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K Bromberg - Trilogia Driven 03 - Colidindo (Talionis)

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1 
Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
TTTT 
 
ColidindoColidindoColidindoColidindo 
Trilogia Driven 03 
K. Bromberg 
 
Quando a vida desaba ao nosso redor, o quanto estamos dispostos a lutar pela única coisa que 
não podemos viver sem, um ao outro? 
A vida é cheia de momentos. 
Grandes momentos. 
Pequenos momentos. 
E nenhum deles é irrelevante. 
Cada momento prepara você para aquele instante que define a sua vida. Você tem que superar 
todos os seus medos, enfrentar os demônios que o perseguem e limpar o veneno que se apega a sua 
alma ou você corre o risco de perder tudo. 
 
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2 
Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
TTTT 
O meu começou no minuto que Rylee caiu fora daquele maldito armário de armazenamento. 
Ela me fez sentir. Me fez inteiro quando tudo o que pensei que poderia algum dia ser incompleto. 
Tornou-se a tábua de salvação que nunca soube que precisava. Inferno, sim, ela vale a pena a luta... 
mas como você luta por alguém que você sabe que não merece? 
O amor é cheio de altos e baixos. 
Altos de parar o coração. 
Baixos de quebrar a alma. 
E nenhum deles é insignificante. 
O amor é uma pista de corrida de inesperadas curvas e voltas, que devem ser negociadas. 
Você tem que quebrar paredes, aprender a confiar, e se curar de seu passado, a fim de ganhar. Mas 
às vezes é a expectativa que é o mais difícil de segurar. 
 
Colton me curou e me completou, roubou meu coração, e me fez perceber que o nosso amor 
não é previsível, nem perfeito, ele é dobrado. E dobrado está bem. Mas quando fatores externos 
colocam o nosso relacionamento em teste, quanto longe vou ter que ir para provar que ele vale a 
pena à luta? 
Quem disse que o amor é paciente e o amor é gentil, nunca conheceu a nós dois. Sabemos que 
o nosso amor vale a pena, temos conhecimento que nós somos destinados a ser, mas quando nosso 
passado colidiu com o nosso futuro, as repercussões nos fazem mais fortes ou nos faz separar? 
 
Para a mamãe e o papai 
Obrigada por me ensinar que a vida não é sobre como você sobrevive à tempestade, mas sim 
como você dança na chuva. 
E eu finalmente estou dançando... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Traduzido e Revisado do Inglês 
Envio do arquivo e Revisão Inicial: Andrea G 
Revisão Final: Cris Reinbold 
Formatação: Cleusa 
Imagem: Elica 
Talionis 
 
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Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
TTTT 
Comentário Cris Reinbold: 
 
 Eu corro você... 
 
 Ele corre do passado... 
 Ele corre para o futuro... 
 Ela corre de suas inseguranças... 
 Ela corre para sua verdade... 
 Eles correm das dificuldades... 
 Eles corem para a felicidade... 
 
 E juntos... Eles se correm... 
 
 
 
PrólogoPrólogoPrólogoPrólogo 
 
COLTON 
 
Thwack. Thwack. Thwack. 
A dor ressoando na minha cabeça pulsa com o som agredindo meus ouvidos. 
Thwack. Thwack. Thwack. 
Há tanto som alto, um zumbido de ruído branco, ainda é assustadoramente tranquilo porra. 
Tranquilo, exceto por aquele maldito som thwack. 
Que diabos é isso? 
Por que diabos é tão quente, tão quente, que posso ver o calor vindo em ondas fora do 
asfalto, mas tudo o que sinto é frio? 
Filho da puta! 
Alguma coisa para a direita de mim me chama a atenção, metal mutilado, pneus 
estourados, peles rasgadas em pedaços e tudo o que posso fazer é olhar. Becks vai me estrangular 
por foder o carro. Rasgar-me em pedaços assim como o meu carro espalhado por toda a pista. Que 
diabo aconteceu? 
Um fio de inquietação dança na base da minha espinha. 
Meu batimento cardíaco acelera. 
Confusão pisca nas bordas distantes do meu subconsciente. Fecho meus olhos para tentar 
empurrar para trás o barulho que de repente está tocando percussão nos meus pensamentos. 
Pensamentos que não consigo compreender. Eles se infiltram em minha mente como areia por entre 
os dedos. 
Thwack. Thwack. Thwack. 
 
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4 
Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
TTTT 
Abro os olhos para tentar encontrar aquele som maldito que está aumentando a pressão 
para a dor... 
Prazer... para enterrar a dor... 
Essas palavras sussurram em minha mente, e balanço a cabeça para tentar entender o que 
está acontecendo quando o vejo: cabelo escuro na necessidade de um corte, mãozinhas minúsculas 
segurando um helicóptero de plástico; um band-aid do homem aranha em volta do seu dedo 
indicador que está girando os rotores de mentira. 
Homem-Aranha. Batman. Super Homem. Homem de Ferro. 
—Thwack. Thwack. Thwack, — diz ele na mais suave das vozes. 
Então, por que soa tão alto? Olhos grandes olham para mim através de cílios grossos, 
inocência personificada naquela simples graça de verde. Seu dedo vacila no rotor quando seus olhos 
encontram os meus, inclinando a cabeça para mim estudando atentamente. 
—Olá, — digo, o silêncio ensurdecedor reverberando através do espaço entre nós. 
Alguma coisa está fora. 
Completamente não certa, porra. 
Apreensão ressurge. 
Pistas desconhecidas girando em torno de minha mente. 
Confusão sufoca. 
Seus olhos verdes me consumem. 
A ansiedade se dissipa quando um sorriso lento se enrola no canto de sua boca pequena, 
suja de terra, uma covinha solitária piscando para o seu lado. 
—Eu não deveria falar com estranhos, — diz ele, endireitando as costas um pouco, 
tentando agir como o grande garoto que quer ser. 
—Essa é uma boa regra. Será que sua mãe te ensinou isso? 
Por que ele parece tão familiar? 
Ele encolhe os ombros com indiferença. Seu olhar corre sobre cada centímetro meu e, em 
seguida, voltam a encontrar o meu olhar. Eles piscam para algo sobre o meu ombro, mas por 
alguma razão fodida, não consigo arrastar meus olhos dele para olhar. Não é só que ele é o maldito 
garoto mais bonito que já vi... Não, é que ele tem essa atração em mim que não consigo quebrar. 
Uma pequena linha enruga na testa quando ele olha para baixo e pego em outro band-aid 
de super-herói, mal cobrindo o grande arranhão no joelho. 
Homem-Aranha. Batman. Super Homem. Homem de Ferro. 
Cale a boca! Quero gritar com os demônios na minha cabeça. Eles não têm o direito de 
estar aqui... não há razão para pulular em torno deste menino doce de olhar, e ainda assim, 
 
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Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
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continuam rodando como um carrossel. Como o meu carro deveria estar ao redor da pista no 
momento. 
Então por que estou dando um passo em direção a este menino polarizante, em vez de me 
preparar para o racionamento de merda, que Becks vai vomitando em mim, e pela aparência do meu 
carro, que, obviamente, mereço? 
E, no entanto ainda não consigo resistir. 
Eu dou mais um passo em direção a ele, lento e deliberado em meus movimentos, como 
sou com os meninos na Casa. 
Os meninos. 
Rylee. 
Preciso vê-la. 
Não quero mais ficar sozinho. 
Eu preciso senti-la. 
Não quero mais estar quebrado. 
Por que estou nadando num mar de confusão? E ainda assim, dou mais um passo em meio 
à neblina em direção a este raio inesperado da luz. 
Seja minha faísca. 
—Esse é um muito ruim? Que você tem aí... 
Ele bufa. É tão fodidamente adorável ver este pequeno garoto com um rosto sério, nariz 
amassado tão repleto de sardas, olhando para mim como se estivesse faltando alguma coisa. 
—Obrigado, Capitão Óbvio! 
E uma boca espertinha sobre ele também. Meu tipo de garoto. Sufoco uma risada quando 
ele olha para trás por cima do meuombro novamente, pela terceira vez. Começo a virar para ver o 
que ele está olhando para quando sua voz me para. —Você está bem? 
Huh? —O que você quer dizer? 
—Você está bem? — Ele pergunta novamente. —Você parece meio quebrado. 
—O que você está falando? — Eu dou mais um passo em direção a ele. Meus pensamentos 
fugazes misturados com a sobriedade de seu tom de voz e a preocupação em seu rosto estão 
começando a me enervar. 
—Bem, você parece quebrado para mim, — ele sussurra enquanto seu dedo enrola no 
band-aid e vira a hélice novamente — thwack, thwack, thwack — antes de acenar para cima e para 
baixo do meu corpo. 
Ansiedade rasteja acima da minha espinha até que olho para baixo em meu traje de corrida 
para encontrá-lo intacto, minhas mãos dando tapinhas para cima e para baixo para acalmar o 
 
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Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
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sentimento. — Não. — As palavras saem correndo. — Estou bem, amigo. Veja? Nada há de errado, 
— digo, suspirando uma respiração rápida de alívio. O filho da puta me assustou por um segundo. 
— Não, seu bobo, — diz ele com um rolar de seus olhos e uma bufada de ar antes de 
apontar por cima do meu ombro. — Olha. Você está quebrado. 
Viro, a simplicidade calma de seu tom de voz me confundindo, e olho atrás de mim. 
Meu coração para. 
Thwack. 
Minha respiração estrangula no meu peito. 
Thwack. 
Meu corpo congela. 
Thwack. 
Pisco meus olhos mais e mais, tentando afastar as imagens na minha frente. A visão 
permeando através de uma névoa viscosa. 
Homem-Aranha. Batman. Super Homem. Homem de Ferro. 
Foda-se. Não. Não. Não. Não. 
— Veja, — a sua voz angelical diz ao meu lado. — Eu disse a você. 
Não. Não. Não. Não. 
O ar finalmente dá um soco em meus pulmões. Forço um trago na minha garganta que 
parece uma lixa. 
Sei que vejo isso o caos diante dos meus olhos mas como é possível? Como estou aqui e 
ali? 
Thwack. Thwack. Thwack. 
Tento me mover. Fodidamente correr! Para chamar a atenção deles para dizer que estou 
aqui que estou bem mas meus pés não vão ouvir o pânico ricocheteando no meu cérebro. 
Não. Eu não estou lá. Apenas aqui. Sei que estou bem sei que estou vivo porque posso 
sentir a minha respiração parar no meu peito quando dou um passo à frente para ter um olhar mais 
atento. Dedos do medo ardem o meu couro cabeludo, porque o que vejo... não pode ser... não é 
apenas fodidamente possível. 
Homem-Aranha. Batman. Super Homem. Homem de Ferro. 
O zumbido suave do motosserra me puxa do meu estado pronto para raiva quando a equipe 
médica corta o capacete do piloto no centro. No minuto em que divide em pedaços, minha cabeça 
parece que explode. Eu caio de joelhos, a dor tão excruciante, que tudo o que posso fazer é levantar 
minhas mãos para segurá-la. Tenho que olhar para cima. Tenho que ver quem estava no meu carro. 
De quem, filho da puta, esse traseiro, mas não posso. Dói muito malditamente, muito. 
 
