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Porque Você É Minha - Beth Kery - Completo [PL]

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1 
 
 
take a deep 
 
Breath 
 
 
 
 
 
 
 
Nós voltamos 
 
 
 
2 
Pegasus Lançamento 
 
Apresenta 
 
 
Mais um grande lançamento 
 
 
3 
PORQUE VOCÊ É MINHA 
 
(BECAUSE YOU ARE MINE ) 
 
 
 
BETH KERY 
 
 
4 
Equipe pl 
 
Disponibilização: Soryu 
Tradução: Márcia de Oliveira 
Revisão: Raquel 
Revisão Final: Carla Noble 
Leitura Final: Soryu 
 
 
5 
 
Dedicado 
 
 
Minha mais profunda gratidão a Leis Pederson, Laura Bradford, Mahlet, e 
meu marido. Eu não poderia ter feito este projeto acontecer sem vocês. Além 
disso, muito obrigado a todos os leitores que apoiaram meus livros ao longo 
dos anos. Eu definitivamente não poderia ter feito essa carreira acontecer 
sem vocês. 
 
 
Nota da Beth Kery 
 
Como já disse em várias entrevistas, eu desejo a série “Porque você é minha” 
porque ela me deixa insaciável, viciada, dominante/ submissa, sexualmente 
ativa, mas também eu desejo “Porque você é minha” por ela ter verdadeiros 
momentos românticos, por querer fugir para Paris, escutar musica num 
piquenique e tomar um café na calçada parisiense. Não percam os capítulos 
maravilhosos de “Porque você é minha”... 
 
6 
Comentários 
 
 
“Uma história que te segura do início ao fim, (clichê) é apaixonante e viciante 
mesmo... Você quer sempre mais... quando termina um capítulo você se 
pergunta... e agora?!?!?! OMG... quero saber, quero saber o que acontece!!!!” 
— Revisora Raquel 
 
 
"Que história mais empolgante e enervante minha gente! Mais posso dizer com 
certeza que me apaixonei pelos personagens. Pela ingenuidade de Francesca e 
até mesmo pela sua beleza, ela é linda, inteligente, e talentosa. É uma 
mocinha com suas neuras e traumas que não vivia num conto de fadas mais 
nem por isso se deixou abater e seguir com sua vida. E assim ela conheceu 
Ian Noble. 
Ah o Ian... Que homem delicioso!!! E que homem impetuoso, inteligente, rico, 
 ai ai ai o que mais dizer sem estragar a leitura? Bom mais o que mais me 
marcou no Ian foi sua maneira em encantar a Francesca, em um dos livros ele 
a leva pra jantar e ela com suas neuras sobre sua beleza ele fala uma frase 
que me marcou e que me fez desejar ardentemente que meu marido pensasse 
assim... 
Meninas leiam e se deliciem com esse romance ardente, apaixonante, e um 
pouquinho de BDSM. E que todas possam encontrar seus Ian Noble..” 
— Revisora Carla Noble 
 
“Um romance maravilhoso, que conta a historia de um homem com um 
passado sombrio: 
Ian Noble, um viciado em trabalho que vive na solidão, e acha que não é digno 
de amor, guarda um segredo obscuro, ele é praticante de BDSM, um 
 dominador nato que busca submissas, sem grandes relacionamentos, que 
satisfarão se grande desejo! 
Seu mundo muda, completamente ao conhecer Francesca Arno, uma jovem 
perturbada com baixa auto estima, de grande beleza. 
 
7 
Os dois se conhecem e é paixão a primeira vista. Um desejo tordido e cruel. 
Invade a alma dos nossos protagonistas. 
Francesca Arno não é uma mulher comum é uma artista e arquiteta, que vive 
cheia de duvidas e retrações devido a uma infância e adolescente conturbada. 
Ela sente que não pertence a nenhum lugar, e dentro do seu ser pensa que 
necessita de alguém que tome todas as rédias do seu destino. 
Francesca não sabe mas ela é uma submissa NATA! 
Então deslumbramos o encontro de um maniaco por trabalho e controle e uma 
mulher que anceia ser amada e controlada... 
São oito romances, que apresentam como duas pessoas diferentes, cheias de 
problemas conseguem se organizar e manter um novo romance... 
É um romance bom? Sim é! Vale apena ler! 
É um romance viciante, gostoso, muito diferente do que se acha por ai! 
É como uma novela nos ultimos capitulos depois que você começa a ler, não 
consegue parar! 
E um grande lançamento, e espero que vcs apreciem tanto como eu” 
— Revisora Soryu 
 
 
“Uma historia realmente perversa” – Jaci Burton 
 
“Essa historia é tão quente que faz fumaça nas paginas” – Fallen Angel 
Reviews 
 
“Um dos melhores romances eróticos que eu já li” – All About Romance 
 
“Minhas sobrancelhas quase chamuscaram” – Dear Author 
 
 
8 
 
Sinopse 
 
Tudo começa com o primeiro olhar, quando você sabe que tem que tê-
lo... 
Francesca Arno a artista vencedora do Concurso Far Sight. Foi 
contratada para criar uma pintura no novo arranha-céu de Ian Noble. Como 
vencedora do concurso recebeu um coquetel em sua homenagem, neste evento ela 
encontra seu bem feitor, Ian Noble, pela primeira vez. Francesca senti uma 
atração imediata por ele. É fica desconcertada, já que não está acostumada a 
uma resposta sexual tão forte a um estranho. 
Enigmático, sombrio e intenso, com uma presença imponente, Ian 
Noble a fascina. E ela gosta. 
Para Ian, ela é o tipo de mulher que ele não pode resistir, uma difícil 
de encontrar: uma mulher verdadeira inocente. Mas ele pode sentir nela o 
desejo de se abrir, de experimentar, de entregar-se às fantasias de um 
homem no controle. O primeiro beijo, a primeira carícia, o primeiro desafio 
para uma mulher que anseia o que ela nunca teve, um homem que consegue 
o que quer. 
 
 
9 
Capítulo 1 
 
Francesca olhou ao redor quando Ian Noble entrou na sala, 
principalmente porque todos os outros no bar do luxuoso restaurante 
fizeram a mesma coisa. Seu coração parou. Através da multidão, ela viu um 
homem alto, vestido com um terno impecavelmente feito sob medida, 
remover o seu casaco, revelando um corpo longo, magro. Ela imediatamente 
reconheceu Ian Noble. Seu olhar permaneceu no casaco preto elegante 
envolto sobre seu braço. Um pensamento fortuito lhe dizia que enquanto o 
casaco preto estava certo, e o terno estava todo errado. O casaco combinava 
com o jeans, não é? Sua observação não fazia sentido algum. Ele estava 
fantástico no terno, por um lado, e por outro, de acordo com um recente 
artigo que ela leu na GQ, ele tinha a reputação de quase sozinho manter a 
Savile Row próspera, em Londres. O que mais um homem de negócios, que 
era descendente de monarquia britânica usaria? 
 
Um dos homens que tinham entrado com ele chegou a pedi-lhe o 
casaco, mas ele balançou a cabeça uma vez. Aparentemente, o enigmático 
Sr. Noble não estava pensando em fazer mais do que uma aparição rápida no 
coquetel que ele estava oferecendo em honra de Francesca. 
 
—Lá está o Sr. Noble. Ele vai ficar tão feliz em conhecê-la. Ele ama o 
seu trabalho—, disse Lin Soong. Francesca ouviu a nota sutil de orgulho na 
voz da mulher, como se Ian Noble fosse seu amante em vez de seu 
empregador. 
 
—Ele parece que tem coisas muito mais importantes a fazer do que 
me encontrar—, disse Francesca, sorrindo. Ela tomou um gole de 
refrigerante de soda e viu como Noble falava sucintamente em um telefone 
celular enquanto dois homens estavam por perto, seu casaco permanecia 
pendurado na dobra do braço, permitindo-o uma fuga rápida. A inclinação 
sutil de sua boca lhe dizia que ele estava irritado. Por alguma razão, essa 
exibição de emoção eu-também-sou-humano a relaxou um pouco. Ela não 
 
10 
havia revelado aos seus companheiros de quarto — ela era conhecida por ser 
‘Estou pronta para o que der e vier” —, mas ela tinha estado estranhamente 
ansiosa por conhecer Ian Noble. 
 
A multidão voltou a conversar, mas o nível de energia da sala, de 
alguma forma amplificou com a chegada de Noble. Estranho que um homem 
tão distinto, sofisticado se tornasse um ícone de uma geração que vive de 
tecnologia e usa camiseta regata. Ele parecia ter trinta. Ela tinha lido que 
Noble tinha ganhado seu primeiro bilhão com sua empresa inovadora de 
mídia a anos atrás, antes de colocá-la a venda, por mais de 13 bilhões, 
então, prontamente começou outro negócio de Internet de enorme sucesso 
no varejo. 
 
Tudo o que ele tocava virava ouro, aparentemente. Por quê? Porque 
ele era Ian Noble. Ele podia fazer qualquer maldita coisa que bem quisesse. Aboca de Francesca se curvou em diversão com o pensamento. Que de 
alguma forma a ajudou a pensar que ele era arrogante e antipático. Sim, ele 
era seu benfeitor, mas como os artistas ao longo da história, Francesca teve 
uma boa dose de desconfiança com patrão gastando dinheiro. Infelizmente, 
todos os artistas esfomeados necessitavam de seus Ian Nobles. 
 
—Eu vou dizer-lhe que você está aqui. Como já mencionei, ele gostou 
muito de sua pintura. Ele a escolheu entre dois outros finalistas—, disse Lin, 
referindo-se à competição que Francesca tinha vencido. Ao vencedor seria 
concedida uma prestigiosa missão de criar uma pintura central para o 
saguão principal do novo arranha-céu de Noble em Chicago, onde eles 
estavam nesse momento. O coquetel de recepção em honra de Francesca 
estava sendo realizado em um restaurante chamado Fusion, um elegante e 
caro restaurante localizado no interior do arranha-céu de Noble. O mais 
importante para Francesca, a ela seria concedido cem mil dólares, algo que 
ela poderia urgentemente usar, visto que era uma estudante de mestrado em 
belas artes, com dificuldades econômicas. 
 
 
11 
Lin magicamente materializou uma mulher Afro-Americana jovem 
chamada Zoe Charon para conversar com Francesca em sua ausência. 
 
—É um prazer conhecê-la,— disse Zoe, mostrando um sorriso que 
todo dentista sonha em ver quando ela apertou a mão de Francesca. —E 
parabéns pela sua comissão. Basta pensar: Eu olharei para a sua pintura 
toda vez que entrar para trabalhar. 
 
Francesca sofreu uma pontada de desconforto cada vez mais familiar 
sobre sua roupa, em comparação com o terno de Zoe. Lin, Zoe, e todas as 
pessoas na recepção em sua homenagem estavam vestidos na ultima moda, 
sofisticados e elegantes. Como ela saberia que Boho Chic não iria funcionar 
em um coquetel Noble? (Como ela saberia que sua marca de Boho Chic não 
era realmente chique em todas as situações?) 
 
