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1 MEDICINA LEGAL É uma especialidade concomitante médica e jurídicos, que utiliza de conhecimentos técnicos, científicos para esclarecimentos de fatos de interesse da justiça. O médico legal não é somente um legista, podendo atuar em qualquer área da medicina. Acompanha o dia a dia do médico porque o médico é produtor diário de documentos, com emissão de atestados, etc. Medicina legal existe basicamente para auxiliar a parte jurídica. Quando o juiz não é capaz de julgar uma situação, ele chama um médico (perito) para dar sua opnião sobre aquele assunto. ÉTICA São valores morais provenientes do respeito, direitos e deveres de uma sociedade. Ele e fruto do aprendizado de vida, a moral que a família ensina, o respeito ao outro e aos seus direitos. Temos sempre que nos questionar o seguinte (quero/posso/devo): Tudo que eu quero, eu posso? Tudo que eu quero e posso eu devo? MORAL É a prática da ética e seus valores embutidos durante todo um aprendizado de vida, e ninguém nunca estará pronto, seremos constantemente testados e ensinados a cerca desses valores. BIOÉTICA É a ética da vida. Aborda quaisquer valores que remetam a vida e os seres vivos, com: Transplante de órgãos e tecido Pesquisas em seres humanos Tratamentos experimentais Cuidados paliativos Suicídio assistido Eutanásia Ortotanásia Distanásia Terminalidade da vida Etc. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA É o órgão que valida a formação do profissional médico, permitindo sua atuação no estado de registro. Cada estado tem seu próprio conselho, assim, cada médico tem o CRM do local que formou ou onde pediu. Quando temos que mudar de cidade ou algo do tipo, temos que ir até o conselho e pedir que seja feita essa troca de estado do CRM. O conselho atua como regulador do exercício médico, orientando os profissionais, seja em relação à conduta ou orientação jurídica. Ele fiscaliza a atuação dos profissionais, reconhecendo seu exercício. Defende ou pune conforme a demanda. Também promove o estudo, 2 buscando o aperfeiçoamento da prática médica. Além disso, temos as regionais (em cidades maiores), temos uma em campos por exemplo, elas são nosso primeiro acesso, por isso são importantes para nós. Temos que entender, que esses conselhos são nosso respaldo e ajuda. Eu posso ter 2 CRM desde que pague pelos 2. Toda vez que tiver uma demanda/denuncia, ela chega primeiramente nas regionais, se essa demanda não for resolvida, vai para o estado e se não for resolvida vai para o federal. SINDICÂNCIA – INSTARAUDA MEDIANTE A DENUNCIA ESCRITA OU VERBAL, DIRIGIDA AO CRM. A CÂMARA DE SINDICÂNCIA FARÁ A APRECIAÇÃO E PODERÁ SER ARQUIVADA OU NÃO. Se eu tenho uma clinica ou consultório, eu tenho que estar com o meu CRM dia para poder funcionar. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA O CFM é um consenso dos CRMs, sendo responsável pela legislação do Código de Ética Médica. HOJE É MUITO SIMPLES ACESSAR O CRM, TEMOS UM SITE QUE CONTÉM TUDO, DESDE AS NOTICIAS MAIS RECENTES, ATÉ O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA. Então para que haja o exercício médico profissional, o médico tem que estar inscrito no CRM/CFM, que são órgãos fiscalizadores do cumprimento das normas. CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA Ele cobre os seguintes assuntos: Qual a responsabilidade que cabe ao médico Dá os princípios básicos que não se pode fugir Mostra os direitos e deveres Aborda sobre os direitos humanos que deve-se respeitar Mostra como deve ser as relações entre profissionais médicos Fala da relação com os pacientes e familiares Fala sobre remuneração profissional Sigilo profissional Ensino Transplantes Auditoria e perícia CÓDIGO DO ESTUDANTE DE MEDICINA É estritamente de princípios e objetiva a relação entre o acadêmico, sua escola, seus professores, garantindo a excelência de sua formação e a da assistência ao paciente e a segurança sócia. Aborda os seguintes temas: Sigilo: o estudante guardará sigilo a respeito das informações obtidas a partir da relação com os pacientes e com os serviços de saúde. Assédio moral: oriente o estudante a se posicionar contra qualquer tipo de assedio mral ou reação abusiva de poder entre internas, residentes e preceptores. Médicos devem ter sempre a presença feminina a examinar uma mulher, para não correr riscos. 3 Trote: é dever do estudante posicionar-se contra qualquer tipo de trote que pratique violência física, psíquica, sexual ou dano moral e patrimonial Exercício ilegal: proíbe o acadêmico identificar-se como médico podendo em qualquer contexto por ele praticado nessa situação ser caracterizado como exercício ilegal da medicina Relação com cadáver: destaca o respeito com o cadáver de qualquer natureza, uma vez que a peça anatômica com finalidade de aprendizado. Respeito pelo paciente: orienta o estudante a demonstrar empatia e respeito pelo paciente. Supervisão obrigatória: institui que toda realização de atendimento por acadêmico deve ser obrigatoriamente supervisionada por um médico. Privacidade: garante o respeito à privacidade, que contempla, entre outros aspectos, a intimidade e o pudor dos pacientes. Mensagens WhatsApp: orienta os estudantes a se relacionarem de maneira respeitosa e a respeitarem a atuação de cada profissional de saúde. 4 DIREITO DO MÉDICO I. Exercer a medicina sem ser discriminado por questões de religião, raça, sexo, nacionalidade, idade, condição social, opinião política, deficiência ou de qualquer outra natureza. II. Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas reconhecidamente aceitas e respeitando as normas legais vigentes do país. III. Apontar falhas em normas e regulamentos das instituições em que trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais ao paciente, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competente e, obrigatoriamente, à comissão de Ética e ao CRM de sua jurisdição. IV. Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente. V. Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituição publica ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou não remunerar digna e justamente, ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão ao CRM. VI. Internar e assistir seus pacientes em hospitais provados e públicos com caráter filantrópico ou não, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, respeitadas as normas técnicas aprovadas pelo CRM da pertinente jurisdição. VII. Requerer desagravo publica ao CRM quando atingido no exercício de sua profissão. VIII. Decidir, em qualquer circunstância, levando em consideração sua experiência e capacidade profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente sem permitir que o acúmulo de encargos ou de consultas venha prejudicar seu trabalho. IX. Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência. X. Estabelecer seus honorários de forma justae digna. XI. É direito do médico com deficiência ou com doença, nos limites de suas capacidades e da segurança dos pacientes, exercer a profissão sem ser discriminado. DOCUMENTOS MÉDICOS Durante toda sua carreira, o médico vai ter contato com muitos documentos, como: Atestados: emitimos quando o paiente esta incapacitado de exercer suas atividades diárias. Notificações Declarações: demos declarações afirmando que um pacienteou acompanhante esteve no consultório Pareceres Laudos Relatórios Receituário Consentimento informado 5 Atestado de óbito: traduz o fim da existência humana e da personalidade civil. Confirma a morte, define a causa e satisfaz o interesse medico-sanitário. É um documento firmado por aqueles que tem competência profissional e legal para tanto. Prontuário médico: deve ter letra legível, relato completo, informação de exames/pareceres/resultados, informação de intercorrências e conduta adotada, prescrição legível e explicada, anotar todo o procedimento indicado, descrever o procedimento, registrar com assinaturas, anotar hora e data da hora hospitalar com referências à prescrição recomendada e as orientações feitas. Referência e contra referência: referência é o médico “encaminhar” o pacinete com um encaminhamento formal, após o médico referenciado tratar o paciente, o mesmo faz uma contra- referencia, reencaminhando o paciente para o primeiro médico. Todos os documentos médicos devem ser carimbados e assinados, por isso não é certo deixar carimbo com outras pessoas. Dentre todos esses documentos, os que o médico mais tem contato são receituário e atestados. CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA – DOCUMENTOS MÉDICOS É vedado ao médico: Art. 80- expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que esteja tendencioso ou que não corresponda à verdade Art. 81- atestar em forma de obter vantagens Art. 87- deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente Art. 88- negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros. ATESTADO MÉDICO – CÓDIGO PENAL ART. 302 – é vedado ao médico dar, no exercício de sua profissão atestado falso: Pena – detenção de 1 mês a 1 ano PUBLICIDADE MÉDICA (ASSUNTO ABORDADO COMO DISCUSSÃO ENTRE OS ALUNOS) O Marketing Médico tem alguns limites: 1. É proibido o uso de fotos de pacientes em material profissional. 2. Pode haver divulgação do serviço em redes sociais, com divulgação de numero de telefone, desde que não tenham tons sensacionalistas (médico dizendo que é o melhor/único que faz aquele procedimento/etc) ou darem a entender que os resultados dos tratamentos são garantidos. 3. Anúncio dos equipamentos da clínica pode ocorrer, porém, a peça publicitária não pode dar a entender que o aparelho representa garantia de sucesso do tratamento. 4. O médico pode fazer propaganda de títulos de especialista e o registro no CRM local, desde que o anúncio faça menção a, no máximo, duas especialidades. 6 5. Não há restrições para publicação da titulação acadêmica, desde que os títulos anunciados estejam registrados no CRM. 6. Pode ser elaborado um catalogo para a clínica desde que as informações se limitem àquelas sobre as especialidades de cada profissional. É importantes que alguns dados estejam no material, como o nome e o CRM do responsável. 7. Todo material impresso em consultório deve onter o nome do médico e a especialidade ou área de atuação, CRM local e o Registro de Qualificação de Especialista (RQE). 8. O médico não pode participar em anúncios de produtos ou marcas comerciais. 9. É proibida a divulgação dos preços de serviços em redes sociais, assim como descontos como forma de diferencial ou de promoção de serviços. 7 COMO EMITIR UM DOCUMENTO? No cabeçalho temos que conter uma identificação de LOCAL, com identificação, se for uma clínica, tem que ter o nome da clínica, se estiver um hospital, temos que ter a logo do hospital com a especialidade. No “meio” temos a parte de desenvolvimento daquilo que vamos falar. É a parte do corpo escrito. Embaixo deve conter o endereço do consultório com e-mail e telefone (não precisa ser o seu contato pessoal, pode ser o da clínica). Além disso, deve haver assinatura e data. COMO EMITIR UM ATESTADO? No cabeçalho temos que conter uma identificação de LOCAL, com identificação, se for uma clínica, tem que ter o nome da clínica, se estiver um hospital, temos que ter a logo do hospital com a especialidade. No “meio” temos a parte de desenvolvimento daquilo que vamos falar. É a parte do corpo escrito. Aqui deve conter o nome do paciente e tempo de afastamento. Deve conter o motivo do afastamento apenas se o paciente pedir. Embaixo deve conter o endereço do consultório com e-mail e telefone (não precisa ser o seu contato pessoal, pode ser o da clínica). Além disso, deve haver assinatura e data. QUANDO O PACIENTE SE NEGAR A FAZER UM EXAME, SOLICITAR UM DOCUMENTO E NÃO RETORNAR, DEVE- SE ANOTAR NO PRONTUÁRIO E PEDIR O PACIENTE PARA ASSINAR. CLINICA DR. ______ CRM XX.XX.XX ESPECIALIZAÇÃO _______ ____________________________ ____________________________ ____________________________ ____________________________ ____________________________ ____________________________ ___________ ENDEREÇO ______________ E-MAIL: ________________ TELEFONE: ______________ ASSINATURA DATA CLINICA DR. ______ CRM XX.XX.XX ESPECIALIZAÇÃO _______ Atesto que o paciente XXXXXXX, deve afastar-se de suas atividades laborais por 15 (quinze) dias, a contar da data de emissão desse documento. A pedido do paciente informo CID ___. ENDEREÇO: ____ E-MAIL: _______ TELEFONE: ____ ASSINATURA DATA ASSINATURA 8 Um atestado para comprovação que de que o paciente esta apto a fazer uma atividade física, por exemplo, deve ser emitido apenas após avaliação GERAL do paciente, e deve conter qual atividade física o paciente está apto a fazer e com qual carga e etc. É ANTIÉTICO EMITIR UM ATESTADO ARA ALGUÉM DA SUA FAMÍLIA. COMO EMITIR UMA DECLARAÇÃO? No cabeçalho temos que conter uma identificação de LOCAL, com identificação, se for uma clínica, tem que ter o nome da clínica, se estiver um hospital, temos que ter a logo do hospital com a especialidade. No “meio” temos a parte de desenvolvimento daquilo que vamos falar. É a parte do corpo escrito. Deve conter data e horário. Embaixo deve conter o endereço do consultório com e-mail e telefone (não precisa ser o seu contato pessoal, pode ser o da clínica). Além disso, deve haver assinatura e data. O PREENCHIMENTO DO PRONTUÁRIO É DIÁRIO, DEVE CONTER AS EVOLUÇÕES DIÁRIAS DO PACIENTE. ATESTADO DE ÓBITO A importância do preenchimento é a comprovação da morte do paciente, porque pode ser um dado epidemiológico por um órgão responsável pelo controle. Deve sempre ser datado, com assinatura do médico, com horários e causa da morte (sem colocar motivos vagos como falência múltipla de órgãos). Devemos fornecer dados CORRETOS para auxiliar a estatística daquela doença por exemplo. CLINICA DR. ______ CRM XX.XX.XX CRM XX.XX.XX ESPECIALIZAÇÃO _______ Declaro que o paciente XXXXX no dia XX/XX/XXXX se ausentou de suas atividades por estar em consulta médica nesta data, das 14:00 às 15:00. ENDEREÇO: ____ E-MAIL: _______ TELEFONE: ____ ASSINATURA DATA CAUSA DA MORTE A) Causa principal da morte B) Cronologia dos eventos C) Cronologia dos eventos D) Causa básica da morte DOENÇAS CONCOMITANTES _______________________________________ _______________________________________ _______ 9 Tem uma importância jurídica uma vez que após a comprovação no cartório o paciente é realmente dado como morto, perde seu CPF e é liberado para o sepultamento. A causa básica da morteserá a utilizada para estatística. Vai pro IML tudo que foi SUSPEITO. O ministério de saúde hoje recebe as mortes maternas (ate 1 ano após o parto) e as mortes infantis (até um ano). SMS – Hosp IML SOV SES – EST MS DIREITO DOS ADOLESCENTES E IDOSOS NO ATO MÉDICO (DISCUSSÃO DA AULA) DIREITOS DOS ADOLESCENTES O atendimento de adolescentes tem particularidades que envolvem questões bioéticas, éticas e legais. Para lhe oferecermos a oportunidade de falar de si, confidencialmente, e necessário que o atendimento sempre ocorra em dois momentos, o primeiro acompanhado de seu responsável e o segundo, só com o adolescente, pois ele pode não querer revelar algumas informações na presença de seus pais. De acordo com o parecer do Departamento de Bioética e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (DBA/SBP) de São Paulo, a diferença da relação médico-paciente da faixa etária adolescente em comparação a da criança e que a primeira deixa de ser uma relação profissional- responsável e passa a ser profissional- adolescente, pois este último já tem maturidade suficiente para lhe permitir mais autonomia. E importante que, no primeiro encontro entre profissional de saúde, família e adolescente, expliquem-se o que é confidencialidade e a necessidade dela. