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Ordem de parentesco Pai, mãe e filhos: 1º Grau; Irmãos: 2º Grau; Tios e avós: 3º Grau. Habilidades Médicas 1º Semestre 2017 FAMINAS -Profª.Julia Machado Trabalhos ao longo do Semestre: 1ª etapa: Até 26 de Setembro (10 pts) - Escreva uma carta para você mesmo do futuro (daqui a dez anos), como você espera que esteja, o que estará fazendo, os objetivos pessoais e profissionais, os valores, as expectativas. 2ª etapa: Até 29 de Novembro (10 pts) - Assista ao filme "Garota Interrompida" e responda as seguintes questões: a) Qual é a principal HD de transtorno de personalidade apresentada pela personagem principal? b) Quais os sintomas/características que a personagem apresenta que justificam esse diagnóstico? 15/08/2017 O que avaliar O corpo doente pensa, sinaliza. O que influência a reação à doença? Significado da doença, personalidade, gravidade e evolução da doença, experiências anteriores do paciente e história de vida, fatores sócio- econômicos culturais, motivação, recursos de enfrentamento, tolerância a frustações. O estresse psicológico: Ameaça à integridade narcísica, ansiedade de separação, medo de estranhos, culpa e medo de retaliação, medo da perda do controle de funções adquiridas, perda de amor e aprovação, medo de dano a partes do corpo, medo da dor e da morte. A doença como um processo de luto: Negação Raiva Negociação/barganha Sintomas depressivos e reações de ajustamento Aceitação. Abordagem: Avaliar a imagem da doença e do tratamento (personalidade); explicar a doença e tratamento; corrigir ideias errôneas (paciente e familiares), escuta ativa e empática, estimula apoio social, reforça estratégias de enfrentamento funcional. 22/08/2017 Anamnese Recomendações: Chama o paciente pelo nome e pelos olhos, cumprimenta, olhar nos olhos, evita o julgamento, excita expressões de nojo, espanto, vergonha, ser empático, ser cordial, evitar excesso de interrupções. Identificação: Nome, idade, estado civil e filhos, onde mora, com quem mora, escolaridade, profissão e religião. Queixa principal: O motivo que o paciente procura o médico nas palavras dele ajuda. História da moléstia: Todo o histórico de queixo principal, envolve outras doenças, quando começou, como, características, fatores de melhora e piora, tratamentos realizados, consequências, expectativas do paciente. Anamnese especial É demorada; Vasculha o corpo todo. Procura-se outras doenças (Aparelho respiratório, cardiovascular...) podendo focar em uma dor para se achar doenças ou problemas em outros sistemas. Medicamentos em uso e doses. História pregressa: Antecedentes fisiológicos, ginecológicos (venarca) e obstétricos (aborto, parto prematura), patológicos, viagens recentes, etc. História familiar: Doenças dos familiares. Causas dos óbitos em parentes de 1º grau. Idade em que ocorreram as doenças. História sócio-econômica: Renda própria e familiar. Condições de saneamento básico e moradia. Condições de trabalho, ocupação atual e anterior. Alimentação, atividade física e hábitos de vida. Tabagismo, etilismo e outras doenças. Condições culturais, lazer. Vida conjugal e familiar. Hipótese diagnóstica. 29/08/2017 A relação médico-paciente Características: Manifestações verbais e não verbais. Expectativas e responsabilidades. Relação de poder assimétrica. Transferência e contratransferência. Empatia (identificação cognitiva [Entender e não sentir] ≠ afetiva [não é certa]) Condições de exercer o ato de cuidar: Sentir se capaz. Ter o mínimo de amor, compaixão e empatia pelo outro. Ter satisfação pessoal ao ajudar alguém. Acreditar no potencial de mudança do outro. Reconhecer as limitações e tolerar as frustações. Cuidar de si mesmo. Refletir. Fatores influenciadores: Planos de saúde. Pressão por produtividade. Local do atendimento. Idade do paciente e do médico. Gênero do paciente e do médico. Profissão e grau de instrução do paciente. Religião do paciente e do médico. Papel do paciente no contexto familiar. Expectativas do paciente e do médico. Personalidade do paciente e do médico. Saúde mental do médico (estresse, sobrecarga de trabalho). Remuneração do médico. Síndrome de Burn-out 04/09/2017 Pode ser crônica ou aguda, sendo somente causada pelo estresse do trabalho. É uma doença profissional Consumo físico e emocional. Sintomas emocionais: Pessimismo, agressividade, ansiedade, esgotamento, lapsos de memória, sensação de fracasso, mudanças bruscas de humor). Sintomas físicos: Cansaço, dor, insônia, palpitação, sudorese. Alterações comportamentais: Baixa tolerância a frustações, baixo rendimento, cinismo, paranoia ou agressividade, impaciência, absenteísmo, dificuldade de concentração, aumento do consumo de café, álcool, drogas ou medicamentos. O que favorece o início: Alta motivação, excesso de dedicação, idealismo elevado, perfeccionismo e rigidez. Chame pelo nome; busca na sala de espera; se interesse pela queixa; reduzir as expectativas; se interesse pela vida do paciente; escute o paciente; demonstre segurança (admita o que não sabe); assegure o sigilo; não faça julgamentos. Fatores de que dificultam: Medo, prepotência e onipotência, falta de tempo, automedicação e autodiagnostico, pouca confiança e baixa aderência ao tratamento. Comunicação de más notícias Afeta o diagnóstico. 1/3 das queixas é de como a notícia é dada. Privacidade, mensagem clara, cuidado, percepção do estado emocional, chance de fazer perguntas. Ocorre em 6 etapas: Preparação para a discussão; Maximação do cenário (Comunique más notícias pessoalmente; Paciente deve estar vestido; Ambiente privado; assentar no mesmo nível; minimizar barreiras e fazer contato visual; se há familiares presentes descubra grau de relação; pergunte se o paciente quer ficar a sós; pergunte se ele quer que conte a notícia para alguém; se apresente; eleger um familiar que será a ponte entre a equipe de saúde e a família); Comunicação (Identificar o que o paciente já sabe e se está preparado para receber a notícia; seja claro; comece com uma mensagem positiva; avalie sentimentos e preocupações; “Anote perguntas durante a consulta”); Apoio (Continue com o paciente e escute-o; usar frases empáticas; incentivar o diálogo; perguntar se quer presença de familiar após