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Fungos: Introdução à Micologia

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Gabriela Zogbi – Medicina Veterinária | Microbiologia Básica | 2021.2 
 
Fungos – Introdução à Micologia 
 
Introdução: 
 É de extrema importância conhecer o 
patógeno (fungo) com precisão, para que possa 
se inserir um tratamento adequado para uma 
doença e prevenir sua disseminação. 
 
Imagem: Lâmina microscópica com fungos 
filamentosos. Imagem autoral 
Fungos X Bactérias: Quais as 
diferenças? 
- As bactérias são procarióticas e os fungos 
eucarióticas; 
- Com relação à membrana celular, os fungos 
possuem esteróis presentes, já as bactérias não 
possuem esteróis. Com exceção do Mycoplasma; 
Com relação à parede celular, a das bactérias é 
formada por peptideoglicano, já a parede celular 
dos fungos, possui glicanas, mananas e quitina 
(sem peptideoglicano); 
Com relação aos esporos, os fungos formam 
esporos reprodutivos sexuais ou assexuais 
(função de reprodução), nas bactérias não tem 
função reprodutiva e sim de proteção contra 
situações adversas; 
O metabolismo dos fungos é limitado a 
heterotrófico, aeróbicos ou anaeróbicos 
facultativo, já as bactérias podem ter a 
diversidade de serem heterotróficas, 
autotróficas, foto autotróficas; aeróbia, 
anaeróbia facultativa e anaeróbia; 
 Os fungos são patógenos para animais e 
homens, mas também possuem função 
econômica importante, como na 
maturação de queijo, fabricação de 
cervejas e fermento biológico e na 
produção de pães. Além disso, podem ser 
usados como ferramentas na 
biotecnológica. 
Importância dos fungos: 
- Além de serem utilizados na indústria 
alimentícia e na produção de fármacos (como 
álcool e penicilina), os fungos também são 
importantes na cadeia alimentar visto que, eles 
decompõem a matéria vegetal morta, fazendo 
com que ocorra reciclagem de elementos vitais. 
- Muitas plantas dependem da simbiose com 
fungos, sendo conhecidas como micorrizas – 
associação dos fungos com raízes de plantas – 
que auxiliam as raízes das plantas a absorverem 
minerais e água do solo. 
- Os fungos são ubíquos, ou seja, podem ser 
encontrados em todos os locais, como: vegetais, 
água, animais, homem, detritos e solo. 
- Dispersam facilmente por conta dos esporos, 
por isso são ubíquos 
 
Características gerais do Reino 
Fungi: 
- Não sintetizam clorofila 
- São eucarióticos, com vários cromossomos e 
uma membrana nuclear bem definida, possuindo 
mitocôndrias e um retículo endoplasmático 
- A nutrição é heterotrófica por absorção 
(precisam de fonte química de energia e 
substâncias orgânicas como fontes de carbono) 
- Produzem enzimas que degradam o substrato 
orgânico e absorvem os nutrientes solúveis 
- Os fungos crescem melhor em ambientes com 
pH próximo a 5 
- A maioria são mais resistente à pressão 
osmótica do que as bactérias (concentração 
relativamente alta de açúcar ou sal) 
- São capazes de metabolizar carboidratos 
complexos, como a lignina (madeira), além de 
serem capazes de crescer em paredes de 
banheiro, couro de sapato, livros e etc. 
 
Nutrição: 
⇨ Para o seu desenvolvimento, os fungos 
precisam de uma fonte orgânica de carbono que 
podem ser simples (álcoois, cetonas, aldeídos, 
gorduras e ácidos) ou complexas (proteínas, 
polissacarídeos e polipeptídeos) 
 Também podem utilizar fonte orgânica 
ou inorgânica de nitrogênio. 
 
