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Controle do ciclo celular

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1 Laís Flauzino | BIOLOGIA MOLECULAR | 4°P MEDICINA UniRV 
Controle Do Ciclo Celular - Mitose 
A reprodução celular deve ser regulada de modo 
perfeito para que a formação de novas células 
compense as perdas e o equilíbrio seja mantido. 
O ciclo celular compreende: 
• Interfase – já foi considerada uma etapa de 
repouso, apesar de ser o período no qual as 
funções mais importantes do ciclo ocorrem. 
• Divisão celular – ocorre por meio da mitose ou da 
meiose. 
A maioria das células passa a maior parte de sua vida 
na interfase, durante a qual – quando vão se dividir – 
todos os seus componentes são duplicados. 
Alguns tipos de células diferenciados dividem-se 
raramente. 
As células nervosas (neurônios) não se dividem após 
o nascimento – o período de interfase estende-se por 
toda a vida do indivíduo. 
 
✓ O ciclo celular pode ser considerado uma 
complexa série de fenômenos que culminam 
quando o material celular duplicado se distribui 
nas células-filhas. 
✓ A divisão celular é apenas a fase final de 
mudanças anteriores em nível molecular. 
✓ Antes que a célula se divida por mitose, seus 
principais componentes já foram duplicados. 
✓ A divisão celular representa a separação final das 
unidades moleculares e estruturais previamente 
duplicadas. 
Interfase: 
Compreende os períodos G1, S e G2. (de gap, 
intervalo). 
A duplicação do DNA ocorre durante a interfase, na 
fase S. 
Nas fases G1 e G2 não ocorre síntese de DNA. 
Divide-se o ciclo celular em quatro fases sucessivas: 
• G1 
• S 
• G2 – é o tempo transcorrido entre o fim da síntese 
do DNA e o começo da mitose. 
• M (de mitose) 
Durante a fase G2, a célula contém o dobro (4c) da 
quantidade de DNA presente na célula diploide 
original (2c). 
Após a mitose as células-filhas entram na fase G1 e 
recuperam o conteúdo de DNA das células diploides 
(2c). 
 
Fig: a letra c representa a quantidade de DNA contida 
em uma amostra haploide de 23 cromossomos. 2c, 
dobro de conteúdo de DNA. 4c, conteúdo 
quadriplicado de DNA. 
 
A duração do ciclo varia muito de acordo com o tipo 
de célula. 
Em uma célula com tempo de vida de 16h, a fase G1 
dura 5h; a fase S, 7h; a fase G2, 3h; e a fase M, 1h. 
O período G1 é o mais variável do ciclo celular, 
podendo durar dias, meses ou anos. 
As células que não se dividem (células nervosas e 
células do músculo esquelético), ou que se dividem 
pouco (como os linfócitos), permanecem no período 
G1, sendo denominado, nesses casos, G0, porque as 
células saem do ciclo celular. 
Mitose: 
A divisão celular compreende uma série de 
fenômenos por meio dos quais os materiais são, 
primeiramente, duplicados e, em seguida, repartidos 
em proporções teoricamente iguais entre as duas 
células-filhas. 
Todos os componentes da célula duplicam-se antes 
de a célula se dividir por mitose. 
A mitose envolve também a questão da continuidade 
dos cromossomos, por serem capazes de se 
autoduplicar e de manter suas características 
morfológicas por meio das sucessivas divisões. 
Fuso mitótico: 
• O fuso mitótico é formado no citoplasma quando 
a célula começa a se dividir e desaparece ao final 
da divisão. 
• É uma armadura estrutural composta por 
microtúbulos que controlam a posição dos 
cromossomos e sua divisão entre as células-filhas. 
• Os microtúbulos do fuso nascem de um par de 
centrossomos e são formados durante a interfase 
quando o centrossomo se duplica. 
Citocinese: 
✓ Partição do citoplasma e sua distribuição 
equitativa nas células-filhas como corolário da 
mitose. 
 
