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Sistema Lean 6 Sigma O Mapeamento do Fluxo de Valor na Manufatura Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Mariana Navega Custodio de Souza 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário O Mapeamento do Fluxo de Valor na Manufatura Para início de conversa... ................................................................................ 4 Objetivo ......................................................................................................... 4 1. Família de Produtos .................................................................................... 5 1.1 Fluxos de materiais e informações ................................................. 7 1.2 Entendendo a família de produtos .................................................. 8 2. Estados atual e futuro ................................................................................ 9 2.1 Criação do “estado atual” ..................................................................... 10 2.2 Criação do “estado futuro” ................................................................... 11 3. Plano de ação ................................................................................................ 12 Referências ......................................................................................................... 13 Sistema Lean 6 Sigma 3 Para início de conversa... Neste capítulo, vamos falar sobre conceitos, definições e práticas da ferramenta Mapeamento do Fluxo de Valor, também conhecida por MFV, do inglês Value Stream Mapping (VSM). Estudaremos a respeito dos benefícios do uso dessa ferramenta e discutiremos o motivo pelo qual ela contribui significativamente para a eliminação dos desperdícios organizacionais. Também passaremos pela apresentação de técnicas de apoio à eliminação de desperdícios, como a identificação de uma “família de produtos”. Por fim, vamos nos debruçar sobre a importância de não negligenciar as ações propriamente ditas, visto que de nada adianta identificar desperdícios e encontrar solução para eliminá-los se as ideias não forem colocadas em prática. Nesse sentido, o plano de ação é uma etapa importante no alcance de metas e também será abordado neste capítulo. Objetivo Aplicar o mapeamento do fluxo de valor na manufatura em todos os passos da identificação da família de produtos aos planos de ação. Sistema Lean 6 Sigma 4 1. Família de Produtos A abordagem lean ou, em português, “enxuta” é tanto uma filosofia quanto um método para planejamento e controle de operações. Embora o foco de nossos estudos sejam as questões de planejamento, controle e melhoramento da produção, na prática, o conceito de “enxuto” tem implicações muito mais amplas no que se refere ao aprimoramento do desempenho da produção. Na verdade, seus princípios – que já significaram mudança radical em relação à prática tradicional de produção – têm se tornado ortodoxos (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2018). Antes de entrarmos nas especificações da família de produtos, título deste item, precisamos aprender um pouco mais sobre o mapeamento do fluxo de valor – tradução do inglês Value Stream Mapping (VSM) –, uma ferramenta de extrema importância na filosofia Lean. O Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV) foi elaborado, originalmente, pela Toyota e popularizado pelos autores Rother e Shook (1998). A técnica é utilizada para encontrar desperdícios no caminho de valor para fabricação de um produto; uma vez identificado o desperdício, é possível trabalhar para eliminá-lo. Sendo assim, podemos afirmar que o propósito do MFV é processar o melhoramento em nível de sistema (WILSON, 2009). Mas o que seria fluxo de valor? Um fluxo de valor é toda ação necessária (agregando valor ou não) para fabricar um produto acabado, passando por todos os fluxos essenciais do respectivo produto, desde o fluxo de produção, desde a matéria-prima até o consumidor, e o fluxo do projeto do produto, indo da concepção ao lançamento (ROTHER; SHOOK, 2007). Neste capítulo, vamos nos concentrar no fluxo de produção, desde a demanda do consumidor até a matéria-prima. E o que seria o Mapeamento do Fluxo de Valor? Mapeamento do fluxo ou “corrente” de valor (também denominado mapeamento do sistema ponta a ponta) é uma abordagem simples, mas eficaz para a compreensão do fluxo de material e de informação à medida que se agrega valor a um produto ou serviço