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Controle farmacológico do ciclo estral dos bovinos parte 2

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@relatosdeumavett 
 
Controle farmacológico do ciclo estral dos bovinos - Parte 02 
Estrógenos / estradióis 
 
Há disponíveis 3 formas de ésteres de estradiol: 
benzoato de estradiol, valerato de estradiol e cipionato 
de estradiol. A forma natural é o 17 beta estradiol, que 
não tem disponível para comercialização no Brasil. A 
maior diferença entre eles é com relação a meia vida 
desses hormônios, podendo ser classificados em ésteres 
de longa ou curta ação. 
 
O 17 beta estradiol e o benzoato de estradiol são ésteres 
que apresentam um pico rapidamente e uma meia vida 
curta, sendo considerados estradióis de curta ação. O 
valerato de estradiol e o cipionato de estradiol são 
ésteres de meia vida mais longa, que não tem pico tão 
acentuado, mas que permanecem circulantes por mais 
tempo na corrente sanguínea. 
 Durante o ciclo estral toda vez que não existe uma 
dominância folicular as concentrações de FSH se 
elevam, tendo um FD produzindo estradiol ou por um 
grupo de folículo, FSH tem suas concentrações 
reduzidas. 
Associação progesterona/ progestágenos com estrógeno 
Normalmente independente do status folicular no início 
do tratamento a associação é suficiente para induzir 
atresia de todos folículos presente no ovário, a 
progesterona bloqueia pulso de LH fazendo com que 
folículos dependentes de LH sofram atresia e o FSH 
relacionado ao estradiol, em altas concentrações de 
estradiol FSH cai e folículos dependentes sofram atresia 
também. 
 
Cerca de 3 a 5 dias após a metabolização da fonte de 
estradiol, dependendo do tipo usado, ocorre uma nova 
elevação do FSH e emergência de uma nova onda de 
crescimento folicular, conforme a figura acima. 
Então pode usar estradiol em 2 momentos diferentes, no 
início associado com uma fonte de progesterona para 
induzir atresia folicular, assim tendo emergência de um 
na onda sincronizada. Se usar 17beta estradiol, 
normalmente a emergência acontece ao redor de 3 dias 
após início do tratamento, se usar valerato, acontece ao 
redor de 5 dias. O mais usada para emergência de onda 
é o benzoato, em que a emergência de onda ocorre ao 
redor de 4 dias após início do tratamento. 
Outra função dos estrógenos é a indução de ovulação, 
com manifestação do estro em animais em anestro, 
tratados previamente com progesterona. Porque o uso 
do estrógeno mimetiza a fase final do proestro e do 
estro, quando existe um FD de uma onda já previamente 
sincronizada o aumento na concentração de estradiol 
melhora a sincronização do estro por melhorar a 
sincronia e aumenta o pico de LH, favorecendo uma 
ovulação sincronizada. Essa indução de ovulação 
acontece de forma indireta, porque o estradiol precisa 
sensibilizar o hipotálamo para liberar GnRH na forma 
de pico, estimulando hipófise a liberar LH na forma de 
pico. 
Adicionalmente há uma terceira função, que é a 
sensibilização dos receptores de ocitocina induzindo a 
luteólise precoce. Essa ação depende do tipo e dose de 
estradiol usada, em geral, obtém esse efeito usando 
valerato de estradiol no início da sincronização, que 
apresenta meia vida longa, sensibilizando receptores de 
ocitocina no endométrio, estimulando produção de 
receptores de ocitocina e consequentemente aumenta 
produção de prostaglandina F2 alfa endógena. No 
entanto se usar uma fonte de estradiol, exemplo, 
benzoato de estradiol, que geralmente é usado em dose 
de 2 miligramas, elevando para 5 miligramas, tem-se 
esse efeito luteolítico. 
 