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adolescência vai dos 12 aos 18 anos, e o Código Civil determina a maioridade aos 18. Os princípios éticos no atendimento a adolescentes nos serviços de saúde se referem especialmente a privacidade, caracterizada pela não permissão de outrem no espaço da consulta; confidencialidade, definida como acordo entre profissional da saúde e cliente de que as informações discutidas durante e após a consulta não podem ser passadas aos responsáveis sem a permissão do adolescente; sigilo, regulamentado pelo artigo 103 do Código de Ética Medica*; e autonomia, contida no Capítulo II, art. 17, do ECA. Existem, entretanto, situações em que o profissional percebe que o adolescente não tem condições de arcar sozinho com sua saúde ou se conduz de forma a causar danos a si ou a outras pessoas. Nessas, a quebra do sigilo e justificada. Entre tais situações destacamos gravidez, AIDS, percepção da ideia de suicídio ou homicídio, drogadição e recusa ao tratamento. Nas situações em que se caracterizar a necessidade da quebra do sigilo medico, o paciente deve ser informado, justificando- se os motivos para essa atitude. Cada situação de conflito entre interesses do adolescente e os de seus responsáveis deve ser individualmente estudada, construindo-se conjuntamente uma “verdade para aquele momento”. Adolescentes procuram amiúde atendimento médico com queixas relacionadas com a pratica sexual, entre 10 elas a busca por métodos contraceptivos. Ressalta-se que contracepção e um direito reprodutivo, considerado direito humano fundamental. Portanto, os adolescentes podem decidir livremente e responsavelmente sobre a própria vida sexual e reprodutiva, ter acesso a informação e aos meios para o exercício dos direitos individuais livre de discriminação, coerção ou violência. Quando um adolescente manifesta o desejo de realizar um exame anti-HIV, este deve ser solicitado mesmo que a indicação aparentemente não esteja clara. Os procedimentos de aconselhamento pré e pós-teste precisam ser seguidos segundo a orientação do Ministério da Saúde (MS). 1. O médico deve reconhecer o adolescente como indivíduo progressivamente capaz e atendê-lo de forma diferenciada. 2. O médico deve respeitar a individualidade de cada adolescente, mantendo uma postura de acolhimento, centrada em valores de saúde e bem- estar do jovem. 3. O adolescente, desde que identificado como capaz de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para solucioná-lo, tem o direito de ser atendido sem a presença dos pais ou responsáveis no ambiente da consulta, garantindo-se a confidencialidade e a execução dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos necessários. Dessa forma, o jovem tem o direito de fazer opções sobre procedimentos diagnósticos, terapêuticos ou profiláticos, assumindo integralmente seu tratamento. Os pais ou responsáveis somente serão informados sobre o conteúdo das consultas, como por exemplo, nas questões relacionadas à sexualidade e prescrição de métodos contraceptivos, com o expresso consentimento do adolescente. 4. A participação da família no processo de atendimento do adolescente é altamente desejável. Os limites desse envolvimento devem ficar claros para a família e para o jovem. O adolescente deve ser incentivado a envolver a família no acompanhamento dos seus problemas. 5. A ausência dos pais ou responsáveis não deve impedir o atendimento médico do jovem, seja em consulta de matrícula ou nos retornos. 6. Em situações consideradas de risco (por exemplo: gravidez, abuso de drogas, não adesão a tratamentos recomendados, doenças graves, risco à vida ou à saúde de terceiros) e frente à realização de procedimentos de maior complexidade (por exemplo, biópsias e intervenções cirúrgicas), torna-se necessária a participação e o consentimento dos pais ou responsáveis. 7. Em todas as situações em que se caracterizar a necessidade da quebra do sigilo médico, o adolescente deve ser informado, justificando-se os motivos para essa atitude. DIREITOS DOS IDOSOS Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. § 1.º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: I - Cadastramento da população idosa em base territorial; II - Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; III - unidades geriátricas de referência, com pessoal 11 especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social; IV - Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural; V - Reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da saúde. § 2.º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. § 3.º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade. § 4.º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei. Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico. Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável. Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita: I - Pelo curador, quando o idoso for interditado; II - Pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contatado em tempo hábil; III- pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar; IV - pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público. Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda. Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso serão obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos seguintes órgãos: I – Autoride de policial; II - Ministéri o Público; III - Conselho Municipal do Idoso; IV - Conselho Estadual do Idoso; V - Conselho Nacional do Idoso. 12 VÍRGULA É muito importante, pois dependendo do seu local de colocação pode mudar completamente o sentido de uma frase. DISCUSSÃO – ATESTAADO DE ÓBITO Objetivos – é um documento padrão para coletas de mortalidade e caráter jurídico. Possui 3 vias. Tem que preencher corretamente, com letra legível. É um ato médico, o MÉDICO é quem tem que preencher. Não pode ser cobrado para que a emissão seja feita. Não pode ter NENHUMA rasura. ÓBITO Causa natural -> sem assistência médica -> SVO Com assistência médica -> causa desconhecida -> SVO Com assistência médica -> causa conhecida -> médico assistente ou substituto Causa externa -> IML Médico atestante -> 3 vias 1 via -> família 2 via -> secretaria de saúde Essa via permite que haja um encontro de informações 3 via -> hospital CAUSA DA MORTE Doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontcimentos patológicos que conduziram diretamente À morte, ou as circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal. CREMAÇÃO Para fazer a cremação de um corpo por mote natural tem que ter a assinatura de 2 médicos na DO. Para fazer a cremação de uma morte violenta o médico legista assinara a DO, mas só pode ser realizada após autorização da autoridade jurídica. QUEM DEVE EMITIR A DO? Morte fetal – médicos que prestaram assistência à mãe quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20 semanas; peso corporal igual ou superior a 500b; e/ou estatura igual ou maior que 25cm. Em locais sem médicos -> será preenchida pelo cartório com a presença do declarante e 2 testemunhas devidamente identificadas. ATESTADO MÉDICO É vedado ao médico: Art. 80 – expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que esteja tendencioso ou que não corresponda à verdade. Art. 91 – deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou por seu representante legal. 