 
2 Laís Flauzino | BIOLOGIA MOLECULAR | 4°P MEDICINA UniRV 
As diferentes etapas da mitose são consideradas 
como fases de um ciclo que tem início no fim da 
interfase – o período intermitótico – e termina quando 
inicia a interfase seguinte. 
As etapas da mitose são: 
✓ Prófase 
✓ Prometáfase 
✓ Metáfase 
✓ Anáfase 
✓ Telófase. 
A partir da anáfase, tem início a citocinese – ou 
separação dos dois territórios citoplasmáticos filhos, 
que culmina quando a telófase é concluída. 
 
Prófase: 
As cromátides condensam-se, forma-se o fuso 
mitótico e o nucléolo se desintegra. 
Os cromossomos estando como filamentos delgados 
indica o início da prófase. 
Após a duplicação do DNA na fase S cada 
cromossomo é composto por duas moléculas de DNA 
(cromátides). 
À medida que a prófase avança, as cromátides 
tornam-se mais curtas e grossas. 
Os centrômeros (constrições primárias) passam a ser 
claramente visíveis devido à sua associação aos 
cinetócoros (placas proteicas), voltados aos lados 
externos das cromátides. 
 
 
✓ Em um primeiro momento, os cromossomos 
estão distribuídos de modo homogêneo no 
nucleoplasma, porém eles logo se aproximam da 
carioteca, produzindo um espaço vazio no centro 
do núcleo indicando a proximidade do momento 
da desintegração do envoltório nuclear. 
✓ Podem também ser observadas as constrições 
secundárias dos cromossomos 13,14,15,21 e 22. 
✓ Há redução do tamanho do nucléolo, até seu 
desapecimento. 
Devido à desintegração do citoesqueleto, a célula 
tende a se tornar esférica; perde, ainda, seu contato 
com as células vizinhas ou com a matriz extracelular. 
Simultaneamente o retículo endopalsmático (RE) e o 
complexo de Golgi fragmentam-se em pequenas 
vesículas. No entanto o que mais se destaca no 
citoplasma é a formação do fuso mitótico. Trata-se de 
conjuntos de feixes de microtúbulos que surgem de 
ambos centrossomos, os quais se afastam ao mesmo 
tempo, pois se dirigem aos polos opostos da célula. 
Centrossomos: local de nascimento dos 
microtúbulos (matriz centrossômica); há um par de 
centríolos. 
Dos centrossomos as fibras do fuso irradiam em todas 
as direções. 
Prometáfase: 
É a transição entre a prófase a metáfase. 
É um período muito curto, durante o qual a carioteca 
se desintegra e os cromossomos permanecem em 
desordem, mas mais um pouco condensados. 
✓ Os centrossomos alcançam os polos das células. 
✓ Já desaparecida a carioteca, as fibras do fuso 
invadem a área antes ocupada pelo núcleo. 
✓ Por meio de suas extremidades livres, algumas 
fibras do fuso (fibras cinetocóricas) conectam-
se com os cinetócoros dos cromossomos 
✓ Fibras polares estendem-se do plano equatorial 
da célula e seus ramos distais se entrelaçam aos 
ramos provenientes do polo oposto. 
✓ Fibras do áster irradiam em todas as direções e 
suas extremidades encontram-se aparentemente 
livres. 
Metáfase: 
Os cromossomos, na sua máxima condensação, 
posicionam-se no plano equatorial da célula. 
Acomodam-se de tal modo que as duas placas 
cinetocóricas de cada centrômero permanecem 
orientadas em direção aos polos opostos da célula, 
“olhando” para os respectivos centrossomos. 
 
Anáfase: 
Os cromossomos-filhos dirigem-se aos polos da 
célula. 
✓ Ocorre a partição das coesinas dos centrômeros – 
quase simultaneamente em todos os 
cromossomos. 
✓ De imediato as cromátides (cromossomos-filhos) 
separam-se e começam a migrar em direção aos 
 
3 Laís Flauzino | BIOLOGIA MOLECULAR | 4°P MEDICINA UniRV 
polos, tracionadas pelas fibras cinetocóricas do 
fuso. 
✓ Geralmente os cromossomos adotam o formato 
da letra V. 
 
