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PlanoDeAula_53428 05 SEMANA

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Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
Fontes do Direito Positivo 
Objetivos 
·   Compreender o conceito de Fontes do Direito e sua classificação; 
·   Diferenciar as fontes formais mediatas e imediatas das fontes materiais mediatas e imediatas do Direito e mostrar o porquê desta distinção; 
·   Estabelecer a distinção entre fontes materiais e formais do direito; 
·   Distinguir o papel da lei e dos costumes como fontes formais do direito.     
Estrutura do Conteúdo 
1. Fontes do Direito Positivo 
1.1. Conceito de Fontes do Direito e Classificação; 
1.2. Distinção entre fontes materiais e formais do direito. 
  
2. A lei 
2.1. O processo de elaboração legislativa; 
2.1.1. Atos do processo legislativo. 
2.2. Técnica legislativa 
2.2.1. Regras para redação das normas. 
  
3. Os Costumes 
3.1. Direito costumeiro ou consuetudinário; 
3.2. Espécies de costumes; 
3.3. Costume e desuso das leis. 
  
Referências bibliográficas: 
  
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito.30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense, 2008. ISBN 9788530926373. 
Nome do capítulo: Direito costumeiro 
N. de páginas do capítulo: 8 
Nome do capítulo: Jurisprudência 
N. de páginas do capítulo: 9 
Poderão ser utilizados os seguintes métodos e técnicas didáticas individuais: 
  
Leitura Dirigida -  É o acompanhamento, pelo grupo, da leitura de um texto. O professor fornece, previamente, ao grupo, uma ideia do assunto a ser lido. A leitura é feita 
individualmente pelos participantes, e comentada a cada passo, com supervisão do professor. Finalmente, o professor dá um resumo, ressaltando os pontos chaves a serem 
observados. 
                  
Solução de Problemas  - Os casos e questões de múltipla escolha deverão ser abordados ao longo da aula, de acordo com a pertinência temática. 
A resolução dos casos faz parte da aula. A abordagem dos casos permeia a exposição teórica.  
Seguem algumas sugestões pontuais quanto ao conteúdo a ser ministrado: 
  
CONCEITO DE FONTES DO DIREITO 
A expressão fonte vem do latim  fons, fontis, nascente, significando tudo aquilo que origina, que produz algo. Assim, a expressão fontes do Direito indica, desde logo, as 
formas pelas quais o Direito se manifesta. Apresentam, basicamente, três espécies: 
Fontes materiais: são os fatos sociais, as próprias forças sociais criadoras do Direito. Constituem a matéria-prima da elaboração deste, pois são os valores sociais que 
informam o conteúdo das normas jurídicas. As fontes materiais não são ainda o Direito pronto, perfeito, mas para a formação deste concorrem sob a forma de fatos sociais 
econômicos, políticos, religiosos, morais. 
Como exemplo de fato econômico inspirador do Direito, podemos citar a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, que acarretou uma depressão econômica profunda, com 
efeitos jurídicos sensíveis. 
Fatos sociais de natureza política encontraremos no papel inegável das ideologias políticas, ao originarem movimentos políticos de fato, como as revoluções e as quarteladas. 
Na religião encontra-se uma fonte destacada do Direito, haja vista a Antiguidade Oriental e a Clássica, nas quais encontramos Direito e religião confundidos. A própria pena 
imposta ao faltoso tinha caráter de expiação, pois o crime, antes de ser um ilícito, era um pecado, razão pela qual, no antigo Egito, aquele que atentava contra lei do faraó 
cometia não apenas crime, mas também sacrilégio. Veja-se, nos dias atuais, a grande luta travada pela Igreja, nos países católicos, contra o divórcio e o aborto, 
influenciando, com sua autoridade, durante muito tempo, a decisão dos parlamentares a respeito. Já como exemplo de fatores morais na elaboração do Direito, citem-se as 
virtudes morais como o decoro, a decência, a fidelidade, o respeito ao próximo. E como fatores naturais, citemos o clima, o solo, a raça, a geografia, a população, a 
constituição anatômica dos povos.  
Exemplo: os fenícios foram os maiores navegadores comerciantes da Antiguidade, principalmente porque a aridez do solo em que viviam a isto os impeliu. 
Subdividem-se em: 
Fontes Materiais Diretas ou Imediatas – São aquelas fontes que criam diretamente as normas jurídicas, representadas pelos órgãos legiferantes: 
·   O Poder Legislativo: quando elabora e faz entrar em vigor as leis; 
·   O Poder Executivo: quando  excepcionalmente elabora Leis; 
·   O Poder Judiciário: quando elabora jurisprudência ou quando excepcionalmente legisla; 
·   Os Doutrinadores: quando desenvolvem trabalhos, elaboram doutrinas utilizadas pelo aplicador da lei; 
·   A Própria sociedade: quando consagra determinados costumes. 
  
Fontes Materiais Indiretas ou Mediatas -  são fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em determinada sociedade, trazendo como consequência o nascimento de novos 
valores que serão protegidos pela Norma Jurídica. 
Fontes históricas: são os documentos jurídicos e coleções coletivas do passado que, mercê de sua sabedoria, continuam a influir nas legislações do presente. Como 
exemplo, poderiam ser citados: a Lei das Doze Tábuas, em Roma; o célebre Código de Hamurabi, com sua pena de talião, na Babilônia; a famosa compilação de Justiniano 
etc. São fontes históricas do Direito brasileiro, por exemplo, o Direito Romano, o Direito Canônico, as Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, o Código de Napoleão, a 
legislação da Itália fascista sobre o trabalho. 
  
Fontes formais: seriam a lei, os costumes, a jurisprudência e a doutrina. O Estado cria a lei e dá, ao costume e à jurisprudência, a força desta. O positivismo jurídico 
defende a ideia de que fora do Estado não há Direito, sendo aquele a única fonte deste. As forças sociais, os fatos sociais, seriam tão somente causa material do Direito, a 
matéria-prima de sua elaboração, ficando esta sempre a cargo do próprio Estado, como causa eficiente. 
A lei seria causa formal do Direito, a forma de manifestação deste. 
As fontes formais vêm a ser as artérias por onde correm e se manifestam as fontes materiais. 
  
                         
Para o Prof. Arnaldo Rizatto Nunes, as fontes materiais são a realidade social, isto é, o conjunto de fatos sociais que contribuem para a formação do conteúdo do direito. São 
os valores que o direito procura realizar, fundamentalmente sintetizados no conceito amplo de justiça. 
  
As fontes formais são os fatos que dão a uma regra o caráter de direito positivo e obrigatório, das fontes materiais, representadas pelos elementos que concorrem para a 
formação do conteúdo ou matéria da norma jurídica. Ex: legislação, costume, jurisprudência e doutrina. 
  
Classificação das fontes: 
A Lei 
  
É toda norma jurídica oriunda dos órgãos de soberania, aos quais, segundo a constituição política do Estado, é conferido o poder de ditar  regras de Direito. (RUGGIERO) 
  
A Lei é a fonte formal imediata de Direito, pois é a forma pela qual nos transmite seu conhecimento.  
Conceitos: 
Lei em sentido amplo ou em sentido lato: indica o "jus scriptum". Referência genérica que inclui a lei propriamente dita (ordinária ou complementar), a medida provisória e o 
decreto. 
Lei em sentido estrito: é preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo, no âmbito de sua competência. 
  
Processo de Elaboração Legislativa 
O processo de elaboração de uma lei consiste numa sucessão de fases e de atos que vão desde a apresentação de seu projeto até a sua efetiva concretização, tornando-se 
obrigatória. Assim temos: iniciativa, discussão- votação- aprovação, sanção- veto, promulgação, publicação e entrada em vigor. 
  
Processo Legislativo 
É o conjunto de atos realizados pelos órgãos legislativos visando à formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções e decretos legislativos. (José 
Afonso da Silva ) 
Segundo José Afonso da Silva, as medidas provisórias não deveriam constar do rol do art. 59, pois sua elaboração não se dá por processo legislativo. 
A Constituição não tratado processo de formação dos decretos legislativos ou das resoluções. 
Decretos legislativos são atos destinados a regular matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 ,CF) que tenham efeitos externos a ele e independem 
de sanção e veto. 
Resoluções legislativas são atos destinados a regular matérias de competência do Congresso Nacional e de suas Casas, mas com efeitos internos. Assim, os regimentos 
internos são aprovados por resoluções. Exceção: arts. 68, parágrafo 2º; 52, IV e X e 155, V. 
Atos do Processo Legislativo 
O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à criação de normas de Direito. Estes atos são: 
Iniciativa Legislativa - É a faculdade que se atribui a alguém ou a um órgão para apresentar projetos de lei ao Legislativo. (arts. 60, 61 e seu parágrafo 2º) 
Votação - Constitui ato coletivo das Casas do Congresso. Geralmente é precedida de estudos e pareceres de comissões técnicas (permanentes ou especiais) e de debates 
em plenário. É ato de decisão (arts. 65 e 66), que se toma por maioria de votos: 
-maioria simples (art. 47) para aprovação de lei ordinária ; 
-maioria absoluta dos membros das Câmaras, para aprovação de lei complementar (art. 69); 
-maioria de três quintos dos membros das Casas do Congresso, para aprovação de emendas Constitucionais (art.60, § 2º); 
  
