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Fichamento: Positivismo de Comte

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Fichamento: Capítulo 8: O positivismo de Comte.
Rezende, Antônio. Curso de Filosofia para professores e alunos dos cursos do ensino médio e de graduação. Zahar: Rio de Janeiro, 1986.
 1. Definição
“O positivismo, de acordo com Augusto Comte, não é uma corrente filosófica entre outras, mas a que acompanha, promove e estrutura o último estágio que a humanidade teria atingido, fundado e condicionado pela ciência” (pg. 89).
 2. Comte e sua época
“Augusto Comte (1798-1857) nasceu em Montpellier, França, de família católica e monarquista. Muito cedo vai para Paris — em 1814 — como aluno da Escola Politécnica, onde adquire sólida formação matemática e científica. [...] Mas, a rigor, o pensamento de Comte só se torna efetivamente compreensível sobre o pano de fundo da sociedade francesa da primeira metade do século XIX, profundamente abalada pelos conflitos resultantes do processo de transformações econômicas e políticas posteriores à revolução de 1789. Nesse contexto, a filosofia de Comte se inscreve, conscientemente, na onda contrarrevolucionária e ultraconservadora que se seguiu à Revolução Francesa. Nesse sentido, encontramos em sua obra conceitos intimamente ligados à ordem e à estabilidade social, como tradição, autoridade, hierarquia, coesão, ajuste, norma, ritual etc.” (pg. 89,90).
 3. A lei dos três estados
“Comte afirma “ter descoberto uma grande lei fundamental” segundo a qual o espírito dos indivíduos, assim como a espécie humana e as próprias ciências, descrevem um movimento histórico que atravessa um estado teológico e um estado metafísico antes de chegar ao terceiro e último estado, o positivo, termo fixo e definitivo no qual o espírito humano encontra a ciência.” (pg. 90).
“No estado teológico, o espírito humano, dirigindo essencialmente suas investigações para a natureza íntima dos seres, as causas primeiras e finais de todos os efeitos que o tocam, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação direta e contínua de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo. [...] No estado metafísico, que no fundo nada mais é do que simples modificação geral do primeiro, os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades (abstrações personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como capazes de engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados, cuja explicação consiste, então, em determinar para cada um uma entidade correspondente [...] Enfim, no estado positivo, o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, renuncia a procurar a origem e o destino do universo, a conhecer as causas íntimas dos fenômenos, para preocupar-se unicamente em descobrir, graças ao uso bem combinado do raciocínio e da observação, suas leis efetivas, a saber, suas relações invariáveis de sucessão e de similitude.” (pg. 90).
 4. A classificação das ciências 
“Comte estabeleceu uma classificação das ciências a partir dos seguintes critérios: a) a ordem cronológica de seu aparecimento; b) a complexidade crescente de cada uma das ciências; c) a sua generalidade decrescente; d) a dependência mútua.” (pg. 91).
“A matemática, diz Comte, “é um berço e não um trono”. Deve ser considerada por si mesma, como a verdadeira base de toda a filosofia natural, uma espécie de lógica geral de todas as outras.” (pg. 92).
 5. A sociologia
“[...] a sociologia é a mais importante das ciências, não só porque constitui o resumo e o coroamento das demais que a precedem, mas porque significa o ponto de partida da moral, da política e da religião. Moral, política e religião positivas. Ela compreende duas partes: a) a estática social, que estuda a harmonia prevalecente entre as diversas condições da existência e estabelece a ordem social; b) a dinâmica social, que investiga o desenvolvimento ordenado da sociedade (estuda a lei dos três estados) e estabelece as leis do progresso.” (pg. 92).
“É com a ordem e o progresso que Comte procura superar as duas principais correntes políticas de seu tempo [...] Comte afirma que há um desenvolvimento histórico da sociedade, um progresso da evolução humana (a lei dos três estados), um progresso, entretanto, que em momento algum prescinde da ordem ou carrega em si a possibilidade de alterar os elementos estáticos da sociedade. Sem ordem não há progresso, que não é senão o desenvolvimento da própria ordem. Para Comte, portanto, há complementaridade entre ordem e progresso e sua proposta será a de uma síntese dessas duas ideias visando restaurar a unidade social.” (pg. 93).
 6. A moral
“A moral de Comte é geralmente conhecida por suas teses mais popularizadas: a exaltação do sentimento e do altruísmo (viver para outrem), ou a negação dos direitos em favor dos deveres, ou ainda a crítica à liberdade de consciência. [...] Com relação à política, a moral positiva deveria despertar nos súditos sentimentos de obediência e sujeição e, nos governantes, responsabilidade no exercício da autoridade. Com relação à área econômica, a moral deveria tornar os ricos perfeitos administradores de seus bens e os pobres dependentes satisfeitos com sua posição social” (pg. 94).
 7. Uma nova religião: a religião da humanidade
“[...] realiza-se plenamente na nova religião criada por ele, a religião da Humanidade como Grande Ser, que consiste em ordenar cada natureza individual e religar todas as individualidades. Fortemente influenciado pelo modelo do catolicismo romano, com uma teoria dos sacramentos [...] um culto à mulher, inspirado em Clotilde, mas com características do culto à Virgem Maria, e uma rígida centralização em Paris. [...] O objeto maior de veneração, o Grande Ser, a Humanidade, guarda com o homem uma solidariedade de destino, pois, para sobreviver, cada um necessita do outro. Significa a comunhão de todos os homens, no tempo e no espaço, e encarna.” (pg. 94).
 8. Os impactos do positivismo
“A aceitação, ou não, da obra de Comte como um todo, será a grande linha divisória que irá separar os seus seguidores. De qualquer forma, o positivismo como seita religiosa foi recusado pela maioria, com raras exceções, como Pierre Lafitte (grande influência no positivismo da América Latina).” (pg. 95).
“No século XX, após a Primeira Guerra Mundial, houve um ressurgimento do positivismo através do movimento neopositivista, do Círculo de Viena e, posteriormente, do positivismo lógico.” (pg. 95).
“De qualquer modo, as ideias positivistas sobrevivem ainda hoje” (pg. 95).
 O positivismo no Brasil
“As ideias de Comte encontraram no Brasil solo fértil para seu desenvolvimento. o. Suas primeiras manifestações datam de 1850 [...] também aqui, a variedade e os modos de adesão ao calendário filosófico-religioso de Comte dividem os positivistas. Os religiosos ou ortodoxos, seguidores fiéis da doutrina como um todo, e os heterodoxos, que aceitavam apenas a parte filosófico-científica da obra de Comte. [...] Os positivistas participaram do movimento pela Proclamação da República, em 1889, e na Constituição de 1891, e por sua influência a bandeira brasileira passou a ostentar o lema clássico do positivismo, Ordem e Progresso.

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