Os braços do V nos cromossomos metacêntricos têm 
o mesmo comprimento. Nos submetacêntricos e nos 
acrocêntricos, são desiguais. 
✓ O centrômero, no ângulo do V, precede as partes 
restantes do cromossomo em sua corrida em 
direção ao centrossomo. 
✓ Nesse processo, os microtúbulos das fibras 
cinetocóricas encurtam-se de modo progressivo. 
✓ O comprimento das fibras polares aumenta 
devido ao mútuo distanciamento dos polos da 
célula, que, por isso, perde seu formato esférico e 
adquire um formato ovoide. 
Telófase: 
Formam-se os núcleos-filhos. 
Iniciada quando os cromossomos-filhos chegam aos 
polos com o desaparecimento das fibras 
cinetocóricas do fuso. 
✓ Célula está mais alongada, de modo que as fibras 
polares exibem um comprimento maior, se 
comparadas com as da anáfase. 
✓ Os cromossomos começam a se desenrolar e 
mostram-se cada vez menos condensados. 
✓Representa o que ocorre na prófase, mas no 
sentido inverso. 
Ao mesmo tempo que os cromossomos convertem-se 
em fibras de cromatina desenroladas, estas estão 
rodeadas por partes do RE, as quais se integram até 
formar os envoltórios nucleares definitivos em torno 
dos dois núcleos-filhos. Além disso, reaparecem nos 
núcleos os respectivos nucléolos. 
Citocinese: 
✓ É a partição do citoplasma. 
✓ Tem início na anáfase. 
✓ O citoplasma se estreita na região equatorial pela 
formação de um sulco na superfície, que se 
aprofunda à medida que a célula se divide. 
✓ Tanto as fibras do áster quanto as polares 
reduzem-se até desaparecer. 
✓ Somente sobrevivem os ramos das fibras polares 
localizados na zona equatorial da célula; fazem 
parte do chamado corpo intermediário. 
✓ As fibras são perpendiculares ao sulco que divide 
o citoplasma. 
✓ O citoesqueleto é restabelecido e as células-filhas 
adquirem o formato original da célula 
antecessora e se conectam com outras células 
✓ Os componentes citoplasmáticos distribuem-se 
nas células filhas do mesmo modo que na célula-
mãe, conduzidos pelo citoesqueleto. 
 
Considerações: 
• O ciclo dos centrossomos compreende a 
duplicação dos centríolos e da matriz 
centrossômica – os centrossomos iniciam sua 
duplicação durante a interfase (ao final de G1 e 
início da fase S) 
• Os cinetócoros são os sítios de implantação dos 
microtúbulos – os cinetócoros são unidos ao 
centrômero, desse modo, o centrômero não é 
somente o setor pelo qual as cromátides-irmãs se 
ligam entre si por meio das coesinas, mas também 
o local em que os microtúbulos do fuso se 
conectam – por meio dos cinetócoros – com os 
cromossomos. 
• Os microtúbulos do fuso mitótico são estruturas 
dinâmicas - No citosol costuma existir uma 
abundante quantidade de tubulinas livres que 
estão em equilíbrio dinâmico com as tubulinas 
dos microtúbulos. Quando a célula inicia a 
prófase, os microtúbulos interfásicos são 
despolimerizados e construídos os microtúbulos 
do fuso mitótico. Desse modo na mitose existem 
apenas microtúbulos pertencentes ao fuso. Na 
anáfase, com o deslocamento dos cromossomos 
em direção aos polos, as fibras cinetocóricas do 
fuso começam a ser despolimerizadas. Na 
telófase isso ocorre com as fibras do áster e as 
polares, ainda que estas últimas não em toda sua 
extensão, pois persistem os segmentos 
pertencentes ao corpo intermediário. Finalmente, 
antes do término da citocinese, reaparecem os 
primeiros microtúbulos interfásicos. 
• Os microtúbulos deslocam os centrossomos na 
prófase e os cromossomos na prometáfase e na 
metáfase devido ao alongamento e encurtamento 
dos microtúbulos. 
• Outros tipos de forças mobilizam os 
cromossomos na anáfase – ocorre a partição dos 
centrômeros e separação das cromátides irmãs e 
a mobilização dos novos cromossomos em 
direção aos polos, o formato de V dos 
cromossomos indica que as forças responsáveis 
pela tração são transmitidas aos cinetócoros. 
Teoria do equilíbrio dinâmico – a 
despolimerização dos microtúbulos é 
responsável pelo deslocamento. Teoria do 
deslizamento – há a despolarização, mas os 
microtúbulos servem como trilhos pelos quais os 
cromossomos se deslocam junto com proteína 
motora associada aos cinetócoros. 
• Durante a anáfase o alongamento da célula 
acrescenta um fator adicional para a migração dos 
cromossomos em direção aos polos. 
• A carioteca é reconstituída durante a telófase. 
 