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Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
TTTT 
... Gostaria de saber se há dor quando você morre... 
Sacudo com a sensação de sua mão no meu ombro... mas no minuto em que repousa lá, a 
dor deixa de existir. 
Mas que... ? Sei que tenho que olhar. Tenho que ver por mim mesmo quem está no carro, 
mesmo que no final sei a verdade. Lembranças desconexas quebram e cintila pela minha mente, 
assim como pedaços de um espelho estilhaçado naquele fodido bar vagabundo. 
Humpty fodido Dumpty.1 
Medo serpenteia pela minha espinha, toma conta, e reverbera por mim. Simplesmente não 
posso fazer. Não posso olhar para cima. Não seja um maricas, Donavan. Em vez disso, olho para a 
minha direita em seus olhos, a calma inesperada nesta tempestade. —Isso é...? Sou eu...? — 
Pergunto ao menino quando a respiração obstrui a garganta, apreensão sobre a resposta segura 
minha voz refém. 
Ele só olha para mim, olhos claros, rosto sério, os lábios franzidos, sardas dançando antes 
de apertar meu ombro. — O que você acha? 
Quero balançar uma fodida resposta, mas sei que não vou. Não posso. Com ele aqui ao 
meu lado, em meio a este caos girando, nunca me senti mais em paz e, ao mesmo tempo, mais com 
medo. 
Forço meus olhos do seu rosto sereno a olhar para trás, a cena na minha frente. Sinto que 
estou num caleidoscópio de imagens irregulares enquanto pego o rosto, o meu fodido rosto na 
maca. 
Meu coração bate. Estala. Para. Morre. 
Homem-Aranha. 
Pele cinzenta. Olhos inchados, machucados, e fechados. Lábios frouxos e pálidos. 
Batman. 
Devastação se rende, o desespero consome, a vida estala, e ainda assim a minha alma se 
agarra. 
Super Homem. 
— Não! — Eu grito no topo dos meus pulmões até que minha voz fica rouca. Ninguém se 
vira. Ninguém me ouve. Cada fodida pessoa é indiferente meu corpo e os médicos. 
Homem de Ferro. 
 
1 Humpty Dumpty é um personagem de uma rima enigmática infantil de Mamãe Gansa na Inglaterra muito conhecido 
no mundo anglófono. Ele é retratado como um ovo antropomórfico, com rosto, braços e pernas. Este personagem 
aparece em muitas obras literárias, como Alice Através do Espelho de Lewis Carroll, e também nas histórias em 
quadrinhos, como na revista Fábulas da Vertigo/DC Comics. 
 
 
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Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
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O corpo na maca, meu corpo, salta quando alguém sobe na maca e começa compressões no 
meu peito. Alguém prende o colar cervical. Levanta minhas pálpebras e verifica minhas pupilas. 
Thwack. 
Rostos desconfiados. Olhos derrotados. Movimentos de rotina. 
Thwack. 
— Não! — Eu grito novamente, o pânico reinando dentro de cada grama de mim. — Não! 
Estou bem aqui! Bem aqui! Estou bem. 
Thwack. 
Lágrimas caem. Descrença engasga. Possibilidades desaparecem. Esperança implode. 
Minha vida desfoca. 
Meus olhos se concentram em minha mão pendurada, flácida e sem vida fora da maca uma 
única gota de sangue lentamente fazendo o seu caminho até a ponta do meu dedo, antes de outra 
compressão no meu peito sacudi-la para pingar no chão abaixo. Concentro-me naquele fio de 
sangue, incapaz de olhar de volta em minha cara. Eu não aguento mais. 
Não posso ficar vendo a vida drenar de mim. Não posso ficar com o medo que se arrasta 
em meu coração, o desconhecido que escorre no meu subconsciente, e o frio que começa a infiltrar-
se em minha alma. 
— Ajude-me! — me viro para o menino tão familiar, mas tão desconhecido. —Por favor, 
— imploro, um sussurro suplicante, com toda a vida que tenho em mim. —Eu não estou pronto 
para... — Não posso terminar a frase. Se fizer isso, então estou aceitando o que está acontecendo na 
maca diante de mim — o que o seu lugar ao meu lado significa. 
— Não? — ele pergunta. Uma única palavra, mas a mais importante da minha fodida vida. 
Fico olhando para ele, consumido por aquilo que está nas profundezas de seus olhos, a 
compreensão, aceitação, reconhecimento e tanto quanto não quero deixar o sentimento que tenho 
por ele, a questão que ele está me perguntando para escolher a vida ou morte é a decisão mais fácil 
que já tive de fazer. 
E, no entanto, a decisão de viver voltar e provar como no fodido inferno, mereço ser dada 
essa chance significa que vou ter que deixar o seu rostinho angelical e a serenidade que sua 
presença traz à minha alma de outra forma perturbada. 
— Será que vou te ver de novo? — Não tenho certeza de onde a pergunta vem, mas ela cai 
fora antes que possa parar. Prendo a respiração esperando por sua resposta, querendo ambos, um 
sim e um não. 
Ele inclina a cabeça para o lado e sorri. — Se está nas cartas. 
 
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Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
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Cartas fodidasde quem? Eu quero gritar com ele. De Deus? Do Diabo? Minhas? Carta 
fodidas de quem? Mas tudo o que posso dizer é: — As cartas? 
— Sim, — ele responde com uma pequena sacudida de sua cabeça enquanto olha para o 
seu helicóptero e de volta para mim. 
Thwack. Thwack. Thwack. 
O som torna-se mais alto agora, abafando todo o ruído em torno de mim, e mesmo assim, 
ainda posso o ouvir fazer sua respiração. Ainda ouvir as batidas do meu coração nos meus 
tímpanos. 
Ainda posso sentir o suspiro de paz que envolve em torno de meu corpo como um sussurro 
quando ele coloca sua mão no meu ombro. 
De repente vejo o helicóptero Life Flight no campo interno, o som incessante dos rotores 
Thwack, thwack, thwack uma vez que esperam por mim. A maca desvia para frente quando eles 
começam a mover-se rapidamente em direção a ele. 
— Você não vai? — Ele me pergunta. 
Trabalho um gole na minha garganta enquanto olho para ele e dou um sutil, resignado 
aceno de cabeça. — Sim... — É quase um sussurro, o medo do desconhecido pesado no meu tom. 
Homem-Aranha. Batman. Super Homem. Homem de Ferro. 
— Hei, — diz ele, e meus olhos voltam ao foco em seu fodido rosto perfeito. Ele aponta de 
volta para a atividade atrás de mim. — Parece que os seus super-heróis vieram desta vez depois de 
tudo. 
Eu giro ao redor, o coração alojado na garganta e a confusão se intrometendo com a minha 
lógica. Não vejo isso em primeiro lugar, o piloto volta para mim, ajudando a carregar minha maca 
na ambulância aérea, mas quando ele se vira para pular no assento do piloto e pega a alavanca de 
controle, está claro como o dia. 
Meu coração para. 
E começa. 
Um suspiro de alívio hesitante treme através da minha alma. 
O capacete do piloto está pintado. 
Vermelho. 
Com linhas pretas. 
O sinal de chamada do Homem Aranha estampado na frente dele. 
O pequeno menino em mim se alegra. O homem crescido em mim cede com alívio. 
Volto para dizer adeus ao menino, mas ele está longe de ser encontrado. Como no inferno 
ele sabia sobre os super-heróis? Olho ao redor por ele, precisando da resposta mas ele se foi. 
 
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Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
TTTT 
Estou sozinho. 
Todo sozinho, exceto pelo conforto de quem esperei a vida inteira para chegar. 
Minha decisão tomada. 
Os super-heróis finalmente chegaram. 
 
 
Capítulo UCapítulo UCapítulo UCapítulo Ummmm 
 
Dormência se infiltra lentamente pelo meu corpo. Não posso me mover, não posso pensar, 
não posso suportar puxar os meus olhos do carro mutilado na pista. Se eu olhar para qualquer outro 
lugar, então tudo isso vai ser real. O helicóptero voando para cima realmente vai carregar o corpo 
quebrado do homem que amo. 
O homem que preciso. 
O homem que não posso perder. 
Fecho meus olhos e apenas ouço, mas não consigo ouvir nada. A única coisa nos meus 
ouvidos são as batidas do meu pulso. A única coisa além da escuridão que meus olhos veem que 
meu coração sente são as imagens estilhaçadas na minha mente. Max derretendo em Colton e 
Colton desaparecendo de volta para Max. Memórias que fazem a esperança que estou segurando, 
como uma tábua de salvação, tremular e irromper em chamas antes de morrer, como a escuridão 
sufocando a luz em minha alma. 
Eu corro você, Ryles. Sua voz tão forte e inabalável enche minha cabeça e depois se 
dissipa, brilhando em minha mente como papel picado. 
Eu dobro, desejando que as lágrimas sufocantes venham ou uma centelha de fogo dentro 
de mim, mas não acontece nada, apenas o chumbo caindo através da minha alma e me pesando para 
baixo. 
Forço-me a respirar enquanto tento enganar minha mente para acreditar que os últimos 22 
minutos nunca aconteceram. Que o carro nunca virou e fez uma pirueta no ar cheio de fumaça. Que 
o metal do carro não foi cortado pelos médicos de rostos sombrios, para livrar o corpo sem vida de 
Colton. 
Nós nunca fizemos amor. O único pensamento voa pela minha cabeça. Nós nunca tivemos 
a chance de correr depois que ele finalmente me disse às palavras que precisava ouvir e que ele 
finalmente aceitou, admitiu, e sentiu por ele mesmo. 
 
