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FARMÁCIA 4º SEMESTRE FARMACOBOTÂNICA PROF. CLEUNER P DE FREITAS VEGETAIS INTERMEDIÁRIOS BRIÓFITAS Bryon (grego) – musgo Vegetais terrestres com morfologia bastante simples, conhecidos popularmente como “musgos” ou “hepáticas”. São organismos eucariontes, pluricelulares, onde apenas os elementos reprodutivos são unicelulares, enquadrando-se no Reino Plantae, como todos os demais grupos de plantas terrestres. São pequenas plantas, que geralmente crescem em locais úmidos nas florestas temperadas e tropicais ou ao longo das margens de cursos d’água ou terras úmidas. No entanto, as briófitas não estão restritas a tais habitats. Muitas espécies de musgos são encontradas em habitats relativamente secos, e várias espécies podem formar extensos tapetes sobre rochas expostas, que em certas condições tornam-se muito quentes. Algumas vezes, os musgos dominam o ambiente por exclusão de outras plantas, como em grandes áreas no norte do Círculo Ártico. Os musgos também dominam as escarpas rochosas acima do limite das formações arbóreas nas montanhas, e um número expressivo de espécies estão aptas a suportar longos períodos de frio intenso no continente antártico. Poucas espécies de briófitas são aquáticas e algumas são encontradas sobre rochas banhadas por água do mar, embora nenhuma seja verdadeiramente marinha. As briófitas contribuem significativamente para a diversidade vegetal e são também importantes, em algumas partes do mundo, pela grande quantidade de carbono que armazenam, desempenhando assim um papel importante no ciclo global do carbono. Evidências crescentes indicam que as primeiras plantas eram muito semelhantes às briófitas modernas ou atuais e, mesmo hoje, junto com os liquens, são importantes colonizadoras iniciais de superfícies de rochas e solos nus. Do mesmo modo que os liquens, as briófitas são muito sensíveis à poluição do ar, e geralmente estão ausentes ou representadas apenas por poucas espécies em áreas bastante poluídas. Características Básicas - Clorofila a e b. - Material de reserva: amido. - Parede celular de celulose. - Presença de cutícula*. - Histórico de vida diplobionte heteromórfico, esporófito parcial ou completamente dependente do gametófito*. - Reprodução oogâmica. - Esporófito não ramificado, com um único esporângio terminal*. - Gametângio e esporângios envolvidos por camada de células estéreis*. *Características que permitem a distinção entre algas e briófitas de forma geral (grifadas). Briófitas e outros grupos Entre muitos aspectos, as briófitas são uma transição entre as algas verdes carofíceas ou carófitas e as plantas vasculares. Ambas contêm cloroplastos com grana bem desenvolvidos e apresentam células móveis assimétricas, com flagelos que saem lateralmente nas células, em vez de numa das extremidades. As briófitas e as plantas vasculares compartilham um número de características que as distinguem das carófitas. Essas incluem: 1. A presença de gametângios masculinos e femininos, respectivamente chamados de anterídios e arquegônios; 2. A retenção do zigoto e do embrião multicelular em desenvolvimento ou do esporófito jovem dentro do arquegônio ou gametófito feminino; 3. A presença de um esporófito diplóide multicelular, que resulta em um aumento do número de meioses e do número de esporos que podem ser produzidos após cada evento de fecundação; 4. Os esporângios multicelulares que são constituídos por um envoltório de células estéreis e um tecido interno produtor de esporos (esporógeno); 5. Esporos com a parede contendo esporopolenina, que resiste à decomposição e à dessecação; 6. Tecidos produzidos por um meristema apical. As briófitas atuais não apresentam tecidos de condução (xilema e floema). Embora algumas briófitas apresentem tecidos condutores especializados. A parede das