Sanção e veto - São atos de competência exclusiva do Presidente da República. Sanção e veto somente recaem sobre projetos de lei. Só são cabíveis em projetos que 
disponham sobre as matérias elencadas no art. 48 da CF. 
Sanção é a adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo; pode ser expressa (art. 66, caput) ou tácita (art. 66, parágrafo 3º). 
Veto é o modo pelo qual o Chefe do Poder Executivo exprime sua discordância com o projeto aprovado, por entendê-lo inconstitucional ou contrário ao interesse público (art. 
66, parágrafo 1º). O veto pode ser total, recaindo sobre todo o projeto, ou parcial, quando atingir somente parte dele. 
O veto é relativo, não trancando de modo absoluto o andamento do projeto (art. 66, parágrafos 1º e 4º da CF). 
Caso o veto seja rejeitado por votação da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto, o projeto se transforma em lei, sem sanção, que deverá ser 
promulgada. Não se alcançando a maioria mencionada, o veto ficará mantido, arquivando-se o projeto. 
Promulgação e publicação - Promulga-se e publica-se a lei, que já existe desde a sanção ou veto rejeitado. É errado falar em promulgação de projeto de lei. 
Promulgação é a declaração da existência da lei. É meio de se constatar a existência da lei. A lei é perfeita antes de ser promulgada; a promulgação não faz lei, mas os 
efeitos da lei só se produzirão depois dela. 
A publicação da lei constitui instrumento pelo qual se transmite a promulgação aos destinatários da lei. É condição para que a lei entre em vigor, tornando -se eficaz (ou 
efetiva). 
Sancionado o projeto expressamente ou pelo silêncio do Presidente da República (15 dias), ou não mantido o veto, deve  ser promulgado dentro de 48 horas pelo Presidente 
da República; se não o fizer, o Presidente do Senado Federal o promulgará em igual prazo; não o fazendo, caberá o Vice-presidente do Senado fazê-lo (CF, art. 66, §§ 5º e 
7º). 
A promulgação é, pois, o ato proclamatório através do qual o que antes era projeto passa a ser lei e, consequentemente, a integrar o Direito positivo brasileiro. 
A lei passa a existir como tal desde a sua promulgação, mas começa a obrigar da data de sua publicação, produzindo efeitos com a sua entrada em vigor. 
  
Técnica Legislativa  
“Técnica Legislativa é o conjunto de procedimentos e normas redacionais específicas, que visam à elaboração de um texto que terá repercussão no mundo jurídico”. 
  
Introdução 
A elaboração legislativa exige, acima de tudo, bom senso e responsabilidade, pois as leis interferem, direta ou indiretamente, na vida das pessoas.   
É preciso que tenhamos ciência de que nem todos os problemas podem ser resolvidos através de lei. 
Por outro lado, uma lei malfeita pode surtir o efeito contrário do esperado, trazendo ainda mais dúvidas à questão que se pretendia esclarecer, e dando margem a 
desnecessárias batalhas jurídicas. 
Além disso, a lei tem que levar em conta o interesse do conjunto da sociedade, e nunca privilegiar interesses particulares. 
Para que tenha validade e não macule o ordenamento jurídico, a lei deve ser elaborada com a observância das seguintes normas,  além da legislação específica do tema que 
se pretende tratar: 
a)    Constituição Federal (arts. 2º; 21; 22; 23; 24; 25; 30; 48; 49; 51; 52; 61, § 1º; 84; 96 e 165); 
b)   Constituição do Estado;  
c)   Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado. 
  
Etapas da Elaboração Legislativa: 
a)    Definição da matéria a ser normatizada; 
b)   Verificação da possibilidade jurídica; 
c)   Estudo da matéria, pesquisa da legislação e jurisprudência (verificar SEMPRE se existe lei preexistente ou consolidação acerca da matéria); 
d)   Elaboração de anteprojeto; 
e)    Revisão do anteprojeto; 
f)    Redação final. 
  
Partes da Proposição Legislativa: 
1. Parte Preliminar: 
a)    Epígrafe - indica o tipo da proposição: Projeto de lei, Projeto de lei complementar, Projeto de resolução, Proposta de emenda à Constituição, Projeto de decreto 
legislativo (artigo 21 da Constituição do Estado e artigo 145 do Regimento Interno da ALESP – XIII CRI); 
b)   Ementa – deve resumir com clareza o conteúdo do ato, para efeito de arquivo e, principalmente, de pesquisa, devendo, caso altere norma em vigor, fazer referência ao 
número e ao objeto desta; 
c)   Fórmula de promulgação – deve indicar a autoridade ou o órgão legiferante (ex: A Assembleia Legislativa”) e descrever a ordem de execução, traduzida pelas formas 
verbais "decreta", "resolve" e "promulga". 
  
Exemplos 
A Mesa da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nos termos do § 3º do artigo 22 da Constituição do Estado, promulga a seguinte Emenda ao texto constitucional:
(...) 
ou 
O Governador do Estado de São Paulo: Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei complementar:(...) 
  
Parte Normativa - Ordenação do Texto Legal 
Artigo – frase que encerra um comando normativo. 
·   Tem numeração ordinal até o 9º e cardinal a partir do 10; 
·   Quando se tratar de um só artigo, deve ser grafado como “Artigo único”; 
·   Deve conter um único comando normativo, fixado em seu caput; 
·   As exceções ou os complementos devem ser fixadas em suas divisões (parágrafos e incisos); 
·   As palavras em língua estrangeira devem ser destacadas (itálico, negrito, aspas); 
·   Suas frases iniciam-se com letras maiúsculas e terminam com ponto final. 
  
Parágrafo – é a fórmula de umas das divisões do artigo. 
·   Deve completar o sentido ou abrir exceções à norma contemplada no caput do artigo; 
·   É representado com numeração ordinal, após o símbolo §; 
·   Se houver um só parágrafo, será grafado como “Parágrafo único”; 
·   Pode desdobrar-se em incisos. 
  
Inciso – é usado para exprimir enumerações relacionadas ao caput do artigo ou ao parágrafo. 
·   É expresso em algarismo romano; 
·   É iniciado com letra minúscula e termina com ponto e vírgula; salvo o último inciso do artigo, que termina com ponto final; 
·   Pode desdobrar-se em alíneas. 
  
Alínea – é usada para enumerações relativas ao texto do inciso. 
·   É grafada em letra minúscula, seguida de parênteses; 
·   Seu texto inicia-se com letra minúscula e termina com ponto e vírgula, com exceção da última alínea do inciso; 
·   Pode desdobrar-se em itens (ex: art. 12 CF). 
  
Item – é usado para enumerações relativas ao texto da alínea. 
·   É grafado por algarismos arábicos, na forma cardinal, seguido de ponto; 
·   O texto do item inicia-se com letra minúscula e termina em ponto e vírgula, com exceção do último item da alínea (ex: art. 145 da CF). 
  
Parte FinalCláusula orçamentária - O art. 25  da Constituição Estadual dita que nenhum  projeto de lei que implique a criação ou o aumento de despesa pública será sancionado sem 
que dele conste a indicação dos recursos disponíveis, próprios para atender aos novos encargos.  
  
Cláusula de vigência: “ esta lei entra em vigor na data de sua publicação” ou “... entra em vigor “x” dias após sua publicação”. Na ausência da cláusula revogatória, vale a 
regra da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, entra em vigor 45 dias após sua publicação. É errado dizer que a lei  “entrará” em vigor. 
  
Cláusula revogatória: deve indicar expressamente as leis ou os dispositivos legais revogados. Em caso de consolidação de leis, utiliza -se a fórmula: "são formalmente 
revogados, por consolidação e sem interrupção de sua força normativa...“. 
  
Disposições transitórias:  possui numeração própria, iniciando-se por artigo 1º, no final do texto legal. 
  
Regras para Redação das Normas: 
·   Usar frases impositivas;Construir as orações na ordem direta, evitando adjetivações dispensáveis;Buscar a uniformidade do tempo verbal (preferência por tempo 
presente ou futuro simples do presente); 
·   Observar regras de pontuação; Articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão do objetivo da lei; Evitar o emprego de expressão ou 
palavra que possibilite duplo sentido ao texto; Usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada 
de explicitação de seu significado; Grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de lei e nos casos em que houver prejuízo 
para a compreensão do texto; Indicar, expressamente, o dispositivo objeto de remissão, preterindo o uso das expressões "anterior", "seguinte" ou equivalentes. 
  
Alteração das Leis 
·   Revogação integral – com a reprodução integral em novo texto, quando se tratar de alteração considerável; 
·   Revogação parcial - substituição, no próprio texto, do dispositivo alterado ou acréscimo de dispositivo novo; 
·   É vedada a renumeração de artigo ou unidade superior ao artigo (capítulo, título etc).Deve-se utilizar a mesma numeração do artigo (ou unidade imediatamente 
superior), seguido de letras maiúsculas em ordem alfabética (ex.: Artigo 5º-A, Artigo 5º-B, Artigo 5º-C); 
·   O reordenamento interno das unidades em que se desdobra o artigo é permitido, devendo ser o artigo assim modificado identificado ao final com as letras (NR); 
·   É vedado o reaproveitamento do nº do dispositivo revogado, vetado ou declarado inconstitucional, devendo essa indicação ser mantida junto ao dispositivo da lei 
modificada.(Contribuição de Maricy Valletta, out/07) 
  
COSTUME   
O termo costume deriva do latim consuetudine, de consuetumine, hábito, uso. 
É a prática social reiterada e considerada obrigatória. O costume demonstra o princípio ou a regra não escrita que se introduziu pelo uso, com o consentimento tácito de 
todas as pessoas que admitiram a sua força como norma a seguir na prática de determinados atos. 
Embora alguns autores não façam distinção entre costume e uso, outros advertem que o costume se distingue dos usos sociais em geral porque a comunidade o considera 
obrigatório para todos, de tal sorte que a sua violação acarreta uma responsabilidade jurídica e não apenas uma reprovação social.  
Para que o uso social seja considerado obrigatório socialmente e, portanto, se torne costume, é preciso que tenha considerável antiguidade, vale dizer, seja praticado por 
longo tempo. Deve existir, também, a convicção de que ele é obrigatório, que origina uma norma social correspondente a uma necessidade jurídica.  
O costume não se confunde, então, com as demais normas sociais ou de cortesia, desprovidas de coercitividade.  
O costume é a mais antiga e autêntica fonte de direito, e a célebre Escola Histórica do Direito, surgida no século XIX, sob a orientação de Savigny, ressaltou a importância do 
costume para o direito, pois que aquele é a própria exteriorização do espírito nacional (Volksgeist).  
Os Estados integrantes da Common Law, especialmente Inglaterra e Estados Unidos, valorizam bastante o costume como expressão da vontade geral, mas também nos 
Estados de Direito legislado ou escrito (Statute Law) o costume se destaca. 
Inicialmente nós temos o hábito, que é o modo individualizado de agir, depois temos o uso, que é o modo de agir de diversos membros da sociedade. No momento em que o 
hábito se transforma em uso, surge a consciência de que a prática desses atos é necessária a toda sociedade. 
Hermes Lima  afirma que os costumes apresentam dois elementos constitutivos, um é externo e o outro é interno. O externo é o objetivo, de natureza material, é o uso 
constante e prolongado. O interno é de natureza psicológica ou subjetiva, que é o reconhecimento geral de sua obrigatoriedade. 
  