@relatosdeumavett 
 
 
GnRH/ LH/ HCG 
 
Indutores indiretos ou diretos de ovulação. 
Fonte natural: gonadorelina; 
Princípios ativos: fertirelina, deslorenina, entre outros. 
HCG é a gonadotrofina coriônica humana está presente 
em 2 apresentações diferentes, diferença entre eles diz 
respeito ao período de ação de ocorrência da ovulação e 
também o custo. 
Quando usamos algum indutor de ovulação é 
importante lembrar qual o tempo entre a administração 
do hormônio e ovulação. 
Indutores direto, como LH e hCG, que se ligam 
diretamente a receptores presente no folículo, então 
acontece de forma rápida. 
TRATAMENTO OVULAÇÃO 
LH 24 a 26 horas 
hCG 24 a 26 horas 
GnRH 26 a 30 horas 
BE 40 a 45 horas 
 
GnRH é considerado indutor indireto, já que é 
necessário que ele atue sobre hipófise, para depois 
liberar LH e depois atuar no folículo. Esse trajeto é mais 
longe, o que aumenta o tempo de indução da ovulação. 
Ao usar um estrógeno como indutor de ovulação, esse 
trajeto se torna mais longo ainda, porque ele necessita 
sensibilizar o hipotálamo - hipófise e só após ovulação 
no folículo. 
Ao usar o benzoato de estradiol (BE) o efeito da 
ovulação ocorre ao redor de 40-45 horas após 
administração. 
Funções: 
É importante saber que a ovulação ocorre após 
administração de qualquer um deles, ovulação e 
emergência de uma nova onda de crescimento folicular, 
em torno de 1 dia e meio após administração. 
Além, pode ser usada não como indutor de emergência 
de onda crescimento folicular, mas como indutor de 
ovulação ao final de um tratamento à base de 
progesterona, podendo também melhorar o pico de LH, 
induzindo a ovulação. O problema do uso de LH, hCG, 
GnRH, é que normalmente pela ação mais rápida 
diminui as manifestações comportamentais de estro. 
FSH/ eCG 
 
FSH que é o hormônio folículo estimulante, é mais 
usado em protocolos de superovulação. Porque 
administrado no início da emergência da onda estimula 
crescimento de vários folículos, inibindo o mecanismo 
dominância folicular que preconiza o crescimento de 
um único folículo. 
Há estudos que buscam uso da FSH em protocolos de 
IATF, em algum período foi testado, para uso na fase 
final para verificar se ele poderia aumentar crescimento 
folicular, (após remoção do dispositivo intravaginal de 
progesterona). Os resultados são conflitantes, já que 
alguns estudos tiveram bons resultados e em outros 
resultados indiferentes. 
Já a eCG é bastante usada em protocolos de IATF e vem 
sendo testada em protocolos de superovulação para 
reduzir a quantidade de manejo feitos. 
Uso da eCG em protocolos de IATF 
É importante lembrar que a eCG é a gonadotrofina 
coriônica equina, e em não equídeos tem função tanto 
LH quanto FSH, dependendo do momento em que é 
administrada pode obter um ou outro efeito. A 
característica que a torna interessante é que sua meia-
vida é longa (ao redor de 3 dias), que faz com que 
estimule o crescimento folicular final, de uma onda já 
sincronizada, e não só esse estímulo do crescimento 
final favorece aumento das taxas de ovulação e também 
há um efeito da eCG sobre a capacidade esteroidogênica 
do CL formado posteriormente, como a eCG auxilia 
nesse crescimento final do folículo é indicada para 
animais em anestro. Nos animais em anestro 
normalmente existe o mecanismo pós-parto, onde os 
estoques de LH não estão plenamente reestabelecidos, e 
essa fêmea não consegue ter uma liberação de um pico 
para indução de ovulação no pós-parto, então 
@relatosdeumavett 
 
normalmente a taxa de crescimento do folículo, mesmo 
durante tratamento ainda é prejudicada, quando associa 
uma fonte de eCG após seleção folicular, existe um 
suporte de LH que vai estimular o crescimento e 
maturação final do folículo, fazendo com que aumente 
as taxas de ovulação, em consequência aumente 
também as taxas de concepção e de prenhez, em geral, 
mesmo que o CL formado seja do mesmo tamanho do 
CL de um animal que não foi tratado com eCG, a 
capacidade em produção de progesterona é maior, então 
exerce efeito benéfico principalmente quando animal 
está em anestro. Quando animal está em uma condição 
corporal boa, ciclando regularmente, em geral a eCG 
não é necessária. 
Embora existam diversos tipos de protocolos 
disponíveis no mercado, eles apresentam pontos em 
comum que são princípios da manipulação do ciclo 
estral. 
 
