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Aula V - Epigenética. A hemoglobina é uma proteína e, por isso, é determinada geneticamente. Para aumentar a produção aumenta-se o número de transcrição e tradução gênica, as quais, juntas, são denominadas de expressão gênica. Ocorre a partir do DNA contido no núcleo, no formato de cromatina (DNA + proteínas). - Aumento da expressão gênica resulta em aumento da produção de proteínas. - Aumento da transcrição gênica da hemoglobina + aumento da transcrição das proteínas que estão relacionadas com a expressão gênica. - Fatores de transcrição: são proteínas que ajudam a transformar genes específicos em "ligados" ou "desligados" através da conexão com um DNA próximo. Fatores de transcrição: os ativadores impulsionam a transcrição de um gene. Os repressores reduzem a transcrição. Para relembrar: A cromatina possui dois tipos de forma/ condição: - Heterocromatina: é uma inibição irreversível da expressão gênica. São regiões que, quando condensadas, nunca mais serão expressas. Exemplos de locais com heterocromatina: centrômero e telômero – essas regiões estão sempre inativadas -, e, nas mulheres, há o corpúsculo de Barr. A heterocromatina é duplicada, mas nunca transcrita. - Eucromatina: há possibilidade de ativação e inativação, entretanto porções inativadas na eucromatina podem ser ativadas. Há diferenças morfológicas na cromatina que determinam a ativação e a inativação, é controlado pela epigenética. *DNA de ligação/linker. * Na cromatina ( DNA+HISTONA) *Quando os nucleossomos separados ligados por uma fita de ligação (DNA linker) estão ativos. Ali ocorre a expressão gênica, a transcrição. Fita de 10 nm ou “colar de pérolas”. O DNA linker não pode ser transcrito, ele é uma porção que serve apenas para ligar as porções dos nucleossomos. O DNA que pode ser transcrito está protegido pelas histonas. * Histonas = levemente básicas; DNA = levemente ácido. A junção dos dois é realizada por uma interação ácido-base. * Para inativar eucromatina há a redução da região do DNA linker, assim os nucleossomos se aproximam e o DNA se torna inacessível. Fita de 30nm (eucromatina inativa). Para inativar, aumenta-se a interação entre as histonas e o DNA, deixando as histonas mais básicas ou o DNA sofre metilação (deposição de um radical metil) sobre uma região específica, que promove a inativação da região atingida. Assim, não ocorrerá a transcrição. => Imprinting genômico. A metilação é reversível. * Para que a cromatina se torne acessível para a transcrição é necessário tornar a histona ácida, assim ocorrerá a repulsão da fita de DNA com as histonas. Acetilação. Dessa forma, para ativar a cromatina é necessário desmetilar o DNA e acetilar as histonas. * Uma das funções do cromossomo é não deixar acontecer transcrição gênica durante a divisão celular. * Mecanismos responsáveis pelo aumento da transcrição gênica: acetilação (responsável por flexibilizar a fita), metilação (responsável pela condensação e inativação) e desmetilação. * O desbalanço na metilação gênica gera a inibição de genes que deveriam estar ativos ou modifica o padrão de metilação, desmetilando genes que deveriam estar metilados. Epigenética - mudança nas funções dos genes que não alteram a sequência de bases nitrogenadas; ocorre sobre o DNA. Estuda como as experiências de gerações passadas afeta quem nós somos. - Existem mutações no DNA que não estão relacionadas com os pares de base. Essas mutações podem ser desfeitas, são mutações reversas; podem ser herdadas. - Os estudos epigenéticos mostraram que genes autossômicos não são herdados da mesma forma da mãe e do pai. As modificações genéticas do sexo feminino e do sexo masculino vão muito além do cromossomo y; muitos genes são inativos nos homens e ativos nas mulheres e vice-versa. Esses genes devem ser herdados da forma que se encontram em um dos parentais, como no exemplo, ativos no cromossomo materno e inativos no cromossomo paterno quando isso não acontece ocorrem síndromes e elas são diferentes, apesar de estarem no