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11 
Colidindo 
K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
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Só quero voltar no tempo e voltar para a suíte quando estávamos envolvidos nos braços um 
do outro. Quando estávamos conectados vestidos demais e pouco vestidos mas à visão horrível do 
carro mutilado não vai permitir isso. Elas marcaram a minha memória tão horrivelmente por uma 
segunda vez, que não é possível para a minha esperança escapar ilesa. 
— Ry, não estou indo muito bem aqui. — São palavras de Max se infiltrando em minha 
mente, mas é a voz de Colton. É Colton me avisando o que está por vir. O que eu já vivi uma vez na 
minha vida. 
Oh, Deus. Por favor, não. Por favor, não. 
Meu coração torce. 
Minha determinação vacila. 
Imagens filtram em câmera lenta. 
— Rylee, preciso que você se concentre. Olhe para mim! — Palavras de Max novamente. 
Começo a ceder, meu corpo cedendo como a minha esperança, mas braços fecham ao redor de mim 
e me dão uma sacudida. 
— Olhe para mim! — Não, não é Max. Não Colton. É Becks. Acho isso dentro de mim 
mesma para me concentrar e encontrar seus olhos piscina de azul emoldurada pelo súbito 
aparecimento de linhas em seus cantos. Eu vejo o medo nelas. — Precisamos ir ao hospital agora, 
ok? — Sua voz é suave, mas severa. Ele parece pensar que se falar comigo como uma criança não 
vou quebrar nos milhões de pedaços que a minha alma já está quebrada. 
Não posso engolir a areia na minha garganta para falar, então ele me dá outra sacudida. Fui 
roubada de todas as emoções, menos o medo. Aceno com a cabeça, mas não faço qualquer outro 
movimento. É totalmente silencioso. Há dezenas de milhares de pessoas nas arquibancadas em 
torno de nós, e mesmo assim ninguém está falando. Seus olhos estão focados na equipe de limpeza 
e o que resta dos vários carros na pista. 
Esforço-me para ouvir um som. Para sentir um sinal de vida. Nada além de silêncio 
absoluto. 
Sinto o braço de Becks ir ao meu redor, me apoiando enquanto nos dirige para fora da torre 
na fileira dos boxes, descendo os degraus e na direção da porta aberta de uma van esperando. Ele 
empurra suavemente as minhas costas para me incitar a entrar como se eu fosse uma criança. 
Beckett chega ao meu lado no banco e empurra minha bolsa e meu celular em minhas 
mãos enquanto aperta o próprio cinto e, em seguida, diz: —Vá. 
A van acelera para frente, me empurrando quando passa no circuito interno. Olho para fora 
quando começamos a descer o túnel, e tudo o que vejo são carros Indy espalhados sobre a pista 
completamente imóveis. Lápides coloridas num cemitério tranquilo de asfalto. 
 
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K. Bromberg 
Trilogia Driven 03 
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— Bater, bater, queimar... — A letra da canção flutua dos alto-falantes e no silêncio letal 
da van. Minha mente em branco processa lentamente. 
— Desligue isso! — Eu grito com apavorada compostura, enquanto minhas mãos 
empunham e dentes cerram, enquanto as palavras incorporam-se na realidade que estou sem sucesso 
tentando bloquear. 
Histeria vem à superfície. 
— Zander, — sussurro. —Zander tem uma consulta com o dentista na terça-feira. Ricky 
precisa de novas chuteiras. Aiden tem aulas com início na quinta-feira e Jax não colocou no 
calendário. — Olho para cima para encontrar os olhos de Beckett treinados nos meus. Na minha 
periferia noto alguns dos outros da equipe sentados atrás de nós, mas não sei como eles chegaram 
lá. 
Borbulha. 
— Beckett, preciso do meu telefone. Dane vai esquecer e Zander realmente precisa ir ao 
dentista, e Scooter ne... 
— Rylee, — diz ele em um tom uniforme, mas apenas balanço minha cabeça. 
— Não! — Eu grito. —Não! Preciso do meu telefone.— Começo a desfazer o cinto de 
segurança, tão nervosa que nem sequer percebo que está na minha mão. Tento correr por cima dele 
para alcançar a porta e correr da van em movimento. Beckett luta para envolver seus braços ao meu 
redor para me impedir de abri-la. 
Transborda. 
— Deixe me ir! — Eu luto contra ele. Contorço-me e empurro, mas ele consegue com 
sucesso me conter. 
— Rylee, — diz ele de novo, e o tom quebrado da sua voz combina com o sentimento em 
meu coração, tomando a luta fora de mim. 
Entro em colapso no banco, mas Beckett me mantém puxada contra ele, nossa respiração 
ofegante. Ele pega a minha mão e aperta com força, a única mostra de desespero em seu rosto 
impassível, mas eu nem sequer tenho os meios para apertá-lo de volta. 
O mundo lá fora borrado, mas o meu parou. Está deitado numa maca em algum lugar. 
— Eu o amo, Beckett, — finalmente sussurro. 
Estou sendo levada pelo medo... 
— Eu sei, — diz ele, exalando um suspiro trêmulo e beija a coroa da minha cabeça. 
— Eu também. 
... Alimentada com desespero... 
 
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Colidindo 
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Trilogia Driven 03 
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— Eu não posso perdê-lo. — As palavras são quase inaudíveis, como se dizendo vão fazer 
isso acontecer. 
... Colidindo com o desconhecido.2 
— Nem eu. 
 
*** 
O assobio das portas elétricas para a sala de emergência é paralisante. Congelo com o 
barulho. 
Memórias assombrando cintilam a partir do som, e o branco angelical dos corredores me 
trazem tudo, menos paz calmante. É estranho para mim que a apresentação das lâmpadas 
fluorescentes no teto são o que cintilam pela minha mente o meu único foco possível porque minha 
maca foi levada às pressas pelo corredor o jargão médico treinado entre médicos rapidamente, 
opiniões incoerentes misturadas, e o tempo todo o meu coração implorando por Max, pelo meu 
bebê, por esperança. 
— Ry? — A voz de Beckett me puxa do pânico estrangulando minha garganta, a partir das 
memórias sufocando o meu progresso. —Você pode andar? 
A suavidade de seu tom lava sobre mim, um bálsamo para minha ferida aberta. Tudo o que 
quero fazer é chorar no conforto de sua voz. As lágrimas obstruem minha garganta e queimam os 
meus olhos e ainda assim nunca além. Nunca caem. 
Respiro me fortalecendo e faço meus pés se moverem. Beckett coloca o braço em volta da 
minha cintura e me ajuda com o primeiro passo. 
O rosto do médico pisca pela minha mente. Estoico. Sem emoção. Balançando a cabeça 
para trás e para frente. Desculpas em seus olhos. Derrota em sua postura. Lembrando como queria 
fechar os olhos e escapar para sempre também. As palavras — Sinto muito — caindo de seus 
lábios. 
Não. Não. Não. Não posso ouvir essas palavras de novo. Não posso ouvir alguém me 
dizendo que perdi Colton, especialmente quando acabamos de encontrar um ao outro. 
Mantenho a minha cabeça para baixo. Conto os ladrilhos laminados no chão enquanto 
Becks me leva para a sala de espera. Acho que ele está falando comigo. Ou com uma enfermeira? 
Não tenho certeza porque não posso me concentrar em qualquer coisa, mas empurrar as lembranças 
 
2 Este trecho é muito legal porque a autora usa o título de cada livro da série para compor as frases: I’m driven by 
fear… … Fueled with desperation… … Crashed into the unknown. 
 
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para fora. Empurrar o desespero, então talvez apenas um pedaço de esperança possa se infiltrar em 
seu lugar desocupado. 
Sento-me numa cadeira ao lado de Beckett e entorpecida olho para o telefone 
constantemente vibrando na minha mão. Há textos intermináveis e chamadas de Haddie, aquelas 
que não posso nem pensar em responder, embora saiba que ela está preocupada. É apenas muito 
esforço, agora, muito tudo. 
Ouço o barulho de sapatos no linóleo quando os outros se apresentam atrás de nós, mas me 
concentro no livro infantil sobre a mesa na minha frente. A revista do Homem Aranha. Minha 
mente divaga, obcecada, concentrada. Colton estava com medo? Será que ele sabia o que estava 
acontecendo? Ele fez aquele cântico quando ele conversou com Zander? 
O pensamento só me quebra e ainda assim as lágrimas não vêm. 
Vejo botas cirúrgicas na minha periferia. Ouço Beckett sendo abordado. 
— O especialista precisa saber exatamente como o impacto foi de modo a conhecer melhor 
as circunstâncias. Tentamos pegar um replay, mas ABC interrompeu a exibição. — Não, não, não. 
Palavras gritam e ecoam na minha cabeça e ainda me sufocam em silêncio. — Me disseram que 
você seria a pessoa que provavelmente sabe. 
Beckett se desloca ao meu lado. Sua voz é tão cheia de emoção quando começa a falar 
quando escavo meus dedos em minhas coxas. Ele limpa a garganta. —Ele bateu na catch fence3 
invertida... eu acho. Estou tentando fazer a imagem. Espere um pouco. — Ele deixa cair à cabeça 
entre as mãos, esfrega os dedos sobre sua têmpora, e suspira enquanto tenta reunir seus 
pensamentos. —Sim. O carro estava de cabeça para baixo. O spoiler4 bateu a parte superior da catch 
fence com o bico próximo ao solo. A parte mediana contra a barreira de concreto. O carro se 
desintegrou em torno de sua cápsula. 
O suspiro coletivo de milhares de pessoas, em resposta ainda ressoa em meus ouvidos. 
—Existe alguma coisa que você pode nos dizer? — Beckett pergunta a enfermeira. 
O ruído inconfundível de metal dando motivos de força. 
— Não agora. Ele ainda está nas fases iniciais e estamos tentando avaliar tudo... 
— Será que ele vai estar... 
— Nós vamos dar uma atualização o mais rápido que pudermos. 
O cheiro de borracha queimada no asfalto oleoso. 
 
