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História Politica - Queda da Monarquia e Imposição da República - Book

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H I S T Ó R I A P O L Í T I C A D O B R A S I L
QUEDA DA MONARQUIA
IMPOSIÇĀO DA REPÚBLICA
História Politica - Queda da Monarquia e Imposição da República - V4
Paulo M. Hoffmann
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
No dia 15 de Novembro, iremos completar 131 anos (1889-2020), da imposição do regime republicano, aos Brasileiros. 
Nesse mesmo dia, em 1889, ainda de madrugada, um grupo de militares, marchava em direção ao Quartel Central do 
Exército (no Campo da Aclamação). No comando da tropa, está o velho Marechal Deodoro da Fonseca. 
Alojados no quartel central do exército, estão o Visconde de Ouro Preto e alguns ministros do império, que cientes 
que tropas revoltosas avançam em sua direção, tentam se proteger do pior, e de alguma forma, pacificar o conflito. 
O Marechal Deodoro da Fonseca, se aproxima e confabula com o dissímulado Chefe da Guarda Imperial, o Brigadeiro 
Floriano Peixoto, que não rechaça ou impede os militares golpistas de entrar no quartel. Sem defesa, e traído pelo chefe 
da Guarda Imperial, agora sob o comando de Deodoro da Fonseca, o ministério do Visconde de Ouro Preto, é derrubado. 
 
 
Essa ilustração, é o Marechal Deodoro da Fonseca, dando vivas ao Imperador Dom Pedro II, após ter destituído o 
Ministério do Visconde de Ouro Preto, exatamente em frente, ao quartel general do exército, no Campo da Aclamação. 
Nesse momento, havia bem menos soldados (+-130), e pouquíssimos transeuntes, a imagem é totalmente fantasiosa. 
 
Como uma ação tão importante, planejada dias antes, em reuniões secretas, atendidas por militares e traidores de alta 
patente, políticos gananciosos, e um conhecido jornalista, todos golpistas, e seguidores de uma lunática seita religiosa 
francesa, chamada “Positivismo”, que iria mudar completamente o destino do nosso País, nao deixou nenhum registro ? 
 
Não há uma fotografia sequer, dos momentos que antecederam, a Proclamação República, nem durante, ou após. 
 
Até mesmo, a abolicao da escravidao (um ano antes), foi fotografada (há vários registros fotográficos de festas, missas e 
outros eventos). Nesse tempo, a fotografia, já existia, há 49 anos, estranhamente não existe nenhuma foto, apesar de 
esta já ser bastante difundida e bem popular naquela época (sendo inclusive, um jornalista, um dos principais golpistas). 
 
Nada do que aconteceu, ficou realmente registrado, e o que temos hoje, são quadros, ilustracões e desenhos, com todos 
enaltecendo a ação dos militares golpistas, do dia 15 de Novembro de 1889, na verdade, perpetrada na surdina da noite! 
 
O golpe de 15/11/1889, contra a monarquia, foi encabeçado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, com o auxílio do 
auxiliar de General Floriano Peixoto, chefe da Guarda Imperial, que deveria defender o Imperador e os ministros 
do Império, mas que no último minuto, traíu a Monarquia, e apoiou o grupo que impos a República, no Brasil. 
 
Na verdade, Deodoro não proclamou a República, em cima de um cavalo, mas em cima de uma cama, na sua casa, 
bem perto dali, no Campo de Santana, visto que após destituir o Ministerio do Visconde de Ouro Preto, retornou à sua 
casa, muito enfermo. Pela tarde, durante uma visita de políticos republicanos (alcoviteiros), que desejavam a imposição 
da República, falsamente lhe informam, que seu antigo inimigo político e rival romantico, de outrora, o politico gaucho 
Silveira Martins, tinha sido o escolhido por Dom Pedro II, para substituir o ministro Visconde de Ouro Preto. 
 
Tudo mentira, pois o verdadeiro intuíto, era enfurecer, o velho Marechal Deodoro da Fonseca, e persuadi-lo assinar 
a moção, da Proclamacao da República, que até aquele momento (já perto das 6:00 da tarde), não havia ainda sido 
realmente proclamada. O empenho dos politicos, na mentira, foi tanto, que conseguiram sua assinatura, com sucesso! 
 
O Tenente-Coronel Benjamin Constant, professor de matemática na Academia Militar da Praia Vermelha, maior 
divulgador e defensor da filosofia “Positivista”, foi o mentor e incentivador, da implantação da República no Brasil. 
 
Por que tão importante evento, foi representado com ilustraçoes, e com o passar do tempo, fantasiado para o povo ? 
Essa é a República ! Uma grande mentira, criada por mentirosos, alimentada e difundida através de mentiras, até hoje. 
 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
A única vítima do evento, foi o Almirante e Ministro da Guerra, o Barão de Ladário, que atirou contra Deodoro da 
Fonseca, assim que recebeu ordem de prisão. Ladário sacou sua arma, mas não acertou nenhum tiro, entretanto foi 
atingido com um tiro (porém não morreu), pela guarda militar que acompanhava, o Marechal Deodoro da Fonseca. 
 
A transição do regime, aconteceu sem conflitos, sem resistência, e sem a participação do Povo, que atônito e muito 
surpreso, procurava por notícias. Foi uma ruptura, parecia uma transição entre governos. Um pouco mais tarde, tanto o 
Marechal Deodoro Fonseca como Coronel Benjamin Constant, são completamente descartados, para subida ao poder, 
de Floriano Peixoto, à Presidência da República. Foi ilegal e inconstitucional, mas executada pelo “Marechal de Ferro”. 
 
Voltemos no tempo, e vejamos como foi a passagem, de um Brasil Colônia, à um Brasil Independente e Imperial. 
 
O Brasil passou 315 anos como território colonial do Reino de Portugal, outros 7 anos como cabeça do Reino 
Unido de Portugal, Brasil e Algarves e 67 anos como Império do Brazil (1822-1889), uma nação independente. 
 
Já como Império do Brazil (uma Monarquia Parlamentar), a história pode ser dividida em tres partes: 
 
• Primeiro Reinado (1822-1831) 
• Periodo Regencial (1831-1840) 
• Segundo Reinado (1840-1889) 
 
 Primeiro Reinado (1822-1831) 
 
O Primeiro Reinado é caracterizado pela organização do Estado Nacional Brasileiro, e dividido nas seguintes etapas: 
 
• Guerras de Independência, 
 
 Para garantir a independência e manter a unidade territorial D. Pedro I teve que enfrentar a resistência das 
províncias (Bahia, Pará, Piauí e Maranhão e Cisplatina), governadas por portugueses e que se mantiveram 
leais às Corte Portuguesas. A guerra da Cisplatina, (1823-1828) só terminou com a proclamação da sua 
independência (atual Uruguai). 
 
 As guerras de independência contrariam a visão tradicional de que a independência brasileira foi pacífica. 
Em virtude da ausência de um exército nacional organizado, as guerras de independência contaram com o 
apoio das milícias civis - com forte participação popular- e auxílio de mercenários ingleses e franceses, 
destacando-se, Lord Cochrane, John Grenfell, John Taylor e Pierre Labatut. 
 
 Com a derrota das forças militares contrárias à independência, a unidade territorial foi mantida e 
D. Pedro I sendo coroado imperador em dezembro de 1822. 
 
• Reconhecimento externo de nossa independência, 
 
 O primeiro país a reconhecer oficialmente a independência do Brasil foram os Estados Unidos da América, 
no ano de 1824. O reconhecimento deu-se obedecendo os princípios da Doutrina Monroe, 
("A América para os americanos"), que pregava e defendia a não intervenção da Europa. 
 
• Elaboração da primeira Constituição, 
 
 Após a independência do Brasil, torna-se necessário organizar o novo Estado, através de uma Constituição. 
Uma Assembléia Constituinte - composta por 90 deputados, apresentou um projeto de constituição que foi 
rejeitado pelo novo Imperador, por ser bisonha (mantinha a escravidão, restringia os poderes do imperador 
e instituía o voto censitário). D. Pedro I fecha a Assembléia Constituinte. Procurando impedir a dissolução, 
a Assembléia ficou reunida na noite de 11-12 de novembro, episódio conhecido como Noite da Agonia. 
 
 Dissolvida a assembléia, D. Pedro convocou um grupo de dez pessoas - Conselho de Estado - que ficou 
encarregado de elaborar umnovo projeto constitucional. O projeto da Primeira Constituicao Brasileira, que 
foi aprovado, em 25 de março de 1824. 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
• Abdicação de D. Pedro I (madrugada de 7 de abril de 1831). 
 
 Descontentamento, de politicos opositores, em relação à figura do imperador. O fechamento da Assembléia 
Constituinte, e a imposição da Constituição de 1824, que ao longo do tempo se mostrou altamente eficiente 
e duradora (A primeira Constituição Brasileira, foi a de maior duração). 
 
 A desastrosa Guerra da Cisplatina, e a participação do imperador na sucessão do trono português. 
 
 O Primeiro Reinado apresentava uma difícil situação financeira em decorrência da balança comercial 
desfavorável, contribuindo para altas taxas inflacionárias. 
 
 Em 1831, a imprensa brasileira inicia uma série de críticas ao governo imperial, resultando no assassinato 
do jornalista Líbero Badaró, opositor de D. Pedro I, que enfrenta sérias manifestações, em MG. Retornando 
à capital do Império, seus partidários promovem uma festa em homenagem ao imperador, desagradando a 
oposição. Inicia-se uma luta entre partidários e opositores ao imperador, chamada a "Noite das Garrafadas". 
 
 A abdicação de D. Pedro I, consolidou o processo de independência, ao afastar o fantasma da recolônização portuguesa. 
 Como seu legítimo sucessor, possuia apenas 5 anos de idade, inicia-se período político denominado Período Regencial. 
 
 Período Regencial (1831-1840) 
 
 O Período Regencial foi um dos mais conturbados da história brasileira. Dada a menoridade do sucessor ao trono, o 
 país foi governado por regentes, que, segundo a Constituição de 1824, seriam eleitos pela Assembléia Geral. 
 