13 CODIGO PENAL FALSIDADE IDEOLÓGICA Art. 299 – omitir em documento público ou particular, declaração que dele devia contar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa u diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Ou seja, se você colocar algo naquele documento além daquilo que é provado ou deixar de colocar alguma informação que seria de valor para o paciente, você responde judicialmente. FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO Art. 302 – dar o médico, no exercício de sua profissão, atestado falso. Pena detenção de 1 mês a 1 ano. DECLARAÇÃO DE ÓBITO Tem como fim: Atestar óbito Satisfazer exigências da justiça Esclarecer questões epidemiológicas e estatísticas vitais. É um documento base do sistema de informações sobre mortalidade do ministério da saúde. É um ato médico e tem obrigação legal de justificar e atestar o óbito. QUANDO EMITIR A DO? 1. Em todos os óbitos 2. Quando a criança nascer viva e morrer logo pós o nascimento independente da duração da gestação, do peso do RN e do tempo que tenha permanecido vivo. 3. No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20 semanas, ou o feto com peso igual. CASO: O MARIDO DE UMA MULHER GRAVIDA MORREU E LOGO ASSIM QUE O FILHO NASCEU, MORREU TAMBÉM, COM QUEM FICA A HERANÇA? SE O FILHO NASCEU VIVO E MORREU DEPOIS COM A MÃE. JURÍDICO Lei dos registros públicos – 6017/15??? O QUE O MÉDICO NÃO DEVE FAZER 1. Não assinar em branco 2. Não preencher sem pessoalmente constatar a morte 3. Não utilizar termos vagos 4. Não cobrar pela emissão da DO PARTE V – DO a) Causa imediata ou terminal 9º que realmente levou ao óbito) b) Causa intermediária – antecedente à causa terminal c) Causa intermediária (pra que evoluiu aquela causa básica?) d) Causa básica da morte Outros estados patológicos significativos que contribuíram para a morte, não estando relacionados com o estado patológico que a produziu. SVO – SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITO Instituições que têm por finalidade a determinação da realidade da morte, bem como a sua causa, desde que natural. Necropsia anátomo-patológica visando a determinar ou diagnosticar a causa da morte, e esclarecer a evolução de 14 determinada doença, ou dizer da eficiência de uma norma terapêutica. NÃO CONFUNDIR COM IML. PEÇAS ANATOMICAS RETIRADAS POR ATO CIRURGICO NÃO DAR ATESTADO DE ÓBITO. Para ser sepultado o médico deve fazer uma declaração por um relatório em papel timbrado com descrição do procedimento realizado, que será apresentado ao departamento administrativo do cemitério. ÓBITO OCORRIDO EM AMBULÂNCIA COM MÉDICO O médico da ambulância emite a DO (Se for causa natural e existirem informações suficientes para tal). Se a causa da morte for externa, o corpo deverá ser encaminhado para o IML. COMORIÊNCIA Não tem como avaliar quem morreu primeiro. PRIMORIÊNCIA Quando tem como avaliar quem morreu primeiro. ÓBITO OCORRIDO EM AMBULÂNCIA SEM MÉDICO O corpo devera ser encaminhado ao SVO na ausência de sinais externos de violência ou ao IML em mortes violentas. ERRO MÉDICO O que caracteriza? Imperícia: não estar preparado para aquele caso. Como por exemplo, você é GO e faz uma cirurgia de joelho. Imprudência: sair do procedimento ideal para o paciente. Como por exemplo, temos uma diretriz de conduta e o médico vai lá e faz o que ele quer, do jeito dele. Negligência: deixar de tomar a conduta correta frente ao paciente. Como por exemplo, sair do plantão antes do horário, não atender urgência e emergência, negar atendimento, chegar atrasado. 15 ERRO MÉDICO É qualquer atitude ou resultado do trabalho médico em desacordo com a expectativa do paciente ou de seus familiares. Para não cometermos um erro medico precisamos estar sob um alicerce seguro que tem como base: Técnica Atualização Ética Precisamos ter o conhecimento necessário para exercício profissional, estar sempre atualizado com protocolos e novas aquisições de conhecimento técnico e utilizar sempre as orientações do código de ética médica para o exercício profissional pleno. O erro medico é caracterizado por: Imperícia: não fazer o que não deveria ser feito Imprudência: fazer mal o que deveria ser bem feito. Negligência: fazer o que não deveria ser feito. Basta um dele para que seja caracterizada culpa. A falta de atenção sobre o nosso paciente, a falta de atenção em dar uma alta em estabule pedidos de exames sem fazer receituário e dar explicações é uma negligência. Ter falta de habilidade para realizar um procedimento e mesmo assim se disponibilizar para fazê-lo é uma imprudência. A imprudência está relacionada com mudança de protocolos e quebrar condutas que já estão pré-estabelecidas e de amplo exercício dentro da medicina.RESPONSABILIDADE PELO ERRO MÉDICO A insatisfação do paciente ou dos seus familiares frente ao ato médico pode gerar ações e responsabilidade, com representatividade no aspecto: Civil Penal Ético-profissional Fato é que, ao cometer um erro causando dano a alguém, o médico deverá responder pelo seu ato. CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA Capítulo III – trata de responsabilidade profissional. Art. 1° - “é vedado ao médico causar dano ao paciente por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência”. CÓDIGO CIVIL Art. 186 – “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. RESPONSABILIDADE CIVIL Designa a obrigação de reparar ou de ressarcir o dano, quando injustamente causado a outrem, ou seja, os danos 16 comprovadamente causados às vítimas devem ser indenizados pelo ofensor. ISSO SIGNIFICA QUE, O MÉDICO CAUSADOR DO DANO DEVERÁ RESPONDER E PAGAR INDENIZAÇÃO DO DANO. Quanto a reparar o dano, muitas vezes não é aceito pelo paciente, já que houve uma quebra da relação médico-paciente. Existem 2 teorias da responsabilidade civil: Teoria Subjetiva ou Teoria da Culpa: depende da existência comprovada de culpa (o médico foi comprovadamente culpado) Teoria Objetiva ou Teoria do Risco: se relaciona a responsabilidade de um hospital, plano ou companhia de saúde (é chamada de risco porque ela correu o risco de permitir aquele médico de trabalhar naquele local) DANO É o agravo à saúde do paciente provocado pela ação ou inação do médico, no exercício profissional, sem a intenção de cometê-lo, em razão da inobservância de uma regra de conduta (imprudência, negligência e imperícia). REPARAÇÃO DO DANO Como qualquer cidadão, o médico se submete ao principio básico de obrigação de responder pelos prejuízos causados a terceiros, no exercício de sua profissão, em decorrência de falhas. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA É preciso haver: DANO + NEXO + CULPA. Isso significa que, na responsabilidade subjetiva é preciso haver dano com uma comprovação da culpa, estabelecida pelo nexo de causalidade. Sabendo que essa ação gera indenização, o médico deverá pagar pelo seu erro, cabe ao médico comprovar que não agiu com imperícia, imprudência ou negligência. É necessário comprovar que o dano causado, não foi por sua ação ou inação, portanto, não foi por um nexo de causalidade. Se alguém tem direito o outro tem obrigação. A grande questão é que cabe ao médico comprovar a sua dfeza, a ele cabe o ônus dda prova, e ele deve estar devidamente respaldado para poder faze- lo. O ônus da prova é composto por: Consentimento informado Prontuário médico Documentos Testemunhas Os documentos de prova, as testemunhas e o prontuário médico já foram motivos de discussões em aulas anteriores. O consentimento informado, ele é de grande importância e será visto mais a frente. RESPONSABILIDADE OBJETIVA Nessa responsabilidade que envolve hospitais, planos de saúde e serviços, não há necessidade da comprovação de culpa. Nesse caso precisamos apensas de: DANO + NEXO. Fica subentendido o risco aceito pelo trabalho e cabe indenização ao ofendido. 