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Modos de Organização do Discurso

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Prévia do material em texto

- -1
PRODUÇÃO TEXTUAL II
OS MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO
- -2
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Reconhecer os modos de organização do discurso, segundo Patrick Charaudeau;
2. refletir acerca da relevância desses conceitos para a produção/interpretação de textos;
3. relacionar o modo enunciativo aos outros modos;
4. verificar que a teoria dos gêneros textuais se encaixa na questão dos modos de organização aqui propostos.
Como você já sabe, os estudos de linguagem tendem, atualmente, a abordar o discurso em detrimento às
estruturas linguísticas.
Em outras palavras, o contexto, bem como os personagens envolvidos no ato comunicativo passaram a receber
maior atenção por parte dos estudiosos da linguagem, por conta de novas estratégias de ensino de língua
centradas no texto e no discurso, entre outras razões.
É exatamente por isso que está disciplina propõe a análise dos textos por meio dos gêneros e tipos textuais.
Dessa forma, não poderíamos deixar de refletir acerca da abordagem de Patrick Charaudeau (2008), em seu livro
Linguagem e discurso: modos de organização. Nessa obra, o linguista francês destaca alguns princípios de
organização do discurso a partir dos modos enunciativo, narrativo, descritivo e argumentativo, considerando
aspectos linguísticos e discursivos da organização desses textos.
- -3
Antes de mais nada, vale salientar que a produção de qualquer texto considera um ato comunicativo para que se
concretize.
Por isso, aprendemos na escola que sempre haverá um EU (emissor) se comunicando com um TU (receptor) a
respeito de algo da realidade circundante (ELE = mensagem), justificando o fato de haver as três pessoas do
discurso.
Todavia, Charaudeau (2008, p.44) advoga que o ato de linguagem é, na verdade, um evento de produção e de
interpretação e, por isso, depende dos saberes partilhados que circulam entre os protagonistas da linguagem.
Esses saberes dizem respeito à dupla dimensão explicito/implícito do fenômeno linguageiro. Segundo o autor,
isso confirma a assimetria entre o processo de produção e o processo de interpretação do ato comunicativo.
Acreditamos que ato comunicativo e ato de linguagem são duas formas diferentes de se referir ao mesmo
conceito.
Considere a situação a seguir:
O ratinho supõe que seu interlocutor (o burro) tenha determinados conhecimentos acerca de alguns filósofos.
Entretanto, essa projeção não se concretiza exatamente porque os dois participantes desse ato comunicativo não
compartilham o mesmo conhecimento de mundo no que tange aos nomes proferidos pelo rato.
Em outras palavras, o sujeito interpretante não é o mesmo sujeito destinatário projetado pelo ratinho, o que faz
com que o ratinho “perca a aposta”. Ele havia construído para si uma imagem de seu interlocutor-destinatário
que não correspondia à de seu interlocutor-interpretante.
• Você deve se perguntar: Qual é a relevância disso tudo para a produção dos textos?•
- -4
A resposta é simples: quando produzimos ou interpretamos um texto, de qualquer gênero e tipo, projetamos um
TU - destinatário – muitas vezes genérico. Esses dois participantes (EU + TU) estão inseridos em determinado
ato de linguagem que pressupõe processo de produção e de interpretação.
1 Os modos de organização do discurso
Agora, que já entendemos que todo ato comunicativo pressupõe alguns “personagens” que projetam imagens de
si e do outro em dois processos: produção e interpretação, podemos dar início à análise dos modos de
organização do discurso propostos por Charaudeau (2008).
Segundo o autor, há quatro modos de organização do discurso, a saber: o enunciativo, o descritivo, o narrativo e
 e, para ele, cada um desses modos possui uma função de base e um princípio de organização.o argumentativo
FUNÇÃO DE BASE = a finalidade discursiva do locutor, a saber: O que é enunciar, descrever, narrar e
argumentar?
PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO = a organização lógico-linguística dos textos de cada modo.
Assim, o autor propõe o seguinte quadro (CHARADEAU, 2008, p.75):
O modo enunciativo
Nesse modo, a língua é utilizada de tal forma que exprima a posição do falante em relação ao que ele diz, em
relação ao interlocutor e em relação ao que o outro diz, o que nos leva a distinguir as três funções do modo
enunciativo (op.cit., p.82):
• Estabelecer uma relação de influência entre locutor e interlocutor;
• Revelar o ponto de vista do locutor;
• Apresentar a palavra do outro.