 Durante as regências haverá três correntes políticas: 
 
• Moderados ou Chimangos - representavam a aristocracia rural, e defendiam uma monarquia moderada. 
 
• Restauradores ou Caramurus - comerciantes portugueses defendiam burocracia estatal, volta de D.Pedro I. 
 
• Exaltados ou Farroupilhas - representavam camadas médias urbanas. Os mais radicais entre os exaltados, 
pediam o fim da Monarquia e a proclamação de uma República, que nem eles mesmos conheciam direito. 
 
 A Regência foi organizada em: 
 
• Regência Trina Provisória (Abril a Junho de 1831) 
 
– Composta por Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, José Joaquim Carneiro de Campos e Francisco de 
Lima e Silva. O principal ato dos regentes foi a promulgação da Lei Regencial, que suspendia de forma 
temporaria, o exercício do poder Moderador. 
 
• Regência Trina Permanente (1831-1835) 
 
– Composta por Francisco de Lima e Silva, José da Costa Carvalho e Bráulio Muniz. 
 
– O ministro da Justiça foi o padre Diogo Antônio Feijó, que criou a Guarda Nacional; uma milícia armada 
formada por pessoas de posses, se tornando o principal instrumento de repressão da aristocracia rural, para 
conter os movimentos populares. O comando da Guarda Nacional nos municípios era entregue ao “Coronel”, 
uma patente ficticia, concedida aos grandes proprietários de terras, que assumiam, localmente, as funções do 
Estado, garantindo a segurança e a ordem. 
 
– No ano de 1832, foi aprovado o Código do Processo Criminal, que concedia aos municípios, uma ampla 
autonomia judiciária. Esta autonomia será utilizada para garantir a imunidade aos grandes proprietários de 
terras. A Constituição de 1824, sofre alterações pontuais, como a criação das Assembléias Legislativas 
Provinciais, substituindo os Conselhos Provinciais e garantindo uma maior descentralização administrativa; 
a extinção do Conselho de Estado, que assessorava o imperador no exercício do poder Moderador; e a 
criação do Município Neutro do Rio de Janeiro, sede da administração central. 
 
– Substituição da Regência Trina, pela Regência Una, eleita pelas assembléias de todo país. 
O mandato do regente seria de quatro anos. Semelhante medida é tida como uma experiência republicana, 
visando garantir maior autonomia aos poderes locais. No ano de 1835 o padre Feijó foi eleito regente uno. 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
• Regência Una – Regente Feijó (1835-1837) 
 
– Durante a Regência do Padre Feijó, há a reorganização dos grupos políticos. 
 
– O grupo Moderado divide-se em Progressistas, defensores da autonomia provincial, e os regressistas , 
que pregavam uma maior centralização política, para enfrentar os movimentos populares. 
Os Progressistas criaram o Partido Liberal , e os regressistas o Partido Conservador. 
 
– Durante a regência de Feijó ocorrerá dois importantes levantes regenciais - a Cabanagem na província 
do Pará e a Guerra dos Farrapos, na província do Rio Grande do Sul. 
 
– Mostrando incapacidade para conter as revoltas, o regente Feijó sofre grande oposição parlamentar, 
sendo obrigado a renunciar em 1837. 
 
• Regência Una – Regente Araujo Lima (1837-1840) 
 
– O regente Araújo Lima, era presidente da Câmara e partidário dos Conservadores. 
Sua regência é de caráter conservador. 
 
– Os movimentos popularares levam a aprovação, no ano de 1840, da Lei Interpretativa do Ato 
Adicional, que suprimia a autonomia das províncias e garantia a centralização política. 
 
– No ano de 1840 foi fundado o Clube da Maioridade, que defendia a antecipação da maioridade do 
imperador. Segundo os membros do Clube, a presença do imperador contribuiria para cessar os 
movimentos populares. 
 
– Em julho de 1840, após a aprovação de uma emenda constitucional - que antecipava a maioridade do 
imperador - D. Pedro II foi coroado imperador do Brasil. Este episódio é conhecido como Golpe da 
Maioridade ( D. Pedro tinha, na ocasião 15 anos ). 
 
 Segundo Reinado (1840-1889) 
 
 A vida política nacional, ao longo do Segundo Reinado, foi marcada pela atuação de dois partidos políticos: 
 
– Partido Conservador 
– Partido Liberal. 
 
O primeiro ministcrio do Segundo Reinado era composto por liberais, que apoiaram o golpe da Maioridade. 
Funcionou de 1840 a 1841 e ficou conhecido como "Ministério dos Irmãos", sendo formado pelos irmãos 
Cavalcanti, Coutinho e Andrada. 
 
Após grande oposição na Câmara, pelos conservadores, a câmara é dissolvida e novas eleições foram marcadas, 
com vitória dos conservadores e o avanço de medidas centralizadoras, provocando contra reação dos liberais. 
 
Em 1844 o imperador demitiu o gabinete conservador e nomeou um gabinete liberal, cuja principal decisão foi 
a criação da tarifa Alves Branco (1844), que extinguiu as taxas preferenciais aos produtos ingleses ; no ano de 
1847 foi criado o cargo de presidente do Conselho de Ministros, implantando o Parlamentarismo Monarquico. 
 
Durante o Segundo Reinado, as relações entre Brasil e Inglaterra conhece sucessivos atritos que culminaram 
com o rompimento das relações diplomaticas, que começaram em 1844, inicialmente com a aprovação da tarifa 
Alves Branco, que acabou com as vantagens comerciais que a Inglaterra tinha no Brasil. 
 
A resposta do governo britânico foi a aprovação do Bill Aberdeen, decreto que proibia o tráfico negreiro e 
outorgava o direito, aos ingleses, de aprisionar qualquer navio negreiro. Respondendo às pressões inglesas, 
no ano de 1850, foi promulgada a Lei Euzébio de Queiróz, extinguindo definitivamente o tráfico negreiro. 
 
A política externa brasileira, durante o Segundo Reinado, foi marcada por conflitos na região do Prata, portanto 
responsáveis pela Guerra do Paraguai e por atritos diplomáticos com a Inglaterra, gerando a chamada “Questão 
Christie”. Essa questao só foi resolvida, com um pedido formal de desculpas, pela Rainha Vitória, da Inglaterra. 
 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
No ano de 1864, o governo paraguaio aprisionou onavio brasileiro Marquês de Olinda, e invadiu o estado do 
Mato Grosso, levando o Brasil a declarar Guerra ao Paraguai. Em 1865 é formada a Tríplice Aliança , união 
das forças Brasileiras, Argentinas e Uruguaias, contra o Paraguai. 
 
As principais batalhas foram a de Riachuelo e a de Tuiutí, onde as forças paraguaias foram derrotadas. 
A nomeação de Caxias, no comando das tropas brasileiras (no lugar do general Osório), provocou sucessivas 
vitórias, contra as tropas de Solano Lopez. Outras importantes batalhas são Humaitá, Avaí e a de Cerro Corá. 
 
Durante o 2º Reinado houve uma diversificação das atividades econômicas, muito embora o modelo econômico 
estivesse voltado para atender as necessidades do mercado externo. O cacau e a borracha ganharam destaque na 
produção agrícola. O surto da borracha (Pará e Amazonas) levou o Brasil a dominar 90% do comércio mundial. 
Porém, o principal produto de exportação brasileira, será o café. A economia cafeeira foi a responsável pelo 
processo de modernização econômica do século XIX, desenvolvimento urbano, dos meios de transportes 
(ferrovias e portos), desenvolvimento dos meios de comunicação (telefone e telégrafo), substituição do trabalho 
escravo pelo trabalho livre e o surto industrial. O império estava agora entre as 4 maiores nações do mundo. 
 
Com a extinção do tráfico negreiro e a entrada maciça de imigrantes europeus, abriu-se a possibilidade do 
desenvolvimento da chamada economia familiar: pequenas propriedades, voltadas para o abastecimento do 
mercado interno. Pressionado pela aristocracia rural, o governo imperial aprovou, em 1850, a chamada 
Lei das Terras , determinando que as terras públicas só poderiam tornar-se privadas mediante a compra. 
 
O desenvolvimento industrial brasileiro está relacionado com a promulgação, em 1844 da tarifa Alves Branco, 
que aumentou as taxas alfandegárias sobre os artigos importados; o fim do tráfico negreiro foi também um fator 
que favoreceu o florescimento industrial, pois os capitais destinados ao comércio de escravos passaram a ser 
empregados em outros empreendimentos e, com a vinda dos imigrantes e da consolidação do trabalho 
assalariado, havendo uma ampliação do mercado consumidor. 
 
O maior destaque industrial do período, foi sem dúvida nenhuma, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de 
Mauá. Dirigiu inúmeros empreendimentos, tais como bancos, companhias de gás, companhias de navegação, 
estradas de ferro, fundição, fábrica de velas. No campo das comunicações, trabalhou na instalação de um cabo 
submarino ligando o Brasil à Europa. O surto industrial e a chamada "Era Mauá", entraram em crise a partir de 
1860, com a tarifa Silva Ferraz, que substituiu a tarifa Alves Branco. Houve uma redução nas taxas de 
importação e a concorrência inglesa foi fatal para os empreendimentos de Mauá. 
 
A Princesa Isabel, herdeira da coroa brasileira foi arrojada e corajosa, quando no dia 13 de maio de 1888, 
expropriou os donos de escravos, sem qualquer ação indenizatória aos proprietarios, através da Lei Áurea, 
libertando todos os escravos do Brasil. Ação inédita no mundo ocidental, até então não registrado nada igual 
na história dos povos. Sem guerras separatistas, como nos EUA, mas sim, através de grande jubilo popular, 
com festas e missas, para o povo, por toda cidade do Rio de Janeiro. 
 