células condutoras de água não é lignificada, como nas plantas vasculares. Existem também diferenças no ciclo de vida das briófitas e das plantas vasculares, grupos estes que apresentam alternância de gerações gametofítica e esporofítica heteromórficas. Nas briófitas, o gametófito em geral é maior e de vida livre, enquanto o esporófito é menor, permanentemente ligado ao gametófito e nutricionalmente dependente deste. Diferindo das briófitas, o esporófito das plantas vasculares é maior do que o gametófito e de vida livre. Além disso, o esporófito das briófitas não é ramificado e apresenta apenas um único esporângio, enquanto os esporófitos das plantas vasculares atuais são ramificados e com muitos esporângios. Assim, os esporófitos das plantas vasculares produzem muito mais esporos do que os esporófitos das briófitas. No passado, o relacionamento entre as briófitas e as plantas vasculares era controverso. No entanto, atualmente, os dados de seqüência de nucleotídeos e as recentes descobertas fósseis, juntamente com caracteres morfológicos clássicos e ultra- estruturais recém-descritos, revelam que as briófitas incluem os mais antigos grupos de plantas hoje existentes, que divergiram dentro da linhagem monofilética das plantas. As briófitas atuais podem, desse modo, fornecer informações importantes sobre a natureza das primeiras plantas adaptadas ao ambiente terrestre e os processos pelos quais as plantas vasculares se desenvolveram. A comparação da estrutura e da reprodução das briófitas atuais com aquelas de antigos fósseis e de plantas vasculares possibilita revelar como vários caracteres das plantas vasculares podem ter evoluído. As briófitas são pequenas plantas herbáceas fotossintetizantes (apresentam clorofila a e b), não vasculares e com hábito primariamente terrestre. Normalmente estas plantas precisam de locais úmidos para se desenvolver. São plantas desprovidas de raízes, caules ou folhas verdadeiros. Apresentam estruturas semelhantes a esses órgãos - filídios, caulídios e rizóides. Morfologicamente, as briófitas apresentam-se em dois tipos: talosa – quando constituída por um talo com rizóides (hepáticas talosas e antóceros); e folhosa – quando formada pelo caulídio, do qual partem filídios e rizóides (musgos e hepáticas folhosas). Reprodução As briófitas apresentam alternância de gerações (portanto a meiose é espórica) onde uma fase é gametofítica haplóide, permanente e autótrofa e outra é esporofítica diplóide, temporária e parasita da primeira. A reprodução sexuada é sempre oogâmica, sendo que os gametas (oosfera e anterozóides) são formados em órgãos especializados, que apresentam uma camada de células estéreis ao seu redor. Os anterozóides possuem dois longos flagelos pinados e são produzidos em órgãos pluricelulares – os anterídios. O gameta feminino se desenvolve no interior de um órgão especializado – arquegônio, que é tipicamente um órgão superficial apresentando um formato semelhante a uma garrafa. Quando o arquegônio está maduro, as células do canal se desintegram deixando uma passagem livre para o anterozóide chegar até a oosfera e fecundá-la. A partir da fecundação da oosfera pelo anterídio é formado então o esporófito diplóide produtor de esporos. Os esporos são liberados e dispersados pelo vento para germinar e gerar outra planta gametofítica haplóide. A reprodução assexuada se dá por divisão vegetativa da fronde após o seu crescimento ou por formação de propágulos pluricelulares que ocorre em determinados órgãos-conceptáculos. Filos As briófitas apresentam-se divididas atualmente em três filos: Hepatophyta (hepáticas), Anthocerophyta (antóceros) e Bryophyta (musgos). Todas as análises indicam que as briófitas são parafiléticas. A ordem relativa de divergência desses três grupos é controversa. Existe alguma discordância a respeito de qual