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Primeiros Socorros 
 
2 
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SUMÁRIO 
ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA ................................... 5 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ................................................................... 11 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................................................ 14 
CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS .................................................................. 16 
AVALIAÇÃO DA CENA ....................................................................................... 17 
CINEMÁTICA DO TRAUMA ................................................................................ 20 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ...................................................................................... 27 
HEMORRAGIA .................................................................................................... 30 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA................................................................................ 43 
SUPORTE BÁSICO DE VIDA .............................................................................. 52 
RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E CEREBRAL .......................... 55 
SINAIS VITAIS ..................................................................................................... 68 
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO ............................................................. 72 
DESMAIO............................................................................................................. 75 
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO .............................................................. 77 
Vítima em pé: ...................................................................................................... 85 
ASFIXIA ............................................................................................................... 88 
INTOXICAÇÕES .................................................................................................. 91 
TRAUMA DE TÓRAX .......................................................................................... 95 
TRAUMA ABDÔMINAL ....................................................................................... 99 
FERIMENTOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS ............................................... 101 
TRAUMA OCULAR ............................................................................................ 108 
Primeiros Socorros 
 
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AFOGAMENTOS ............................................................................................... 110 
CONVULSÕES .................................................................................................. 113 
EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO CALOR EXCESSIVO .............................. 120 
QUEIMADURAS ................................................................................................ 122 
FRATURAS ........................................................................................................ 126 
CORPOS ESTRANHOS ..................................................................................... 131 
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 136 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Primeiros Socorros 
 
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CONCEITOS BÁSICOS EM PRIMEIROS SOCORROS 
 
Podemos definir primeiros socorros como sendo os cuidados imediatos que 
devem ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal 
súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções 
vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos 
até a chegada de assistência qualificada. 
Como o próprio nome se refere, são os procedimentos de emergência que 
devem ser aplicados a uma pessoa em risco de vida, com o objetivo de manter os 
sinais vitais e evitar o agravamento, até que ela receba assistência definitiva. 
Podemos ainda considerar como uma série de procedimentos simples com o 
intuito de salvar e manter vidas em situações de urgência e emergência, realizadas 
por pessoas comuns com esses conhecimentos, até a chegada de atendimento 
médico especializado. 
Diversas situações podem necessitar de primeiros socorros. As situações mais 
comuns que observamos no dia a dia são: 
➢ Acidentes automobilísticos; 
➢ Atropelamentos; 
➢ Incêndios; 
➢ Aglomeração de pessoas; 
➢ Afogamentos; 
➢ Catástrofes naturais; 
➢ Acidentes em indústrias; 
➢ Emergências clínicas, como infarto agudo do miocárdio, acidente 
vascular cerebral; 
➢ Ataques epilépticos; 
➢ Convulsões. 
O profissional de saúde deve estar atento a todos os sinais e sintomas 
apresentados pela vítima e estar preparado para prestar atendimento de qualidade. 
Se a vítima estiver consciente o socorrista deve: 
➢ Apresentar-se, dizendo seu nome e que está lá para ajudar a socorrer; 
➢ Indagar se pode ajudá-la (obtenha o consentimento). 
➢ Questionar sobre o ocorrido; 
Primeiros Socorros 
 
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➢ Questionar a sua queixa principal; 
➢ Informar que vai examiná-la e a importância de fazê-lo. 
Caso a vítima esteja inconsciente: 
➢ Fazer abertura das vias aéreas, por uma das manobras: 
· Manobra de elevação da mandíbula e tração do queixo (Jaw-Thrust); 
· Manobra de extensão da cabeça, nos casos em que não há suspeita 
de trauma de coluna cervical (Chin-Lift); 
➢ Fazer aspiração, caso haja vômito ou sangue nas vias aéreas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Identificando que a vítima necessita de cuidados especializados deve-se entrar 
em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) - 192, o Corpo 
de Bombeiros - 193 ou a Polícia - 190. Não se esquecer de informar o local correto da 
ocorrência, o número de vítimas e as condições destas vítimas. 
 
 ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA 
Quando falamos em aspectos legais do atendimento de urgência não podemos 
deixar de citar o artigo 135 do Código Penal Brasileiro - Decreto -Lei nº 2.848, de 7 de 
Manobra Chin-Lift (extensão da cabeça) 
Fonte: Kathy Mak, 2004 
Manobra Jaw-Thrust (elevação de 
mandíbula e queixo) 
Fonte: Janet Fong, 2011 
Primeiros Socorros 
 
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dezembro de 1940, que trata da omissão de socorro: 
Art.135: Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em 
desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da 
autoridade pública. 
Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão 
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte. 
Só o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não 
possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já 
descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. 
A omissão de socorro é caracterizada quando o agente: 
“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à 
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou 
em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade 
pública.” 
Dessa forma a lei obriga a todo o indivíduo que vive em sociedade o dever de, 
em certos casos, desde que não ponha o indivíduo sob risco pessoal, prestar 
assistência a pessoas que dela necessitam através do dever de solidariedade imposto 
a todos. 
É importante saber também que a vítima pode se recusar a receber o 
atendimento, portanto nestes casos o socorrista deve respeitar a vontade da vítima. 
Quando o paciente é adulto, esse direito existe quando ele estiver consciente e com 
clareza de pensamento. 
Essa situação pode ocorrer por vários motivos, tais como crenças religiosas ou 
até mesmo falta de confiança no socorrista que for realizar o atendimento. Nestes 
casos, a vítima não pode ser forçada a receberos primeiros socorros, devendo assim 
certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a 
vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança por meio do diálogo. 
Caso a vítima não possa falar em decorrência do acidente, como um trauma na 
boca, por exemplo, mas consegue demonstrar por meio de sinais que não aceita o 
atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do 
socorrista, é importante proceder da seguinte forma: 
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➢ Nunca discuta com a vítima; 
➢ Nunca questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas 
em crenças religiosas; 
➢ Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus 
direitos; 
➢ Tente conversar com a vítima, informando a ela que você sabe realizar o 
atendimento em primeiros socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o 
atendimento, mas que você é treinado e pode prestar uma assistência de qualidade, 
enquanto o atendimento médico especializado não chega; 
➢ É importante que testemunhas provem que o atendimento foi recusado 
por parte da vítima, portanto você pode reunir os dados destas testemunhas. 
Quando a vítima for uma criança, a recusa do atendimento pode ser feita pelo 
pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente 
antes da chegada do socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se 
possível, arrolar testemunhas que comprovem o fato. 
O consentimento da vítima para que se possa realizar o atendimento de 
primeiros socorros pode ser formal, quando esta fala ou sinaliza que concorda com o 
atendimento e após o socorrista ter se identificado e informado à vítima de que possui 
treinamento específico em primeiros socorros. 
Pode ser também implícito quando esta vítima estiver inconsciente, confusa ou 
ferida gravemente, a ponto de não poder falar ou sinalizar consentindo com o 
atendimento. 
A legislação nesses casos conclui que a vítima daria o consentimento, caso 
tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros 
socorros. 
O consentimento implícito pode ser adotado também nos casos de acidentes 
envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo 
modo, a legislação conclui que o consentimento seria dado pelos pais ou 
responsáveis, caso estivessem presentes no local. 
 
NORMATIZAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DO SAMU 
 
O Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil surgiu sem muito sucesso, mas hoje é 
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considerado um serviço primordial e tem demonstrado importantes resultados para a 
sociedade. A Portaria nº 2048/MS, em 5 de novembro de 2002, normatiza a 
implantação do SAMU e considera que a área de Urgência e Emergência constitui-se 
em um importante componente da assistência à saúde. 
E, de acordo com o § 2º, este regulamento é de caráter nacional, devendo ser 
utilizado pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios 
na implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, com ou sem 
vínculo com a prestação de serviços aos usuários do Sistema Único de Saúde. 
 http://www.esmeraldanoticias.com.br/wp-content/uploads/2011/06/samu.jpg 
 
Como descreve a Portaria citada acima, a área de urgência e emergência 
constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A expansão de 
serviços nesta área nos últimos anos tem contribuído decisivamente para a 
sobrecarga dos serviços de urgência e emergência disponibilizados para o 
atendimento da população, conforme ressalta o Ministério da Saúde. 
O Ministério da Saúde, ciente dos problemas existentes e em parcerias com as 
Secretarias de Saúde dos estados e municípios, tem contribuído para reversão deste 
quadro amplamente desfavorável à assistência da população. 
O sistema estadual de urgência e emergência deve se estruturar a partir da 
leitura ordenada das necessidades sociais em saúde e sob o imperativo das 
necessidades humanas nas urgências. 
O diagnóstico dessas necessidades deve ser feito a partir da observação e da 
avaliação dos territórios sociais com seus diferentes grupos humanos, da utilização 
http://www.esmeraldanoticias.com.br/wp-content/uploads/2011/06/samu.jpg
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de dados de morbidade e mortalidade disponíveis e da observação das doenças 
emergentes. 
Para sanar a necessidade do atendimento emergencial foi implantado pelo 
governo federal o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), um serviço 
de socorro pré-hospitalar móvel que chega rapidamente às pessoas, em qualquer 
lugar para atender qualquer problema de saúde urgente que possa levar ao sofrimento 
ou até mesmo à morte. 
São feitos atendimentos por equipes de profissionais de saúde, que recebem 
as chamadas gratuitas, feitas pelo telefone, e como resposta envia uma ambulância, 
com técnico de enfermagem ou com enfermeiro e médico, ou mesmo uma simples 
orientação. 
O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar, na área de urgência 
e emergência, aquele atendimento que procura chegar à vítima nos primeiros minutos. 
Após ter ocorrido o agravo à saúde, agravo este que possa levar à deficiência 
física ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento 
adequado e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e integrado ao 
Sistema Único de Saúde. 
A equipe de atendimento pré-hospitalar realiza os seguintes procedimentos: 
➢ Reanimação cardiorrespiratória; 
➢ Oxigenoterapia; 
➢ Contenção de hemorragias; 
➢ Imobilizações; 
➢ Intubação orotraqueal; 
➢ Punção venosa com reposição de volume e medicação; 
➢ Transporte de pacientes. 
 
