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TCC Pós Licitações Rafael

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SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS: Vantagens e desvantagens para a Administração Pública e para as Empresas Licitantes
1. Introdução
O Sistema de Registro de Preços – SRP, é um ferramenta de grande relevância para a Administração Pública, uma vez que no inciso II, do artigo 15º da lei de licitações n.º 8666/1993, diz que sempre que possível, as compras da administração pública deverão ser processada através do Sistema Registro de Preços, ganhando amplitude com o artigo 11 da Lei nº 10.520/02 (Lei do Pregão) e estendida como procedimentos auxiliares para obras padronizadas através Lei nº 12.462/11, que tratam das Licitações no Âmbito do RDC – Regime Diferenciado de Licitações, previsto no inciso III, artigo 23.
No tocante a sua regulamentação (inicialmente no âmbito federal), deu-se através do Decreto nº. 3.931, de 19 de setembro 2001, posteriormente revogado pelo Decreto nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013, o qual servirá de base para análise neste artigo. Importante ainda salientar que as alterações ocorridas junto ao Decreto nº 7.892/13, provenientes do Decreto nº 8.250 de 23 de maio de 2014, que em suma trata da possibilidade da dispensa justificada da Intenção de Registro de Preços-IRP pelo Órgão Gerenciador e do seu papel na administração e no manejo da IRP, tema a ser discutido em outra ocasião, mas que não poderia deixar de mencionar dada sua importância à matéria.
O presente artigo tem como objetivo analisar as vantagens e desvantagens do Sistema Registro de Preços para a administração pública, bem como as principais vantagens e desvantagens dessa ferramenta para o licitante.
Portanto, este estudo veio para contribuir para uma melhor compreensão das vantagens e desvantagens do Sistema de Registro de Preços nas licitações públicas
2. Análise e Interpretação dos dados
O Art. 37, inciso XXI da CF/88, obriga que as contratações de serviços, obras, compras e alienações, exceto os casos de dispensa e inexigibilidade, deverão ser contratadas mediante processo de licitação, que assegure a igualdade de competição aos participantes interessados.
Segundo art. 3º da Lei 8.666/93, prevê que a licitação deverá garantir o julgamento conforme princípio constitucional da isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a administração e ainda, recentemente, mais precisamente em 2010, pela Lei 12.349, inclusão do referido artigo, promover o desenvolvimento nacional sustentável. (Lei 8.666/93).
O SRP não se trata de modalidade, e sim um procedimento especial que se positiva por meio de uma concorrência ou pregão, com objetivo de realizar a contratação ou aquisição parceladamente, uma vez que o SRP não é garantia de contratação.
Segundo a doutrina, em outras palavras, o SRP é aplicado apenas na modalidade concorrência, pregão da forma presencial ou eletrônica e com a Lei 12.462 de 04 de agosto de 2011 aplica-se também o SRP ao Regime Diferenciado de Contratações – RDC, com a finalidade de selecionar a proposta mais vantajosa em obediência ao princípio da isonomia, para contratação futura e eventual da Administração.
A Lei 8.666 de 1993 prevê em seu art. 15, inciso II, que as compras deverão sempre que possíveis processadas através de sistema de registro de preços.
2.1 - Vantagens do sistema registro de preços para Administração Pública
Nos dias de hoje, passa-se a evidenciar aspectos positivos do uso do Sistema Registro de Preços - SRP do ponto de vista a identificar se a utilização dessa ferramenta pode trazer benefícios ou malefícios nas compras e serviços para a administração pública.
Sem sombra de dúvida alguma, a utilização do sistema registro de preços traz inúmeras vantagens e benefícios às aquisições e contratações públicas.
Inexistência da obrigatoriedade de dotação orçamentária
Conforme dispõe o art. 7º da lei 7.892/ 2013, em seu parágrafo § 2º na licitação para registro de preço não é necessário indicar a dotação orçamentária, que somente será exigida para a formalização do contrato ou outro instrumento hábil.