grupo de briófitas teria divergido mais cedo e qual seria o mais relacionado com as plantas vasculares. Entretanto, com a disponibilidade de mais informação pelo seqüenciamento molecular juntamente com informação dos registros fósseis, parece mais provável que as hepáticas divergiram primeiro (gametófito ancestraldeveria ser uma planta talosa simples- semelhante ao da Família Sphaerocarpaceae; e o esporófito mais primitivo do tipo globoso simples – semelhante ao da Família Ricciaceae – Teoria da intercalação), e que os musgos estão mais estreitamente relacionados com as plantas vasculares. Filo Hepatophyta As hepáticas receberam esta denominação devido à semelhança morfológica com um fígado, fato que, em épocas passadas, era tido como indicação de curar doenças deste órgão – Doutrina das assinaturas. Em hepáticas, geralmente, protonemas não são evidenciados, ou são muito reduzidos. Portanto, a germinação do esporo resulta diretamente nos gametófitos, que podem ser talosos ou folhosos. Os esporófitos são desprovidos de clorofila, a seta é hialina e a cápsula usualmente abre-se por quatro fendas (valvas) longitudinais onde existem elatérios que facilitam a dispersão dos esporos. Principais características das hepáticas talosas Podem ser encontradas em barrancos úmidos, sombreados e em outros habitats apropriados, tais como estufas. Em alguns gêneros talosos, o talo tem várias células espessas e é abruptamente diferenciado em uma porção superior (dorsal) rica em clorofila e uma mais espessa, incolor, na porção mais inferior. 1. Gametófitos apresentam talos dorsiventrais, de crescimento apical, ramificação dicotômica ou pinada, ou em roseta, com câmaras e poros aeríferos dorsais; às vezes o talo pode apresentar um sulco mediano; 2. Abaixo da epiderme superior, há uma região com células clorofiladas, e abaixo desta uma outra com células não clorofiladas – hialinas; 3. Rizóides unicelulares, não ramificados partem da epiderme inferior; às vezes têm parede lisa ou tuberculada, com pontuações e invaginações; 4. Anterídios e arquegônios são embutidos no talo, ou elevados por apêndices denominados anteridióforos e arquegonióforos; 5. Cápsulas podem estar imersas no talo, emersas ou elevadas em ramos especiais e podem ou não conter elatérios. Principais características das hepáticas folhosas São especialmente abundantes nos trópicos e subtrópicos, em regiões de cachoeiras ou alta umidade, mas também são representadas em regiões temperadas. As plantas são geralmente bem ramificadas e formam pequenos emaranhados. 1. Gametófitos apresentam filídios dispostos no caulídio em duas ou três fileiras; neste último caso, com duas fileiras dorsais e uma ventral (anfigastro), apresentando simetria bilateral; 2. Filídios são normalmente lobados ou com lâmina conduplicada, constituídos de um lobo, dorsal, e um lóbulo, ventral e não têm costa; alguns gêneros podem apresentar uma fileira de células alongadas e alargadas, semelhante a uma costa, na região mediana; 3. Em geral, filídios apresentam apenas uma camada de células em espessura (uniestratosos); estas podem ser isodiamétricas, portando ou não paredes com espessamentos triangulares (trigônios); 4. Células dos filídios contêm vários cloroplastos e muitas vezes também contêm oleocorpos (apenas em hepáticas vivas); 5. Gametângios podem ser terminais (hepáticas acróginas) ou laterais (hepáticas anacróginas); 6. Esporófitos apresentam crescimento determinado, com pé, seta (não clorofilada, flexível) e cápsula; 7. Cápsulas não apresentam columela, nem peristômio e nem opérculo, estômatos também estão ausentes; 8. Filídios modificados (brácteas, bracteólas), em geral fusionados (perianto) envolvem os arquegônios. Filo Anthocerophyta 1. Ausência de protonema; 2. Gametófitos talosos, multilobados e dorsiventrais; sem diferenciação interna