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser composto por 
uma equipe multiprofissional oriundos da área de saúde, sendo o coordenador do 
serviço, responsável médico, o responsável de enfermagem um enfermeiro, médicos 
reguladores, médicos intervencionistas, enfermeiros assistenciais, auxiliares e 
técnicos de enfermagem. 
Além dessa equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências 
relacionadas com as causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, 
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deverá haver uma ação integrada com outros profissionais, como bombeiros militares, 
policiais militares e rodoviários, entre outros. 
Essa equipe deve trabalhar em conjunto, em busca de um só objetivo, ou seja, 
o atendimento sistematizado, dinâmico e com qualidade ao cliente e a sua família. 
A portaria 824/99, adaptada pelo Ministério da Saúde, define que o sistema de 
atendimento pré-hospitalar é um serviço médico, sua coordenação, regulação e 
supervisão direta é a distância e deve ser efetuada unicamente por médico, tem na 
Central de Regulação Médica o elemento ordenado e orientador da atenção pré-
hospitalar, sendo o médico regulador o responsável pela decisão técnica em torno dos 
pedidos de socorro e decisão gestora dos meios disponíveis. 
Diversos pontos de interesse no atendimento pré-hospitalar são discutidos por 
organizações médicas, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que 
desde julho de 1999 define as “Diretrizes sobre o Tratamento de Infarto Agudo do 
Miocárdio”. E, ainda, aborda em parte o atendimento pré-hospitalar no infarto agudo 
do miocárdio, demonstrando que um melhor preparo das equipes de atendimento pré-
hospitalar, a eficiência dos treinamentos, o uso de algumas drogas, a assistência via 
telefonia, colocação rápida da ambulância junto à vítima e a conscientização da 
população possivelmente reduzirão os números de óbito por mal súbito. 
 
ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
 
Em 1792, houve a primeira tentativa de organização de auxílio médico de 
urgência, realizada pelo médico cirurgião Dominique Larrey. Esses cuidados eram 
realizados com vítimas de guerras no período de Napoleão, aindano campo de 
batalha, com o objetivo de prevenir complicações. 
Com base nessas informações podemos considerar que as guerras 
contribuíram de forma benéfica para o desenvolvimento do atendimento pré-
hospitalar. Na prática civil, os médicos demoraram a se mobilizar, mesmo com o 
aumento crescente e progressivo das perdas de vidas humanas por traumas 
originados de acidentes automobilísticos. 
Essa demora fez com que as autoridades sanitárias delegassem essas 
atividades aos profissionais responsáveis pelos resgates, principalmente os soldados 
do Corpo de Bombeiros. 
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Em 1955, na França, foram criadas as primeiras equipes móveis de 
reanimação, com a obrigação inicial de prestar assistência médica a vítimas de 
acidentes de trânsito e a manutenção da vida das vítimas submetidas a transferências 
entre as unidades hospitalares. 
O SAMU francês iniciou-se por volta da década de 60, quando os médicos 
começaram a detectar que havia uma desproporção considerável entre os meios 
disponíveis para tratar vítimas nos hospitais e os meios ultrapassados que eram 
utilizados no atendimento pré- hospitalar. 
Dessa forma, constatou-se a necessidade da realização de um treinamento 
específico para as equipes de resgate e a importância da presença e atuação do 
médico no local da ocorrência, com o objetivo de aumentar as chances de 
sobrevivência das vítimas, iniciando imediatamente os cuidados básico e avançado, 
restaurando a ventilação, respiração e circulação das vítimas. 
No ano de 1965, foram criados oficialmente os Serviços Móveis de Urgência e 
Emergência (SMUR) e, em 1968, foi criado o SAMU com o objetivo de controlar as 
atividades do SMUR. 
No Brasil, o SAMU teve início por meio de um acordo assinado entre os 
governos brasileiro e francês, por meio de uma solicitação do Ministério da Saúde, 
quando se optou pelo modelo de atendimento francês, em que as viaturas de suporte 
avançado possuem obrigatoriamente a participação do médico, diferente do modelo 
americano em que as atividades de resgate são exercidas primariamente por 
paramédicos. 
 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
 
O atendimento pré-hospitalar (APH) é aquele atendimento emergencial 
prestado a vítimas no ambiente externo ao hospital. Pertence a um dos elos da cadeia 
de atendimento a vítimas sendo também conhecida como segundo socorro ou 
resgate. 
https://dezemergencias.com.br/cadeia-de-sobrevivencia-os-elos-do-suporte-da-vida/ 
https://dezemergencias.com.br/cadeia-de-sobrevivencia-os-elos-do-suporte-da-vida/
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O atendimento pré-hospitalar é destinado às vítimas de trauma, violência 
urbana, mal súbito e distúrbios psiquiátricos visando a sua estabilização clínica e 
remoção para uma unidade hospitalar adequada. Este atendimento é realizado por 
profissionais de saúde treinados, como socorristas, técnicos de enfermagem, 
enfermeiros e médicos. 
No Brasil, os serviços de atendimento pré-hospitalar são realizados por: Corpo 
de Bombeiros dos estados, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou 
por profissionais treinados de empresas particulares. 
Compreende a prestação do suporte básico ou avançado à vida, realizado fora 
do ambiente hospitalar, para vítimas de traumas ou emergências médicas. Esse 
atendimento deverá ser realizado por pessoal capacitado e habilitado para tal. O 
objetivo do APH é iniciar a avaliação e o tratamento das vítimas o mais precocemente 
possível, garantindo a elas sua estabilização e seu transporte seguro e rápido até um 
local onde possam receber tratamento definitivo. 
Os objetivos das manobras de salvamento são retirar a vítima de uma situação 
hostil, como por exemplo, um incêndio, um ambiente confinado realizando a remoção 
da mesma para uma área adequada possibilitando o atendimento de suporte básico 
de vida (SBV) ou do suporte avançado de vida (SAV). 
Há diversos protocolos e modelos de atendimento pré-hospitalar, onde 
podemos destacar o Protocolo Norte-Americano e o Protocolo Francês. No Protocolo 
Norte-Americano aplica-se o conceito de chegar à vítima no menor tempo possível, 
realizar manobras essenciais para estabilizá-la e removê-la o mais rápido possível a 
um hospital adequado. No protocolo Francês adota-se o princípio de ofertar o 
atendimento médico no local até a estabilização da vítima. 
Atualmente no Brasil, o sistema adotado é o misto, em que se estabeleceram 
unidades de suporte básico, que são tripuladas por socorristas treinados em 
atendimento pré-hospitalar e por unidades de suporte avançado, com a presença do 
médico. 
A emergência ocorre quando há uma situação crítica ou algo iminente com a 
ocorrência de perigo, ou seja, um incidente ou imprevisto. Considerando a área 
médica, é uma situação que exige uma intervenção médica imediatamente. 
A urgência é quando existe uma situação que não pode ser adiada, mas que 
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deve ser resolvida rapidamente, pois se houver uma demora, haverá para a vítima um 
risco de morte. Na medicina, estas situações necessitam de um tratamento médico 
com um caráter menor que a emergência, ou seja, menos imediatista. 
 
O SOCORRISTA 
 
Socorrista é a pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com 
segurança, avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao 
socorrista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem 
agravar as lesões já existentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É geralmente a primeira pessoa treinada a entrar em contato com o paciente. 
Nos Estados Unidos foi criado um programa de treinamento de socorristas, onde 
centenas de pessoas completaram os cursos formais e auxiliam na assistência às 
emergências e à manutenção da vida. 
Em quase todas as regiões dos EUA, os socorristas tornaram-se parte 
importante do sistema de saúde e os cuidados, por eles prestados, reduziram o 
sofrimento, diminuíram sequelas adicionais e salvaram muitas vidas. No Brasil, 
existem diversos cursos de primeiros socorros para treinamento de socorristas, 
realizados tanto por instituições privadas quanto públicas. 
 