4 Laís Flauzino | BIOLOGIA MOLECULAR | 4°P MEDICINA UniRV 
• Durante a mitose o RNA não é sintetizado, o que 
diminui a produção de proteínas. 
• A citocinese ocorre após a formação de um anel 
contrátil composto por actina e miosina II. 
Controle do ciclo celu lar: 
Há mecanismos que controlam a dinâmica dos ciclos 
celulares. 
O DNA e as moléculas que o acompanham duplicam-
se durante a fase S do ciclo celular. 
A duplicação dos componentes citoplasmáticos 
engloba as fases G1, S e G2. 
Na célula há mecanismos para coordenar os 
processos de síntese no núcleo e no citoplasma e 
determinar o início e a conclusão das fases do ciclo 
celular. 
Cic l inas e quinases dependentes de cic l inas: 
Pouco antes do fim de G1, existe um momento em 
que a célula toma decisão de se dividir – é o ponto de 
partida ou de controle de G1. 
 
No controle das divisões celulares, atuam dois tipos 
de moléculas: 
• Ciclinas – alternam um período de síntese 
crescente seguido de outra de rápida degradação 
em cada ciclo celular. 
• Quinases dependentes de ciclinas – ao 
interagirem com as ciclinas, fosforilam e ativam as 
moléculas responsáveis pela divisão celular. 
As principais correspondem a dois grandes grupos: 
as ciclinas G1 e as ciclinas M. Por outro lado, nas 
espécies superiores foram identificadas duas 
quinases dependentes de ciclinas, a Cdk2 (de cyclin-
dependent protein kinase) e a Cdc2 (de cell-division 
cycle). 
 
Fase S: 
A ciclina G1 ativa a quinase Cdk2, a qual inicia uma 
cascata de fosforilações em sucessivas proteínas 
intermediárias. A cascata culmina com a ativação das 
moléculas responsáveis pela replicação do DNA. Ou 
seja, a célula deixa para trás a fase G1 e entra na fase 
S. 
A Cdk2 é ativada somente quando a ciclina G1 
alcança um determinado limiar de concentração, já 
que este é um requisito indispensável para que ocorre 
a ativação. 
A partir desse momento a Cdk2 e a ciclina G1 unem-
se e compõem um complexo proteico chamado SPF 
(de S phase-promoting fator). 
 
O SPF induz a abertura das origens de replicação e 
ativa as moléculas relacionadas com a síntese do 
DNA, como as DNA polimerases, a helicase etc. 
O SFP age por meio do complexo pré-RC. 
 
Em certo momento da fase S, a concentração da 
ciclina G1 começa a declinar e quando sua 
concentração se reduz abaixo do limiar, ela separa-se 
da Cdk2. Desse modo, o SPF deixa de existir. 
As ciclina são degradadas por proteossomas. 
Os níveis de Cdk2 mantêm-se constantes ao longo do 
ciclo celular. 
Na fase G2 não há mais ciclina G1. 
Em uma fase S normal o DNA replica-se apenas uma 
vez, pois, se não fosse assim, as células-filhas teriam 
um número de cromossomos maior do que o normal. 
O que impede o aparecimento de novas duplicações 
do DNA já replicado depende do complexo proteico 
ORC. 
Os quadros derivados de alterações no controle 
desse processo são denominados poliploidias. 
 
Fase G2: 
 
5 Laís Flauzino | BIOLOGIA MOLECULAR | 4°P MEDICINA UniRV 
A pausa imposta pela fase G2 fornece à célula um 
lapso de tempo durante o qual atuam mecanismos de 
segurança para controlar – antes que a célula se divida 
– se as moléculas de DNA completaram sua replicação 
e, quando for o caso, se foram reparadas. 
Na G2 também completa-se a duplicação dos 
componentes citoplasmáticos. 
 
