Alemã – defendia que existiam vários 
círculos difusores de cultura. 
3. Funcionalismo: focava seus estudos no 
contexto do tempo histórico que a cultura 
estava inserida. Buscava a função que cada 
instituição social teria na sociedade daquela 
época. Entendia as instituições a partir da 
metáfora das engrenagens. Logo, se uma 
não funcionava bem, poderia ocasionar o 
mau funcionamento das outras. 
4. Estruturalismo: é a escola teórica mais 
recente da antropologia. Propõe que existem 
estruturas que baseiam o pensamento 
humano universalmente. 
Segundo o antropólogo e linguista Keesing, 
existem dois tipos de correntes teóricas para 
conceituar o que é cultura: 
1. Entender a cultura como um sistema 
adaptativo: a cultura seria um instrumento 
de adaptação do ser humano a um modo de 
vida; e 
2. Entender a cultura como um conjunto de 
teorias idealistas que se subdividiram em 
três categorias: 
1ª. Sistema Cognitivo: a cultura equivale à um 
sistema de conhecimentos que tem como 
função adaptar o ser humano ao convívio em 
sociedade. 
2ª. Sistema Estruturais: a cultura é um 
instrumento simbólico criado e utilizado pelos 
humanos para compreenderem e atribuírem 
significados para suas ações. 
3ª. Sistema Simbólicos: se refere às normas 
das relações sociais, moldando o 
comportamento do indivíduo inserido em 
sociedade. 
Com o advento das expansões marítimas, os 
europeus tiveram contato com povos de culturas 
diferentes. Esse contato permitiu aos europeus 
estudar os povos dominados. 
A Europa interpretava os povos de culturas 
diferentes como pertencentes a estágios 
diferentes da evolução cultural. Essas 
diferenças percebidas pelos europeus 
promoveram explicações monogenistas e 
poligenistas. 
A interpretação monogeísta propõe que há um 
processo de evolução linear para toda a espécie 
humana, no qual há estágios menos evoluídos 
(estágio primitivo) e mais evoluídos (civilização 
europeia). Portanto, as diferenças culturais 
 
 
2 Antropologia 
Sabrina Feitosa 
eram indicadoras do estágio evolutivo que 
determinado povo se encontrava; baseados 
nisso que os primeiros etnólogos denominavam 
o homem do passado como primitivo. 
A poligenia defendia que existiam várias 
origens para o Homem e, por isso, diferenças 
físicas e culturais existiam. Defendiam também 
que as diferenças levariam à degeneração da 
espécie, caso os indivíduos de etapas diferentes 
se entrecruzassem. 
As ideias de Darwin influenciaram o 
colonialismo com a justificativa biológica 
(darwinismo social - criado por Herbert Spencer, 
um admirador de Darwin) do avanço do homem 
civilizado sobre o homem não civilizado. 
Spencer, a partir do darwinismo social, postulou 
que assim como os animais, os homens também 
se dividiam em raças mais primitivas e mais 
evoluídas. Nessa perspectiva, o cruzamento 
interracial resultaria na degeneração das 
espécies. 
A antropologia se desenvolveu nesse contexto 
em que a teoria evolucionista era muito 
influente. Portanto, a principal tarefa do 
antropólogo à época era determinar a 
antiguidade do homem, identificar o estágio do 
processo evolutivo em que o povo estudado se 
encontrava e criar uma escala do tempo para 
determinar tais estágios evolutivos. 
Segundo Lewis Henry Morgan, existem três 
estágios evolutivos das sociedades humanas: 
selvageria, barbárie e civilização. 
É importante relembrar que o ponto de 
comparação era a sociedade europeia. 
Portanto, essa é uma visão etnocentrista e 
eurocêntrica que determinava a sociedade 
europeia como o estágio final do processo 
evolutivo das sociedades. 
Se desenvolveu em resposta ao evolucionismo. 
Os difusionistas britânicos lançavam luz sobre 
detalhes esquecidos pelos antropólogos 
evolucionistas, como correntes migratórias e 
contatos interculturais. 
Elliot Smith defendeu a tese de que os egípcios 
eram portadores de indícios que revelavam que 
a África seria o berço da origem da humanidade. 
O movimento de difusão teria começado da 
África para o Egito e, então, para todo o mundo 
em movimentos migratórios que fizeram com 
que os povos diferentes começassem a surgir. 
As teorias de polos difusores é resultado da 
influência que a escola britânica teve sob os 
norte-americanos. A partir da necessidade dos 
norte-americanos em desenvolver taxiologias 
(classificações) dos artefatos coletados de 
diferentes grupos tribais para o Museu 
Americano de História Natural e do Museu de 
Chicago. O critério escolhido foi a proximidade 
cultural em que alguns traços das culturas se 
conectavam, formando, então, as áreas 
culturais. 
Os círculos culturais - conceito utilizado por 
antropólogos europeus - têm origem nas teorias 
difusionistas e se refere a complexos culturais 
dispersos que teriam se deslocado 
geograficamente. 
Essa nova postura antropológica modificou o 
objetivo do estudo do antropólogo que deixou de 
ser a identificação de uma cultura universal para 
o estudo das diferentes culturas. 
O principal fracasso para as explicações 
evolucionista na antropologia foi o abandono 
dos estudos baseados em relatos para atender 
à necessidade imposta por métodos científicos, 
como a pesquisa de campo. A excessiva 
utilização de valores europeus para analisar e 
demarcar a posição de povos não europeus na 
“pista de corrida” da civilização rumo à 
civilização também marcou o abandono do 
evolucionismo. O evolucionismo deu lugar ao 
funcionalismo que tem como precursor o 
antropólogo social Bronislaw Kasper Malinowski 
(1884 - 1942). 
As ideias de Malinowski não eram perfeitas, 
mas, pelo menos, deixavam de ver os povos 
primitivos pela ótica da “pista de corrida rumo à 
civilização”. 
 