notícia; evitar atitude defensiva); Informações (Perguntar o que paciente sabe ou procurou; Linguística básica; ser sempre honesto; resumir a conversa, perguntar se o paciente entendeu; Folhetos e recursos educativos); Fechamento de entrevista (Plano futurístico; Necessidades imediatas; agendar consulta para acompanhamento; É normal tristeza e desânimo). Ao pedir exame: Discutir possível doença; Discutir como gostaria de receber a notícia; Reveja a doença e o tratamento; se prepare para reações emocionais. Quando é notificação de morte: Explique seu papel e cuidados com o falecido; Familiares não são responsáveis, tranquilização do sofrimento, cuidados máximos oferecidos; Grupo de enlutados; Doação de órgãos pode confortar. Pacientes difíceis 17/10/2017 Conceito: Pacientes que comportam-se de tal forma que representam uma carga emocional ou frustração para o médico e para a equipe assistencial, atrapalhando a tarefa assistencial. Existem 4 principais tipos de pacientes que provocam aversão na equipe assistencial, provocando sentimentos como raiva, evitação, impotência e desconfiança. Os subtipos e as reações da equipe: Dependente insaciável: esquivar Reivindicador arrogante: contra-ataque Rejeitador (pessimista): frustração,ansiedade Autodestrutivo: raiva, desanimo Teoria do desapego: Influencia genética e interação com o cuidador principal. A modalidade de apego se mantém estável ao longo da vida e modulam os relacionamentos com outras pessoas; Dupla função da figura de apego: proteção e exploração; Modalidades: seguro (55%), inseguro ansioso (20%), inseguro evitador (15%). Modalidades do apego: O que fazer: Ouvir o paciente com atenção e respeito, sem críticas; Auxiliar o paciente a reconhecer as limitações impostas pelo tratamento e pelo ambiente hospitalar; Comunicação entre a equipe e decisões compartilhadas; Escolher um porta-voz de equipe; Não entrar em confronto com o paciente; Reconhecer o estresse pelo qual o paciente está passando; Estabelecer limites; Elogiar o paciente e reconhecer os pequenos progressos; Ajudar a reconhecer que a resolução completa nem sempre é possível; Contenção mecânica e/ou física se comportamento agressivo ou suicida. Quando... Apego inseguro-ansioso: aceitar a dependência do paciente, em vez de confrontá-la; reconhecer as preocupações e mostrar o outro lado; estabelecer limites; assegurar ao paciente que você não vai abandoná-lo Quando... Apego inseguro-evitador: oferecer uma distância aceitável; aceitar a necessidade do paciente em manter o controle; respostas respeitosas e objetivas, sem buscar proximidade afetiva; permitir que o paciente participe do tratamento para diminuir a resistência. 17/10/2017 Transtorno de personalidade Personalidade: Temperamento + caráter. - Personalidade se forme totalmente até os 18 anos Traumas na infância e adolescência influência. - Temperamento não muda, se observa facilmente nas crianças e bebês. - Traço de personalidade disfuncional: Raiva, intolerância, impulsionabilidade Quando esses atrapalham a convivência Transtorno; sofrimento. 30% de pessoas tem transtorno. Dessas, 30 a 50% tem doenças psiquiátricas. Características: Pouco insight (consciência), egossintonia; padrão global e rígido de funcionamento. Cluster A (estranhos): - Esquizoide: Isoladas socialmente, não tem vontade de se relacionar, indiferentes à críticas e elogios. Exemplo: Sheldon – Big Band Theory. # Diferente do autismo, pois o autista tem afeto limitado, movimentos repetitivos, necessidade de rituais. - Esquizotípico: Tem medo da rejeição, pensamentos e ideias incomuns. Exemplo: Willy Wonka. # Diferente de esquizofrenia, pois nesse se acredita em tudo, a pessoa fica paranoica. - Paranoíde:Pessoa desconfiada (não há pistas, apenas desconfiança). Cluster B (dramático, impulsivos): - Histriônico: Fala com entonação, de modo teatral, falta alto, com gestos, etc. Gosta de chamar atenção. Tenta sexualizar muitas coisas. Mais comum em mulheres. Exemplo: Marilyn Monroe. - Borderline: Buscam uma identidade, idealização e perda de afeto rapidamente. Relacionamento começa rápido e termina rápido; hipersensibilidade. Humor muda ao longo do dia, autoflagelação para diminuir a dor interna. Exemplo: Angelina Jolie em Garota Interrompida. - Narcisista: Costumam ser invejosos, ter dificuldade de se relacionar, querem sempre ser melhor. Exemplo: Dr. House. - Antissocial (psicopata): Fazem as pessoas sofrerem por prazer, não tem afeto pelos outros. Exemplo: Laranja Mecânica – filme. Cluster C (ansiosos e medrosos): - Dependente: Dependam de opiniões, aprovação, companhia. - Esquiva: Tem medo de rejeição, são ansiosas e isoladas, porém por ansiedade, não por falta de vontade. - Anancástica (obcessiva-compulsiva): Pensamentos obsessivos, pessoas que gostam muito da ordem, da perfeição, são rígidas Tendem a não terminar tarefas, gosta de rotinas. Exemplo: Mônica – Friend’s. Suicídio 24/10/2017 Introdução e epidemologia - Antes era ato de coragem e força Pecado Aumento maior é entre jovens. Um a cada cinco estudantes de medicina já pensou em se matar. - Entre as 3 principais causas em populações economicamente ativas. - Um suicídio a cada 40 segundos e uma tentativa a cada 2 segundos no mundo. - Maior nas zonas urbanas. - Mulher: Uso de métodos menos efetivos Tenta mais; Procura mais ajuda. - Homem: Usa métodos mais efetivos Suicida mais. - Homens viúvos se suicidam mais que mulheres em mesmo estado civil. - Herdabilidade de 30%-50%. Conceitos: Suicídio consumado; Tentativa de suicídio; Ideação suicida; Comportamento suicida (Todos anteriores + comportamento auto-lesivo- Borderline - , independente da intenção letal). Causas: Predisposição genética, Fatores ambientais, sociais e comportamentais; Fatores epigenéticos (favorecem a expressão gênica). Fatores de risco: Transtorno mental; H.F. de suicídio; Tentativa anteriores. Tipos de suicídio de Durkheim (extra) - Anômico: Bem representado em situações de anomia social, ou ausência de regras que mantinham a coesão social. O caos provocado por grandes mudanças em uma sociedade, como por exemplo uma crise econômica, pode provocar o aumento do número de suicídios, muitas vezes motivados por desemprego e perda de poder aquisitivo. Então esse tipo de suicídio