Ela ficou sabendo que Zoe era uma gerente assistente das Empresas 
Noble, em um departamento chamado Imagetronics. Que diabos era isso? 
Francesca perguntou distraidamente enquanto balançava a cabeça num 
interesse educado, seu olhar cintilante de novo para a frente do restaurante. 
 
A boca de Noble se suavizou um pouco quando Lin chegou e falou 
com ele. Poucos segundos depois, uma expressão entediada se instalava em 
seu rosto. Ele balançou a cabeça uma vez e olhou para o relógio. Claramente 
Noble não queria perder muito tempo conhecendo alguns do seus 
beneficiários dos seus projetos filantrópicos não mais do que Francesca 
quisesse conhecê-lo. Este coquetel em sua homenagem tinha sido uma das 
atividades onerosas que acompanharam a vencedora da comissão. 
 
Ela se virou para Zoe e sorriu amplamente, determinada a aproveitar-
se agora que ela confirmou sua ansiedade sobre o encontro com Noble tinha 
sido uma perda de tempo. 
 
—Então o você acha de Ian Noble? 
 
12 
 
Zoe começou a sua pergunta insignificante e olhou para a frente do 
bar onde estava Noble. 
 
—O que eu acho? Ele é um deus, apenas isso. 
 
Francesca sorriu. 
 
—Você é bem direta, não é? 
 
Zoe caiu na gargalhada. Francesca se juntou a ela. Por um momento, 
elas eram apenas duas jovens rindo sobre o homem mais bonito na festa. 
Que era Ian Noble, Francesca admitiu. Esqueça a festa. Ele era o homem 
mais impressionante que já viu em sua vida. 
 
Seu riso cessou quando ela notou a expressão de Zoe. Ela se virou. 
Viu que Noble estava olhando diretamente para ela. Uma sensação de calor 
intenso atingiu sua barriga. Ela não teve tempo para respirar, ele estava 
caminhando em sua direção, deixando uma Lin surpresa em seu rastro. 
 
Francesca experimentou uma vontade ridícula de correr. 
 
—Ah... ele está vindo para cá... Lin deve ter dito a ele quem você 
era,— disse Zoe, soando confusa e pega de surpresa assim como Francesca. 
Zoe tinha mais pratica na arte da elegância social do que Francesca, no 
entanto. Até o momento que Noble chegou a elas, todos os traços da menina 
sorridente foi embora e em seu lugar estava uma mulher, contida e bonita. 
 
—Sr. Noble, boa noite. 
 
Seus olhos eram de um profundo azul cobalto. Eles desligaram de 
Francesca por uma fração de segundo. Ela conseguiu inalar um pouco de ar 
para seus pulmões durante o intervalo. 
 
13 
 
—Zoe, não é?—, Perguntou. 
 
Zoe não conseguia esconder sua satisfação com o fato de que Noble 
sabia o seu nome. 
 
—Sim, senhor. Eu trabalho na Imagetronics. Posso apresentar 
Francesca Arno, a artista que você escolheu como vencedora no Concurso 
Far Sight. 
 
Ele pegou a mão dela. 
 
—É um prazer, Srta. Arno. 
 
Francesca apenas balançou a cabeça. Ela não podia falar. Seu 
cérebro estava temporariamente sobrecarregado pela imagem dele, o calor de 
sua mão, o som de sua voz baixa, seu sotaque britânico. Sua pele era pálida 
nas proximidades do seu escuro cabelo curto, elegantemente penteado, e 
terno cinza. Um Anjo Escuro. As palavras voaram em seu cérebro, 
espontaneamente. 
 
—Não posso dizer o quão impressionado estou com seu trabalho—, 
disse ele. Nenhum sorriso. Sem suavidade em seu tom, mesmo se houvesse 
uma curiosidade acentuada no seu olhar. 
 
Ela engoliu agitada. 
 
—Obrigada.— Ele soltou sua mão lentamente, fazendo com que sua 
pele deslizasse contra a dela. Um momento de silêncio horrível passou 
enquanto ele apenas olhava para ela. Ela se arrumou e endireitou sua 
espinha. 
 
—Estou feliz por ter esta oportunidade de agradecer pessoalmente 
 
14 
por conceder a mim esse novo trabalho. Isso significa mais para mim do que 
eu posso transmitir em palavras.— Ela disse as palavras tão exaustamente 
ensaiadas. 
 
Ele deu de ombros quase imperceptivelmente e acenou com a mão de 
forma negligente. 
 
—Você ganhou.— Ele segurou seu olhar. —Até que eu saiba... 
 
Ela sentiu seu pulso perto da garganta saltar e esperava que ele não 
percebesse. 
 
—Eu ganhei, sim. Mas você me deu a oportunidade. É por isso que 
estou tentando expressar meu agradecimento. Eu provavelmente não teria 
condições de me manter no segundo ano do programa de mestrado, se você 
não tivesse me dado esta oportunidade. 
 
Ele piscou. A partir do canto de sua visão, Francesca notou Zoe 
endurecer. Francesca desviou o olhar de vergonha. Será que ela soou azeda? 
 
—Minha avó sempre diz que sou displicente na hora da gratidão—, 
disse ele, com a voz mais tranquila... Mais quente. —Você está certa em me 
repreender. E você também é muito bem-vinda para a oportunidade, Srta. 
Arno—, disse ele, dando um aceno de reconhecimento. —Zoe, você se 
importaria de dar uma mensagem minha para Lin? Decidi cancelar o jantar 
com Xander LaGrange depois de tudo. Por favor, peça para ela reagendar. — 
 
—Claro, Sr. Noble,— Zoe disse antes de se afastar. 
 
—Você gostaria de se sentar?—, Perguntou ele, apontando para uma 
cabine de couro circular desocupada. 
 
—Claro. 
 
15 
 
Ele esperou atrás enquanto ela se encaminhou para dentro da 
cabine. Ela desejou que ele não fizesse isso. Ela se sentia inábil e 
desajeitada. Depois que ela se acomodou, ele se dirigiu ao seu lado em um 
gracioso e lançado movimento. Francesca alisou a saia do vestido vintage 
que ela havia comprado em uma loja de segunda mão em Wicker Park. Com 
o anoitecer antecipado de setembro estava mais frio do que ela esperava 
quando se planejou para o coquetel. A jaqueta jeans ocasional que ela usava 
tinha sido sua única opção, dadas as alças finas do vestido. Ela percebeu o 
quão ridícula devia parecer, sentada ao lado deste homem impecavelmente 
vestido, completamente masculino. 
 
Ela mexia ansiosamente em seu colar, e depois sentiu seu olhar 
sobre ela. Ela encontrou seus olhos. Seu queixo subiu desafiadoramente. 
Um pequeno sorriso cintilou através de sua boca, e algo se apertou em seu 
baixo ventre. 
 
—Então você está no segundo ano do mestrado? 
 
—Sim. Estou no Institutode Arte . 
 
—Uma escola muito boa—, ele murmurou. Ele pousou as mãos sobre 
a mesa e recostou-se na cabine, olhando completamente confortável. Seu 
corpo era longo e descontraído, e tenso, lembrando a Francesca um animal 
predador, cuja aparente calma poderia saltar para fora em completa ação em 
uma fração de segundo. Mesmo que seus quadris fossem pequenos, os 
ombros eram largos, sugerindo alguns músculos sob a camisa branca 
engomada. —Se estou lembrando, você estudou arte e arquitetura na 
Universidade Northwestern? 
 
—Sim—, disse Francesca, sem fôlego, puxando o olhar de suas mãos. 
Eram mãos elegantes, mas também de grande porte, de forma arredondada, 
e muito chamativa. A visão delas a perturbou por algum motivo. Ela não 
 
16 
podia deixar de imaginar como que seria as ter contra sua pele... em volta de 
sua cintura... 
 
—Por quê? 
 
Ela acordou de seus pensamentos totalmente inadequados e 
encontrou seu olhar firme. 
 
—Por que estudei arquitetura e arte? 
 
Ele acenou com a cabeça uma vez. 
 
—Arquitetura para os meus pais e arte para mim—, ela respondeu, 
surpreendendo a si mesma com a honestidade de sua resposta. Ela era 
geralmente super fria e desdenhosa quando alguém fazia a mesma pergunta. 
Por que ela tem que escolher entre seus talentos? —Meus pais são 
arquitetos, e sempre sonharam que eu me tornasse uma também. 
 
—Então você os concedeu metade de um sonho. Você ganhou as 
qualificações de um arquiteto, mas não pretende seguir carreira. 
 
—Eu serei sempre uma arquiteta. 
 
—Estou feliz por isso—, disse ele, olhando para cima quando um 
homem bonito, com dreadlocks e pálidos olhos cinzentos que contrastavam 
com sua pele escura se aproximava da mesa. Noble apertou sua mão. —
Lucien, como vai o negócio? 
 
—Crescendo—, Lucien respondeu, seu olhar se movendo para 
Francesca com interesse. 
 
—Srta. Arno, este é Lucien. Ele é o gerente do Fusion. Eu o escolhi a 
dedo de um dos melhores restaurantes em Paris. Lucien Lenault, esta é 
 
17 
Francesca Arno. 
 
—Um prazer—, disse Lucien em uma voz deliciosa com sotaque 
francês. —O que posso fazer por você? 
 
Noble olhou para ela com expectativa. Seus lábios eram 
anormalmente cheios para um homem de característica masculina robusta, 
atraindo-a de forma sensual e firme. 
 
Suculentos. 
 
De onde esse pensamento estranho saiu? 
 
—Eu estou bem—, respondeu Francesca, embora seu coração 
começasse a bater de forma irregular. 
 
—O que é isso?—, Perguntou ele, apontando para sua bebida meio 
vazia. 
 
—Só a bebida que costumo tomar, refrigerante de soda com limão. 
 
—Você deveria estar comemorando, Srta. Arno.— Foi o seu sotaque 
que fez seus ouvidos e seu pescoço se arrepiarem quando ele disse o nome 
dela? Havia algo único sobre ele, ela percebeu. Ele era britânico, mas parecia 
que outra língua influenciava o seu jeito de falar, ocasionalmente, algo que 
ela não conseguia identificar. —Traga-nos uma garrafa de Brut Roederer,— 
Noble disse a Lucien, que sorriu, deu uma ligeira reverencia e afastou-se. 
 
Sua confusão aumentou. Por que ele estava se preocupando em 
gastar tanto tempo com ela? Certamente ele não bebia champanhe com 
todos os destinatários de sua filantropia. 
 
—Como eu estava dizendo antes de Lucien chegar, estou contente 
 
18 
com sua base em arquitetura. Sua habilidade e conhecimento nesse campo 
é, sem dúvida, o que dá o seu trabalho artístico muita precisão, 
profundidade e estilo. A pintura que você enviou para o concurso foi 
espetacular. Você pegou exatamente o espírito do que eu queria para meu 
saguão. 
 
Seu olhar deslizou em seu terno impecável. De alguma forma, o seu 
aparente amor pelo perfeito alinhamento não a surpreendeu. Na verdade, 
sua obra foi muitas vezes inspirada por seu amor pela forma e estrutura, 
mas a precisão não sua linha de trabalho. Longe disso. 
 
—Estou feliz que ficou satisfeito—, disse ela, com o que esperava ser 
um tom neutro. 
 
Um meio sorriso brindou em seus lábios. 
 