17 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Art. 14 – o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados os consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição de riscos. Se o fornecedor permitiu aquele serviço, o culpado também é ele, embora não seja o culpado propriamente dito daquele fato. Com isso, a responsabilidade civil dos estabelecimentos hospitalares dos planos e seguros de saúde, enquanto fornecedores de produtos e serviços é sempre objetiva (Teoria do Risco). RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA É aquela entre: MÉDICO + HOSPITAL MÉDICO + PLANO DE SAÚDE. Nesse caso, o processo judicial vem simultaneamente para os 2. CABE RESSALTAR, QUE POSTERIORMENTE PODE OCORRER A AÇÃO DE REGRESSO, QUE É QUANDO O HOSPITAL OU PLANO DE SAÚDE PROCESSA O MÉDICO, TENTANDO O RESSARCIMENTO LEO QUE FOI GATO POR ELES EM RELAÇÃO AO PAGAMENTO DO PACIENTE EM QUESTÃO, DEVIDO À CULPA PELO ERRO MÉDICO. MÉDICO X PACIENTE O médico tem como obrigação, cuidar do paciente da melhor maneira possível. Na relação medico-paciente fica implícita uma relação de contrato, embora não haja um documento físico. Nesse caso temos a relação de prestador de serviço X usuário. A NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO MÉDICO O médico tem obrigação de cuidar do paciente da melhor maneira possivel, sem a obrigação de curá-lo. Nessa natureza jurídica teremos 2 obrigações do médico: Obrigação de meio Obrigação de resultado. OBRIGAÇÃO DE MEIO O médico tem a obrigação de utilizar todo conhecimento, tudo a seu alcance para tratar e salvar o paciente. O médico tem obrigação de cuidar da saúde do paciente. A regra geral dita que o médico não pode obrigar-se, no desempenho de sua atividade profissional, a obter resultado determinado acerca da cura do doente e assumir o compromisso de reabilitar a saúde. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO Pressupõe resultado previamente pactuado entre as partes, como no caso de uma cirurgia plástica. Está vinculado à expectativa. RESPONSABILIDADE PENAL Se deve à existência de conduta criminosa definida em lei. DENÚNCIA JUNTO OS CONSELHOS DE CLASSSE 1- Denuncia 2- Sindicância 18 3- Conselheiros 4- Arquivamento ou Processo ético profissional Existe a possibilidade de fazer uma denuncia ao conselho, que não pode ser de forma anônima. Quando essa denuncia chega, ela vai para o conselheiro que faz uma sindicância e depois disso, o mesmo emite um relatório que vai promover o arquivamento ou continuidade do processo. PROCESSO ÉTICO PROFISSIONAL Uma vez dada à continuidade do processo o mesmo vai para instrução e julgamento, e ali é decido se cabe absolvição ou condenação do caso. PENAS APLICÁVEIS PELO CONSELHO É importante saber que as penas aplicáveis pelo conselho são: 1- Advertência confidencial em aviso reservado. 2- Censura confidencial em aviso reservado 3- Censura pública em aviso reservado 4- Suspensão do exercício profissional pelo período de 30 dias 5- Cassação do exercício profissional MEDICINA DEFENSIVA O temor do envolvimento em algum processo tem levado aos médicos ao exercício de uma medicina defensiva, muitas vezes levando ao: Exagero nos pedidos de exames complementares Recusa em procedimentos de maior risco Aposentadoria precoce e abandono da profissão CONSENTIMENTO INFORMADO É um documento médico de grande valia em uma ação judicial. Ele possui 4 bases importantes: Informação Competência Entendimento Voluntariedade É essencial, o paciente tem que ser informdo em todos os detalhes e informações do que está acontecendo sobre ele. Ou seja, o paciente deve saber que tipo de doença, como ela caminha normalmente, quais são as expectativas cabíveis naquela patologia, limitações que podem ser adquiridas ao longo do tempo. Ao mesmo tempo deve ser informada a proposta médica que está sendo feita para o seu tratamento, mostrar para ele quais os tipos de tratamento que são cabíveis, todos os prós e contras de cada tratamento e deixar com que ele escolha o que ELE QUISER. Devemos compartilhar com o paciente, qual a SUA verdadeira proposta e o porquê de você está seguindo e optando por aquele tratamento. Não tem como fazer um consentimento padrão, porque cada paciente é único. Outra base importante é a competência,já que o médico tem que ter sabedoria sobre os procedimento e saber passar sobre eles de forma que o paciente entenda o que vai acontecer. A competência do médico precisa ser um respaldo para o paciente. No caso do entendimento, não basta que você fale tudo e explique para o paciente de uma maneira que ele não entenda. É 19 necessário que o paciente entensa, ele não tem obrigação de conhecer termos técnicos, ele tem que ter o entendimento de formas simples. A voluntariedade é muito importante, uma vez que em momento algum o paciente deve ser obrigado, coagido ou induzido a ter aquela escolha simplesmente porque é a que o médico acha melhor. O paciente tem direito de escolha. O MÉDICO É PROIBIDO DE ATUAR NO INDIVÍDUO SEM QUE ELE TENHA CONSENTIDO. EXCETO EM RISCO DE MORTE. A ausência de consentimento informado só pode ocorrer em caso de risco de morte, e mesmo nesse caso, se você tiver como ter um contato com um familiar, é preferível. Sobre o consentimento informado: Quem emite? O médico. Quando emitir? Toda vez que você for ter um procedimento que demande uma atuação médica, e que o paciente precise ter o conhecimento de tudo o que está acontecendo. Quem assina? Modelo? Não existe um modelo específico, cada situação e individualizada. Desistência. A qualquer momento o paciente pode desistir sem que haja nenhum ônus para nenhuma das duas partes.o paciente pode desistir até mesmo se já estiver dentro do centro cirúrgico se o paciente estiver ciente de tudo que está acontecendo. Finalidade. É o entendimento do paciente sobre qualquer coisa que aconteceu, e lá na frente se houver alguma demanda jurídica, o médico pode apresentar o documento em respaldo de si mesmo. O paciente pode pegar esse documento, leva-lo para casa e refletir sobre aquilo, tirar qualquer dúvida existente e ele pode assiná-lo ou não (não cabe ao médico obrigar que aquilo seja feito). O que deve conter no consentimento informado: Dados pessoais do médico/paciente/testemunhas. Informação sobre o diagnóstico e tratamento proposto. Informação dobre outros tratamentos, suas vantagens e desvantagens. Como será o tratamento – riscos Possibilidade de sequelas ou complicações. Orientações para recuperação – prognóstico. Tempo de afastamento de suas atividades. O CONSENTIMENTO INFORMADO É UM DOCUMENTO ENTRE MÉDICO E PACIENTE, PORÉM A DECISÃO FINAL É DO PACIENTE. A relação do médico com o paciente é o grande trunfo que temos que ter nas mão para evitar os transtornos judiciais. Temos que exercer: Bom lidar Bem fazer Seguir as orientações do código de ética médica 20 INTRODUÇÃO Iniciamos parte da medicina legal com a traumatologia forense, importante na nossa formação. TRAUMATOLOGIA Traumatologista é o profissional especializado no tratamento e reabilitação de traumas (e lesões produzidas no aparelho locomotor) de urgência. TRAUMATOLOGIA FORENSE É o braço auxiliar do judiciário. Ela estuda lesões corporais de ordem físicas e psicológicas, e os mecanismos que causaram as lesões de forma imediata ou tardia. A maior parte das perícias realizadas está relacionada ao trauma. ÁREAS FORENSES Todo trabalho que envolve a medicina forense é multidisciplinar, envolve vários profissionais com o objetivo de elucidar um fato único. Os campos de atuação da med forense são muito vastos e estão sempre vinculados às demandas judiciais: 1- Antropologia forense: está voltada ao estudo do esqueleto, corpos em decomposição, restos humanos, com o objetivo não só de identificar o indivíduo, mas o tempo da morte e suas instâncias. 