 Festejo popular, em frente ao Paço Imperial, durante a assinatura da Lei Aurea (13/05/1888) 
 
 
 
Entretanto, havia uma outra etapa a ser executada (após a libertação dos escravos, pela Lei Aurea), que foi descoberta 
recentemente, nos arquivos do Barão de Mauá, descrevendo um projeto, entre a Princesa Isabel (seu pai D. Pedro II), 
o Visconde de Santa Victoria e o Barão de Mauá, seguindo o mesmo molde, ofertado aos recem chegados imigrantes 
europeus. Se esse projeto tivesse sido executado, tudo teria sido diferente, e hoje não haveria, tanta desigualdade social. 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
 
Esse projeto, concedia um pedaco de terra (propriedade do imperio) e o recebimento de uma quantia em dinheiro 
(ofertada pelos dois banqueiros monarquistas), à todas as famílias de ex-escravos, para poderem dar um início digno, 
as suas vidas, de cidadãos livres e independentes (afim de construirem suas casas, e iniciarem o cultivo de suas hortas). 
 
A carta original da Princesa Isabel (transladada abaixo), encontrada nos arquivos do Barão de Mauá, no Rio de Janeiro. 
 
 
O Império cederia terras aos ex-escravos, e os dois nobres monarquistas indenizariam os escravos e suas famílias. 
 
Se esse plano tivesse sido executado, ao invés de impedido, pela Proclamação da República, o destino de milhões 
de cidadãos afro-brasileiros (negros e pardos), seria completamente diferente do de hoje, principalmente se todos os 
registros relativos aos ex-escravos e a escravidão (matrícula, de controle aduaneiro e recolhimento de tributos), que se 
encontravam no interior do Ministério da Fazenda, não fossem queimados, por despacho oficial, em 14/12/1890, pelo 
Ministro da Fazenda, o republicano, Rui Barbosa. 
 
Jornal “O Estado de Sao Paulo” de 19 de Dezembro de 1890 
 
 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
 
A modernização da economia, o surto industrial, a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre e assalariado, o 
abolicionismo, o movimento republicano, choques com a Igreja e o Exército, levam a queda da Monarquia, através 
de um golpe militar, em 15 de Novembro de 1889. 
 
 O primeiro decreto do Governo Provisório foi a instituição da República, como forma de governo. 
 
 O segundo, foi a concessão de cinco mil contos para o exílio da família real, prontamente recusada 
 por Dom Pedro II, que indaga aos golpistas republicanos, que direito eles tinham, de retirar aquela 
fortuna, dos cofres do Tesouro Nacional, sem qualquer autorização do povo ou da camara. 
 
 O Terceiro foi o aumento do salario do novo governo republicano, do Presidente Deodoro da Fonseca, 
 de seu Vice-Presidente Floriano Peixoto, e de todos os seus ministros. 
 
 
 
Deposto, D. Pedro II e a família imperial, parte forçadamente, na madrugada seguinte (às 03:15 horas), para o exílio. 
 
 
A primeira notícia sobre o monarca 
deposto que o leitor do Estado teve 
foi sobre a partida do imperador e 
sua família, na edição do dia 18/11. 
 
O barco 'Alagoas' partiu com os 
membros da monarquia brasileira às 
03h15, do Cais Pharoux, na cidade 
do Rio de Janeiro. 
 
O Cais Pharoux é a atual Praca XV. 
 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
O Imperador, se manteve no exilio, até a sua morte, através de doações advindas de fiés Monarquistas do Brasil, que 
entendiam a importância, que o homem teve para a nação. Morreu relativamente pobre, em Paris, em um quarto de um 
pequeno Hotel, tendo no seu travesseiro, um preenchimento com terra, de todas províncias (estados) brasileiros. 
 
 
 
Dom Pedro II, no seu leito de morte, repousa em uma almofada, com terras de todas províncias brasileiras. 
Suas ultimas palavras foram: - “Deus me conceda esses ultimos desejos, Paz e Prosperidade para o Brasil”. 
 
 
 Placa informativa, afixada na fachada do Hotel Bedford, em Paris 
 
Dom Pedro II, último imperador do Brasil, brasileiro de nascimento, filho de Dom Pedro I e Dona Lepoldina Caroline 
Josepha Leopoldine von Habsburg-Lothringen (1797-1826) – austríaca de Viena – filha (2° núpcias) do Keiser Franz Joseph 
da Áustria (marido da histórica e conhecida Princesa Sissi). Dona Leopoldina foi a primeira Imperatriz consorte do Brasil, 
Rainha consorte de Portugal e Arquiduquesa da Áustria. 
 
Dom Pedro II, também teve como madrasta, Dona Amélia Leuchtemberg – filha do general Eugênio de Beauharnais eda 
Princesa Augusta da Baviera. A sua mãe, era filha do Rei Maximiliano I da Baviera e da Princesa Augusta Guilhermina de 
Hesse Darmstadt. 
 
D. Pedro II, tomou como esposa, Dona Tereza Cristina – Princesa do Reino das Duas Sicílias. 
Ela faleceu de desgosto, após 2 semanas; depois do forçado exilio da familia imperial, já em Portugal, em Dezembro de 1889. 
 
 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
 Essas são algumas notícias sobre a Proclamação da República, e publicadas pelos jornais da época, e 
 o momentaneo entusiasmo, que tomou conta da população (que não sabia, o que vinha pela frente). 
 
 
Jornal “A Provincia de Sao Paulo” de 16 de Novembro de 1889 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
Começava aí, a mentira republicana, para com o povo Brasileiro. 
 
De acordo com o golpista, Tenente-Coronel Mallet, as únicas palavras de Pedro II, publicadas, logo 
depois da queda da monarquia, “Dom Pedro II se declarou cansado depois de 50 anos de reinado”. 
Ha dúvidas quanto a veracidade desta declaracao, pois foi dada por um golpista, não por D. Pedro II. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Infelizmente, dizem que as adesões à República vieram de todos 
os lados, até dos mais próximos, à Dom Pedro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parte dos vereadores da Bahia e o Presidente da provincia, resistiu 
 ao novo regime. 
 
 - Em carta enviada a Deodoro da Fonseca, Almeida Couto, escreveu: 
 "... em nome do povo baiano reunido espontaneamente e em grande 
 massa em palácio, representadas em diversas classes sociais sem 
 distinção de partidos (...) declaro respeitar e manter a constituição 
 e as leis do império". 
 
 
 
O ímpeto de apagar o passado também foi frequente nos primeiros 
 dias de República. Hypólito da Silva, em discurso na Câmara de 
 São Paulo, pediu a troca de nomes das ruas que se referiam ao 
 antigo regime, e conseguiu. 
 
 Por exemplo, a antiga Rua do Imperador, virou Marechal Deodoro. 
 
 
 
 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Durante os primeiros dias de uma República, ainda sem 
símbolos, o jornal publicou vários hinos enviados pelos 
cidadãos como o da imagem à direita, publicado no dia 22 
de Novembro de 1889. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tiveram ainda, a coragem de publicarem, numa vinheta, 
em algum obscuro jornal, afirmando serem um governo 
provisorio, e prometendo a convocação de um plebiscito, 
para o povo vir a escolher, num futuro próximo, a forma 
desejada de governo: 
 
- Monarquia ou República 
 
O governo Republicano, se manteve provisório por 104 
anos, e o plebiscito (totalmente manipulado), somente 
occorreu em 1993 (104 anos após), quando já não existia 
nenhum monarquista conhecido, ou alguém, 
pelo menos preparado, para defender o antigo regime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns jornais ainda descreveram o que realmente 
ocorreu, naquele fatídico 15/11/1889, totalmente 
inesperado e inacreditavelmente, nao haviam 
fotos, que registrassem o ocorrido, em nenhum 
jornal (especialmente da forma que foi divulgado). 
 
Aos poucos os relatos desse evento, foram sendo 
modificados, para atender as pretensoes do novo 
regime emergente, e manipular as novas geracoes. 
 
A monarquia passa entao, a ser depreciada e a 
República enaltecida. Discurso esse, que perdura 
até os dias de hoje, principalmente nos livros e 
bancos de escolas. 
 
 
 
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Lembramos que neste tempo, contrariando alguns republicanos parciais, Dom Pedro II o Imperador do Brasil e sua 
herdeira – a Princesa Isabel – eram muito respeitados internacionalmente e admirados pelas pessoas de todas as esferas 
no território brasileiro, principalmente aqueles que deixaram de ser escravos sob a batuta da princesa Isabel, que instituiu 
a Lei Áurea, como a final libertação dos escravos, no dia 13 de maio de 1888, data do término da escravidão no Brasil. 
 
 
 Quanto aos citados fatores que desencadearam a proclamação da República no Brasil: a abolição da escravatura, 
 o centralismo econômico-administrativo e a indisciplina militar, podemos comentar que a abolição da escravatura, 
 ocorrida no dia 13 de maio do ano anterior desencadeou mudanças radicais na política nacional, com relação ao 
 império, por parte de alguns segmentos sociais, principalmente aqueles afetados pela implementação da Lei Aurea. 
 
Os Republicanos, em sua grande maioria, ruralistas, cafeicultores, pecuaristas, e principalmente escravagistas, 
pouco se interessavam com a abolição dos Escravos, nos moldes traçados pela Monarquia, e reivindicavam para si, 
a indenização proposta às escondidas pela Monarquia (provavelmente descoberta pelos Republicanos escravagistas), 
que ressarciria o esforço, trabalho e sofrimento, passado pelos escravos, a ser pago, aos ex-escravos e familiares! 
 
 
 
Até o dia 15 de novembro de 1889, ninguém imaginava a ação que seria impetrada pelos militares, de tomada 
do poder e da proclamação da República. Até este dia, D. Pedro II, com 63 anos de idade (naquele momento), 
mantinha suas atividades habituais. Era o titular da coroa desde tenra idade e havia sido preparado para ser o 
governante da nova nação brasileira, multifacetada culturalmente. Naquele dia, o Imperador Dom Pedro II, 
encontrava-se no palácio de Petrópolis – Rio de Janeiro. 
 
A trama, para retira-lo do poder e derrubar a monarquia, é sórdida, cheia de vulgaridades, entre os republicanos, 
pois incluiu, até involuntriamente, um rabo de saia (Baronesa de Triunfo), no centro dessa trama. 
 
 
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Alguns dias antes da “Proclamação da República”, no dia 13 de novembro, um dos nomes da ação e depois futuro chefe 
do governo provisório brasileiro, Marechal Manoel Deodoro da Fonseca – 62 anos – estava na cidade de Andaraí 
(BA), em convalescência na casa de seu irmão. Ninguém supunha que ele seria o líder da ação para a tomada do poder. 
 