—Há algo por trás de sua declaração. Você não está feliz que tenha 
me agradado? 
 
Sua boca ficou aberta com isso. Ela abafou as palavras que voavam 
para sua garganta. Eu faço a minha arte para agradar ninguém além de mim. 
Ela se conteve a tempo. O que havia de errado com ela? Este homem era 
responsável por mudar a sua vida. 
 
—Eu te disse antes, não poderia estar mais feliz em ganhar o 
concurso. Estou muito feliz. 
 
—Ah—, ele murmurou enquanto Lucien chegou com o balde de 
champanhe e gelo. Noble não olhou na direção de Lucien quando o outro 
homem ocupou-se de abrir a garrafa, mas continuou a estudar como se ela 
fosse um projeto de ciência particularmente interessante. —Mas estar feliz 
por sua comissão não é o mesmo de estar feliz de ter me agradado. 
 
 
19 
—Não, eu não quis dizer isso—, ela gaguejou, olhando para Lucien, 
quando ele abriu o champanhe com um som abafado de estalo. Seu olhar 
perplexo voltou a Noble. Seus olhos brilharam em outra cara impassível. Do 
que diabos ele está falando? E por que, apesar do fato de ela não ter a 
resposta para isso, sua pergunta a deixou tão perturbada? —Estou feliz que 
você gostou da pintura. Sim, muito. 
 
Noble não respondeu, apenas assistiu de forma indiferente enquanto 
Lucien derramava o líquido espumante em taças. Ele balançou a cabeça e 
murmurou seus agradecimentos antes de Lucien se afastar. Francesca 
pegou seu copo, enquanto ele estendia a mão para ela. 
 
—Parabéns. 
 
Ela conseguiu dar um sorriso quando sua taça a tocou fugazmente. 
Ela nunca tinha experimentado nada assim, o champanhe era seco e gelado 
e o achou delicioso enquanto deslizava em sua língua e garganta. Ela deu 
uma olhada para o lado de Noble. Como ele podia parecer tão alheio à tão 
forte tensão no ar quando ela se sentia como se sufocasse ao estar perto 
dele? 
 
—Eu acho que já que você é da realeza, uma garçonete não pode 
servi-lo—, disse ela, desejando que sua voz não estivesse embargada. 
 
—O que você quis dizer? 
 
—Ah, eu só quis dizer...— Ela amaldiçoou silenciosamente para si 
mesma. —Eu trabalho como garçonete, faço isso para ajudar a pagar as 
contas enquanto estou na faculdade—, disse ela, um pouco em pânico com a 
forma legal, e um pouco intimidante, que ele se mostrou de repente. Ela 
levantou a taça e tomou um gole grande demais do líquido gelado. Espere até 
que ela dissesse a Davie como ela tinha fracassado com essa coisa toda. Seu 
bom amigo ficaria exasperado com ela, mesmo que seus outros 
 
20 
companheiros de quarto Caden e Justin fossem rolar de rir, seu mais 
recente incidente de idiotice social aparente. 
 
Se apenas Ian Noble não fosse tão bonito. Tão perturbado. 
 
—Eu sinto muito—, ela murmurou. —Eu não deveria ter dito isso. É 
apenas... Eu li que seus avôs pertenciam a um ramo da família real 
britânica, um conde e uma condessa, algo assim. 
 
—E você estava se perguntando se eu desprezo ser servido por uma 
mera garota de serviços, não é?—, Perguntou. A diversão não suavizou suas 
feições, apenas as tornou mais atraentes. Ela suspirou e relaxou um pouco. 
Ela não o tinha ofendido completamente. 
 
—Eu fiz a maioria dos meus estudos nos Estados Unidos—, disse ele. 
—Eu me considero um americano, em primeiro lugar. E lhe asseguro, a 
única razão de Lucien chegar e nos servir ele mesmo é porque ele quis. 
Somos parceiros de esgrima, além de sermos amigos. O costume da 
aristocracia Inglesa de preferir um criado do que uma empregada doméstica, 
nos dias de hoje, só existe nas novelas da Regência Inglesa, Srta. Arno. E 
mesmo que ainda existisse, eu duvido que eles se apliquem a um bastardo. 
Lamento desapontá-la. 
 
Suas bochechas pareciam estar fervendo. Quando ela iria aprender a 
manter a sua grande boca fechada? Ele disse que era ilegítimo? Ela nunca 
tinha lido nada sobre isso antes. 
 
—Onde você é garçonete?—, Ele perguntou, parecendo cego parasuas bochechas vermelhas. 
 
—No High Jinks em Bucktown. 
 
—Eu nunca ouvi falar. 
 
21 
 
—De forma alguma me surpreende—, ela murmurou baixinho antes 
de tomar outro gole de champanhe. Ela piscou, surpresa ao ouvir o som de 
sua risada, baixa áspera. Seus olhos se arregalaram quando ela olhou para 
seu rosto. Ele parecia tão feliz. Seu coração se desmanchou. Ian Noble era 
espetacular, mas quando sorria, ele era nada menos do que uma ameaça a 
compostura de uma mulher. 
 
—Você se importaria de vir comigo... andar alguns quarteirões? Há 
algo crucial que eu gostaria de te mostrar—, disse ele. 
 
Sua mão parou na ação de levantar a taça aos lábios. O que estava 
acontecendo aqui? 
 
—E se relaciona diretamente com seu trabalho—, disse ele, de 
repente frio. Autoritário. —Eu quero lhe mostrar o ponto de vista que quero 
para a pintura. 
 
A raiva a atravessou. Ela ergueu o queixo. 
 
—Eu devo pintar qualquer coisa que você queira? 
 
—Sim—, disse ele, sem pausa. 
 
Ela largou a taça com um som alto, rangendo os conteúdos. Ele 
parecia completamente inflexível. Ele era tão arrogante como ela imaginou. 
Assim como ela esperava, ganhar este prêmio ia acabar sendo um pesadelo. 
Suas narinas se dilataram enquanto ele olhava para ela sem piscar, e ela 
olhou para trás. 
 
—Eu sugiro que você veja a vista em questão antes de tomar como 
uma ofensa indevida, Srta. Arno. 
 
 
22 
—Francesca. 
 
Algo brilhou em seus olhos azuis, como um raio de calor. Por uma 
fração de segundo, ela lamentou seu tom de voz. Mas então ele acenou uma 
vez. 
 
—Francesca então—, ele disse suavemente. —Se você me chamar de 
Ian. 
 
Ela quis ignorar a vibração em sua barriga. Não se engane, ela avisou 
a si mesma. Ele era o tipo exato de patrão dominador que tentar ditar, e 
esmagar os seus instintos criativos no processo. Era pior do que ela temia. 
 
Sem dizer nada, ela saiu da cabine e caminhou em direção à entrada 
do restaurante, sentindo ele se movendo por trás dela, com cada célula de 
seu ser. 
 
*** 
 
Ele mal falou quando eles deixaram o Fusion. Ele a levou para uma 
calçada que seguia ao longo do rio Chicago e Drive Lower Wacker. 
 
—Para onde vamos?— Ela quebrou o silêncio depois de um minuto 
ou dois. 
 
—Para a minha residência. 
 
Suas sandálias de salto alto vacilaram desajeitadamente na calçada, 
chegando a um impasse. 
 
—Nós estamos indo para a sua residência? 
 
Ele parou e olhou para trás, seu casaco preto flutuando em torno de 
 
23 
suas longas e fortes coxas, no rápido vento do Lago Michigan. 
 
—Sim, nós estamos indo para minha residência—, disse ele com um 
sutil tom de zombaria sinistra. 
 
Ela franziu o cenho. Ele estava claramente, silenciosamente rindo 
dela. Estou tão feliz por entretê-lo, Sr. Noble. Ele inalou e olhou na direção do 
Lago Michigan, obviamente irritado com ela e tentando reunir seus 
pensamentos. 
 
—Eu posso ver que isso a deixa desconfortável, mas você tem a 
minha palavra: isto é completamente profissional. É sobre pintura. A visão 
que eu quero que você pinte é do condomínio onde moro. Certamente você 
não pode acreditar que vou machucá-la de algumaforma. Uma sala cheia de 
pessoas nos viu sair desse restaurante juntos. 
 
Ele não precisava lembrá-la. Era como se todos os olhos no Fusion 
fossem guiados para eles enquanto eles saíram do ambiente. 
 
Ela lhe deu um olhar desconfiado para os lados, quando começaram 
a andar novamente. Seu cabelo escuro despenteando ao vento parecia 
familiar para ela de alguma forma. Ela piscou e a sensação de déjà vu 
desapareceu. 
 
—Você está me dizendo que tenho que trabalhar no seu 
apartamento? 
 
—É muito grande—, disse ele secamente. —Você não vai ter que me 
ver lá, se você preferir. 
 
Francesca olhou para as unhas dos pés pintadas, escondendo sua 
expressão dele. Ela não queria que ele suspeitasse que imagens indesejadas 
estavam se instalado em sua mente, na sua declaração; visões de Ian de pé 
 
24 
no chuveiro, seu corpo nu ainda brilhando com a umidade, uma toalha fina 
envolta em seus quadris magros a única coisa que a separava de uma visão 
de sua gloriosa masculinidade. 
 
—É um pouco heterodoxa—, disse ela. 
 
—Eu sou muito heterodoxo—, ele disse rapidamente. —Você vai 
entender quando você ver a vista. 
 
Ele vivia no 340 Oriente Archer, um clássico dos anos 1920, um 
edifício renascentista italiano que ela admirava desde que o estudou em uma 
de suas aulas. Convinha-lhe, de alguma forma, a elegante, taciturna, torre 
de tijolo escuro. Ela não estava completamente surpresa quando ele disse a 
ela que sua residência abrangia os dois últimos andares inteiros. 
 
A porta de seu elevador privado abriu sem um som, e ele estendeu a 
mão em um convite a entrar antes dele. 
 
Ela entrou em um lugar mágico. 
 
O luxo dos tecidos e móveis era óbvio, mas apesar da riqueza, a 
entrada conseguiu transmitir uma recepção de boas-vindas, um tanto 
austero, talvez, mas uma recepção, no entanto. Ela pegou um rápido 
vislumbre de si mesma em um espelho antigo. Seu longo cabelo loiro-
avermelhado estava bagunçado pelo vento, e suas bochechas coradas de 
rosa. Ela gostaria de pensar que a cor era por causa do vento, mas 
preocupada que o efeito vinha por estar com Ian Noble. 
 
Então ela notou a obra de arte, e ela esqueceu todo o resto. Ela vagou 
por um corredor largo que era também uma galeria, sua boca ficou aberta 
quando ela olhou para a pintura após a pintura, algumas das quais novas 
para ela, outras obras-primas que a encantou por vê-las pessoalmente. 
 
 
25 
Ela parou ao lado de uma escultura em miniatura posta em uma 
coluna, uma réplica muito boa de uma peça de renome da arte grega antiga. 
 
—Eu sempre amei Afrodite de Argos—, ela murmurou, seu olhar 
detalhando as requintadas características faciais e a graciosa torção do torso 
nu milagrosamente esculpida em alabastro rígido. 
 
—Sempre?—, Ele perguntou, parecendo intencional. 
 