 
3 Antropologia 
Sabrina Feitosa 
O etnocentrismo, na teoria de Malinowski, deu 
lugar à visão do homem primitivo sobre seu povo 
a partir de seu próprio ponto de vista, ou seja, 
sem comparação com a sociedade europeia. 
Malinowski propunha o estudo de sociedades 
complexas a partir de suas partes (unidades 
primordiais de estudo) até chegar à sociedade 
completa (instituições) que é o objeto de análise. 
Malinowski propôs também a divisão do estudo 
do ser humano por necessidades: 
1. necessidades primárias: biológicas; e 
2. necessidades secundárias: culturais. 
Segundo Malinowski, as necessidades 
primárias determinam as secundárias, ou seja, 
as secundárias estão lá para satisfazer as 
necessidades primárias. A exemplo: se vestir 
adequadamente para uma entrevista de 
emprego é uma necessidade cultural que 
atende à necessidade biológica comer e beber, 
pois sem dinheiro, na nossa sociedade 
capitalista, não há comida e bebida. 
Malinowski propôs um método de pesquisa 
composto por três tarefas: 
1. observar todos os costumes dos nativos: 
a observação social seria exatamente o que 
permitiria ao antropólogo estudar o povo 
sem usar as referências de sua origem; 
2. apreender suas narrativas orais; e 
3. utilizar métodos estatísticos. 
O funcionalismo trouxe como consequência o 
relativismo: o distanciamento do interesseem 
questionar os valores dos povos estudados 
tornando os povos estudados em 
comunicadores de suas práticas culturais. 
Esse distanciamento se deu porque o 
relativismo propõe que os valores e normas 
não devem ser objetos de estudo do 
pesquisador. 
O relativismo não questiona, nem mesmo, as 
práticas ruins (prejudiciais à vida humana), 
como o apedrejamento de mulheres adúlteras 
no Irã, a condenação de homossexuais à morte 
na Uganda, o racismo, o machismo, entre outros 
assuntos que são ruins e aceitos em 
determinadas culturas. 
Assim, há estudiosos que defendem que as 
práticas violentas são pertencentes à cultura e 
não devem ser alteradas pelos que estão do 
lado de fora. Enquanto outros defendem que 
existem valores que devem ser universalizados 
para todas as culturas, como: liberdade, 
igualdade, direito à vida e à inviolabilidade do 
corpo. 
Claude Lévi-Strauss foi o fundador da 
Antropologia Cultural, ele a criou a partir de seus 
estudos com povos indígenas entre 1935 a 
1939. 
A teoria estruturalista afirma que existem 
estruturas universais por trás de todas as ações 
dos seres humanos. Assim, enquanto 
antropólogos buscavam as diferenças culturais, 
Lévi-Strauss procurava as estruturas básicas 
universais. Seu ponto de vista contribuiu para a 
relativização. 
Suas pesquisas demonstraram que os 
indígenas tinham sociedades notáveis e lógicas 
como as desenvolvidas tecnologicamente. 
Assim, sua teoria desmontava as teorias de 
superioridade das sociedades modernas. 
É conhecida também como Antropologia 
Hermenêutica. Tem sua origem ligada aos 
estudos do antropólogo norte americano Clifford 
Geertz. Sua principal inovação é ver as 
sociedades como textos que devem ser lidos e 
interpretados. 
Segundo Geertz, estudar uma cultura é dar ao 
outro voz para se expressar em seus próprios 
termos. 
Surgiu nos anos 1980, como uma forma de 
criticar e se opor às ideias vigentes na 
Antropologia. Foi uma corrente fortemente 
influenciada por Michel Foucault que criticava os 
polos de poder verificados na Antropologia. 
Material produzido com base no livro texto da 
unidade 4 da disciplina de Antropologia da 
Cruzeiro do Sul Virtual. 
 
 
4 Antropologia 
Sabrina Feitosa 
Veja também: 
Resumo Questões da Antropologia Clássica – 
Unidade II

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