Então, isso possibilita gestor a se planejar melhor ter mais eficiência em seus gastos públicos, porque não há necessidade que o órgão tenha prévia dotação orçamentária, porque o Sistema Registro de Preços ao contrário da licitação convencional, não obriga a administração pública, em face à expressa disposição legal nesse sentido.
	Com a adoção do Sistema Registro de Preços, a administração deixa a proposta mais vantajosa previamente selecionada, ficando assim no aguardo da aprovação dos respectivos recursos orçamentários e financeiros.
Compras ou serviços imprevisíveis ou de difícil previsibilidade
	As margens de fatores imprevisíveis no consumo são amplamente toleráveis, o que incorre com a licitação convencional, podendo ficar muito aquém do limite mínimo permitido ou ir até aos 25% (vinte e cinco por cento) previsto na lei de licitações 8.666/93.
	O Decreto n. 3.931/2001, em alguns casos, admite a contratação sem qualquer restrição, como ocorre com o art. 8º que permite aos “ órgãos não participante (caronas) do Sistema Registro de Preços, atendidos os requisitos desta norma, comprem sem licitação convencional dos fornecedores e prestadores de serviços com preços registrados”, abrindo aos fornecedores uma importante porta de acesso às contratações com o serviço público, essa previsão é vantajosa tanto para a administração quanto para o fornecedor.
	Diante do exposto, no sistema registro de preços, o fornecedor se obriga a fornecer nas condições da Ata (preço unitário, prazo de vigência e demais condições), mas a Administração, por outro lado, efetuará o pedido apenas se houver a necessidade, no momento em que houver e no quantitativo necessário para o momento oportuno.
Redução do volume de estoque
Segundo Bittencourt, (2013, p.18), o SRP reduz significativamente os custos de estoques, se tornando uma solução inteligente de planejamento organizacional na logística de aquisição de materiais e serviços, adquirindo-os no momento de sua necessidade.
Em harmonia com o autor evocando o princípio da economicidade essa ferramenta SRP, possibilita a administração reduzir custos e gastos com manutenção dos estoques físicos e pessoal, dessa forma, esse instrumento e grande valia para um planejamento eficiente na administração pública. 
Portanto, com a sistematização do Sistema Registro de Preços - SRP é o fornecedor quem deverá manter seus estoques ativos e dispostos quanto ao atendimento imediato ou no prazo acordado na ATA, quando da solicitação da Administração.
Redução significativa do volume de licitações
O sistema de registro de preço tem como objetivo ajudar a administração com o planejamento de futuras contratações através do IRP reduz significativamente o número de licitações consolidando as demandas dos órgãos interessados no objeto que será licitado e amplia as compras compartilhadas. Esta ferramenta condiz com o princípio da economicidade pois uma vez reduzindo o número de licitações a administração também reduzirá os recursos administrativos, como material, publicação , tempo gasto na tramitação, mão-de-obra barateando o custo da licitação.
Evita o fracionamento da despesa
O art. 23, § 5º da lei federal n 8666/93 vedou a prática do fracionamento, que nada mais é que divisão para utilizar a modalidade de licitação inferior à recomendada pela legislação total de despesas, ou para efetuar contratações diretas , decorrente muitas vezes pela falta de planejamento .
	Com o sistema de registro de preço e por meio do (IRP) intenção do registro de preço é possível em um único processo licitatório englobar toda a demanda de compras para o período de 12 meses, com isso evitando assim o fracionamento da despesa, dando ainda mais eficiência e planejamento nas compras e contratações públicas.
Economia de escala
Nos ensinamentos de Varian, Kupfer e Hasenclever apud Morais (2011, p. 23), o rendimento de escala leva em consideração o comportamento existente entre os custos de produção de um objeto ou de uma atividade industrial e a sua quantidade produzida. 
O sistema de registro de preços, ao comportara utilização num único processo licitatório por órgãos administrativos distintos, propicia a redução do número de licitações, elevando a contratação de quantidades maiores para o objeto licitado, e amplia a eficiência da gestão administrativa; ademais amplia os ganhos econômicos oriundos do rendimento de escala. 