mesmo loci do cromossomo. Por exemplo: duas síndromes diferentes que ocorre a deleção da mesma região cromossômica, só que uma herdada do pai e a outra herdada da mãe. Essas alterações são provocadas por mecanismos epigenéticos. Padrões epigenéticos - sensíveis às modificações ambientais causando mudanças fenotípicas que podem ser passadas aos descendentes; Diferença entre epigenética e genética convencional: - Reversibilidade. - Efeitos de posicionamento. - Ação em um local maior que um gene. * Efeitos de posicionamento (dependendo do gene que foi metilado) há maior facilidade ou dificuldade para reverter a mutação. * Quando há alterações epigenética, muitas vezes, há reações pleiotrópicas muito maiores do que na genética convencional; maior cascata de efeitos. * Compreender: alterações nas histonas acetilação e alterações no padrão de metilação do DNA. Isso faz com que aconteça uma modificação na acessibilidade da cromatina, por isso, se há a metilação sem necessidade, diminui-se o acesso àquele gene. Assim, pode ocorrer o impedimento de uma cascata gênica. Mecanismos principais envolvidos na epigenética: - Alterações nas histonas; - Alterações nos padrões de metilação do DNA; Modificação na acessibilidade da cromatina. Modificam a transcrição local ou global. - RNA não codificadores: atuam interferindo na transcrição dos genes. Atuam de forma direta na transcrição e na tradução dos genes. O que os mecanismos epigenéticos fazem? - Estabilizam o genoma; - Inativam o cromossomo X; - Imprinting genômico – todo gene metilado é um gene imprintado; - Reprogramação de genes – ativação de genes através de mecanismos epigenéticos; - Podem gerar alterações permanentes em órgãos e sistemas. Os nucleossomos e as histonas organizam a cromatina; Mudanças na cromatina – mudanças na expressão do gene: - Cromatina condensada – inativação gênica; - Cromatina descondensada – ativação gênica. Esses padrões gênicos são controlados reversivelmente por metilação do DNA e acetilação das histonas, especificamente Metilação do DNA desenho do caderno: promotor *Todo promotor inicia com uma sequência gênica conhecida. A região promotora não é expressa e, por isso, não faz parte de proteína, entretanto é nela que ocorre a ativação e a inativação. Indispensável para as funções do genoma; Regulação gênica, estabilidade e integridade cromossômica, imprinting parental; DNA metiltransferases - grupo de enzimas responsáveis por estabelecer e manter os padrões de metilação: - Os padrões são estabelecidos e mantidos nos dinucleotídeos CpG (“ilhas CpG”); - Ocorre no C5 (carbono 5) da citosina; - São herdadas na divisão celular; - Essas ilhas CpG se localizam nas regiões promotoras dos genes e apresentam em torno de 200pb (pares de base). A metilação interfere de forma direta no genoma: - Forma uma barreira física (e química) que impede os fatores de transcrição de reconhecerem os genes. * Tudo que é molecular é químico. * Quando metilado o RNApolimerase não consegue chegar em seu objetivo. Imprinting genômico. Cromossomos maternos e paternos apresentam diferenças na expressão dos alelos; 100 genes são regulados por imprinting; Mecanismo de regulação gênica que permite apenas a expressão de um dos alelos parentais; Algumas doenças resultantes da falha imprinting: - Síndrome de Prader-Willi e Síndrome de Angelman (15q11); - Síndrome de Silver-Russell e Síndrome de Beckwith-Wiedemann (11p15). Histonas As histonas são as principais proteínas envolvidas com a formação do esqueleto da cromatina; Nucleossomos: blocos construtores dos cromossomos onde o DNA “se enrola” sobre as histonas; O DNA não “se enrola” de forma aleatória nas histonas – apenas os genes que serão transcritos estarão envolvidos com ela para serem protegidos; as regiões de DNA que estão entre os nucleossomos não serãotranscritas. A parte livre de histonas é chamado DNA linker; Todos os núcleossomos apresentam 146pb (pares de base). Modificações nas histonas: - O DNA encontra-se associado às histonas; - O nucleossomo (DNA + histonas) é a unidade básica