3 Catch fence – uma série de tela de arame usado para desacelerar de carros de controle para baixo. É comum em pistas 
curtas americanas. 
4 Spoiler: Nome dado à uma peça na dianteira baixa do carro, cuja função é aumentar a aderência na parte frontal do 
carro. 
 
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Sapatos rangem novamente. Vozes murmuram. Beckett suspira e esfrega as mãos sobre o 
rosto antes dos dedos trêmulos alcançarem mais e puxar a mão segurando a minha perna livre e 
apertando na sua. 
O pneu solitário rolando pela grama e saltando contra a barreira do circuito. 
Por favor, me dê um sinal, imploro em silêncio. Algo. Qualquer coisa. Uma pequena coisa 
para me dizer para agarrar a esperança que está escorregando pelos meus dedos. 
Celulares tocando ecoam nas paredes estéreis da sala de espera. Mais e mais. Como os 
sinais sonoros dos equipamentos de suporte à vida, que filtram na sala de espera. Cada vez que um 
silencia, uma pequena parte de mim faz também. 
Ouço o engate da respiração de Beck um momento antes dele emitir um soluço 
estrangulado que me atinge como um furacão, rasgando o saco de papel que preservo a minha 
determinação e fé. 
Tão duro quanto ele tenta afastar o ataque de lágrimas que o ameaçam, ele é mal sucedido. 
A dor escapa e corre pelo seu rosto em silêncio, e isso me mata, o homem que tem sido a força para 
mim está agora desmoronando. Aperto meus olhos fechados e tento, eu mesma, ficar forte para 
Beckett, mas tudo o que continuo a ouvir são suas palavras para mim ontem à noite. 
Balanço a cabeça para trás e para frente numa descrença apavorada. — Sinto muito, — 
sussurro. — Estou tão, tão triste. Isso é tudo culpa minha. 
Beckett abaixa a cabeça momentaneamente antes de limpar os olhos com as palmas das 
suas mãos. E o gesto afastando lágrimas como uma criança faz quando envergonhada torce o meu 
coração ainda mais. 
Não posso ajudar o pânico que tremula quando percebo que sou a razão que Colton está 
aqui. Eu o empurrei e não acrediteinele o deixei cansado na noite antes de uma corrida e tudo 
porque fui teimosa e medrosa. — Eu fiz isso com ele. — As palavras me matam. Rasgam a minha 
alma para longe. 
Beckett ergue os olhos vermelhos de suas mãos. — O que você está falando? — Ele se 
inclina para perto, seus olhos azuis em conflito procurando os meus. 
— Tudo... — Minha respiração engata e eu paro. — Eu mexi com a cabeça dele nos 
últimos dois dias, e você me disse que se eu fizesse, era sobre mim... 
— Ryl... 
— E eu briguei com ele e o deixei e ficamos acordados até tão tarde e eu o coloquei no 
carro cansado e... 
— Rylee, — finalmente consegue, num tom áspero. Eu só fico balançando a cabeça para 
ele, os olhos ardendo, emoções sobrecarregando. — Isso não é culpa sua. — Salto quando ele 
 
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coloca os braços a minha volta e me puxa para ele. Empunho minhas mãos na frente de seu traje de 
fogo, o grosso tecido áspero contra minha bochecha. — Foi um acidente. Ele dirigiu para isso cego. 
Isso é corrida. Não é culpa sua. — Sua voz falha e cai em ouvidos surdos. Seus braços estão ao meu 
redor, me prendendo, e claustrofobia ameaça. Garras asfixiam. 
Levanto de repente, a necessidade de me mover, para liberar o mal-estar limpando minha 
alma. Ando até o final da sala de espera e volto. Em minha segunda passagem o garotinho na 
cadeira do canto sai de sua cadeira para pegar um lápis. As luzes piscam em seus sapatos vermelhos 
e pegam a minha atenção. Estreito meus olhos para olhar mais de perto, para tomar o triângulo 
invertido com o S no centro. 
Super Homem. 
O nome uma pluma através de meu subconsciente, mas a minha atenção é atraída para a 
televisão quando alguém muda de canal. Ouço o nome de Colton e respiro, com medo de olhar, mas 
querendo ver o que eles estão mostrando. 
Parece que toda a sala se levanta e se move coletivamente. Uma massa de trajes de 
incêndio vermelho, rostos conflituosos com emoção, o foco na tela. O locutor diz que houve um 
acidente que interrompeu a ação por mais de uma hora. A tela pisca para a imagem da nuvem de 
fumaça e carros caindo um no outro. 
O ângulo é diferente do que o nosso era na pista e somos capazes de ver mais, mas quando 
o carro de Colton vem para a curva, à transmissão corta as imagens. Todos os ombros ao redor da 
televisão afundam quando a equipe percebe que o que estavam antecipando ansiosamente não será 
mostrado. O segmento termina com o locutor dizendo que ele está sendo tratado no Bayfront. 
Eu vejo o corpo sem vida de Colton na maca, Max do meu lado em seu assento. As 
semelhanças entre a situação batem o vento fora de mim, à dor sem fim. Memórias colidindo. 
Viro-me para ver os Westins entrar na sala de espera. A mãe régia e imponente de Colton 
parece pálida e perturbada. Engulo o caroço na minha garganta, incapaz de tirar os olhos da visão 
deles. Andy a apoia gentilmente, orientando-a a sentar-se quando Quinlan agarra sua outra mão. 
Beckett está ao seu lado num flash com os braços envolvidos em torno de Dorothea e 
depois em Quinlan em abraços rápidos, mas significativos. Andy alcança e agarra Beckett num 
abraço mais longo, repleto, de cortar o coração de desespero. Ouço um soluço sufocado e quase 
rompo com esse som. 
Assistindo toda a cena se desenrolar provoca lembranças piscando na minha mente do 
funeral de Max. Um caixão rosa em miniatura colocado em cima de um caixão preto de tamanho 
normal, ambos cobertos de rosas vermelhas, me faz lembrar-se das palavras que não posso ouvir 
novamente: das cinzas as cinzas, do pó ao pó. Faz-me lembrar dos abraços vazios, ocos, que não 
 
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fazem nada para o conforto. Os que deixam você sentir-se mais sensibilizada, crua, quando você já 
foi raspada para o núcleo. 
Começo a andar de novo em meio a murmúrios abafados de quanto tempo até que haja 
uma atualização? Rostos geralmente tão fortes e enérgicos estão gravados com linhas de 
preocupação. E quando os meus pés param estou olhando para os olhos de Andy e Dorothea. 
Nós apenas olhamos uns aos outros, rostos espelhos de descrença e angústia uns dos 
outros, até que Dorothea alcança a mão trêmula para a minha. — Eu não sei o que... Eu sinto 
muito... — Balanço minha cabeça para trás e para frente quando as palavras me escapam. 
— Nós sabemos, querida, — diz ela enquanto me puxa em seus braços e se agarra a mim, 
nós duas nos abraçando. —Nós sabemos. 
— Ele é forte, — é tudo o que Andy diz quando sua mão esfrega para cima e para baixo 
nas minhas costas para tentar me confortar. Mas isso abraçar seus pais, todos nós confortando uns 
aos outros, as bochechas manchadas de lágrimas e soluços abafados torna tudo muito real. Minha 
esperança que tudo isso é um sonho muito ruim está agora quebrada. 
Cambaleio para trás e tento me concentrar em algo, qualquer coisa, para me fazer sentir 
como se não estou perdendo isso. 
Mas continuo vendo o rosto de Colton. O olhar de certeza absoluta quando ele estava no 
meio de todo o caos de sua equipe, a mesma equipe que se senta em torno de mim, cabeça nas 
mãos, os lábios puxados apertados, os olhos fechados em oração e admitiu seus sentimentos por 
mim. Tenho que parar e tentar recuperar o fôlego, a dor que irradia através de meu peito, no meu 
coração, só não vai parar. 
A televisão me puxa novamente. Algo sussurra em minha mente e me viro para olhar. Um 
trailer do novo filme do Batman. A esperança desperta quando minha mente alcança em suas 
profundezas na última hora. 
A revista do Homem Aranha na mesa. Os sapatos do Super-homem. O filme do Batman. 
Tento racionalizar e dizer que tudo isso é apenas uma coincidência que, vendo três dos quatro 
super-heróis é uma ocorrência aleatória. Tento dizer a mim mesma que preciso do quarto para 
acreditar. Que preciso de Homem de Ferro para completar o círculo para ser o sinal de que Colton 
vai sobreviver. 
Que ele vai voltar para mim. 
Começo a procurar, com os olhos esvoaçando ao redor da sala de espera quando a 
esperança domina e pronta para desabrochar, se pudesse apenas encontrar o sinal final. Minhas 
mãos tremem, meu otimismo se encontra abaixo da superfície, cauteloso para levantar a cabeça 
cansada. 
 