Conceito: 
Procedimentos constantes e uniformes, adotados por um grupo social e, por este mesmo grupo, tidos como obrigatórios. É a prática reiterada e constante de determinados 
atos que acaba por gerar a mentalização  de que tais atos sejam essenciais para o bem da coletividade. (Orlando de Almeida Secco) 
  
Direito Consuetudinário ou Costumeiro. 
Ao conjunto das normas costumeiras em vigor num Estado, convencionou-se chamar direito costumeiro, também denominado direito não escrito, expressão esta que não 
tem caráter absoluto, visto que, às vezes, normas costumeiras são consolidadas, como, por exemplo, a publicação intitulada "Assentamentos de Usos e Costumes da Praça 
de São Paulo", elaborada pela Junta Comercial e publicada no Diário Oficial do Estado.  
Ele decorre da observação e respeito às normas jurídicas não escritas, isto é, normas resultantes de práticas sociais reiteradas, constantes e tidas como obrigatórias.  
  
Admitem três espécies: 
  
1.   CONTRA LEGEM - por opor-se à lei, não têm admissibilidade em nosso direito; 
2.   SECUNDUM LEGEM - por estar de acordo coma lei, serve de interpretação; é o costume que esclarece a lei, por estar em perfeita sintonia com ela; 
3.   PRAETER LEGEM - é utilizável quando a lei for omissa para preencher a lacuna existente. Este último é o costume considerado como subsidiário do direito. 
  
Como se prova  a existência dos costumes? 
A prova se fará dos mais diversos modos: documentos, testemunhas, vistorias etc. Em matéria comercial, porém, devem ser provados por meio de certidões fornecidas pela 
juntas comerciais que possuem fichários organizados para este fim. 
Art. 337 do Código de Processo Civil - “A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim determinar 
o juiz”. 
Aplicação Prática Teórica 
Caso Concreto 1  Condenações de médicos e hospitais acusados de matar e causar lesões em pacientes são minoria, diz um estudo do Conselho Regional de Medicina de São 
Paulo (CRM/SP). O levantamento foi feito com base em 353 decisões cíveis, proferidas entre os anos de 2000 e 2004, a maioria delas definitiva, e do Tribunal de Justiça de São 
Paulo. Entre os 197 médicos acusados, 65% foram absolvidos e não tiveram de pagar indenizações; 56% dos hospitais que eram réus foram inocentados. A pesquisa – que não 
analisou as decisões no âmbito penal – não tira conclusões, mas foi vista como alerta por membros do CRM/SP, por representantes dos magistrados e por integrantes de entidades 
que defendem pacientes. Observou-se que os pacientes precisam colher o maior número de informações para uma eventual busca de indenizações por danos morais, materiais e 
estéticos. Os Códigos Civil e de Defesa do Consumidor afirmam que, para um profissional liberal como o médico ser responsabilizado por um erro, é necessário mais do que 
comprovar a relação da morte ou sequela com um determinado procedimento executado. É preciso provar a culpa, mostrar que um ato seu contribuiu diretamente para a lesão ou 
morte.” O caso acima diz respeitoao erro médico. Tendo em conta a classificação das fontes do Direito, resolva as seguintes questões: a) Encontre, no caso concreto acima, a fonte 
material e formal do direito no que diz respeito aos casos de erro médico; b) Explique o que é uma fonte formal do direito positivo; c) Explique o que é uma fonte material do direito. 
Caso Concreto 2 Fontes do Direito Positivo  Expressão do pluralismo jurídico presente no sistema normativo brasileiro, as greves são consideradas fontes materiais do direito do 
trabalho, mesmo quando declaradas abusivas pelo Poder Judiciário.  Esta afirmativa está correta? Responda justificadamente, com base nos ensinamentos acerca das fontes do 
direito. 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Fontes    
do    
Direito   
de produção ESTADO   
              
de conhecimento   
    Imediata  
Lei 
Costumes 
  
  
  
              
mediata 
 doutrina 
 jurisprudência 
                    
Estácio de Sá Página 1 / 4
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
Fontes do Direito Positivo 
Objetivos 
·   Compreender o conceito de Fontes do Direito e sua classificação; 
·   Diferenciar as fontes formais mediatas e imediatas das fontes materiais mediatas e imediatas do Direito e mostrar o porquê desta distinção; 
·   Estabelecer a distinção entre fontes materiais e formais do direito; 
·   Distinguir o papel da lei e dos costumes como fontes formais do direito.     
Estrutura do Conteúdo 
1. Fontes do Direito Positivo 
1.1. Conceito de Fontes do Direito e Classificação; 
1.2. Distinção entre fontes materiais e formais do direito. 
  
2. A lei 
2.1. O processo de elaboração legislativa; 
2.1.1. Atos do processo legislativo. 
2.2. Técnica legislativa 
2.2.1. Regras para redação das normas. 
  
3. Os Costumes 
3.1. Direito costumeiro ou consuetudinário; 
3.2. Espécies de costumes; 
3.3. Costume e desuso das leis. 
  
Referências bibliográficas: 
  
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito.30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense, 2008. ISBN 9788530926373. 
Nome do capítulo: Direito costumeiro 
N. de páginas do capítulo: 8 
Nome do capítulo: Jurisprudência 
N. de páginas do capítulo: 9 
Poderão ser utilizados os seguintes métodos e técnicas didáticas individuais: 
  
Leitura Dirigida -  É o acompanhamento, pelo grupo, da leitura de um texto. O professor fornece, previamente, ao grupo, uma ideia do assunto a ser lido. A leitura é feita 
individualmente pelos participantes, e comentada a cada passo, com supervisão do professor. Finalmente, o professor dá um resumo, ressaltando os pontos chaves a serem 
observados. 
                  
Solução de Problemas  - Os casos e questões de múltipla escolha deverão ser abordados ao longo da aula, de acordo com a pertinência temática. 
A resolução dos casos faz parte da aula. A abordagem dos casos permeia a exposição teórica.  
Seguem algumas sugestões pontuais quanto ao conteúdo a ser ministrado: 
  
CONCEITO DE FONTES DO DIREITO 
A expressão fonte vem do latim  fons, fontis, nascente, significando tudo aquilo que origina, que produz algo. Assim, a expressão fontes do Direito indica, desde logo, as 
formas pelas quais o Direito se manifesta. Apresentam, basicamente, três espécies: 
Fontes materiais: são os fatos sociais, as próprias forças sociais criadoras do Direito. Constituem a matéria-prima da elaboração deste, pois são os valores sociais que 
informam o conteúdo das normas jurídicas. As fontes materiais não são ainda o Direito pronto, perfeito, mas para a formação deste concorrem sob a forma de fatos sociais 
econômicos, políticos, religiosos, morais. 
Como exemplo de fato econômico inspirador do Direito, podemos citar a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, que acarretou uma depressão econômica profunda, com 
efeitos jurídicos sensíveis. 
Fatos sociais de natureza política encontraremos no papel inegável das ideologias políticas, ao originarem movimentos políticos de fato, como as revoluções e as quarteladas. 
Na religião encontra-se uma fonte destacada do Direito, haja vista a Antiguidade Oriental e a Clássica, nas quais encontramos Direito e religião confundidos. A própria pena 
imposta ao faltoso tinha caráter de expiação, pois o crime, antes de ser um ilícito, era um pecado, razão pela qual, no antigo Egito, aquele que atentava contra lei do faraó 
cometia não apenas crime, mas também sacrilégio. Veja-se, nos dias atuais, a grande luta travada pela Igreja, nos países católicos, contra o divórcio e o aborto, 
influenciando, com sua autoridade, durante muito tempo, a decisão dos parlamentares a respeito. Já como exemplo de fatores morais na elaboração do Direito, citem-se as 
virtudes morais como o decoro, a decência, a fidelidade, o respeito ao próximo. E como fatores naturais, citemos o clima, o solo, a raça, a geografia, a população, a 
constituição anatômica dos povos.  
Exemplo: os fenícios foram os maiores navegadores comerciantes da Antiguidade, principalmente porque a aridez do solo em que viviam a isto os impeliu. 
Subdividem-se em: 
Fontes Materiais Diretas ou Imediatas – São aquelas fontes que criam diretamente as normas jurídicas, representadas pelos órgãos legiferantes: 
·   O Poder Legislativo: quando elabora e faz entrar em vigor as leis; 
·   O Poder Executivo: quando  excepcionalmente elabora Leis; 
·   O Poder Judiciário: quando elabora jurisprudência ou quando excepcionalmente legisla; 
·   Os Doutrinadores: quando desenvolvem trabalhos, elaboram doutrinas utilizadas pelo aplicador da lei; 
·   A Própria sociedade: quando consagra determinados costumes. 
  