O primeiro princípioestá relacionado a 
SINCRONIZAÇÃO DA EMERGÊNCIA 
FOLICULAR, que pode ser realizada usando uma fonte 
de GnRH/ LH/ hCG para indução de ovulação, 
lembrando que após indução a emergência ocorre ao 
redor de 1 dia e ½. 
Outra forma de induzir emergência folicular e 
associando uma fonte de estradiol com progesterona, 
fazendo com que aja atresia de diversos folículos e 
emergência de uma nova onda ao redor de 4 dias após 
início do tratamento. 
O segundo princípio da manipulação do ciclo estral é o 
CONTROLE DA FASE PROGESTERÔNICA, 
normalmente faz-se o controle da progesterona exógena 
se for usado uma fonte (dispositivo ou implante) e 
também é preciso remover fonte endógena da 
progesterona usando prostaglandina F2alfa, se o 
dispositivo ou implante for removido, mas houver CL 
presente no ovário, esse CL produzirá progesterona e o 
bloqueio de LH vai continuar e não terá ovulação. 
Normalmente, mesmo usando fonte exógena de 
progesterona, também precisa da eliminação endógena. 
Uma forma DE induzir luteólise, é associando valerato 
de estradiol no início do tratamento à base de 
progesterona, como há uma longa ação, faz com que aja 
luteólise principalmente em animais de corte. 
Seguindo essas duas etapas é possível fazer com que o 
animal ovule após o controle da fase progesterônica, no 
entanto, existe uma dispersão relativamente grande das 
ovulações, sendo necessário observar estro para realizar 
inseminação artificial. Para eliminar a detecção do 
estro, que já vimos que é um problema, normalmente é 
feita indução de ovulação com um agente direto ou 
indireto. 
O terceiro princípio de uma ovulação sincronizada, uma 
fonte de estradiol (que leva mais tempo para exercer 
ação) GnRH (que é intermediário) e LH ou hCG (ambos 
possuem custo mais elevados se comparados ao GnRH 
ou ES). 
É importante lembrar que existe variações entre 
categorias animais, as novilhas sempre são mais 
sensíveis ao bloqueio que a progesterona produz na 
pulsatilidade de LH, se comparado a fêmeas multíparas, 
a recomendação na IATF para novilhas é de usar 
implante auricular de progestágenos (novo) ou 
dispositivo intravaginal previamente usado (segundo 
uso), assim o bloqueio de LH será um pouco menor, 
fazendo com que essas fêmeas consigam ao final ter 
uma resposta ovulatório boa. 
Além disso, é importante salientar que existem 
diferenças entre taurinos e zebuínos, principalmente em 
vacas holandesas de produção, porque esses animais 
apresentam metabolismo muito alto em função de uma 
alta ingestão de matéria seca, fazendo com que ocorra 
uma alta passagem de sangue pelo fígado, o que acarreta 
em uma maior metabolização dos hormônios esteroides, 
então, prioriza dispositivos intravaginais de 
progesterona de primeiro uso/novo. 
Além disso, existe também uma diferença no anestro 
lactacional entre bovinos de leite e de corte. Em casos 
de anestro lactacional, ou novilha pré púbere, é 
importante lembrar que esses animais não retomariam 
ciclicidade rapidamente, então é preciso pensar em 
protocolos específicos, usando alguns hormônios, para 
ajudar esses animais a ovular mesmo estando em 
anestro. Isso significa que em geral, animais em anestro, 
é recomendo o uso de progesterona ou progestágenos 
para indução de emergência folicular e eCG para 
favorecer crescimento folicular aumentando a taxa de 
ovulação e concepção posteriormente.

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