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Há som na direção do corredor e o barulho a voz faz com que cada emoção que pulsa por 
mim acenda. 
E estou imediatamente pronta para detonar. 
Cabelo loiro e pernas longas como uma brisa através da porta e não me importo que seu 
rosto pareça tão devastado e preocupado quanto me sinto. Toda a minha mágoa, toda a minha 
angústia se ergue e é como um estalar de um elástico. 
Ou um raio impressionante. 
Estou do outro lado da sala em questão de segundos, cabeças estalando, do rugido que 
solto no meu despertar cheio de fúria. — Saia! — grito, tantas emoções correndo por mim que tudo 
o que sinto é uma massa de confusão esmagadora. A cabeça de Tawny chicoteia acima e seus olhos 
assustados encontram os meus, seus lábios aumentados estão estabelecidos em forma de O perfeito. 
— Você conivente put... 
O ar é empurrado fora de mim quando os braços fortes de Beckett me agarram por trás e 
me puxam de volta em seu peito. — Me solta! — Luto contra ele enquanto me prende mais 
apertado. — Me solta! 
— Guarde isso, Ry, — Ele grunhe quando me restringe, sua reservada voz arrastada, mas 
firme, batendo em meus ouvidos. —Você precisa guardar todo esse fogo e energia porque Colton 
vai precisar de você. Cada grama maldita disso. — Suas palavras me atingem, perfuram os buracos 
em mim e minam minha adrenalina. Paro de lutar, seu aperto a minha volta ainda de ferro revestido, 
e o calor de sua respiraçãoofegante contra minha bochecha. — Ela não vale a pena, ok? 
Não consigo encontrar as minhas palavras, não acho que sou capaz de coerência neste 
momento então apenas aceno com a cabeça em concordância, forçando-me a me concentrar num 
ponto no chão na frente, mais do que nas longas pernas à direita. 
— Tem certeza? — Ele reafirma antes de lentamente deixar ir e pisar na minha frente, me 
forçando a olhar em seus olhos, para testar se serei fiel à minha palavra. 
Meu corpo começa a tremer, mantido cativo da mistura de raiva, tristeza, e o desconhecido 
correndo por mim. 
Minha respiração engata quando meus pulmões doem a cada respiração. É a única dica da 
turbulência que sinto por dentro quando encontro a bondade afiada com preocupação nos olhos de 
Beckett. E me sinto tão horrível que ele está aqui tentando cuidar de mim quando Colton e está 
sofrendo com o desconhecido, tanto quanto eu estou, então me forço a assentir. Ele imita a minha 
ação antes de se virar, seu corpo bloqueando minha linha de visão para Tawny. 
— Becks... — Ela suspira o nome dele e sua voz sozinha irrita os meus nervos expostos. 
 
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— Nenhuma fodida palavra, Tawny! — A voz de Beckett é baixa e guardada, audível 
apenas para os três de nós, apesar dos inúmeros pares de olhos observando o confronto. 
Vejo Andy levantar do outro lado da sala enquanto tenta descobrem o que está 
acontecendo. —Eu vou deixar você ficar por uma razão e uma única razão... Wood vai precisar de 
todos que ele tem ao seu lado atrás dele, ele... — diz ele, engasgando com as palavras, —quando ele 
sair fora disso... e isso inclui você, embora agora mesmo, depois do truque entre ele e Ry, amigo é 
um termo muito frouxo quando se trata de você. 
As palavras de Becks me tomam de surpresa. Ouço o som descomprometido que ela faz 
antes de um silêncio momentâneo bater... e depois a ouço começar a chorar. Tranquilos gemidos 
tristes que rompem a preensão em mim que a voz de Beckett não pode. 
E eu estalo. Minha garantia a Becks que ia guardar minha força desaparece junto com 
minha moderação. 
— Não! — Eu grito, tentando empurrar Beckett fora do caminho e ter uma virada. —Você 
não comece a chorar por ele! Você não comece a chorar pelo homem que tentou manipular! 
Braços fecham a minha volta por trás, me impedindo de pousar meu soco, mas não me 
importo, a realidade perdida para mim. — Saia! — grito, minha voz vacilante enquanto sou 
arrastada de seu rosto atordoado. — Não! — Luto contra os braços me contendo. — Deixe-me ir! 
— Shh-shh-shh! — É a voz de Andy, os braços de Andy que estão segurando-me 
firmemente, tentando acalmar e controlar-me, ao mesmo tempo. E a única coisa que posso focar, 
posso agarrar quando meu coração dispara e corpo treme de raiva preciso de um pit stop. Preciso 
encontrar Colton. Preciso tocá-lo, vê-lo, para acalmar a turbulência na minha alma. 
Mas não posso. 
Ele está em algum lugar perto, meu malandro rebelde, incapaz de deixar ir o pequeno 
menino danificado dentro. O homem que acaba de começar a cura está agora quebrado, e isso me 
mata que não vou ser capaz de consertá-lo. 
Que as minhas palavras murmuradas de encorajamento e de natureza paciente não poderão 
reparar o corpo imóvel e sem resposta que foi carregado numa maca e levado às pressas para algum 
lugar dentro destas paredes tão perto e tão longe de mim. Que ele tem que confiar em estranhos para 
consertar e curá-lo agora. Estranhos que não têm ideia do tecido da cicatriz invisível que ainda 
permanece abaixo da superfície. 
Mais mãos alcançam para me tocar e me acalmar, Dorothea e Quinlan, mas elas não são 
aquelas que quero. Não são de Colton. 
 
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E então um pensamento terrível me bate. Toda vez que Colton está perto, posso sentir 
aquele formigamento o zumbido que me diz que ele está apenas ao alcance mas não posso sentir 
nada. Sei que ele está fisicamente perto, mas sua faísca é inexistente. 
Seja minha faísca, Ry. Posso ouvir a sua voz dizer isso, posso sentir a memória de sua 
respiração de pluma sobre a minha pele... mas não posso senti-lo. 
—Eu não posso! — grito. —Eu não posso ser a sua faísca se não posso sentir a sua, então 
não se atreva a queimar sem mim— Não me importo que esteja numa sala cheia de pessoas, sendo 
virada e cercada para os braços de Dorothea, porque o único que quero me ouvindo, não pode. E 
saber, provoca desespero, consumindo cada parte de mim, já não congelada de medo. Empunho 
minhas mãos na parte de trás da jaqueta de Dorothea, agarrando-me a ela, enquanto imploro pelo 
seu filho. —Não se atreva a morrer sem mim, Colton! Eu preciso de você caramba! — grito no 
silêncio agora estéril da sala de espera. —Preciso tanto de você que estou morrendo, aqui e agora, 
sem você! — Minha voz racha como o meu coração, e, tanto quanto os braços de Dorothea, 
murmúrios abafados de Quinlan e determinação tranquila de Andy ajudam, apenas não posso lidar 
com tudo isso. 
Afasto-me e olho para eles antes de tropeçar cegamente pelo corredor. Sei que estou me 
perdendo. Estou tão insensível, tão vazia, que nem sequer tenho a energia para discutir com Beckett 
e refinar o ódio que sinto por Tawny. Se for a culpada por Colton estar aqui, então com a fodida 
certeza ela precisa compartilhar um pouco dessa culpa também. 
Viro a esquina para ir em direção ao banheiro e tenho que me esforçar para me mover. 
Pressiono minhas mãos contra a parede por apoio, ou então vou entrar em colapso. Eu me lembro 
de respirar, digo a mim mesma para colocar um pé na frente do outro, mas é quase impossível 
quando o único pensamento que a minha mente pode focar, é no homem que amo, que está lutando 
por sua vida, e não posso fazer porra nenhuma sobre isso. Estou desesperada e impotente. 
Estou morrendo por dentro. 
Minhas mãos guiando batem no batente da porta, e cambaleio entre sua estrutura e a baia 
mais próxima, acolhendo o silêncio do encasulamento do banheiro vazio. Desabotoo minha 
bermuda, e quando as remexo sobre meus quadris, os meus olhos capturam a vista do padrão xadrez 
em minha calcinha. Meu corpo quer parar, quer deslizar para o chão e cair no esquecimento, mas eu 
não faço. Em vez disso, minhas mãos apertam o cinto da bermuda, ainda pendurada nos meus 
quadris. Não posso pegar minha respiração rápido o suficiente. Começo a hiperventilar e ficar tonta, 
então firmo minhas mãos contra a parede, mas nada ajuda quanto o ataque de pânico me bate com 
força total. 
 
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Você pode apostar sua bunda que esta é uma bandeira quadriculada que eu 
definitivamente estou reivindicando. 
Congratulo-me com o som de sua voz memorizada. Deixo seu estrondo permear por mim 
como a cola que preciso para manter o meu eu quebrado junto. Minha respiração se arrasta num 
raspar irregular entre meus lábios enquanto tento agarrar a memória aquele incrível sorriso e olhos 
de menino travesso antes dele me beijar uma última vez. Trago meus dedos em meus lábios que 
querem fazer uma conexão com ele, o medo do desconhecido pesando forte em meu coração. 
—Rylee? — A voz me abala para o aqui e agora e só quero que ela vá embora. Quero que 
ela me deixe intacta com a minha memória do calor de sua pele, o gosto de seu beijo, a posse em 
seu toque. —Rylee? 
Há uma batida na porta do box. —Mmm-hmm? — É tudo o que posso gerir, porque a 
minha respiração ainda é forçada e irregular. 
—É Quin. — Sua voz é suave e irregular, e isso me mata de ouvir a quebra na mesma. —
Ry, por favor, venha para fora... 
Alcanço a frente e destranco a porta, e ela empurra aberta, olhando pra mim 
estranhamente, suas lágrimasmanchando o rosto e o rímel borrado só enfatizando a devastação 
iminente em seus olhos. Ela franze os lábios e começa a rir, de uma maneira que é o limite da 
histeria, assim quando ecoa nas paredes de azulejos tudo o que ouço em torno de nós é o desespero 
e medo. Ela aponta para o meu shorts para baixo, meio empurrado e calcinha quadriculada e 
continua a rir, as lágrimas manchando suas bochechas, um contraste estranho com o som vindo de 
sua boca. 
Começo a rir com ela. É a única coisa que posso fazer. Lágrimas não virão, o medo não vai 
diminuir, e a esperança está oscilando quando a primeira risada cai dos meus lábios. É tão errado. 
Tudo é tão errado e dentro de um instante, Quinlan, a mulher que me odiou à primeira vista se 
estica e envolve seus braços a minha volta enquanto seu riso se transforma em soluços. Soluços de 
arrancar as entranhas de medo irrestrito. Seu quadro pequeno sacode quando sua angústia se 
intensifica. 
—Estou tão assustada, Rylee. — É a única coisa que ela consegue deixar sair entre os 
engates de respiração, mas é tudo o que precisa dizer por que é exatamente como me sinto. A 
derrota em sua postura, a fortaleza de sua dor, a força de seu aperto reflete o medo de que não sou 
capaz de expressar, por isso me agarro a ela com tudo o que tenho precisando dessa ligação mais do 
que qualquer coisa. 
Eu abraço ela e acalmo da melhor forma que posso, tentando me perder no papel de 
conselheira e paciente que conheço tão bem. É muito mais fácil amenizar o desespero de alguém do 
 
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que enfrentar o meu próprio. Ela tenta se afastar, mas simplesmente não posso deixar ir. Não tenho 
os meios para sair das portas e esperar o médico relatar notícias que tenho pavor de ouvir. 
Prendo meu shorts e olho para cima para encontrar meu próprio reflexo no espelho. Posso 
ver as memórias assombrando, piscando nos meus olhos. Minha mente pisca para um espelho 
retrovisor quebrado, sol refletindo sobre o salpicar do seu sangue, bordas irregulares, quando Max 
balbucia seu último suspiro. E então minha mente agarra numa memória mais feliz com outro 
espelho. Um usado no calor da paixão para demonstrar por que sou o suficiente para Colton. Por 
que ele me escolheu. 
—Vamos lá, — ela sussurra, quebrando meu transe enquanto me libera, mas move sua 
mão para baixo para envolver em torno da minha cintura. —Eu não quero perder uma atualização. 
 