Ela assentiu com a cabeça, esmagada pela maravilha, e continuou 
andando. 
 
—Eu só o adquiri há um mês. Não foi fácil conseguir —, disse ele, a 
tirando de seu assombrado êxtase. 
 
—Eu adoro Sorenburg—, disse ela, referindo-se ao artista que criou o 
quadro em que eles estavam diante. Ela se virou para olhar para ele, de 
repente percebendo que vários minutos se passaram e ela vagou como uma 
sonâmbula nas profundezas silenciosas de seu condomínio sem convite, e 
que ele tinha permitido sua intrusão sem comentários. Ela agora estava em 
um salão decorado com uma variedade de tecidos ricos de azul, amarelo 
pálido e marrom escuro. 
 
—Eu sei. Você mencionou isso na sua fixa de inscrição do concurso. 
 
—Eu não acredito que você gosta de expressionismo. 
 
—Porque você não pode acreditar?—, Perguntou ele, em voz baixa 
fazendo seus ouvidos formigarem e arrepios subir ao longo de seu pescoço. 
Ela olhou para ele. A pintura que ela se referiu estava pendurada acima de 
um sofá de veludo almofadado. Ele estava mais perto do que ela imaginava, 
tão perdida que ela tinha ficado cheia de admiração e prazer. 
 
 
26 
—Porque... você escolheu a minha pintura—, disse ela com voz fraca. 
Seu olhar deslizou sobre seu corpo. Ela engoliu em seco. Ele desabotoou o 
casaco. Um cheiro limpo e picante de sabão entrou em seu nariz. Uma 
pressão forte e quente atravessou seu sexo. —Você parece gostar... por 
encomendar tantos,— ela tentou explicar, com a voz um pouco acima de um 
sussurro. 
 
—Você está certa—, disse ele. Uma sombra pareceu vir em seus 
traços arrojados. —Eu abomino desleixo e desordem. Mas Sorenburg não é 
sobre isso.— Ele olhou para a pintura. —Trata-se de fazer sentido a partir do 
caos. Você não concorda? 
 
Sua boca estava aberta quando ela olhou para o seu perfil. Ela nunca 
tinha ouvido falar do trabalho de Sorenburg descrito de forma tão sucinta. 
 
—Sim, eu o concordo—, disse ela lentamente.Ele deu um pequeno sorriso. Seus lábios tinham de ser sua 
característica mais atraente, além de seus olhos. E seu queixo firme. E seu 
incrível corpo. 
 
—Será que meus ouvidos me enganam?—, ele murmurou, —Ou é 
uma nota de respeito que ouço em seu tom, Francesca? 
 
Ela se virou para olhar cegamente para o Sorenburg. Sua respiração 
queimava em seus pulmões. 
 
—Você merece o respeito desta. Você tem bom gosto para arte. 
 
—Obrigado. Ora, eu concordo. 
 
Ela arriscou um olhar de soslaio. Ele estava olhando para ela com 
aqueles olhos de anjo escuro. 
 
27 
 
—Deixe-me tirar seu casaco—, disse ele, estendendo suas mãos. 
 
—Não.— Suas bochechas se aqueceram quando ouviu como abrupta 
a soou. Seu consciente bateu nela, numa névoa de encantamento. Suas 
mãos permaneceram estendidas. 
 
—Vou tirá-la. 
 
Ela abriu a boca para repreendê-lo, mas parou quando percebeu seu 
escuro olhar e sobrancelhas ligeiramente levantadas. 
 
—A mulher veste as roupas, Francesca. Não o contrário. Essa é a 
primeira lição que eu vou te ensinar. 
 
Ela deu-lhe um olhar falso de exasperação e encolheu os ombros fora 
de sua jaqueta jeans. O ar estava frio em seus ombros nus. O olhar de Ian 
estava quente. Ela endireitou a coluna. 
 
—Você diz isso como se estivesse pensando em me dar mais lições—, 
ela murmurou, entregando-lhe o casaco. 
 
—Talvez eu dê. Siga-me. 
 
Ele pendurou o casaco, depois a levou para o corredor da galeria 
antes de virar em num corredor que era mal iluminado com candelabros de 
bronze. Ele abriu uma de muitas portas altas, e Francesca entrou no quarto. 
Ela esperava ver mais um quarto cheio de maravilhas, mas em vez disso 
entrou em um espaço amplo e estreito que corria ao longo de uma fileira de 
janelas do chão ao teto. Ele não ligou a luz. Ele não precisava. O quarto 
estava iluminado pelos arranha-céus e as luzes refletiam através do rio 
negro. Ela caminhou para as janelas sem falar. Ele veio para ficar ao lado 
dela. 
 
28 
 
—Eles estão vivos, os edifícios... alguns mais que outros—, disse ela 
em voz baixa depois de um momento. Ela deu-lhe um olhar triste e foi 
premiada com um sorriso. Um embaraço a inundou. —Eu quero dizer, eles 
parecem assim. Eu sempre pensei assim. Cada um deles tem uma alma. À 
noite, especialmente... Eu posso sentir isso. 
 
—Eu sei que você pode. É por isso que escolhi a sua pintura. 
 
—Não por causa de linhas perfeitamente retas e reproduções 
precisas?—, ela perguntou com voz trêmula. 
 
—Não. Não por causa disso. 
 
Sua expressão era calma, quando ela sorriu. Um prazer inesperado a 
encheu. Ele entendia sua arte depois de tudo. E... ela deu a ele o que ele 
queria. 
 
Ela olhou para a vista magnífica. 
 
—Eu entendo o que você quis dizer,— ela disse, sua voz vibrando de 
emoção. —Eu não tenho estudado arquitetura por um ano e meio, e tenho 
estado tão ocupada com as minhas aulas de arte que não acompanho as 
revistas, ou teria sabido. Ainda... tenho vergonha de mim por não ter visto 
até agora—, disse ela, referindo-se aos dois edifícios mais importantes que 
ladeavam o rio salpicado e cintilante de preto e dourado. Ela balançou a 
cabeça com espanto. —Você fez as Empresas Nobles uma versão moderna e 
simplificada de uma clássica arquitetura de Chicago. É como uma versão 
contemporânea da Sandusky. Brilhante—, disse ela, referindo-se ao eco que 
o edifício das Empresas Noble fez do Edifício Sandusky, uma obra-prima 
gótica. Empresas Nobles era como uma versão de Ian, ousada, forte, 
alinhada, elegante e moderna de algum ancestral gótico. Ela sorriu com o 
pensamento. 
 
29 
 
—A maioria das pessoas não vê o efeito até eu mostrar-lhes essa 
visão—, disse ele. 
 
—É genial, Ian—, disse ela comovidamente. Ela lhe deu um olhar 
interrogativo, observando os reflexos nos olhos causados pelas luzes dos 
arranha-céus. —Porque você não se gaba para a imprensa? 
 
—Porque não fiz isso para a imprensa. Eu fiz isso para o meu próprio 
prazer, como faço a maioria das coisas. 
 
Ela se sentia presa por seu olhar e não podia responder. Isso não foi 
uma coisa particularmente egoísta a dizer? Por que, então, as suas palavras 
causaram aquela sensação quente na junção de suas coxas? 
 
—Mas estou contente que você está satisfeita—, disse ele. —Eu tenho 
algo para lhe mostrar. 
 
—Sério?—, Ela perguntou sem fôlego. 
 
Ele apenas acenou com a cabeça uma vez. Ela o seguiu, feliz que ele 
não podia ver a cor em suas bochechas. Ele a levou para uma sala quase 
completamente cercada por cheias estantes de nogueira escura. Ele parou 
na porta, observando a reação dela enquanto ela olhava ao redor 
curiosamente, seu olhar finalmente pousou e travou na pintura acima da 
lareira. Ela congelou. Ela caminhou para ele como se estivesse em transe e 
estudou uma de suas próprias peças. 
 
—Você comprou isso de Feinstein?— Ela sussurrou, referindo-se a 
um de seus companheiros de quarto, Davie Feinstein, que era dono de uma 
galeria em Wicker Park. A peça que ela estava olhando para foi a primeira 
pintura dela que ele tinha vendido. Ela insistiu em dá-la a Davie como um 
depósito da sua parte do aluguel há um ano e meio, quando ela estava 
 
30 
quebrada antes deles se mudaram para a cidade. 
 
—Sim—, Ian disse, sua voz dizendo que ele estava logo atrás de seu 
ombro direito. 
 
—Davie nunca mencionou. 
 
—Eu pedi a Lin para consegui-lo para mim. A galeria provavelmente 
nunca soube quem realmente comprou. 
 
Ela engoliu o nó na garganta quando seu olhar passou por cima da 
representação do homem solitário caminhando no meio da rua Lincoln Park 
no escuro das primeiras horas da manhã, de costas para ela. Os arranha-
céus ao redor pareciam olhar para ele com um distanciamento individual, 
tão imune à dor humana como ele parece ser para o seu próprio sofrimento. 
Seu casaco aberto tremulava por trás dele. Os ombros curvados contra o 
vento, e suas mãos estavam afundadas na profundidade nos bolsos de seu 
jeans. Cada linha de seu corpo exalava poder, graça, e uma resignada 
solidão que endurece em força e determinação. 
 
Ela adorava esta peça. Ela morreu por tê-la entregue, mas o aluguel 
devia ser pago. 
 
—O gato que anda sozinho—, disse Ian atrás dela, sua voz soando 
rouca. 
 
Ela sorriu e riu ao ouvi-lo dizer o título que tinha dado a pintura. 
 
—Eu sou o gato que anda sozinho, e todos os lugares são iguais para 
mim. Eu pintei isso em meu segundo ano de graduação. Eu estava tendo 
uma aula de literatura Inglesa no momento, e estávamos estudando Kipling. 
A frase parecia se encaixar de alguma forma... 
 
 
31 
Sua voz foi sumindo enquanto ela olhava para a figura solitária na 
pintura, sua consciência toda focalizada no homem que estava atrás dela. 
Ela olhou para Ian e sorriu. Com vergonha ela percebeu que lágrimas 
queimavam em seus olhos. Suas narinas dilataram um pouco, e ela virou-se 
abruptamente, enxugando suas bochechas. Ele tinha tocado algo profundo 
dentro dela, vendo a pintura nas profundezas de sua casa. 
 
—Eu acho que é melhor eu ir—, disse ela. 
 
Ela podia escutar seu coração bater forte, nos segundos do forte 
silêncio que se seguiu. 
 
—Talvez seja melhor—, disse ele finalmente. Ela se virou e deu um 
suspiro de alívio ou era de arrependimento enquanto ela via sua forma alta 
sair da sala. Ela o seguiu, murmurando um agradecimento enquanto ele 
levantava a jaqueta jeans, uma vez que atingiu a porta de entrada. Ele 
resistiu quando ela tentou tirar isso dele. Ela engoliu em seco e se virou de 
costas para ele, deixando-o colocá-lo sobre ela. Seus dedos roçaram a pele 
de seus ombros. Ela reprimiu um arrepio quando ele deslizou a mão sob o 
seu longo cabelo, roçando a nuca no processo. Ele gentilmente tirou o cabelo 
da jaqueta e alisou-o sobre suas costas. Ela não pôde reprimir um calafrio e 
suspeitava que ele sentia debaixo de sua mão. 
 