ao longo de seu progresso no processo, operação ou cadeia de suprimentos. Em outras palavras, é uma forma de mapear visualmente o caminho percorrido na produção de um produto ou serviço, do início ao fim (SLACK; CHAMBERS, JOHNSTON, 2018). Sistema Lean 6 Sigma 5 Figura 1: Mapeamento do fluxo de valor. Fonte: Accenda Digital (2020). Considerar a perspectiva do fluxo de valor significa levar em consideração o processo como um todo, e não somente os processos individuais, ou seja, é necessário melhorar o todo, e não apenas pequenas partes. Nesse sentido, se o profissional percorrer o caminho do processo de concepção e fabricação de um produto até que ele chegue aos braços do consumidor final, será necessário percorrer, também, o fluxo de valor por várias empresas e até por outras unidades produtivas (ROTHER; SHOOK, 2007). Neste capítulo, vamos focar em entender e melhorar o fluxo ponta a ponta, ou seja, dentro da empresa, incluindo a chegada dos materiais comprados até a entrega para o cliente, visto que, dessa forma, pode-se implementar a ferramenta VSM diretamente nas organizações. Em outras palavras, entender o MFV é o mesmo que seguir a trilha da produção de um produto desde o consumidor até o fornecedor e, de forma cuidadosa, desenhar uma representação visual de cada processo nos fluxos de materiais e de informações. Dessa forma, depois de entender o processo “atual”, ou seja, após desenhar uma fotografia do que acontece no processo objeto de estudo, a ideia é formular perguntas, resolver possíveis problemas e eliminar desperdícios para, só então, desenhar um “estado futuro” melhor que o “estado atual”. Percorrer esse caminho é uma forma simples de enxergar valor e as fontes de desperdício (ROTHER; SHOOK, 2007). Rother e Shook (2007) apontam, ainda, os seguintes benefícios da utilização da ferramenta VSM: Sistema Lean 6 Sigma 6 ▪ ajuda a visualizar mais do que simplesmente processos individuais, como montagem e solda, por exemplo. Você consegue enxergar o fluxo como um todo; ▪ ajuda a identificar mais do que os desperdícios, evidenciando as suas fontes; ▪ fornece uma linguagem comum para tratar dos processos de manufatura; ▪ torna as decisões sobre fluxo visíveis, de modo que fica mais fácil discuti-las; ▪ combina conceitos e técnicas Lean, o que ajuda a evitar a implementação de algumas técnicas ou ferramentas de forma isolada; ▪ forma a base de um plano de implementação, auxiliando no desenho de como um fluxo total de ponta a ponta deveria operar. Assim, os mapas de fluxo de valor tornam-se referência para uma implementação Lean – imagine tentar construir uma casa sem uma planta!; ▪ mostra a relação entre fluxo de informações e fluxo de materiais. O mapa do fluxo de valor é, portanto, uma ferramenta qualitativa, por meio da qual você descreve, em detalhes, como a sua unidade produtiva deveria operar para criar o fluxo. Dessa forma,dados e números são importantes para criar senso de urgência, além de serem significativos na tentativa de fazer comparações, por exemplo, de antes e depois. O mapeamento do fluxo de valor descreve o que é necessário para alterar, positivamente, tais números. Vale salientar que “tornar-se lean” não é apenas mapear; na verdade, significa implementar um fluxo que agregue valor. A questão é que, para criar esse fluxo, é necessário ter uma visão dele como um todo; mapear nos ajuda não só a enxergar, mas a focar no fluxo com uma visão de “estado ideal” ou, pelo menos, de um estado melhorado (ROTHER; SHOOK, 2007). 1.1 Fluxos de Materiais e Informações Dentro do fluxo de produção, além do movimento do material dentro da fábrica, há o fluxo de informações, que se refere: a cada processo, ao que se vai fabricar ou àquilo que será feito em seguida. Na produção lean, o fluxo de informações deve ser tratado com tanta importância quanto o fluxo de materiais, e ambos devem ser mapeados. A Toyota e seus fornecedores podem usar os mesmos processos básicos de transformação que os produtores em massa, mas as plantas da montadora regulam sua produção de um modo diferente. A pergunta que deve ser formulada é: Como fluir a informação de modo que um processo seja acionado somente quando o processo seguinte solicitar? (ROTHER; SHOOK, 2007). Sistema Lean 6 Sigma 7 Fornecedor DistribuiçãoProdução Fluxo de Informação Fluxo de Material Cliente Figura 2: Fluxos de materiais e de informações. Fonte: Adaptada de Patrocínio (2020). A Figura 2 apresenta o fluxo de materiais e informações discutido dentro de uma cadeia de fornecimento e consumo, com apresentação dos atores da cadeia de suprimentos representados pelo fornecedor de matéria- -prima, pela fábrica de produção, pela distribuição e pelo cliente final. 