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Ética Médica – Amanda Longo Louzada 1 ATESTADO MÉDICO DEFINIÇÃO: Atestado: Documento que contém atestação. Documento passado por pessoa qualificada afirmando a veracidade de um fato ou de uma situação; Atestação: Ato ou efeito de atestar; Atestar: Afirmar ou provar em caráter oficial, certificar por escrito, declarar solenemente. Deve materializar a constatação de um fato médico, suas possíveis consequências e/ou a existência de obrigações; O médico deve proceder aos exames necessários, buscando as justificativas correspondentes à medida; Deve reproduzir, com idoneidade, conclusões do ato médico praticado. EMISSÃO DE ATESTADOS E DECLARAÇÕES MÉDICAS: As emissões de atestados médicos e de declarações médicas constituem atos profissionais privativos dos graduados e habilitados em Medicina. O dever poder de emissão é previsto e regulamentado no ordenamento jurídico brasileiro e no Código de Ética Médica vigente. O direito e a obrigação de emitir atestados e declarações médicas decorrem da prática de um ato médico: Consulta tratamento, perícia, exame, etc. DIFERENÇAS: Laudo Médico: laudo é uma descrição detalhada do quadro clínico do paciente, geralmente solicitado por outra pessoa ou órgão (judicial, administrativo…). Assim, deve conter todos os sinais e sintomas do paciente, o tratamento instituído, resultados de exames e a sua evolução. Algumas requisições de laudo, principalmente judiciais, podem exigir a presença de CID. Relatório Médico: relatório é um documento similar ao laudo. No entanto, é solicitado pelo próprio paciente. Ele envolve informações sobre tratamento, acompanhamento vigente, evolução, etc. e suas finalidades de comprovação pelo relatório são diversas. Não há obrigatoriedade de conter CID – se o paciente desejar, poderá assinar tal concordância. Atestado Médico: atestado é uma afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas consequências. A principal finalidade é de caráter oficioso pelo abono de falta laboral (afastamento do trabalho) ou escolar, além de atestados de aptidão física ou de sanidade mental. Mesmo aqui, a presença de CID não é obrigatória – se o paciente desejar, poderá assinar tal concordância. Ainda assim, muitas empresas “exigem” CID de seus funcionários, embora não seja uma prática obrigatória. Declaração Médica: Declaração (a mais comum é a de comparecimento) é uma nota breve preenchida pelo médico ou funcionário administrativo, a pedido do paciente, que justifica as horas não trabalhadas por conta de atendimento/exame. Portanto, ela não necessariamente é aceita para abonar o dia de trabalho, apenas informa que o paciente esteve presente na consulta. O CID não é obrigatório. DE RESOLUÇÃO CFM Nº 1.658 DE 13 DE DEZEMBRO DE 2002: Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu fornecimento direito inalienável do paciente, NÃO PODENDO IMPORTAR EM QUALQUER MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha própria e/ou prontuário médico os dados dos exames e tratamentos realizados, de maneira que possa atender às pesquisas de informações dos médicos peritos das empresas ou dos órgãos públicos da Previdência Social e da Justiça. Art. 3º Na elaboração do atestado médico, o médico assistente observará os seguintes procedimentos: a) especificar o tempo concedido de dispensa à atividade, necessário para a completa recuperação do paciente; b) estabelecer o diagnóstico, QUANDO EXPRESSAMENTE AUTORIZADO PELO PACIENTE; c) registrar os dados de maneira legível; d) identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de registro no Conselho Regional de Medicina. Art. 4º É obrigatória, aos médicos, a exigência de prova de identidade aos interessados na obtenção de atestados de qualquer natureza envolvendo assuntos de saúde ou doença. § 1º Em caso de menor ou interdito, a prova de identidade deverá ser exigida de seu responsável legal; § 2º Os principais dados da prova de identidade deverão obrigatoriamente constar dos referidos atestados. Art. 6º (...) § 3º O atestado médico goza da presunção de veracidade, devendo ser acatado por quem de direito, salvo se houver divergência de entendimento por médico da instituição ou perito. § 4º Em caso de indício de falsidade no atestado, detectado por médico em função pericial, este se obriga a representar ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição. Art. 7º O determinado por esta resolução vale, no que couber, para o fornecimento de atestados de sanidade em suas diversas finalidades. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO: Artigo 299: OMITIR, EM DOCUMENTO PÚBLICO OU PARTICULAR, DECLARAÇÃO QUE DELE DEVIA CONSTAR, OU NELE INSERIR OU FAZER INSERIR DECLARAÇÃO FALSA OU Ética Médica – Amanda Longo Louzada 2 ATESTADO MÉDICO DIVERSA DA QUE DEVIA SER ESCRITA, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena: reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular Parágrafo único: SE O AGENTE É FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Art. 302: É crime: Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso. Pena detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
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