•
•
•
- -5
Exatamente por isso, podemos estabelecer que o sujeito falante se enuncia em posição de superioridade em
relação ao interlocutor, e vice-versa. Isso significa que esse modo de organização do discurso tem por efeito
revelar o ponto de vista interno do sujeito falante. Assim, poderíamos pensar em algumas situações...
Um chefe dando uma ordem a um subordinado; um professor a um aluno; uma propaganda de creme dental feita
por um dentista, ou seja, um argumento de autoridade.
Nesses contextos, evidenciam-se elementos linguísticos que auxiliam na contextualização de uma cena
enunciativa, ou seja, que atesta a posição de superioridade de um em relação ao outro revelando (impondo?)
determinado ponto de vista.
O modo descritivo
As características do modo descritivo que veremos agora estão de acordo com Emediato (2007):
A descrição faz surgir a realidade exterior através dos olhos de um sujeito observador que identifica seres,
objetos, cenários etc. e os nomeia e lhes atribui certas qualidades. O sujeito que observa pode descrever a
realidade exterior tal como ela é ou parece ser — descrição objetiva - ou tal como o sujeito a sente — descrição
subjetiva.
Caráter estático
Dessa forma, podemos elencar algumas características desse modo descritivo:
Caráter estático — a descrição pode ser comparada a uma fotografia. A descrição é, de maneira geral, fruto de
observação de um estado de coisas, de um fenômeno ou de uma ação que se desenvolve no espaço. O tempo não
parece relevante na descrição, embora possa ser um de seus componentes. A introdução do elemento temporal
na descrição tende a transformá-la em uma narração.
Linguagem referencial
Linguagem referencial — a descrição tem sempre o objetivo de informar, dar a perceber ao outro o mundo
exterior tal como ele é ou tal como o observador o vê. Nesse sentido, a descrição cumpre uma função referencial.
Além disso, se a cena descrita revela o olhar de quem a descreve, podemos afirmar que há o ponto de vista de
alguém realçado na descrição, o que aproxima esse modo do enunciativo.
As operações de descrição
A. Nomear e identificar seres objetos, pessoas, lugares através da (nomes próprios) e, identificação específica
da (nomes comuns).identificação genérica
Expressões de identificação:
- -6
Identificação
específica:
nomes próprios de pessoas tais como Paulo, Luís Inácio Lula da Silva; nomes próprios de
locais, tais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte; nomes próprios de organizações, tais
como Petrobras, Fiat.
Identificação
genérica: 
nomes comuns que fazem referência a uma categoria qualquer, tais como: Os
metalúrgicos; os trabalhadores, os sem-terra, os professores, a mãe, o pai, o filho, o avô, o
policial, a polícia, a mesa, a liberdade, a humanidade.
B. no tempo e no espaço através de expressões de localização espacial e temporal:Localizá-los 
Localização
espacial: 
advérbios e expressões que indicam lugar, tais como em São Paulo; na favela; no estádio.
Localização
temporal: 
advérbios e expressões que indicam tempo, tais como em 1998, em 2003, no século XXI, há
pouco tempo atrás, na época dos movimentos estudantis.
C. através de expressões de quantificação (precisa ou imprecisa)Quantificá-los
Quantificação
precisa: 
números indicando quantidade exata, tais como 1001 unidades, 10.000 pessoas, 2
estudantes.
Quantificação
imprecisa:
números e expressões indicando quantidade inexata, tais como mais de 1000 pessoas,
muitos trabalhadores, centenas de pessoas, várias tentativas, milhões de reais,vários,
diversos, poucos.
D. (objetiva ou subjetiva). Subjetiva (se descriçãoQualificá-los através de expressões de qualificação
expressiva); objetiva (se descrição técnica, informativa e referencial).
Qualificação
objetiva:
adjetivos indicando uma qualificação objetiva que pertence ao ser ou ao objeto, tais como 
vermelho, azul, branco, sólido, gasoso, quente, frio.
Qualificação
subjetiva: 
adjetivos indicando uma qualidade afetiva ou subjetiva expressando o modo como o
sujeito sente ou percebe o ser, tais como belo, frio, sensato, imoral, sensacional, incrível,
extraordinário, interessante.