acontece quando as forças desagregadoras da sociedade fazem com que os indivíduos se sintam perdidos ou sozinhos. - Altruísta: Ocorre quando há excesso de regulamentação dos indivíduos pelas forças sociais. Um exemplo é alguém que comete suicídio por causa de uma causa política ou religiosa, como os sequestradores dos aviões que se chocaram com o World Trade Center, o Pentágono e um campo na Pensilvânia em 9/11/2001. As pessoas que cometem suicídio altruísta subordinam-se às expectativas coletivas, mesmo quando a morte é o resultado. - Egoísta: Acontece quando as pessoas se sentem totalmente separadas da sociedade. Normalmente, as pessoas estão integradas na sociedade por papéis de trabalho, laços com a família e comunidade, e outras obrigações sociais. Quando esses laços são enfraquecidos através de aposentadoria ou perda de familiares e amigos, a probabilidade de ocorrência aumenta. Os idosos que perdem estes laços são os mais suscetíveis ao suicídio egoísta. Eutanásia, distanásia e ortotanásia 31/10/2017 Eutanásia: Morte boa; abrevia a vida; pessoa em sofrimento por doença terminal ou incurável a fim de aliviar ou evitar sofrimento para os pacientes. Encurta a vida. - Não é legalizada no Brasil; 3 a 6 anos de reclusão; No Brasil é homicídio ou suicídio. - Onde é legalizada pode ser efetuada pelos profissionais de saúde ou pela família. Distanásia: Morte ruim (o contrário de eutanásia); Mecanismos artificiais para atrasar a morte inevitável em doentes terminais, o máximo possível, mesmo a custas de condições deploráveis ou sofrimentos. Causa uma morte difícil ou penosa, sem dignidade. Prolonga a vida. - Obstinação terapêutica. - Dependência completa de processo tecnológicos de prolongamento da vida. - Ônus financeiro. Obs: Somente pode "não ressuscitar" quando não há probabilidade de cura. Ortotanásia: Morte corra. - Legalizada no Brasil. - Cuidados paliativos (Diminui o sofrimento para que a morte ocorra naturalmente, tendo o bem- estar como prioridade). - Direito de morrer de forma digna (e não de escolher morrer como na eutanásia). 07/11/2017 CRM – Conselho Regional de Medicina Conselho Federal de Medicina (CFM), 2009 – Código de ética médica - Considerando que os Conselhos de Medicina são ao mesmo tempo julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar, por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente; - Considerando que as normas do Código de Ética Médica devem submeter-se aos dispositivos constitucionais vigentes;- Considerando a busca de melhor relacionamento com o paciente e a garantia de maior autonomia à sua vontade; Código de Ética Médica I – O presente Código de Ética Médica contém as normas que devem ser seguidas pelos médicos no exercício de sua profissão, inclusive no exercício de atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à administração de serviços de saúde, bem como no exercício de quaisquer outras atividades em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da Medicina. II - As organizações de prestação de serviços médicos estão sujeitas às normas deste Código. III - Para o exercício da Medicina impõe-se a inscrição no Conselho Regional do respectivo Estado, Território ou Distrito Federal. IV - A fim de garantir o acatamento e a cabal execução deste Código, o médico comunicará ao Conselho Regional de Medicina, com discrição e fundamento, fatos de que tenha conhecimento e que caracterizem possível infração do presente Código e das demais normas que regulam o exercício da Medicina. V - A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é atribuição dos Conselhos de Medicina, das comissões de ética e dos médicos em geral. VI - Este Código de Ética Médica é composto de 25 princípios fundamentais do exercício da Medicina, 10 normas diceológicas, 118 normas deontológicas e quatro disposições gerais. A transgressão das normas deontológicas sujeitará os infratores às penas disciplinares previstas em lei. Princípios fundamentais I - A Medicina é uma profissão a serviço da saúde, do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza. II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico necessita ter boas condições de trabalho e ser remunerado de forma justa. IV - Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina, bemcomo pelo prestígio e bom conceito da profissão. V - Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente. VI - O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade. VII - O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente. VIII - O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho. IX - A Medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida como comércio. X - O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro, finalidade política ou religiosa. XI - O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha conhecimento no desempenho de suas funções, com exceção dos casos previstos em lei. XII - O médico empenhar-se-á pela melhor adequação do trabalho ao ser humano, pela eliminação e pelo controle dos riscos à saúde inerentes às atividades laborais. XIII - O médico comunicará às autoridades competentes quaisquer formas de deterioração do ecossistema, prejudiciais à saúde e à vida. XIV- O médico empenhar-se-á em melhorar os padrões dos serviços médicos e em assumir sua responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde. XV - O médico será solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja por remuneração digna e justa, seja por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético- profissional da Medicina e seu aprimoramento técnico-científico. XVI - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo médico, dos meios cientificamente reconhecidos a serem praticados para o estabelecimento do diagnóstico e da execução do tratamento, salvo quando em benefício do paciente. XVII - As relações do médico com os demais profissionais devem basear-se no respeito mútuo, na liberdade e na independência de cada um, buscando sempre o interesse e o bem-estar do paciente. XVIII - O médico terá, para com os colegas, respeito, consideração e solidariedade, sem se eximir de denunciar atos que contrariem os postulados éticos. XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca presumido, pelos seus atos