Atribuições e Responsabilidades dos Socorristas 
 
A principal atribuição do socorrista no local da emergência, é com relação à 
própria segurança, pois o desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de 
http://www.fiocruz.br/ccs/media/cpqam_samu2.jpg 
 
http://www.fiocruz.br/ccs/media/cpqam_samu2.jpg
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atendimento pode favorecer o esquecimento dos riscos no local. O socorrista deve ter 
e permanecer em segurança enquanto presta o atendimento a vítima. 
Parte das preocupações do socorrista com a sua segurança, está relacionada 
com a própria proteção. Ao avaliar ou prestar atendimento a vítimas, deve evitar 
contato direto com o sangue do paciente, fluidos corpóreos, mucosas, ferimentos e 
queimaduras. O socorrista tem quatro deveres relacionados aos pacientes, que 
devem ser cumpridos no local da emergência. Estes deveres são: 
➢ Ter acesso ao paciente, com segurança e utilizando instrumentos 
manuais, quando necessário; 
➢ Identificar o que está errado com o paciente e providenciar a assistência 
de emergência necessária; 
➢ Elevar ou mobilizar o paciente apenas quando for preciso e realizar tal 
procedimento sem ocasionar lesões adicionais; 
➢ Transferir o paciente e as informações pertinentes para os profissionais 
do serviço de emergência. 
As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem o 
cumprimento das seguintes atividades: 
➢ Garantir a sua própria segurança, a segurança do paciente e a 
segurança dos demais envolvidos (testemunhas, familiares, curiosos, etc.); 
➢ Usar equipamento de proteção individual; 
➢ Controlar a cena e lograr acesso seguro até o paciente; 
➢ Proporcionar atendimento pré-hospitalar imediato; 
➢ Solicitar, caso seja necessário,ajuda especializada, por exemplo: 
Polícia Militar, Guarda Municipal, Polícia Rodoviária Federal, Companhia de Água, 
Celesc, Samu, Defesa Civil; 
➢ Não causar dano adicional ao paciente; 
➢ Conduzir adequadamente o paciente até um hospital; 
➢ Transferir o paciente para a equipe médica e registrar a ocorrência. 
 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
 
EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) são equipamentos destinados à 
proteção da integridade física do socorrista, durante a realização de atividades onde 
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possam existir riscos potenciais à sua pessoa. 
O crescente número de vítimas que apresentam infecção pelo vírus da 
imunodeficiência humana aumenta o risco do socorrista ao se expor a sangue e outras 
secreções orgânicas procedentes de acidentados infectados. 
Os socorristas devem considerar potencialmente infectadas todas as vítimas 
que ele atender. Por isso, deve empregar durante todo o socorro as regras de 
segurança individual, ou seja, as precauções universais para minimizarem os riscos 
de exposição. 
No atendimento pré-hospitalar, equipamento de proteção individual é definido 
como um dispositivo destinado à proteção da integridade física do socorrista, durante 
a realização de atividades que possam oferecer riscos potenciais a sua pessoa. 
Os principais equipamentos de proteção individual são: 
➢ Luvas decartáveis; 
➢ Máscaras ou protetores faciais; 
➢ Óculos de proteção; 
➢ Máscaras de RCP de bolso; 
➢ Colete reflexivo; 
➢ Avental (opcional). 
Além dos equipamentos de proteção individual, o socorrista deve preparar 
também materiais básicos de atendimento, que devem ser limpos e higienizados a 
cada atendimento, pois podem transmitir doenças entre os pacientes. São eles: 
➢ Tesoura ponta romba; 
➢ Esfigmomanômetro; 
➢ Estetoscópio; 
➢ Lanterna pupilar; 
➢ Colar cervical; 
➢ Prancha rígida; 
➢ Talas de imobiização; 
➢ Cilindro de O2; 
➢ DEA; 
➢ Relógio; 
➢ Caneta; 
➢ Bloco de anotações, entre outros. 
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Recomenda-se no atendimento inicial, que o socorrista execute rotinas de 
segurança, dentre as quais podemos destacar: 
➢ Use sempre os equipamentos de proteção individual; 
➢ Cheque constantemente as condições de funcionamento de seus 
materiais de trabalho; 
➢ Higienize todos os equipamentos de proteção individual e materiais 
básicos após seu uso, para evitar a contaminação; 
➢ Antes e após cada atendimento, lave bem as mãos com água e sabão. 
 
CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS 
 
A caixa de primeiros socorros deve estar sempre completa e acessível para o 
socorrista ou para a pessoa que prestará a assistência. Precisa conter materiais que 
sejam para curativos de emergência, portanto, após os cuidados imediatos, procure 
orientação médica. 
A caixa de primeiros socorros pode ser necessária em casa, durante as férias, 
durante uma excursão ou acampamento. Portanto, o conteúdo deve ser mantido em 
uma caixa pequena, que seja portátil. Geralmente não se incluem medicamentos. 
A caixa deve conter o seguinte: 
➢ Fitas adesivas; 
➢ Almofadinhas de gaze estéril comum e do tipo sem adesivo; 
➢ Faixas especiais para estancar ferimentos leves; 
➢ Sabão, uma barra pequena, para limpar as feridas; 
➢ Toalhinhas ou compressas com álcool; 
➢ Faixa elástica; 
➢ Faixa triangular; 
➢ Agulha e pinça; 
➢ Tesouras pequenas. 
 
Outros objetos úteis nas excursões ou acampamentos: 
➢ Bússola; 
➢ Apito; 
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➢ Lanterna; 
➢ Fósforos. 
Em situações especiais, caso o socorrista tenha conhecimentos, alguns 
medicamentos podem ser guardados na caixa de primeiros socorros, são eles: 
➢ Analgésicos; 
➢ Anti-inflamatórios; 
➢ Antitérmicos; 
➢ Antialérgicos; 
➢ Colírio; 
➢ Remédios para náuseas e vômitos. 
 
http://www.carajas.com/wiki/images/a/a2/Embox.jpg> 
 
AVALIAÇÃO DA CENA 
 
Nesta fase tem uma série de atribuições que a equipe tem antes de ter o 
contato direto com o paciente, portanto, antecede o início da abordagem e das 
intervenções às vítimas envolvidas no evento. 
O marco principal da avaliação da cena é a segurança, a equipe de socorro 
deve garantir sua própria condição de segurança, a das vítimas e a dos demais 
presentes. De nenhuma forma qualquer membro da equipe deve se expor a um risco 
com chance de se transformar em vítima, o que levaria a deslocar ou dividir recursos 
de salvamento disponíveis para aquela ocorrência. 
Devemos sempre avaliar a cena de um acidente, pois assim a abordagem da 
vítima poderá ser mais eficiente e segura para quem está prestando o socorro, e com 
isso a vítima terá um atendimento satisfatório. Esse procedimento pode muitas vezes 
salvar vidas. 
http://www.carajas.com/wiki/images/a/a2/Embox.jpg
Primeiros Socorros 
 
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No primeiro momento,o socorrista deverá ter ideia do contexto geral da 
situação, pois apenas com uma pré-avaliação do local é que ele pode conhecer o tipo 
de vítima com que está lidando. 
O socorrista na sua pré-avaliação deverá classificar a cena de forma simples 
em: 
➢ Emergência clínica: Infarto agudo do miocárdio, acidente vascular 
cerebral, mal súbito ou outras afecções clínicas. 
➢ Trauma: Acidentes automobilísticos, fraturas, quedas, queimaduras, etc. 
 
 
http://rmtonline.globo.com/banco_imagens_novo/noticias/%7B0485B56F-CCBB-4212- 8698-
25859A854E69%7D_acidente_Chapada_carro_600.jpg 
 
A avaliação da cena também é importante para que o socorrista possa 
dimensionar os riscos potenciais existentes na cena, prevenindo assim a pessoa que 
for realizar o primeiro atendimento não se torne mais uma vítima da ocorrência. 
Cinco etapas na fase de avaliação da cena devem ser verificadas, com o 
objetivo de diminuir os riscos e promover um socorro eficiente até a chegada do 
socorro especializado.São elas: 
➢ Segurança: É necessário avaliar se a cena é segura para que as vítimas 
possam ser abordadas, e assim procurar tornar o ambiente adequado para o 
atendimento. Por exemplo, no caso de acidentes automobilísticos, deve-se sinalizar o 
local evitando assim que ocorra um atropelamento da equipe de resgate. 
➢ Cinemática: Verificar como o acidente ocorreu ou no caso de uma 
emergência clínica verificar o que aconteceu com a vítima, perguntando a ela, se 
estiver plenamente consciente, ou a pessoas próximas que testemunharam o mal 
súbito. Caso não consiga colher essas informações iniciais deve-se adotar 
http://rmtonline.globo.com/banco_imagens_novo/noticias/%7B0485B56F-CCBB-4212-
Primeiros Socorros 
 
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procedimentos de primeiros socorros. 
➢ Bioproteção: Devemos evitar possíveis infecções por meio do contato 
direto com os fluidos corporais das vítimas, usando equipamentos de proteção 
individual, como por exemplo, luvas de procedimentos e máscaras. Se não existem 
equipamentos de proteção individual, devemos abortar os primeiros socorros, 
realizando apenas procedimentos seguros. 
➢ Apoio: Devemos procurar auxílio de pessoas próximas da cena, para 
que estas possamajudarna organização do espaço necessário para o atendimento a 
vítimas, chamando o socorro médico especializado, orientando o trânsito de veículos, 
mantendo a ordem e a calma entre as outras pessoas. Se não houver pessoas por 
perto, o atendimento deve serrealizadocom o máximo de agilidade e tranquilidade. 
➢ Triagem: Realizada com o objetivo de calcular a quantidade de vítimas 
envolvidas na ocorrência e o estado clínico de cada uma. 
O dimensionamento da cena poderá ser iniciado mesmo antes da chegada da 
equipe de resgate no local da ocorrência. Os socorristas poderão antecipar as 
prováveis condições da vítima por meio das informações repassadas pelocentro de 
comunicações. 
É importante que seja repassada à equipe de resgate informações como: 
➢ A localização exata da emergência; 
➢ A natureza da emergência; 
➢ O número depessoas envolvidas; 
➢ A existência de perigos no local da ocorrência. 
Após identificar os perigos potenciais do local, o socorrista deverá iniciar o 
gerenciamento dos riscos presentes e o controle destes riscos. Esta tarefa inclui 
medidas já comentadas anteriormente, mas que são muito importantes, tais 
como:sinalização do local, isolamento, estabilização de veículos, controle de tráfego, 
desligamento de cabos elétricos energizados, desligamento de motores automotivos, 
desativação de sistemas de air bags, remoção de vítimas em situação de risco 
iminente, entre outros. 
É importante que o socorrista seja capaz de estabelecer uma associação entre 
o cenário do acidente e o padrão de lesões produzidas por ele. A capacidade de 
avaliar o cenário de um acidente, identificando os mecanismos físicos ou as forças 
que atuaram na produção de lesões, constitui uma habilidade importante para 
Primeiros Socorros 
 