Marechal Deodoro da Fonseca, explicando como chegou a divisa de Marechal. 
 
– Só tive um protetor: Solano López. Devo a ele, que provocou a Guerra do Paraguai, a minha carreira”. 
(Uma grande mentira, visto que Dom Pedro II, era seu amigo desde jovem, e a ele devia vários favores) 
 
A Guerra do Paraguai, no campo de batalha se estendeu por seis anos, e foi repleta de conflitos e várias dificuldades, não 
somente militares, mas políticos e econômicos. Este quadro fez surgir novas lideranças militares, na capital do Brasil, 
através dos altos oficiais, que ocuparam os lugares de nomes importantes da história do Brasil, como os dos Generais 
Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), elevado a Patrono do Exército brasileiro, e do General Manoel Luiz 
Osório (Marques de Erval), elevado a Patrono da Cavalaria, do Exército Brasileiro, entretanto ja falecidos. 
 
A partir deste novo papel e status dos militares dentro do governo imperial – na capital do país, os oficiais do exército 
protestavam por muito pouco e a todo o momento que lhes fossem possíveis, até mesmo dentro de assuntos que não 
lhes diziam respeito. Praticavam insubordinação mediante, ordens do Ministério da Guerra e do governo imperial. 
 
Paralelo a esta questão, acontecia a formação dos novos soldados, dentro de escolas militares munidas de novos currículos 
e programas fundamentados no positivismo, neologismo e teorias políticas (o maior exemplo do positivismo – é o lema 
– Ordem eProgresso – colocado na bandeira nacional do país pós república, por membros da Seita Positivista 
(politização do exército brasileiro). Mediante esta anarquia militar, o império vacilou diante de sua ação semipermanente 
de ora punir ora se omitir, diante das insubordinações, aumentando o problema dentro dos quartéis e nas escolas militares. 
 
É sabido, por exemplo, que o Marechal Deodoro da Fonseca enviou cartas à Princesa Isabel antes do dia 13 de maio de 
1888, lhe comunicando que o exército não iria caçar escravos fugidos. Seria isso, uma provocação ou insubordinação, 
totalmente desnecessária? Oportunizando este quadro político, social e econômico do Brasil – os militares deram um golpe 
de estado na monarquia, cujo imperador estava com problemas de sucessão e um ministério dividido. 
 
A partir de uma conspiração pré-existente, no dia 14 de novembro de 1889, o major gaúcho Frederico Sólon Ribeiro, 
recebeu ordens para deslocar o 9° Regimento Cavalaria e o 2° de Artilharia do Quartel de São Cristóvão para o da 
Praia Vermelha – neste momento estava na sede do Ministério da Guerra – Campo da Aclamação, ação essa quase 
 impossível para se pôr em prática, pela intensão do plano do movimento militar. 
 
Major Frederico Solon Ribeiro 
 
 
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Antes deste episódio, o Major Sólon Ribeiro havia conversado com o Tenente coronel Benjamin Constant Botelho de 
Magalhães, adiando o movimento. De acordo com Benjamin Constant, necessário, pois ainda muitos oficiais precisavam 
serem convencidos a aderirem à conspiração contra a monarquia. O Tenente coronel Benjamin Constant, era 
professor de Matemática na Escola Militar, líder dos cadetes e tinha pleno conhecimento da situação. 
 
 
 
O Major Sólon Ribeiro, recebeu ordens para levar os dois regimentos mais mobilizados do Império, para a Praia Vermelha, 
muito mais longe, do que São Cristóvão. Estes dois fortes regimentos eram liderados por Afonso Celso de Assis Figueiredo – 
o Visconde de Ouro Preto. 
 
 
Escola Militar da Praia Vermelha, Rio de Janeiro 
 
Com esta iniciativa, o Major Frederico Sólon Ribeiro, condecorado por bravura na Guerra do Paraguai, e um republicano 
nato, tinha como objetivo, conduzir as tropas do exército e com isto hostilizar ainda mais, o Visconde de Ouro Preto, 
tentando derrubá-lo. Sua esperança era que na sequência dos fatos, viesse a acontecer a Proclamação da República. 
 
Parado no Campo de Aclamação, conhecido como “Campo de Santana”, o oficial gaúcho concluiu que o plano não daria 
certo, se os dois regimentos fossem para a Praia Vermelha, como lhe haviam ordenado e resolveu agir por conta própria. 
 
Foi até a rua do Ouvidor – centro da capital brasileira – espalhou a falsa notícia que o governo imperial havia mandado 
prender o Marechal Deodoro da Fonseca e o Tenente Coronel Benjamin Constant. 
 
Também alardeou que várias guarnições estavam sendo transferidas da capital para o interior do país e quem faria 
segurança na capital do Brasil, seria a temida Guarda Negra – organização criada pelo vereador negro José do Patrocínio, 
composta somente por ex-escravos – usadas para proteger a Princesa Isabel e para dissolver odiosos comícios republicanos. 
 
Tudo uma enorme mentira, porém mais do que suficiente, para preocupar as tropas e os quarteis ! 
 
 
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O descontentamento aumentava no seio dos militares. O ideário republicano se fixava no meio da recém- criada Escola 
Superior de Guerra e na Escola Militar de Praia Vermelha, onde o Tenente coronel Benjamin Constant tinha seguidores. 
Mas não existia um líder – respeitado, oficial de carreira. 
 
Escolheram um nome – Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, que na época tinha 62 anos de idade. Foram até ele, 
tentarem dissuadi-lo para se posicionar contra o governo imperial e com o qual tinha laços estreitos através de sua 
amizade com o Imperador – D. Pedro II. 
 
 
 
No dia 14 de novembro de 1889, Marechal Deodoro, recebeu em sua casa um grupo de oficiais. 
Recebeu-os na cama, pois estava muito doente – (falta de ar, ocasionado pela apneia e arteriosclerose). 
 
Os militares comentaram com o Marechal Deodoro, que o Visconde de Ouro Preto pretendia reorganizar a Guarda Nacional 
e fortalecer a Polícia do Rio, para contrapô-la ao Exército. (Em sua autoridade, não era permitido pelo exército – ficando 
este arrogante, a partir da Guerra do Paraguai). Entretanto, era parte do plano, para persuadir o Marechal Deodoro. 
 
Ele comentou, então “Só mesmo mudando a forma de governo” – surpreendendo os militares presentes. 
 
Ficou combinado que os militares buscariam mais adeptos para a causa republicana com Quintino Bocaiuva (52 anos) – 
líder do Partido Republicano Brasileiro, e com Aristides Lobo (51_anos). Estes encontraram-se com o advogado Manoel 
Ferraz de Campos Sales (futuro Presidente do Brasil), e também republicano, colocando-o ao par da conspiração. 
 
O curioso era que entre “Os Casacas” (Civis) – falava-se de República e entre os militares, falava-se em derrubar o 
governo do Ministro Visconde de Ouro Preto, e não derrubar a Monarquia. 
 Na reunião do Clube Militar do dia 9 de novembro de 1889, não se falou sobre proclamar a República. Nem o Tenente 
 Coronel Benjamin Constant, usou a expressão República. Disse que se em uma semana não conseguisse resgatar a honra 
 castrense, iria para a rua quebrar a espada e derramar sangue (ego alimentado pela vitória da Guerra do Paraguai). 
 
Quintino Bocaiuva Jornalista Aristides Lobo Almirante Eduardo Wandelkok 
 
 
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Foi falado de República, no encontro do dia 11 de novembro de 1889 – às 19:00h. entre o Quintino Bocaiuva, Aristides Lobo, 
e o Contra-Almirante Eduardo Wandenkolk (Primeiro oficial da marinha a aderir à conspiração) e o Marechal Deodoro. 
No momento, o Tenente Coronel Benjamin Constant, disse que era necessário proclamar a República e que, o Marechal 
Deodoro da Fonseca, tinha liderança para isto. 
Os demais também insistiram no assunto. A resposta dada pelo Marechal nesta ocasião: 
 
– “Eu queria acompanhar o caixão do Imperador, que já está idoso e a quem respeito muito, mas o velho 
 já não regula. Se ele assim quer, que leve à breca a Monarquia! Façamos a República”. 
 
Foi lembrado com preocupação – quanto à posição do ajudante de General – Floriano Peixoto. 
Marechal Deodoro os tranquilizou contando que uma vez, o Floriano Peixoto lhe dissera, pegando em um botão de sua farda: 
- “A Monarquia é inimiga disto. Se for para derruba-la, estarei pronto”. 
 
No dia seguinte, dia 11 de novembro de 1889, aconteceu o encontro entre Marechal Deodoro da Fonseca e ajudante 
de General, Floriano Peixoto (50 anos) e não foi como o esperado pelos militares. O Floriano Peixoto supôs que o 
Marechal Deodoro estivesse falando apenas de um golpe para derrubar o Visconde de Ouro Preto e recomendou 
prudência, aconselhando-o estar alinhado com o governo. O Marechal Deodoro da Fonseca lhe disse então que apenas 
“quatro gatos pingados colocaria a procissão na rua”. O Floriano Peixoto terminou o colóquio dizendo: 
 
– “Enfim, se a coisa é contra os casacas (civis), tenho lá em casa uma espingarda velha.” 
 
Observando atentamente, havia três lados dentro deste tracionamento de forças e disputas: 
 da monarquia, 
 do exército/republicanos (Exército com um líder moribundo), 
 do ajudante de General Floriano Peixoto. 
 O Floriano Peixoto, tinha uma posição “encima do muro”, e totalmente incompativel com seu posto, nós diríamos. 
 
Diante do quadro apresentado e a partir do cargo que ocupava, o Floriano Peixoto tinha duas alternativas diante dos 
fatos, ao ouvir um Marechal do Exércitobrasileiro planejar contra o governo onde o Imperador – exercia o comando 
máximo: Aderir à conspiração ou prender o Marechal por esta conspiração. 
 
No entanto ele (Floriano Peixoto), insinuou concordar com a programação, sem se comprometer. 
 