A busca pela economia de escala na administração é do gestor, com o intuito de materializar os princípios administrativos da eficiência e economicidade. Cabe assim, a todos os envolvidos no procedimento licitatório o devido planejamento das aquisições a fim de reduzir os gastos nas compras governamentais. 
O Tribunal de Contas da União, reiteradamente vem alertando os órgãos licitantes quanto à necessidade de planejamento às aquisições governamentais com vistas a aproveitar a economia de escala, tal situação ilustrada nos acórdãos 876/20047 e 2.902/20158.
Nesse ínterim, os gestores a fim de buscar a vantajosidade para o ente público, devem ter em mente que os recursos que existem em seu poder, devendo observar sempre o direito da coletividade, trazendo a economia, transparência e planejamento para que nas compras futuras venha ser economicamente válida em prol da população.
3. Considerações Finais das Vantagens e Desvantagens para a Administração Pública.
Sabemos das dificuldades enfrentadas pelos gestores no âmbito da Administração Pública por depararem-se com um sistema rígido da Lei Geral de Licitações e Contratos nº 8.666/93, e entendimentos dos órgãos de controle internos e externos com imposições dos cuidados ao realizarem suas decisões, do que o gestor deve ou não fazer, quais os cuidados e responsabilizações e futuros relatórios de auditorias recheados de recomendações.
Sabem também, que o meio público precisa demasiadamente evoluir, na busca por métodos com a finalidade de desburocratizar, no entanto, sem ferir os princípios sejam eles exaustivos ou não na Constituição Federal de 1988 e demais normas correlatas.
O processo de Reforma Administrativa advindo com o Decreto nº 200/67, vem com a intenção de desburocratizar e reorganizar a máquina administrativa e tornar a Administração mais eficiente e transparente, em obediência ao Princípio da Eficiência criada pela Emenda Constitucional nº 19/98 que altera o caput do art. 37 da CF/88.
O grande desafio vem na implantação de novos sistemas que facilite o planejamento, organização, direcionamentos e controle dos atos praticados, daí, a necessidade da implantação do Sistema de Registro de Preços.
Como todo método, existem seus prós e contras, o que será demonstrado ao longo de toda a pesquisa ora iniciada. 
O modo de como a Administração se posicionar, o sistema será muitos benefícios os quais colaborará para o alcance de muitos objetivos de maneira a não impactar o erário público.
Como mencionado na introdução, a presente pesquisa é composta por quatro objetivos gerais, sendo que neste primeiro momento, buscou-se responder o primeiro deles, a saber: quais as principais vantagens do Sistema de Registro de Preços para a Administração Pública. Observou-se portanto, que o SRP possui diversas vantagens, que em suma, visam proporcionar mais eficiência (tempo e recursos) para a Administração Pública. 
4. Vantagens e Desvantagens do Sistema de Registro de Preço para as Empresas Licitantes
O SRP oferece uma grande vantagem para as empresas licitantes, uma vez que pode dispensar a necessidade de dotação orçamentária prévia, tendo em vista que essa facilidade de não ter de dispor de orçamento para abertura da licitação gera a facilidade de abertura de um maior número de licitações por parte dos órgãos e mais oportunidades de vendas por parte das empresas licitantes. Por não ter essa obrigação de orçamento, surge também a possibilidade da realização de compras até os últimos dias do exercício financeiro. Isso significa que se uma Ata estiver vigente, a administração pública pode contratar esta ata em qualquer tempo em que ela estiver em vigência, pois não exige o prévio empenho da verba, mas sim a designação da dotação orçamentária.
	Os empenhos são emitidos apenas quando da contratação, permitindo que a administração possa deixar o SRP pronto para uso, em qualquer época do ano, apenas aguardando os recursos orçamentários e financeiros.
 Pois caberá ao fornecedor beneficiário da Ata de Registro de Preços, observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do fornecimento, independentemente dos quantitativos registrados em Ata, desta forma as vantagens para as empresas licitantes são bastantes significantes, uma vez que gera a expectativa de fornecimento de uma quantidade média periódica, evita as despesas de participação em várias licitações e a desnecessidade de estocar um volume grande de produtos.