 
Capítulo DCapítulo DCapítulo DCapítulo Doisoisoisois 
 
O tempo estica. Cada minuto parece uma hora. E cada hora, parece três que se passam, 
parecendo uma eternidade. Cada swoosh das portas tem todos nós sobressaltados e, em seguida, 
afundando de volta para baixo. Copos de isopor vazios transborda o lixo. Trajes de incêndio foram 
abertos e amarrados na cintura quando a sala de espera cresce abafada. Os telefones celulares tocam 
incessantemente com pessoas em busca de atualizações. Mas ainda não há notícias. 
Beckett fica com Andy. Dorothea tem Quinlan de um lado dela e Tawny de outro. 
A sala de espera está cheia de murmúrios abafados e a televisão ligada como um pano de 
fundo de meus pensamentos. Sento-me por mim mesma e, exceto pelas mensagens constantes de 
Haddie, congratulo-me com a solidão, assim não tenho que consolar ou ser consolada a 
esquizofrenia em minha mente apenas ficando mais alta a cada segundo. 
Meu estômago se agita. Estou com fome, mas o pensamento da comida me dá náuseas. 
Minha cabeça pesa, mas congratulo-me com a dor, dou as boas-vindas ao tambor para contar 
quando tento acelerar o tempo. Ou retardá-lo o que for para o benefício de Colton. 
O bip eletrônico da porta. O ranger de sapatos. Eu nem mesmo abro meus olhos neste 
momento. 
—Eu tenho uma atualização sobre o Sr. Donavan. — A voz me sacode. Pés embaralham 
quando os caras levantam e uma ansiedade discreta cantarola pela sala na expectativa do que vai ser 
dito. 
 
Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis 
 
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O medo me prende. Não levanto. Não posso me mover. Estou tão petrificada das palavras 
que vão passar por seus lábios que me forço a engolir na minha garganta, mas continuo paralisada 
com ansiedade. 
Aperto minhas mãos, segurando-as na carne nua das minhas coxas, tentando usar a dor 
para enterrar as memórias. Desejando que o passado não se repita para não trocar um carro 
destruído com um homem que amo por outro. 
Ele limpa a garganta e respiro orando, esperando, precisando de algum tipo de restos para 
me segurar. —Deixe-me apenas dizer que os exames ainda estão em curso neste momento, mas 
pelo que podemos ver provisoriamente, é óbvio que o Sr. Donavan sofreu uma lesão de 
desaceleração repentina com rompimento de órgãos internos pela força em que bateu na catch 
fence. A lesão ocorre porque o corpo é forçado a parar, mas os órgãos dentro do corpo permanecem 
em movimento, devido à inércia. Pelo que podemos dizer... 
—Inglês, por favor, — sussurro. Minha mente tenta compreender o jargão médico, 
sabendo que se eu não estivesse nadando nesta névoa de incerteza, seria capaz de processar. Ele 
para em meu comentário e mesmo que não posso levantar os olhos para encontrar os dele, digo 
desta vez mais alto. —Inglês, por favor, doutor. — O medo me oprime. Cautelosamente levanto 
meus olhos para encontrar os dele, a equipe virando para olhar para mim enquanto olho para o 
médico. —Estamos todos muito preocupados aqui e enquanto você pode entender o que está 
dizendo, a terminologia está assustando a todos nós... — a minha voz desaparece e ele balança a 
cabeça gentilmente: —... nossas mentes estão muito sobrecarregadas para processar isso bem 
agora... Tem sido uma longa espera para nós enquanto você esteve com ele... assim você pode por 
favor apenas nos dizer, em termos simples? 
Ele sorri suavemente para mim, mas seus olhos são graves. —Quando Colton bateu no 
muro, o carro parou, seu corpo parou mas seu cérebro continuou, batendo dentro do crânio que o 
rodeia. Felizmente, ele estava usando um dispositivo HANS5, que ajudou a proteger a conexão entre 
sua coluna e o pescoço, mas a lesão que ele sofreu é grave, no entanto. 
Meu coração dispara e minha respiração trabalha quando um milhão de diferentes 
resultados possíveis cintilam na minha mente. 
—Será que ele...? — Andy se move em meu ponto de vista, de frente para o médico e faz a 
pergunta que não pode completar. O silêncio desce sobre a sala e a mudança nervosa dos pés param 
quando todos nós esperamos pela resposta com ansiedade. 
 
5 HANS (Head And Neck Support) é um dispositivo de segurança para os pilotos em competições automobilísticas. 
Com um formato em U, ela se encaixa sob a nuca e os ombros e é ligado ao capacete. Sua função é impedir que durante 
um acidente o pescoço do piloto sofra com o impacto. 
 
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—Mr. Westin, eu presumo? — O médico pergunta quando estende a mão a um Andy 
assentindo. —Eu sou o Dr. Irons. Eu não vou mentir para você... o coração do seu filho parou, 
parou duas vezes durante o transporte. 
Sinto como se o fundo da minha alma caiu fora com essas palavras. Não me deixe. Por 
favor, não me deixe. Peço em silêncio, desejando que as palavras o acertem em algum lugar dentro 
dos limites deste hospital. 
Andy estende a mão e aperta a mão de Dorothea. 
—Nós fomos capazes de ter seu coração regulado depois de um tempo, o que é um bom 
sinal já que estávamos com medo de que, possivelmente, sua aorta rasgasse a partir da força do 
impacto. Neste momento, sabemos que ele tem um hematoma subdural. — O médico olha para 
cima e encontra meus olhos antes de continuar. —Istosignifica que os vasos sanguíneos se 
romperam e a área entre o cérebro e o crânio está enchendo com sangue. A situação é dupla porque 
o cérebro de Colton está inchando do trauma de bater em seu crânio. Ao mesmo tempo, o sangue 
reunindo está colocando pressão sobre o cérebro, porque não há lugar para ele fugir para aliviar a 
dita pressão. — Dr. Irons examina os olhos da equipe em torno dele. —Neste momento ele está 
mais estável do que não, por isso estamos preparando para a cirurgia. É imperativo entrar e aliviar a 
pressão sobre o cérebro para tentar parar o inchaço. 
Assisto Dorothea estender a mão e se agarrar a Andy para o apoio, o amor incondicional 
óbvio por seu filho puxa todas as minhas emoções. 
—Quanto tempo dura a cirurgia? Ele está consciente? Há outros ferimentos? — Beckett 
fala, pela primeira vez, rapidamente disparando as perguntas que estamos todos pensando. 
Dr. Irons engole e reúne seus dedos na sua frente enquanto encontra os olhos de Beckett. 
—Quanto a outras lesões, apenas menores em comparação com o ferimento na cabeça. Ele não está 
consciente, nem recuperou a consciência no momento. Ele estava no estado de coma típico que nós 
vemos com estas lesões resmungando incoerentemente, lutando contra nós em ataques muito 
esporádicos. Quanto ao resto, vamos saber mais quando entrarmos em cirurgia e vir o quão ruim o 
sangramento no cérebro é. 
Beckett exala o ar que está segurando e posso ver seus ombros caírem com o seu 
lançamento, embora não tenho certeza se é em alívio ou resignação. Nenhuma das palavras do 
médico fizeram o medo pesando no fundo da minha alma diminuir. 
Quinlan avança e agarra a mão de Becks quando dá uma olhada em seus pais antes de 
perguntar uma coisa que todos nós tememos. —Se o inchaço não parar com a cirurgia... — sua voz 
vacila, Beckett pressiona um beijo fraternal no topo de sua cabeça em encorajamento —... o que... 
que isso significa? O que estou tentando dizer é que você está falando de lesão cerebral aqui então 
 
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qual é o prognóstico? — Sua respiração engata num soluço engolido. —Quais são as chances de 
Colton? 
O médico suspira alto e olha para Quinlan. —Neste momento, antes de irmos para a 
cirurgia e ver se há algum dano, não estou à vontade para dar um. — O suspiro estrangulado que 
vem de Andy quebra o silêncio. Dr. Irons avança e coloca a mão em seu ombro até que Andy olha 
para cima e encontra os olhos. —Estamos fazendo tudo o que podemos. Somos muito acostumados 
neste tipo de coisa e estamos dando ao seu filho todos os benefícios dessa formação. Por favor, 
entenda que não estou dando uma porcentagem, porque é uma causa perdida, mas sim, porque 
preciso ver mais para saber o que estamos enfrentando. Uma vez que sei, então podemos 
estabelecer um plano de ação e ir de lá. — Andy acena sutilmente para ele, esfregando a mão sobre 
os olhos, e Dr. Irons olha e verifica os rostos de todos na sala. —Ele é forte e saudável, e isso é 
sempre uma boa coisa para ter do nosso lado. É mais do que óbvio que Colton é amado por muitas 
pessoas... por favor, saibam que carrego esse conhecimento para a sala de cirurgia comigo. — Com 
isso, ele dá um sorriso apertado, então se vira e sai da sala. 
Após a sua saída, ninguém se move. Estamos todos ainda em estado de choque. 
Todos ainda deixando a gravidade de suas palavras deslizar para os buracos colocados na 
nossa determinação. As pessoas começam a se mover lentamente e se mexer enquanto os 
pensamentos e as emoções se fundem na tentativa de se estabelecer. 
Mas sou incapaz. 
Ele está vivo. Não está morto como Max. Vivo. 
A dor surda de alívio que sinto é nada comparado com a pontada do desconhecido. E não é 
o suficiente para amenizar o medo sentado no fundo das profundezas da minha alma. Começo a 
sentir as garras da claustrofobia sugando, queimando minha pele. Sopro um longo suspiro tentando 
diminuir as gotas de suor no meu lábio superior e deslizando para baixo na linha da minha espinha. 
Minha respiração escorrega de meus pulmões sem reabastecer meu corpo. 
Imagens cintilam novamente. De Max para Colton. De Colton para Max. Sangue pingando 
lentamente de sua orelha. Nos cantos de sua boca. Manchando todo o carro quebrado. Meu nome 
estrangulado em seus lábios. Seus apelos, cicatrizes na minha mente. Gravados como uma marca 
para me assombrar para sempre. 
A pitada de desconforto se transforma numa chuva de pânico. Preciso de ar fresco. Preciso 
de uma pausa da opressão que está sufocando esta sala de espera maldita. Preciso de cor e 
vivacidade algo cheio de vigor e vida como Colton algo diferente do que as cores monocromáticas e 
memórias avassaladoras. 
 