Relações e associações: 
⇨ Micorrizas: Associações entre fungos e 
raízes das plantas (mutualismo). Os fungos 
digerem nutrientes orgânicos dos solos, que em 
parte cedem às plantas. Por seu lado, as plantas 
fornecem ao fungo, pela raiz, os nutrientes 
produzidos na fotossíntese. 
⇨ Líquens: Relação mutualismo entre um fungo 
e uma alga ou cianobactéria. A cianobactéria é 
fototrófica e produz matéria orgânica, utilizada 
na nutrição do fungo. O fungo protege a 
cianobactéria contra o dessecamento, e contra 
a erosão pela chuva ou vento 
Meio de cultura para fungos: 
⇨ O principal meio para isolamento de fungos é 
o Ágar Sabouraud Dextrose (ASD) que possui o 
pH de 5,6 e 4% de destrose. 
⇨ Esse meio pode ser acrescido com 
Cloranfenicol tornando-se um meio seletivo (meio 
que inibe o crescimento de determinados 
microrganismos). O cloranfenicol é um antibiótico 
que dificulta o crescimento de bactérias. 
Estruturas vegetativas: 
⇨ As leveduras são fungos unicelulares, não 
filamentosos e normalmente são 
esféricos/ovais. São amplamente distribuídas na 
natureza e podem ser encontradas com 
frequência na forma de pó branco cobrindo 
frutas e folhas. 
A reprodução das leveduras pode ocorrer por 
brotamento ou fissão. 
 ⇨ Brotamento – nesse tipo de reprodução, 
a célula parental forma uma protuberância 
(chamada de broto) em sua superfície externa. 
Quando o núcleo da célula parental divide-se, um 
dos núcleos migra para o broto e o material da 
parede celular é sintetizado entre o broto e a 
célula parental. Por fim, o broto separa-se da 
célula parental. 
• Uma célula de levedura pode produzir mais de 
24 células-filhas por brotamento. 
• Algumas leveduras produzem brotos que não 
se separam uns dos outros, formando uma 
pequena cadeia de células que é chamada de 
pseudo-hifas. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, 
Christine L. Microbiologia. In: MICROBIOLOGIA. 12. ed. [S. l.]: 
Artmed, 2017. cap. 12, p. 320-328. 
 ⇨ Leveduras de fissão – nesse tipo de 
reprodução, as leveduras dividem-se e produzem 
duas novas células iguais. Além disso, durante a 
fissão, a célula parental irá se alongar e o seu 
núcleo divide-se, formando assim, duas células-
filhas. 
• Os fungos filamentosos são multicelulares e 
apresentam-se na forma de bolores e 
cogumelos. 
• São longos filamentos de células conectadas, 
que são chamados de hifas (estrutura tubular 
ramificada que possui cerca de 2 a 10 
micrometros de diâmetro). 
• Na maioria dos bolores, as hifas possuem 
paredes cruzadas que são chamadas de septos 
– os quais dividem as hifas em unidades 
semelhantes a células uninucleadas distintas -. 
Essas hifas são chamadas de hifas septadas. 
• Porém, em algumas classes (poucas) de 
fungos, as hifas não contêm septos e 
apresentam-se como células longas e contínuas 
com muitos núcleos. Nesse caso, são 
denominadas de hifas cenocíticas. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, 
Christine L. Microbiologia. In: MICROBIOLOGIA. 12. ed. [S. l.]: 
Artmed, 2017. cap. 12, p. 320-328. 
 
 
- As hifas possuem porções responsáveis pela 
nutrição e porções responsáveis pela 
reprodução. 
• A porção de uma hifa que é responsável por 
obter nutrientes é chamada de hifa vegetativa. 
Já a porção da hifa que é responsável pela 
reprodução é chamada de hifa reprodutiva ou 
aérea. 
• Quando o ambiente é favorável para as hifas, 
elas formam uma massa filamentosa que é 
visível a olho nu que é chamado de micélio. Logo 
o micélio é o conjunto de hifas. 
 