	Essa possibilidade gera uma vantagem ao fornecedor, pois no fim de um exercício financeiro os órgãos costumam não realizar compras, e com a Ata o fornecedor consegue vender inclusive nestas épocas. Além do mais, o pagamento por parte do contratado fica mais fácil, pois em outros casos os serviços/materiais adquiridos em fim de exercício financeiro, dependendo da situação, podem virar despesas para um próximo ano, e entram no orçamento público como despesas de exercício anterior e somente é liquidado após abertura de processo administrativo, o que acarreta demora de pagamento.
Moraes (2000) complementa esta questão, elucidando como vantagem para o fornecedor o fato de que, apesar de não existir quantia fixa contratada, a exemplo das licitações comuns, a Administração pode contratar além da quantia estimada: No SRP, não existe uma quantia fixa para um consumo periódico, mas, sim, aproximada, sendo que, na maioria dos casos, essa quantia ultrapassa a estimada. Ademais, de acordo com o produto a ser fornecido, haverá um prazo de entrega determinado, isto é, na elaboração de cada edital de registro de preços, estabelecer-se-á um prazo que permitirá ao fornecedor providenciar o produto solicitado pela Administração, caso não o tenha em estoque O referido autor ainda conclui como vantagens para o fornecedor: 						
a) quantia média periódica de fornecimento;					b) não ter que participar de outra licitação; 					c) a compra, em geral, ultrapassa a quantidade estimada e; 		d) existência de um prazo de entrega determinado, o que possibilita não ter estoque. 
Nos modelos tradicionais de licitação, para fornecimento contínuo de produtos ou serviços, a administração e o licitante ficam obrigados à manutenção do preço. Já no SRP o fornecedor fica obrigado a praticar os valores registrados durante o período de vigência da Ata. Para que não seja injusto com nenhuma das partes, o SRP prevê alterações nos preços em certas situações trazidas pelo seu decreto regulamentador, o que pode ser considerado uma vantagem para o fornecedor. No momento em que surgir a demanda pelos itens constantes de uma Ata, a Administração verificará se os preços registrados destes itens são compatíveis com o mercado, lembrando que a assinatura da Ata não gera compromisso de aquisição. Caso o preço registrado na Ata esteja dentro do preço de mercado, a aquisição se efetuará normalmente. Caso contrário, a ata de registro de preços poderá sofrer alterações.
Duas possibilidades se apresentam, de acordo com o Decreto 3.931/01: 
	 Situações de alteração de preços da Ata
	SITUAÇÃO 1 - Caso os preços registrados estejam superiores aos preços do mercado – a Administração não estará obrigada a contratar com os fornecedores registrados. O vencedor será contactado visando à negociação para redução de preços e sua adequação ao praticado pelo mercado. Se a negociação for frustrada, o fornecedor será liberado do compromisso assumido e serão convocados os demais fornecedores a fim de que seja oferecida igual oportunidade de negociação.
	SITUAÇÃO 2 - Caso os preços registrados estejam defasados em relação ao mercado – Se devidamente comprovado que o fornecedor não pode cumprir com os preços registrados, o órgão gerenciador poderá: Liberadodo compromisso assumido, sem aplicação de penalidade, confirmando a veracidade dos motivos e comprovantes apresentados, e se a comunicação ocorrer antes do pedido de fornecimento; convocar os demais fornecedores visando igual oportunidade de negociação.