profissionais, resultantes de relação particular de confiança e executados com diligência, competência e prudência. XX - A natureza personalíssima da atuação profissional do médico não caracteriza relação de consumo. XXI - No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas. XXII - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados. XXIII - Quando envolvido na produção de conhecimento científico, o médico agirá com isenção e independência, visando ao maior benefício para os pacientes e a sociedade. XXIV - Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou qualquer animal, o médico respeitará as normas éticas nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa. XXV - Na aplicação dos conhecimentos criados pelas novas tecnologias, considerando-se suas repercussões tanto nas gerações presentes quanto nas futuras, o médico zelará para que as pessoas não sejam discriminadas por nenhuma razão vinculada a herança genética, protegendo- as em sua dignidade, identidade e integridade. Direitos dos médicos I - Exercer a Medicina sem ser discriminado por questões de religião, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza. II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente. III - Apontar falhas em normas, contratos e práticas internas das instituições em que trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes e, obrigatoriamente, à comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição. IV - Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais. Nesse caso, comunicará imediatamente sua decisão à comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina. V - Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou não o remunerar digna e justamente, ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de Medicina. VIII - Decidir, em qualquer circunstância, levando em consideração sua experiência e capacidade profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente, evitando que o acúmulo de encargos ou de consultas venha a prejudicá-lo. IX - Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos porlei, sejam contrários aos ditames de sua consciência. X–Estabelecer seus honorários de forma justa e digna. Responsabilidade profissional É vedado ao médico: Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. Parágrafo único. A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida. Art. 2º Delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivas da profissão médica. Art. 3º e 4º Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento médico que indicou ou do qual participou, mesmo quando vários médicos tenham assistido o paciente, ou sobre procedimentoque tenha praticado, indicado, solicitado ou consentido. Art. 5º Assumir responsabilidade por ato médico que não praticou ou do qual não participou. Art. 7º Deixar de atender em setores de urgência e emergência, quando for de sua obrigação fazê-lo, expondo a risco a vida de pacientes, mesmo respaldado por decisão majoritária da categoria. Art. 8º Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem deixar outro médico encarregado do atendimento de seus pacientes internados ou em estado grave. Art. 9º Deixar de comparecer a plantão em horário preestabelecido ou abandoná-lo sem a presença de substituto, salvo por justo impedimento. Parágrafo único. Na ausência de médico plantonista substituto, a direção técnica do estabelecimento de saúde deve providenciar a substituição. Art. 10 Acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Medicina ou com profissionais ou instituições médicas nas quais se pratiquem atos ilícitos. Art. 11 Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos. Art. 12 Deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condições de trabalho que ponham em risco sua saúde, devendo comunicar o fato aos empregadores responsáveis. Parágrafo único. Se o fato persistir, é dever do médico comunicar o ocorrido às autoridades competentes e ao Conselho Regional de Medicina. Art. 13Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua doença. Art. 14 Praticar/indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País. Art. 15 Descumprir legislação específica nos casos de transplantes de órgãos ou de tecidos, esterilização, fecundação artificial, abortamento, manipulação ou terapia genética. § 1º No caso de procriação medicamente assistida, a fertilização não deve conduzir sistematicamente à ocorrência de embriões supranumerários. § 2º O médico não deve realizar a procriação medicamente assistida com nenhum dos seguintes objetivos:criar seres humanos geneticamente modificados;criar embriões para investigação;criar embriões com finalidades de escolha de sexo, eugenia ou para originar híbridos ou quimeras. § 3º Praticar procedimento de procriação medicamente assistida sem que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo. Art. 20 Permitir que interesses pecuniários, políticos, religiosos ou de quaisquer outras ordens, do seu empregador ou superior hierárquico ou do financiador público ou privado da assistência à saúde interfiram na escolha dos melhores meios de prevenção, diagnóstico ou tratamento disponíveis e cientificamente reconhecidos no interesse da saúde do paciente ou da sociedade. Art. 21Deixar de colaborar com as autoridades sanitárias ou infringir a legislação pertinente. Direitos humanos É vedado ao médico: Art. 22 Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê- lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte. Art. 23 Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto. Art. 24 Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo. Art. 26 Deixar de respeitar a vontade de qualquer pessoa, considerada capaz fisica e mentalmente, em greve de fome, ou alimentá-la compulsoriamente, devendo cientificá-la das prováveis complicações do jejum prolongado e, na hipótese de risco iminente de morte, tratá-la. Art. 27 e 28 Desrespeitar a integridade física e mental do paciente ou utilizar-se de meio que possa alterar sua personalidade ou sua consciência em investigação policial ou de qualquer outra natureza e desrespeitar o interesse e a integridade do paciente em qualquer instituição na qual esteja recolhido, independentemente da própria vontade. Parágrafo único. Caso ocorram quaisquer