Dimorfismo/Fungos dimórficos: 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, 
Christine L. Microbiologia. In: MICROBIOLOGIA. 12. ed. [S. l.]: 
Artmed, 2017. cap. 12, p. 320-328. 
⇨ Alguns fungos – particularmente as espécies 
patogênicas – apresentam dimorfismo. 
• O dimorfismo é a capacidade dos fungos de 
poderem crescer tanto na forma de fungos 
filamentosos quanto na forma de levedura. A 
forma de fungo filamentoso irá produzir hifas 
aéreas e vegetativas, e na forma de levedura 
irá se reproduzir por brotamento. 
O dimorfismo dos fungos patogênicos depende 
da temperatura, sendo: a 37º o fungo 
apresenta forma de levedura, e a 25º a forma 
de bolor (fungo filamentoso). 
 
Reprodução e ciclo de vida: 
⇨ Os fungos filamentosos podem se 
reproduzir de forma assexuada através da 
fragmentação das hifas. Além disso, tanto a 
reprodução sexuada quanto a assexuada 
ocorrem através da formação de esporos. 
 Os esporos de fungos são 
completamente diferentes dos 
endósporos das bactérias. 
 • Os esporos dos fungos são formados a 
partir das hifas aéreas de maneiras distintas 
que irão depender da espécie. Esses esporos 
podemser assexuados ou sexuados. 
⇨ Assexuados (fase anamórfica ou 
imperfeita) – formados pelas hifas de um 
organismo e quando esses esporos germinam, 
tornam-se organismos geneticamente idênticos 
ao parental. 
• São produzidos pelos fungos através de 
mitose e posterior divisão celular; 
• Não há fusão de núcleos de células; 
• Os esporos assexuados apresentam-se 
em dois tipos: 
1 – Conídios/condiósporo: Esporos produzidos 
por Penicillium e Aspergillus. Os conídios 
formados pela fragmentação de uma hifa 
septada em células únicas são chamados de 
artroconídios. Já o tipo de conídio que é 
formado a partir de um broto originado de uma 
célula parental é chamado de blastoconídio. E 
existe o clamidoconídio que é um esporo de 
paredes espessas, formado pelo seu 
arredondamento e alargamento no interior de 
um segmento de hifa. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, 
Christine L. Microbiologia. In: MICROBIOLOGIA. 12. ed. [S. l.]: 
Artmed, 2017. cap. 12, p. 320-328. 
 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, 
Christine L. Microbiologia. In: MICROBIOLOGIA. 12. ed. [S. l.]: 
Artmed, 2017. cap. 12, p. 320-328. 
2 – Esporangiósporo: Esporo assexuado que é 
formado no interior de um esporângio (uma 
bolsa), na extremidade de uma hifa aérea, 
chamada de esporangióforo. Exemplo: Rhizopus 
sp. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, 
Christine L. Microbiologia. In: MICROBIOLOGIA. 12. ed. [S. l.]: 
Artmed, 2017. cap. 12, p. 320-328. 
 
⇨ Sexuada (fase teleomórfica ou perfeita): 
resultam da fusão de núcleos de duas linhagens 
opostas de cruzamento de uma mesma espécie 
de fungo. É produzido com menor frequência 
quando comparado aos esporos assexuados. 
Consiste em três etapas: 
1. Plasmogamia: um núcleo haploide de uma 
célula doadora penetra no citoplasma de 
uma célula receptora; 
2. Cariogamia: Os núcleos fundem-se 
formando um núcleo zigótico diploide. 
3. Meiose: o núcleo diploide origina um 
núcleo haploide, esporos sexuados, dos 
quais alguns podem ser recombinantes 
genéticos. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. In: MICROBIOLOGIA. 12. ed. [S. l.]: Artmed, 2017. 
cap. 12, p. 320-328.
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. In: MICROBIOLOGIA. 12. ed. [S. l.]: Artmed, 2017. 
cap. 12, p. 320-328
Fungos Patógenos: 
⇨ São importantes fitopatógenos (patógenos 
de plantas), e patógenos de humanos e animais. 
Fatores de virulência: 
- Adesinas (usa adesina para a aderência) 
- Biofilmes (comunidades de microrganismos que 
dificultam a utilização de substância contra 
microrganismos) 
- Enzimas 
- Formação de hifas 
 
Zigomiceto: 
São fungos filamentosos que apresentam hifas 
cenocíticas, como por exemplo o Rhizopus 
stolonifer – conhecido como mofo preto do pão 
-. 
Micotoxinas – micotoxicoses 
• Micotoxinas – Aspergillus flaxus 
- Presentes em amendoim 
- Aflatoxina B1, que é hepatóxica, nefrotóxica e 
carcinogênica. 
 