Fontes Materiais Indiretas ou Mediatas -  são fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em determinada sociedade, trazendo como consequência o nascimento de novos 
valores que serão protegidos pela Norma Jurídica. 
Fontes históricas: são os documentos jurídicos e coleções coletivas do passado que, mercê de sua sabedoria, continuam a influir nas legislações do presente. Como 
exemplo, poderiam ser citados: a Lei das Doze Tábuas, em Roma; o célebre Código de Hamurabi, com sua pena de talião, na Babilônia; a famosa compilação de Justiniano 
etc. São fontes históricas do Direito brasileiro, por exemplo, o Direito Romano, o Direito Canônico, as Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, o Código de Napoleão, a 
legislação da Itália fascista sobre o trabalho. 
  
Fontes formais: seriam a lei, os costumes, a jurisprudência e a doutrina. O Estado cria a lei e dá, ao costume e à jurisprudência, a força desta. O positivismo jurídico 
defende a ideia de que fora do Estado não há Direito, sendo aquele a única fonte deste. As forças sociais, os fatos sociais, seriam tão somente causa material do Direito, a 
matéria-prima de sua elaboração, ficando esta sempre a cargo do próprio Estado, como causa eficiente. 
A lei seria causa formal do Direito, a forma de manifestação deste. 
As fontes formais vêm a ser as artérias por onde correm e se manifestam as fontes materiais. 
  
                         
Para o Prof. Arnaldo Rizatto Nunes, as fontes materiais são a realidade social, isto é, o conjunto de fatos sociais que contribuem para a formação do conteúdo do direito. São 
os valores que o direito procura realizar, fundamentalmente sintetizados no conceito amplo de justiça. 
  
As fontes formais são os fatos que dão a uma regra o caráter de direito positivo e obrigatório, das fontes materiais, representadas pelos elementos que concorrem para a 
formação do conteúdo ou matéria da norma jurídica. Ex: legislação, costume, jurisprudência e doutrina. 
  
Classificação das fontes: 
A Lei 
  
É toda norma jurídica oriunda dos órgãos de soberania, aos quais, segundo a constituição política do Estado, é conferido o poder de ditar  regras de Direito. (RUGGIERO) 
  
A Lei é a fonte formal imediata de Direito, pois é a forma pela qual nos transmite seu conhecimento.  
Conceitos: 
Lei em sentidoamplo ou em sentido lato: indica o "jus scriptum". Referência genérica que inclui a lei propriamente dita (ordinária ou complementar), a medida provisória e o 
decreto. 
Lei em sentido estrito: é preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo, no âmbito de sua competência. 
  
Processo de Elaboração Legislativa 
O processo de elaboração de uma lei consiste numa sucessão de fases e de atos que vão desde a apresentação de seu projeto até a sua efetiva concretização, tornando-se 
obrigatória. Assim temos: iniciativa, discussão- votação- aprovação, sanção- veto, promulgação, publicação e entrada em vigor. 
  
Processo Legislativo 
É o conjunto de atos realizados pelos órgãos legislativos visando à formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções e decretos legislativos. (José 
Afonso da Silva ) 
Segundo José Afonso da Silva, as medidas provisórias não deveriam constar do rol do art. 59, pois sua elaboração não se dá por processo legislativo. 
A Constituição não trata do processo de formação dos decretos legislativos ou das resoluções. 
Decretos legislativos são atos destinados a regular matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 ,CF) que tenham efeitos externos a ele e independem 
de sanção e veto. 
Resoluções legislativas são atos destinados a regular matérias de competência do Congresso Nacional e de suas Casas, mas com efeitos internos. Assim, os regimentos 
internos são aprovados por resoluções. Exceção: arts. 68, parágrafo 2º; 52, IV e X e 155, V. 
Atos do Processo Legislativo 
O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à criação de normas de Direito. Estes atos são: 
Iniciativa Legislativa - É a faculdade que se atribui a alguém ou a um órgão para apresentar projetos de lei ao Legislativo. (arts. 60, 61 e seu parágrafo 2º) 
Votação - Constitui ato coletivo das Casas do Congresso. Geralmente é precedida de estudos e pareceres de comissões técnicas (permanentes ou especiais) e de debates 
em plenário. É ato de decisão (arts. 65 e 66), que se toma por maioria de votos: 
-maioria simples (art. 47) para aprovação de lei ordinária ; 
-maioria absoluta dos membros das Câmaras, para aprovação de lei complementar (art. 69); 
-maioria de três quintos dos membros das Casas do Congresso, para aprovação de emendas Constitucionais (art.60, § 2º); 
  
Sanção e veto - São atos de competência exclusiva do Presidente da República. Sanção e veto somente recaem sobre projetos de lei. Só são cabíveis em projetos que 
disponham sobre as matérias elencadas no art. 48 da CF. 
Sanção é a adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo; pode ser expressa (art. 66, caput) ou tácita (art. 66, parágrafo 3º). 
Veto é o modo pelo qual o Chefe do Poder Executivo exprime sua discordância com o projeto aprovado, por entendê-lo inconstitucional ou contrário ao interesse público (art. 
66, parágrafo 1º). O veto pode ser total, recaindo sobre todo o projeto, ou parcial, quando atingir somente parte dele. 
O veto é relativo, não trancando de modo absoluto o andamento do projeto (art. 66, parágrafos 1º e 4º da CF). 
Caso o veto seja rejeitado por votação da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto, o projeto se transforma em lei, sem sanção, que deverá ser 
promulgada. Não se alcançando a maioria mencionada, o veto ficará mantido, arquivando-se o projeto. 
Promulgação e publicação - Promulga-se e publica-se a lei, que já existe desde a sanção ou veto rejeitado. É errado falar em promulgação de projeto de lei. 
Promulgação é a declaração da existência da lei. É meio de se constatar a existência da lei. A lei é perfeita antes de ser promulgada; a promulgação não faz lei, mas os 
efeitos da lei só se produzirão depois dela. 
A publicação da lei constitui instrumento pelo qual se transmite a promulgação aos destinatários da lei. É condição para que a lei entre em vigor, tornando -se eficaz (ou 
efetiva). 
Sancionado o projeto expressamente ou pelo silêncio do Presidente da República (15 dias), ou não mantido o veto, deve  ser promulgado dentro de 48 horas pelo Presidente 
da República; se não o fizer, o Presidente do Senado Federal o promulgará em igual prazo; não o fazendo, caberá o Vice-presidente do Senado fazê-lo (CF, art. 66, §§ 5º e 
7º). 
A promulgação é, pois, o ato proclamatório através do qual o que antes era projeto passa a ser lei e, consequentemente, a integrar o Direito positivo brasileiro. 
A lei passa a existir como tal desde a sua promulgação, mas começa a obrigar da data de sua publicação, produzindo efeitos com a sua entrada em vigor. 
  
Técnica Legislativa  
“Técnica Legislativa é o conjunto de procedimentos e normas redacionais específicas, que visam à elaboração de um texto que terá repercussão no mundo jurídico”. 
  
Introdução 
A elaboração legislativa exige, acima de tudo, bom senso e responsabilidade, pois as leis interferem, direta ou indiretamente, na vida das pessoas.   
É preciso que tenhamos ciência de que nem todos os problemas podem ser resolvidos através de lei. 
Por outro lado, uma lei malfeita pode surtir o efeito contrário do esperado, trazendo ainda mais dúvidas à questão que se pretendia esclarecer, e dando margem a 
desnecessárias batalhas jurídicas. 
Além disso, a lei tem que levar em conta o interesse do conjunto da sociedade, e nunca privilegiar interesses particulares. 
Para que tenha validade e não macule o ordenamento jurídico, a lei deve ser elaborada com a observância das seguintes normas,  além da legislação específica do tema que 
se pretende tratar: 
a)    Constituição Federal (arts. 2º; 21; 22; 23; 24; 25; 30; 48; 49; 51; 52; 61, § 1º; 84; 96 e 165); 
b)   Constituição do Estado;  
c)   Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado. 
  
Etapas da Elaboração Legislativa: 
a)    Definição da matéria a ser normatizada; 
b)   Verificação da possibilidade jurídica; 
c)   Estudo da matéria, pesquisa da legislação e jurisprudência (verificar SEMPRE se existe lei preexistente ou consolidação acerca da matéria); 
d)   Elaboração de anteprojeto; 
e)    Revisão do anteprojeto; 
f)    Redação final. 
  
Partes da Proposição Legislativa: 
1. Parte Preliminar: 
a)    Epígrafe - indica o tipo da proposição: Projeto de lei, Projeto de lei complementar, Projeto de resolução, Proposta de emenda à Constituição, Projeto de decreto 
legislativo (artigo 21 da Constituição do Estado e artigo 145 do Regimento Interno da ALESP – XIII CRI); 
b)   Ementa – deve resumir com clareza o conteúdo do ato, para efeito de arquivo e, principalmente, de pesquisa, devendo, caso altere norma em vigor, fazer referência ao 
número e ao objeto desta; 
c)   Fórmula de promulgação – deve indicar a autoridade ou o órgão legiferante (ex: A Assembleia Legislativa”) e descrever a ordem de execução, traduzida pelas formas 
verbais "decreta", "resolve" e "promulga". 
  
Exemplos 
A Mesa da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nos termos do § 3º do artigo 22 da Constituição do Estado, promulga a seguinte Emenda ao texto constitucional:
(...) 
ou 
O Governador do Estado de São Paulo: Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei complementar:(...) 
  
Parte Normativa - Ordenação do Texto Legal 
Artigo – frase que encerra um comando normativo. 
·   Tem numeração ordinal até o 9º e cardinal a partir do 10; 
·   Quando se tratar de um só artigo, deve ser grafado como “Artigo único”; 
·   Deve conter um único comando normativo, fixado em seu caput; 
·   As exceções ou os complementos devem ser fixadas em suas divisões (parágrafos e incisos); 
·   As palavras em língua estrangeira devem ser destacadas (itálico, negrito, aspas); 
·   Suas frases iniciam-se com letras maiúsculas e terminam com ponto final. 
  