1.2 Entendendo a Família de Produtos Uma questão relevante a ser levada em conta é que os consumidores se preocupam com produtos específicos, e, não, com todos os produtos de uma empresa. Dessa forma, não é necessário mapear tudo o que existe no chão de fábrica. A menos que se tenha uma pequena empresa ou a planta de um único produto, desenhar todo o fluxo de todos os produtos em um único mapa é muito complicado. Mapear o fluxo de valor significa “andar” pela fábrica e desenhar as etapas de processamento (materiais e informações) para uma família de produtos, de ponta a ponta, na sua planta. Mas o que é uma família de produtos? Uma família de produtos é um conjunto de produtos que passa por etapas semelhantes de processamento e utiliza equipamentos comuns nos seus processos (TAVARES, 2017). Vale salientar que não é ideal tentar identificar as famílias de produtos olhando os processos iniciais de fabricação, visto que, muitas vezes, tais processos podem servir a inúmeras famílias de produtos. No entanto, se seu “mix” de produtos é complicado, pode ser bastante útil para a descoberta da família de produtos criar uma matriz com as etapas de montagem e equipamentos em um eixo e seus produtos no outro (ROTHER; SHOOK, 2007). Observe a Figura 3. Sistema Lean 6 Sigma 8 Figura 3: Como identificar a família de produtos. Fonte: Adaptada de Rother e Shook (2007, p.4). 2. Estados Atual e Futuro O mapeamento do fluxo de valor mostra o processo em um formato ordinário de fluxo. Contudo, adicionalmente ao encontrado em diagramas comuns de fluxos de processo, a ferramenta mostra o fluxo de informações necessárias para planejar e suprir as demandas dos consumidores (WILSON, 2009). Para o autor, as responsabilidades do dia a dia funcional, muitas vezes, impedem a tomada de ações em cima de mapeamentos de fluxo de valor. A questão é que, se você não tomar como base o resultado do MFV desenvolvido, a criação do mapa perde sua eficácia. Dessa maneira, o benefício-chave do MFV é justamente focar no fluxo de valor do processo inteiro, objetivando encontrar desperdícios no processo para, então, eliminá-los. Ainda segundo Wilson (2009), existem três tipos de mapeamentos de fluxos de valor: 1. Estado atual: Refere-se ao estado atual do processo de fabricação do produto, ou seja, como o processo, de fato, acontece no dia a dia normal de trabalho. 2. Estado ideal: Seria o estado em que você deve desenhar o processo com a remoção dos desperdícios, o que representaria um alto percentual de trabalho com valor agregado e um tempo de atravessamento e lead time extremamente curtos. Apesar de parecer um estado de processo maravilhoso, geralmente, é difícil de ser implementado por representar um investimento alto de diversos recursos. 3. Estado futuro: É o verdadeiro condutor de melhoramentos significativos. A intenção não é que sejam ideais, mas que sejam fazíveis e, geralmente, em um tempo razoável de, em média, 3 a 6 meses para implementação completa. Com base no que foi discutido até aqui, a ideia-chave de um resultado positivo na utilização do MFV foca na compreensão e habilidade de implementação dos estados atual e futuro do processo. A ideia do MFV é justamente sinalizar as atividades do processo e, com isso, comunicar Sistema Lean 6 Sigma 9 oportunidades de melhoria de forma que possam ser priorizadas e realizadas de acordo com o estabelecido. Dessa forma, é absolutamente importante que a priorização de ações e as ações de melhorias propriamente ditas aconteçam exatamente após a utilização do MFV. Ou seja, de nada adianta realizar o mapeamento e identificar os problemas se tais ações não forem utilizadas para serem, de fato, implementadas e melhorarem os processos. De outra forma, utilizar a ferramenta seria um desperdício, já que os benefícios do MFV não são proporcionados apenas com a criação do mapa, mas com esforços em colocar as ações em prática. 