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qualquer socorrista, pois propiciará que ele identifique lesões potenciais, associadas 
ao padrão de transferência de energia em determinadas situações, mesmo que a 
vítima não apresente sinais externos evidentes de trauma. 
Para isso, o socorrista deverá conhecer os conceitos básicos da mecânica 
aplicada ao trauma, ou seja, do processo de avaliação da cena de um acidente para 
determinar as lesões que provavelmente estão presentes, com base na força e no 
movimento envolvido no trauma. 
<http://www.servesisma.com.br/resg.JPG 
 
CINEMÁTICA DO TRAUMA 
 
A equipe de resgate que atende uma vítima politraumatizada deve ter dois tipos 
de lesões em mente quando se deparar com a ocorrência. O primeiro tipo de lesão é 
aquele identificado facilmente no exame físico, permitindo tratamento precoce, como 
por exemplo, uma hemorragia externa ou uma fratura exposta. O segundo tipo de 
lesão é aquele identificado como potencial, ou seja, não identificado facilmente no 
exame físico, mas pode estar presente pelo mecanismo de trauma sofrido pelo 
paciente. 
Dependendo do grau de suspeita destas lesões pela equipe de resgate, danos 
menos aparentes podem passar despercebidos, sendo tratados tardiamente, e 
trazendo problemas graves e por muitas vezes irreversíveis à vítima. 
Deste modo, ressalta-se a importância de se conhecer a história do acidente. 
Quando bem acurada e interpretada pela equipe, tem-se a suspeita de mais de 90% 
das lesões antes de ter contato direto com o paciente. 
http://www.servesisma.com.br/resg.JPG
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Podemos dizer que a história no trauma divide-se em três fases: 
➢ Pré-impacto: São aqueles eventos que precedem o acidente, tais como 
ingestão de álcool e/ou drogas, doenças preexistentes da vítima ou idade. Estes 
dados terão influência significativa no resultado final da ocorrência. 
➢ Impacto: Avalia-se o tipo de evento traumático, como por exemplo, um 
acidente automobilístico, atropelamento, queda ou perfuração por arma de fogo ou 
arma branca. Deve-se estimar a quantidade de energia trocada, ou seja, a velocidade 
do veículo, a altura da queda ou o calibre da arma. 
➢ Pós-impacto: Essa fase inicia-se após a vítima ter absorvido a energia 
do impacto. As informações levantadas nas fases de pré-impacto e impacto são 
utilizadas para conduzir as ações pré-hospitalares na fase de pós-impacto. A ameaça 
à vida pode ser rápida ou lenta, dependendo em parte das ações tomadas nesta fase 
pela equipe de resgate. 
Por exemplo, as informações coletadas pela equipe de resgate a respeito dos 
danos externos e internos de um veículo constituem-se em pistas para as lesões 
sofridas pelos seus ocupantes. Com esta análise, a identificação das lesões de difícil 
diagnóstico ou aquelas ocultas são facilitadas, permitindo tratamento mais precoce 
reduzindo-se a morbimortalidade das vítimas. 
Algumas observações são muito comuns, são fáceis de ser identificadas, tais 
como: 
➢ Deformidades do volante de direção: Sugere um trauma torácico. 
http://www.tecnocaronline.com.br/img/dicas_feriado-02.jpg 
http://www.tecnocaronline.com.br/img/dicas_feriado-02.jpg
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➢ Quebra com abaulamento circular do para-brisa: Indica o impacto da 
cabeça, o que sugere lesão cervical e craniana. 
http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos- 
aksnc1/6215_106329806877_53662206877_2056170_1867475_n.jpg. 
➢ Deformidades baixas do painel do carro: Sugere luxação do joelho, 
quadril ou fratura de fêmur. 
http://4.bp.blogspot.com/_FO02u2K5S5Q/SjAK- 
8C2fVI/AAAAAAAAAHE/ei7_Vf6jENE/s1600/painel+II.001.jpg 
 
ENERGIA E LEIS FÍSICAS 
 
Para que possamos entender e interpretar as informações obtidas na cena do 
acidente faz-se necessário considerar algumas leis da física, como por exemplo, a 
primeira Lei de Newton, que diz que um corpo em movimento ou em repouso tende a 
ficar neste estado até que uma energia externa atue sobre ele. 
Um corpo em movimento, sendo este movimento retilíneo e uniforme, irá 
continuar no seu movimento, com a mesma velocidade, até que haja uma força que o 
faça alterar o seu movimento. 
http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-
http://4.bp.blogspot.com/_FO02u2K5S5Q/SjAK-
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Ainda com relação a esta lei podemos acrescentar que a tendência que um 
objeto tem para resistir a alterações no seu movimento chama-se inércia e que a 
massa é a propriedade do corpo que nos vai permitir especificar qual é a resistência 
que este oferece à alteração de seu movimento. 
É nesta lei que se baseia o princípio dos cintos de segurança, para evitar que 
num acidente os passageiros sejam projetados para fora do veículo devido à inércia. 
 
http://fikolars.pbworks.com/f/colisao_cinto.jpg 
 
A Lei da conservação da energia afirma que a energia não é criada ou 
destruída, mas sim, pode mudar de forma. As formas mais comuns são: 
➢ Mecânica; 
➢ Térmica; 
➢ Elétrica; 
➢ Química. 
 
A energia cinética é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade, 
dividido por dois. 
 
Portanto, a velocidade é o fator gerador de energia cinética mais importanteque 
a massa, ou seja,a energia trocada em um acidente em alta velocidade é muito maior 
do que uma em baixa velocidade. Já a diferença da massa dos ocupantes do veículo 
pouco interfere na energia de colisão. Uma força é igual ao produto da massa pela 
sua aceleração ou desaceleração. 
Outro fator que devemos considerar em um acidente é a distância de parada, 
http://fikolars.pbworks.com/f/colisao_cinto.jpg
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pois antes da colisão, e o passageiro viajam numa mesma velocidade. Durante o 
impacto, os dois sofrem uma brusca desaceleração e chegam até a parar. Portanto, 
quanto maior a distância de parada, menor será a força de desaceleração sobre o 
veículo e seus passageiros. 
A compressibilidade do material também exerce influência na distância de 
parada e consequentemente na força de desaceleração sofrida pelo veículo. Assim 
que ocorre a compressão do material, há um aumento na distância de parada, 
absorvendo parte da energia, impedindo que o corpo absorva toda a energia, 
diminuindo as lesões no mesmo. 
http://pitstopbrasil.files.wordpress.com/2009/09/bel-air_malibu_7_640x408.jpg 
 
CAVITAÇÃO 
 
É o deslocamento violento dos tecidos do corpo humano para longe do local do 
região do impacto leva a uma lesão por compressão tecidual e também a distância, 
pela expansão da cavidade e estiramento dos tecidos. 
Este fenômeno gera dois tipos de cavidades ou deformações, são elas: 
➢ Cavidade temporária: São formadas no momento do impacto, sendo 
que os tecidos retornam a sua posição prévia após o impacto. A cavidade temporária 
pode ser encontrada em traumas fechados e em traumas penetrantes, como por 
exemplo, ferimento por arma de fogo. Por ser uma cavidade temporária, essa não está 
visível quando o socorrista examina a vítima, portanto, avaliaras energias envolvidas 
no evento e correlacionar com possíveis lesões são passos fundamentais na 
avaliação da biomecânica. 
 
http://pitstopbrasil.files.wordpress.com/2009/09/bel-air_malibu_7_640x408.jpg
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http://0.tqn.com/f/p/440/graphics/images/en/15818.jpg 
 
➢ Cavidade permanente: São causadas pelo impacto e compressão dos 
tecidos e podem ser vistas após o trauma. A diferença básica entre os dois tipos de 
cavidades é a elasticidade dos tecidos envolvidos. Quando um motoqueiro bate sua 
cabeça contra um obstáculogeram-se múltiplas fraturas de crânio, não permitindo o 
retorno dos ossos às suas posições originais, causando um afundamento de crânio. 
Isto forma uma cavidade permanente que é facilmente identificável no exame. 
 
http://www.chuckhawks.com/energy_transfer_12ga.jpg 
 
TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA 
 
http://0.tqn.com/f/p/440/graphics/images/en/15818.jpg
http://www.chuckhawks.com/energy_transfer_12ga.jpg
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Transferência de energia é a modificação do tipo de energia, como por 
exemplo, a fricção (energia mecânica) contra algum objeto gera calor (energia 
térmica), ou também apenas a transferência de energia para um corpo diferente, por 
meio da primeira lei de Newton. 
Para avaliarmos melhor a transferência de energia, temos que estudar dois 
fatores que influenciam em sua transferência, a densidade e a área de superfície. 
 
Densidade 
 
Quanto mais denso o tecido, maior o número de partículas atingidas, portanto, 
poderemos encontrar lesões mais extensas. 
Quanto menor a densidade do tecido, menor o número de partículas atingidas, 
mas isso não representa diretamente lesões menos extensas, mas menos aparentes. 
Podemos encontrar tecidos pouco densos, mas com lesões graves, entretanto, com 
apresentações diferentes. 
 