atos lesivos à personalidade e à saúde física ou mental dos pacientes confiados ao médico, este estará obrigado a denunciar o fato à autoridade competente e ao Conselho Regional de Medicina. Art. 29 Participar, diretaou indiretamente, da execução de pena de morte. Art. 30. Usar da profissão para corromper costumes, cometer ou favorecer crime. Relação com pacientes e familiares É vedado ao médico: Art. 31 Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte. Art. 32 Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente reconhecidos ea seu alcance, em favor do paciente. Art. 34 e 35 Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal ou exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos. Art. 36 Abandonar paciente sob seus cuidados. § 1° Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de renunciar ao atendimento, desde que comunique previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se da continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informações necessárias ao médico que lhe suceder. § 2° Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou aos seus familiares, o médico não abandonará o paciente por ser esteportador de moléstia crônica ou incurável e continuará a assisti-lo ainda que para cuidados paliativos. Art. 37 Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente após cessar o impedimento. Parágrafo único. O atendimento médico a distância, nos moldes da telemedicina ou de outro método, dar-se-á sob regulamentação do Conselho Federal de Medicina. Art. 39 Opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu representante legal. Art. 41 Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. Art. 42 Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança, reversibilidade e risco de cada método. Doação, transplante de órgãos e tecidos É vedado ao médico: Art. 43 Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possível doador, quando pertencente à equipe de transplante. Art. 45 Retirar órgão de doador vivo quando este for juridicamente incapaz, mesmo se houver autorização de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e regulamentados em lei. Relação entre médicos É vedado ao médico: Art. 49 Assumir condutas contráriasa movimentos legítimos da categoria médica com a finalidade de obter vantagens. Art. 50e 57Acobertar erro ou conduta antiética de médico e deixar de denunciar atos que contrariem os postulados éticos à comissão de ética da instituição em que exerce seu trabalho profissional e, se necessário, ao Conselho Regional de Medicina. Art. 51 Praticar concorrência desleal com outro médico. Art. 52 Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável. Art. 55 Deixar de informar ao substituto o quadro clínico dos pacientes sob sua responsabilidade ao ser substituído ao fim do seu turno de trabalho. Art. 56 Utilizar-se de sua posição hierárquica para impedir que seus subordinados atuem dentro dos princípios éticos. Remuneração profissional É vedado ao médico: Art. 59 Oferecer ou aceitar remuneração ou vantagens por paciente encaminhado ou recebido, bem como por atendimentos não prestados. Art. 60 Permitir a inclusão de nomes de profissionais que não participaram do ato médico para efeito de cobrança de honorários. Art. 61 Deixar de ajustar previamente com o paciente o custo estimado dos procedimentos. Art. 62 Subordinar os honorários ao resultado do tratamento ou à cura do paciente. Art. 63 Explorar o trabalho de outro médico, isoladamente ou em equipe, na condição de proprietário, sócio, dirigente ou gestor de empresas ou instituições prestadoras de serviços médicos. Art. 64 Agenciar, aliciar ou desviar, por qualquer meio, para clínica particular ou instituições de qualquer natureza, paciente atendido pelo sistema público de saúde ou dele utilizar-se para a execução de procedimentos médicos em sua clínica privada, como forma de obter vantagens pessoais. Art. 65 Cobrar honorários de paciente assistido em instituição que se destina à prestação de serviços públicos, ou receber remuneração de paciente como complemento de salário ou de honorários. Art. 66 Praticar dupla cobrança por ato médico realizado. Parágrafo único. A complementação de honorários em serviço privado pode ser cobrada quando prevista em contrato. Art. 67 Deixar de manter a integralidade do pagamento e permitir descontos ou retenção de honorários, salvo os previstos em lei, quando em função de direção ou de chefia. Art. 68 Exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, indústria farmacêutica, óptica ou qualquer organização destinada à fabricação, manipulação, promoção ou comercialização de produtos de prescrição médica, qualquer que seja sua natureza. Art. 69 Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional. Art. 71 Oferecer seus serviços profissionais como prêmio, qualquer que seja sua natureza. Art. 72 Estabelecer vínculo de qualquer natureza com empresas que anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios para procedimentos médicos. Sigilo profissional É vedado ao médico: Art. 73 Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. Art. 74 Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente. Art. 75 Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente. Art. 76 Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico de trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou de instituições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da comunidade. Art. 77 Prestar informações a empresas seguradoras sobre as circunstâncias da morte do paciente sob seus cuidados, além das contidas na declaração de óbito, salvo por expresso consentimento do seu representante legal. Documentos médicos É vedado ao médico: Art. 80 Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade. Art. 81 Atestar como forma de obter vantagens. Art. 83 Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal. Art. 84 Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta. Art. 85 Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade. Art. 87 Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente. § 1º O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa condução do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data, hora, assinatura e número de registro