de tecidos, podem apresentar poros e cavidades com mucilagem e cianobactérias; 3. Células do talo com um único cloroplasto e pirenóide e sem oleocorpos; 4. Rizóides unicelulares, hialinos e de paredes lisas; 5. Anterídios e arquegônios localizados na face dorsal, embutidos no talo; 6. Esporófitos constituídos por pé (bulboso) imerso no gametófito, zona meristemática e cápsula, clorofilada quando recém formada, cilíndrica, geralmente com estômatos e columela, deiscência longitudinal por duas fendas; não apresentando seta; 7. Diferenciação de esporos e pseudoelatérios durante um longo período, devido à presença da região meristemática. Filo Bryophyta Os musgos apresentam a maior diversidade estrutural dentre as briófitas 1. Desenvolvimento de protonemas filamentosos, ramificados, com paredes transversais oblíquas, e capazes de produzir gemas; 2. Gametófitos desenvolvidos consistindo de eixos (caulídios) clorofilados, sempre folhosos, sobre os quais estão dispostos os filídios comumente em espiral (disposição em simetria radial) e raramente com filídios dispostos num só plano (dístico) 3. Rizóides multicelulares, ramificados, não clorofilados e com paredes transversais dispostas obliquamente; 4. Filídios não lobados, apresentando uma, ou mais raramente, várias camadas de células em espessura; 5. Costa (uma ou duas), geralmente presente nos filídios, uni ou bicostados; ausente em alguns (ecostados); 6. Caulídios têm estrutura celular simples, mas em alguns podem ocorrer células análogas aquelas de xilema (hidróides) e floema (leptóides), sem lignificação; 7. Células dos filídios geralmente alongadas, raramente formam trigônios, contêm vários cloroplastos e não apresentam oleocorpos; em algumas espécies, ocorrem tanto células clorofiladas (clorocistos), como hialinas de reserva de água, às vezes com grandes poros e espessamentos helicoidais, os leucocistos; em outras, as dos ângulos basais, células alares, são diferenciadas; 8. Anterídios e arquegônios podem ser terminais (musgos acrocárpicos), ou em ramos laterais (musgos pleurocárpicos), e comumente apresentam-se entreneados com paráfises; 9. Esporófitos apresentam crescimento determinado, não ramificam e são fotossintetizantes quando em desenvolvimento; são formados por um pé, atado ao gametófito, uma seta firme e uma cápsula, o esporângio; 10.Cápsulas apresentam columela, opérculo e caliptra; muitas vezes estruturas dentiformes, os dentes do peristômio, estão presentes na abertura das cápsulas, em um ou dois anéis (endóstoma, interno e exóstoma, externo), tornando-se expostas quando a caliptra e o opérculo caem (os dentes do peristômio possuem espessamentos de parede e apresentam movimentos higroscópicos, que contraem e distendem, facilitando a dispersão dos esporos); elatérios estão ausentes; a parede externa da cápsula é pluriestratosa, freqüentemente apresenta estômatos, e internamente contém o tecido esporogênico; 11.Esporos, na maioria das vezes, são liberados gradualmente. Importância das briófitas As briófitas podem ser usadas para controlar erosão do solo, a umidade e as inundações; Musgos e hepáticas podem ser utilizadas como indicadores ecológicos (bioindicadoras); Indicadoras da qualidade do solo e das condições de pH e nível de água em tufeiras; Indicadores paleoecológicos; São utilizados em pesquisas de elementos minerais, porque elas concentram muitos elementos que estão em excesso no solo ou em outros substratos; Algumas apresentam fragrâncias e sabores particulares; Apresentam substâncias antimicrobianas, antibióticos e alergênicas; Possuem substâncias antitumorais e citotóxicas Restringe ao ataque de predadores. FILO HEPATOPHYTA FILO BRYOPHYTA A – Polytrichum juniperinum – gametófitos eretos e apresentam poucas ramificações (tipo almofada) B – Thuidium abietinum – gametófitos rastejantes que