Área de superfície 
Quando há transferência de energia, tanto para um tecido muito denso quanto 
para um tecido pouco denso, a área de superfície de impacto é determinante para o 
tamanho da lesão, contudo, não existirá influência direta na gravidade da lesão. 
Por exemplo, um ferimento proveniente de uma lâmina em que sua área de 
contato com a pele não é muito grande. No entanto, a trajetória da lâmina pode 
lesionar grandes vasos, ocasionando ferimentos com risco de morte. 
O conhecimento da ocorrência da transferência de energia e de suas variáveis 
pela equipe de resgate tem grande importância prática. Isto pode ser confirmado 
quando se compara duas equipes que atendem um motorista que se chocou 
violentamente contra o volante. 
A que conhece cinemática do trauma, mesmo não reconhecendo lesões 
externas, saberá que ocorreu uma cavitação temporária e uma grande desaceleração 
suspeitando de lesões de órgãos intratorácicos. Com isso, a conduta será mais 
agressiva, minimizando a morbimortalidade dos pacientes. 
Já a equipe que não possui estes conhecimentos, não suspeitará de lesões de 
órgãos intratorácicos, retardando o diagnóstico e conduta das mesmas, influenciando 
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diretamente na sobrevida dos pacientes. 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
 
A avaliação primária do paciente é o próximo passo do socorrista após a 
avaliação do local da emergência. Podemos conceituá-la como sendo um processo 
ordenado para identificar e corrigir, de imediato, problemas que ameacem a vida a 
curto prazo. Estes problemas são extremamente graves e não forem imediatamente 
solucionados podem provocar a morte. 
O exame primário tem por objetivo identificar e manejar situações que 
ameaçam a vida desta vítima. Ele é realizado sem movimentar a vítima da sua posição 
inicial, com exceção dos casos em que haja necessidade de intervir em alguns passos, 
como por exemplo, na desobstrução das vias aéreas. 
Para avaliar o nível de consciência devemos chamar a vítima ou dando-lhe um 
comando vigoroso, em voz alta, tocando-a pelos ombros com cuidado, dizer: "ei, você 
está bem?", "o que aconteceu?" ou "abra seus olhos!". 
Se a vítima responder, emitindo som, gemido, pronunciando palavras ou 
obedecendo ao comando, significa que as vias aéreas estão livres, a respiração e 
circulação estão presentes. 
 
http://2.bp.blogspot.com/_OFTzR8CWOqI/S_wWr4vQ- 
_I/AAAAAAAAAEE/kQDHbwA66kc/s1600/10.jpg 
 
 
 
Caso não responda, evidenciando a inconsciência, é necessário solicitar 
AJUDA de um serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) e um Desfibrilador 
http://2.bp.blogspot.com/_OFTzR8CWOqI/S_wWr4vQ-
Primeiros Socorros 
 
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Externo Automático (DEA). 
 
Desfibrilador Externo Automático 
<http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s320/500
T.jpg>. 
 
O momento do pedido de ajuda dependerá do tipo de ocorrência, quando o 
socorrista estiver sozinho. Em caso desubmersão ou afogamento, trauma, overdose 
de drogas e parada respiratória, o socorrista deve iniciar os procedimentos de 
ressuscitação durante dois minutos antes de solicitar ajuda. 
Excetuando-se os casos citados acima, o socorrista deve chamar ajuda 
imediatamente. Os números de telefone utilizados são: 
➢ 193: Serviço de Resgatedo Corpo de Bombeiros; 
➢ 192: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 
 
Após a avaliação do nível de consciência, é sempre realizado um processo que 
segue uma sequência fixa e padronizada, sendo que o socorrista só pode passar para 
o passo seguinte após a completa resolução do passo anterior. Na prática, alguns 
passos podem ser avaliados simultaneamente. 
A sequência padronizada no exame primário é a seguinte: 
✓ X - Exsanguinação 
✓ A - Vias aéreas com controle da coluna cervical; 
✓ B - Respiração; 
✓ C – Circulação; 
http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s320/500T.jpg
http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s320/500T.jpg
http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s320/500T.jpg
Primeiros Socorros 
 
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✓ D - Avaliação neurológica; 
✓ E - Exposição da vítima. 
 
A HISTÓRIA DO XABCDE 
Em 1976, ao sofrer um acidente com sua família, o cirurgião ortopédico Jim 
Styner pôde perceber as fragilidades dos cuidados em primeiros socorros de vítimas 
de traumas. Depois dessa experiência, o médico desenvolveu o protocolo ABCDE 
do trauma, que passou a ser empregado em diversas regiões do mundo a partir de 
1978, sendo ministrado neste ano o primeiro curso sobre o tema. 
A importância do método desenvolvido por Jim Styner não demorou a ser 
reconhecida pelas autoridades médicas, uma vez que só com esses cuidados é 
possível realmente estabilizar o paciente, deixando-o mais seguro para o transporte 
e para quaisquer outras intervenções que se façam necessárias. 
 
 Mudança (a entrada do X): 
 
 O famoso mnemônico do trauma "ABCDE" ganhou na 9ª edição do PHTLS 
2018, no capítulo 6, mais uma letra. O "X' de hemorragia exsanguinante, ou seja, 
hemorragia externa grave. Ainda não publicado oficialmente e não traduzido, mas 
já nos atualizamos. 
O APH sofreu um substancial alteração, dando mais ênfase às grandes 
hemorragias externas, antes mesmo do controle cervical ou da abertura das vias 
aéreas. 
 
Significado das Letras X-A-B-C-D-E 
 
( X ) – EXSANGUINAÇÃO 
 
 Contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta, deve ser antes 
mesmo do manejo das vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da 
obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, 
o que mais mata no trauma são as hemorragias graves. 
 
https://www.dicio.com.br/mnemonico/
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HEMORRAGIA 
 
O sangue é responsável pelo transporte de oxigênio e nutrientes para as 
células do corpo humano e pela retirada de gás carbônico e outras excretas para os 
órgãos de eliminação. 
O corpo humano possui um volume sanguíneode aproximadamente 70 ml/Kg 
de peso corporal para adultos e 80ml/Kg para crianças, ou seja, um indivíduo com 
70ml/Kg possui aproximadamente 4.900ml de sangue. 
Hemorragia é definida como a perda de sangue devido ao rompimento de um 
vaso sanguíneo. Quanto maior a quantidade perdida de sangue, mais grave será a 
hemorragia. 
Geralmente a perda de sangue não pode ser medida, mas pode ser estimada 
por meio da avaliação do paciente e dos sinais de choque. Quanto mais rápida a 
hemorragia, menos eficientes são os mecanismos compensatórios do organismo. 
Um indivíduo pode suportar a perda de um litro de sangue, que ocorre em um 
período de horas, mas não tolera esta mesma perda se ela ocorrer em minutos. 
Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são 
as contrações da parede dos vasos sanguíneos, diminuindo o tamanho da abertura 
por onde o sangue está drenando e a coagulação do sangue, que é uma sequência 
complexa de reações químicas que resultam na formação de um coágulo de fibrina, 
impedindo assim a drenagem do sangue pelo orifício de vaso lesado. 
Estes mecanismos têm como objetivo a hemostasia, ou seja, o controle do 
sangramento pelo organismo isoladamente, defendendo-o, ou em associações com 
técnicas básicas e avançadas de tratamento médico. 
Os pacientes com distúrbios no mecanismo de coagulação, por exemplo, os 
hemofílicos, podem apresentar hemorragias graves por traumas banais. 
 
CLASSIFICAÇÃODAS HEMORRAGIAS 
 
Hemorragias Externas 
 
Sangramento de estruturas superficiais com exteriorização do sangue. Podem 
ser controladas utilizando técnicas básicas de primeiros-socorros. As hemorragias 
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podem ser: arterial, venosa e capilar. 
 
HEMORRAGIAS EXTERNAS 
http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/hemo.gif 
 
Hemorragias Internas 
 
É o extravasamento de sangue para o interior do corpo. O sangramento de 
estruturas profundas pode ser oculto ou se exteriorizar como, por exemplo, 
hemorragia do estômago com hematêmese. 
As medidas básicas de socorro não funcionam, pois é necessário um 
atendimento especializado realizado em uma unidade hospitalar. 
 
CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS 
 
As hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado 
de choque. As hemorragias lentas e crônicas causadas por uma úlcera, por exemplo, 
causam anemia, ou seja, a diminuição dos níveis de hemoglobina no sangue 
circulante. 
O quadro clínico varia de acordo com a quantidade perdida de sangue, 
velocidade do sangramento, estado prévio de saúde e idade da vítima. 
Perdas de até 15% do volume sanguíneo (750 ml em adultos) geralmente não 
causam alterações. São totalmente compensadas pelo corpo com, por exemplo, 
doação de sangue. Perdas maiores que 15% e menores que 30% (entre 750 a 1.500 
ml) geralmente causam estado de choque sem hipotensão arterial. 
 
Os sinais e sintomas são: 
➢ Ansiedade; 
http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/hemo.gif
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➢ Sede; 
➢ Taquicardia; 
➢ Pulso radial fraco; 
➢ Pele fria; 
➢ Palidez cutânea; 
➢ Suor frio; 
➢ Taquipneia; 
➢ Enchimento capilar lento. 
Perdas acima de 30% (maiores que 1.500) levam ao choque descompensado 
com hipotensão. Os sinais e sintomas são: 
➢ Alterações das funções mentais; 
➢ Agitação; 
➢ Confusão ou inconsciência; 
➢ Sede intensa; 
➢ Pele fria; 
➢ Palidez cutânea; 
➢ Suor frio; 
➢ Taquicardia; 
➢ Pulso radial ausente; 
➢ Taquipneia importante; 
➢ Enchimento capilar lento. 
A perda de mais de 50% do volume sanguíneo leva o indivíduo a óbito. 
 