No dia 14 de novembro de 1889, o ajudante de General Floriano Peixoto, confirmando estar “sobre o muro”, 
 – enviou uma carta para Cândido de Oliveira, Ministro interino da Guerra, na qual escreveu, além dos agradecimentos 
 ao Ministro por favores prestados a seu protegido – o seguinte teor: 
 
– “A esta hora V. Exa. deve ter conhecimento de que tramam algo por aí além. 
Não dê importância, confio na lealdade dos chefes”. 
 
O teor da carta do Floriano Peixoto chegou ao conhecimento de seu superior e chefe – Visconde de Ouro Preto, convocando 
este, uma reunião em seu gabinete no mesmo dia. Quis saber sobre o envolvimento do Marechal Deodoro na conspiração. 
Não foi comentado, em momento algum, sobre a suposta prisão do Marechal Deodoro e os boatos disseminados pelo Major 
gaúcho Sólon Ribeiro, tomava corpo e fazia surgir consequências contra o governo imperial. 
 
Diziam, que o Marechal Deodoro (talvez usado para este “papel” de risco) – pois não comprometeria os demais se não desse 
certo – como o Floriano Peixoto, que se movimentava naturalmente nos dois lados em questão e Marechal Deodoro não tinha 
nada a perder (pois estava muito doente), falecesse antes do golpe planejado. 
Ao cruzar com Aristides Lobo e Francisco Glicério, o Tenente Coronel Benjamin Constant, comentou: 
– “Creio que ele não amanhece, e se ele morrer a revolução está gorada. Os senhores, civis podem salvar-se, 
mas nós, militares, arrastaremos as consequências das nossas responsabilidades.”. 
 
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Tenente Coronel Benjamin Constant 
 
 
 
 
Foi o positivista Benjamin Constant, Ministro da 
Guerra do novo regime, que aprovou o desenho de 
uma nova bandeira, por Teixeira Mendes, também 
positivista, fundador da Igreja (seita) Positivista. 
 
O lema “Ordem e Progresso” de nossa bandeira 
é advindo dessa exótica seita, e ideologia criada 
pelo francês August Comte, chamada Positivismo. 
 
 
 
 
O Tenente Coronel Benjamin Constant foi até o Clube Naval encontrar o Contra-almirante Wandenkolk e outros oficiais 
da Marinha. O boato da prisão de militares havia chegado aos ouvidos de Quintino Bocaiuva, que enviou um mensageiro 
ao Clube Naval para saber sobre o Tenente Coronel Benjamin Constant. Este, por intermédio de um mensageiro 
respondeu que sim, mas que o levante tinha sido adiado para o dia 17 de novembro, em função da saúde de Deodoro. 
 
Com esta notícia, Bocaiuva procurou o Major gaúcho Sólon Ribeiro, e concluíram que teriam que assumir as decisões 
e mantiveram a data da ação para o dia 15, mesmo com o estado de saúde precário do Marechal Deodoro. 
 
 A movimentação político-militar se subdividiu em três cenários, espalhados pelo Rio de Janeiro. 
 
 No primeiro – São Cristóvão – estavam as tropas rebeladas, nos quartéis e na Escola Militar. 
 No segundo – o Marechal Deodoro, em sua casa, cerca do Campo de Santana, 
 No terceiro – o Visconde de Ouro Preto, em sua casa, nas imediações da estação de trem São Francisco 
 Xavier, onde recebeu as primeiras notícias sobre a ação. 
 
Perto da meia-noite, o Visconde de Ouro Preto recebeu um telefonema do chefe de Polícia, José Basson de Miranda 
Osório, informando-lhe que o 1º Regimento de Cavalaria estava em armas. Este não esperou que lhe mandassem 
condução: seguiu a pé acompanhado pelo Coronel Gentil José de Castro, que estava hospedado em sua casa, na 
esperança de tomar um Tilbury (Veiculo tracionado a animal – da época). 
 
 Tilbury (Veiculo tracionado a animal) 
 
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Nas proximidades da Ponte do Maracanã, o Visconde de Ouro Preto encontrou com o carro de Polícia que ia buscá-lo 
em casa. Subiu nele, deu uma passada pelo Quartel de Cavalaria Policial – onde só se encontravam quarenta praças e 
dois oficiais. Seguiu para a Secretaria de Polícia. 
 
Não havia muita resistência ao golpe que se formava. O ajudante de general subordinado do Visconde de Ouro Preto – 
ajudante de General Floriano Peixoto soube dos acontecimentos, por intermédio do Capitão Goldofim. Visconde de 
Ouro Preto perguntou a Floriano por que ele não prendera o líder da ação, uma vez que se apresentara em nome de uma 
força que se armara sem ordem superior. Sem constrangimento e ardilosamente, o Floriano Peixoto respondeu: 
 
– “…que não prendera para ganhar tempo e poder se acautelar”. 
Mentirosamente afirmou que se o líder – Capitão Goldolfim, não retornasse ao quartel, os revoltosos poderiam 
atacar o governo militarmente. O Visconde de Ouro Preto convocou uma reunião ministerial no Arsenal da 
Marinha. O ajudante de General Floriano Peixoto, foi para o Quartel General de Campo de Santana. 
O Visconde de Ouro Preto, levou 15 minutos para acordar o porteiro, chamar o inspetor e conseguir que o guarda 
da guarnição se apresentasse. 
 
 No quartel, o ajudante de General Floriano Peixoto recebeu o Tenente Coronel Silva Teles, comandante interino da 
 2° Brigada e não emitiu ordem e nem voz de prisão para o líder dos manifestantes. Ao contrário, recomendou-lhe 
 prudência e disse-lhe que gostaria de conversar com Marechal Deodoro e com o Tenente Coronel Benjamin Constant. 
 
 
Campo de Santana, Lugar do Quartel General do Exército, no Rio de Janeiro 
 
Visconde de Ouro Preto enviou um telegrama narrando os acontecimentos ao Imperador Pedro II, 
 – que naquele momento, se encontrava em Petrópolis. O Imperador não se manifestou, estava dormindo. 
 
 
 Visconde de Ouro Preto 
 (ultimo Primeiro Ministro do Império) 
 
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Os oficiais da 2° Brigada resolveram avisar o Tenente coronel Benjamin Constant que até então, desconhecia o 
ocorrido no Campo de Santana, onde residia com sua família. Acreditava que a revolta aconteceria somente o dia 
17 e no momento, o Tenente Coronel dormia. Avisado, se animou e disse: 
 
“Preparemo-nos para vencer ou morrer. Guardemos o último cartucho para saltar nossos miolos caso sejamos 
infelizes na luta contra o governo infame” 
 
Maria Joaquina, esposa do Tenente coronel Benjamin Constant lhe entregou um casaco civil para que escondesse a 
farda e embrulhou seu quepe num jornal Disse-lhe ainda que caso fosse abordado pela polícia – falasse que era um 
médico indo ver um paciente. 
 
 O Tenente Coronel Benjamim Constant mandou seu cunhado – Tenente Bittencourt Costa, à casa do Marechal 
Deodoro da Fonseca, que estava situada no outro lado do Campo da Aclamação (vulgo Campo de Santana). 
 
Foto de época, do campo da Aclamação, atual Campo de Santana (RJ). 
 
 
 
Também enviou seu irmão, o Major Marciano Botelho de Magalhães, para agitar seus alunos e pô-los na revolta – na 
Escola Militar da Praia Vermelha. 
 
Marechal Deodoro, a princípio, não acreditou na notícia recebida, até que soube que quem a enviou foi o Tenente 
Coronel Benjamin Constant. Mesmo muito enfermo fardou-se, contra os protestos de sua esposa Mariana e seguiu 
de veículo tracionado a animal até São Cristóvão, onde já tinha chegado o Tenente coronel Benjamim Constant. 
 
Este foi até a Escola Superior de Guerra – onde estava a 2° Brigada composta por aproximadamente 60 cadetes 
armados com revólveres, carabinas e espadas, aguardando suas ordens. 
 
Dado o toque de reunir e foi organizadas as colunas da seguinte maneira: 
 
 Na frente – 1º Regimento de Cavalaria, com lanceiros e carabineiros comandados pelo Tenente-coronel João Batista 
da Silva Teles. 
 
 Em seguida – Doispelotões da Escola Superior de Guerra comandados pelo Tenente reformado Pedro Paulino 
da Fonseca – irmão do Marechal Deodoro da Fonseca. 
 
 Depois – 2º Regimento de Artilharia, com dezesseis canhões comandado pelo Major João Carlos Lobo Botelho. 
Também parte deste regimento estava o civil – Antônio Rodrigues de Campos Sobrinho pedindo para participar 
e foi o único civil parte da revolta e do golpe militar. 
 
 Por último estava o 9º Regimento de Cavalaria, comandado pelo major Solano López. 
 
A cavalaria marchou a pé, por falta de cavalos. Junto levavam uma carroça de munições. Esse regimento levou a nova arma 
do exército – carabinas Winchester – que ninguém sabia manusear direito. Em São Cristóvão a movimentação rebelde 
reuniu cerca de 400 praças e 40 oficiais, mais os 60 alunos da Escola Superior de Guerra. 
 
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Na tropa, muitos desconheciam o que estavam acontecendo e que estavam se mobilizando para derrubar a monarquia. 
Entre os oficiais, tinha somente oficiais de media patente – subordinados. Como muito poucos sabiam o teor da revolta, 
entre os revoltosos estavam alguns monarquistas estrategicamente localizados, como o Tenente-coronel Silva Teles – 
comandante interino da 2° Brigada. Continuavam a desconhecer o objetivo da movimentação. Major Botelho, ficou tão 
contrariado quando chegou em Campo de Santana e soube o que estava acontecendo, disse estar doente e retornou para sua 
casa. Seguiram os revoltosos na prática de seu intento. 
Até então, Marechal Deodoro da Fonseca, não tinha chegado ao local, desta movimentação toda. 
 
Temeroso do resultado de toda esta manobra, o Tenente coronel Benjamin Constant enviou o Tenente Lauro Müller, 
para saber notícias sobre ele, sabendo de seu debilitado estado de saúde. Quando chegou a casa do Marechal Deodoro, 
este já tinha saído. No caminho, o Marechal Deodoro encontrou um grupo de militares da revolta, parte do movimento. 
 