Parágrafo – é a fórmula de umas das divisões do artigo. 
·   Deve completar o sentido ou abrir exceções à norma contemplada no caput do artigo; 
·   É representado com numeração ordinal, apóso símbolo §; 
·   Se houver um só parágrafo, será grafado como “Parágrafo único”; 
·   Pode desdobrar-se em incisos. 
  
Inciso – é usado para exprimir enumerações relacionadas ao caput do artigo ou ao parágrafo. 
·   É expresso em algarismo romano; 
·   É iniciado com letra minúscula e termina com ponto e vírgula; salvo o último inciso do artigo, que termina com ponto final; 
·   Pode desdobrar-se em alíneas. 
  
Alínea – é usada para enumerações relativas ao texto do inciso. 
·   É grafada em letra minúscula, seguida de parênteses; 
·   Seu texto inicia-se com letra minúscula e termina com ponto e vírgula, com exceção da última alínea do inciso; 
·   Pode desdobrar-se em itens (ex: art. 12 CF). 
  
Item – é usado para enumerações relativas ao texto da alínea. 
·   É grafado por algarismos arábicos, na forma cardinal, seguido de ponto; 
·   O texto do item inicia-se com letra minúscula e termina em ponto e vírgula, com exceção do último item da alínea (ex: art. 145 da CF). 
  
Parte Final 
Cláusula orçamentária - O art. 25  da Constituição Estadual dita que nenhum  projeto de lei que implique a criação ou o aumento de despesa pública será sancionado sem 
que dele conste a indicação dos recursos disponíveis, próprios para atender aos novos encargos.  
  
Cláusula de vigência: “ esta lei entra em vigor na data de sua publicação” ou “... entra em vigor “x” dias após sua publicação”. Na ausência da cláusula revogatória, vale a 
regra da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, entra em vigor 45 dias após sua publicação. É errado dizer que a lei  “entrará” em vigor. 
  
Cláusula revogatória: deve indicar expressamente as leis ou os dispositivos legais revogados. Em caso de consolidação de leis, utiliza -se a fórmula: "são formalmente 
revogados, por consolidação e sem interrupção de sua força normativa...“. 
  
Disposições transitórias:  possui numeração própria, iniciando-se por artigo 1º, no final do texto legal. 
  
Regras para Redação das Normas: 
·   Usar frases impositivas;Construir as orações na ordem direta, evitando adjetivações dispensáveis;Buscar a uniformidade do tempo verbal (preferência por tempo 
presente ou futuro simples do presente); 
·   Observar regras de pontuação; Articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão do objetivo da lei; Evitar o emprego de expressão ou 
palavra que possibilite duplo sentido ao texto; Usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada 
de explicitação de seu significado; Grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de lei e nos casos em que houver prejuízo 
para a compreensão do texto; Indicar, expressamente, o dispositivo objeto de remissão, preterindo o uso das expressões "anterior", "seguinte" ou equivalentes. 
  
Alteração das Leis 
·   Revogação integral – com a reprodução integral em novo texto, quando se tratar de alteração considerável; 
·   Revogação parcial - substituição, no próprio texto, do dispositivo alterado ou acréscimo de dispositivo novo; 
·   É vedada a renumeração de artigo ou unidade superior ao artigo (capítulo, título etc).Deve-se utilizar a mesma numeração do artigo (ou unidade imediatamente 
superior), seguido de letras maiúsculas em ordem alfabética (ex.: Artigo 5º-A, Artigo 5º-B, Artigo 5º-C); 
·   O reordenamento interno das unidades em que se desdobra o artigo é permitido, devendo ser o artigo assim modificado identificado ao final com as letras (NR); 
·   É vedado o reaproveitamento do nº do dispositivo revogado, vetado ou declarado inconstitucional, devendo essa indicação ser mantida junto ao dispositivo da lei 
modificada.(Contribuição de Maricy Valletta, out/07) 
  
COSTUME   
O termo costume deriva do latim consuetudine, de consuetumine, hábito, uso. 
É a prática social reiterada e considerada obrigatória. O costume demonstra o princípio ou a regra não escrita que se introduziu pelo uso, com o consentimento tácito de 
todas as pessoas que admitiram a sua força como norma a seguir na prática de determinados atos. 
Embora alguns autores não façam distinção entre costume e uso, outros advertem que o costume se distingue dos usos sociais em geral porque a comunidade o considera 
obrigatório para todos, de tal sorte que a sua violação acarreta uma responsabilidade jurídica e não apenas uma reprovação social.  
Para que o uso social seja considerado obrigatório socialmente e, portanto, se torne costume, é preciso que tenha considerável antiguidade, vale dizer, seja praticado por 
longo tempo. Deve existir, também, a convicção de que ele é obrigatório, que origina uma norma social correspondente a uma necessidade jurídica.  
O costume não se confunde, então, com as demais normas sociais ou de cortesia, desprovidas de coercitividade.  
O costume é a mais antiga e autêntica fonte de direito, e a célebre Escola Histórica do Direito, surgida no século XIX, sob a orientação de Savigny, ressaltou a importância do 
costume para o direito, pois que aquele é a própria exteriorização do espírito nacional (Volksgeist).  
Os Estados integrantes da Common Law, especialmente Inglaterra e Estados Unidos, valorizam bastante o costume como expressão da vontade geral, mas também nos 
Estados de Direito legislado ou escrito (Statute Law) o costume se destaca. 
Inicialmente nós temos o hábito, que é o modo individualizado de agir, depois temos o uso, que é o modo de agir de diversos membros da sociedade. No momento em que o 
hábito se transforma em uso, surge a consciência de que a prática desses atos é necessária a toda sociedade. 
Hermes Lima  afirma que os costumes apresentam dois elementos constitutivos, um é externo e o outro é interno. O externo é o objetivo, de natureza material, é o uso 
constante e prolongado. O interno é de natureza psicológica ou subjetiva, que é o reconhecimento geral de sua obrigatoriedade. 
  
Conceito: 
Procedimentos constantes e uniformes, adotados por um grupo social e, por este mesmo grupo, tidos como obrigatórios. É a prática reiterada e constante de determinados 
atos que acaba por gerar a mentalização  de que tais atos sejam essenciais para o bem da coletividade. (Orlando de Almeida Secco) 
  
Direito Consuetudinário ou Costumeiro. 
Ao conjunto das normas costumeiras em vigor num Estado, convencionou-se chamar direito costumeiro, também denominado direito não escrito, expressão esta que não 
tem caráter absoluto, visto que, às vezes, normas costumeiras são consolidadas, como, por exemplo, a publicação intitulada "Assentamentos de Usos e Costumes da Praça 
de São Paulo", elaborada pela Junta Comercial e publicada no Diário Oficial do Estado.  
Ele decorre da observação e respeito às normas jurídicas não escritas, isto é, normas resultantes de práticas sociais reiteradas, constantes e tidas como obrigatórias.  
  
Admitem três espécies: 
  
1.   CONTRA LEGEM - por opor-se à lei, não têm admissibilidade em nosso direito; 
2.   SECUNDUM LEGEM - por estar de acordo coma lei, serve de interpretação; é o costume que esclarece a lei, por estar em perfeita sintonia com ela; 
3.   PRAETER LEGEM - é utilizável quando a lei for omissa para preencher a lacuna existente. Este último é o costume considerado como subsidiário do direito. 
  
Como se prova  a existência dos costumes? 
A prova se fará dos mais diversos modos: documentos, testemunhas, vistorias etc. Em matéria comercial, porém, devem ser provados por meio de certidões fornecidas pela 
juntas comerciais que possuem fichários organizados para este fim. 
Art. 337 do Código de Processo Civil - “A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim determinar 
o juiz”. 
Aplicação Prática Teórica 
Caso Concreto 1  Condenações de médicos e hospitais acusados de matar e causar lesões em pacientes são minoria, diz um estudo do Conselho Regional de Medicina de São 
Paulo (CRM/SP). O levantamento foi feito combase em 353 decisões cíveis, proferidas entre os anos de 2000 e 2004, a maioria delas definitiva, e do Tribunal de Justiça de São 
Paulo. Entre os 197 médicos acusados, 65% foram absolvidos e não tiveram de pagar indenizações; 56% dos hospitais que eram réus foram inocentados. A pesquisa – que não 
analisou as decisões no âmbito penal – não tira conclusões, mas foi vista como alerta por membros do CRM/SP, por representantes dos magistrados e por integrantes de entidades 
que defendem pacientes. Observou-se que os pacientes precisam colher o maior número de informações para uma eventual busca de indenizações por danos morais, materiais e 
estéticos. Os Códigos Civil e de Defesa do Consumidor afirmam que, para um profissional liberal como o médico ser responsabilizado por um erro, é necessário mais do que 
comprovar a relação da morte ou sequela com um determinado procedimento executado. É preciso provar a culpa, mostrar que um ato seu contribuiu diretamente para a lesão ou 
morte.” O caso acima diz respeito ao erro médico. Tendo em conta a classificação das fontes do Direito, resolva as seguintes questões: a) Encontre, no caso concreto acima, a fonte 
material e formal do direito no que diz respeito aos casos de erro médico; b) Explique o que é uma fonte formal do direito positivo; c) Explique o que é uma fonte material do direito. 
Caso Concreto 2 Fontes do Direito Positivo  Expressão do pluralismo jurídico presente no sistema normativo brasileiro, as greves são consideradas fontes materiais do direito do 
trabalho, mesmo quando declaradas abusivas pelo Poder Judiciário.  Esta afirmativa está correta? Responda justificadamente, com base nos ensinamentos acerca das fontes do 
direito. 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Fontes    
do    
Direito   
de produção ESTADO   
              
de conhecimento   
    Imediata  
Lei 
Costumes 
  
  
  
              
mediata 
 doutrina 
 jurisprudência 
                    
Estácio de Sá Página 2 / 4
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
Fontes do Direito Positivo 
Objetivos 
·   Compreender o conceito de Fontes do Direito e sua classificação; 
·   Diferenciar as fontes formais mediatas e imediatas das fontes materiais mediatas e imediatas do Direito e mostrar o porquê desta distinção; 
·   Estabelecer a distinção entre fontes materiais e formais do direito; 
·   Distinguir o papel da lei e dos costumes como fontes formais do direito.     
Estrutura do Conteúdo 
1. Fontes do Direito Positivo 
1.1. Conceito de Fontes do Direito e Classificação; 
1.2. Distinção entre fontes materiais e formais do direito. 
  