Não havendo êxito em nenhuma das situações citadas anteriormente, a ata deverá ser revogada pelo órgão gerenciador, que adotará as medidas cabíveis para obtenção da contratação mais vantajosa. Para o órgão público, essas situações permitem que eles tenham um maior controle dos preços praticados, procurando sempre comprar pelo melhor preço. Para o fornecedor, também pode ser encarado como vantagem, pois caso ele registre um preço que venha a ficar defasado em relação ao mercado, ele não tem o prejuízo de precisar cumprir a Ata até o final. Porém, também pode ser encarado com uma desvantagem, pois se o preço de mercado melhorar, em vez de ter uma melhor lucratividade no contrato, ele é consultado a baixar o preço igual ao de mercado ou simplesmente desistir. 	Contudo, ele terá sempre o direito de preferência como detentor da Ata, uma vez que o fornecedor não sabe ao certo nem quando vai ser feito um pedido do material/serviço nem quanto será pedido, mas tem a segurança de que ele será o primeiro fornecedor a ser contatado com a solicitação,	pois uma vez registrado, ela só pode contratar com o vencedor da ata de registro de preços, que por sua vez se compromete em garantir o preço, salvo comprovadas alterações nos custos dos insumos. 										Além disso, se o registro for bem elaborado, pode atender a inúmeros caroneiros, pois não há limite para o número de caronas, o que se torna uma grande vantagem ao fornecedor. 								Torna-se uma vantagem nos casos onde a carona é permitida.
5. Desvantagem da SRP
A adoção do SRP implica uma mudança no planejamento organizacional da Administração, o que faz com que muitos Entes resistam à sua implantação, sendo assim, como todo instituto jurídico, trata-se de um sistema que possui também algumas desvantagens em sua adoção.
Nesse sentido, Justen Filho (2010) destaca que por ser um cadastro, o Sistema de Registro de Preços tem dois principais pontos negativos, quais sejam a obsolescência e a incompletude.
A primeira pode ser caracterizada como a defasagem entre a realidade do mercado e os dados registrados, visto que diariamente surgem novos produtos, e dessa forma, os preços podem sofrer grandes variações. Por isso, a Administração tem o dever de verificar, antes de cada aquisição, se os preços registrados são compatíveis com os de mercado.
A segunda, por sua vez, é consequência da padronização imposta pelo SRP, ou seja, quando o Administrador promove a licitação e posteriormente organiza o registro, acaba por estabelecer categorias gerais de produtos, pois muitas vezes o registro abarca produtos com especificações ou qualidades genéricas, que não atendem as reais necessidades da Administração.
Para Fernandes (2003, p. 95), existem ainda as seguintes desvantagens: a necessidade de alocar recursos humanos para atualizar tabelas; a impossibilidade de prever todos os itens a serem adquiridos; a facilidade na formação de cartéis.
Outra desvantagem citada pela doutrina é a complexidade da modalidade Concorrência. Desvantagem esta que foi resolvida após a aprovação da Lei 10.520/02, que passou a admitir o uso do Pregão no SRP, conferindo pois, agilidade ao processo de contratação através do Sistema de Registro de Preços, bem como tornou muito mais interessante sua sistemática.
Sendo assim, como todas as desvantagens encontram-se arrazoadas é necessário que seja proposta uma solução, visto que a inaplicabilidade do SRP compromete todo o sistema de aquisição de bens e serviços.
É necessário, portanto, que a Administração disponibilize um setor especializado especificamente em Sistema de Registro de Preços, que fique responsável por sua adoção, controle e manutenção, bem como para acompanhar periodicamente os preços praticados no mercado nas mesmas condições registradas, com o fim de convocar os fornecedores para uma possível renegociação caso haja disparidade entre os preços atuais e os registrados em ata, para que assim, além de facilitar a aplicação do SRP, aumente a credibilidade desse sistema, o que certamente motivaria vários outros Entes a adotarem-no também.
6. Carona
Essa figura denominada “carona” é chamada pelo Decreto 7.892/2013, em seu Art. 2º, V, de Órgão Não Participante, sendo definido como “Órgão ou entidade da Administração Pública que, não tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos desta norma, faz adesão à Ata de Registro de Preços”.
Existem, porém, duas correntes em relação à figura do “carona”, uma a favor de sua utilização, e uma contra que discorda da possibilidade de que um Órgão não participante inicialmente do SRP possa a ele aderir. O fato é que atualmente, a “carona” tem sido utilizada pela União, Estados e Municípios e pelo próprio âmbito do TCU, embora não esteja prevista em lei, mas apenas em disposições contidas Decretos.