Quando estes o viram, festejaram e o acompanharam até o local final. Antes de chegar, mesmo com dificuldades, resolveu 
seguir montado em um cavalo. Assim chegaram no Campo de Santana, onde se depararam com forças da Polícia e da 
Marinha para abafar a revolta, o Marechal Deodoro, como militar astuto, hábil e da altura de sua autoridade logo 
inquiriu aos marinheiros e policiais: 
 
 – “Então, não me prestam continência? ” - E como esperava, todos sem exceção, apresentaram-lhe armas. 
 
O Visconde de Ouro Preto estava no Quartel Geral e ouvia do Ministro da Marinha – Barão de Ladário, que nenhuma 
força foi enviada para deter os revoltosos, porque não era confiável, a exemplo do que aconteceu com aquela que apresentou 
armas ao Marechal Deodoro e agora estava sob seu comando. 
 
Ainda no Quartel Geral, o Visconde de Ouro Preto falou com ajudante de General Floriano Peixoto, e observou que 
Capitão Goldolfim circulava com seus oito soldados pelo Campo de Santana, sem que ninguém se aproximasse deles. 
Falou com o ajudante de General Floriano Peixoto, que continuava “em cima do muro”, e nada aconteceu. 
 
O Visconde de Ouro Preto então ordenou, o General Almeida Barreto – Comandante titular da 2° Brigada rebelada – 
que fosse resgatar o destacamento. Este também não foi eficaz suficiente e não tomou partido mediante o pedido de 
cumprimento do dever por parte do Visconde. Também lembramos que este mesmo General esteve em reunião com 
lideranças da revolta. Mais tarde circulou pelo Campo da Aclamação - e não fez absolutamente nada. 
 
Texto deixado pelo Visconde de Ouro Preto, comenta o comportamento do ajudante de General Floriano Peixoto, 
e de outros oficiais aquartelados. 
 
“Impressionou-me a profunda tristeza que se estampava na fisionomia dos oficiais, quer superiores, quer 
subalternos. Floriano conservava a serenidade que lhe é habitual”. 
 
Contou também que o ajudante de General Floriano Peixoto, se movimentava de um lado para o outro, conversando 
com vários oficiais e mudava de assunto ou baixava de voz, sempre que o Visconde de Ouro Preto chegava perto. 
Assim permaneceu o Quartel Geral, aparente calma, onde todos sabiam o que estavam acontecendo e assistiam 
as movimentações sem interferir em nada ou assumir um posicionamento claro. 
Por volta das 8 horas da manhã, as tropas do Marechal Deodoro chegaram à frente dos portões do Quartel. 
 
Tropas de Deodoro na frente do quartel e do Campo da Aclamação 
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 O Marechal Deodoro, enviou o Tenente-coronel Silva Teles para intermediar, lembrando que ele não era um republicano. 
 Ele entrou no quartel a pé e sozinho. O Tenente-coronel Silva Teles, que estava longe de ser republicano, comunicou ao 
 ajudante de General Floriano Peixoto, que também não tinha posicionamento definido, que o Marechal Deodoro queria 
 conversar com ele. 
 
O Visconde de Ouro Preto não reagiu muito bem, pois desconhecia que o ajudante de General Floriano Peixoto, já sabia e 
já tinha conversado com os rebeldes. Disse ele: 
 
– “Conferência! Pois o Marechal Deodoro, não tendo recebido do governo nenhum comando militar, aqui se 
apresenta à frente de força armada, em atitude hostil, e pretende conferenciar? ” 
 
Ele viu o ajudante de General, Floriano Peixoto, montar a cavalo e sair, com seu estado-maior e em seguida ouviu tiros. 
 
Houve um incidente. Chegou Ministro da Marinha – o Barão de Ladário. 
No mesmo momento, Marechal Deodoro da Fonseca, ordenou sua prisão. 
O Ministro reagiu, tomou sua pistola e atirou no Marechal Deodoro, errando o alvo. 
Antes de repetir sua intenção, foi atingido por tiros dos Tenentes Müller e Adolfo Pena. 
 
O Visconde de Ouro Preto voltou-se novamente para o ajudante de General Floriano Peixoto, dizendo-lhe que no 
Paraguai, em contexto muito pior, eles tinham se apoderado dos canhões e vencidos a batalha. 
Dissimuladamente o Floriano Peixoto respondeu: 
 
– “Sim, mas as bocas no Paraguai eram inimigas, e aquelas que Vossa Excelência está vendo, 
 são brasileiras, e eu sou, antes tudo, um soldado da nação” 
 Neste momento, o Visconde de Ouro Preto, chefe do governo imperial, percebeu que não havia mais o que fazer. 
 
Um dos muitos sobrinhos do Marechal Deodoro da Fonseca – Capitão Pedro Paulo Fonseca Galvão ajudou os militares 
revoltosos a adentrarem o Quartel. 
Marechal Deodoro da Fonseca conversou com o ajudante de General Floriano Peixoto, e foi com ele até o segundo piso 
do quartel, onde se encontrava o Visconde de Ouro Preto. Entrando no ambiente da reunião, cumprimentou seu primo – 
Ministro da Guerra – e logo em seguida largou o verbo – dirigindo-se ao Visconde, disse entre outras coisas: 
 
– “Vossa Excelência e seus colegas estão demitidos por haverem perseguido o Exército. 
 Os senhores não têm nem nunca tiveram patriotismo. Patriotismo tem tido o Exército, 
e disso deu provas exuberantes durante a campanha do Paraguai. ” 
Sem se alterar – o Visconde de Ouro Preto ouviu tudo sem interromper e depois disse ao seu interlocutor: 
– “A vida política, senhor general, tem também os seus dissabores. 
 E a prova disso tenho agora, em que sou obrigado a ouvi-lo”. 
 
O Marechal demitiu o ministério e prendeu o Visconde de Ouro Preto e o Ministro da Justiça Cândido de Oliveira, 
logo libertados a pedido do ajudante de General Floriano Peixoto. 
 O Marechal Deodoro lembrou também, de que era amigo do imperador e disse: 
 
- “Quanto ao imperador, tem a minha dedicação, sou seu amigo, devo-lhe favores; 
 seus direitos serão respeitados e garantidos. ” 
 
Neste momento, esclareceu que encaminharia uma lista de nomes do novo ministério a D. Pedro II. 
Não mencionou “República”, em nenhum momento.Terminado as trocas e definições, foi confraternizar 
com as tropas no Campo de Santana. 
 
O “dissimulado”,ajudante de General, Floriano da Fonseca, tomou um bonde, e foi para sua casa tranquilamente. 
 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
No Campo de Santana (chamado anteriormente de Campo da Aclamação), juntaram-se alguns curiosos civis, e também 
lideranças civis, como Quintino Bocaiuva e o jornalista, Aristides Lobo (ambos golpistas republicanos), junto aos militares, 
imaginando tratar-se de um desfile militar. 
 
 O povo, a grande maioria desconhecia o que acontecia de fato, e os que estavam no local também, mas alardeavam um 
 “Viva a República”, enquanto a maioria, estava mesmo bestializada. 
 
Oportunamente, o Tenente Sebastião Bandeira observou que o cenário era propício para a proclamar a República, 
comentando com o Tenente coronel Benjamin Constant, que comentou algo ao ouvido do Marechal Deodoro da Fonseca, 
e este disse ao Tenente Bandeira: 
 
– “Descanse, a nossa causa triunfou. Deixe ao povo essa manifestação“. 
 
Alguns afirmam que o Major Sólon Ribeiro, o mesmo que largou a boataria, pelo centro da cidade, teria dito a Deodoro que 
só embainharia a espada se ele proclamasse a República. Não se sabe se assim foi feito. Alguns afirmam que ele proclamou 
a República, outros não. Ao certo, e que nada havia ainda se concretizado. 
 
Depois deste momento Marechal Deodoro tomou a dianteira das tropas e foi na frente do cortejo até o centro do Rio de Janeiro, 
rumo ao arsenal da Marinha. Pretendia verificar se esta recebera bem a notícia, da deposição do Visconde de Ouro Preto. 
 
As pessoas da cidade olhavam uns para os outros incrédulos sem compreender bem o que se passava. 
 
No início da tarde o movimento dos revoltosos, aparentemente era vitorioso. 
 
O exército sob o comando do Marechal Deodoro, “recuperou” o louvor recebido na Guerra do Paraguai, mas nem 
tão vitorioso, pois as instituições monárquicas estavam em pleno funcionamento e D. Pedro II, ja havia retornado 
de Petrópolis, e foi despachar no seu palácio no paço da cidade. 
 
No meio da tarde, poucas pessoas mencionavam a República. 
 
O povo, em sua imensa maioria, amava e respeitava o Imperador D. Pedro II (mais de 90% do povo). 
 
Tenente coronel Benjamin Constant ficou incomodado com o que via, e ao encontrar com o jornalista Arubal Falcão, e 
outros amigos, em frente a redação do Jornal Cidade do Rio, disse-lhes: 
 
– “Agitem o povo, que a República, ainda não está proclamada” 
Os movimentos seguintes não aconteceram exatamente como delineados pelos golpistas, pois a proclamação da República, 
deveria ainda que ser consumada. Algo mais deveria ser feito ! 
 
 
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Dom Pedro II, desceu de Petrópolis e já estava no palácio do Rio de Janeiro, quando mandou chamar o Visconde de Ouro 
Preto. Aceitou sua renúncia com dificuldade e ventilou a possibilidade de nomear o Senador gaúcho Gaspar Silveira 
Martins, para o lugar do Visconde, porem sobre este, pesava a atual distância e a emergência da situação. 
 
Acabou se decidindo então, pelo nome do conselheiro José Antônio Saraiva para o lugar do Visconde de Ouro Preto, e 
enviando, o capitão Roberto Trompowsky, até o Marechal Deodoro, perguntando-lhe se o nome do conselheiro Jose Antônio 
Saraiva, era satisfatório para os militares, na organização do novo ministério. 
 
Não se sabe, se essa mensagem, foi interceptada propositalmente, pelos golpistas republicanos. 
 