2. A lei 
2.1. O processo de elaboração legislativa; 
2.1.1. Atos do processo legislativo. 
2.2. Técnica legislativa 
2.2.1. Regras para redação das normas. 
  
3. Os Costumes 
3.1. Direito costumeiro ou consuetudinário; 
3.2. Espécies de costumes; 
3.3. Costume e desuso das leis. 
  
Referências bibliográficas: 
  
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito.30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense, 2008. ISBN 9788530926373. 
Nome do capítulo: Direito costumeiro 
N. de páginas do capítulo: 8 
Nome do capítulo: Jurisprudência 
N. de páginas do capítulo: 9 
Poderão ser utilizados os seguintes métodos e técnicas didáticas individuais: 
  
Leitura Dirigida -  É o acompanhamento, pelo grupo, da leitura de um texto. O professor fornece, previamente, ao grupo, uma ideia do assunto a ser lido. A leitura é feita 
individualmente pelos participantes, e comentada a cada passo, com supervisão do professor. Finalmente, o professor dá um resumo, ressaltando os pontos chaves a serem 
observados. 
                  
Solução de Problemas  - Os casos e questões de múltipla escolha deverão ser abordados ao longo da aula, de acordo com a pertinência temática. 
A resolução dos casos faz parte da aula. A abordagem dos casos permeia a exposição teórica.  
Seguem algumas sugestões pontuais quanto ao conteúdo a ser ministrado: 
  
CONCEITO DE FONTES DO DIREITO 
A expressão fonte vem do latim  fons, fontis, nascente, significando tudo aquilo que origina, que produz algo. Assim, a expressão fontes do Direito indica, desde logo, as 
formas pelas quais o Direito se manifesta. Apresentam, basicamente, três espécies: 
Fontes materiais: são os fatos sociais, as próprias forças sociais criadoras do Direito. Constituem a matéria-prima da elaboração deste, pois são os valores sociais que 
informam o conteúdo das normas jurídicas. As fontes materiais não são ainda o Direito pronto, perfeito, mas para a formação deste concorrem sob a forma de fatos sociais 
econômicos, políticos, religiosos, morais. 
Como exemplo de fato econômico inspirador do Direito, podemos citar a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, que acarretou uma depressão econômica profunda, com 
efeitos jurídicos sensíveis. 
Fatos sociais de natureza política encontraremos no papel inegável das ideologias políticas, ao originarem movimentos políticos de fato, como as revoluções e as quarteladas. 
Na religião encontra-se uma fonte destacada do Direito, haja vista a Antiguidade Oriental e a Clássica, nas quais encontramos Direito e religião confundidos. A própria pena 
imposta ao faltoso tinha caráter de expiação, pois o crime, antes de ser um ilícito, era um pecado, razão pela qual, no antigo Egito, aquele que atentava contra lei do faraó 
cometia não apenas crime, mas também sacrilégio. Veja-se, nos dias atuais, a grande luta travada pela Igreja, nos países católicos, contra o divórcio e o aborto, 
influenciando, com sua autoridade, durante muito tempo, a decisão dos parlamentares a respeito. Já como exemplo de fatores morais na elaboração do Direito, citem-se as 
virtudes morais como o decoro, a decência, a fidelidade, o respeito ao próximo. E como fatores naturais, citemos o clima, o solo, a raça, a geografia, a população, a 
constituição anatômica dos povos.  
Exemplo: os fenícios foram os maiores navegadores comerciantes da Antiguidade, principalmente porque a aridez do solo em que viviam a isto os impeliu. 
Subdividem-se em: 
Fontes Materiais Diretas ou Imediatas – São aquelas fontes que criam diretamente as normas jurídicas, representadas pelos órgãos legiferantes: 
·   O Poder Legislativo: quando elabora e faz entrar em vigor as leis; 
·   O Poder Executivo: quando  excepcionalmente elabora Leis; 
·   O Poder Judiciário: quando elabora jurisprudência ou quando excepcionalmente legisla; 
·   Os Doutrinadores: quando desenvolvem trabalhos, elaboram doutrinas utilizadas pelo aplicador da lei; 
·   A Própria sociedade: quando consagra determinados costumes. 
  
Fontes Materiais Indiretas ou Mediatas -  são fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em determinada sociedade, trazendo como consequência o nascimento de novos 
valores que serão protegidos pela Norma Jurídica. 
Fontes históricas: são os documentos jurídicos e coleções coletivas do passado que, mercê de sua sabedoria, continuam a influir nas legislações do presente. Como 
exemplo, poderiam ser citados: a Lei das Doze Tábuas, em Roma; o célebre Código de Hamurabi, com sua pena de talião, na Babilônia; a famosa compilação de Justiniano 
etc. São fontes históricas do Direito brasileiro, por exemplo, o Direito Romano, o Direito Canônico, as Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, o Código de Napoleão, a 
legislação da Itália fascista sobre o trabalho. 
  
Fontes formais: seriam a lei, os costumes, a jurisprudência e a doutrina. O Estado cria a lei e dá, ao costume e à jurisprudência, a força desta. O positivismo jurídico 
defende a ideia de que fora do Estado não há Direito, sendo aquele a única fonte deste. As forças sociais, os fatos sociais, seriam tão somente causa material do Direito, a 
matéria-prima de sua elaboração, ficando esta sempre a cargo do próprio Estado, como causa eficiente. 
A lei seria causa formal do Direito, a forma de manifestação deste. 
Asfontes formais vêm a ser as artérias por onde correm e se manifestam as fontes materiais. 
  
                         
Para o Prof. Arnaldo Rizatto Nunes, as fontes materiais são a realidade social, isto é, o conjunto de fatos sociais que contribuem para a formação do conteúdo do direito. São 
os valores que o direito procura realizar, fundamentalmente sintetizados no conceito amplo de justiça. 
  
As fontes formais são os fatos que dão a uma regra o caráter de direito positivo e obrigatório, das fontes materiais, representadas pelos elementos que concorrem para a 
formação do conteúdo ou matéria da norma jurídica. Ex: legislação, costume, jurisprudência e doutrina. 
  
Classificação das fontes: 
A Lei 
  
É toda norma jurídica oriunda dos órgãos de soberania, aos quais, segundo a constituição política do Estado, é conferido o poder de ditar  regras de Direito. (RUGGIERO) 
  
A Lei é a fonte formal imediata de Direito, pois é a forma pela qual nos transmite seu conhecimento.  
Conceitos: 
Lei em sentido amplo ou em sentido lato: indica o "jus scriptum". Referência genérica que inclui a lei propriamente dita (ordinária ou complementar), a medida provisória e o 
decreto. 
Lei em sentido estrito: é preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo, no âmbito de sua competência. 
  
Processo de Elaboração Legislativa 
O processo de elaboração de uma lei consiste numa sucessão de fases e de atos que vão desde a apresentação de seu projeto até a sua efetiva concretização, tornando-se 
obrigatória. Assim temos: iniciativa, discussão- votação- aprovação, sanção- veto, promulgação, publicação e entrada em vigor. 
  
Processo Legislativo 
É o conjunto de atos realizados pelos órgãos legislativos visando à formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções e decretos legislativos. (José 
Afonso da Silva ) 
Segundo José Afonso da Silva, as medidas provisórias não deveriam constar do rol do art. 59, pois sua elaboração não se dá por processo legislativo. 
A Constituição não trata do processo de formação dos decretos legislativos ou das resoluções. 
Decretos legislativos são atos destinados a regular matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 ,CF) que tenham efeitos externos a ele e independem 
de sanção e veto. 
Resoluções legislativas são atos destinados a regular matérias de competência do Congresso Nacional e de suas Casas, mas com efeitos internos. Assim, os regimentos 
internos são aprovados por resoluções. Exceção: arts. 68, parágrafo 2º; 52, IV e X e 155, V. 
Atos do Processo Legislativo 
O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à criação de normas de Direito. Estes atos são: 
Iniciativa Legislativa - É a faculdade que se atribui a alguém ou a um órgão para apresentar projetos de lei ao Legislativo. (arts. 60, 61 e seu parágrafo 2º) 
Votação - Constitui ato coletivo das Casas do Congresso. Geralmente é precedida de estudos e pareceres de comissões técnicas (permanentes ou especiais) e de debates 
em plenário. É ato de decisão (arts. 65 e 66), que se toma por maioria de votos: 
-maioria simples (art. 47) para aprovação de lei ordinária ; 
-maioria absoluta dos membros das Câmaras, para aprovação de lei complementar (art. 69); 
-maioria de três quintos dos membros das Casas do Congresso, para aprovação de emendas Constitucionais (art.60, § 2º); 
  