- -7
Atividade
Clique no link a seguir e veja algumas questões do ITA (um dos vestibulares mais difíceis do Brasil) sobre
descrição: https://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-portugues/analise-de-
textos-descritivos
O modo narrativo
LÓGICA
Os modos de organização do discurso
O modo narrativo
Para Charaudeau (2008, p. 153), para que haja narrativa, é necessário um “contador” que pode ser chamado de
narrador, escritor, testemunha etc., investido de uma intencionalidade, isto é, de querer transmitir alguma coisa
(uma certa representação da experiência do mundo) a alguém, um destinatário.
A lógica da narrativa
NARRATIVA
Os modos de organização do discurso
A lógica narrativa se constrói por meio de actantes, de processos e de sequências.
Actantes – desempenham papéis relacionados à ação da qual dependem.
Processos – unem os actantes entre si, dando uma orientação funcional à sua ação.
Sequências – integram processos e actantes numa finalidade narrativa segundo certos princípios de
organização.
Narrativa X Narrativo
NARRATIVA X NARRATIVO
Os modos de organização do discurso
O , por seu turno, faz descobrir um mundo a ser construído no desenvolvimento da sucessão de açõesnarrativo
interdependentes, que se transformam num encadeamento progressivo; organiza, portanto, o mundo de maneira
sucessiva e contínua, dentro de uma lógica cuja coerência é marcada pelo seu próprio fechamento (começo/fim).
Descrição
DESCRIÇÃO
Os modos de organização do discurso
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Outra observação importante reside no fato de que não há como falar em narração sem se perceber a descrição.
São modos de organização muito próximos. Como a narrativa corresponde à finalidade do que é narrar, descreve
simultaneamente ações e qualificações, daí englobar o modo narrativo e o modo descritivo. (cf. CHARUDEAU,
2008, p. 152)
Todavia, ainda que sejam modos de organização discursiva que tendem a caminhar juntos, descritivo e narrativo
se distinguem não só pelo tipo de visão do mundo que constroem, mas também pelo papel que desempenha o
sujeito que narra ou descreve.
O , segundo Charaudeau, revela um mundo de existência imutável, que necessita apenas serdescritivo
reconhecido e mostrado, daí se dizer que organiza o mundo de maneira taxionômica (classificação dos seres do
universo), descontínua (sem elos necessários dos seres entre si, nem de propriedades entre eles) e aberta (sem
início nem fim necessários).
O narrativo
NARRATIVA X NARRATIVO
Os modos de organização do discurso
O , por seu turno, faz descobrir um mundo a ser construído no desenvolvimento da sucessão de açõesnarrativo
interdependentes, que se transformam num encadeamento progressivo; organiza, portanto, o mundo de maneira
sucessiva e contínua, dentro de uma lógica cuja coerência é marcada pelo seu próprio fechamento (começo/fim).
Caro aluno, evidentemente que há muito mais a se verificar desses dois modos, mas esta aula é somente uma
introdução ao assunto. Vamos ter aulas específicas para cada um deles, ok? Mas, assim, como em uma narração,
precisamos introduzir o assunto até chegarmos ao clímax e, então, verificarmos o desfecho, ok?
Em resumo:
- -9
Assim como afirmamos ao tratar dos modos narrativo e descritivo, é impossível esgotarmos a argumentação em
apenas algumas telas de aula, por isso, retomaremos o assunto com a profundidade devida em outras aulas, ok?
Antes de terminarmos, você poderia dar um exemplo de gênero textual para cada modo de organização do
discurso de Patrick Charaudeau?
• MODO ENUNCIATIVO
• MODO DESCRITIVO
• MODO NARRATIVO
• MODO ARGUMENTATIVO 
O que vem na próxima aula
• O modo narrativo;
• A estrutura dos textos narrativos;
• A importância do reconhecimento dessa estrutura tanto para a produção como para a compreensão 
textuais.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu a teoria dos modos de organização do discurso;
• Aprendeu as diferenças e a complementaridade desses tópicos;
• Analisou alguns pontos teóricos relevantes a fim de fixar a matéria.
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	Olá!
	
	1 Os modos de organização do discurso
	O modo enunciativo
	O modo descritivo
	O modo narrativo
	A lógica da narrativa
	Narrativa X Narrativo
	Descrição
	O narrativo
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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