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ITE – BOTUCATU MATÉRIA: IED.HD Prof. LUIZ HENRIQUE HERRERA NOME: FÁBIO LUIZ DA SILVA RA:91001732 Pesquisa: Escola do Direito Livre. Realismo Jurídico e Escola Livre de Investigação. Para Escola do Direito Livre o principal para o direito são as normas jurídicas que surgem dos grupos sociais de forma espontânea. Vejamos o que diz a doutrina: "O direito livre não é o direito estatal, contido nas leis, mas aquele que está constituído pelas convicções predominantes que regulam o comportamento, em um certo lugar e tempo, sobre aquilo que é justo. Para ele é inaceitável a construção do direito por meio de conceitos abstratos, porque não se funda em realidades concretas, sendo incompatível com a simples necessidade da existência. Logo, condena a elaboração do direito positivo por meio de uma jurisprudência de conceitos. O juiz deve ouvir o sentimento da comunidade, não podendo decidir, exclusivamente, no direito estatal ou com base em lei."(DINIZ, 2005, p.68). Toda a técnica jurídica está em torno da vontade do juiz ou do intérprete da lei. A sentença é uma lei especial que prevalece sobre a lei geral. Se difere da Livre investigação científica, pois aqui se prega o afastamento do legalismo proposto por aquela escola. O magistrado busca a justiça e este é o seu compromisso frente à sociedade, ainda que para isso a lei seja ignorada. O juiz deve analisar cada caso concreto e levando em consideração o seu próprio senso de justiça tomar uma decisão, pois, o direito da sociedade deve prevalecer frente ao direito legislado. A interpretação jurídica segundo Kantorowicz deve seguir as seguintes diretrizes: Se o texto da lei é homogêneo e não fere os sentimentos do povo, deve aplicá-lo; Se o texto legal conduz a uma decisão injusta o juiz deve ignorar e sentenciar segundo sua convicção e pensando como o legislador ditaria se tivesse pensado no caso; Se o magistrado não conseguir formar uma convicção sobre como o legislador resolveria o caso, deve então aplicar o direito livre de acordo com o sentimento da coletividade; E por último, caso não consiga encontrar este sentimento, deverá decidir de forma discricionária. Pode-se dizer que esta Escola admite o julgamento contra a lei se o magistrado entender que vislumbrando o caso concreto o legislador também agiria de outra forma. Além disso, defende que o Direito é lacunoso desde sua criação e para suprir este problema o juiz deve decidir com liberdade. Outra característica marcante desta Escola é a importância do fato social, pois a verdade jurídica está na sociedade e não nos códigos. O entendimento jurisdicional não deve se vincular ao Estado, precisa ser legitimado pela comunidade numa relação associação de tempo e espaço. O magistrado deve adir não apenas através da Ciência Jurídica, mas também pela sua convicção pessoal, com liberdade. O realismo jurídico busca entender o que realmente acontece no sistema jurídico. Seus autores chegam à conclusão, de certa forma radical, de que o direito não existe antes da decisão judicial. São os tribunais que dizem efetivamente o que é o direito e a sua concreta aplicação por esses órgãos que é levada em conta pela população em termos de suas expectativas jurídicas. Para os realistas, os juízes decidem com grande liberdade e discricionariedade, baseados muitas vezes em critérios subjetivos, tendo ficado famosa a tirada realista de que a decisão judicial depende do que o juiz comeu no café da manhã! Ele nos diz o que o direito realmente é na prática, e temos a constatação rejeitada tanto pelo jus naturalismo quanto pelo positivismo jurídico de que o juiz cria o direito. É inegável que juízes e tribunais criam uma parte expressiva do direito. A tarefa de interpretar e aplicar a lei é muito ampla e o juiz é confrontado com aspectos concretos para os quais o material normativo não traz soluções expressas, complementando-o, pois, com raciocínios práticos, morais e políticos, o problema dessa constatação é a premissa democrática de que cabe apenas ao legislador, ou ao Poder Constituinte, representantes do povo, a criação do direito. Então realismo e pragmatismo jurídico se equivalem, para outros são coisas distintas. O pragmatismo seria o momento normativo dessa corrente: aqui não se diz apenas o que o direito é na prática, mas o que ele deve ser. A lei não é obrigatoriamente a expressão de um princípio lógico-racional imposto pela força da razão e sim uma manifestação da vontade do legislador, que nem sempre expressa o que racionalmente deveria exprimir. Os juízes que estavam distante da capital começaram a proferir decisões fora do padrão da interpretação restrita do Código, e entre os renomados juristas, para esta Escola nenhuma lei será suficiente para alcançar todo o campo das relações sociais jurídicas, e isto deve ser feito por um magistrado. Essa investigação é livre porque não se submete a uma autoridade positiva e é científica, porque pode dar bases sólidas aos elementos objetivos descobertos pela ciência jurídica. A livre investigação científica deve basear-se em três princípios: a) o da autonomia da vontade; b) o da ordem e do interesse público; c) o do justo equilíbrio ou harmonização dos interesses privados opostos, pois o aplicador deve considerar a respectiva força desses interesses, pesando-se na balança da justiça, para saber a qual deles deve dar preponderância, levando em conta as convicções sociais vigentes, resolvendo de modo que se produza o devido equilíbrio (DINIZ, 2005, p.63). Para esta Escola a norma jurídica possui dois ingredientes, e a atividade do jurista se realiza em um duplo campo de ação, são eles: o dado e o do construído. O dado é o conjunto de elementos que antecedem a norma jurídica, são a realidade social, moral, econômica, etc. São realidades existentes em toda sociedade humana por serem norteadoras do comportamento humano. Ou seja, a Livre Investigação é possível quando há ausência de lei (lacunas). Quando se trata de casos de obscuridade o jurista deve fazer o uso do costume, da autoridade, tradição, etc. A livre interpretação é o último recurso de que pode se valer o intérprete.
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