Sanção e veto - São atos de competência exclusiva do Presidente da República. Sanção e veto somente recaem sobre projetos de lei. Só são cabíveis em projetos que 
disponham sobre as matérias elencadas no art. 48 da CF. 
Sanção é a adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo; pode ser expressa (art. 66, caput) ou tácita (art. 66, parágrafo 3º). 
Veto é o modo pelo qual o Chefe do Poder Executivo exprime sua discordância com o projeto aprovado, por entendê-lo inconstitucional ou contrário ao interesse público (art. 
66, parágrafo 1º). O veto pode ser total, recaindo sobre todo o projeto, ou parcial, quando atingir somente parte dele. 
O veto é relativo, não trancando de modo absoluto o andamento do projeto (art. 66, parágrafos 1º e 4º da CF). 
Caso o veto seja rejeitado por votação da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto, o projeto se transforma em lei, sem sanção, que deverá ser 
promulgada. Não se alcançando a maioria mencionada, o veto ficará mantido, arquivando-se o projeto. 
Promulgação e publicação - Promulga-se e publica-se a lei, que já existe desde a sanção ou veto rejeitado. É errado falar em promulgação de projeto de lei. 
Promulgação é a declaração da existência da lei. É meio de se constatar a existência da lei. A lei é perfeita antes de ser promulgada; a promulgação não faz lei, mas os 
efeitos da lei só se produzirão depois dela. 
A publicação da lei constitui instrumento pelo qual se transmite a promulgação aos destinatários da lei. É condição para que a lei entre em vigor, tornando -se eficaz (ou 
efetiva). 
Sancionado o projeto expressamente ou pelo silêncio do Presidente da República (15 dias), ou não mantido o veto, deve  ser promulgado dentro de 48 horas pelo Presidente 
da República; se não o fizer, o Presidente do Senado Federal o promulgará em igual prazo; não o fazendo, caberá o Vice-presidente do Senado fazê-lo (CF, art. 66, §§ 5º e 
7º). 
A promulgação é, pois, o ato proclamatório através do qual o que antes era projeto passa a ser lei e, consequentemente, a integrar o Direito positivo brasileiro. 
A lei passa a existir como tal desde a sua promulgação, mas começa a obrigar da data de sua publicação, produzindo efeitos com a sua entrada em vigor. 
  
Técnica Legislativa  
“Técnica Legislativa é o conjunto de procedimentos e normas redacionais específicas, que visam à elaboração de um texto que terá repercussão no mundo jurídico”. 
  
Introdução 
A elaboração legislativa exige, acima de tudo, bom senso e responsabilidade, pois as leis interferem, direta ou indiretamente, na vida das pessoas.   
É preciso que tenhamos ciência de que nem todos os problemas podem ser resolvidos através de lei. 
Por outro lado, uma lei malfeita pode surtir o efeito contrário do esperado, trazendo ainda mais dúvidas à questão que se pretendia esclarecer, e dando margem a 
desnecessárias batalhas jurídicas. 
Além disso, a lei tem que levar em conta o interesse do conjunto da sociedade, e nunca privilegiar interesses particulares. 
Para que tenha validade e não macule o ordenamento jurídico, a lei deve ser elaborada com a observância das seguintes normas,  além da legislação específica do tema que 
se pretende tratar: 
a)    Constituição Federal (arts. 2º; 21; 22; 23; 24; 25; 30; 48; 49; 51; 52; 61, § 1º; 84; 96 e 165); 
b)   Constituição do Estado;  
c)   Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado. 
  
Etapas da Elaboração Legislativa: 
a)    Definição da matéria a ser normatizada; 
b)   Verificação da possibilidade jurídica; 
c)   Estudo da matéria, pesquisa da legislação e jurisprudência (verificar SEMPRE se existe lei preexistente ou consolidação acerca da matéria); 
d)   Elaboração de anteprojeto; 
e)    Revisão do anteprojeto; 
f)    Redação final. 
  
Partes da Proposição Legislativa: 
1. Parte Preliminar: 
a)    Epígrafe - indica o tipo da proposição: Projeto de lei, Projeto de lei complementar, Projeto de resolução, Proposta de emenda à Constituição, Projeto de decreto 
legislativo (artigo 21 da Constituição do Estado e artigo 145 do Regimento Interno da ALESP – XIII CRI); 
b)   Ementa – deve resumir com clareza o conteúdo do ato, para efeito de arquivo e, principalmente, de pesquisa, devendo, caso altere norma em vigor, fazer referência ao 
número e ao objeto desta; 
c)   Fórmula de promulgação – deve indicar a autoridade ou o órgão legiferante (ex: A Assembleia Legislativa”) e descrever a ordem de execução, traduzida pelas formas 
verbais "decreta", "resolve" e "promulga". 
  
Exemplos 
A Mesa da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,nos termos do § 3º do artigo 22 da Constituição do Estado, promulga a seguinte Emenda ao texto constitucional:
(...) 
ou 
O Governador do Estado de São Paulo: Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei complementar:(...) 
  
Parte Normativa - Ordenação do Texto Legal 
Artigo – frase que encerra um comando normativo. 
·   Tem numeração ordinal até o 9º e cardinal a partir do 10; 
·   Quando se tratar de um só artigo, deve ser grafado como “Artigo único”; 
·   Deve conter um único comando normativo, fixado em seu caput; 
·   As exceções ou os complementos devem ser fixadas em suas divisões (parágrafos e incisos); 
·   As palavras em língua estrangeira devem ser destacadas (itálico, negrito, aspas); 
·   Suas frases iniciam-se com letras maiúsculas e terminam com ponto final. 
  
Parágrafo – é a fórmula de umas das divisões do artigo. 
·   Deve completar o sentido ou abrir exceções à norma contemplada no caput do artigo; 
·   É representado com numeração ordinal, após o símbolo §; 
·   Se houver um só parágrafo, será grafado como “Parágrafo único”; 
·   Pode desdobrar-se em incisos. 
  
Inciso – é usado para exprimir enumerações relacionadas ao caput do artigo ou ao parágrafo. 
·   É expresso em algarismo romano; 
·   É iniciado com letra minúscula e termina com ponto e vírgula; salvo o último inciso do artigo, que termina com ponto final; 
·   Pode desdobrar-se em alíneas. 
  
Alínea – é usada para enumerações relativas ao texto do inciso. 
·   É grafada em letra minúscula, seguida de parênteses; 
·   Seu texto inicia-se com letra minúscula e termina com ponto e vírgula, com exceção da última alínea do inciso; 
·   Pode desdobrar-se em itens (ex: art. 12 CF). 
  
Item – é usado para enumerações relativas ao texto da alínea. 
·   É grafado por algarismos arábicos, na forma cardinal, seguido de ponto; 
·   O texto do item inicia-se com letra minúscula e termina em ponto e vírgula, com exceção do último item da alínea (ex: art. 145 da CF). 
  
Parte Final 
Cláusula orçamentária - O art. 25  da Constituição Estadual dita que nenhum  projeto de lei que implique a criação ou o aumento de despesa pública será sancionado sem 
que dele conste a indicação dos recursos disponíveis, próprios para atender aos novos encargos.  
  
Cláusula de vigência: “ esta lei entra em vigor na data de sua publicação” ou “... entra em vigor “x” dias após sua publicação”. Na ausência da cláusula revogatória, vale a 
regra da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, entra em vigor 45 dias após sua publicação. É errado dizer que a lei  “entrará” em vigor. 
  
Cláusula revogatória: deve indicar expressamente as leis ou os dispositivos legais revogados. Em caso de consolidação de leis, utiliza -se a fórmula: "são formalmente 
revogados, por consolidação e sem interrupção de sua força normativa...“. 
  
Disposições transitórias:  possui numeração própria, iniciando-se por artigo 1º, no final do texto legal. 
  
Regras para Redação das Normas: 
·   Usar frases impositivas;Construir as orações na ordem direta, evitando adjetivações dispensáveis;Buscar a uniformidade do tempo verbal (preferência por tempo 
presente ou futuro simples do presente); 
·   Observar regras de pontuação; Articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão do objetivo da lei; Evitar o emprego de expressão ou 
palavra que possibilite duplo sentido ao texto; Usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada 
de explicitação de seu significado; Grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de lei e nos casos em que houver prejuízo 
para a compreensão do texto; Indicar, expressamente, o dispositivo objeto de remissão, preterindo o uso das expressões "anterior", "seguinte" ou equivalentes. 
  
Alteração das Leis 
·   Revogação integral – com a reprodução integral em novo texto, quando se tratar de alteração considerável; 
·   Revogação parcial - substituição, no próprio texto, do dispositivo alterado ou acréscimo de dispositivo novo; 
·   É vedada a renumeração de artigo ou unidade superior ao artigo (capítulo, título etc).Deve-se utilizar a mesma numeração do artigo (ou unidade imediatamente 
superior), seguido de letras maiúsculas em ordem alfabética (ex.: Artigo 5º-A, Artigo 5º-B, Artigo 5º-C); 
·   O reordenamento interno das unidades em que se desdobra o artigo é permitido, devendo ser o artigo assim modificado identificado ao final com as letras (NR); 
·   É vedado o reaproveitamento do nº do dispositivo revogado, vetado ou declarado inconstitucional, devendo essa indicação ser mantida junto ao dispositivo da lei 
modificada.(Contribuição de Maricy Valletta, out/07) 
  
COSTUME   
O termo costume deriva do latim consuetudine, de consuetumine, hábito, uso. 
É a prática social reiterada e considerada obrigatória. O costume demonstra o princípio ou a regra não escrita que se introduziu pelo uso, com o consentimento tácito de 
todas as pessoas que admitiram a sua força como norma a seguir na prática de determinados atos. 
Embora alguns autores não façam distinção entre costume e uso, outros advertem que o costume se distingue dos usos sociais em geral porque a comunidade o considera 
obrigatório para todos, de tal sorte que a sua violação acarreta uma responsabilidade jurídica e não apenas uma reprovação social.  
Para que o uso social seja considerado obrigatório socialmente e, portanto, se torne costume, é preciso que tenha considerável antiguidade, vale dizer, seja praticado por 
longo tempo. Deve existir, também, a convicção de que ele é obrigatório, que origina uma norma social correspondente a uma necessidade jurídica.  
O costume não se confunde, então, com as demais normas sociais ou de cortesia, desprovidas de coercitividade.  
O costume é a mais antiga e autêntica fonte de direito, e a célebre Escola Histórica do Direito, surgida no século XIX, sob a orientação de Savigny, ressaltou a importância do 
costume para o direito, pois que aquele é a própria exteriorização do espírito nacional (Volksgeist).  
Os Estados integrantes da Common Law, especialmente Inglaterra e Estados Unidos, valorizam bastante o costume como expressão da vontade geral, mas também nos 
Estados de Direito legislado ou escrito (Statute Law) o costume se destaca. 
Inicialmente nós temos o hábito, que é o modo individualizado de agir, depois temos o uso, que é o modo de agir de diversos membros da sociedade. No momento em que o 
hábito se transforma em uso, surge a consciência de que a prática desses atos é necessária a toda sociedade. 
Hermes Lima  afirma que os costumes apresentam dois elementos constitutivos, um é externo e o outro é interno. O externo é o objetivo, de natureza material, é o uso 
constante e prolongado. O interno é de natureza psicológica ou subjetiva, que é o reconhecimento geral de sua obrigatoriedade. 
  
