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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE DIREITO PRÁTICA SIMULADA CONSTITUCIONAL Trabalho: Mandado de Segurança Brasília setembro 2021 Caso em Concreto João, cidadão politicamente atuante e plenamente consciente dos deveres a serem cumpridos pelos poderes constituídos em suas relações com a população, decidiu fiscalizar a forma de distribuição dos recursos aplicados na área de educação no Município Alfa, sede da Comarca X e vizinho àquele em que residia, considerando as dificuldades enfrentadas pelos moradores do local. Para tanto, compareceu à respectiva Secretaria Municipal de Educação e requereu o fornecimento de informações detalhadas a respeito das despesas com educação no exercício anterior, a discriminação dos valores gastos com pessoal e custeio em geral e os montantes direcionados a cada unidade escolar, já que as contratações eram descentralizadas. O requerimento formulado foi indeferido por escrito, pelo Secretário Municipal de Educação, sob o argumento de que João não residia no Município Alfa; os gastos com pessoal eram sigilosos, por dizerem respeito à intimidade dos servidores; as demais informações seriam disponibilizadas para o requerente e para o público em geral, via Internet, quando estivesse concluída a estruturação do “portal da transparência”, o que estava previsto para ocorrer em 2 (dois) anos. João não informou de que modo usaria as informações. Inconformado com o indeferimento do requerimento que formulara, João contratou os seus serviços como advogado(a) poucos dias após a prolação da decisão e solicitou o ajuizamento da medida cabível, de modo que pudesse obter, com celeridade, as informações almejadas, o que permitiria sua divulgação à população interessada, permitindo-lhe avaliar a conduta do Prefeito Municipal, candidato à reeleição no processo eleitoral em curso. Elabore a petição da medida judicial adequada, considerando-se como tal aquela que não exija instrução probatória. AO JUÍZO DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA X. JOÃO, brasileiro, estado civil..., portador da carteira de identidade sob o n°..., inscrito no CPF sob o n°..., titulo de eleitor nº...., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por seu advogado infra-assinado, procuração anexa, com endereço profissional para fins de intimações na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., endereço eletrônico..., vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5°, inciso LXIX, da Constituição Federal de 1988, e artigo 1º da Lei 12016 de 2009, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR em face de atos praticados pel SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO MUNICIPIO ALFA, nacionalidade...., estado civil..., portador da carteira de identidade sob o n°..., inscrito no CPF sob o n°..., titulo de eleitor nº...., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., conforme fatos e fundamentos passa a expor I - DOS FATOS João, cidadão politicamente atuante e plenamente consciente dos deveres a serem cumpridos pelos poderes constituídos em suas relações com a população, decidiu fiscalizar a forma de distribuição dos recursos aplicados na área de educação no Município Alfa, sede da Comarca X e vizinho àquele em que residia, considerando as dificuldades enfrentadas pelos moradores do local. Para tanto, compareceu à respectiva Secretaria Municipal de Educação e requereu o fornecimento de informações detalhadas a respeito das despesas com educação no exercício anterior, a discriminação dos valores gastos com pessoal e custeio em geral e os montantes direcionados a cada unidade escolar, já que as contratações eram descentralizadas. O requerimento formulado foi indeferido por escrito, pelo Secretário Municipal de Educação, sob o argumento de que João não residia no Município Alfa; os gastos com pessoal eram sigilosos, por dizerem respeito à intimidade dos servidores; as demais informações seriam disponibilizadas para o requerente e para o público em geral, via Internet, quando estivesse concluída a estruturação do “portal da transparência”, o que estava previsto para ocorrer em 2 (dois) anos. João não informou de que modo usaria as informações. II- DA LEGITIMIDADE II.I – ATIVA A legitimidade ativa de João da Silva, é garantida pelo fato de do fato de ter o direito de acesso à informação, sendo titular do direito que postula II.II – PASSIVA A legitimidade passiva do do Secretário Municipal de Educação do Município Alfa é justificada pelo fato de ter indeferido o requerimento de João III – DO DIREITO Nos moldes do artigo 5, inciso XIV, da Constituição Federal, de 1988 estabelece que qualquer cidadão é assegurado o acesso à informação e o direito de receber dos órgãos públicos as informações de interesse coletivo ou geral, conforme dispõe o Art. 5º, inciso XXXIII, da CRFB/88. Os usuários, ademais, têm assegurado o seu acesso ao teor dos atos de governo, nos termos do Art. 37, § 3º, inciso II, da CRFB/88, assim sendo, a informação deve ser fornecida no prazo estabelecido pelo art. 11 da Lei nº 12.527/11, de imediato, independentemente de qualquer esclarecimento a respeito dos motivos determinantes da solicitação, nos termos do Art. 10, § 3º, da Lei nº 12.527/11. Nesta senda, as informações relativas aos gastos com pessoal não dizem respeito à intimidade dos servidores, pois refletem a maneira de gasto do dinheiro público, apresentando indiscutível interesse público. Por fim, O fato de João não residir no Município é irrelevante, pois os entes federados não podem criar distinções entre brasileiros, nos termos do art.19, inciso III, da CRFB/88. IV - DO CABIMENTO Carece de extrema urgência a disponibilização de tais informações, pois, além do relevante interesse público, a recusa ao deferimento da solicitação causa de fato estranheza, ainda mais quando a recusa se justifica através da situação de o pedido se feito por não residente no município. Ainda, há risco de ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo em vista a urgência da situação, já que as informações servirão para que a população interessada avalie o desempenho do Prefeito Municipal, candidato à reeleição. Portanto, o caso em tela, de acordo com o art. 7, III, da lei 12.016/09, a tutela provisória de urgência será concedida sempre que houver elementos capazes de evidenciar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. O fumus bonis juris, fumaça do bom direito, se faz presente na real ilegalidade de não fornecimento de informações ao impetrante, consubstanciada nas disposições legais já expostas nesta peça processual. Ou seja, há risco de ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo em vista a urgência da situação. V – DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: a) A citação do réu para devida contestação a presente ação, sob pena da aplicação dos efeitos da revelia. b) Concessão de provimento liminar para determinar que a autoridade coatora forneça os dados solicitados pelo impetrante. c) Ao final, a concessão da ordem em definitivo, com confirmação da tutela liminar. d) Condenação dos réus ao pagamento de custas, demais despesas e honorários advocatícios (art. 12 da Lei n. 4.717/65). e) A produção de todos os meios de provas, principalmente documentais, periciais e testemunhais. Valor da causa: R$ 100,00 ( cem reais), para fins meramente fiscais. Art. 91 e 92 do CPC. Nestes termos, pede deferimento Local, data. Advogado, OAB.
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