RECONHECIMENTO DAS HEMORRAGIAS 
 
As hemorragias externas podem muitas vezes ser reconhecidas durante a 
inspeção. O sangue pode ser absorvido pelas vestes da vítima, pelo solo ou tapetes, 
dificultando a avaliação pelo profissional de emergência. 
Os pacientes politraumatizados com sinais de choque e lesões externas pouco 
importantes provavelmente apresentam lesão interna. Os locais mais frequentes de 
hemorragia interna são o tórax e o abdômen. Observar presença de lesões 
perfurantes, equimoses ou contusões na pele sobre estruturas vitais. 
Os órgãos abdominais que frequentemente produzem sangramentos graves 
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são o fígado e o baço. Algumas fraturas, especialmente de quadril e fêmur, podem 
produzir hemorragias internas graves. 
Observar extremidades com deformidade, dor e instabilidade pélvica. A 
distensão abdominal com dor após traumatismo sugere hemorragia interna. 
Algumas hemorragias internas podem se exteriorizar, por vezes, no tórax 
produzindo hemoptise, que é a expectoração sanguínea ou sanguinolenta por meio 
da tosse, proveniente de hemorragia na árvore respiratória. 
O sangramento do esôfago, estômago e duodeno podem se exteriorizar por 
meio da hematêmese, que é a saída de sangue pela boca com origem no sistema 
gastrointestinal. 
O sangue eliminado pode ser vermelho vivo ou com aparência de borra de café, 
caracterizando a digestão deste sangue. Neste caso, o socorrista pouco pode fazer 
no atendimento pré-hospitalar para controlar a hemorragia. As condutas visam ao 
suporte da vida, principalmente à manutenção da permeabilidade das vias aéreas e 
respiração, até a chegada ao hospital. 
 
ABORDAGEM DA VÍTIMA E CONDUTAS NAS HEMORRAGIAS EXTERNAS 
 
➢ Realizar a avaliação primária; 
➢ Desobstruir vias aéreas e efetuar assistência ventilatória, se necessário. 
Suplementar oxigênio em alta concentração, utilizando máscara com reservatório e 
fluxo de 12L/min.; 
➢ Elevar extremidades com sangramento acima do nível do coração; 
➢ Colocar compressa sobre o ferimento, efetuando a compressão direta da 
lesão, com a mão enluvada. Caso a compressa fique encharcada de sangue, coloque 
novas compressas secas sem retirar a primeira. O objetivo é não retirar o coágulo; 
➢ Fixar a compressa sobre o ferimento com bandagem ou, caso não 
disponha de bandagem, manter a compressão manual; 
➢ Se houver persistência da hemorragia, ocluir a artéria próxima ao 
ferimento, para diminuir a circulação no local. 
A compressão direta e a elevação do membro são os principais métodos para 
deter uma hemorragia, pois não diminuem a irrigação sanguínea em outros locais. 
 
Primeiros Socorros 
 
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ABORDAGEM E CONDUTA 
 
 
 
 
 
 
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/jpgs/12_1.jpg 
 
CONTROLE DAS HEMORRAGIAS INTERNAS 
 
O controle pré-hospitalar de hemorragias internas é impossível, o tratamento é 
cirúrgico. Pacientes com hemorragias internas devem ser removidos rapidamente 
para o hospital, mantendo os cuidados de suporte básico de vida. Em focos de fratura 
é possível reduzir a perda sanguínea por meio de manipulação adequada e 
imobilização. 
 
( A ) - VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA COLUNA CERVICAL 
 
No A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No atendimento pré-
hospitalar, 66-85% das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas. Para 
manutenção das vias aéreas utiliza-se das técnicas: “chin lift”: elevação do queixo, 
uso de aspirador de ponta rígida, “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula, cânula 
orofaríngea (Guedel). 
A causa mais comum de obstrução de vias aéreas em pacientes inconscientes 
é o relaxamento da musculatura da língua, que se projeta para o fundo da garganta 
ou orofaringe impedindo a passagem de ar nas vias aéreas superiores e inferiores. 
Para restabelecer a permeabilidade das vias aéreas superiores, devemos 
simplesmente remover corpos estranhos ou realizar a elevação da mandíbula. A 
possibilidade de lesão na coluna cervical deve ser sempre considerada, portanto, 
movimentos bruscos, excessivos ou aplicados com uma força desproporcional poderá 
causar lesões neurológicas irreversíveis na coluna cervical, como por exemplo, uma 
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/jpgs/12_1.jpg
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tetraplegia. 
A cabeça e o pescoço da vítima nunca devem ser hiperestendidos ou mesmo 
fletidos para manter ou estabelecer uma via aérea permeável. Para que possamos 
verificar se esta via aérea não está obstruída devemos solicitar à vítima que ela fale. 
Caso a vítima não consiga falar, observamos que esta vítima possui uma alteração do 
nível de consciência. Caso a vítima atenda a solicitação, podemos considerar que esta 
via aérea está livre, com a ventilação e perfusão cerebral mantidas, devido à 
passagem de ar por esta via aérea. 
Se a vítima apresentar rouquidão ou falta de voz significa que deve haver um 
comprometimento das vias aéreas superiores, ou seja, uma obstrução.Avaliar e 
controlar as vias aéreas são condutas rápidas e simples, não necessitando 
inicialmente de nenhum equipamento, portanto estas técnicas manuais de 
desobstrução e controle ou estabilização da coluna cervical não devem ser retardadas 
a espera do socorro especializado. 
A obstrução das vias aéreas pode ser causada por: 
✓ Objetos sólidos; 
✓ Queda da língua; 
✓ Líquidos. 
Os principais sintomas apresentados pela vítima com obstrução das vias 
aéreas são: 
✓ Tosse; 
✓ Respiração ruidosa; 
✓ Movimentos respiratórios alterados; 
✓ Cianose (extremidades roxas). 
Para realizarmos o controle das vias aéreas podemos realizar as seguintes 
técnicas: 
✓ Manobra tríplice ou elevação da mandíbula. 
 
ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA 
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http://www.sbp.com.br/img/cursos/curso_suporte/fig02-05.gif 
 
✓ Manobra de tração da mandíbula. 
 
TRAÇÃO DA MANDÍBULA 
http://www.concursoefisioterapia.com/2010/02/manobra-de-tracao-de-
mandibula-jaw.html 
 
✓ Inserção de uma cânula orofaríngea. 
 
http://www.sbp.com.br/img/cursos/curso_suporte/fig02-05.gif
http://www.concursoefisioterapia.com/2010/02/manobra-de-tracao-de-mandibula-jaw.html
http://www.concursoefisioterapia.com/2010/02/manobra-de-tracao-de-mandibula-jaw.html
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INSERÇÃO DA CÂNULA DE GUEDEL 
http://1.bp.blogspot.com/_P- 
MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula+guedel.JPG 
 
Uma vez realizado o controle ou a estabilização da coluna cervical, não 
podemos em hipótese alguma liberá-la, até que esta seja imobilizada definitivamente 
com o colar cervical ou com outro dispositivo que evite o movimento tanto lateral, como 
de flexão da cabeça. 
 
( B ) – RESPIRAÇÃO (VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO) 
 
Anteriormente havia uma recomendação para que os movimentos respiratórios 
fossem avaliados pelo procedimento ver, ouvir e sentir, porém não há mais esta 
necessidade. 
O socorrista deve priorizar a qualidade da massagem cardíaca, ou seja, realizar 
o ciclo com trinta compressões e abrir a via aérea e aplicar duas ventilações. 
A respiração boca a boca não é mais recomendado, pois o risco de 
contaminação é maior. Novos estudos demonstraram que as compressões ritmadas 
no tórax são tão eficazes quanto a respiração boca-a-boca que era intercalada com a 
massagem cardíaca. A recomendação é que, só se faça as compressões torácicas 
ritmadas, de forma ininterrupta, por até oito minutos. 
Existem estudos comprovando que a massagem cardíaca realizada 
corretamente e ritmada é suficiente para manter a vítima viva até a chegada de 
socorro profissional sem a utilização da respiração boca a boca. 
No caso de crianças e bebês, afogamento ou traumatismos, a massagem 
http://1.bp.blogspot.com/_P-
http://1.bp.blogspot.com/_P-MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula%2Bguedel.JPG
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cardíaca se faz em sintonia com a respiração boca a boca, porém em situações de 
parada cardíaca em adultos apenas a massagem cardíaca deve ser feita, até que os 
socorristas cheguem para levar a vítima ao hospital. 
 
( C ) – CIRCULAÇÃO (PERFUSÃO E HEMORRAGIAS) 
 
No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros 
de análise. A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco. 
A Hemorragia é a principal causa de morte no trauma. 
A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas, 
grandes hemorragias. Já o “C” refere-se a hemorragias internas, onde deve-se 
investigar perdas de volume sanguíneo não visível, analisando os principais pontos 
de hemorragia interna no trauma (pelve, abdomem e membros inferiores), avaliando 
sinais clínicos de hemorragia como tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria 
e pegajosa e comprometimento do nível e qualidade de consciência. 
Definimos por circulação artificial a compressão torácica externa, ou seja, a 
massagem cardíaca. A reanimação cardiopulmonar deverá ser realizada logo que o 
socorrista identificar que a vítima não apresenta pulso, caracterizando assim a parada 
cardíaca. 
Quando realizada a avaliação primária, a abordagem busca sinais, entre estes, 
a frequência cardíaca denota a parada cardíaca. Em um adulto, é feita pela 
constatação da ausência de pulso na artéria carótida ou, na artéria femoral associada 
à perda de consciência e a outros sinais periféricos, como palidez, cianose e pele 
pegajosa. 
 