1 dias Recebimento 24h Lead Time = 129h V/A = 35h Or de m d e pr od uç ão d iá ria Ordem de produção diária O rdem de produção diária Ordem de produção diária Estudo de mercado Or de m de pr od uç ão se ma na l Plane jame nto a nual de pr oduç ão 1h12h 1h 8h 48h 24h 2h 1h 3h 5h Entrega Fornecedores Planejamento e Controle de Produção Clientes 2 dias OCT = 24h C/O = 1h OEE = 0,8 x3 Fundição OCT = 2h C/O = 10 min. OEE = 0,6 x4 Usinagem OCT = 1h C/O = 20 min. OEE = 0,5 x2 Polimento OCT = 3h C/O = 10 min. OEE = 0,8 x1 Pintura OCT = 5h C/O = 10 min. OEE = 0,7 x3 Montagem Figura 4: Exemplo de mapeamento do fluxo de valor. Fonte: Adaptada de Silveira (2013). Analisando a Figura 4. podemos entender melhor como funciona o processo de mapeamento e elaboração dos mapas de fluxo de valor. Na figura, podemos observar os seguintes termos: OCT (Ciclo de Trabalho do Operador) indica o tempo de trabalho necessário para que um produto finalize a respectiva operação; “C/O” (tempo de setup) é um tempo que não agrega valor, mas é necessário como a preparação da máquina para ser operada; OEE (Overall Equipment Effectiveness, que, em português, significa eficiência global dos equipamentos) representa os produtos de indicadores de disponibilidade x performance x qualidade; lead time representa o tempo total que o produto leva para atravessar todo o processo produtivo; e “V/A” (Acréscimo de Valor) significa o tempo relativo apenas àqueles processos que, de fato, agregam valor. Perceba, que quando o produto está em espera, ele não agrega valor (SILVEIRA, 2013). 2.1 Criação do “Estado Atual” Para desenvolver um estado futuro, ou seja, um estado melhorado do processo, inicia-se a análise pela situação atual. A partir de agora, vamos apresentar, então, como criar um mapa da situação atual. Deve-se desenhar os tipos de processo, por exemplo, “solda” ou “pintura” ou “montagem”, e não cada etapa do processamento (ROTHER; SHOOK, 2007). Além disso, deve-se iniciar o desenho do estado atual a partir da compra do cliente e ir seguindo a cadeia de fluxo de processo no sentido contrário (WILSON, 2009). Sistema Lean 6 Sigma 10 Rother e Shook (2007)apontam as seguintes dicas para o mapeamento do estado atual: Sempre colete as informações do estado atual, enquanto você mesmo caminha junto aos fluxos reais de materiais e informações. Comece com uma rápida caminhada por todo o fluxo de valor “ponta a ponta” para obter uma compreensão do fluxo e da sequência dos processos. Depois dessa rápida caminhada, volte e reúna as informações de cada um dos processos. Leve o seu próprio cronômetro e não se baseie em tempo padrão ou informações que não tiverem sido obtidas por você. Números de um arquivo raramente refletem a realidade. Mapeie você mesmo o fluxo completo de valor, ainda que muitas pessoas estejam envolvidas. Entender o fluxo por inteiro é o objetivo do mapeamento do fluxo de valor. Se diferentes pessoas mapearem diferentes segmentos, ninguém entenderá nada. Sempre desenhe à mão e a lápis. Comece com um rascunho simples no chão de fábrica, e à medida que você conduz sua análise do estado atual, refaça-o depois, novamente à mão e a lápis. Figura 5: Cinco passos para o mapeamento do estado atual. Fonte: Adaptada de Rother e Shook (2007). 2.2 Criação do “Estado Futuro” Após a criação do estado atual, passa-se, então, para a elaboração do estado futuro. Sem dúvidas, é importante estar atento à eliminação dos desperdícios, mas, além disso, o projeto de estado futuro precisa eliminar as fontes ou causas dos desperdícios no fluxo de valor. Portanto, uma vez em posse do desenho do estado atual do processo, fica mais fácil enxergar as causas que levam aos problemas, possibilitando que a empresa trabalhe nas soluções. O objetivo de um fluxo de valor é destacar as fontes de desperdício e eliminá-las por meio da implementação de um fluxo de valor de um estado futuro que possa se tornar uma realidade em um curto período de tempo. O intuito é construir um fluxo de processo de produção no qual processos individuais se articulem entre si e aos seus clientes internos por meio de um fluxo contínuo, ou puxado, ou em que cada processo se aproxime ao máximo de produzir apenas o que o processo cliente – ou posterior – precise e quando precise (ROTHER; SHOOK, 2007). Rother e Shook (2007) acreditam que, para desenhar o mapa “estado futuro”, deve-se identificar os conceitos de estado futuro e sinalizá-los no mapa do estado atual; uma vez trabalhadas as ideias no mapa do estado atual, passa-se para o desenho do estado futuro. Sistema Lean 6 Sigma 11 3. Plano de Ação Definição de metas é o processo de decidir o que se quer realizar e, em seguida, fazer um plano para alcance dos resultados. Todavia, ainda todos tenham desejos, aspirações e objetivos, nem todos