Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APRESENTAÇÃO DO TEMA: A Contabilidade Pública Municipal como fator benéfico às contas públicas e à gestão transparente. O texto em questão buscará abordar não só a conceituação básica sobre o tema, como também suas especificidades, vertentes e desdobramentos, bem como discutirá textos que venham a elucidar o tema proposto de maneira clara, objetiva e breviloquente, a fim de nortear um debate conciso e esclarecedor, apresentando um ponto de vista sobre os textos estudados e concluindo-se com uma tese bem formada acerca do cenário atual e da prática da contabilidade pública municipal. RESUMO: Para fins de se alcançar o objetivo aqui proposto far-se-á uso de textos como o livro Contabilidade Pública (ANGÉLICO, 2009) que trata das conceituações e do entendimento sobre este tema. A Contabilidade Pública coleta, registra e controla os atos e fatos de natureza patrimonial, orçamentária e financeira do patrimônio público, evidenciando as variações e os consequentes resultados, inclusive sociais, nas entidades de administração pública e a elas equiparadas, proporcionando aos interessados informações que os auxiliem nos processos de tomada de decisão e de prestação de contas. Proporciona ao gestor obter informações significativas e rápidas tornando seu trabalho mais preciso. Em KOHAMA, Contabilidade pública: teoria e prática (2003), temos que o principal objetivo da Contabilidade Pública é o de propiciar à administração informações atualizadas e exatas que possam ser apresentadas em termos monetários, informando os reflexos das transações realizadas de modo a possibilitar a melhor solução, para o cumprimento da legislação vigente, e ainda, revelando a situação econômico-financeira da entidade em um determinado momento. Sua finalidade é atuar como um instrumento que gere informações para o exercício do controle e da análise dos fatos de natureza orçamentária, financeira, patrimonial e gerencial, apurando resultados em harmonia com as normas gerais de direito financeiro, tendo em vista o cumprimento dos dispositivos contábeis e o atendimento dos órgãos fiscalizadores. De acordo com Bento, em Transparência Pública: A informação contábil e o controle social no combate à corrupção (2013), a ciência contábil é um dos pilares de suporte da administração pública, e não só de geração de informação, mas também de acompanhamento e controle da gestão pública, com acesso aos dados de entrada e saída de recursos nas entidades governamentais, portanto, entende-se que a contabilidade não se delimita apenas as suas ementas e proposições, como também transita de forma benevolente entre os temas administrativos e mais: contribui para o bom andamento da coisa pública e ajuda a gerir recursos e, consequentemente, pessoas. Ainda segundo Bento (2013), um governo deve dar publicidade as informações de forma espontânea aos cidadãos e ainda de forma clara, precisa e facilitada que qualquer pessoa consiga compreender, além de fornecer documentos e dados no momento requisitado por qualquer um de seus administrados, a fim de cumprir um dos direitos constitucionais que é o da publicidade, não deixando brechas para que se levantem quaisquer que sejam dúvidas quanto a credibilidade e moralidade da gestão municipal. Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar 101/2000), a Contabilidade Pública alçou uma maior importância e valorização. A lei da LRF provocou uma mudança substancial na maneira como é conduzida a gestão financeira dos três níveis de governo, sendo necessário saber planejar o que deverá ser executado, pois além da execução deve-se controlar os custos envolvidos, cumprindo o programado dentro do custo previsto. Criação de relatórios básicos deverão ser emitidos bimestral, quadrimestral e anual. O impacto dessa lei proporcionou um melhor aproveitamento do controle, que verifica e avalia o desempenho da execução orçamentária do profissional contábil, tornando mais fácil o entendimento pelo usuário e proporcionando ao gestor público modelos de avaliação de desempenho mais amplos, atingindo aspectos muito importantes como custos, qualidade, adequação, eficiência, eficácia, e acima de tudo a satisfação do cliente. Com esse entendimento, a Lei de Responsabilidade Fiscal firma o surgimento da contabilidade gerencial pública sendo exercida pelo profissional de contabilidade desta área, que surge como um mecanismo de controle inovador da gestão fiscal pública. O campo de atuação da Contabilidade Pública limita-se aos órgãos e entidades integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social dos governos federal, estadual e municipal. O que nos permite concluir que todas as empresas e entidades públicas que não estão contempladas no orçamento de investimentos, estão no campo de aplicação da Contabilidade Pública. A Lei 4.320/64, denominada como lei das finanças públicas, estabelece normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Editada como lei ordinária, hoje trata de normas gerais de direito financeiro e, como tal, foi recepcionada como lei complementar pelo atual ordenamento jurídico constitucional, não podendo mais ser alterada por lei ordinária ou medida provisória. Esta lei não se aplica às empresas estatais que não recebam recursos da União para a sua manutenção ou para investimentos, e sim aos entes públicos e seus órgãos. Os entes públicos não têm objetivo de lucro e sim o bem-estar da coletividade, no caso o povo. CONCLUSÃO: A contabilidade se tornou um meio vigente de gerar informações para a administração pública permitindo a essa tomar suas decisões, controlar e avaliar o seu desempenho. Ela faz uso de técnicas para manter o controle permanente do patrimônio público. Cabe ao contador e gestor público um conhecimento profundo dessas técnicas de forma a alcançar a eficácia no cumprimento de sua missão, com transparência e clareza na execução perante a sociedade. Já que os mesmos tiveram que se adequar aos limites, prazos e a elaboração dos relatórios contábeis impostos pela LRF. Como consequência os gestores públicos passaram a ter maior controle e planejamento. A contabilidade pública visa viabilizar e controlar a gestão dos recursos financeiros, patrimoniais e orçamentários das entidades públicas, tanto na esfera municipal, estadual e federal. Busca também instrumentos que venham maximizar os resultados, elevando a eficiência e a eficácia. Tendo em vista as obrigatoriedades legais vigentes, a contabilidade pública adequa as peças contábeis de acordo com as necessidades dos municípios para que esses atendam a todas as obrigações legais que lhe competem. Dentre os benefícios apresentados, a contabilidade pública na gestão municipal oferece grande fluxo de informações relevantes para a tomada de decisões que o gestor enfrenta em sua rotina administrativa. Dessa forma, o prefeito terá em mãos um planejamento orçamentário adequado, evitando gastos desnecessários visto que o mesmo está sob a margem da Lei de responsabilidade fiscal. Essa lei se aplica a gestão pública visando controlar os gastos desenfreados dos gestores públicos. Sendo assim, a contabilidade pública é tão importante quanto à contabilidade que é aplicada nas empresas privadas. Ela não deve limitar-se tão somente a prestar contas aos cofres públicos, através de dispositivos legais e constitucionais, mas buscar transparência nos demonstrativos financeiros. Isso permitiria que todos os cidadãos pudessem compreender as ações dos governantes e fazer uma análise crítica verificando, assim a atuação dos vários órgãos no que diz respeito à subtração de parte do patrimônio público por meio de tributos. REFERÊNCIAS: ANGÉLICO, João. Contabilidade pública. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. BENTO, Luís Filipe Oliveira.Transparência Pública: A informação contábil e o controle social no combate à corrupção. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Faculdade de Ciências Econômicas, UFRGS, Rio Grande do Sul. 2013. BRASIL. Câmara dos Deputados. Lei de Responsabilidade Fiscal: n. 4.320, de 17 de março de 1964. Brasília: Câmara dos Deputados, 1994. KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003. IDENTIFICAÇÃO: Kenedy Gaia Calandrino, Administrador, para conclusão do curso de MBA em Contabilidade Pública Municipal, da Unipública - Escola de Gestão pública, no ano de 2020.
Compartilhar