da cromatina: 4 tipos de histonas formando um octâmero (H2A, H2B, H3 e H4); 2 voltas de DNA; Histona H1 ligada ao DNA contribuindo para sua condensação. H2A e H2B – ricas em lisina Acidófilas H3 e H4 – ricas em arginina H1: família de histonas que ancoram o DNA. - As histonas, muitas vezes, precisam liberar o DNA para transcrição: Sliding – o DNA que está na histona fica “solto” e passa a ser transcrito; Transfer – a histona passa de uma parte ativa para uma não ativa. - As principais modificações que acontecem nas histonas são a acetilação, desacetilação e metilação; - DNA ácido – histonas básicas (acidófilas): Acetilação ocorre na cauda N-terminal, diminuindo a basicidade da histona. - As desacetilases funcionam junto com as metilases – se a desacetilação for inibida, a metilação não inativa os genes; - Metilação das histonas pode silenciar ou ativar a transcrição – depende da histona metilada: H3 na lisina 9 e 27 – silenciamento gênico por facilitar a metilação do DNA; H3 na lisina 4 – ativa a transcrição. - A bilateralidade do fluxo de informação (DNA – cromatina e vice-versa) mantém o controle epigenético. RNAS NÃO-CODIFICANTES (NCRNA) RNA: mensageiro; transportador; ribossômico. -Mensageiro: RNA codificante. -Transportador e ribossômico: RNA's funcionais; não possuem função codificadora, entretanto possuem papel na codificação do RNA mensageiro. 1,5 – 2,0% do genoma é codificado em proteínas; o restante faz parte de porções não codificantes ou regiões de RNA. Dogma da Biologia Molecular: está sendo modificado. Nem toda porção de DNA que vira RNA será codificada em proteína. A maior parte do genoma será codificada em RNA's funcionais ou não codificantes. - O dogma da Biologia Molecular está sendo alterado! Funções do NCRNA: - Controle pós-transcricional – regulação da tradução; Controle do RNAm. Muitos deles podem inibir o RNAm de ser traduzido ou induzir a degradação desse RNAm. Pode ocorrer mutações em genes de RNA'S que controlam RNAm, gerando patologias na ausência de determinada proteína, não porque o gene dela está alterado, mas porque o RNAm - que daria origem a essa proteína - está sendo degradado por um outro RNA. - Regula processamento do pré-mRNA no núcleo; - Modula a interação mRNA-proteína; - Moduladores de vias celulares – proliferação, crescimento e apoptose; - Controle metabólico, etc. Epigenética e o câncer. Metilação: o nível de metilação muda significativamente quando a célula se torna maligna devido a: - Hipometilação; - Hipermetilação. A metilação estabelece uma programação correta da expressão dos genes; Erros levam a uma expressão aberrante de genes e à perda de check points anti-câncer. Hipermetilação das ilhas CPGs: - Especialmente nos Genes Supressores de Tumor e de Reparo; - Perda de função desses genes – ativando a progressão celular. Hipometilação Global do Genoma: - Relacionada com a progressão do tumor e grau de malignidade; - Ativação dos proto-oncogenes – ativando a intensa progressão celular; - Instabilidade genômica. Mutações nos genes codificantes das enzimas Histona Acetil Transferase e Histona Desacetilase– ativa ou inibe a transcrição gênica – pode levar ao câncer. A hipometilação, estágios avançados de um câncer, provoca quebras cromossômicas – mecanismo de ativação de genes metastásicos; As epimutações dificilmente ocorrem em tecidos saudáveis – terapias epigenéticas com alta especificidade tumoral; As epimutações são reversíveis, contrariamente às mutações gênicas; Os padrões de metilação podem fornecer informação diagnóstica e de tratamento. Ainda são poucas as terapias em vigência que utilizam a epigenética; Medicamento Azacitidina – análogo a nucleosídeos, incorpora-se ao DNA inibindo a metilação, reativando genes silenciados: - Terapia em teste – doenças em que ocorre hipermetilação dos genes (Síndromes Mielodisplásicas e Leucemias). Pequenas moléculas como o ácido valproico, que reduzem os níveis de HDACs, estão sendo usadas para induzir a morte de células tumorais.
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