atapetam as superfícies (tipo pena) Ciclo de vida Filo Bryophyta Ciclo de vida Filo Hepatophyta TRAQUEÓFITAS (plantas vasculares) As plantas, como todos os seres vivos, possuem ancestrais aquáticos. A história da evolução das plantas está, portanto, inseparavelmente relacionada com a ocupação progressiva do ambiente terrestre e o aumento da sua independência da água para a reprodução. As traqueófitas constituem um grupo monofilético muito bem sustentado de plantas geralmente grandes (macroscópicas), com eixo do esporófito ramificado e tecidosbem desenvolvidos (com traqueídes no xilema e células crivadas no floema). Há duas linhagens principais dentro das traqueófitas: as licófitas e as eufilófitas. As eufilófitas compreendem as duas principais linhagens de plantas atuais: as monilófitas e as espermatófitas (plantas com sementes). Plantas vasculares sem sementes Evolução As briófitas e plantas vasculares compartilham várias características importantes (embriões multicelulares) e juntas formam uma linhagem monofilética (derivam de um ancestral em comum), as Embriófitas. O ciclo de vida das briófitas e das plantas vasculares é bastante similar, ou seja, compreende uma alternância de gerações heteromórficas. Entretanto, as briófitas apresentam um gametófito geralmente maior e de vida livre e um esporófito que está permanentemente ligado ao seu gametófito parental, do qual é nutricionalmente dependente, enquanto as plantas vasculares possuem esporófitos de vida livre, que são maiores que os gametófitos. Caracteres gerais O cilindro central ou estelo da raiz ou do caule no corpo primário da planta podem se apresentar de várias formas, entre estas temos o protoestelo – o mais simples e mais primitivo tipo de estelo, que consiste em um cilindro sólido de tecidos vasculares no qual o floema circunda o xilema ou está disperso dentro dele, o sifonostelo – tipo de estelo mais encontrado nas plantas vasculares sem sementes, é caracterizado por uma medula central circundada por um tecido vascular. O floema pode formar-se somente na parte externa do cilindro de xilema ou em ambos os lados e o eustelo – estelo constituído por um sistema de feixes isolados em torno de uma medula. Ocorre em quase todas as plantas com sementes. Sob o ponto de vista evolutivo, existem dois tipos fundamentalmente distintos de folhas, os microfilos – geralmente folhas relativamente pequenas, que contêm apenas um único feixe de tecido vascular – uma única nervura associados com caules que possuem protoestelos e os megafilos – apresentam folhas relativamente grandes com um sistema complexo de nervuras e estão associados a caules com sifonostelo ou eustelo. Quanto ao ciclo de vida, todas as plantas vasculares são oogâmicas e possuem alternância de gerações heteromórficas. As primeiras plantas vasculares produziam apenas um tipo de esporo como resultado da meiose (maioria das pteridófitas) – homosporadas; e a produção de dois tipos de esporos em dois tipos diferentes de esporângios, e encontrada em algumas Lycophyta, em poucas samambaias e em todas as plantas com sementes são denominadas – heterosporadas. Os dois tipos de esporos são chamados micrósporos (dão origem a gametófitos masculinos – microgametófitos) e megásporos (dão origem a gametófitos femininos – megagametófitos) e são produzidos em microsporângios e megasporângios. Veja o resumo evolutivo das plantas vasculares: 1. As primeiras plantas vasculares apresentavam uma estrutura relativamente pequena e uma morfologia simples e presumivelmente primitiva. Dentre estas estavam as riniófitas, zosterofilófitas e trimerófitas, que foram dominantes do período Siluriano Médio até o Devoniano Médio, há cerca de 425 até 370 milhões de anos; 2. Pteridófitas, licófitas e progimnospermas – dominantes do período Devoniano Superior até o Carbonífero, de 375 até