do médico no Conselho Regional de Medicina. § 2º O prontuário estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste o paciente. Art. 88 Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros. Art. 89 Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa. § 1º Quando requisitado judicialmente o prontuário será disponibilizado ao perito médico nomeado pelo juiz. § 2º Quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico deverá solicitar que seja observado o sigilo profissional. Auditoria e perícia médica É vedado ao médico: Art. 92 Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificação médico-legal quando não tenha realizado pessoalmente o exame. Art. 93 Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de suafamília ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado. Art. 96 Receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando na função de perito ou de auditor. Art. 98 Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuições e de sua competência. Parágrafo único. O médico tem direito a justa remuneração pela realização do exame pericial. Ensino e pesquisa médica É vedado ao médico: Art. 100 Deixar de obter aprovação de protocolo para a realização de pesquisa em seres humanos, de acordo com a legislação vigente. Art. 101 Deixar de obter do paciente ou de seu representante legal o termo de consentimento livre e esclarecido para a realização de pesquisa envolvendo seres humanos, após as devidas explicações sobre a natureza e as consequências da pesquisa. Parágrafo único. No caso do sujeito de pesquisa ser menor de idade, além do consentimento de seu representante legal, é necessário seu assentimento livre e esclarecido na medida de sua compreensão. Art. 102 Deixar de utilizar a terapêutica correta, quando seu uso estiver liberado no País. Art. 104 Deixar de manter independência profissional e científica em relação a financiadores de pesquisa médica, satisfazendo interesse comercial ou obtendo vantagens pessoais. Art. 105 Realizar pesquisa médica em sujeitos que sejam direta ou indiretamente dependentesou subordinados ao pesquisador. Art. 106 Manter vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas, envolvendo seres humanos, que usem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doença pesquisada. Art. 108 Utilizar dados, informações ou opiniões ainda não publicadas, sem referência ao seu autor ou sem sua autorização por escrito. Art. 110 Praticar a Medicina, no exercício da docência, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, sem zelar por sua dignidade e privacidade ou discriminando aqueles que negarem o consentimento solicitado. Publicidade médica É vedado ao médico: Art. 111 e 112Permitir que sua participação na divulgação de assuntos médicos, em qualquer meio de comunicação de massa, deixe de ter caráter exclusivamente de esclarecimento e educação da sociedade, ou seja, divulgar informação sobre assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico. Art. 113 Divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente. Art. 114 Consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa. Art. 115 Anunciar títulos científicos que não possa comprovar e especialidade ou área de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina. Art. 116 Participar de anúncios de empresas comerciais qualquer que seja sua natureza, valendo- se de sua profissão. Art. 118 Deixar de incluir, em anúncios profissionais de qualquer ordem, o seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. Parágrafo único. Nos anúncios de estabelecimentos de saúde devem constar o nome e o número de registro, no Conselho Regional de Medicina, do diretor técnico. Disposições gerais I - O médico portador de doença incapacitante para o exercício profissional, apurada pelo Conselho Regional de Medicina em procedimento administrativo com perícia médica, terá seu registro suspenso enquanto perdurar sua incapacidade. II - Os médicos que cometerem faltas graves previstas neste Código e cuja continuidade do exercício profissional constitua risco de danos irreparáveis ao paciente ou à sociedade poderão ter o exercício profissional suspenso mediante procedimento administrativo específico. Higienização das mãos Microbiota residente: Não é facilmente removida por escovação; Inativada por anstiséptico; Maior quantidade nas unhas; Baixa virulência e raramente causa infecção. Microbiota transitória: Curto tempo de sobrevivência; Facilmente transmitida por contato. Tipos de higienização: Simples, antisepsia, fricção antiséptica, cirúrgica. Mensuração dos sinais vitais Conceito: Indica condições de saúde do indivíduo; Temperatura, pulso, respiração e PA; Ajuda na definição da conduta médica. Quando mensurar: Em todas as consultas médicas; Na admissão hospitalar; Antes e após a administração das medicações; Manifestação de desconforto físico pelo paciente; Antes e após procedimentos invasivos. Cuidados: Abordar com calma e cuidadosamente; Adequação dos instrumentos aos pacientes; Informar ao paciente; Anotar no prontuário; Pulso/frequência cardíaca: - Expansão e contração das artérias superficiais sentidas pelos dedos que palpam (podem ser sentidas em várias partes do corpo); - Onde palpar: artéria radial, carótidas, braquial, femurais, dorsal do pé, temporal, poplítea, tibial posterior. - Analisar: Frequência, ritmo e amplitude. # Frequência: contar durante 60 segundos; valor norma de 60 a 100bpm (em crianças a frequência normal é de 120 a 130bpm). Taquicardia: emoções, exercícios físicos, medicamentos, drogas, traumas, gestação, febre, hipovolemia, hipertireoidismo... # Ritmo: sequência das pulsações; normal é quando os intervalos são iguais; irregular é quando intervalos variáveis, ora mais longos, ora mais curtos. # Amplitude: Avaliação pela sensação captada em cada pulsação; relacionada ao volume da sístole e da diástole; Intensidade com que o sangue bate na parede da artéria; Pode ser amplo, mediano ou pequeno. Pressão arterial: - Força com que o coração bombea. - Pressão sistólica: pressão sanguínea nos vasos quando o ventrículo se contrai para bombear o sangue para o resto do corpo. - Pressão diastólica: pressão sanguínea nos vasos quando o ventrículo encontra-se em diástole. - Como mensurar: Paciente sentado, pés apoiados no chão, costas ereta. Braço apoiado na mesa, na altura do coração. Braçadeira 2-3cm acima da fossa cubital. Fazer o método palpatório e escutatório. - Valor normal: até 140/90mmHg; é considero hipotenso abaixo 90/60mmHg e hipertenso acima 140/90mmHg. # Em criança, mulheres e durante o sono a PA é mais baixa. # Emoções tendem a elevar principalmente a sistólica. # Aumenta no exercício físico e discretamente durante a alimentação. Temperatura corporal: - Pode ser verificada nas regiões axilares, oral, retal. - Leitura mais baixa entre as 4 e 5 horas da manhã. - Leitura mais altas entre as 16 e 18 horas. - Mulheres têm temperaturas mais altas que homens. - Fatores que alteram: fatores emocionais, transtornos de tireóide, ambiente, ovulação, medicamento, traumas... - Terminologia: Febril (37,5 a 37, 8ºC), febre (37,8 a 38,9ºC), pirexia (39 a 40ºC), hiperpirexia (>40ºC) e hipotermia (<35ºC ). Avaliação da respiração - Frequência - número de movimentos respiratórios por minuto: em adultos 16-20 irpm; crianças 20-30 irpm; lactente 30-60 irpm. - Caráter - superficial ou profundo. - Ritmo regular ou irregular. __________________________________________________________________________________ Atividade Avaliativa - Episódio 22, 1ª Temporada Dr. House 1. Diagnosticou antes da avaliação hospitalar/anamnese e fora do ambiente hospitalar. 2. Drogou um paciente para este ir ao hospital. QUEBROU CÓDIGO DE CONSULTA MÉDICA. 3. Marcou cirurgia sem evidência da necessidade desta. 4. Invasão médica na vida pessoal do paciente sem permissão e de modo ilegal. 5. Ataques verbais pelo médico para o paciente. 6. Teste feito sem consentimento do paciente. 7. Médicos não relataram teste feito sem consentimento e participaram dele. 8. Médico trabalhando sob influência de bebida alcoólica. 9. Ele descobria algo e nem sempre falou ao paciente, e este estava em condições de ouvir. 10. Tratou o paciente tenso relações emocionais com o parente próxima/a esposa dele. OBS: Na medicina os fins não justificam os meios. __________________________________________________________________________________ Trabalho 1ª Etapa Contagem, Minas Gerais, Brasil 12 de Agosto de 2017 Querida identidade, Primeiramente, quero parabenizar ao meu futuro eu por conseguir alcançar seus objetivos e não desistir, mesmo com dificuldades. Ao dizer isso, tenho fé e confiança que sei onde quero chegar, e não cederei até alcançar meus objetivos. Não sei quais serão exatamente meus objetivos profissionais em dez anos, mas sei que, hoje, pretendo não somente ser uma profissional competente, mas que nunca esqueça o que realmente importa. Ao cursar medicina, muitos dizem "você será rica", "vai ganhar bem, ein?!" Mas tudo o que eu penso agora é em como poderei ajudar as pessoas e que a maior recompensa desse trabalho é ver um sorriso em meus pacientes. Eu sei que isso nem sempre é possível de acordo com as circunstâncias, mas sei que quero ajudá-los da melhor maneira possível, mesmo que materialmente não ganhe nada em troca. Um dos meus maiores desejos é lembrar, em dez anos, que não há nada que me alegre mais como ajudar alguém, e ao escrever isso, espero que o meu eu futuro sorria e pense "consegui". Que apesar de toda competição e faltade respeito entre e com médicos, principalmente mulheres, eu estarei trabalhando não somente para mim mesma, mas, principalmente, para os meus pacientes. Que eu tenho uma missão com eles e não posso focar em mim mesma ou julgá-los perante as circunstâncias que os conhecerei, mas sim, que eu foque na saúde, física e emocional, e no bem estar deles ao longo do percurso e tratamento. Ao mesmo tempo, penso em como me sentirei e, provavelmente, me sinto realizada ao ler essa carta e perceber que me tornei uma neurologista ou neurocirurgiã ou cardiocirurgiã. Sei que ainda não decidi o curso, mas sei que durante esses 6 anos que irei cursar de medicina, me apaixonarei mais ainda por esse curso maravilhoso, como já está acontecendo e que, independente da área, me esforçarei ao máximo. Sei também que ao escolher medicina, escolhi estudar todos os dias (o que farei realmente pelo resto da minha vida, não somente por amor, mas por ética), ser humana todos os dias, ter compaixão todos os dias. Sei que quem eu sou como pessoa sempre me guiou para esse curso e que Deus tem um propósito para a minha vida ligado a essa profissão. Já que toquei nesse assunto, devo dizer que, apesar de ouvir muitas pessoas dizerem que medicina não combina muito com espiritualidade, que corro risco de perder a fé em meu Pai ao fazer o curso, eu digo o contrário. Acredito que Deus fez o homem e o ama imensamente. Creio que um corpo tão funcional, tão perfeito e logístico, não foi feito pelo acaso. Sei que ao estudar a perfeição de cada célula, tecido, órgão, sistema, me apaixonarei mais por Deus e mais crerei na sua magnitude. O funcionamento do corpo humano, ao meu ver, mostra mais ainda o quanto Deus se importa conosco e nos tem como filhos. A ciência é construída a base de teses, que muitas vezes, são consideradas certezas quando não se tem nem 80% de certeza. Eu acredito no funcionamento do corpo humano, e de quão calculado tudo é. Mas acredito que nada é por acaso, que um único Deus nos criou para ser funcionais e capazes. Que Ele nos capacita a cada dia e que, mesmo com todas teorias, foi Ele quem criou tudo e a todos. Sei que a ciência não pode confirmar a existência de Deus, e nem procuro uma confirmação científica. Aliás, se essa existisse, o que exatamente significaria ter fé? A minha fé tem sido testada todos dias, desde muito pequena. Sei que ela não deixará de ser testada em 10 anos. Mas sei que ao estudar a obra prima de Deus, minha conexão com ele aumentará. Novamente, não sei qual o propósito de Deus em minha vida exatamente, mas sei que minha proximidade com Ele é algo que sempre esteve em mim e, com todas as manifestações dele em minha vida, não conseguiria me desapegar. É com Ele que superei momentos importantes da minha vida. Ele sempre esteve comigo ao longo do meu crescimento espiritual e vital e espero que, ao ler isso em 10 anos, eu sorria e pense "Nada mudou!" Juliana, você se lembra quando tinha apenas 16 anos, em que no meio do seu terceiro