2- Traumatologia forense: estuda o trauma, a lesão, busca identificar o agente causador e as consequências da ação. 3- Sexologia forense: vai estudar o comportamento sexual relacionado a comportamentos médicos-legais, como a violência, o crime e nesse contexto, incluímos o crime de pedofilia e o sadismo. Estuda o comportamento, fora do habitual que pode ser de origem orgânica ou não. 4- Tanatologia forense: é o estudo do morto e da morte, trata dos mecanismos e aspectos 21 relacionados a morte, como tempo e circunstancias do momento da morte. 5- Toxicologia forense 6- Criminologia forense: estuda o crime e o criminoso, analisa as condições do crime, agente causador, vitima e todo contexto que influenciou a influencia do fato, tem por fim, encontrar a etiologia do crime, tentar identificar as causas que o determinaram. 7- Psiquiatria forense: é o ramo da psiquiatria que é importante no auxílio a justiça na identificação de indivíduos supostamente portadores de transtorno mental e que violam a lei. Ela também auxilia na identificação de indivíduos considerados incapazes, que necessitam da lei para a sua proteção e integridade. Casos referenciais em destaques e de difícil controvérsia: 1- Suzane Richthofen, que arquitetou o assassinato dos pais e na época era apenas uma adolescente 2- Avaliação psiquiatra requisitada ao Adélio Bispo na tentativa de assassinar o então presidente Jair Bolsonaro 3- Eloá em SP, uma adolescente, esse caso foi considerado o mais longo caso de sequestro seguido de morte em SP. TODOS ESSES CASOS, E MUITOS OUTROS A PSIQUIATRIA FORENSE FAZ PARTE DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO AUXILIO AS QUESTÕES JUDICIAIS, TENTANDO ENTENDER O PERFIL QUE LEVARAM AOS AGENTES COMETEREM OS POSSÍVEIS CRIMES. RELEMBRANDO Os óbitos podem ser de causas naturais (quando vinculados a alguma doença, evento súbito ou alguma desorganização do organismo) ou externas (oriundos de acidentes diversos, suicídio, homicídio ou qualquer óbito considerado suspeito). Todos os óbitos de casos externas serão enviados ao IML, para a necropsia e emissão do atestado de óbito. Geralmente são atestados emitidos com maior facilidade de identificar a causa da morte. LESÃO A definição de lesão e importante para nós. Ela é objeto de estudo forense e se refere a qualquer ferimento ou traumatismo resultante da ação de uma energia. O PROFESSOR GENIVAL VELOSO FRANÇA DEFINE A TRAUMATOLOGIA FORENSE COMO RAMO DA MEDICINA LEGAL QUE ESTUDA A AÇÃO DE UMA ENERGIA EXTERNA SOBRE O INDIVÍDUO. EM SEU LIVRA O CAPÍTULO DEDICADO A TRAUMATOLOGIA FORENSE É DE FÁCIL ENTENDIMENTO E VALOROSO DE LER. ENERGIAS As energias causadoras de lesão podem ser: Mecânicas: podem ser vinculadas a punhais, revólver, dentes, machados e alguns outros. Físicas: temperatura, pressão atmosférica, eletricidade e radioatividade. Químicas: ácidos, venenos em geral, cáusticos. 22 Fisicoquímicas: é onde encontramos uma interação de 2 fatores ou mais, como asfixia, confinamento, esganadura, enforcamento, estrangulamento e outros. MECANISMOS DE LESÕES DE ORDEM MECÂNICA Diferentes tipos de instrumentos podem ser vinculados aos mecanismos de lesão de ordem mecânica: Instrumento perfurante: se dá por pressão e penetração do instrumento. São representados por instrumentos que possuem ponta, como por exemplo, o furador de gelo que faz uma lesão puntiforme. Instrumento cortante: agem por deslizamento, são as laminas e superfície cortante em geral, elas produzem uma lesão de corte denominada lesão incisa. Instrumento contundente: sua ação usa a pressão e produz esmagamento, atingindo partes internas, exemplificadas por um cassetete e ações superficiais sem corte que produzem a lesão contusa. Na imagem são observadas múltiplas lesões produzidas por instrumento perfurante de médio calibre. Essas lesões são punctórias (?) e são lesões de característica circular ou fusiformes, capazes de causarlesões internas importantes, porque a profundidade do instrumento é maior que seu diâmetro. Lesões que apresentam pouco sangramento. Aqui temos uma lesão cortante que apresenta características peculiares. As margens são regulares e nítidas, o comprimento é maior que o diâmetro e profundidade, não apresentam sinais de esmagamento, porém apresentam muita hemorragia. São as chamadas lesões incisas, que é uma lesão limpa de se ver. Em relação ao instrumento elas apresentam um aspecto em V ao corte perpendicular o início da lesão e uma cauda de escoriação ou de saída que é a saída do instrumento que promove uma diminuição da profundidade. Um instrumento contudente é aquele capaz de causar um trauma no organismo. Ele produz lesões pelo choque com uma superfície que podem ser entendidos como: 23 Ativa: se dá pelo instrumento ou agente indo de encontro a vítima. Passiva: a vítima vai de encontro ao instrumento, como por exemplo no caso de uma queda, em que o corpo vai de encontro com a superfície (chão). Mista: é representada pelo movimento simultâneo, tanto do instrumento quanto da vítima. AS LESÕES CONTUNDENTES CONTAM COM A NATURAL ELASTICIDADE DA PELE, LEVANDO A UM MAIOR OU MENOR EFEITO DOS PLANOS PROFUNDOS. As lesões de escoriação são frutos de atrito com deslizamento e consequente arrancamento da epiderme, desnudando a derme. São comuns nas quedas, acometendo joelho e cotovelos. Evolui com a formação de uma crosta e sua evolução é rápida. PARA NÓS, O INTERESSE JURÍDICO DESSAS LESÕES É A SUGESTÃO DE TER HAVIDO ARRASTAMENTO, ATROPLELAMENTO OU LESÕES DE DEFESA, MAS TAMBÉM A IDENTIFICAÇÃO DO TEMPO DECORRIDO, OU SEJA, O PERITO AO VER ESSAS LESÕES, A CARACTERÍSTICA QUE ELAS VÃO APRESENTAR DARÁ IDEIA AO TEMPO EM QUE ESSA LESÃO ACONTECE. As equimoses são lesões recorrentes no nosso dia a dia. Nesse caso, o tecido permanece íntegro, ocorre o sangramento interno e é refletido por uma mancha na pele que vai variar de tamanho de acordo com a extensão e região do choque. Forma um aspecto equimótico. O INTERESSE JURÍDICO SE DEVE JUSTAMENTE AO TEMPO DA LESÃO, A DATA DA LESÃO E DA AVALIAÇÃO DO PERITO. O aspecto equimótico: A ação contundente quando sobre uma superfície óssea, pode produzir coleções sero-sanguíneas, os famosos galos, que tendem geralmente a uma rápida iurução (???). Não é incomum as bossas sero-sanguíneas na cabeça de recém nascidos, no caso de trabalhos partos mais demorados. As bossas também tendem a uma boa e rápida involução. 24 A ferida contusa é uma lesão aberta caracterizada por uma força de ação suficientemente capaz de romper a resistência do tecido e a elasticidade da pele, formando uma lesão. Possui características peculiares: Forma estrelada Sinuosa Bordas irregulares Tecidos aparentando como pontes que tentam ligar as vertentes Integridade de vasos e nervos preservadas no fundo da lesão Sua forma varia de acordo com o tipo de instrumento utilizado. Ressaltamos que as fraturas são resultadas também de ações contundentes e podem ser: Diretas: quando ocorrem no local onde foi feita a ação. Indiretas: quando a lesão ocorre longe do local da ação. Como por exemplo, quando uma pessoa cai de certa altura, os pés batem no chão e ela tem uma lesão de base de crânio. Nesse caso a lesão dos és é direta e a de base de crânio, indireta. As lesões de luxação, entorse e ruptura de vísceras também são consideradas lesões contundentes. SÃO AINDA CONSIDERADOS MECANISMOS DE LESÕES DE ORDEM MECÂNICA: Instrumento pérfuro cortante: age com pressão e deslizamento, perfura e corta. Sua gravidade é variável de acordo com o local que atinge. Temos uma visão clara da profundidade e do corte do tecido. Diferente da lesão de incisão, podemos perceber a profundidade dessa lesão. Instrumento pérfuro contundente: os projéteis de arma de fogo representam essa lesão, eles agem por pressão e perfuração, causando uma lesão pérfuro contusa. É exercida uma pressão muito grande, que vence a resistência da pele e corta o corpo. Instrumento corto contundente: eles agem por pressão e esmagamento, possuem superfície de corte que funcionam com uma pressão exercida pelo agressor. 