—Uma cor rara—, ele murmurou, aindaalisando o cabelo, deixando 
seus nervos em um alto estado de alerta. 
 
—Eu posso pedir ao meu motorista Jacob para te levar para casa—, 
disse ele depois de um momento. 
 
—Não—, ela disse, sentindo-se tola por não se virar para falar. Ela 
não podia se mover. Ainda estava paralisada. Cada célula de seu corpo 
formigava com consciência. —Meu amigo vai me pegar em pouco tempo. 
 
 
32 
—Você vem aqui para pintar?—, Ele perguntou, sua voz profunda 
ecoando a poucos centímetros de sua orelha direita. Ela olhou à sua frente, 
sem ver. 
 
—Sim. 
 
—Eu gostaria que começasse na segunda-feira. Eu vou pedir a Lin 
que lhe forneça um cartão de entrada e senha para o elevador. Seus 
suprimentos estarão prontos quando você vir. 
 
—Eu não posso vir todos os dias. Tenho aulas principalmente no 
período da manhã e sou garçonete das sete até fechar vários dias por 
semana. 
 
—Venha sempre que puder. O ponto é, você vai vir. 
 
—Sim, tudo bem—, ela conseguiu dizer através de um nó na 
garganta. Ele não tinha retirado a sua mão de suas costas. Ele poderia 
sentir o seu coração pulsando? 
 
Ela tinha que sair de lá. Agora. Ela estava fora de sua intimidade. 
 
Ela deu uma guinada em direção ao elevador, apertou um botão no 
painel de controle apressadamente. Se ela pensasse que ele ia tentar tocá-la 
novamente, ela pensou errado. A porta do elevador se abriu elegantemente. 
 
—Francesca—, ele disse enquanto corria para dentro. 
 
—Sim—, ela perguntou, virando. 
 
Ele estava com as mãos atrás das costas, a postura fazendo o paletó 
se abrir, revelando uma camisa drapejada no abdômen magro, os quadris 
estreitos, um cinto de fivela de prata, e... tudo por baixo. 
 
33 
 
—Agora que você tem alguma segurança financeira, eu preferiria que 
você não vagueasse pelas ruas de Chicago nas primeiras horas da manhã, a 
fim de encontrar a sua inspiração. Você nunca sabe o que pode encontrar. É 
perigoso. 
 
Sua boca caiu aberta de espanto atordoado. Ele se adiantou e 
apertou um botão no painel, fazendo com que as portas se deslizassem 
fechando. A última visão que tinha dele era o seu brilhante olhar de olhos 
azuis em um rosto de outra forma impassível. Seu coração escalou para um 
rugido em seus ouvidos. 
 
Ela o pintou quatro anos atrás. Isso é o que ele estava dizendo, que 
ele sabia que ela o observou andando pelas ruas escuras e solitárias na 
calada da noite, enquanto o resto do mundo dormia, quente e seguros em 
suas camas. Francesca não tinha percebido a identidade de sua inspiração 
na época, nem ele tinha provavelmente o conhecimento de que estava sendo 
observado até que viu a pintura, não havia duvidas. 
 
Ian Noble era o gato que andava sozinho. 
 
E ele queria que ela soubesse disso. 
 
 
 
34 
Capítulo 2 
 
Ele conseguiu colocá-la totalmente fora de sua mente num total de 
10 dias. Ele viajou para Nova York para uma estadia de duas noites e 
finalizou a aquisição de um programa de computador que lhe permitiria 
começar uma nova rede que combinava os aspectos sociais e um aplicativo 
de jogo único. Ele fez sua visita mensal em seu apartamento, em Londres. 
Enquanto ele estava em Chicago, reuniões e trabalho o mantiveram ocupado 
até mais de meia-noite. Quando ele chegou ao seu apartamento de 
cobertura, o interior estava escuro e silencioso. 
 
Não era inteiramente correto dizer que ele tinha mantido Francesca 
Arno totalmente fora de sua mente, no entanto. Ou honestamente, Ian 
admitiu severamente a si mesmo enquanto subia no elevador para a sua 
cobertura quarta-feira à tarde. Lembranças dela vinham em sua mente em 
rápidos flashes, potentes, penetrando sua mente, em breve momentos do seu 
dia. A Sra. Hanson, sua governanta, inocentemente deu-lhe atualizações 
como seus projetos semanais estavam indo na casa. Ele tinha ficado feliz ao 
saber que a inglesa idosa tinha amizade com Francesca, convidando-a para 
a cozinha, ocasionalmente, para se juntar a ela para o chá. Ele tinha ficado 
feliz ao ouvir que Francesca estava confortável em sua casa, e depois se 
perguntou por que isso lhe importava. A pintura era a única coisa que ele 
queria, e, certamente, as condições de trabalho eram adequadas para isso. 
 
Uma vez, ele disse a si mesmo que estava sendo rude, ignorando-a. 
Certamente a sua fuga iria colocar muita ênfase sobre ela, fazendo mais da 
situação do que se justificava. Na última noite de quinta-feira, ele tinha ido 
ao seu estúdio com a intenção de perguntar a ela se gostaria de tomar um 
refresco com ele na cozinha. A porta estava entreaberta, e ele entrou sem 
bater. Por alguns segundos, ele a viu trabalhar, sem ser percebido. 
 
Ela havia estado parada em uma pequena escada, trabalhando no 
canto superior direito da tela, completamente absorvida. Apesar de ter tido 
 
35 
bastante certeza de que ele não tinha feito um barulho, ela de repente virou-
se e ficou imóvel, observando-o com olhos castanhos assustados, o lápis 
ainda na tela. A faixa pesada de cabelo brilhante tinha despregado do 
prendedor na parte de trás de sua cabeça. Não havia uma mancha de carvão 
vegetal em seu rosto liso, e seus escuros lábios cor de rosa tinham se aberto 
em surpresa ao vê-lo. 
 
Ele perguntou a ela educadamente sobre o seu progresso e tentou 
não notar o pulsar de seu coração em sua garganta ou o arredondamento de 
seus seios. Ela tinha tirado o casaco suado enquanto trabalhava e usava um 
top apertado. Seus seios eram mais cheios do que ele tinha percebido antes, 
o tamanho de seus seios era um contraste erótico entre sua cintura estreita 
e quadris, e pernas longas joviais. 
 
Depois de trinta segundos de conversa polida, ele fugiu como o 
covarde que era. 
 
Disse a si mesmo que sua hiper consciência dela era completamente 
natural. Ela era uma beleza incrível, depois de tudo. O fato de que ela 
parecia completamente alheia à sua sexualidade o fascinava. Será que ela 
cresceu em uma espécie de buraco? Certamente ela estaria acostumada a ter 
homens excitados por ela sempre que entrava em um ambiente, salivando 
com a visão de seu cabelo sedoso dourado-avermelhado, olhos castanhos 
aveludados, e figura alta e esbelta. Como ela podia não ter aprendido isso 
aos 23 anos, que sua pele impecavelmente pálida, seus exuberantes lábios 
cor de rosa, e esguio, corpo tinham o poder de derrubar um homem forte? 
 
Ele não sabia a resposta para essa pergunta, mas depois de um 
estudo de perto, ele poderia dizer com confiança que sua falta de consciência 
não era um ato pensado. Ela caminhava com o passo de pernas longas, 
passo desengonçado de um adolescente e dizia as coisas mais incrivelmente 
desajeitadas. 
 
 
36 
Foi somente quando ela estava enfeitiçada enquanto olhava para sua 
arte, ou quando ela olhava para fora da janela para o horizonte, ou quando 
ele espionava secretamente enquanto ela desenhava naquela noite, 
completamente perdida em sua arte, que sua beleza era totalmente revelada. 
 
E era a visão mais atraente, viciante, que ele já tinha visto. 
 
Ele parou no hall de entrada da cobertura pressentindo que ela 
estava lá. Nenhum som emanava das profundezas de sua residência, mas de 
alguma forma ele sabia que Francesca trabalhava em seu estúdio arranjado. 
Será que ela ainda estava esboçando na tela grande? De repente, ele 
imaginou-a perfeitamente, seu belo rosto tenso, concentrado, os olhos 
escuros piscando e movendo-se entre o rápido movimento do lápis e a vista. 
Ela tornava-se sombria e formidável como uma juíza enquanto trabalhava, 
toda a sua consciência do mundo evaporava, enquanto trabalhava fazendo 
seu trabalho brilhante, uma graça incomum que ela não parecia saber que 
possuía. 
 
Ela também era ignorante de seu apelo sexual potente. Ele, por outro 
lado, estava consciente de sua promessa e poder. Infelizmente, estava 
igualmente consciente de sua ingenuidade. Ele praticamente podia sentir o 
cheiro em torno dela; suainocência misturada com uma sexualidade ainda 
não testada, a criação de um perfume inebriante que o deixava fora de 
equilíbrio. 
 
Um suor brotou em seu lábio superior. Seu pênis inchou a 
totalmente, até o limite, em questão de segundos. 
 
Franzindo a testa, olhou para o relógio e puxou o celular do bolso. 
Ele bateu em alguns botões e caminhou pelo corredor, desviando em direção 
ao seu quarto. Felizmente, seus aposentos privados estavam no extremo 
oposto do estúdio onde Francesca trabalhava. Ele precisava tirá-la de sua 
mente. Exterminá-la. 
 
37 
 
Uma voz respondeu à sua ligação. 
 
—Lucien. Algo importante aconteceu, e eu estou correndo atrás. 
Podemos nos encontrar no Five Thirty Versus Five? 
 
—Certamente. Vejo você lá em 45 minutos. Espero que você esteja 
preparado, porque hoje eu quero lutar. 
 
Ian sorriu ironicamente enquanto ele fechava a porta do quarto atrás 
dele e trancou-a. 
 
—Tenho a sensação de que minha espada está com fome de sangue 
hoje, bem, meu amigo, então vamos ver quem está preparado ou não. 
 
Lucien ainda estava rindo quando Ian desligou. Ele arrumava sua 
pasta e retirou um uniforme de esgrima de seu closet, colocando para fora 
um plastrão, calções e um casaco. Ele se despiu rápido e de forma eficiente. 
De sua pasta, ele retirou uma chave. Dois closets grandes adjuntos aos seus 
aposentos particulares. A Sra. Hanson estava proibida de entrar lá, apenas 
Ian entrava. 
 
Era um território privado de Ian. 
 
Ele destrancou a porta de mogno e andou nu por sua sala grande e 
espaçosa. Ela era revestida de gavetas e armários em ambos os lados, e estes 
sempre eram mantidos meticulosamente arrumados. Ele abriu uma gaveta a 
sua direita e retirou os itens que ele queria antes de voltar para sua cama. 
 
Era sua culpa por não realizar este desejo inútil que aumentou a 
níveis perigosos. Talvez ele pudesse trazer uma mulher aqui neste fim de 
semana, mas, agora, ele precisava diminuir sua afiada fome sexual. 
 