Fase M: 
O mecanismo que desencadeia a mitose é similar ao 
que inicia a fase S. 
Na mitose, agem a Cdc2 e a ciclina M. 
A fase S começa sua síntese a partir da fase G2, antes 
de a ciclina G1 desaparecer. Quando a ciclina alcança 
um determinado limiar de concentração, liga-se à 
Cdc2 e ambas as moléculas compõem um complexo 
denominado MPF (de M phase-promoting fator). 
Ativada pela ciclina M, a Cdc2 fosforila (diretamente 
ou por meio de quinases intermediárias) – diversas 
proteínas citosólicas e nucleares (as que regulam a 
estabilidade dos filamentos do citoesqueleto, as que 
compõem os laminofilamentos da lâmina nuclear e as 
histonas H1 dentre outras). 
Consequências das fosforilações: 
✓ A rede de filamentos de actina é desintegrada e a 
célula perde contato com as células vizinhas (ou 
com a matriz extracelular) e se torna esférica. 
✓ Os microtúbulos citoplasmáticos desfazem-se e 
formam-se os do fuso mitótico. 
✓ A lâmina nuclear é desintegrada, e, com ela, a 
carioteca. 
✓ A associação da histona H1 ao DNA é modificada, 
aumentando o enovelamento da cromatina e a 
compactação dos cromossomos. 
Quando a divisão celular termina, esses e outros 
fenômenos são revertidos, pois as proteínas que os 
produzem são desfosforiladas devidoà desativação 
da Cdc2, pois a concentração da ciclina M diminui a 
nível menor do que o necessário para que ambas as 
moléculas se mantenham unidas formando o MPF. 
 
A dissociação do MPF ocorre no início da anáfase. 
Acontece apenas se todos os cromossomos 
chegaram ao plano equatorial da célula e todos os 
cinetócoros ligaram-se aos microtúbulos 
cinetocóricos do fuso mitótico, garantindo a 
segregação normal dos cromossomos-filhos e seu 
deslocamento em direção aos respectivos polos 
celulares. 
Os cinetócoros que não se ligam aos microtúbulos do 
fuso produzem um sinal que impede a queda da 
ciclina M – consequentemente a dissociação do MPF – 
para que a célula interrompa a mitose antes que a 
anáfase comece. 
Em condições normais, esse sinal não é gerado e a 
célula entra na anáfase. Faz isso após formar um 
complexo proteico denominado ciclossomo ou APC 
(de anaphase-promoting complex), que promove a 
degradação da ciclina M e das coesinas que ligam as 
cromátides entre si. 
 
Fase G0: 
As células-filhas derivadas da mitose entrarão na fase 
G1 da interfase e, se forem induzidas por certos 
fatores, repetirão o ciclo seguido pela célula 
antecessora e voltarão a se dividir. 
Caso contrário, a fase G1 se prolongará e a célula 
retirar-se-á do ciclo. Nesse caso, a fase G1 é 
denominada fase G0. 
Uma situação diametralmente oposta ocorre nas 
divisões celulares da segmentação da célula-ovo, nas 
quais a fase G1 praticamente não existe. Como a fase 
G2 também não existe, a interfase reduz-se à fase S, o 
que explica sua curta duração. 
 
Prol iferação celular: 
O ritmo com que as células se reproduzem depende 
de diversos fatores, que variam nos diferentes tipos 
celulares. 
As mitoses dependem de substâncias indutoras 
provenientes do exterior, seja de células vizinhas 
(Secreção parácrina) ou de grupos celulares distantes 
(secreção endócrina) 
Esses indutores agem sobre receptores específicos. 
As substâncias que induzem a proliferação celular 
fazem isso no momento do ciclo denominado ponto 
de partida. A alteração que causam no receptor 
promove a síntese da ciclina G1. 
 