ano, você largou tudo e todos que conhecia, e foi para o Estados Unidos? Você ficou um ano fazendo intercâmbio, crescendo, sendo usada pelo Espírito de Deus para tocar a vida de pessoas, que até hoje confiam em você. Você não fez nada disso sozinha. Juliana, você lembra quando, ao voltar do intercâmbio você quase foi chamada para cursar o curso medicina várias vezes? Você lembra de como ficou frustrada até, depois de 1 ano e meio passar, finalmente, na FAMINAS? Espero que lembre o que disse antes mesmo de passar. Eu disse em uma conversa com minha mãe pelo whatsapp "Mãe, eu fico pensando em tudo que aconteceu no ano de 2017. Nunca cresci e amadureci tanto. Nunca me aconcheguei tanto a Deus e entendi realmente o que é ser filha dEle e amada por Ele." Lembre-se, que nada é por acaso. Que, ao quase passar em várias faculdades, você não poderia ficar em casa com seus pais, não teria conhecido aqueles a quem conheceu, não teria a oportunidade de estudar em uma faculdade tão bem equipada. Tenho certeza que eu estar onde estou, não foi por acaso. Confio que meu Deus me colocou aqui por uma razão, e espero poder dizer qual foi essa em dez anos. Além da minha carreira profissional, possuo objetivos pessoais que desejo atingir em uma década. Primeiramente, espero estar casada e ter um parceiro com quem conversar todos os dias. Acredito que a medicina sobrecarrega muito os profissionais formados na área. Acredito que precisarei e, ao ler essa carta, já terei alguém para contar os pontos altos e baixos do meu dia. Então, Juliana, por mais que você ame a sua profissão, lembre-se que sua vida pessoal também é importante. Para você conseguir exercer seu trabalho com vigor, você deve ter vigor, precisa estar saudável. Espero que você não tenha esquecido de cuidar de você mesma, para cuidar dos outros, mas tenha achado o ponto de equilíbrio que alguns não conseguem achar. Ache alguém, ame, viva, tenha filhos. Lembre-se dos seus anseios familiares e do quanto você os deseja. "Mantenha os pés no chão". Enfim, quem eu sou hoje não poderá ensinar muito - na verdade, praticamente nada - de medicina para quem eu serei em uma década. Mas, pode sim, como tentei fazer ao longo da carta, tentar ressaltar ou lembrar dos valores que você tem atualmente e que quis e, provavelmente, quer manter ao longo da vida. Acredito que alguns sonhos possam mudar a medida que adquiro maturidade, mas valores, majoritariamente, não. A medicina é uma profissão que se faz e constrói por meio do amor, e espero que esse sentimento apenas cresça com o passar dos anos. Que esse amor pelas pessoas apenas cative novas amizades e experiências construtivas, sendo que é você quem decide se elas serão destrutivas ou não. Não se deixe abater e lute pelos seus sonhos. Com amor, Juliana. __________________________________________________________________________________ Trabalho 2ª Etapa Logo no início do filme a personagem principal, Susanna, diz que não tem ossos em suas mãos, que é difícil ficar em lugar só, que é difícil explicar que as vezes as leis da física podem ser suspendidas e o tempo não pode ser controlado. Também é mostrado que 4 dias antes se encontrar com um psicanalista amigo da família, ela havia tomado uma garrafa de vodka com aspirina, o que quase a matou. O psicanalista a diagnóstica com a síndrome de Borderline e esquizofrenia, uma doença frequentemente associada ao borderline. A síndrome de Borderline ou transtorno de personalidade limítrofe é caracterizada por mudanças súbita de humor, sentimentos de raiva e pânico, irritabilidade que pode provocar agressividade, medo do abandono e impulsividade. Geralmente pessoas com a síndrome têm momentos estáveis que alternam com surtos psicóticos que costumam se manifestar na adolescência e se tornam mais frequentes no início da vida adulta. No início do filme, Susanna, a personagem é enviada a um hospital psiquiátrico e começa a conhecer a todos porém, não acha que deveria estar lá por não ter problemas mentais. Em um dos primeiros flashbacks de Susanna é revelado que ela dormiu com um amigo de sua mãe e em outro com o pai de um dos seus colegas de turma, Toby. Isso é considerado uma impulsividade sexual de acordo com a história da paciente. Em um dos flashbacks com Toby eles conversam sobre suicídio e Susanna está normal, calma e aparentemente feliz, porém após ele dizer que é "estúpido se matar" ela fica irritada rapidamente, o que a leva a deixá-lo. No hospital ela conhece Lisa Rowe, interpretada por Angelina Jolie, que é uma sociopata, com a qual se torna melhor amiga e começa a passar grande tempo acompanhada. Enquanto conversa com o Dr. Melvin Potts ela continua recusando que tentou se matar e que estava tentando fazer com que as coisas ruins parassem de ocorrer. Ela ainda não entende por que ela está em uma hospital psiquiátrico e reagiu agressivamente. Depois de um ano no hospital Susanna recebe a visita de Tobye ele tenta convencê-la de fugir do hospital, porém ela não vai. Ela tem medo de deixar suas amigas e diz que ela não está bem e possui sim uma doença mental, além de reconhecer que tentou cometer suicídio. Quando Lisa é mantida isolada, sem poder sair do quarto, Susanna entre em um momento de tristeza profunda e em seguida de euforia ao ser confrontada por uma enfermeira. É perceptível que Susanna depende de Lisa para estar estável. Lisa consegue ter acesso a facilidade onde Susanna está e a convence de sair do hospital, e elas vão para um bar antes de ir para a casa de Daisy, uma das meninas que costumava morar no hospital e foi liberada. Na manhã seguinte do dia em que elas chegaram a casa de Daisy, esta cometeu suicídio. Lisa foi embora e Susanna voltou ao hospital e começou a entender sua doença e a trabalhar para melhorar. Lisa volta para o hospital e Susanna conta a ela que está prestes a sair do hospital. Lisa age de maneira cruel para tentar fazer com que Susanna fique. Susanna permanece no controle e consegue fazer com que Lisa tente melhorar. Logo em seguida, Susanna é declarada como saudável e vai para casa. Durante todo o filme os sintomas citados como característicos do transtorno de personalidade Borderline foram percebidos no filmes.
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