 
38 
Ele despejou um pouco de lubrificante em sua mão. Sua ereção não 
diminuíra. Arrepios de prazer o percorreu enquanto ele esfregava o 
lubrificante sobre seu pênis. Ele pensou em se deitar na cama, mas não... 
essa posição era melhor. Ele pegou o expansor de pênis 1 e agarrou seu pênis 
pesado. Ele comprava masturbadores feito para suas dimensões, e o silicone, 
especificamente, devia ser transparente. Ele gostava de se ver ejacular. O 
fabricante tinha seguido suas instruções com perfeição, a única exceção era 
a adição de um círculo rosa escuro ao redor do anel de entrada do 
brinquedo. Ian achou que essa adição era inofensiva, portanto não se 
queixou. O masturbador não substituía uma mulher. Ele poderia ter 
qualquer mulher disposta a lhe dar qualquer coisa na hora que quisesse. Ao 
longo dos anos, ele aprendeu uma lição fundamental sobre discrição. Ele 
preparou uma lista considerável, que incluía duas mulheres que sabiam 
exatamente o que ele queria sexualmente e entendia os parâmetros do que 
ele iria dar em troca. 
 
O uso do masturbador era puramente prático. Ele não devia nada ao 
brinquedo sexual depois que tinha servido o seu propósito. 
 
Mas hoje, um tremor de excitação passou por ele ao ver a cabeça 
grossa de seu pênis penetrando o anel rosa apertado. Ele flexionou seu 
braço, empurrando a bainha de silicone confortável ao longo do seu inchado 
pênis, centímetro por centímetro. Ele moveu a mão como um pistão, 
apreciando o quão rapidamente o calor de sua carne montava o silicone, 
apertado. 
 
Oh, sim. Isto era o que ele precisava, um orgasmo que esvaziasse 
suas bolas. Seu abdômen, bunda, e músculos da coxa se contraiam 
enquanto seu punho bombeava. As paredes do brinquedo espremiam e 
sugavam seu membro, enquanto ele bombeava. Ele retirou todo o brinquedo, 
até chegar a cabeça do seu pau, para mergulhar novamente nas profundezas 
 
1
 Brinquedo sexual na forma de pênis, feito com silicone, cujas funções são se ajustar a qualquer tamanho de 
pênis para proporcionar intenso prazer e excitação, auxilia também no aumento e rigidez do pênis 
 
39 
quentes e escorregadias do masturbador, de novo e de novo, imitando o ato 
de sexo oral. 
 
Normalmente, ele fechava os olhos, envolvido numa fantasia sexual, 
enquanto ele se masturbava. Hoje, por algum motivo, seu olhar permanecia 
fixo na visão de seu pênis penetrando o anel rosa. Fantasiou com lábios 
rosas inchados no lugar do anel de silicone. Ele viu enormes olhos escuros 
olhando para ele. 
 
Lábios de Francesca. Olhos de Francesca. 
 
Você não tem tempo de seduzir uma inocente, e não é sua área. Você 
não se queimou uma vez ao fazer isso? 
 
Ele era um dom2 relutante, talvez, mas era um pleno dominador 
sexual, no entanto. Há muito tempo ele havia se acostumando com a sua 
natureza, sabendo que combinava com seu solitário destino de vida. Não que 
ele quisesse ficar sozinho. Ele apenas sabia o suficiente para perceber que 
era inevitável. Ele estava consumido pelo seu trabalho. Um maníaco por 
controle. Todo mundo dizia isso, a mídia, os membros da comunidade 
empresarial... Sua ex-mulher. Ele se resignou ao fato de que eles estavam 
todos corretos. Felizmente, ele tinha se acostumado com sua solidão. 
 
Não tinha nenhum direito de submeter uma mulher como Francesca 
a sua a natureza exigente. 
 
A voz de advertência em sua cabeça foi abafada pelos baixos sons 
provindo do seu coração, e dos grunhidos de excitação que liberava 
enquanto bombeava seu pênis. 
 
Ele iria usá-la para seu prazer, violentar sua doce boca. Ela ficaria 
um pouco alarmada com a sua vigorosa possessão? Excitada? Ambos? 
 
2
 Dominador 
 
40 
 
Ele gemia com o pensamento e puxou seu braço, acariciando mais 
rapidamente, cada músculo de seu corpo crescendo duro e rígido. 
 
Seu pênis parecia enorme enquanto ele empurrava o eixo 
completamente no centro da luva de silicone. Ele não queria gozar por sua 
própria mão. Ele queria algo que não deveria, no entanto, teria o suficiente 
com sua mão. 
 
Mesmo se o que ele realmente quisesse era prender um par de pernas 
compridas, belos cabelos dourados, ordenar que ela se ajoelhasse diante 
dele, e bater seu pênis em sua molhada, e apertada boca... ele realmente 
queria testemunhar o flash de emoção em seus olhos enquanto ele entrava 
em erupção, em clímax e se entregasse a ela. 
 
O orgasmo bateu nele, afiado e delicioso. Ele engasgou enquanto se 
observava ejacular no expansor de pênis transparente, o seu tiro de sêmen 
contra os lados da câmara de sucção interna. Depois de um momento, ele 
fechou os olhos e gemeu asperamente, continuando a gozar. 
 
Cristo, ele tinha sido um tolo em não fazer isso no início da semana. 
Ele não conseguia parar o clímax. Ele claramente precisava de uma 
liberação. Não era típico dele ignorar suas necessidades sexuais, e ele não 
podia imaginar por que ele tinha permanecido na abstinente nesta semana. 
Tinha sido bobagem. 
 
Isso o poderia ter levado a uma perda de controle, uma perspectiva 
que não podia aceitar. As pessoas que não entendiam suas necessidades 
acabavam cometendo erros, crescendo desleixado e desordenado. 
 
Seus músculos relaxaram quando os tremores finais enfraquecidos 
do orgasmo o percorreram. Ele deslizou a bainha fora seu pênis sensível. Ele 
passou a mão em torno do material nu e escorregadio, e ficou ali, respirando 
 
41 
rapidamente. 
 
Ela era uma mulher como outra qualquer. 
 
Mas talvez ela não fosse? Ela o pegou de surpresa com sua pintura. 
Isto o deixou desconfortável, aquele conhecimento, como uma rebarba sob 
sua pele. Isto o fez querer capturá-la ... fazê-la pagar por olhar em sua mente 
de alguma forma, vendo coisas que não deveria ver com seu talento único de 
precisão emotiva. 
 
Ele iria dominar este forte, poderosodesejo. Ele virou-se e caminhou 
para o banheiro para limpar e preparar-se para o seu exercício de esgrima. 
 
Mais tarde, enquanto se vestia, ele percebeu que seu pênis ainda 
estava muito sensível e que sua ereção não estava completamente dissipada. 
Droga! 
 
Ele informaria tanto a Francesca quanto a Sra. Hanson que queria 
privacidade neste fim de semana. Ele ia dar um telefonema. Claramente, ele 
precisava de uma mulher experiente, que sabia exatamente como agradá-lo, 
a fim de vencer essa necessidade estranha. 
 
*** 
 
Lucien não tinha mentido. Ele estava com vontade de lutar. Ian 
recuou sob o avanço agressivo de seu amigo, aparando suas estocadas 
rápidas, calmamente à espera da extensão que iria torná-lo vulnerável. Ele 
vinha treinando regularmente com o outro homem há dois anos, e ele tinha 
chegado a entender o seu estilo e de como suas emoções afetavam seu 
combate. Lucien era um lutador, hábil inteligente, mas ele ainda tinha que 
aprender como o humor de Ian poderia influenciar suas ações com a lâmina. 
 
Talvez fosse porque Ian fez questão de dominar suas emoções e reagir 
 
42 
com pura lógica. 
 
Esta noite, Lucien foi surgindo com energia volátil, mais forte do que 
o habitual, mas imprudente também. Ian esperou até que viu o triunfo em 
cada linha de forma a atacar Lucien. Ele reconheceu a segunda intenção de 
seu oponente, com precisão aparando contra o segundo golpe destinado a 
terminar com Ian de uma vez por todas. Lucien resmungou em frustração 
quando Ian replicou e conseguiu um hit. 
 
—Você é um leitor de mente, desgraçado —, Lucien murmurou, 
chicoteando a sua máscara, seus longos dreadlocks mexendo em torno de 
seus ombros. Ian, também, tirou a máscara. 
 
—Essa é sempre a sua desculpa. Na verdade, é tudo muito lógico, e 
você sabe disso. 
 
—Mais uma vez—, Lucien desafiou, erguendo sua espada, seus olhos 
cinzentos feroz. 
 
Ian sorriu. 
 
—Quem é ela? 
 
—Quem é quem? 
 
Ian deu-lhe um olhar seco enquanto ele tirava a luva. 
 
—A mulher que está deixando seu sangue quente, como de uma 
cabra randy.— Isto o intrigava, esta qualidade frustrada em Lucien, que 
normalmente era tão popular com as mulheres. 
 
A expressão de Lucien apertou, e ele desviou o olhar. Ian fez uma 
pausa na ação de remoção de sua outra luva. Sua testa franzida de 
 
43 
consternação. 
 
—O que há de errado?—, Perguntou. 
 
—Há algo que eu venho tentando lhe perguntar,— Lucien disse em 
uma voz calma sob pressão. 
 
—Bem, então? 
 
Lucien olhou para ele. 
 
—Os funcionários da Nobles são autorizados a terem encontros? 
 
—Depende de suas posições. É muito claro no contrato de trabalho. 
Gerentes e supervisores são proibidos de se encontrarem com inferiores, e 
será demitido se for descoberto que eles o fazem. É altamente desencorajado 
aos gerentes encontros entre si, embora não proibido. É claro no contrato 
que, se as situações adversas surgirem no trabalho devido a um 
relacionamento fora do escritório, o motivo para a rescisão é cumprido. Eu 
acho que você sabe que isso não é uma boa ideia, Lucien. Ela trabalha no 
Fusion? 
 
—Não. 
 
—Ela exerce alguma função para a Noble?— Ian perguntou quando 
ele tirou a outra luva, plastron e a jaqueta, deixando apenas as calças 
ajustadas e camiseta. 
 
—Eu não tenho certeza. E se o emprego com Noble é... heterodoxo? 
 
Ian deu-lhe um olhar afiado quando ele colocou sua espada e pegou 
uma toalha. 
 
 
44 
—Heterodoxo... como no gerente de um restaurante versus um 
gerente de um departamento de negócios—, questionou ironicamente. 
 
Lucien hesitou, então assentiu com a cabeça, seu rosto uma máscara 
ilegível. Ambos iam falar, quando uma batida foi ouvida na porta da sala de 
esgrima. 
 
—Sim?— Ian chamou, suas sobrancelhas inclinadas em 
perplexidade. A Sra. Hanson geralmente não o incomodava durante seu 
treino. O conhecimento de que ele não seria interrompido o ajudou a 
encontrar uma zona de concentração total em ambos, esgrima e rotinas de 
exercícios. 
 
Ele ficou ainda mais espantado quando Francesca entrou na sala. 
Seu longo cabelo foi vagamente contido na parte de trás de sua cabeça. 
Alguns fios roçaram seu pescoço e bochechas. Ela usava nem uma 
maquiagem, um par de jeans colado, um moletom com capuz e disforme, e 
um par de tênis cinza e branco. Os sapatos não eram da mais alta 
qualidade, mas Ian rapidamente avaliou que eles eram o item mais caro que 
ela usava. Na abertura de sua jaqueta, ele viu a alça fina de outra parte 
superior de uma regata. A imagem de seu corpo flexível descrito na roupa 
apertada deixou sua mente acessa. 
 