Moléculas indutoras da multiplicação celular: 
✓ Somatomedina: estimula a proliferação das 
células cartilaginosas durante o crescimento 
ósseo. É sintetizada no fígado em resposta ao 
hormônio de crescimento hipofisário. 
✓ Fatores de crescimento: em sua maioria de 
secreção parácrina (secretados por células 
localizadas próximo às células-alvo. Fatores de 
crescimento fibroblástico (FGF);Epidérmico 
(EGF);Derivado das plaquetas (PDGF) - Estimulam 
a proliferação de muitos tipos celulares, não 
apenas os sugeridos por seus nomes. Outros 
exercem ações mais específicas: fatores de 
crescimento dos hepatócitos (HGF), dos nervos 
(NGF) e do endotélio vascular (VEGF). 
✓ Fatores hematopoéticos: cada um responsável 
pela proliferação de um tipo específico de célula 
sanguínea. 
o a interleucina 2 (IL-2) estimula a multiplicação 
dos linfócitos T; 
o o fator estimulante das colônias de 
granulócitos e macrófagos (GM-CSF) faz isso 
com os elementos progenitores dessas 
células e assim por diante. 
o a eritropoetina, originada nos rins, é o fator 
hematopoético encarregado de estimular a 
proliferação dos eritrócitos na medula óssea. 
A secreção das substâncias indutoras é regulada por 
mecanismos que tendem a manter um número 
adequado e mais ou menos constante de células de 
cada um dos tipos celulares. Por exemplo, a 
quantidade de eritropoetina secretada pelos rins é 
 
6 Laís Flauzino | BIOLOGIA MOLECULAR | 4°P MEDICINA UniRV 
proporcional à destruição dos eritrócitos no sangue e 
aumenta a níveis consideráveis em caso de 
hemorragias. 
 
Proteína P53: 
Antes de ingressar na fase S a célula controla o estado 
de suas moléculas de DNA. 
A proteína (citoplasmática) P53 faz esse controle. Ela 
é sintetizada pela própria célula em resposta ao 
aparecimento de alterações em seu DNA. 
Essa proteína é codificada pelo gene p53, que 
pertence a uma categoria de genes supressores de 
tumores. 
P53 comporta-se como um fator de transcrição que 
promove a expressão dos genes de outras proteínas 
reguladoras – denominadas P21 e P16 –, que têm por 
missão bloquear a atividade da Cdk2. Como este 
efeito opõe-se ao das ciclinas G1, a célula não replica 
suas moléculas de DNA e permanece na fase G1. 
Finalmente, se fica comprovado que o dano no DNA 
é perigoso para as futuras células-filhas, a proteína 
P53 volta a agir, mas agora para provocar a morte da 
célula e com ela o desaparecimento do DNA 
danificado. 
Se a proteína P21 não for suficiente para bloquear a 
Cdk2, resta ainda outro recurso para impedir a 
mitose: no início da replicação do DNA, une-se à 
braçadeira deslizante de PCNA e anula sua função. 
Na célula existem outras proteínas reguladoras da 
proliferação celular, como a proteína Rb (a sigla Rb 
deriva do tumor da retina denominado 
retinoblastoma). É codificada pelo gene rb, que 
também é supressor de tumores. A proteína Rb inibe 
a proliferação celular quando está fosforilada. Faz isso 
pelo bloqueio dos genes de determinadas proteínas 
necessárias para a replicação. 
 
Quadros cancerígenos: 
Apesar de existirem múltiplas causas ambientais 
envolvidas no aparecimento de quadros 
cancerígenos, é sabido que, em algumas famílias, 
surgem alguns tipos de câncer com uma incidência 
maior que a habitual, o que levou à investigação das 
possíveis bases genéticas da doença. Foram 
descobertas duas espécies de genes ligados ao 
câncer: 
o os proto-oncogenes: sua alteração produz um 
aumento da proliferação celular. 
o os genes supressores de tumores: sua falha leva 
à perda dos mecanismos normais que detêm a 
proliferação. 
O câncer não é gerado a partir de células normais que 
se transformam potencialmente em células malignas. 
Ao contrário, surge ao final de sucessivas gerações de 
células que passam por estados pré-cancerígenos 
cada vez mais acentuados. Esses estados são 
consequência da soma progressiva de mutações em 
proto-oncogenes e em genes supressores de tumores 
– que ativam os primeiros e inativam os segundos –, o 
que, ao longo de um período, instala a doença nas 
células descendentes. 
 
Além disso, nas células cancerígenas os cromossomos 
frequentemente aparecem rompidos ou com partes 
translocadas, e alguns encontram-se repetidos várias 
vezes. Aparentemente, essas alterações não são 
consequência do desenvolvimento tumoral; elas 
estão associadas às suas causas. 
 