cerca de 290 milhões de anos atrás; 3. Plantas com sementes surgiram no Devoniano Superior, há pelo menos 380 milhões de anos e desenvolveram muitas linhas evolutivas novas durante o Permiano. As gimnospermas dominaram as floras terrestres durante a maior parte da era Mesozóica até cerca de 100 milhões anos atrás; 4. As plantas com flores, que apareceram no registro fóssil há cerca de 125 milhões de anos. Este filo tornou-se abundante na maior parte do mundo em 30-40 milhões de anos e tem permanecido dominante desde então. Atualmente as plantas vasculares estão divididas em dois grupos informais: as licófitas e as eufilófitas, sendo que o último inclui a maior parte das plantas vasculares. As eufilófitas estão compostas pelas Monilófitas e pelas Lignófitas. Licófitas (ou Licopodiophyta) Apareceram no registro fóssil logo após o surgimento das primeiras plantas vasculares. São caracterizadas pela posição lateral, pelo formato reniforme e pela deiscência transversal dos esporângios. Os microfilos, que apresentam pouca diversidade deste tipo de folha, são exclusivos dessa linhagem assim como ramos dicotomicamente ramificados. As licófitas durante o Carbonífero eram abundantes e diversas, sendo as plantas dominantes das florestas. A maioria das linhagens de licófitas lenhosas (de crescimento secundário) formou o principal componente de jazidas de carvão na América do Norte e na Europa, como Lepidodendron, grupo de espécies arborescentes que atingia 40m de altura e 2m de diâmetro basal. Quase metade das plantas fósseis do Carbonífero são licófitas. A ordem Lycopodiales compreende três famílias, cerca de cinco gêneros e 1280 espécies, e apresenta as seguintes características: Esporófitos homosporados ou heterosporados Folhas micrófilas Esporofilos agrupados em estróbilos no ápice dos ramos ou dispersos ao longo da planta, não diferindo das folhas estéreis Anterozóides biflagelados A família Licopodiaceae é homosporada e as outras duas Selaginellaceae e Isoetaceae são heterosporadas. Lycopodiaceae: 3 gêneros (Huperzia, Lycopodiella, Lycopodium), cerca de 380 espécies: Plantas terrestres ou epifíticas, caules e raízes com ramificação dicotômica; Micrófilos sem lígula, geralmente cobrindo o caule, lineares ou escamiformes; Esporângios mais ou menos reniformes, com deiscência por fenda longitudinal; Esporofilos diferenciados ou não, ou agrupados em estróbilos; Cosmopolitas, raras em ambientes áridos, mais diversificadas em ambientes tropicais montanos. Importância econômica: compostos oleosos e inflamáveis presentes nos esporos eram utilizados por magos e feiticeiros na Idade Média; foram utilizados para criar efeito de flash no início da fotografia; e têm sido utilizados como lubrificantes industriais e no passado para evitar aderência da borracha em preservativos e luvas cirúrgicas. Selaginellaceae: 1 gênero (Selaginella), cerca de 750 espécies: Plantas geralmente terrestres, herbáceas, perenes e prostradas; Raízes com ramificações dicotômicas; Micrófilos com lígula, geralmente heteromórficas Esporângios: nas axilas das folhas em esporofilos bem diferenciados, reunidos em estróbilos o megasporângios: geralmente 4 megásporos (200-600 micrômetros) o microsporângios: > 100 micrósporos (20-60 micrômetros) o germinação dos esporos inicia no interior dos esporângios microprótalos: germinação endospórica (interior do micrósporo) megaprótalo: germinação inicia no interior do megásporo, cuja parede posteriormente se rompe e o megaprótalo emerge (clorofilado, com arquegônios) Pantropical, com extensões até regiões polares; Não apresenta importância econômica, embora algumas espécies possam ser ornamentais. Isoetaceae: 1 gênero (Isoetes), cerca de 100-150 espécies Plantas rosuladas, aquáticas submersas ou emergentes, heterosporadas Plantas com crescimento secundário (presença de câmbio) Micrófilos isomórficos, com lígula Esporângios: localizados em cavidades na base ventral da folha o germinação dos esporos inicia no interior dos esporângios (similar à Selaginellaceae) megasporângios: geralmente 50-300 megásporos microsporângios: > 300 mil a 1 milhão micrósporos Anterozóides multiflagelados; Distribuição praticamente cosmopolita Chave das famílias de Licófitas 1. Plantas homosporadas; folhas não-liguladas. Lycopodiaceae 1. Plantas heterosporadas; folhas liguladas, com uma pequena projeção na superfície adaxial. 