sabem como alcançá-los (LAWRENCE, 2019). Para que um plano de ação seja bem estruturado, é recomendável que seja ele iniciado pela definição clara do objetivo que se pretende realizar. A partir da definição do objetivo, determinados tópicos devem ser levados em conta, como: o que será feito ou quais serão as etapas que devem ser seguidas para que o objetivo seja atingido; qual a justificativa do planejamento ou porquê cada atividade será realizada; qual a aplicação do plano de ação; qual o período em que será realizado ou quanto tempo o plano permanecerá “em andamento”; quem terá a responsabilidade e quais os envolvidos; qual o método que será utilizado para se chegar ao objetivo; por fim, quanto custará para que cada atividade seja realizada (CONSERVANI et al., 2015). Um plano de ação é, portanto, o planejamento do caminho que deve ser percorrido e como deve ser percorrido para que o objetivo e/ou a meta sejam alcançados. Coughlan e Coghlan (2002) consideram que algumas perguntas são críticas e precisam ser respondidas como parte da confecção de um plano de ação, sendo elas: ▪ O que precisa mudar? ▪ Em quais partes da organização deve ocorrer a mudança? ▪ Quais tipos de mudanças são necessários? ▪ Que tipo de apoio é necessário? ▪ Como é o compromisso a ser realizado? ▪ Como é o compromisso a ser formalizado? ▪ Qual é a resistência a ser gerenciada? Para os autores, as questões apresentadas são “chave” e precisam ser respondidas como parte do plano de mudança. A ação corresponde ao que precisa ser feito (ou transformado) para alcançar a solução de um determinado problema. Coughlan e Coghlan (2002) acreditam que os planos devem ser implementados em cooperação com os membros-chave da organização. Segundo Massaroni e Scavarda (2015), a utilização da ferramenta 5w2h permite a elaboração de um plano de ação, proporcionando qualidade à gestão. O nome da ferramenta é relativo às palavras em inglês: what; when; who; why; where; how e how much, que, em português, significam: o quê; quando; quem; onde; como e quanto custa. Sistema Lean 6 Sigma 12 Os autores Rother e Shook (2007) indicaram um passo a passo para a implementação da ferramenta VSM, que poderia ser interpretado como um plano de ação. Os autores acreditam que o mapeamento do fluxo de valor pode ser uma ferramenta de comunicação, uma ferramenta de planejamento de negócios e uma ferramenta para gerenciar o processo de mudança. O mapeamento de fluxo de valor é, essencialmente, uma linguagem, e a melhor forma de aprender a mapear é a prática e a implementação, por meio dos seguintes passos (ROTHER; SHOOK, 2007): 1. Selecionar a família de produtos. 2. Desenhar o estado atual. 3. Desenhar o estado futuro. 4. Desenhar um plano de ação para implementar as ações de melhoria. 5. Implementar o seu plano de ação. Chegamos ao final de mais uma unidade, na qual apresentamos definições mais aprofundadas no que tange à filosofia Lean. Desta vez, nos debruçamos em teorias e discussões de atividades práticas a respeito de uma respeitada ferramenta da filosofia Lean, o Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV, ou VSM, Value Stream Mapping). Visitamos as concepções da ferramenta no que tange a suas funcionalidades e aplicações e evoluímos os conceitos de seu uso, chegando até a discussões de como colocar a ferramenta em prática no dia a dia de uma realidade empresarial e obter seus benefícios a partir da elaboração de um bom plano de ação. Referências ACCENDA DIGITAL. Mapeamento do Fluxo de Valor: elimine desperdício! 2020. Disponível em: https://accendadigital.com.br/mapeamento-do- fluxo-de-valor/. Acesso em: 25 maio 2020. COUGHLAN, P.; COGHLAN, D. Action research for operations management. International Journal of Operations & Production Management, v. 22, n. 2, p. 220-240, 2002. 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Os Cinco Passos Referências: Sistemas Puxado e Nivelado Para Início de Conversa... Objetivo 1. Sistema Puxado versus Sistema Empurrado 1.1 Produção Empurrada 1.2 Produção Puxada 2. Processo Puxador 3. Nivelamento da Produção 3.1 Sincronização Referências: O Mapeamento do Fluxo de Valor na Manufatura Para início de conversa... Objetivo 1. Família de Produtos 1.1 Fluxos de materiais e informações 1.2 Entendendo a família de produtos 2. Estados atual e futuro 2.1 Criação do “estado atual” 2.2 Criação do “estado futuro” 3. Plano de ação Referências
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