Segundo Fernandes (2003), que é defensor da existência e utilidade dessa figura, existem inúmeras vantagens nesse procedimento, como por exemplo, a motivação do uso do SRP por outros Órgãos, aumentando a credibilidade do Sistema e a ínfima burocracia, visto que é um procedimento que possui requisitos mínimos.
Este também é o entendimento do Decreto nº 7.892/13, que em seu Artigo 22, permite e regulamenta o uso da Ata de Registro de Preços por Órgãos ou Entidades Não Participantes, apresentando os requisitos para extensão da ata.
É importante destacar ainda, as regras estipuladas pelos §§ 8º e 9º, do artigo alhures, de que Órgãos ou Entidades da Administração Federal não podem funcionar como “caronas” junto a Atas estaduais, distritais ou municipais, porém, o inverso é plenamente possível.
Além disso, nesse procedimento, o Órgão Gerenciador da licitação deve ser consultado previamente, e deve pautar sua análise na razoabilidade e economicidade, além dos demais princípios que regem as licitações, conferindo clara responsabilidade legal e administrativa à sua resposta, que pode ser autorizando ou não, a adesão.
Outrossim, a adesão do carona estaria blindada da ocorrência de eventuais fraudes, uma vez que antes de aderir de fato à ata, é necessária a comprovação da vantagem econômica, porém, “não basta apenas demonstrar, deve-se comprovar a vantagem”. (MEIRELLES, 2013, p. 373).
Não obstante, há entendimento em sentido contrário à permissão do Órgão Não Participante, porquanto trata-se de uma figura manifestamente ilegal e inconstitucional, visto que apenas o fato de haver celeridade e eficiência não é suficiente para ir de encontro à Lei 8.666/93 e à CF/88.
Nesse sentido, revela-se tal instituto como “inconstitucional e ilegal, por impor agravos veementes aos princípios da legalidade, isonomia, vinculação ao edital, moralidade administrativa, impessoalidade e economicidade”. (NIEBUHR, 2006, p. 19).
Esses posicionamentos são corroborados pela análise do Art. 15 e seus parágrafos, da Lei 8.666/93, que não previram, seja expressa ou implicitamente a possibilidade de que se utilizasse da Ata, quem dela não participou, sendo assim, o Decreto foi além do que permite a Lei, ademais permitindo o que ela não permite, fere gravemente, portanto, o Princípio da Legalidade.
Além disso, essa possibilidade da “carona” é contrária ao que prevê a Constituição Federal, visto que, quando um Órgão ou Entidade que não participou do SRP faz uso da Ata de Registro de Preços, o que se obtém é nitidamente uma contratação sem a realização de prévia licitação, conforme exige tanto o Art. 2º da Lei 8.666/93, quanto o Artigo 37, XXI da Magna Carta.
A “carona” ofende ainda, outro Princípio da Administração, qual seja, o Princípio da Vinculação ao Edital ou Instrumento Convocatório, pois o Edital – que é a Lei interna da licitação – não prevê o uso daquela licitação por outros Órgãos ou Entidades, dessa forma, o que se tem são Órgãos ou Entidades contratando semque esta contratação esteja prevista no Edital.
Além disso, é nítido que “pelas regras da experiência comum, subministradas pela observação do que normalmente acontece (Art. 335 do CPC), é possível perceber, com facilidade, que a ‘carona’ pode ser meio propício à fraude e ao conchavo”. (MEIRELLES, 2013, p. 374).
Ademais, é possível aferir que existe nítida afronta ao Princípio da Economicidade, visto que os preços praticados nas diversas e grandes regiões de nosso País seriam diferentes, devido à distância dos centros que produzem o objeto, o que gera um maior custo no frete, resultando também em uma maior despesa para a Administração, não acarretando, portanto, vantagem econômica.