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Forço-me a levantar e corro para fora da sala de espera ignorando o chamado de Beckett 
atrás de mim. Cambaleio cegamente em direção à saída, porque desta vez o barulho das portas me 
chama, oferece um refúgio à histeria sugando minha esperança. 
Você me faz sentir, Rylee... 
Tropeço através das portas, à memória uma pluma através da minha alma, mas me batendo 
como uma ventosa perfurando o abdômen. Ofego em voz alta, dor irradiando através de cada 
sinapse minha. 
Chamo uma respiração irregular, precisando de alguma coisa, qualquer coisa para ajudar a 
recuperar a fé que preciso para enfrentar a realidade de que Colton não pode fazer isso através da 
cirurgia. Noite. Manhã. 
Balanço a cabeça para livrar o veneno comendo os meus pensamentos quando viro a 
esquina do prédio e sou jogada num turbilhão. Juro, existem mais de uma centena de câmeras que 
piscam ao mesmo tempo. O rugido de perguntas troveja tão alto que sou atingida por uma onda de 
ruído. Estou cercada imediatamente, minhas costas pressionadas contra a parede enquanto 
microfones e câmeras são empurrados na minha cara documentando meu controle lentamente 
esgotando em realidade. 
—É verdade que estão emitindo os últimos ritos de Colton? 
Palavras bloqueiam na minha garganta. 
—Qual é o estado entre você e o Sr. Donavan? 
A raiva se intensifica, mas sou esmagada pela avalanche. 
—É verdade que Colton está em seu leito de morte e seus pais estão ao seu lado? 
Meus lábios abrem e fecham, aperto os punhos, os olhos queimam, lágrimas da alma, e 
minha fé na humanidade se desintegra. Sei que pareço um cervo nos faróis, mas estou presa. Sei que 
se eu achava que senti as garras da claustrofobia dentro, sinto a moleza da minha traqueia conforme 
as mãos da mídia espremem o ar de mim. Minha respiração vem em surtos agudos curtos. O céu 
azul gira acima quando minha mente distorce num redemoinho preguiçoso, escuridão começa a 
infiltrar-se através quando minha consciência desaparece. 
Assim que estou prestes a afundar no esquecimento acolhedor, braços fortes envolvem a 
minha volta e evitam o meu acidente no chão. Meu peso bate em Sammy como um trem de carga, e 
memórias são lançadas pela minha mente da última vez que caí nos braços de um homem. Imagens 
agridoces brilham, pás de leilão perdidas e portas de armário travadas. Olhos verdes vibrantes e, um 
sorriso autoconfiante, arrogante. 
Ladino. Rebelde. Imprudente. 
 
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A voz de Sammy rompe minha mente nublada quando ele repreende a imprensa. —Para 
trás! — Ele resmunga quando suporta o meu peso morto, braço em volta da minha cintura. —
Vamos dar uma atualização quando tivermos uma. — Flashes reacendem o céu. 
Mais uma vez, o barulho de portas, mas desta vez não estremeço. A besta no interior é 
muito mais palpável, então do que fora. Minha respiração começa há nivelar um pouco e meu 
coração desacelera. Sou empurrada numa cadeira,e quando olho para cima, os olhos de Sammy 
encontram os meus, procurando por algo. 
—Que diabos você pensa que estava fazendo? Eles poderiam ter comido você viva, — ele 
xinga. É um show de emoção flagrante do guarda-costas de outra forma estoico, que percebo o meu 
erro em ir para fora. 
Ainda estou achando minha posição no mundo muito público de Colton, e então me sinto 
horrível, porque enquanto estive na sala de espera cercada por todos, percebo que Sammy esteve 
aqui sozinho certificando-se de que estivéssemos sozinhos e sem perturbações. 
—Eu sinto muito, Sammy, — respiro um pedido de desculpas. —Eu só precisava de um 
pouco de ar e... Eu sinto muito. 
A preocupação persiste em seus olhos. —Você está bem? Você já comeu alguma coisa? 
Você quase desmaiou lá. Acho que você precisa comer alguma... 
—Estou bem. Obrigada, — digo enquanto levanto devagar. Acho que eu o surpreendo 
quando estendo a mão e aperto a sua. —Como você está indo? 
Ele encolhe os ombros com indiferença, embora o gesto não seja nada disso. —Contanto 
que ele esteja bem, então vou ficar bem. 
Ele acena para mim enquanto vira para recuperar seu posto nas portas do hospital, antes 
que possa dizer qualquer outra coisa. Meus olhos acompanham seus movimentos por um momento, 
os comentários cruéis da imprensa reverberando através de minha mente, enquanto construo a 
coragem para caminhar de volta para a sala de espera. 
Fecho meus olhos por um momento. Forço-me mesma a sentir qualquer coisa que não seja 
a dormência que consome minha alma. Tento puxar das minhas profundezas de desespero, o som de 
sua risada, o gosto de seu beijo, até a sua natureza teimosa e determinação firme qualquer coisa para 
apertar junto às costuras do meu coração, que o amor de Colton costurou juntas. 
Nada irrelevante, Rylee. Você nunca poderia ser irrelevante. 
Os sussurros de memória através de minha mente são como pedra reacendendo a vida com 
pequenos lampejos de esperança. Respiro fundo e os meus pés avançam pelo corredor, onde todo 
mundo espera com impaciência. Estou apenas passando o posto de enfermagem quando ouço o 
nome de Colton mencionado por duas enfermeiras, cujas costas estão de frente para mim. 
 
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Desacelero meu passo, tentando pegar qualquer pedaço de informação que puder. Tento forçar 
minha mente de me preocupar que estamos sendo enganados sobre a gravidade da situação, quando 
ouço as palavras que perfuram o ar dos meus pulmões. 
Fazem meu coração parar. 
Fazem com que um calafrio ricocheteie pelo meu corpo. 
—Quem está no OR um com o Sr. Donavan? 
—Dr. Irons está conduzindo o caso. 
—Bem inferno, se há alguém que gostaria me operando nesta circunstância, certo como o 
inferno seria Homem de Ferro. 
Homem-Aranha. 
Ofego, as enfermeiras viram, tomando conhecimento de mim. A mais alta, da dois passos 
para frente e angula a cabeça para mim. —Posso ajudar você senhorita? 
Batman. 
—Como você acabou de chamar o Dr. Irons? 
Super Homem. 
Ela olha para mim, um leve vinco em sua testa. —Você quer dizer o nosso apelido para o 
Dr. Irons? 
Homem de Ferro. 
Tudo que posso fazer é acenar com a cabeça, porque minha garganta engasga com 
esperança. —Oh, ele é conhecido por aqui como Homem de Ferro, querida. Você precisa de alguma 
coisa? 
Homem-Aranha. Batman. Super Homem. Homem de Ferro. 
Apenas balanço a cabeça novamente, em seguida, tomo três passos em direção à sala de 
espera, mas cedo contra uma parede e deslizo para o chão, quando fico sobrecarregada com 
esperança, vencida pela presença dos super-heróis amados de Colton. 
A obsessão infantil agora transformada na visão da esperança do adulto. 
Descanso meu rosto nos meus joelhos dobrados enquanto me agarro à noção de que essa 
coincidência é mais do que apenas isso, uma coincidência. Balanço minha cabeça para trás e para 
frente, seus nomes caindo de meus lábios num canto silencioso que sei, pela primeira vez, foi 
pronunciado com reverência absoluta. 
—Colton costumava dizer isso durante o sono quando menino. — A voz de Andy me 
assusta quando ele desliza para baixo na parede ao meu lado, um suspiro pesado caindo de seus 
lábios. 
 
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Mudo um pouco assim posso olhar para ele. Ele parece anos mais velho nas horas desde 
que a corrida começou esta manhã. Seus olhos seguram uma dor silenciosa e sua boca tenta 
levantar-se num sorriso suave, mas falha miseravelmente. O homem que eu conheci, apenas cheio 
de vida, foi minado de sua exuberância. —Não ouvi isso em sempre. Na verdade, esqueci até que 
acabei de ouvir você dizer isso. — Ele ri baixinho, estende a mão e dá um tapinha no meu joelho 
enquanto estica as pernas na frente dele. 
—Andy... — Seu nome é um murmúrio em meus lábios enquanto o vejo lutar com 
emoção. Quero desesperadamente falar com ele sobre os sinais a ocorrência aleatória dos super-
heróis de seu filho amado mas me preocupo que vai pensar que estou perdendo minha noção da 
realidade, assim como temo que Beckett pensa que estou. 
Como me preocupo que eu poderia estar. 
—Estou surpreso que ele disse sobre eles. Costumava ser esse código secreto que ele 
cantava quando garotinho, quando tinha um pesadelo ou estava com medo. Ele nunca iria elaborar... 
jamais explicar por que esses quatro super-heróis eram tão reconfortantes para ele. — Ele olha para 
mim, o sorriso suave caindo. —Dottie e eu só podíamos imaginar que ele estava esperando que 
esses super-heróis o salvassem de... 
As palavras derivam entre nós e se estabelecem em perguntas que nós dois queremos 
perguntar, mas nenhum diz em voz alta. O que Andy sabe que não sei e vice-versa? Ele enxuga as 
costas de sua mão em seus olhos e exala um suspiro trêmulo. 
—Ele é forte, Andy... ele vai ser... ele tem que ficar bem, — finalmente digo quando 
confio na determinação da minha voz. 
Ele apenas acena com a cabeça. Nós vemos um conjunto de médicos passando correndo 
por nós e meu coração aloja na garganta, preocupada que é por causa de Colton. Ele esfrega a mão 
sobre o rosto e vejo o amor encher seus olhos. 
—A primeira vez que eu o vi, ele quebrou meu coração e roubou tudo com um único olhar. 
— Aceno com a cabeça para ele continuar, porque mais do que qualquer coisa, entendo essa 
declaração, porque seu filho fez a mesma coisa ao meu. 
Ele capturou, roubou, partiu, curou, e para sempre é o dono. 
—Eu estava trabalhando no set, no meu trailer, reescrevendo uma cena. Foi uma longa 
noite. Quin estava doente e estava acordado a noite toda. — Ele balança a cabeça e encontra meus 
olhos por um momento antes de olhar de volta para concentrá-los na faixa de seu relógio que ele 
está mexendo. —Eu estava atrasado para uma chamada. Abri a porta e quase tropecei em cima dele. 
— Ele tem um momento para fazer que as lágrimas que vejo em seus olhos brotando, se dissipem. 
—Acho que praguejei em voz alta e vi sua pequena figura saltar para trás com medo inconfundível. 
 