• Cogumelos venenosos – micetismo 
- Envenenamento causado pela ingestão de 
fungos macroscópicos (micetismo). Ex: Amanita 
mascaria, A. phalloides 
- Causam distúrbios gastrointestinais, alterações 
hepáticas e perturbações neuropsíquicas 
• Micoses causadas por fungos 
- Classificadas em: 
-⇨ Micoses superficiais/cutânea: 
Ex: Pitiríase versicolos (pano branco) 
AGENTE: Malassezia furfur 
Atinge couro cabelo e outras partes cobertas de 
pelo e causa manchas brancas na pele 
⇨ Micoses subcutâneas 
- Compreende as infecções fúngicas que 
atingem pele, pelos, unhas e mucosas -> 
DERMAFITOSES 
Dermafitoses -> causados por dermatófitos 
(habilidade de degradar a queratina e 
transformá-la em material nutritivo para seu 
crescimento). 
Agentes: Trichophyton, Microsporum e 
Epidermophyton 
Os agentes vivem em estado saprofítico no solo, 
nos vegetais e nos animais de livra livre. São 
parasitas acidentais do homem e dos animais. Ex: 
esporotricose 
Sporothrix schenckii é um fungo dimórfico, 
ubiquitário na natureza 
⇨ Micoses profundas ou sistêmicas 
São infecções fúngicas profundas no interior do 
corpo. Normalmente são causadas por fungos 
que vivem no solo. As vias aéreas superiores são 
sua principal porta de entrada; 
- São dimórficos (exceto Cryptococcus 
neoformans). 
Exemplos de micoses sistêmicas: 
Criptococose: 
- Lesão inicial – pulmonar 
- Tropismo pelo SNC – meningite 
- Frequentemente isolados de excrementos de 
pombos 
Paracoccidioidomicose: 
- Agente: Paracoccidioidis brasiliensis 
- Lesão inicial – pulmonar 
- Atinge principalmente agricultores, fumantes e 
alcóolatras 
Coccidioidomicose – Coccidioides 
immitis 
- Maioria causa pneumonia aguda 
- Histoplasmose – Histoplasma 
capsulatum 
- Lesão inicial – pulmonar 
- Lesões histologicamente compatíveis com 
tuberculose, com baciloscopia negativa 
 
⇨ Micoses oportunistas 
Atingem os pacientes imunocomprometidos por 
doenças de base (câncer, diabetes e etc) 
Ex: candidíase ou candidose, aspergilose e 
pneumonia por Pneumocystis jiroveci 
Candidíase – Candida albicans 
• Pode ser endógena ou exógena 
Aspergilose – Aspergillus fumigatus 
Causador de alergias 
Infecções: nasal (localizada), pulmões 
(disseminada), no ouvido, no SNC, nos olhos e 
outros órgãos 
Aspergillus flavux – alfatoxina (pode causar 
câncer hepático) 
 
 Apesar de serem patógenos, os fungos 
também são importantes para a 
economia e a ciência. É utilizado na 
maturação dos queijos, fabricação de 
cerveja e importante como fornecedor 
químico, por exemplo, na descoberta da 
penicilina 
 
 
Referências Bibliográficas: 
- Anotações feitas em aula; 
- TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; 
CASE, Christine L. Microbiologia. In: 
MICROBIOLOGIA. 12. ed. [S. l.]: Artmed, 
2017. cap. 12, p. 320-328.

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