É importante destacar ainda, que raramente é possível aferir eventual economia em uma compra de menor monta, ou seja, quando o Ente faz uma Licitação objetivando o Registro de Preços, deve demonstrar o quantitativo do objeto pretendido, e ao apresentar a proposta, o licitante não leva em conta as “caronas”, calculando o custo apenas em relação à quantidade inicial determinada pelo Administrador, caso levasse em conta o total incluindo as “caronas”, existe grande possibilidade de que o preço unitário do produto ofertado pelo licitante fosse menor, visto que a quantidade seria maior. Sendo assim, a economia obtida com a não realização de um procedimento licitatório próprio, se esvai no pagamento de um custo mais alto pelos objetos adquiridos em outra Licitação.
Outrossim, Meirelles (2013, p. 374) indica ainda a afronta a outro Princípio, qual seja, o da Proporcionalidade, e confirma isso através do exemplo em que os Municípios do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, pegam “carona” na Ata oriunda de uma Licitação realizada por um pequeno Município, localizado no outro extremo do país – que possui território continental.
7. Considerações Finais.
Com a finalidade de serem apresentadas as vantagens do Sistema de Registro de Preços da Administração Pública para seus fornecedores e com o intuito de contribuir com as discussões acerca do assunto, através da apreciação das perspectivas dos principais atores envolvidos na temática. Todavia, nosso enfoque é demonstrar as vantagens para as empresas licitantes e prestadores de serviços e insumos para administração pública, como forma de atingir seu objetivo principal: desenvolver um estudo sobre a aplicação do Sistema de Registro de Preços, analisando as vantagens de sua aplicação para os fornecedores da Administração Pública.
Com base no material pesquisado e no problema formulado para a presente pesquisa, percebe-se que as vantagens existem não apenas para administração pública, mas, também, para os fornecedores. Ressalta-se aqui a possibilidade de fornecer o produto no período de um ano sem que para tanto tenha de participar de vários certames, podendo oferecer propostas com melhores condições e mais vantajosas para a administração. Outra vantagem é a possibilidade da carona, por permitir que outros órgãos, além daqueles que originalmente participaram do registro de preços, possam aderir à ata. Permite que o fornecedor amplie suas vendas podendo dobrar a quantidade inicialmente contratada.
Enfim, podemos concluir que alguns procedimentos do SRP devem ser aprimorados para que se possa melhor utilizar esse modelo de contratação. Sugere-se que a administração pública deva aproveitar o SRP para obter preços por atacado, evitando os preços de varejo, estabelecendo lotes mínimos que permitam aos potenciais interessados formular a proposta mais vantajosa. Quanto maior for o esforço na fase de planejamento das necessidades e previsão de consumo, menor será o número de licitações necessárias para atendimento das demandas e melhor será o preço de compra. É bom tanto para o poder público quando para seus fornecedores.
Referências Bibliográficas 
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Ed. Senado federal. Brasília, 2012.
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FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão Presencial e Eletrônico – 3ª edição. rev., atual. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
PAIVA, Juliana Aguiar de Carvalho. Sistema de Registro de Preços: Como e Por Que Adotá-lo - 2007. Disponível em: <file:///C:/Users/Amaral%20junior/Downloads/sistema_preco_paiva.pdf>. Acesso em: 10 JUL 2018.
VARESCHINI, Julieta Mendes Lopes. Sistema de Registro de Preços: o que muda com o advento do Decreto Federal 7.892/13?. Disponível em: <http://www.jmleventos.com.br/arquivos/news/newsletter_adm_publica/arquivos/ANEXO_3_3_03.pdf>. Acesso em: 10 JUL 2018.
BITTENCOURT, Sidney. Licitação e registro de preços. Rio de Janeiro: Temas & Idéias, 2003.
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão. Belo Horizonte: Fórum, 2003.
GUIMARÃES, Edgar. TCE alerta sobre o comércio ilegal de atas de registro de preços. Disponível em: <https://controle-publico.jusbrasil.com.br/noticias/2426202/tce-pr-alerta-sobre-o-comercio-ilegal-de-atas-de-registro-de-precos>. Acesso em: 14 de Outubro de 2018.
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de licitações e contratos administrativos. 13 ed. São Paulo: Dialética, 2007.
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