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Yohanan Breves (Autor) Direito Administrativo – Controle da Administração Pública – Controle Legislativo – Ministério Público – Tribunal de Contas – CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) – CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) – OAB – Concurso Esse tipo de controle é exercido pelo Poder Legislativo, com a ajuda do Tribunal de Contas. Trata-se do controle político e financeiro do Poder Executivo, e do Poder Judiciário além do próprio Legislativo. São funções típicas do Poder Legislativo (art. 49 da CF/88): - Legislar; e - Fiscalizar (com o auxílio dos Tribunais de Contas). OBS: Todas as competências previstas no art. 49 da CF/88, que são exclusivas do Poder Legislativo, são concretizadas por meio de decreto legislativo São competências exclusivas do Congresso Nacional: sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem dos limites do poder regulamentar de um lado e da delegação legislativa de outro lado. Controle legislativo: é o controle feito sobre os decretos regulamentares expedidos pelo Presidente da República, quando estão contrários à Lei; Controle de constitucionalidade: é o controle feito quando uma lei delegada expedida pelo Presidente da República fere a CF/88 O que é a Lei Delegada? A Lei Delegada é um normativo criado pelo Presidente da República (art. 68 da CF/88). Para criar essa Lei o chefe do Poder Executivo precisa enviar uma solicitação ao Congresso Nacional e aguardar uma resposta por meio de Resolução, delegando o poder de criar a Lei (art. 68, §2º da CF/88). Caso o Presidente da República ultrapasse os limites impostos pelo Congresso Nacional, por meio da resposta em forma de Resolução, o Congresso Nacional poderá sustar os efeitos da Lei Delegada elaborada (art. 49, inciso V da CF/88). OBS: A Lei Delegada está em desuso porque as Medidas Provisórias hoje são mais práticas e eficazes. O que diz a jurisprudência sobre o art. 49, inciso V da CF/88? “O abuso de poder regulamentar, especialmente nos casos em que o Estado atua contra legem ou praeter legem, não só expõe o ato transgressor ao controle jurisdicional, mas viabiliza, até mesmo, tal a gravidade desse comportamento governamental, o exercício, pelo Congresso Nacional, da competência extraordinária que lhe confere o art. 49, V, da Constituição da República e que lhe permite “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (...)”. Doutrina. Precedentes (RE 318.873 AgR/SC, rel. min. Celso de Mello, v.g.). Plausibilidade jurídica da impugnação à validade constitucional da Instrução Normativa STN 1/2005.” [AC 1.033 AgR-QO, rel. min. Celso de Mello, j. 25-5-2006, P, DJ de 16-6-2006.] Prestação de contas (art. 49, inciso IX e inciso X da CF/88): - O chefe do Poder Executivo presta contas ao Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União dá o seu parecer prévio; - O Governador presta contas à Assembleia Legislativa e o parecer prévio vem do Tribunal de Contas do Estado; - Em regra, o prefeito presta contas à Câmara Municipal e o parecer prévio vem do Tribunal de Contas do Estado, salvo naqueles municípios ou estados que possuem o Tribunal de Contas Municipal (como é o caso de São Paulo e Rio de Janeiro). Convocação de autoridades e pedidos de informação (art. 50 da CF/88): O poder legislativo poderá convocar Ministros de Estado ou qualquer titular dos órgãos subordinados à Presidência da República, e seu houver recusa configurar-se- á crime de responsabilidade; Dica para OAB: O Presidente de Tribunal de Justiça pode ser penalizado por crime de responsabilidade ao recusar-se a comparecer se houver convocação do Poder Legislativo? A resposta é NÃO! Jurisprudência sobre o tema: “Os dispositivos impugnados contemplam a possibilidade de a Assembleia Legislativa capixaba convocar o presidente do Tribunal de Justiça para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência injustificada desse chefe de Poder. Ao fazê-lo, porém, o art. 57 da Constituição capixaba não seguiu o paradigma da CF, extrapolando as fronteiras do esquema de freios e contrapesos – cuja aplicabilidade é sempre estrita ou materialmente inelástica – e maculando o princípio da separação de poderes.” [ADI 2.911, rel. min. Ayres Britto, j. 10-8-2006, P, DJ de 2-2-2007.] Como funciona a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito - art. 58, §3º da CF/88)? - A CPI possui poder de investigação assim como autoridades judiciais; - A CPI será criada após aprovação de um terço dos membros de uma das casas (Senado Federal ou Câmara dos Deputados), ou de um terço das duas, se a CPI for feita em conjunto, neste caso chama-se Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI); - O objetivo é apurar fato determinado, por prazo certo (não pode ultrapassar a legislatura vigente) e a conclusão será encaminhada ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores; - A CPI ou CPMI não pode punir, mas apenas investigar; - A CPI ou CPMI não pode ordenar busca e apreensão domiciliar. Jurisprudência: “Impossibilidade jurídica de CPI praticar atos sobre os quais incida a cláusula constitucional da reserva de jurisdição, como a busca e apreensão domiciliar (...). Possibilidade, contudo, de a CPI ordenar busca e apreensão de bens, objetos e computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável, como os espaços domiciliares, sob pena, em tal hipótese, de invalidade da diligência e de ineficácia probatória dos elementos informativos dela resultantes. Deliberação da CPI/Petrobras que, embora não abrangente do domicílio dos impetrantes, ressentir-se-ia da falta da necessária fundamentação substancial. Ausência de indicação, na espécie, de causa provável e de fatos concretos que, se presentes, autorizariam a medida excepcional da busca e apreensão, mesmo a de caráter não domiciliar.” [MS 33.663 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 19-6-2015, dec. monocrática, DJE de 18-8-2015.] - CPI pode determinar a quebra do sigilo fiscal, bancário e de dados telefônicos (a escuta telefônica depende de ordem judicial). A CPI envia seus relatórios somente ao MP? Seus relatórios podem ser questionados por Mandado de Segurança? Jurisprudências: “As CPIs possuem permissão legal para encaminhar relatório circunstanciado não só ao Ministério Público e à AGU, mas, também, a outros órgãos públicos, podendo veicular, inclusive, documentação que possibilite a instauração de inquérito policial em face de pessoas envolvidas nos fatos apurados (art. 58, § 3º, CRFB/1988, c/c art. 6º-A da Lei n. 1.579/1952, incluído pela Lei n. 13.367/2016).” [MS 35.216 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 17-11-2017, P, DJE de 27-11-2017. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- “O mandado de segurança não é meio hábil para questionar relatório parcial de CPI, cujo trabalho, presente o § 3º do art. 58 da CF, deve ser conclusivo.” [MS 25.991 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 25-8-2015, 1ª T, DJE de 10-9-2015. Ou seja: os relatórios de investigação da CPI ou CPMI podem ser objetos de Mandado de Segurança somente se for o relatório CONCLUSIVO da CPI ou CPMI. OBS: embora o Ministério Público não pertença ao Poder Judiciário, e os Tribunais de Contas não pertençam ao Poder Legislativo, eles exercem funções essenciais à Justiça (Ministério Público) e à atividade legislativa (Tribunais de Contas). FICOU COM DÚVIDA? MANDA SUA PERGUNTA AÍ!