25 Fazem uma lesão que corta e contunde, lesão corto-contusa. Nessa imagem vemos que além da ação da força, esse instrumento apresenta corte. MECANISMOS DE LESÃO DE ORDEM FÍSICA Temperatura: frio e calor extremos que acarretam queimaduras e lesões necrosantes. Pressão atmosférica: suas alterações acarretam modificações importantes. A variação de pressão pode levar ao mal dos mergulhadores (aumento de pressão muito rápido), que pode levar à embolia gasosa, da mesma forma que pode levar ao mal das montanhas e dos aviadores, causando hipóxia pela diminuição brusca da pressão. Eletricidade: tanto natural (raios) ou artificial. Radioatividade: inclui explosões, radioatividade (como o caso do césio 147), luz e som. MECANISMOS DE LESÕES DE ORDEM QUÍMICA Estão voltados a: Caustica Venenos MECANISMOS DE LESÕES FÍSICO- QUÍMICAS Esses mecanismos estão relacionados com as alterações do meio, quando possuem mais deum agente. Asfixia: essas lesões estão relacionas a confinamento, soterramento, afogamento, obstrução das vias aéreas Asfixia mecânica: nessa situação fica no pescoço do indivíduo a marca das mãos do indivíduo Estrangulamento: fica a marca dos fios ou cordas utilizados (nesse caso o instrumento é passado ao redor do pescoço e tracionado para fora, tanto de um lado quanto do outro, ou seja, a pessoa aperta e puxa para os lados). ESTRANGULAMENTO ≠ ENFORCAMENTO No estrangulamento temos a marca do que foi utilizado ao redor de todo o pescoço da vítima. Já no enforcamento, só vai ocorrer de acordo com o peso da vítima, nessa situação, a lesão fica na parte anterior do pescoço (onde houve a maior pressão). TODAS AS LESÕES CORPORAIS SÃO DE INTERESSE JUDICIAL, E O AUXILIO DA MEDICINA LEGAL, DÁ RESPALDO PARA QUE ESSAS DECISÕES SEJAM TOMADAS COM MAIOR SEGURANÇA E TODO CRITÉRIO NECESSÁRIO PARA FAZER JUS AO CRITÉRIO DOS FATOS. 26 O medico legista vai elaborar todos os laudos e documentação que vai servir de respaldo para a decisão do juiz. PERÍCIA E PERITOS O QUE SE PERICIA? Pessoas Cadáveres Objetos Animais Ambientes Tudo que possa contribuir para esclarecer os fatos Tudo que afeta o individuo em sociedade, vai ser um objeto de perícia. CLAUDE BERNARD TEM UMA FRASE MUITO IMPORTANTE: “QUEM NÃO SABE O QUE PROCURA, NÃO SABE INTERPRETAR O QUE ENCONTRA”, ASSIM CABE AO PERITO UMA FORMAÇÃO E DIRECIONAMENTO MUITO CORRETO PARA QUE ELE POSSA ENCONTRAR E INTERPRETAR O QUE ENCONTROU EM BENEFICIO DAQUELE QUE ESTÁ PRECISANDO. Para responder a uma pericia, há a necessidade de que proceda um exame pericial. As demandas periciais têm origem a partir de uma solicitação, de um juiz, promotor, alguém precisa solicitar ao médico ou ao perito responsável, que essa perícia seja realizada. OS REQUISITOS BÁSICOS DE UM MÉDICO PERITO É QUE HAJA: Preparação técnica: importante porque o médico tem que ter respaldo técnico de tudo que fizer. Moralidade: nessa situação de perito, suas palavras tem valor de extrema importância, porque você vai lidar o futuro de alguém e ao lidar com o futuro de alguém temos que fazer o bem e não deixar que nada seja feito para o mal. Temos que saber que é importante não negar o que é legítimo e não conceder o que não é devido. NERIO ROJAS FALA QUE O COMPROMISSO DO MÉDICO PERITO É DIZER A VERDADE, NO ENTANTO, PARAISSO, É NECESSÁRIO PRIMEIRO SABER ENCONTRA-A E, DEPOIS QUERER DIZÊ- LA. O PRIMEIRO É UM PROBLEMA CIENTÍFICO E O SEGUNDO, UM PROBLEMA MORAL. PERÍCIA É um conjunto de procedimento médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da justiça. Através de conhecimentos técnicos e científicos possibilita decisões em questões judiciais ligadas à vida ou à saúde do homem, ou de sua relação. As pericias realizadas, são finalizadas sempre com a emissão de laudos que precisam ser informativos e que tem que ter uma fundação objetiva clara. A PERÍCIA PODE ATENDER AS DEMANDAS: Médico-legais: geralmente vão atender a exames de corpo-delito e necropsias. Securitária: tem como objetivo o enquadramento das informações apresentadas aos documentos médicos e causas contratuais. Administrativa: concessão de benefícios em função das doenças 27 que impeçam o trabalho e prejudica a saúde do periciando, o perito vai ser imparcial a todo tempo. Judicial: está relacionadas ao perito que vai opinar sobre as solicitações que são específicas do juiz para ele, o juiz precisa de um perito para uma demanda específica, ele requisita que esse médico perito realize essa perícia, e depois vai ser enviado ao juiz o resultado da perícia. Ocupacionais: estão relacionadas as doenças ocupacionais. Ao perito vai caber associar aquela doença que vem sendo apresentada pelo periciado aos documentos egais apresentados pelo(s) médico(s) que ele acompanha, relacionar essa patologia ao exercício profissional que ele vinha fzendo ao longo do tempo. Outras CARACTERÍSTICAS DO MÉDICO PERITO A formação pericial médica deve ser sólida, precisa ter conhecimento de várias especialidades médicas e servir como base geral para fundamentar toda sua análise que deve ser criteriosa, atendendo à demanda judicial. Quando a demanda judicial é muito específica, a perícia deve ser encaminhada para aquele médico que detém a formação daquela especialidade, facilitando assim, o trabalho pericial. É preciso que o perito tenha bases judiciais na sua formaão, conhecimento de leis e decretos que muitas vezes são importntes par a realização da perícia, principalmente da formação do sus. Os conhecimentos de profissografia, são conhecimentos ligados à profissão que o periciando exerce e ao cargo. É mais ou menos voltado à saúde ocupacional/medicina do trabalho. O perito deve ter facilidade de estabelecer uma comunicação com o periciad, estabelecer uma empati, para que o periciado fique à vontade e o perito possa estabelecer seu trabalho com todo o critério necessário. O perito deve ser observador e conhecedor de todos os meios e agentes envolvidos na gênese do fato a ser apurado. O perito deve atuar com seriedade e verdade buscando esclarecer os fatos, dando ao juiz ou a quem tenha direito, subsídios consistentes em prol da justiça e reseito ao próximo. DEVERES DE CONDUTA DO PERITO Ao perito cabe ser responsável e estabelecer sua autoridade sem que haja vaidade da sua posição. Deve respeitar o periciando e ter o compromisso de antes de realizar o ato pericial, explicar o motivo da realização daquela pericia, obtendo dele o entendimento e a autorização par realiza-la. O perito deve agir com ética e toda a seriedade necessária ao exame pericial, para que ele possa air com competência e sigilo Deve saber ouvir mas não se deixar influenciar. Deve fazer uma observação de todo momento pericial, sabendo 28 que tudo é importante (todo o comportamento do periciado). Nunca concluir uma pericia por exames ou declarações, deve-se sempre examinar o periciado. Não emitir opiniões ou conclusões, a decisão é sempre do juiz. ATO PERICIAL Tudo que é realizado na perícia médica que tenha repercussão no mundo judiciário é um ato jurídico. O perito NÃO decide, ele apenas informa ao juiz o que concluiu, porém a decisão final é sempre do juiz. Relação médico assistencialista e médico perito Essa relação é conflituosa de certa forma. Para o médico assistencialista aquele é seu paciente, mas para o médico perito, aquele que está na sua frente é o periciado. ASSISTENTES TÉCNICOS Na pericia quando há uma demanda judicial em que o juiz solicita uma perícia, existem duas partes de demanda e essas partes podem através de seus advogados a presença de assistentes técnicos. Os peritos oficiais são aqueles requisitados pelo juiz e fazem um relatório direcionado para o mesmo, e os peritos das parte (assistentes