( D ) - AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA 
 
Na avaliação neurológica, o socorrista deve avaliar o estado de consciência da 
vítima. 
Pode-se usar a sequência AVDS, como descrito a seguir: 
➢ A: Alerta; 
➢ V: Responde a estímulos verbais; 
➢ D: Responde a estímulos dolorosos; 
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➢ S: Sem resposta. 
Se a vítima estiver consciente, pergunte nome, telefone para contato e 
endereço. Faça por exemplo: Que dia é hoje? É dia ou é noite? Converse com ela, 
procure acalmá-la e pergunte onde sente dores e em caso de suspeita de fratura da 
coluna, pergunte se está sentindo os braços e as pernas. 
Se ela não se comunicar, veja se reage ao estímulo verbal e se não houver 
resposta, veja se a vítima reage ao um estímulo tátil oudoloroso.Caso esteja 
inconsciente, abra os olhos dela e verifique aspupilas.O estado das pupilas pode 
significar: 
➢ Normais: normalmente não há lesões neurológicas aparentes e 
oxigenação está presente. 
➢ Pupilas diferentes: uma normal e a outra dilatada significa presença de 
lesão neurológica. O socorrista deve intensificar a avaliação, pois pode haver parada 
cardiorrespiratória. 
➢ Se as duas pupilas estiverem dilatadas: significa parada 
cardiorrespiratória há mais de um minuto. Também pode haver lesão neurológica. 
Nesse caso, o socorrista deve iniciar imediatamente as manobras de 
ressuscitação. Sempre que a vítima estiver inconsciente, deve-se desconfiarde fratura 
da coluna vertebral ou de parada cardiorrespiratória. Nesse caso, movimente a vítima 
o mínimo possível, protegendosempre a coluna 
A escala de coma de Glasgow deve ser usada. Lembrando que esta é uma 
escala neurológica que constitui um método confiável e objetivo de registrar o nível de 
consciência de uma pessoa para avaliação inicial e contínua após um traumatismo 
craniano. 
Seu valor também é utilizado no prognóstico do paciente e é de grande utilidade 
na previsão de eventuais sequelas. Segue a escala completa: 
 
 
 
 
 
 
 
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TABELA – ESCALA DE COMA DE GLASGOW 
 
Fonte: AMERICAN COLLEGE OF SURGIONS COMMITTEE ON TRAUMA . Advanced Trauma Life 
Suport – ATLS. 10 ed. , 2018. 
 
O escore máximo permitido pela escala é quinze pontos e o mínimo de três 
pontos. Se o paciente apresentar uma pontuação de oito pontos ou menos, a 
intubação orotraqueal está indicada. 
 
Pontuação total: de 3 a 15 
3 = Coma profundo (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo); 
4 = Coma profundo 
7 = Coma intermediário; 
11 = Coma superficial; 
15 = Normalidade.
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Classificação do trauma cranioencefálico: 
3-8 = Grave (necessidade de intubação imediata); 
9-12 = Moderado;13-15 = Leve. 
 
EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA 
 
Sendo assim, para que um diagnóstico diferencial mais preciso seja realizado, 
é preconizado que dentre o X-A-B-C-D dos primeiros socorros, o “E” refere-se à 
exposição da vítima. 
Quando estabilizadas respiração e circulação, iniciamos a exposição da vítima 
para verificar se existem outros ferimentos, complicações e situações a serem 
resolvidas. 
Lembre-se que tal procedimento deverá ser realizado com cautela e precaução 
a fim de evitar maiores dolos na vítima já fragilizada. Todo movimento realizado, 
principalmente se em pós-trauma, deverá atender normas de manipulação 
assegurando a assistência prestada. 
A busca por outras e/ou maiores lesões pode no momento da primeira 
assistência salvar a vida da vítima. 
Em primeiros socorros, chamamos de “a hora de ouro” a primeira hora de 
atendimento, portanto, se o socorrista fizer o seu melhor, a probabilidade desta vítima 
ter sua vida prolongada é grande. 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS 
 
Vítima com capacete 
 
A retirada do capacete deve ser realizada por dois socorristas treinados. O 
primeiro passo é posicionar a vítima em decúbito dorsal, ou seja, posição supina, por 
meio do rolamento em bloco. 
Um socorrista posiciona-se atrás da cabeça da vítima, abre a viseira e segura 
cada lado do capacete com os dedos estabilizando a mandíbula. O outro socorrista 
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mantém a estabilização da coluna cervical, colocando os dedos polegar no ângulo da 
mandíbula de um dos lados e o indicador e médio no outro lado. A outra mão mantém 
a imobilização do pescoço, apoiando a região cervical. 
A seguir, o socorrista que segura o capacete pelas laterais, força a sua abertura 
liberando as orelhas e traciona-o delicadamente, enquanto o outro socorrista mantém 
a estabilização do pescoço para evitar a inclinação da cabeça. 
Após a retirada do capacete, os socorristas devem manter a imobilização da 
coluna cervical manualmente até obter dispositivo que o faça. 
 
RETIRANDO O CAPACETE DE FORMA CORRETA 
http://4.bp.blogspot.com/- u1Xw93nGPj8/TdfrQRgx9oI/AAAAAAAAAJU/CMpOSNXQQxk/s400/capacete5.gif. 
Vítima presa em ferragem 
 
Em caso de acidente automobilístico com vítima presa entre as ferragens, não 
movimente o acidentado, pois isso poderá agravar seu estado. Sinalize o local para 
evitar novos acidentes e solicite ajuda imediatamente a um serviço móvel de urgência. 
 
VÍTIMA PRESA NAS FERRAGENS 
http://4.bp.blogspot.com/-
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http://2.bp.blogspot.com/_XNH- 
UIyc1zU/TEFVDmH8q0I/AAAAAAAACoU/oaQspTh_7ng/s1600/moto_ferragens.jpg. 
 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
 
É o exame realizado após o exame primário, ou seja, após o X-A-B-C-D-E e 
tem por finalidade examinar todo o corpo por meio da palpação e inspeção. Esta 
avaliação é composta pela avaliação objetiva, ou seja, o exame físico da cabeça aos 
pés, controle dos sinais vitais e avaliação subjetiva caracterizada pela entrevista. É 
realizada somente após o término da avaliação primária ou das manobras de 
ressuscitação cardiopulmonar, quando instituídas e obtido sucesso. 
Tem por objetivo a detecção de lesões que embora graves não impliquem risco 
iminente de morte. Ao iniciá-la em vítimas com história de trauma, é necessária a 
manutenção da estabilização da coluna cervical por meio manual ou com dispositivos 
durante todo o procedimento. 
Para iniciar essa avaliação, o socorrista deverá expor a vítima somente o 
necessário, respeitando sua intimidade e protegendo-a contra os efeitos da 
hipotermia. 
As informações levantadas no exame da cabeça aos pés, associadas ao 
mecanismo do trauma auxiliam o socorrista na detecção ou suspeita de situações 
graves como, por exemplo, uma hemorragia interna. Deve-se olhar para a vítima, 
buscando sinais ou lesões aparentes. 
A vítima poderá assumir uma posição que demonstre que ela está com dor, 
http://2.bp.blogspot.com/_XNH-
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segurando ou apontando para determinado membro ou região do corpo ou ainda 
permanecendo sentada com o objetivo de melhorar a respiração. 
A entrevista é feita simultaneamente, levantando informações obtidas junto ao 
próprio paciente ou às testemunhas que se encontram no local. Com essas 
informações podem-se obter detalhes da história ou do mecanismo de trauma, 
queixas e sintomas que o paciente relata. 
 Em vítimas conscientes, o socorrista deve identificar-se explicando os 
procedimentos que irá realizar com a vítima. Após esse primeiro contato, o socorrista 
deve perguntar o nome da vítima, tratando-a sempre pelo seu nome. Segue a 
avaliação perguntando idade, endereço, data e com isso avaliando se as respostas 
estão corretas, demonstrando que a vítima apresenta um nível de consciência e 
oxigenação cerebral adequada. 
Entretanto, a vítima poderá estar confusa sendo necessária uma abordagem 
mais detalhada indicando ao socorrista possíveis lesões e situações graves. A 
entrevista com a vítima deve ser rápida e direcionada, devendo-se questionar a vítima 
quanto à: 
➢ Presença de dor; 
➢ Sensação de formigamento; 
➢ Calor ou perda da sensibilidade em alguma parte do corpo; 
➢ Doença; 
➢ Uso de medicamentos; 
➢ Alergias a remédios ou a algum tipo de alimento; 
➢ Quando foi a última refeição; 
➢ Uso de substâncias como álcool ou drogas ilícitas. 
Todas estas informações são importantes para a agilidade no tratamento da 
vítima e para que o socorrista possa priorizar suas atitudes. Na vítima de acidente, 
além dos questionamentos anteriores é de grande importância a determinação do 
mecanismo de trauma, tentando estabelecer a intensidade de impacto sofrido. 
Algumas situações devem ser avaliadas rapidamente, determinando as 
possíveis lesões, são elas: 
➢ Capotamento; 
➢ Ejeção da vítima do veículo; 
➢ Uso de cinto de segurança; 
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➢ Uso de capacete; 
➢ Posição no veículo; 
➢ Deformidade do veículo. 
Estas informações a respeito do evento são importantes na condução do 
atendimento, partindo sempre da queixa principal, direcionando a entrevista e a 
assistência que deverão ser feitas simultaneamente, durante a avaliação da vítima. 
Na inspeção devem ser pesquisados: 
✓ A cor da pele; 
✓ Simetria; 
✓ Alinhamento; 
✓ Deformidade; 
✓ Sangramento; 
✓ Fraturas. 
Na palpação deverá ser pesquisado: 
✓ Deformidade; 
✓ Rigidez; 
✓ Flacidez. 
O exame secundário deve ser realizado obedecendo à seguinte sequência: 
✓ Cabeça; 
✓ Olhos; 
✓ Orelhas e nariz; 
✓ Boca; 
✓ Pescoço;
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✓ Tórax; 
✓ Abdômen; 
✓ Cintura pélvica; 
✓ Membros inferiores; 
✓ Membros superiores; 
✓ Dorso. 
 