Naquele mesmo momento, políticos e militantes republicanos vão a casa do Marechal Deodoro, para se inteirar dos 
acontecimentos, e sabendo que a República ainda não havia sido proclamada, agem por meios escusos. 
 
Estes mentem sem nenhum pudor, para o Marechal Deodoro, que se encontra acamado, que Dom Pedro II, havia 
escolhido para o lugar do Visconde de Ouro Preto, seu arqui-inimigo Gaspar Silveira Martins. 
 
 
Baronesa de Triunfo – Deodoro Fonseca – Silveira Martins 
 
O Marechal Deodoro, tinha uma enorme animosidade, com Gaspar Silveira Martins, desde que serviu no Rio Grande do 
Sul, devido uma rivalidade de ambos, pela bela gaúcha Maria Adelaide Andrade Neves Meireles, a Baronesa de Triunfo. 
Uma viúva que ambos cortejavam, em 1883, mas que Deodoro acabou perdendo, para os galanteios de Silveira Martins, 
enquanto esse era Presidente da província do Rio Grande do Sul, e desde então se tornaram inimigos implacáveis. 
 
Gaspar Silveira Martins 
 
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Quando Deodoro, ouviu o nome de seu maior rival, Gaspar Silveira Martins, ser proferido pela boca dos politicos 
Republicanos (todos cientes da rivalidade entre ambos), o Marechal imediatamente saltou de sua cama, enraivecido, e disse: 
 
– “Esse Não! Que leve a breque a Monarquia, venha então a República”. 
 
Era tudo que os Republicanos queriam ouvir. Mais tarde, apos receber e ler o oficio de Dom Pedro II, sobre a escolha do 
conselheiro Jose Saraiva, o Marechal respondeu: 
 
– “É tarde, a República já está feita e o novo governo constituído. Os principais culpados de tudo isso são 
 o Conde D’Eu e o Visconde de Ouro Preto: o último por perseguir o Exército e o primeiro por consentir, 
 nessa perseguição“. (lembrem, Deodoro era oficial subalterno do Conde D’Eu, durante a guerra do Paraguai) 
 
De acordo com o Marechal, o Visconde de Ouro Preto poderia ser substituído, mas o Conde D´Eu, era marido da herdeira 
do trono brasileiro – Princesa Isabel. Muitos dos republicanos temiam que se a Princesa Isabel assumisse o trono brasileiro, 
quem governaria o país seria seu marido, o Conde D’Eu. 
 
Ideia latina, machista, no Brasil do século XIX, desconheciam o papel e o desempenho da mulher e de sua avó Imperatriz 
Leopoldina – a pessoa que de fato governou o país durantes os principais momentos que seu marido, Dom Pedro I estava à 
frente do governo do Brasil. Os motivos para não lhe permitir assumir o trono do Brasil, eram outros, como por exemplo o 
ranço da ação da libertação da escravatura, assinada pela Princesa Isabel, e não bem digerido por parte da elite do Brasil. 
 
Alguns monarquistas ainda tentaram um encontro pessoal, entre o Marechal Deodoro e o Imperador Dom Pedro II, mas o 
Marechal não quis. Disse sobre isto: 
 
– “Se eu for, o velho chora, eu choro também, e está tudo perdido“. (Marechal Deodoro) 
 
Arubal Falcão, foi ter com republicanos radicais, como Pardal Mallet e Silva Jardim e infiltrou os últimos acontecimentos 
e da necessidade de “agitar” para não perder o momento. 
 
Os três Republicanos, buscaram o monarquista José do Patrocínio, um jornalista e vereador negro, que tinha ligação com 
a Guarda Negra. Não se sabe o teor da conversa entre os quatro, mas a partir deste momento – Patrocínio aderiu à causa 
republicana – traindo a monarquia – e como vereador mais jovem da capital do Brasil – de acordo com a lei vigente, 
convocou uma sessao extraordinaria da Câmara. 
 
Vereador José do Patrocínio 
 
Também aliciaram alguns passantes nas imediações e os levaram até a Câmara, também localizada no Campo de 
Santana (antigo Campo da Aclamação). Na Câmara referendaram uma moção que o jornalista escreveu às pressas: 
 
“O povo, reunido em massa, na Câmara Municipal, fez proclamar, na forma de lei, ainda vigente, 
pelo vereador mais moço, após a revolução que aboliu a monarquia no Brasil, o governo republicano” 
Logo a seguir, a moção solicitava uma proclamação verídica a quem de fato detinha o poder. 
 
“Convencidos de que os representantes das classes militares, que virtualmente exercem as funções de 
governo no Brasil, sancionarão este ato, esperam os abaixo-assinados a pronta e imediata proclamação da 
República (os “abaixo-assinados” se intitulavam, os órgãos espontâneos da população do Rio de Janeiro). 
 
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 - Autor: Paulo M. Hoffmann –– Versão 04 (26/07/2020) 
 
Com a moção forjada mas oficial documentação, em mãos, o Tenente coronel Benjamin Constant, perguntou aos presentes: 
- “Quem leva isto ao velho? ” (ao Marechal Deodoro da Fonseca). 
 
Com o documento da Proclamação da República, “forjado, mas oficial”, uma parte dos manifestantes atravessou 
o Campo de Santana e às 6:00h da tarde, estavam na frente da casa do Marechal Deodoro da Fonseca, que, como já 
mencionamos, morava nas imediações. 
 
 
Casa do Deodoro da Fonseca, 
onde realmente a República 
foi proclamada 
 
Acamado, sofrendo de apnea e reumatismo, o Marechal Deodoro da Fonseca, finalmente diz aos visitantes: 
 
– “Diga ao Povo, que a República esta proclamada” (Marechal Deodoro) – Por isso o termo “proclamação”. 
 
Nesse local, o Marechal Deodoro da Fonseca, assinou e autorizou a nomeação dos membros do novo governo, montado 
somente com nomes de golpistas republicanos, para que no dia seguinte, ordenasse que D. Pedro II saísse do país, através 
da comunicação entregue pelo Major Sólon Ribeiro (o boateiro), encerrando quase 50 anos de dedicação e reinado de um 
homem que fora mecenas, amante da educação e cultura e que se preparou desde sua infância para governar seu país, no qual 
permaneceu ainda menino, quando sua família retornou para Portugal. 
O Marechal Deodoro estava impossibilitado na cama, mas o Tenente Coronel Benjamin Constant, mentor de todas 
as artimanhas, apareceu na sacada do primeiro andar, da residência do Marechal Deodoro. 
 
Do pátio o vereador Jose do Patrocínio e um dos responsáveis pelo “circo”, vociferou o ocorrido na Câmara. 
 
Agilmente, respondeu o Tenente coronel Benjamin Constant que se formaria um governo provisório e este convocaria 
uma Assembleia Constituinte para que o Brasil pudesse deliberar definitivamente em torno de uma forma de governo. 
 
O primeiro artigo do decreto inaugural do governo provisório do Brasil deliberou o seguinte: 
 
“Fica proclamada provisoriamente, e decretada como forma de governo da nação brasileira, a República 
Federativa no Brasil“. 
 
No mesmo dia 15 de novembro, o jornalista Aristides Lobo – mentor do “circo” na Câmara, escreveu um artigo que 
só publicou no dia 18 de novembro – a respeito da Proclamação da República: 
 
– O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem saber o que significava. 
 Muitos acreditavam estar vendo uma parada militar“. 
 
 
A notícia da instalação do Governo Provisório da República Federativa dos Estados Unidos do Brasil, só foi publicada, na 
edição do dia 19 de Novembro de 1889. 
 
A declaração oficial da República aconteceu nos salões da Câmara Municipal pelo então vereador, José do Patrocínio 
(um jornalista) que flutuava entre os golpistas republicanos e flertava com a Monarquia. Foi o criador da famosa “Guarda 
Negra”, para proteção da Princesa Isabel, mas acabou traindo a Monarquia, ajudando os golpistas republicanos, a proclamar 
a República, oficialmente e fraudulentamente, dos salões da Câmara Municipal. 
 
História Politica - Queda da Monarquia e imposição da República no Brasil. 
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 Posteriomente, cai em desgraca com a República, e é deportado, por Floriano Peixoto, para Cucuí, no Alto Rio Negro, 
 no Amazonas. Em seu regresso ao Rio de Janeiro, José do Patrocínio, encontra o seu jornal fechado e sem nenhum 
 recursos. José do Patrocínio, acaba esquecido, pelos seus novos “amigos republicanos” e morre velho, na pobreza. 
 
 A ideia Republicana, não era algo que envolvia os Brasileiros (ricos ou pobres), pois na ultima eleição, no mes de 
 Agosto de 1889, o Partido Republicano, só havia conseguido eleger apenas, dois deputados. 
 
Esta imagem é a maior representação da mentira, que foi ensinada a todos os Brasileiros, em todas as escolas. 
 
Como uma ação importantíssima, Proclamação da República, que mudaria o destino do País, previamente organizada 
e planejada por militares e politicos golpistas, sem qualquer participação popular, não existe nenhum registro fotografico, 
documentando a realidade dos acontecimentos, apesar de que, naquela época, a fotografia, já era amplamente difundida 
e disponível, há cerca de 50 anos, e um dos golpistas (Aristides Lobo), era um famoso jornalista da epóca. 
 
Nada do que realmente aconteceu, ficou registrado. O que temos são figurinhas, quadros, desenhos e pinturas, 
enaltecendo a ação dos republicanos golpistas. Além de que, tudo aconteceu na surdina da noite! 
 
 
 
Em toda a história do Brasil, até os dias atuais, nunca houve uma manobra política tão inesperado, unilateral e radical 
quanto esta ocorrida nos primeiros dias de novembro de 1889 culminando com o embarque da família imperial brasileira 
para o exílio, na madrugada do dia 17 de novembro de 1889 – derrubando o Imperador – que era brasileiro – e o líder 
político, mais bem preparado que o país teve em toda sua história. 
 
Sem nenhum “obrigado”, Dom Pedro II, é expulso, após quase 50 anos de reinado, servindo o País. 
 
 
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Ouço afirmar, que a partir deste momento, nasceu o país que conhecemos hoje, no que tange a política ! 
Os cargos foram distribuídos, aos amigos e correligionários sem qualquer análise de sua capacidade e currículo. 
 