Conceito: 
Procedimentos constantes e uniformes, adotados por um grupo social e, por este mesmo grupo, tidos como obrigatórios. É a prática reiterada e constante de determinados 
atos que acaba por gerar a mentalização  de que tais atos sejam essenciais para o bem da coletividade. (Orlando de Almeida Secco) 
  
Direito Consuetudinário ou Costumeiro. 
Ao conjunto das normas costumeiras em vigor num Estado, convencionou-se chamar direito costumeiro, também denominado direito não escrito, expressão esta que não 
tem caráter absoluto, visto que, às vezes, normas costumeiras são consolidadas, como, por exemplo, a publicação intitulada "Assentamentos de Usos e Costumes da Praça 
de São Paulo", elaborada pela Junta Comercial e publicada no Diário Oficial do Estado.  
Ele decorre da observação e respeito às normas jurídicas não escritas, isto é, normas resultantes de práticas sociais reiteradas, constantes e tidas como obrigatórias.  
  
Admitem três espécies: 
  
1.   CONTRA LEGEM - por opor-se à lei, não têm admissibilidade em nosso direito;2.   SECUNDUM LEGEM - por estar de acordo coma lei, serve de interpretação; é o costume que esclarece a lei, por estar em perfeita sintonia com ela; 
3.   PRAETER LEGEM - é utilizável quando a lei for omissa para preencher a lacuna existente. Este último é o costume considerado como subsidiário do direito. 
  
Como se prova  a existência dos costumes? 
A prova se fará dos mais diversos modos: documentos, testemunhas, vistorias etc. Em matéria comercial, porém, devem ser provados por meio de certidões fornecidas pela 
juntas comerciais que possuem fichários organizados para este fim. 
Art. 337 do Código de Processo Civil - “A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim determinar 
o juiz”. 
Aplicação Prática Teórica 
Caso Concreto 1  Condenações de médicos e hospitais acusados de matar e causar lesões em pacientes são minoria, diz um estudo do Conselho Regional de Medicina de São 
Paulo (CRM/SP). O levantamento foi feito com base em 353 decisões cíveis, proferidas entre os anos de 2000 e 2004, a maioria delas definitiva, e do Tribunal de Justiça de São 
Paulo. Entre os 197 médicos acusados, 65% foram absolvidos e não tiveram de pagar indenizações; 56% dos hospitais que eram réus foram inocentados. A pesquisa – que não 
analisou as decisões no âmbito penal – não tira conclusões, mas foi vista como alerta por membros do CRM/SP, por representantes dos magistrados e por integrantes de entidades 
que defendem pacientes. Observou-se que os pacientes precisam colher o maior número de informações para uma eventual busca de indenizações por danos morais, materiais e 
estéticos. Os Códigos Civil e de Defesa do Consumidor afirmam que, para um profissional liberal como o médico ser responsabilizado por um erro, é necessário mais do que 
comprovar a relação da morte ou sequela com um determinado procedimento executado. É preciso provar a culpa, mostrar que um ato seu contribuiu diretamente para a lesão ou 
morte.” O caso acima diz respeito ao erro médico. Tendo em conta a classificação das fontes do Direito, resolva as seguintes questões: a) Encontre, no caso concreto acima, a fonte 
material e formal do direito no que diz respeito aos casos de erro médico; b) Explique o que é uma fonte formal do direito positivo; c) Explique o que é uma fonte material do direito. 
Caso Concreto 2 Fontes do Direito Positivo  Expressão do pluralismo jurídico presente no sistema normativo brasileiro, as greves são consideradas fontes materiais do direito do 
trabalho, mesmo quando declaradas abusivas pelo Poder Judiciário.  Esta afirmativa está correta? Responda justificadamente, com base nos ensinamentos acerca das fontes do 
direito. 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Fontes    
do    
Direito   
de produção ESTADO   
              
de conhecimento   
    Imediata  
Lei 
Costumes 
  
  
  
              
mediata 
 doutrina 
 jurisprudência 
                    
Estácio de Sá Página 3 / 4
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
Fontes do Direito Positivo 
Objetivos 
·   Compreender o conceito de Fontes do Direito e sua classificação; 
·   Diferenciar as fontes formais mediatas e imediatas das fontes materiais mediatas e imediatas do Direito e mostrar o porquê desta distinção; 
·   Estabelecer a distinção entre fontes materiais e formais do direito; 
·   Distinguir o papel da lei e dos costumes como fontes formais do direito.     
Estrutura do Conteúdo 
1. Fontes do Direito Positivo 
1.1. Conceito de Fontes do Direito e Classificação; 
1.2. Distinção entre fontes materiais e formais do direito. 
  
2. A lei 
2.1. O processo de elaboração legislativa; 
2.1.1. Atos do processo legislativo. 
2.2. Técnica legislativa 
2.2.1. Regras para redação das normas. 
  
3. Os Costumes 
3.1. Direito costumeiro ou consuetudinário; 
3.2. Espécies de costumes; 
3.3. Costume e desuso das leis. 
  
Referências bibliográficas: 
  
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito.30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense, 2008. ISBN 9788530926373. 
Nome do capítulo: Direito costumeiro 
N. de páginas do capítulo: 8 
Nome do capítulo: Jurisprudência 
N. de páginas do capítulo: 9 
Poderão ser utilizados os seguintes métodos e técnicas didáticas individuais: 
  
Leitura Dirigida -  É o acompanhamento, pelo grupo, da leitura de um texto. O professor fornece, previamente, ao grupo, uma ideia do assunto a ser lido. A leitura é feita 
individualmente pelos participantes, e comentada a cada passo, com supervisão do professor. Finalmente, o professor dá um resumo, ressaltando os pontos chaves a serem 
observados. 
                  
Solução de Problemas  - Os casos e questões de múltipla escolha deverão ser abordados ao longo da aula, de acordo com a pertinência temática. 
A resolução dos casos faz parte da aula. A abordagem dos casos permeia a exposição teórica.  
Seguem algumas sugestões pontuais quanto ao conteúdo a ser ministrado: 
  
CONCEITO DE FONTES DO DIREITO 
A expressão fonte vem do latim  fons, fontis, nascente, significando tudo aquilo que origina, que produz algo. Assim, a expressão fontes do Direito indica, desde logo, as 
formas pelas quais o Direito se manifesta. Apresentam, basicamente, três espécies: 
Fontes materiais: são os fatos sociais, as próprias forças sociais criadoras do Direito. Constituem a matéria-prima da elaboração deste, pois são os valores sociais que 
informam o conteúdo das normas jurídicas. As fontes materiais não são ainda o Direito pronto, perfeito, mas para a formação deste concorrem sob a forma de fatos sociais 
econômicos, políticos, religiosos, morais. 
Como exemplo de fato econômico inspirador do Direito, podemos citar a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, que acarretou uma depressão econômica profunda, com 
efeitos jurídicos sensíveis. 
Fatos sociais de natureza política encontraremos no papel inegável das ideologias políticas, ao originarem movimentos políticos de fato, como as revoluções e as quarteladas. 
Na religião encontra-se uma fonte destacada do Direito, haja vista a Antiguidade Oriental e a Clássica, nas quais encontramos Direito e religião confundidos. A própria pena 
imposta ao faltoso tinha caráter de expiação, pois o crime, antes de ser um ilícito, era um pecado, razão pela qual, no antigo Egito, aquele que atentava contra lei do faraó 
cometia não apenas crime, mas também sacrilégio. Veja-se, nos dias atuais, a grande luta travada pela Igreja, nos países católicos, contra o divórcio e o aborto, 
influenciando, com sua autoridade, durante muito tempo, a decisão dos parlamentares a respeito. Já como exemplo de fatores morais na elaboração do Direito, citem-se as 
virtudes morais como o decoro, a decência, a fidelidade, o respeito ao próximo. E como fatores naturais, citemos o clima, o solo, a raça, a geografia, a população, a 
constituição anatômica dos povos.  
Exemplo: os fenícios foram os maiores navegadores comerciantes da Antiguidade, principalmente porque a aridez do solo em que viviam a isto os impeliu. 
Subdividem-se em: 
Fontes Materiais Diretas ou Imediatas – São aquelas fontes que criam diretamente as normas jurídicas, representadas pelos órgãos legiferantes: 
·   O Poder Legislativo: quando elabora e faz entrar em vigor as leis; 
·   O Poder Executivo: quando  excepcionalmente elabora Leis; 
·   O Poder Judiciário: quando elabora jurisprudência ou quando excepcionalmente legisla; 
·   Os Doutrinadores: quando desenvolvem trabalhos, elaboram doutrinas utilizadas pelo aplicador da lei; 
·   A Própria sociedade: quando consagra determinados costumes. 
  
Fontes Materiais Indiretas ou Mediatas -  são fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em determinada sociedade, trazendo como consequência o nascimento de novos 
valores que serão protegidos pela Norma Jurídica. 
Fontes históricas: são os documentos jurídicos e coleções

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