técnicos) são os solicitados pelos periciados e vão fazer um relatório pericial para o solicitante. O perito das partes não vai influenciar a perícia, somente vai observar tudo que estar sendo feito. “em perícia, o melhor especialista nem sempre é o melhor perito; muitas vezes basta ser um bom médico para realizar uma perícia perfeita”. Há algum impedimento par ser perito? Não há impedimento para ser perito, a partir do momento que você possa comprovar tecnicamente para aquilo que você se propõe. Se você tem habilidade e técnica comprovada, com certeza você pode realizar uma pericia. Existem cursos específicos de perícia que são na realidade uma maior vivência, porque o tratamento pericial é totalmente diferente do tratamento assistencialista. Há um impedimento quando houver uma relação próxima entre periciado e médico perito, por exemplo, você não pode ser perito de alguém que você tenha alguma relação ou que você tenha um conhecimento maior da vida daquela pessoa e sua necessidade. Essa relação pode ser de parentesco, amizade, convivência. LAUDO PERICIAL Ao final da pericia será emitido um laudo. Normalmente o juiz manda uma serie de perguntas (muito objetivas) que devem ser respondidas pelo perito., a maioria é respondida como SIM e NÃO. 29 Ao final, o perito deve realizar uma conclusão técnica com fundamentação. Jamais pode ser direcionada uma conduta para influenciar o juiz. Não emitir sua opinião. Fazer obrigatoriamente um laudo fundamentado. Documento encaminhado de forma sigilosa. O juiz pode pedir um segundo laudo ou que você compareça para explicar algo do laudo que emitiu. 30 PERÍCIAS INSS O Instituto Nacional de Previdência Social foi criado pelo decreto 99450 em 27 de junho de 1980, com a função de arrecadar as contribuições e conceder benefícios aos seus previdenciários. Com o passar do tempo ele foi adquirindo novas dimensões e assim, algumas leis foram ali inseridas. O decreto 3.048/99 dispõe sobre o regulamento da: Seguridade social Saúde Assistência social Previdência social A seguridade social tende às ações integradas destinadas a assegurar saúde, previdência e assistência social. Quem é o segurado e quem é o dependente? Segurado: empregado, contribuinte individual, trabalhador avulso (aquele prestador de serviços), segurado facultativo (aquele que tem que ter mais de 16 anos, não podendo exercer nenhuma outra atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório). Dependente: cônjuge, pais, irmãos com mens de 21 anos. (FILHOS?) PRESTAÇÃO E BENEFICIO DE SERVIÇOS: SEGURADOS: I- Aposentadoria por invalidez II- Aposentadoria por idade III- Aposentadoria por tempo de contribuição IV- Aposentadoria especial V- Auxílio doença VI- Salário família VII- Salário maternidade VIII- Auxílio acidente DEPENDENTES I- Pensão por morte II- Auxílio reclusão Para ambos, a previdência oferece reabilitação profissional. ACIDENTE Acidente de qualquer natureza ou causa, o acidente de origem traumática e por exposiçãoa agentes exógenos (físicos, químicos, biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa. A pericia do INSS poderá ou não conceder esse beneficio, para isso, o perito através de pericia, poderá conceder ou negar os seguintes benefícios: 1- Auxilio doença previdenciário: é para um segurado que tem que ter cumprido uma carncia e de repente tenha ficado incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias consecutivos. 31 LEMBRAR QUE: ACIDENTES COM ATÉ 15 DIAS DE AFASTAMENTO É DEVER DA EMPRESA ASSEGURAR ESSE TRABALHADOR, POR MAIS DE 15 DIAS, O TRABALHADOR PASSA POR UMA PERÍCIA E PREVISÃO DE QUANTO TEMPO DE AFASTAMENTO FICARIA DO SEU TRABALHO (PARA O INSS DISPONIBILIZAR O AUXILIO DOENÇA). 2- Auxilio doença acidentário: decorrente de um acidente de trabalho 3- Aposentadoria por invalidez previdenciária: trabalhadores que não podem se curar de sua doença (geralmente recebem 100% do salário anterior). 4- Aposentadoria por invalidez acidentária: quando ocorre a constatação de uma incapacidade e não é reabilitável para exercer uma atividade que garanta sua existência/sobrevida. 5- Auxilio acidente previdenciário: é de cunho indenizatório, nesse caso, após a cura das lesões (de qualquer origem) é avaliada a capacidade de trabalho daquele trabalhador. 6- Auxilio acidente acidentário: também tem natureza indenizatória e é pago em situações em que haja a redução permanente da capacidade de trabalho 7- Dependente maior de 21 anos: são auxílios requeridos e tem que ser provada a dependência econômica (pessoas com déficit mental/físico e que não tenham condições de se manter em um trabalho) 8- Benefício de prestação continuada: previsto na lei orgânica da assistência social (LOAS) e concede renda de 1 salário mínimo para idosos e deficientes que não possam se manter ou serem mantidos por suas famílias. Isso requer, além de uma avaliação pericial, uma avaliação da assistência social. 9- Aposentadoria por idade: é a aposentadoria que você tem que ter pelo menos 180 meses de trabalho, maior que 65 anos (homens) e 60 anos (mulheres). Os trabalhadores considerados especiais (como agricultores) tem diminuição desse tempo de serviço por 5 anos. 10- Aposentadoria por tempo de contribuição: obedece a nova lei da previdência social 11- Aposentadoria especial: é uma aposentadoria que médicos, enfermeiros, dentistas, aeronautas, são contemplados sendo necessária comprovação de 25 anos de trabalho, sem exigência mínima de idade. Esses precisam porvar que estavam expostos a agente de uma forma continua e interrupta, em limites acima dos estabelecidos pela legislação. INCAPACIDADE O conceito de incapacidade está vinculado ao grau e duração de acordo com a profissão que o trabalhador exerce. A incapacidade tem que estar ligada ao nexo e podemos avaliar como uma forma grave, e dentro dessa forma ela pode ser: Parcial: quando permite o desempenho de uma atividade sem risco de vida ou piora do quadro do trabalhador. 32 Total: quando impossibilita permanentemente o trabalho. O perito precisa conhecer muito de legislação para ter uma boa regulamentação dos benefícios que vai conceder. O médico precisa avaliar de o trabalhador esta inapto: Temporariamente: incapacidade com prazo para recuperação. Permanente: quando não há sucesso na recuperação do trabalhador ou insucesso na reabilitação. O INSS oferece um programa de reabilitação profissional para o trabalhador que não consegue voltar à sua ocupação habitual, oferecendo outros tipos de trabalho. O trabalhador será avaliado quanto à sua profissão, ou seja, sempre é dado a ele condição para retornar, pois ele produzir é bom/saudável para ele, aliviando o ônus de certa forma. O impedimento para o trabalho pode acontecer quando há o impedimento para uma área especifica, mas mesmo assim, ele pode continuar exercendo um trabalho em outra área. É importante que o perito estabeleça o nexo de causalidade ao avaliar um acidente de trabalho, ou seja: Doença X Trabalho: há doença? Sim. Mas essa doença tem relação com o trabalho que o periciando desempenha? Causa Mortis X Acidente DADOS TST Numero de acidentes de trabalho registrados entre 2007 e 2011. 2008 foi o pior período em caso de acidente fatal. FUNDACENTRO -2018 Segundo a fundacentro, 2018, o brasil ainda ocupa o 4° lugar em acidentes e doenças relacionadas ao trabalho no mundo. Esses acidentes influenciam muito no desenvolvimento do país. O medico perito fica no final do processo, ou seja, só pega o paciente depois do acidente, assim, ele não tem inserção nos dados anteriores. Investir na educação é um importante caminho, porque a partir do momento que você tem educação e entende o porquê de todas as restrições e regras, o trabalhador consegue realizar melhor o seu trabalho.
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