—Francesca. O que você está fazendo aqui?—, Ele perguntou, sua voz 
afiada involuntariamente em aborrecimento com a lembrança, vívida 
incontrolável. Ela parou alguns metros do tapete de esgrima. A exuberância 
de seus lábios cor de rosa fazia até mesmo suas carrancas sexy como o 
inferno. 
 
—Lin precisa falar com você sobre uma coisa urgente. Você não 
estava atendendo seu telefone celular, e ligou para a linha de casa. Sra. 
Hanson saiu para o supermercado para obter alguns ingredientes que faltam 
para o seu jantar, então eu disse que viria dar a mensagem. 
 
45 
 
Ian balançou a cabeça uma vez, usando a toalha que tinha envolvido 
em torno de seu pescoço para limpar algum suor de seu rosto. —Eu vou ligá-
la assim que tomar banho. 
 
—Eu vou dizer a ela—, disse Francesca, começando a sair da sala. 
 
—O quê? Ela ainda está na linha? 
 
Francesca assentiu. 
 
—Há uma extensão na sala fora da sala de ginástica. Diga a ela que 
vou retomar a ligação em breve. 
 
—Tudo bem—, disse Francesca. Ela olhou rapidamente para Lucien e 
deu-lhe um sorriso fugaz antes de se virar. 
 
A irritação o mordeu. Bem, com toda a justiça, Lucien não latiu para 
ela como você fez. 
 
—Francesca. 
 
Ela se virou. 
 
—Você retornaria uma vez que passar a mensagem para Lin, por 
favor? Nós não tivemos a oportunidade de falar muito durante toda a 
semana. Eu gostaria de ouvir sobre o seu progresso. 
 
Ela hesitou por uma fração de segundo. Seu olhar caiu sobre o peito, 
deixando-o mais consciente. 
 
—Claro. Eu estarei de volta—, disse antes de sair da sala. A porta da 
sala de esgrima se fechou atrás dela. 
 
46 
 
Lucien estava sorrindo quando olhou para ele. 
 
—Quando visitei a America do Sul, eles tinham um ditado... ‘Uma 
longa, uma alta bebida de água fria’. 
 
Ian teve uma reação retardada. 
 
—Não se intrometa—, ele disse de forma sucinta. 
 
Lucien olhou surpreso. Ian piscou, uma mistura de agressividade 
primitiva e vergonha na aspereza guerreando em seu sangue. Algo aconteceu 
com ele, e ele estreitou os olhos. 
 
—Espere um segundo... a mulher que estava falando há pouco, que 
trabalha para a Noble... 
 
—Não era Francesca—, Lucien disse, seus olhos brilhando quando 
ele deu a Ian um olhar de lado e abriu a geladeira por uma garrafa de água. 
—Parece-me que você deve tomar o seu próprio conselho sobre interesses 
românticos na empresa. 
 
—Não seja ridículo. 
 
—Então você não está interessado nessa linda criatura?— Lucien 
perguntou. 
 
Ian chicoteou a toalha no pescoço. 
 
—Eu queria dizer que não tenho um contrato de trabalho—, disse ele, 
em tom enérgico, que deixa claro que a conversa estava acabada. 
 
—Eu acho que é a minha deixa para sair—, Lucien disse 
 
47 
ironicamente. —Vejo você na segunda-feira. 
 
—Lucien. 
 
Ele se virou. 
 
—Eu sinto muito por atirar isso em você—, disse Ian. 
 
Lucien deu de ombros. 
 
—Eu sei o que significa estar em uma rédea curta. Tende a fazer de 
um homem um pouco... sensível. 
 
Ian não respondeu, apenas assistiu enquanto seu amigo ia embora. 
Ele pensou no que Lucien tinha dito sobre Francesca ser uma bebida, muito 
alta de água fria. Lucien tinha razão. 
 
E Ian estava claramente com sede no deserto. 
 
Ele olhou para a porta de entrada comcautela e viu Francesca 
caminhar de volta para a sala. 
 
*** 
 
Ela estava triste em ver Lucien dar-lhe um aceno amigável e sair do 
quarto quando entrou. A atmosfera da grande sala de ginástica, bem 
equipada ficou mais pesada quando a porta se fechou atrás dele e ela ficou 
sozinha com Ian. Ela fez uma pausa na borda do tapete. 
 
—Chegue mais perto. Está tudo bem. Você pode atravessar a pista 
com seus tênis de corrida—, disse ele. 
 
Ela aproximou-se dele com cautela. Isto a deixou desconfortável em 
 
48 
olhar para ele. Seu belo rosto estava impassível, como de costume. Ele tinha 
olhos ímpios, estava sexy vestindo um par de calças e uma colada e simples 
camiseta branca. Ela supunha se era necessário que a camisa fosse tão 
apertada, porque ele usava outras peças de vestuário montados sobre ele. 
Ele deixou pouco à imaginação, revelando cada cume e inclinada linha de 
seu torso magro e musculoso. 
 
Obviamente, malhar era uma prioridade para ele. Seu corpo era uma, 
bonita e afiada máquina. 
 
—Pista—, ela repetiu enquanto cruzava o tapete e se aproximou dele. 
 
—O tapete de esgrima. 
 
—Ah.— Ela olhou para a espada em cima da mesa, curiosamente, 
tentando ignorar o aroma sutil que emanava de seu corpo limpo, sabão 
picante misturando-se com suor masculino. 
 
—Como você está?—, Ele perguntou, seu tom, educado e frio, não 
muito combinando com o brilho em seus olhos azuis. Ele a confundiu no 
fim. Como aquela noite na última quinta-feira, por exemplo, quando ela 
virou-se para encontrá-lo estudando-a enquanto ela esboçava. Sua maneira 
tinha sido quase formal, mas ela ficou sem fôlego com a expectativa quando 
viu a forma quando seu olhar baixou e permaneceu em seus seios, fazendo 
com que seus mamilos apertassem. Ela não podia deixar de recordar como 
tinham se separado na primeira noite que ele lhe pediu para ir a cobertura, 
como ele a tocou quando vestiu o casaco nela... Sua referência a sua 
pintura. 
 
Será que ele ficou satisfeito ou com raiva que ela tinha o pintado? E 
era sua imaginação, ou ele teria a avisado de que seu título para a pintura 
não tinha sido tão caprichosa como ela pensava, que o tema de sua pintura 
realmente fazia a caminhada pela vida sozinho? 
 
49 
 
Bobagem, ela repreendeu a si mesma quando se forçou a encontrar 
seu olhar penetrante. Ian Noble não pensou duas vezes sobre ela além de 
seu uso como uma artista. 
 
—Ocupada, mas bem, obrigada—, respondeu ela. Ela lhe deu uma 
rápida recapitulação de seu progresso. —A tela está preparada. Eu já a 
esbocei. Acho que vou ser capaz de realmente começar a pintar na próxima 
semana. 
 
—E você tem tudo que precisa?—, Ele perguntou enquanto passava 
por ela e abriu uma geladeira. Movia-se com graça masculina. Ela adoraria 
vê-lo esgrimar, mostrando toda sua agressão contida. 
 
—Sim. Lin fez um trabalho muito minucioso no sentido de obter meu 
material. Eu precisava de uma ou duas coisas, mas ela imediatamente 
obteve-os para mim na última segunda-feira. Ela é um milagre de eficiência. 
 
—Eu não poderia concordar mais. Não hesite em falar se você 
precisar de qualquer coisa.— Ele abriu a tampa da garrafa de água com um 
toque rápido de seu pulso. Seus bíceps incharam sob as mangas da camisa, 
olhando duro como pedra. Algumas veias bateram forte em seus antebraços. 
—E a sua agenda manejável? Escola, seus deveres de garçonete, pintura... 
sua vida social? 
 
Seu pulso começou a latejar em sua garganta. Ela abaixou a cabeça 
para que ele não notasse e fingiu estar estudando uma das espadas em um 
rack de armazenamento. 
 
—Eu não tenho muita vida social. 
 
—Nem namorado?—, Ele perguntou. 
 
 
50 
Ela balançou a cabeça, enquanto percorria com os dedos o cabo da 
espada. 
 
—Mas certamente você tem amigos que gosta de passar o tempo 
livre? 
 
—Sim—, disse ela, olhando para ele. —Sou muito próxima com todos 
os meus três colegas de quarto. 
 
—E o que os quatro gostam de fazer no seu tempo livre? 
 
Ela encolheu os ombros e tocou um aperto da espada diferente. 
 
—O tempo livre é pouco, é uma raridade nos dias de hoje, mas 
quando temos algum tempo, os jogamos vídeo-game, filmes, sair para os 
bares, jogar poker. 
 
—Isso é normal para um grupo de meninas? 
 
—Meus colegas de quarto são todos os homens.— Ela olhou para 
cima a tempo de ver a sombra de desagrado que cruzou suas feições 
estóicas. Seu coração parou. Seu curto, brilhante, cabelo quase preto estava 
úmido no pescoço devido a transpiração. De repente, ela se imaginou 
deslizando sua língua ao longo de sua linha fina, saboreando seu suor. Ela 
piscou e desviou o olhar. 
 
—Você vive com três homens? 
 
Ela assentiu com a cabeça. 
 
—O que seus pais acham disso? 
 
Ela lhe deu um olhar afiado sobre o ombro. 
 
51 
 
—Eles odeiam. Não é da conta deles. Eles é que perdem. Caden, 
Justin, e Davie são pessoas incríveis. 
 
Ele abriu a boca, mas fez uma pausa. 
 
—É pouco convencional—, disse ele depois de alguns segundos, o seu 
tom cortante dizendo-lhe que ele tinha editado o que estava prestes a dizer. 
 
—Não ortodoxo, talvez. Mas isso não deve parecer incomum para 
você, deveria? Não foi você que me disse outro dia que era bem assim?—, 
Perguntou ela, voltando sua atenção para as espadas. Desta vez, ela 
envolveu a mão em volta do punho e apertou, gostando da sensação de aço 
duro e frio em seu punho. Ela passou a mão para cima e para baixo ao longo 
do fio da espada. 
 
—Pare com isso. 
 
Ela se assustou com seu tom de voz, soltando a mão, como se o aço, 
de repente a queimasse. Ela olhou para ele com espanto. Suas narinas 
estavam levemente vermelhas. Seus olhos brilharam. Ele ergueu o queixo e 
tomou um gole rápido da água. 
 
—Você esgrima?— Perguntou-lhe rapidamente enquanto colocava a 
garrafa de água sobre uma mesa. 
 
—Não. Bem... não realmente. 
 
—O que você quer dizer?—, Ele perguntou, dando um passo em 
direção a ela, com o cenho franzido. 
 
—Eu tenho um programa de esgrima com Justin e Caden, mas... Eu 
nunca toquei uma espada antes—, ela disse timidamente. 
 
52 
 
Sua perplexidade desapareceu abruptamente. Ele sorriu. Foi como 
ver o nascer do sol sobre uma paisagem escura e pensativa. 
 