CABEÇA 
 
Palpe o crânio com os polegares fixos na região frontal, examine os olhos 
procurando por objetos estranhos. Verifique se as pupilas estão normais, dilatadas, 
contraídas ou desiguais. 
Normalmente apresentam o mesmo diâmetro, ou seja, devem estar do mesmo 
tamanho. 
EXAME DO CRÂNIO 
 
http://1.bp.blogspot.com/_YQ- http://2.bp.blogspot.com/_XNH- 
UIyc1zU/TEFVDmH8q0I/AAAAAAAACoU/oaQspTh_7ng/s1600/moto_ferragens.jpg. 
op14RPUo/TTQz1T0XW2I/AAAAAAAAB_c/sYtxHs2Tg9s/s1600/9-A.JPG>. 
 
OLHOS 
 
Verifica-se a presença de cortes, queimadura de pálpebras e cílios ou objeto 
encravado. Atentará coloração ao redor dos olhos, como presença de hematoma, pois 
indica possível trauma craniano. 
http://1.bp.blogspot.com/_YQ-
http://2.bp.blogspot.com/_XNH-
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Nesse momento, as pupilas são avaliadas quanto ao tamanho, simetria e 
reação à luz. 
Normalmente, são do mesmo tamanho e reagem com contração na presença 
de luz. 
Quando se apresentam do mesmo tamanho, são denominadas isocóricas. 
Quando são desiguais são chamadas de anisocóricas, situação que pode ocorrer no 
traumatismocraniano encefálico ou no acidente vascular cerebral. 
As pupilas poderão estar contraídas ou dilatadas por ação de drogas, 
iluminação ou ausência de oxigenação cerebral. São denominadas mióticas quando 
estão contraídas e midriáticas quando estão dilatadas. 
 
ORELHA E NARIZ 
 
estruturas. Se positivo, indica possível fratura de ossos do crânio. Verifica-se 
ainda a simetria, presença de lesões e edema. 
O líquido cefalorraquidiano é um líquido transparente que circula entre as 
meninges aracnoide e pia-máter, e sua principal função é proteger o cérebro, agindo 
como amortecedor de choques mecânicos aplicados principalmente na cabeça. 
 
BOCA 
 
Promove-se a abertura da boca, a fim de identificar e remover corpos estranhos 
que poderão obstruir as vias aéreas como sangue, secreções, próteses dentárias, 
dentes soltos ou restos alimentares. Os lábios, gengivas e língua devem ser 
observados quanto à coloração e presença de edema e ferimentos. 
 
PESCOÇO 
 
A coluna cervical deve ser mantida imobilizada manualmente ou por utilização 
de colar cervical durante todo o exame. Realizar a palpação na coluna cervical 
verificando o seu alinhamento. Verificar na região anterior se há desvio de traqueia, 
lesões ou sangramentos. 
TÓRAX 
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Com a mão espalmada e com os dedos entrelaçados, realizar a palpação a 
procura de lesões nos arcos costais, procurar ferimentos e reação à dor. Deve-se 
inspecioná-lo em busca de edema, assimetria, ferimentos, deformidades, retrações, 
objetos encravados ou fraturas. 
Observar, também, se a expansão do tórax durante a respiração ocorre da 
mesma forma em ambos os lados, palpar as clavículas e costelas buscando 
deformidades, crepitações ósseas, áreas dolorosas ou mesmo ferimentos com 
fraturas expostas e enfisema subcutâneo 
 
ABDÔMEN 
 
Realizar a palpação com a espalmada e com os dedos entrelaçados, buscando 
áreas de sensibilidade, flacidez e rigidez. Devem ser examinados os quatro 
quadrantes do abdômen em busca de hematomas, equimoses, abrasões, ferimentos 
abertos ou objetos encravados. 
Procura-se distensão, rigidez ou dor à palpação superficial, delimitando qual o 
quadrante abdominal acometido. Este dado é importante, pois auxilia o socorrista a 
suspeitar de hemorragia interna, caso a vítima esteja apresentando sinais de choque 
hemorrágico, associando os achados do exame físico aos sinais vitais apresentados 
com o mecanismo do trauma. 
Os quadrantes nos quais pode ser dividido o abdômen são: 
➢ QSD: Quadrante superior direito; 
➢ QSE: Quadrante superior esquerdo; 
➢ QID: Quadrante inferior direito; 
➢ QIE: Quadrante inferior esquerdo. 
O quadrante superior direito contém órgãos como o fígado, a vesícula biliar, 
parte do intestino grosso e o rim direito. No quadrante superior esquerdo há o 
estômago, o baço, o pâncreas, parte do intestino grosso e o rim esquerdo. 
O ovário direito e parte do útero em mulheres, o apêndice vermiforme, parte do 
intestino grosso, o ureter direito e a bexiga urinária estão contidos no quadrante 
inferior direito. 
No quadrante inferiror esquerdo estão localizados parte do intestino grosso, o 
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ovário esquerdo e parte do útero e da bexiga urinária. 
Deve-se observar se a vítima assume posição que demonstre que ela esteja 
com dor, sendo assim, o socorrista poderá aliviar a dor abdominal, orientando a vítima 
a flexionar os joelhos e quadril, mantendo-a aquecida. 
Vítimas com história de trauma deverão permanecer em posição supina sem 
flexionar as pernas, mantendo o alinhamento de toda coluna vertebral e a imobilidade 
da coluna cervical. 
 
DORSO 
 
Realizar manobras de rolamento para examinar as costas. Observar o 
alinhamento da coluna cervical se há deformidades ou ferimentos. Palpar a coluna em 
busca de edema, hematoma ou crepitação. 
Após realizar o exame secundário, realize todos os curativos, imobilizações e 
outros procedimentos, antes de remover a vítima. Durante todo o exame mantenha-
se atento aos passos do exame primário. 
O socorrista deve palpar com delicadeza a coluna vertebral por intermédio da 
curvatura natural da cintura até onde a mão alcançar sem movimentar a vítima. 
Pesquisar regiões dolorosas, com edema, afundamentos ou deformidades ósseas, 
hematomas e ferimentos. É difícil determinar fraturas da coluna vertebral, pois muitas 
vezes os sintomas se confundem, e a queixa de dor da vítima é em outra região. 
 
PELVE 
 
Busca-se por alterações que, com frequência, estão relacionadas com fraturas 
da pelve como hematomas, deformidade articular no quadril, sangramento pelo ânus, 
vagina ou uretra. 
O exame é feito palpando-se levemente as cristas ilíacas, enquanto se 
investiga a ocorrência de crepitação óssea, dor ao procedimento ou instabilidade da 
cintura pélvica. 
A crista ilíaca faz parte do osso do quadril denominado ílio e é a extremidade 
superior expandida e pode ser palpada em toda sua extensão, bilateralmente. A 
ocorrência de incontinência urinária ou fecal e priapismo, em homens, são sinais 
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sugestivosde lesão na medula espinhal, decorrente de fratura ou deslocamento da 
coluna vertebral. O priapismo é caracterizado por ereção peniana prolongada, sem 
estimulação sexual, frequentemente, causada por lesão medular. 
 
MEMBROS INFERIORES 
 
Inspecionar e palpar a coxa até os pés, observando o alinhamento, 
deformidade e rigidez, buscando lesões e ferimentos. Devem ser pesquisados 
também: 
➢ Hematomas; 
➢ Sangramentos; 
➢ Deformidades; 
➢ Espículas ósseas. 
Palpar toda a extensão do membro, buscando deformidades como: 
➢ Angulações; 
➢ Encurtamentos; 
➢ Edema; 
➢ Espasmo muscular; 
➢ Crepitação óssea; 
➢ Aumento de volume, 
➢ Abrasões; 
➢ Palidez; 
➢ Cianose nas extremidades. 
A cianose é caracterizada por um tom azulado da pele ou mucosas, 
manifestada por tecido com baixa oxigenação, em razão da diminuição de irrigação 
sanguínea ou da oxigenação. O socorrista deve avaliar a circulação distal à lesão, 
verificando a temperatura, cor da pele, enchimento capilar, e pulso da extremidade 
lesada. 
Para verificar o enchimento capilar deve-se comprimir e soltar rapidamente o 
leito das unhas e polpas digitais. Quando há circulação normal, o retorno sanguíneo 
é de um e meio a dois segundos, se estiver retardado, ou seja, maior que dois 
segundos, indicando que a circulação está lenta. 
Se a circulação estiver ausente, esses locais permanecem descorados após a 
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compressão. A avaliação da artéria tibial posterior é importante nos casos em que 
pode haver fratura nos membros inferiores. 
Esta artéria é o maior ramo terminal da artéria poplítea e sua porção inferior 
pode ser palpada posteriormente ao maléolo medial, exercendo leve pressão contra 
a proeminência óssea da extremidade inferomedial da tíbia. 
Testar movimentos e sensibilidade solicitando à vítima que faça movimentos 
com os dedos dos pés, e que empurre a mão do socorrista com o pé, aplicando um 
estímulo na região plantar de um dos pés e solicitando que a vítima identifique qual 
pé foi estimulado, alternando- os. 
 
PALPAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES 
<http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400
/palpa%C3%A7%C3% A3o+tibial.JPG> 
 
MEMBROS SUPERIORES 
 
Inspecionar e palpar dos ombros até as mãos, observando o alinhamento, 
deformidade e rigidez. Buscar lesões e ferimentos. Inicia-se inspecionando e palpando 
a partir dos ombros até os dedos das mãos, pesquisando: 
➢ Presença de abrasões; 
➢ Hematomas; 
➢ Ferimentos; 
➢ Espículas ósseas; 
➢ Aumento de volume; 
http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400/palpa%C3%A7%C3%25
http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400/palpa%C3%A7%C3%25
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