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Sei que ele me assustou, e eu só podia imaginar por que uma criança teria esse tipo de reação. Ele se 
recusou a olhar para mim, não importa quão suave fiz a minha voz. 
Estendo a mão e tomo a dele na minha, apertando para que ele saiba que conheço os 
demônios de Colton sem ele ter jamais revelado. Posso não saber os detalhes, mas já vi o suficiente 
para chegar à essência. 
—Estava sentado no chão ao lado dele e apenas esperando para ele entender que eu não ia 
machucá-lo. Cantei a única música que consegui pensar. — Ele ri. —Puff the Magic Dragon. Na 
segunda vez, ele levantou a cabeça para cima e finalmente olhou para mim. Doce Cristo, ele roubou 
meufôlego. Ele tinha os mais enormes olhos verdes neste rostinho pálido e me olhou com tanto 
medo... tal mau presságio... que levou tudo o que tinha para não envolver meus braços ao redor e 
consolá-lo. 
—Eu não posso imaginar, — murmuro, indo retirar a minha mão, mas parando quando 
Andy aperta. 
—Ele não falou comigo em primeiro lugar. Tentei de tudo para fazer com que ele me 
dissesse o seu nome ou o que estava fazendo, mas isso não importava. Nada importava o meu 
tempo, a chamada perdida, o dinheiro desperdiçado, nada porque estava fascinado pelo garotinho 
frágil, cujos olhos me disseram que viu e experimentado de forma demasiada em sua curta vida. 
Quinlan tinha seis anos na época. Colton era menor do que ela, então pensei que ele tinha uns cinco 
anos. Fiquei chocado mais tarde naquela noite, quando a polícia me disse que ele tinha oito anos de 
idade. 
Forço um trago que está preso na minha garganta para baixo enquanto escuto os primeiros 
momentos da vida de Colton quando recebeu o amor incondicional. A primeira vez que recebeu 
uma vida de possibilidades e não de medo. 
—Finalmente perguntei se ele estava com fome e aqueles olhos ficaram tão grandes quanto 
pires. Eu não tinha muito no trailer que uma criança gostaria, mas tinha uma barra de chocolate e 
vou admitir isso, — diz ele com uma risada, —Eu realmente queria que ele gostasse de mim... então 
imaginei, que criança não poderia ser subornada com chocolate? 
Eu sorrio com ele, a conexão não perdida, que Colton come um Snickers6 antes de cada 
corrida. 
Que ele comeu uma barra de Snickers hoje. Meu peito aperta com o pensamento. Isso foi 
realmente apenas algumas horas atrás? Parece dias. 
 
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—Você sabe, Dottie e eu tínhamos falado sobre a possibilidade de mais crianças... mas 
decidimos que Quinlan era o suficiente para nós. Bem, devo dizer que ela teria tido mais e estava 
contente com apenas um. Merda, nós levávamos vidas ocupadas com um monte de viagens e 
tivemos a sorte com uma saudável menininha, então como poderíamos pedir mais? Minha carreira 
estava crescendo e Dottie pegava trabalhos quando quisesse. Mas depois dessas primeiras horas 
com Colton, não havia sequer uma hesitação. Como eu poderia andar longe dos olhos e do sorriso 
que eu sabia que estava escondido em algum lugar sob o medo e vergonha? — Uma lágrima desliza 
sobre e para baixo de sua bochecha, a preocupação com seu filho, na época e agora, rolando fora 
dele em ondas. Ele olha para mim com os olhos cinzentos cheios com uma profundidade de 
emoções. —Ele é a pessoa, o homem mais forte que já conheci, Rylee. 
Ele engasga com um soluço. —Eu só preciso que ele seja isso agora... Eu não posso perder 
o meu garoto. 
Suas palavras rasgam lugares tão profundos dentro de mim, pois entendo a angústia de um 
pai com medo que está perdendo seu filho. O temor profundamente arraigado que não quero 
reconhecer, mas que aperta cada parte do seu coração. Simpatia me inunda por este homem que deu 
a Colton tudo, e ainda a dormência dentro de mim encarcera minhas lágrimas. —Nenhum de nós 
pode, Andy. Ele é o centro do nosso mundo, — sussurro, com voz quebrada. 
Andy angula a cabeça para o lado e me olha e me estuda por um momento. —Eu temo a 
cada vez que ele entra no carro. Toda vez maldita... mas é o único lugar que o vejo livre da carga de 
seu passado... vejo-o correr mais que os demônios que o assombram. — Ele aperta minha mão até 
que olho de volta para ver a sinceridade em seus olhos. —A única vez, ou seja, até recentemente. 
Até que eu o vi falar, se preocupar, interagir com... você. 
Minha respiração pega, lágrimas também, pela primeira vez, mas não caem. Depois de ter 
a mãe de Max, Claire, me odiando por tanto tempo, a aprovação tácita do pai de Colton é 
monumental. Eu soluço um fôlego, tentando conter o furacão de emoções girando por mim. 
—Eu o amo. — É tudo o que consigo dizer. Então é tudo o que posso pensar. Eu o amo, e 
não poderia nunca chegar a realmente mostrar agora que ele admitiu sentir o mesmo por mim. E 
agora, estou no precipício das circunstâncias tão fora do meu controle que temo que talvez nunca 
tenha a chance. 
A voz de Andy me puxa do meu crescente ataque de pânico. —Colton me disse que o 
encorajou a saber mais sobre sua mãe biológica. 
Olho para baixo e desenho círculos ausentes no meu joelho com o meu dedo, com medo de 
que essa conversa pode ir de duas maneiras: Andy pode ser grato que estou tentando ajudar o filho a 
curar ou pode ficar chateado e pensar que estou tentando conduzir um afastamento entre eles. 
 
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—Obrigado por isso. — Ele exala suavemente. —Penso que para ele está sempre faltando 
um pedaço e talvez sabendo sobre ela, vai ajudar a preencher isso para ele. Só o fato de que está 
falando sobre o assunto, perguntando sobre isso, é um grande passo... — ele estende a mão e coloca 
o braço em volta do meu ombro e me puxa para ele, para minha cabeça repousar sobre seu ombro, 
—... por isso, obrigado por ajudar ele a encontrar-se, em mais de um sentido. 
Aceno com a cabeça em reconhecimento, sua confissão fazendo com que as palavras me 
escapem. Sentamos juntos assim por algum tempo, aceitando e puxando o conforto um do outro, 
quando tudo que nós sentimos é o vazio interior. 
 
 
CCCCapapapapítulo Título Título Título Trêsrêsrêsrês 
 
É um dia perfeito. Céu azul em cima, sol aquecendo meu rosto, e nenhum pensamento em 
minha mente. As ondas batem na areia com um crescendo calmante, rolar depois de rolar. Venho 
aqui muitas vezes, o lugar que tivemos nosso primeiro encontro oficial, porque me sinto perto dele 
aqui. Uma memória, algo para agarrar quando nunca poderei agarrá-lo novamente. 
Envolvo meus braços em torno de meus joelhos e respiro tudo isso, aceitando que a tristeza 
será sempre uma dor constante no meu coração e desejando que ele estivesse aqui ao meu lado. 
Mas, ao mesmo tempo, sei que não me sentia tão em paz desde que ele se foi. Posso estar virando a 
esquina na minha dor pelo menos é o que pensa o terapeuta uma vez que tem sido dias sem o pânico 
cego e gritos estrangulados, que consomem os meus pensamentos e distorcem minha noção da 
realidade. Acho que, talvez, depois de todo esse tempo, eu poderia ser capaz de me mover para 
frente, não sobre, mas para frente. 
O carro solitário no estacionamento à minha direita me chama a atenção. Não estou certa 
por que. Talvez seja porque o carro está estacionado perto de onde Colton estacionou o Aston 
Martin em nosso primeiro passeio espontâneo o encontro na praia mais caro da história mas olho, 
meu coração esperando o que minha mente saiba que não é possível. Isso é, ele estacionar o carro 
para vir se juntar a mim. 
Viro-me para olhar apenas a tempo de ver uma figura caminhar até o lado do passageiro e 
inclinar para falar com o motorista através da janela aberta. Algo sobre a pessoa me faz levantar da 
areia. Protejo os olhos do brilho do sol e estudo seu perfil, sentindo que algo está fora. 
 
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Sem pensar, começo a andar em direção ao carro, minha inquietação crescente a cada 
passo. O estranho se endireita e se vira para mim por um segundo, o sol iluminando suas feições 
escuras e meus pés vacilam, fôlego perdido. 
Meu anjo negro de pé na luz. 
—Colton? — Minha voz é apenas um sussurro quando meu cérebro tenta compreender 
como é possível que ele esteja aqui. Aqui comigo, quando eu os vi carregarem o seu corpo sem 
resposta sobre a maca, beijei os lábios frios uma última vez antes de eles colocarem

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