2 2. Esporângios solitários nas axilas de folhas modificadas ou não-modificadas; folhas geralmente menores de 2 cm de comprimento. Selaginellaceae 2. Esporângios pelo menos inicialmente embebidosna face adaxial da base foliar; folhas de 2-100cm de comprimento. Isoetaceae Filo Pteridophyta Incluso na linhagem das eufilófitas monilófitas Monilófitas: 4 classes: Psilotopsida, Equisetopsida, Marattiopsida e Polypodiopsida esporófitos homosporados ou heterosporados folhas megáfilas, ou com lâminas reduzidas, com 1 nervura ou nervuras ausentes esporófilos agrupados em estróbilos, em sinângios em protuberâncias caulinares, em esporófitos diferindo ou não das folhas estéreis ou em esporocarpos anterozóides multiflagelados (30-1000 flagelos) Psilotopsida: 2 ordens: Psilotales e Ophioglossales Psilotales: 1 família Psilotaceae: pantropical, 2 gêneros, cerca de 12 espécies plantas geralmente epifíticas, às vezes terrestres, homosporadas esporófitos com ramificação simples ou dicotômica folhas escamiformes ou ausentes (áfilas) raízes ausentes, ancoradas por caules subterrâneos esporângios fusionados em grupos de 2 ou 3 (sinângios), ex: Psilotum o sinângios em curtas protuberâncias caulinares prótalos monóicos, subterrâneos, aclorofilados, simbióticos com micorrizas Ophioglossales: 1 família Ophioglossaceae: cosmopolita, 4 gêneros, cerca de 80 espécies plantas terrestres ou epifíticas, homosporadas, eusporangiadas esporófitos não ou pouco ramificados, caules rizomatosos, curtos folhas inteiras, palmadas ou pinadas (1-2-3 vezes) o folas se dividem em lâmina estéril fotossintetizante e pina modificada que nasce na junção da lâmina estéril com o pecíolo (esporóforo) esporângios livres ou fusionados em sinângios, reunidos em ramos do esporóforo ou embebidos em fileiras laterais de um esporófito espiciforme. Equisetopsida: 1 ordem: Equisetales: 1 família Equisetaceae: cosmopolita, 1 gênero, cerca de 15 espécies plantas terrestres ou aquáticas, homosporadas, eusporangiadas caules articulados em nós e entrenós folhas verticiladas, fusionadas em bainha na base esporângios: ocorrem esporangióforos agrupados em estróbilos o estróbilo com eixo central onde se inserem os esporangióforos o esporangióforo: origem: caule + folha: 5-10 esporângios pendentes esporos: com 4 a 6 elatérios (faixas higroscópicas que auxiliam na deiscência dos esporângios e dispersão dos esporos) Marattiopsida: 1 ordem: Marattiales: 1 família Marattiaceae: pantropical, 4 gêneros, cerca de 150 espécies plantas terrestres ou epifíticas, homosporadas, eusporangiadas caules rizomatosos, carnosos, curtos folhas grandes (>50cm), variadamente pinadas ou simples, com estípulas, com venação circinada esporângios: livres ou em sinângios, na face abaxial das folhas Polypodiopsida: 7 ordens: Osmundales, Hymenophyllales, Gleichniales, Schizaeales, Salvinales, Cyatheales, Polypodiales plantas terrestres, epif´ticas ou aquáticas, homo ou heterosporadas (Salvinales), leptosporangiadas caules rizomatosos ou arborescentes folhas simples ou mais comumente compostas o venação circinada esporângios: o fusionados (sinângios) ou livres (esporângios agrupados – soros – na face abaxial de folhas ou separados em folhas férteis ou ainda em esporocarpos)
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