—Você está falando de jogar em um videogame? 
 
—Sim—, ela admitiu um pouco defensivamente. 
 
Ele acenou com a cabeça em direção ao rack. 
 
—Pegue aquela última lá. 
 
—Desculpe-me? 
 
—Pegue a ultima espada. As empresas Nobles projetaram o programa 
original para o jogo de esgrima que você joga. Vendemos para Shinatze 
alguns anos atrás. Que nível você joga? 
 
—Avançado. 
 
—Você deve entender o básico, então.— Ele segurou seu olhar. —
Pegue a espada, Francesca. 
 
Havia uma sugestão de desafio em seu tom. Seu sorriso ainda 
permanecia em torno de seus lábios cheios. Ele estava rindo dela 
novamente. Ela levantou a espada e olhou para ele. Seu sorriso aumentou. 
Ele pegou uma outra espada e entregou-lhe uma máscara. Ele inclinou a 
cabeça para o tapete. Quando eles se enfrentaram, a respiração de 
Francesca se tornando rápida e agitada, ele bateu sua espada contra a dela. 
 
—Em guarda—, ele disse suavemente. 
 
Seus olhos se arregalaram em pânico. 
 
53 
—Espere... vamos... agora? 
 
—Por que não?—, Ele perguntou, tomando sua posição. Ela olhou 
nervosamente para sua espada, então seu peito desprotegido. —É uma 
espada de treino. Você não poderia se machucar com isso, mesmo se você 
tentar. 
 
Ele empurrou. Ela reagiu instintivamente. Ele avançou, e ela recuou 
desajeitadamente, continuando a bloquear sua lâmina. Mesmo através de 
sua névoa de alarme e confusão, ela não podia deixar de admirar o flexionar 
de seus músculos afiados, a força enrolada em seu corpo longo. 
 
—Não tenha medo—, ouviu-o dizer quando ela defendeu 
desesperadamente. Ele mal parecia estar se esforçando em tudo. Ele parecia 
estar em um passeio à noite, como tanto esforço, que ele exibia. —Se você 
conhece o programa de jogos, seu cérebro sabe movimentos adequados para 
se envolver comigo. 
 
—Como você sabe?—, Ela rangeu quando pulou para fora do 
caminho de sua lâmina. 
 
—Porque eu projetei o programa. Defenda-se, Francesca—, disse ele 
bruscamente, no mesmo instante em que se lançou. Ela gritou e bloqueou 
sua lâmina a poucos centímetros de seu ombro. Ele continuou a atacar sem 
retirar, pressionando-a para trás na esteira, os ressonantes sons metálicos e 
assobios de suas espadas enchendo o ar ao seu redor. 
 
Ele avançou mais rápido agora, ela sentiu a ampliação de sua força 
ao longo do eixo de sua lâmina, mas sua expressão permaneceu 
completamente calma. 
 
—Você está deixando sua oitava desprotegida—, ele murmurou. Ela 
engasgou quando ele atingiu seu quadril direito com o lado de sua lâmina 
 
54 
com precisão casual. Ele mal a tocou, mas seu quadril e nádegas 
queimaram. 
 
—Mais uma vez—, disse ele, tenso. 
 
Ela o seguiu para o centro do tatame, sua calma, e a falta de esforço 
em derrotá-la fazia seu sangue ferver nas veias. Eles bateram espadas e ela 
atacou, disparando em direção a ele. 
 
—Não deixe que a sua raiva por ter sido vencida a faça de tola—, ele 
disse enquanto eles se engajaram. 
 
—Eu não estou com raiva—, ela mentiu com os dentes cerrados. 
 
—Você pode ser uma boa esgrimista. Você é muito forte. Você 
malha?—, Ele perguntou em tom de conversa, enquanto eles impulsionavam 
e se defendiam. 
 
—Corrida a longa distância—, disse ela, e então gritou em alarme 
quando ele conseguiu um golpe particularmente forte. 
 
—Concentre-se—, ordenou. 
 
—Eu conseguiria se você ficasse quieto! 
 
Ela fez uma careta quando ele riu. Uma gota de suor deslizou por seu 
pescoço quando ela usou toda a sua energia para desviar de seus impulsos. 
Ele fintou, e ela caiu. Mais uma vez, ele bateu em seu quadril direito. 
 
—Se você não proteger essa oitava, conseguirá um traseiro 
machucado. 
 
Suas bochechas se inflamaram. Ela resistiu ao impulso de tocar no 
 
55 
lado de sua nádega que ainda ardia com a lâmina. Ela se endireitou e forçou 
sua respiração. Seu olhar estava fixo em seu ombro. Ela percebeu a abertura 
de seu capuz tinha caído durante a sua esgrima, e ela puxou o casaco de 
volta no lugar. 
 
—Mais uma vez—, disse ela com toda a calma possível. Ele acenou 
com a cabeça uma vez em aquiescência educada. 
 
Ela reuniu-se e encarou-o no centro do tapete. Ela sabia que estava 
sendo tola, sabia perfeitamente bem. Além de ser um esgrimista perito, ele 
era um homem em condição física privilegiada. Ela nunca seria melhor que 
ele. Ainda assim, seu espírito competitivo não seria silenciado. Ela tentou 
lembrar alguns dos movimentos de esgrima do jogo. 
 
—Em guarda—, disse ele. Eles bateram espadas. 
 
Desta vez, ela o deixou avançar, guardando cuidadosamente todos os 
seus quadrantes. Ele era muito forte e rápido, no entanto. Quando chegou 
mais perto, ele sufocou sua habilidade para atacar ofensivamente. Ela reagiu 
violentamente, tentando segurá-lo. Sua excitação montou quando ele fechou 
sobre ela. Ela lutou desesperadamente, mas ambos sabiam que ele iria 
triunfar. 
 
—Pare,— ela gritou de frustração quando ele a empurrou para a beira 
da pista. 
 
—Você se submete?—, disse ele, sua espada atingindo a dela tão forte 
que ela quase perdeu o controle. Ela quase não bloqueou o seu próximo 
ataque. 
 
—Não. 
 
—Então acho que,— ele estalou. 
 
56 
 
Ela tentou desesperadamente seguir suas instruções. As coisas 
estavam muito difíceis para dar uma estocada, então ela estendeu o braço, 
obrigando-o a saltar para trás. 
 
—Muito bom—, ele murmurou. 
 
Sua lâmina jogou tão rapidamente que era um borrão. Ela nunca 
sentiu o metal em sua pele. Ela parou e olhou para baixo escapando em 
choque. Ele tinha cortado limpo através da alça de sua blusa. 
 
—Eu pensei que você disse que as espadas não eram afiadas—, ela 
gritou com a voz embargada. 
 
—Eu disse que a sua não era.— Ele virou seu pulso, e sua espada 
voou pelo ar, pousando com um baque inútil na esteira. Ele jogou a sua 
máscara. Ela olhou para ele, horrorizada. Ela resistiu um impulso de correr, 
ele parecia tão temível naquele momento. 
 
—Nunca deixe-se indefesa, Francesca. Nunca. A próxima vez que 
você fizer isso, vou te punir. 
 
Ele jogou sua espada de lado e se lançou em sua direção, atingindo-
a. Ele puxou fora a máscara e atirou-a na esteira. Uma mão segurou a parte 
de trás de seu crânio, a outra entre seu pescoço e mandíbula. Ele desceu e 
tomou sua boca com a sua. 
 
A princípio, o seu ataque surpresa a deixou rígida, em estado de 
choque. Em seguida, seu cheiro penetrou em sua consciência, o seu gosto. 
Ele inclinou a cabeça para trás e deslizou a língua entre os lábios, 
claramente com a intenção de consumo. Ele empurrou, explorando-a. À 
possuindo. 
 
 
57 
Um calor líquido correu entre suas coxas, a resposta total ao seu 
beijo sem precedentes em sua experiência. Ele a trouxe para mais perto, 
pressionando-a contra seu corpo. Ele estava tão quente. Tão duro. Senhor, 
tenha piedade. Como ela poderia ter pensado que ele fosse indiferente? Sua 
excitação se enfureceu contra ela. Era como se de repente fosse empurrada 
em um inferno masculino de luxúria e deixada impotente para queimar. 
 
Ela gemeu em sua boca. Seus lábios acariciou o dela habilmente, 
deixando-a aberta para a posse de sua língua. Ela deslizou sua língua contra 
a sua, se envolvendo no beijo assim como ela fez na esgrima. Ele gemia e se 
aproximou ainda mais, fazendo seus olhos rolarem por trás de suas 
pálpebras fechadas quando sentiu toda a extensão de sua ereção. Ele era 
enorme e duro. Seu sexo se sentiu apertado. Seus pensamentos se 
estilhaçaram em milhões de direções. Ele a empurrou para trás, e ela se 
submeteu, mal sabendo o que estava fazendo. Ele nunca parou de beijá-la 
quando ela cambaleou alguns metros. 
 
O ar saiu de seus pulmões e pra dentro da boca saqueadora dele 
quando ele apoiou-a contra a parede. Ele pressionou, imprensando seu 
corpo entre duas superfícies de pedra. Ela se esfregou contra ele, 
instintivamente, sentindo seus músculos definidos, acariciando sua enorme 
ereção. 
 
Ele grunhiu e arrancou sua boca da dela. Antes que ela imaginasse a 
sua intenção, ele empurrou para baixo sua parte superior da regata no lado 
onde a alça foi cortada. Seus dedos longos deslizaram sobre a curva superior 
de seu seio enquanto ele abaixava a taça do sutiã, alcançando-o dentro. Seu 
mamilo saiu do tecido, a taça agora sob seu peito, arredondando a carne 
sobre ele, levantando-o... exibindo-o. Seu olhar era quente e ganancioso, 
enquanto olhava para sua carne nua. Ela sentiu seu pênis guinar contra seu 
baixo ventre e gemeu. Suas narinas inflamaram e sua cabeça mergulhou. 
 
Ela fez um barulho pelo choque quando sua boca, molhada e quente 
 
58 
caiu sobre o mamilo. Ele chupou duro, fazendo o mamilo endurecer e doer, 
causando um puxão entre suas coxas e outra onda de calor. Ela gritou. Ah, 
Deus, o que estava acontecendo com ela? Sua vagina ficou 
insuportavelmente apertada, dolorida, precisando ser preenchida. Talvez ele 
ouviu-a chorar, porque ele deixou de puxar o mamilo e a acalmou com uma 
quente, fervente língua. Em seguida, ele chupou novamente. 
 
Sua fome óbvia a emocionou. Ele a estava machucando um pouco, a 
dando muito prazer. O que mais a excitava era sua fome escaldante. Ansiava 
por alimentá-la... fazê-la crescer. Ela arqueou contra ele e gemeu impotente. 
Nunca um homem se atreveu a beijá-la desse modo tão duro ou tocar o 
corpo dela com tal combinação potente de ganância quente e habilidade 
consumada. 
 
Então, como ela saberia o quanto ela adoraria isto? 
 
Ele segurou seu seio em sua mão e o moldou na palma da mão 
enquanto ele continuava a mamar nela. Um duro gemido rasgou de sua 
garganta.

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