Depois de muita falação interna, Marechal Deodoro da Fonseca (o “amigo” do Imperador D. Pedro II), assumiu a chefia 
do governo provisorio, Quintino Bocaiuva assumiu a pasta do Ministério dos Negócios Estrangeiros – renomeado como 
Ministérios das relações Exteriores, Demétrio Ribeiro assumiu a pasta da Agricultura, Tenente coronel Benjamin Constant 
assumiu a Pasta da Guerra, Wandenkolk a pasta da Marinha, Rui Barbosa, a pasta da Fazenda e Campos Sales assumiu 
a Pasta da Justiça. 
 
 
Em 18/12/1889, houve um motim no 2o Regimento de Artilharia Montada, sintoma da indisciplina militar, logo após 
ao golpe que proclamou a República. Embora não se tenha demonstrado qualquer relação do motim com elementos 
monarquistas, o Governo acusou-os de maquinarem o levante, decretando o banimento de monarquistas, entre eles, 
o Visconde de Ouro Preto, de seu irmão Carlos Afonso de Assis Figueiredo e de Gaspar da Silveira Martins. 
 
Por um decreto em 23/12/1889, resolveu instituir a censura e suprimir a liberdade de imprensa, criando uma junta 
só de militares, incumbida de julgar sumariamente os que fossem acusados de abusos no exercício do jornalismo. 
 
Em ato oficial, em 15/11/1890, o Marechal Deodoro da Fonseca, se auto-proclama, Generalíssimo de Terra e Mar, 
ou seja, o unico General de Seis Estrelas, do Brasil. 
 
Por decreto, em 25/05/1890, todos os Ministros civis, absurdamente receberam, a patente de General-de-Brigada. 
 
Historiadores afirmam, que o Governo Provisório republicano, foi a primeira ditadura militar do Brasil. 
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Eleito pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato oficial (25/02/1891) como primeiro Presidente 
da Republica, sob forte tensão política. Tinha a oposição do Congresso e da população devido à gravíssima crise econômica, 
criada pela Republica (Encilhamento), levando varias pessoas, empresas a falência, através de golpes e tramoias financeiras. 
Tal ato gerou violenta reação, fazendo com que, entre Agosto e Novembro de 1891, o Congresso tentasse aprovar a 
"Lei de Responsabilidades", que reduzia os poderes do presidente. Deodoro contra-atacou a decisão do Congresso e, 
em 3/11/1891, decretou a dissolução do Congresso, e instalou o Estado de Sítio no país. 
 
Este fato entrou para a história como o Golpe de Três de Novembro e foi o último feito de Deodoro em sua carreira política, 
pois, algunsdias depois, renunciaria ao mandato de Presidente da Republica, em 23/11/1891. No ano seguinte, morreu no dia 
23 de agosto de 1892, vítima de uma forte crise de dispneia. 
 
 
 
Imediatamente após a Proclamação da República, o Marechal Deodoro da Fonseca enviou carta à família real comunicando 
o banimento do Imperador. A missiva começa com um desrespeito, certamente proposital: o tratamento de "Senhor", em vez 
de "Majestade". A carta só contém inverdades, sobretudo quando afirma que está "obedecendo às exigências do voto 
nacional". Nesta época, D. Pedro II tinha 90% da aprovação da população e so haviam 2 deputados republicanos eleitos. 
 O nascimento da jovem República não teve nenhuma participação popular. 
 
O Marechal Deodoro provavelmente não teve condições de encarar o Imperador para pessoalmente entregar-lhe a carta de 
banimento; mandou que um oficial do Exército o fizesse. Nessa ocasião, Pedro II tinha 63 anos e já não gozava de boa 
saúde. Fazia 49 anos que tinha sido declarado maior e 48 que havia sido sagrado Imperador. Banir a família imperial em 
um prazo de 24 horas, foi um ato covarde, desnecessário, desumano e de uma violência injustificável. 
 
 
Era 1:30 da madrugada do dia 17 quando o Tenente Coronel João Nepomuceno de Medeiros Mallet, bateu na porta do 
palácio da Quinta da Boa Vista, e acordou a família imperial. Disse que falava em nome do governo Republicano 
provisório instaurado, e ordenou que o Imperador destronado – D. Pedro II, sua mulher, a imperatriz Tereza Cristina, 
sua filha – a princesa Isabel, e seu genro – o conde D’ Eu, e seus quatro netos, embarcassem imediatamente para o exílio. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mandato
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_exce%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Tr%C3%AAs_de_Novembro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dispneia
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Ao passar ao lado da mesa em que, um ano antes, havia assinado a Lei Áurea, a Princesa Isabel deu-se conta da importância 
de seu ato libertando os escravos, sem conceder indenizações aos proprietários de escravos, murmurou: 
 
“Talvez seja devido a essa Lei Aurea, que estejamos indo para o estrangeiro, mas se as coisas fossem 
repostas, não hesitaria em assiná-la novamente” 
 
 Festejos pelas ruas do Rio de Janeiro, pela assinatura da Lei Aurea, um ano antes (1888) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há varias fotos dos eventos de 1888 (Lei Áurea) e nenhuma foto dos eventos de 1889 (na Proclamação da República). 
 
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A família imperial foi de carruagem até o Cais Pharoux, e de lá embarcou para a Europa, para nunca mais regressar. 
 
Quando passava ao Largo do Paço, todos os soldados apresentaram armas ao Imperador do Brasil e este respondeu, 
erguendo a cartola. Estava sendo preso, junto com sua familia, no Paço Imperial (ao lado do cais Pharoux, na Praça XV). 
 
 
 
 
O Imperador do Brasil (por direito) e sua familia, foram obrigados a embarcar, no navio Alagoas, por uma escolta militar, 
na madrugada (03:15), no mesmo dia 17/11/1889, provavelmente para que sua partida, não fosse notada pela população. 
 
Toda sua família seguiu rumo ao exílio na Europa, evitando assim, um embarque durante o dia, para que monarquistas, 
simpatizantes e amigos e familiares não reagissem, contra o banimento da família real. 
 
 
“A vista da representação escrita, que me foi entregue hoje, às 3 horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das 
circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa, deixando esta Pátria, de nós tão estremecida, à qual 
me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação, durante quase meio século em que 
desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, pois, com todas as pessoas de minha família, conservarei do 
Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e prosperidade. 
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889. 
D. Pedro de Alcântara.” 
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Quando a família imperial foi exilada, os que ajudaram a realizar o "golpe", mandaram retirar dos cofres públicos, o valor 
de 5 mil contos de réis, o equivalente em dinheiro a aproximadamente 4,5 Toneladas de ouro (avaliada hoje em torno de 
cerca de R$ 885.150.000,00), como forma de indenização à família imperial, que foi prontamente recusada, pelo Imperador. 
 
D. Pedro II, além de recusar, disse que ninguém de sua família os receberia, e pediu, que caso o dinheiro já estivesse sido 
retirado, um documento comprovando que ele fora recusado; e terminou com a frase: 
 
- "Com que autoridade esses senhores, dispõem do dinheiro público?" 
Essa foi a primeira tentativa Republicana, documentada, de desvio de dinheiro público. 
 
Vieram todos da familia real (o Imperador D. Pedro II, sua esposa Dona Teresa Cristina, sua filha Princesa Isabel, seu 
marido o Conde D’Eu, sua filha Princesa Leopoldina, seu marido o Duque de Saxe, e os netos), ao Tejo, em Portugal, 
na manhã do dia 7 de dezembro de 1889, desembarcando em Lisboa. 
 
Destronado e deportado, como um criminoso, sem mais inúmeras ocupações que desempenhava como Chefe de Estado, 
sem seus livros e papéis, que tantos estímulos lhe tinham dado, ficou confinado, pobre, em um quarto de um modesto hotel. 
D. Pedro e a Imperatriz decidiram seguir para o Porto. Hospedaram-se no Grande Hotel, que de grande tinha apenas o nome. 
 
A nossa Imperatriz Dona Tereza Cristina, morre de profundo desgosto, apenas 2 semanas da chegada, em Lisboa. 
 
D. Pedro II passou 49 anos governando o Brasil e durante o seu reinado nunca aumentou o soldo que recebia como 
Imperador, ainda que a Câmara fosse favorável, aos aumentos. Assim que a República foi proclamada, os seus líderes, entre 
eles o Marechal Deodoro da Fonseca, e seus Ministros, aumentaram seus próprios salários para quase o dobro do 
que ganhava o Imperador do Brasil (Artigo Segundo, do decreto inaugural do governo provisório). 
 
 
 
Em 5 dezembro de 1891, dois anos após a morte de sua esposa, a Imperatriz Teresa Cristina, D. Pedro contraiu um resfriado 
que evoluiu para uma pneumonia. Após ter servido ao Brasil por 58 anos, dos quais 10 através da regência e 48 de forma 
efetiva, como Imperador, faleceu modestamente, em um hotel na capital parisiense (Hotel Belford), aos 66 anos. 
 
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Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil". 
O Magnânimo Imperador em seu leito de morte 
 com o uniforme de Almirante da Armada do Brasil. 
 
Apesar da infame solicitacao do Governo Republicano Brasileiro, ao Governo Republicano Francês, de nao prestarem 
nenhuma homenagem postuma, ao ex-Imperador do Brasil, na capital francesa (Paris), o governo da Franca prestou todas 
as homenagens de Chefe de Estado, ao Imperador Dom Pedro II, fazendo com que o cortejo funebre fosse atendido por 
milhares de pessoas, porém sem qualquer representante oficial do governo Brasileiro (uma vergonha, para quem deu sua 
vida pelo Brasil, e é até hoje, considerado o maior estadista brasileiro, de todos os tempos). O corpo do ex-Imperador, foi 
levado para ser enterrado em Portugal, ao lado de sua esposa, no pavilhao dos Orleans e Braganca, na cidade de Lisboa. 
 
Funeral de Dom Pedro II, em Paris (França), com todas as honras de Estado. 
 
 
 
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Em 3 de setembro de 1920 (a Lei do Banimento foi revogada, somente em 8 de janeiro de 1921), os despojos mortais dos 
Imperadores D. Pedro

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