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BENS PÚBLICOS

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BENS PÚBLICOS
CONCEITO: 
“São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem” - Art. 98 do Código Civil
Pessoa jurídica de direito público:
· União
· Estados
· DF
· Municípios
· Autarquias 
· Fundações públicas de direito público
DOUTRINA: São bens públicos todos os demais bens, mesmo que pertencentes a pessoas jurídicas de direito privado, que estejam destinados à prestação de um serviço público (aqui leva em conta a DESTINAÇÃO do bem)
CLASSIFICAÇÃO:
Quanto à titularidade:
a) Bens federais: 
São os bens da União – Art. 20 da CF/88
b) Bens estaduais: 
São os bens dos Estados – Art. 26 da CF/88
c) Bens municipais:
Não foram expressamente previstos na CF, é uma titularidade residual: o que não for bem nem da União, nem dos Estados e nem for particular, será bem do Município.
Quanto à destinação:
a) Bens de uso comum do povo: 
São aqueles que por determinação legal, ou, por sua própria natureza, podem ser utilizados por qualquer pessoa; (EX: rios, mares, ruas, praças...)
A Adm no exercício do PODER DE POLÍCIA pode restringir ou até mesmo impedir o uso desses bens, desde que seja em razão do interesse público (EX: a restrição ao uso das praias devido a pandemia do COVID-19)
b) Bens de uso especial:
São aqueles destinados à execução dos serviços públicos. (Ex: prédios que estão instalados delegacias, hospitais, universidades) bem como os utensílios móveis (computador, mesinha, cadeira)
c) Bens dominicais:
São aqueles que não estão afetados ao serviço público
Podem ser utilizados pela Adm para a obtenção de receita ($$$) (Ex: um prédio que tá desocupado pode ser alugado a terceiros)
Quanto à natureza patrimonial:
a) Bens indisponíveis por natureza:
São aqueles de natureza não patrimonial, não tem como avalia-los economicamente. Por isso, são inalienáveis. (Ex: bens de uso comum do povo de natureza não patrimonial como rios, lagos, praias)
b) Bens patrimoniais indisponíveis:
São aqueles que possuem natureza patrimonial (dá pra mensurar um valor econômico neles) porém não podem ser alienados por estarem afetados a alguma destinação pública. (Ex: um prédio onde funcione uma delegacia) 
c) Bens patrimoniais disponíveis:
São aqueles que possuem natureza patrimonial e podem ser alienados, observadas as condições legais (EX: um prédio que tá desocupado sem afetação)
AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO:
Bens afetados são todos aqueles que estão sendo utilizados com uma finalidade pública. Consideram-se afetados os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial.
Quando um bem deixa de ser utilizado para uma finalidade pública, acontece a sua desafetação. Os bens públicos dominicais são bens públicos desafetados
Um bem público que se encontre afetado, pode vir a ser desafetado e vice-versa (EX: um prédio público onde funcione uma delegacia (afetado), pode vir a ser desocupado (desafetado).
Porém alguns bens em virtude da sua própria natureza, não podem ser desafetados (EX: rios, mares)
Os institutos da afetação e desafetação são importantes em relação à possibilidade de alienação do bem público. Os bens públicos afetados são inalienáveis enquanto guardarem essa condição de afetação.
CARACTERÍSTICAS:
a) Inalienabilidade:
A alienação consiste na transferência de propriedade de um bem móvel ou imóvel de uma pessoa para outra.
Os bens públicos são INALIENÁVEIS (impossibilidade de alienação), porém, isso só vale para os BENS DE USO COMUM DO POVO e para os BENS DE USO ESPECIAL enquanto conservarem essa qualificação.
Os BENS DOMINICAIS por não estarem destinados a uma finalidade pública especifica podem ser alienados, observando-se os requisitos legais.
Logo, pode-se afirmar que em regra a inalienabilidade dos bens públicos não é absoluta. Trata-se de inalienabilidade relativa.
Embora a regra seja a inalienabilidade relativa, em alguns casos excepcionais essa inalienabilidade é absoluta, os casos são:
· Bens de uso comum do povo que por sua natureza não patrimonial, não podem ser alienados (EX: rios, lagos, mares, praias)
· As terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais, em razão de serem consideradas indisponíveis por força da previsão contida no art. 225, §5º da CF/88
· As terras ocupadas tradicionalmente pelos índios, visto que são inalienáveis e indisponíveis, conforme expresso no art. 231, §4º da CF/88
b) IMPENHORABILIDADE:
A penhora é medida judicial, que recai sobre o patrimônio do devedor, e tem como objetivo possibilitar a satisfação do credor quando o devedor não honrar com a obrigação.
A penhora não se aplica aos bens públicos de qualquer espécie, pois na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública o pagamento dos credores deve ser feito pelo regime de precatórios.
c) IMPRESCRITIBILIDADE:
É a impossibilidade de ser adquirido por usucapião.
Usucapião é um instituto jurídico onde aquele que possua determinado bem, sob algumas condições e durante certo tempo, adquira a propriedade daquele bem.
A regra constitucional da imprescritibilidade dos bens públicos NÃO POSSUI EXCEÇÃO!
d) NÃO ONERABILIDADE:
Onerar um bem significa dá-lo em garantia ao credor para caso de inadimplemento em uma obrigação.
Os bens públicos não podem ser dados em garantia para o caso de inadimplemento de obrigação, logo, não podem ser objeto de penhor, hipoteca ou anticrese
FORMAS DE USO:
	AUTORIZAÇÃO
Ato administrativo
Unilateral
Discricionário
Predomina o INTERESSE PRIVADO
Uso gratuito ou remunerado
Prazo determinado ou indeterminado
Não exige licitação
Título precário
Regime de DIREITO PÚBLICO
Faculdade de utilização
Aplica-se normalmente a situações transitórias
EX: A autorização de uso de rua para festas populares
	PERMISSÃO
Ato administrativo
Unilateral
Discricionário
Existência de interesse PÚBLICO E PRIVADO
Uso gratuito ou remunerado
Prazo determinado ou indeterminado
Não exige licitação
Título precário (menos acentuado do que na autorização)
Regime de DIREITO PÚBLICO
Obrigatoriedade de utilização (sob pena de caducidade)
Aplica-se em situações mais permanentes do que transitórias
EX: Uso de calçada para colocar mesa e cadeira em frente a um bar
	CONCESSÃO
Contrato administrativo
Bilateral
Discricionário
Predomina o INTERESSE PÚBLICO
Uso gratuito ou remunerado
Prazo determinado
Exige licitação (exceto nas hipóteses de dispensa e inexigibilidade)
Não precário
Regime de DIREITO PÚBLICO
As condições de utilização estão previstas no contrato. O não cumprimento das cláusulas contratuais pode ensejar a aplicação de sanção adm.
Aplica-se a situações permanentes
EX: Concessão de uso de loja em aeroporto, de boxes em mercados públicos
REFERÊNCIA:
ALEXANDRE, Ricardo. Direito administrativo esquematizado – 1 ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015

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