Proto-oncogenes: genes normais que codificam 
proteínas envolvidas no controle da proliferação 
celular e da morte celular. 
Até o momento foram caracterizados, 
aproximadamente, cem; entre eles os que codificam 
as seguintes proteínas (os nomes dos genes 
aparecem entre parênteses): 
o Os fatores de crescimento PDGF (sis), EGF (ver 
Seção 11.12) e GM-CSF 
o Os receptores dos fatores de crescimento PDGF, 
EGF (erb-B) e GM-CSF (fms) 
o A proteína Ras (ras), que é fosforilada por 
receptores com atividade de tirosinoquinase 
o A serina-treonina quinase Raf (raf), que é ativada 
pela proteína Ras 
o As tirosinoquinases Src (src), Fes (fes) e Abl (abl) 
o O receptor do hormônio da tireoide (erb-A), 
localizado no citosol 
o Várias proteínas nucleares que agem como 
fatores de transcrição, como, por exemplo, as 
proteínas Myc (myc), Myb (myb), Fos (fos) e Jun 
(jun). Os produtos dos genes que ativam 
promovem a proliferação celular. 
o A proteína Bcl-2 (bcl-2), incluída nessa categoria 
não por estar envolvida no controle da 
proliferação, mas, sim, na sobrevivência das 
células. 
Como resultado de mutações, eles podem gerar suas 
versões defeituosas: os oncogenes - são transcritos 
de maneira descontrolada e geram quantidades 
excessivas de seus produtos ou sua transcrição 
origina produtos fora do padrão. Em ambos os casos, 
trazem como consequência aumento descontrolado 
da proliferação celular ou diminuição da morte 
celular. 
Diversos vírus são portadores de oncogenes. 
Acredita-se que entraram no genoma viralcomo 
proto-oncogenes, quando – em alguma ocasião 
remota – esses vírus infectaram células de animais e os 
“subtraíram”; uma vez instalados no genoma viral, os 
proto-oncogenes transformaram-se em oncogenes. 
Essa hipótese é respaldada pelo fato de que, nos 
vírus, os oncogenes não têm função alguma. 
Atualmente quando esses vírus infectam diversas 
espécies animais, os oncogenes transferidos são 
causa de quadros cancerígenos (p. ex., o sarcoma de 
Rous no frango, provocado pelo oncogene src). 
É suficiente apenas um alelo alterado de um proto-
oncogene para transformar uma célula normal em 
uma célula cancerígena ou para que possa vir a sê-lo. 
 
Genes supressor de tumores: inibem a reprodução 
excessiva das células. 
 
7 Laís Flauzino | BIOLOGIA MOLECULAR | 4°P MEDICINA UniRV 
Os defeitos dos genes supressores de tumores – 
devido a mutações gênicas ou aberrações 
cromossômicas – deixam a célula sem esses freios 
naturais. Consequentemente, se a célula adquire 
outros defeitos genéticos – agora estimulantes da 
atividade mitótica –, ocasiona-se um quadro 
cancerígeno. 
Como os genes supressores de tumores são 
recessivos, o defeito se manifesta quando os dois 
alelos do gene são alterados. 
Até o momento, foram caracterizados cerca de 10 
genes supressores de tumores. Entre eles estão: 
o Gene p53 – a mutação com a consequente falta da 
proteína P53 explica a gênese de muitos tumores. 
As células sem proteína P53 não controla o estado 
de suas moléculas de DNA antes da replicação. 
Isso provoca o acúmulo de alterações genéticas 
nas sucessivas gerações celulares propiciando o 
aparecimento de muitos tipos de câncer. 
o Gene rb – devido à falta de proteína Rb, surge um 
tumor maligno na retina das crianças, além de 
haver sido também detectados defeitos do gene 
rb em cânceres de outros tecidos. 
o Gene mcc – de mutade in colon carcinoma 
o Gene dcc – de deleted in colon carcinoma 
o Gene apc – de adenomatous polyposis of the 
colon (não relacionado com o complexo APC) 
o Gene wt – de Wilms’ kidney tumor. 
 
 
ROBERTIS, D. De Robertis Biologia Celular e 
Molecular. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 
2014. 978-85-277-2386-2. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9
78-85-277-2386-2/. Acesso em: 19 Sep 2021

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